Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

NYT: Brasil pode se tornar vergonha mundial

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Editorial desta quinta-feira 1º do The New York Times, um dos jornais mais influentes do mundo, é dedicado ao processo de impeachment de Dilma Rousseff; "Será uma vergonha se a História mostrar que ela estava certa", diz o texto, que lembra que muitos senadores que votaram 'sim' pelo afastamento são alvos de investigação; o NYT também relembra os avanços no País com o PT no poder , mas recorda destaca erros de Dilma, como a nomeação de Lula para a Casa Civil; sobre Michel Temer, diz que ele não deve se colocar entre as investigações da Lava Jato, rejeitando "iniciativas do legislativo com o objetivo de minar o trabalho dos promotores"; e o aconselha a respeitar a plataforma aprovada pelos brasileiros no pleito de 2014, tomando cuidado com cortes em programas sociais 

247 - O The New York Times, um dos jornais mais influentes do mundo, dedicou um de seus editoriais desta quinta-feira 1º para o cenário político brasileiro. "Será uma vergonha se a História mostrar que ela estava certa", diz o texto, em referência a Dilma Rousseff, afastada por 61 votos a 20 pelo Senado nesta quarta-feira.

O jornal lembra que muitos senadores que votaram 'sim' pelo afastamento da petista são alvos de investigação por corrupção. O NYT também relembra a trajetória do PT e "um transformando período de 13 anos" do partido no governo, mas também recorda o que considera erros de Dilma, como a nomeação do ex-presidente Lula para o ministério da Casa Civil.

Sobre Michel Temer, o jornal recomenda que ele não deve se colocar entre as investigações da Lava Jato, rejeitando "iniciativas do legislativo com o objetivo de minar o trabalho dos promotores". E aconselha o peemedebista a respeitar a plataforma aprovada pelos brasileiros no pleito de 2014, tomando cuidado com cortes do ajuste fiscal e redução em programas sociais.

Leia abaixo a íntegra do editorial, em português:

A presidente brasileira deposta

O Brasil teve quatro presidentes eleitos desde que a democracia foi restaurada, em 1985. Dois deles cumpriram seus mandatos. Na quarta-feira (31), Dilma Rousseff foi a segunda a ser deposta enquanto no cargo, em meio a um turbilhão político e denúncias de malfeitos.

Os senadores votaram por larga maioria no impeachment de Rousseff pelo uso de fundos de bancos estatais para sustentar o orçamento do governo antes de sua reeleição em 2014, o que eles consideraram um crime; alguns de seus antecessores usaram truques orçamentários semelhantes. A saída de Rousseff marca o fim de um regime transformador de 13 anos do Partido dos Trabalhadores, de esquerda, que usou as receitas do Estado geradas por um apogeu das matérias-primas para tirar milhões de pessoas da pobreza, mas perdeu o apoio quando a economia entrou em recessão nos últimos anos.

Rousseff denunciou o processo como um golpe de adversários políticos que a consideravam uma ameaça porque não impediu um inquérito sobre corrupção que envolvia dezenas de membros da classe governante do país. Rousseff comparou o caso contra ela com o período do regime militar, quando foi uma das centenas de pessoas detidas e torturadas.

"Hoje o Senado tomou uma decisão que entrará para a história como uma grande injustiça", disse ela em um discurso desafiador, depois que os legisladores votaram por 61 a 20 por seu impeachment. "Sessenta e um senadores reverteram a vontade expressa por 54,5 milhões de votos."

Rousseff prometeu combater o que ela descreveu como a tentativa de uma coalizão de políticos homens de direita, eles mesmos manchados por denúncias de corrupção, para sequestrar o processo político. "O projeto nacional progressista, inclusivo e democrático que represento está sendo interrompido por uma poderosa força conservadora e reacionária", disse ela.

Será uma vergonha se a história provar que ela tem razão. Mas o legado de Rousseff, e os fatos que levaram a sua queda, são mais complexos do que ela admite. Rousseff tornou-se profundamente impopular quando a recessão se instalou e ela não conseguiu criar a coalizão necessária para governar com eficácia. Quando investigadores da corrupção se concentraram em seu antecessor na Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, ela abusou de sua autoridade ao lhe dar um cargo de ministro, para protegê-lo de um processo.
Há passos concretos que o governo pode dar para começar a restaurar a fé dos brasileiros em sua elite política assolada por escândalos. Michel Temer, que se tornou presidente interino em maio quando Rousseff foi afastada, deve permitir que continuem as investigações de corrupção e rejeitar as iniciativas legislativas destinadas a enfraquecer os promotores.

Desde que ele assumiu o cargo, a economia do Brasil melhorou modestamente, conforme os mercados reagiram positivamente a seus planos econômicos, que incluem a privatização de companhias estatais e a reforma do inchado sistema de aposentadorias do país. Equilibrar o orçamento exigirá cortes dolorosos, mas Temer deve ser judicioso ao reescalonar os programas sociais que deram popularidade ao Partido dos Trabalhadores. Até que os brasileiros possam eleger um novo presidente, em 2018, ele poderia honrar o processo democrático do país ao permanecer razoavelmente fiel à plataforma que eles aprovaram na última vez.

Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves, via UOL

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Imprensa do mundo não vê mistério: é golpe

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Processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff está sendo definido como "golpe" por todos os jornais mais importantes do mundo nos Estados Unidos, na Europa, na América do Sul e na Ásia; "Senadores conspiram para tirar Dilma e matar a Lava Jato", afirma o inglês The Guardian; "Se uniram pela retirada de Dilma sabendo que seria injusto", diz o americano The Washington Post 

247 - O processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, a ser consumado no Senado nesta quarta-feira 31, está sendo definido como "golpe" por todos os jornais mais importantes do mundo.

Veículos nos Estados Unidos, na Europa, na América do Sul e na Ásia tratam o afastamento de Dilma como "injusto" e um "castigo desproporcional". "Senadores conspiram para tirar Dilma e matar a Lava Jato", afirma o inglês The Guardian. "Se uniram pela retirada de Dilma sabendo que seria injusto", diz o americano The Washington Post.

O deputado Paulo Teixeira, do PT de São Paulo, publicou ontem um texto sobre o assunto em sua página no Facebook, em que reúne links de diversas matérias da imprensa internacional chamando o impeachment de golpe. Leia abaixo a íntegra e ainda reportagem da Agência Brasil sobre algumas reportagens internacionais sobre o impeachment:

NA IMPRENSA INTERNACIONAL FICOU CLARO: É GOLPE

O golpe contra a presidenta Dilma Rousseff está sendo denunciado por alguns dos maiores meios de comunicação do mundo. Sim, golpe, com todas as letras.

Ao contrário do que têm pregado alguns dos maiores jornais e boa parte da grande mídia brasileira, signatários do golpe, para os maiores jornais do mundo fora do Brasil, “Dilma é vítima de um "golpe" encenado por seus adversários” (Le Monde), e que os senadores se “uniram pela retirada de Dilma sabendo que seria injusto”(The Washington Post), em concordância com a rede RT, que diz que “60% do congresso é acusado de corrupção e contra-ataca Dilma, que tentou fazer uma limpeza no congresso”.

Tragicomédia foi a palavra escolhida tanto pelo jornal português Público quanto pelo argentino Página 12, da Argentina. A Al Jazeera, árabe, preferiu escolher a palavra hipocrisia para definir o processo. Enfim, veículos de imprensa de todo o planeta ressaltam a ilegitimidade e desproporcionalidade desse processo de impeachment.

O fato é que o governo Dilma Rousseff foi implacável no combate a corrupção, dando autonomia para a Polícia Federal, para a justiça, criando facilitadores para as investigações. Isso incomodou os aliados de Temer e Cunha, como o senador Romero Jucá, que chegou a ser empossado ministro e foi flagrado conspirando para acabar com a punição dos corruptos.

É de se ressaltar que a imprensa internacional já fez diversas manifestações mostrando espanto ao ver boa parte dos nossos grandes jornais e canais de televisão atuam como cabos eleitorais de um impeachment sem crime, contra uma pessoa honesta, apoiado por investigados por corrupção.

O golpe é também midiático, além de parlamentar e empresarial. Por isso é fundamental divulgarmos o que o mundo pensa dessa triste página de nossa história.

#PelaDemocracia

Le Monde.fr http://goo.gl/oWZD3b
 
Imprensa internacional prevê que senadores vão decidir pela saída de Dilma
José Romildo - Correspondente da Agência Brasil
A imprensa internacional está acompanhando a votação final do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff, marcada para hoje (31), e já antecipa que ela será removida do cargo. O jornal britânico The Guardian, em sua edição americana, publicou artigo com perguntas e respostas para que o leitor entenda o que está acontecendo no Brasil.

O jornal explica que o Senado brasileiro está votando hoje a saída definitiva de Dilma Rousseff da presidência da República, dando sequência a um processo de impeachment que a afastou do cargo desde maio. De acordo com o artigo, a previsão é de que mais de dois terços dos 81 senadores vão apoiar a remoção de Dilma e confirmar o presidente interino Michel Temer como chefe de governo do país.
The Guardian observa que a acusação contra Dilma é que ela teria tomado empréstimos de bancos estaduais, sem a aprovação do Congresso, para compensar a falta de recursos orçamentários para executar projetos.

O jornal informa que os que se opõem a Dilma chamam de “pedaladas” a utilização de dinheiro não previsto no Orçamento, sem autorização do Congresso, para financiar a agricultura familiar, o que dá uma “impressão enganosa” sobre a real situação das finanças do Estado.

O jornal também dá espaço para as explicações da defesa de Dilma Rousseff. De acordo com essas explicações, o dinheiro usado não era um empréstimo, mas transferências de recursos públicos, práticas utilizadas por administrações anteriores, embora não na mesma escala.

The Guardian acrescenta que todas as explicações são apenas “pretexto” para a remoção de Dilma do poder. As verdadeiras razões para o impeachment, segundo o jornal, “são políticas”.

O jornal diz ainda que Dilma “é impopular” porque é vista como culpada pelas múltiplas crises que o país enfrenta e revelou-se uma líder inepta para enfrentar os problemas. “Mas a Constituição do Brasil não permite que haja um voto de desconfiança para tirá-la do poder”, que é o argumento utilizado para justificar o impeachment, de acordo com o artigo.


Lava Jato

Atrás da motivação para prosseguir com o processo de impeachment contra Dilma, de acordo com o jornal, estão alguns políticos “claramente motivados por um desejo de matar a investigação da Lava Jato, o que Dilma Rousseff se recusou a fazer”

O jornal lembra que o impeachment foi iniciado pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, depois que o Partido dos Trabalhadores se recusou a protegê-lo de uma investigação no comitê de ética da Casa. O The Guardian informa também que conversas secretamente gravadas revelaram que o líder do PMDB no Senado, Romero Jucá, queria remover a presidenta para que a investigação da Lava Jato pudesse ser “sufocada por seu sucessor”.

The New York Times

O jornal The New York Times publicou artigo assinado pela jornalista brasileira Carol Pires, da Revista Piauí, com o título "Impeachment muda o governo, não a política". O artigo diz que, para muitos brasileiros, "o foco não está mais na política do governo em dificuldades, mas em seus próprios bolsos".
A jornalista afirma que, com a saída de Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores (PT) do governo, o PMDB - ex-aliado de Dilma - passou a chefiar o processo de impeachment. "No entanto, o PMDB não está menos envolvido nos desfalques da Petrobras do que os outros partidos". O artigo lembra que a economia em naufrágio e a indignação contra a corrupção provocaram "sucessivas e intensas manifestações populares que levaram a uma mudança de governo, mas não na política brasileira".

Já o site The Daily Beast afirma que Dilma Rousseff sairá formalmente do governo, apesar de ter protagonizado "uma última resistência incansável contra as acusações de irregularidades fiscais movidas contra ela, que muitos no Brasil veem como uma cortina de fumaça para sua remoção a qualquer custo". O jornal lembra a frase de Dilma, durante o depoimento no Senado, que durou 14 horas: "Estamos a um passo de assistir a um golpe [parlamentar de Estado] real".

O site da agência de notícias Reuters diz que os acusadores da presidenta afastada Dilma Rousseff reafirmaram que estão julgando não só a quebra de regras orçamentárias, "mas também  um escândalo de corrupção e uma profunda recessão que eclodiu no seu devido tempo". O site observa que Dilma é acusada de usar dinheiro de bancos estatais para reforçar os gastos durante a campanha à reeleição em 2014, um truque orçamentário já aplicado por muitos outros candidatos eleitos no Brasil. A Reuters lembra, porém, que Dilma negou, em seu depoimento, as irregularidades e disse que o processo de impeachment foi destinado "a reverter os ganhos sociais alcançados durante os 13 anos de governo de esquerda e proteger os interesses das elites endinheiradas na maior economia da América Latina".

O jornal The Washington Post também comenta que a advogada Janaina Paschoal, que acusa a presidenta Dilma Rousseff de ter cometido “fraude” em suas práticas contábeis, derramou lágrimas ao pedir desculpas a Dilma por tê-la feito sofrer. O gesto “teatral”, segundo o jornal, foi o ato final de uma luta política que consumiu a maior nação da América Latina desde que o pedido de impeachment foi apresentado na Câmara dos Deputados no ano passado.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Na farsa do Senado só falta o Cunha Na 'assembléia geral' do Senado deste dia 29 de agosto, estarão as mesmas repugnantes presenças que participaram da 'assembléia geral' de 17 de abril.

Antonio Cruz / Agência Brasil

A imprensa internacional exprime com absoluta precisão a verdade que a Globo e a imprensa golpista do Brasil escondem.

No mundo inteiro o impeachment é divulgado pelo que é: um golpe de Estado, um atentado à democracia e à Constituição; uma farsa montada por políticos corruptos para derrubar uma Presidente inocente.

O francês Le Monde avalia em editorial que “se esse não é um golpe de Estado, é no mínimo uma farsa”. Para o inglês The Guardian, “o impeachment de Dilma é tragédia e escândalo”. O argentino Página12, por exemplo, lançou o livro “Golpe no Brasil – genealogia de uma farsa”. O New York Times alerta que estão “tentando tirar a líder do Brasil, mas enfrentam acusações contra si mesmos”.

Uma definição original sobre o golpe fez o comentarista português Miguel Sousa Tavares. Atônito com as cenas dantescas que assistiu, ele chamou a deplorável sessão da Câmara dos Deputados de 17 de abril de 2016 como uma “assembléia geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”.

Naquela “assembléia geral” estavam presentes a Janaína Paschoal e a denúncia comprada a ela pelo PSDB por R$ 45 mil; estava presente o relatório fraudulento elaborado por um cupincha do Cunha; estava também a quase metade dos deputados réus e investigados por corrupção e crimes diversos, inclusive de homicídio; e estavam os neo-canalhas do PSB, alguns canalhas do PDT e todos os canalhas do PSDB, DEM, PTB, PSD, PMDB, PP, PPS.

Apesar de tantas e repugnantes presenças, naquela “assembléia geral” só faltou o essencial: o crime de responsabilidade para aceitar a denúncia e instalar o processo de impeachment da Presidente Dilma. Ainda assim, sob o predomínio do fascismo, a fraude do impeachment foi acolhida e aprovada.

Em 12 de maio o Senado deu seguimento à farsa. Converteu-se, assim, num cenário do crime continuado.

Suas excelências – os senadores e as senadoras golpistas – adotam as devidas cautelas para evitar outra vez o espetáculo escatológico oferecida por sua malta ao mundo em 17 de abril. Eles se esforçam para aparentar recato e serenidade, mas no fundo são uns cínicos que se dissimulam com uma cordialidade apenas aparente. Entre eles, há de se ter maior cuidado com os de fala mansa e controle científico das expressões faciais: são os que fazem o gênero do homicida que crava a faca na vítima olhando-a nos olhos com um sorriso cortês nos lábios.

Essa falsidade toda, contudo, não atenua o crime que estão cometendo, e tampouco retira-lhes a qualidade de integrantes de uma “assembléia geral de bandidos” que, nesta ocasião, não será “comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”.

Na “assembléia geral” do Senado deste dia 29 de agosto, estarão as mesmas repugnantes presenças que participaram da “assembléia geral” de 17 de abril. Outra vez, todavia, a grande ausência será o fundamento legal e constitucional para que os golpistas pudessem julgar, condenar e, sobretudo, cassar a Presidente.

Tão ou mais grave que a inexistência de fundamento para o impeachment, porém, são as duas fraudes grotescas que a defesa da Dilma desmascarou no Senado. A primeira delas, foi a do militante partidário disfarçado de “técnico do TCU” que usou a função pública para forjar um parecer de oposição incriminando a Presidente Dilma.

A segunda fraude desmascarada foi a do outro militante partidário do golpe, o auditor do TCU que também usou o cargo público para participar, com seu comparsa, da redação do parecer incriminador que ele próprio teria de julgar.

As ilegalidades e vícios deste processo são flagrantes. Dariam razão suficiente, segundo o Código de Processo Civil e a Constituição do Brasil, para a completa nulidade do processo e a conseqüente anulação desta farsa que avacalha a imagem do país no mundo.

Dilma é vítima de um julgamento de exceção injusto e de cartas marcadas. Os golpistas não estão conspirando contra a pessoa da Presidente, mas estão atentando contra a democracia, o Estado de Direito e a Constituição.

Na ata da “assembléia geral de bandidos” realizada no dia 29 de agosto de 2016 deverá constar que, no golpe de Estado perpetrado para operar a restauração neoliberal ultraconservadora e reacionária, ecoaram no plenário do Senado, que não estava sendo presidida por Eduardo Cunha, as palavras de Tancredo Neves vocalizadas na madrugada de 2 de abril de 1964: “Canalhas! Canalhas! Canalhas!
”.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Mídia internacional denuncia censura de Temer

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Jornais americanos Washington Post e New York Times publicam reportagens com histórias de torcedores que foram expulsos dos estádios por protestarem contra o presidente interino, Michel Temer, durante os Jogos Olímpicos; NYT fala em "repressão" e destaca que protestos marcam a impopularidade do interino hoje no País, além de citar a denúncia de que o peemedebista pediu R$ 10 milhões para o PMDB, entregue em dinheiro vivo, conforme a delação de Marcelo Odebrecht; o Washington Post usou a palavra "censura" para noticiar a punição contra torcedores que protestavam contra Temer durante as competições 


247 – A punição do governo interino de Michel Temer contra manifestantes que pedem a saída do peemedebista durante os Jogos Olímpicos já chamou a atenção da mídia internacional. Os jornais americanos The New York Times e The Washington Post noticiaram relatos de torcedores expulsos como "repressão" e "censura".

A reportagem do NYT, jornal mais influente do mundo, destaca que protestos durante a Rio 2016 pedindo a saída de Temer marcam a impopularidade do presidente interino atualmente no País, confirmando pesquisas recentes. O texto também cita a denúncia de que o peemedebista pediu R$ 10 milhões para o PMDB, entregue em dinheiro vivo, conforme delação do empresário Marcelo Odebrecht.

Já o texto do Washington Post usou a palavra "censura" – "uma palavra que tem conotações amargas em um país que vivia sob uma ditadura militar 1964-1985", afirma o jornal - para contar relatos de manifestantes que foram expulsos de seus assentos e de estádios pela polícia e pela Força Nacional porque protestavam contra Temer.

sábado, 9 de julho de 2016

O golpe visto de fora

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Emir Sader
No começo da crise, a mídia internacional simplesmente reproduzia o que dizia a imprensa brasileira. Era uma espécie de continuidade da operação de desconstrução da imagem do Brasil de Lula, iniciada com as manifestações de 2013. Por ela, o Brasil deixava de ser o país que combatia radicalmente a fome e a desigualdade para ser o país da corrupção. O país deixava de ter modelo de desenvolvimento econômico com distribuição de renda factível e virtuoso para ser um país inviável economicamente e caótico. 

Comandavam essa operação alguns dos órgãos conservadores de maios peso na formação da opinião pública internacional, entre eles The Economist, Wall Street Journal, El País, Financial Times.

Era preciso destruir a imagem do Brasil como modelo internacionalmente reconhecido de alternativa ao neoliberalismo. A imagem de Lula como o mais importante líder político no combate à fome, como "o cara", deveria ser substituída pela de um líder de um projeto falido e sua imagem esquecida.

A crise, segundo grande parte da mídia internacional, no seu início, era uma continuidade da interpretação dela simplesmente como um estágio final da esgotamento dos governos do PT, corroído por sua própria corrupção. Era a versão da mídia brasileira reproduzida mecanicamente fora do Brasil.

Quando a crise se tornou aguda, os principais meios de comunicação de todo o mundo mandaram seus correspondentes para acompanhar seu desenlace, conforme anunciada pela mídia. Ao chegar, logo se deram conta que se tratava exatamente do contrário: são os corruptos, com Eduardo Cunha e Michel Temer à cabeça, os que tratam de derrubar uma presidenta honesta, que não havia cometido nenhum crime de responsabilidade que permitisse a aplicação do impeachment e que se trata efetivamente de um golpe político dos setores mais conservadores do país, para bloquear um modelo vitorioso quatro vezes nas urnas e cuja imagem é o prestígio vigente do próprio Lula, sobre quem nenhuma acusação de corrupção foi comprovada.

Gerou-se então uma impressionante unanimidade internacional, maior do que em qualquer outro momento, inclusive durante a ditadura militar, de condenação do golpe e de ilegitimidade do governo que surge daí. Mesmos os órgãos mais neoliberais, que se entusiasmam com os planos privatizadores de Henrique Meirelles, se dão conta da fragilidade política do governo e de como ele está composto por um bando dos políticos mais corruptos do Brasil

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Se popularidade de Temer piorar ainda mais nas pesquisas, Dilma volta


virada capa
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Os sinais estão todos aí, só não vê quem não quer. A reportagem que você vai ler a seguir mostra que o governo Michel Temer está se enforcando sozinho e explica porque o jogo político começa a experimentar uma reviravolta surpreendente no Brasil.
Confira:
“O ministro de combate à corrupção do presidente interino do Brasil, Michel Temer, renunciou segunda-feira depois de uma gravação secreta mostrar que ele tentou frustrar arrebatadora investigação de corrupção que gira em torno Petrobras, a empresa nacional de petróleo.
A queda de Fabiano Silveira, cujo título era ministro da transparência, é outro golpe para um governo que parece mancar de um escândalo a outro poucas semanas depois de o Sr. Temer substituir Dilma Rousseff.
Dilma foi suspensa como presidente para enfrentar acusações de manipulação orçamentária em um processo de impeachment.
Um dos principais assessores do Sr. Temer, Romero Jucá, deixou o cargo na semana passada como ministro do Planejamento após outra gravação indicaram que o centrista Partido do Movimento Democrático Brasileiro, ou P.M.D.B., tinha provocado a queda de Dilma para frustrar o inquérito sobre o esquema de corrupção na Petrobras.
Em um ambiente cada vez mais paranoico na capital, Brasília, membros da elite política e empresarial do país estão gravando secretamente um ao outro com o objetivo de reunir o que oferecer em uma delação premiada. Sergio Machado, político que foi executivo-chefe de uma unidade de transporte da Petrobras por mais de uma década, transformou-se em um tesouro para os investigadores, com suas gravações.
Ao fazê-lo, o Sr. Machado, que foi acusado de ajudar a orquestrar o esquema de suborno na Petrobras, está traindo várias figuras políticas graúdas às quais gravou. Incluindo José Sarney, ex-presidente; Renan Calheiros, chefe do Senado; e Sr. Jucá, ex-ministro do Planejamento que continua um senador e presidente da P.M.D.B.
Na última revelação, o Sr. Machado gravou conversa telefônica neste ano envolvendo o Sr. Calheiros e o Sr. Silveira. Na época, o Sr. Silveira integrava o Conselho Nacional de Justiça, um órgão de supervisão do Judiciário do Brasil.
Nessa gravação, que teve partes transmitidos no fim de semana na rede de televisão Globo, o Sr. Silveira foi ouvido aconselhando o Sr. Calheiros sobre como enganar os promotores.
Um porta-voz do Sr. Silveira disse que os comentários foram ‘tirados de contexto’.
O Sr. Calheiros, juntamente com uma série de outros políticos poderosos, está sob investigação sob acusações de que embolsou enormes subornos no esquema Petrobras. Cerca de 40 políticos, magnatas de negócios, estrategistas de campanha e financiadores de campanhas foram presos desde que promotores começaram a investigar o esquema dois anos atrás.
O Sr. Temer tinha resistido a demitir o Sr. Silveira mesmo depois de funcionários do ministério anteriormente chamado de Controladoria Geral ter impedido o Sr. Silveira de entrar no prédio na segunda-feira por conta das investigações. Mas aumentou a pressão sobre o Sr. Silveira durante o dia e ele caiu.
‘É decepcionante que o ministro encarregado da transparência esteja agora sob suspeita de fazer parte de uma operação de encobrimento’, disse Alejandro Salas, o diretor para as Américas da Transparência Internacional, um grupo internacional de combate à corrupção.”
A novidade contida na matéria acima é que não foi escrita por nenhum blog “petista”. Você acaba de ler tradução de reportagem do maior jornal do mundo, o The New York Times, publicada nesta segunda-feira (31/5), conforme mostra imagem abaixo.
Para acessar a matéria original do NYT, clique na imagem abaixo
virada 1

É impressionante como Temer não faz nem questão de disfarçar as suas intenções nefastas. Formou um ministério essencialmente composto de investigados por corrupção e, ó que surpresa, surgem gravações mostrando que eles são mesmo corruptos.
O humorista Gregório Duvivier foi quem melhor definiu esse aspecto impressionante do governo Michel Temer na divertidíssima crônica The ‘House of Soraya, que você pode ler abaixo.
virada 2
“A política nacional tá melhor que “House of Cards”! Quem diz isso nunca viu “House of Cards”. Acho uma falta de respeito com “House of Cards”.
Se fosse uma série, teria reviravoltas. Mas não. Desde o primeiro episódio que tá todo o mundo dizendo que é golpe. Tudo indica que é golpe. Eis que, na quinta temporada, os roteiristas escrevem uma grande revelação: ouvimos o ministro do Planejamento planejando (perceberam a sacada do roteirista?) um golpe. “Óóóóóóó”, grita a plateia, meu deus! “Que surpresa! Por essa não esperávamos!”
Se fosse uma série de qualidade, Temer não teria tanta cara de vilão. Desde “Super Xuxa Contra o Baixo Astral” não se vê um malvado tão caricato –até ACM, o Toninho Malvadeza, achava Temer uma escolha óbvia demais para o papel: “Parece mordomo de filme de terror”. Nem no pior filme de James Bond (“007 contra o Foguete da Morte”, que se passa, não por acaso, no Brasil) se pensou num malvado tão obviamente malvado. Qualquer criança de seis anos quando vê um sujeito pálido com rosto esticado e voz de sarcófago sabe que é “do mal”. “Foi ele, mamãe!”, as crianças gritariam no teatro infantil. “Foi o vampiro que matou!”.
Numa série de respeito, os vilões tentam, pelo menos, fingir que são “do bem”: não escalariam um ministério só com homens, não receberiam o Frota no Ministério da Educação e, sobretudo, não revelariam todo o plano maléfico nem para o melhor amigo.
Esse recurso de roteiro é um truque baixo. Nunca entendi por que o vilão, quando finalmente encurralava o super-herói, perdia tanto tempo explicando o plano para o mocinho, em vez de simplesmente matá-lo –o tempo que levava explicando o plano era o tempo necessário para o herói se livrar das amarras. O áudio de Jucá combinando tirar Dilma, não porque ela está investigada, mas porque ela deixava investigar, parece o capítulo final de “Maria do Bairro”, em que Soraya revela: “Sou eu, Soraya! Sua pior inimiga!”. Sim, todo o mundo já sabia que era você, Soraya. Quer dizer, todo o mundo, menos a Maria do Bairro, claro.
A maioria das pessoas que clamavam pelo impeachment recebeu o áudio de Jucá tal qual Maria do Bairro: com surpresa. Cristovam Buarque disse que estava perplexo, que “não imaginava” nada disso quando votou pelo impeachment. Ih, rapaz, tenho várias coisas pra te contar. Sabe o Clark Kent? Era a verdadeira identidade do Super-Homem. Sim! Por isso eram tão parecidos! Mas não espalha”
A situação está tão feia para os golpistas que a colunista mais tucana do Brasil, Eliane Cantanhêde, do Estadão, pediu arrego. Não se sabe a quem ela se dirigiu, mas escreveu um apelo para que “deem um tempo” para Temer, senão Dilma volta. Um trecho desse apelo “de$intere$$ado” de Cantanhêde pela salvação do governo golpista de Temer dá a medida da confusão mental dessa mulher.
“Tanto quem é a favor quanto quem é contra o afastamento de Dilma tem de ter em mente a responsabilidade coletiva com a história e que só há três saídas para um país mergulhado em tantas crises. Fora disso, não há alternativa, a não ser anarquia. Uma saída é dar uma trégua para Temer governar e a equipe de Henrique Meirelles tentar por a economia em ordem nesses dois anos e meio, para entregar para os eleitores em 2018 um país razoavelmente saneado. Temer não é perfeito e o PMDB tornou-se muito imperfeito, mas ele foi escolhido por Dilma e por Lula e eleito na chapa do mesmo PT que anima os queimadores de pneus, os invasores da Cultura, os que gritam “Fora Temer” e uma turma que mora fora – uns, há tantas décadas, que deveriam estar mais preocupados com o Trump”
A colunista deveria pedir “trégua” a Temer. Ele que pare de nomear bandidos para seu ministério, extinguir políticas públicas e alardear planos “brilhantes” como diminuir a assistência pública de saúde em um país que, de Norte a Sul, clama por mais atendimento médico, não menos.
Contudo, o desespero da colunista do PSDB (agora, peemedebista desde criancinha) mostra que, sim, a militância pela democracia está aproveitando tão bem as oportunidades oferecidas pelos golpistas para serem desmascarados que o jogo está mudando.
O mais importante nesse texto é que Cantanhêde confirma informação que este Blog obteve, de que no Congresso já é senso comum que Dilma vai voltar se Temer continuar sendo trucidado todo santo dia.
O que Cantanhêde não considera é que várias pesquisas dão Temer como mais impopular que Dilma. Inclusive, não para de circular boato de que a petista recuperou aprovação e aumentou muito a rejeição ao impeachment.
Não é à toa que os institutos de pesquisa estão congelados. Não pesquisaram mais nada depois do golpe. A mídia não tem absolutamente nenhuma curiosidade em aferir a (im) popularidade de Temer.
Contudo, apesar de essas Cantanhêdes da vida acharem que podem fazer as pessoas engolirem um governo como esse só por raiva de Dilma, vai ser difícil de mudar esse quadro. A imprensa internacional não acredita na grande imprensa brasileira, tanto que está mandando suas próprias equipes de reportagem para o Brasil para cobrir a crise política.
Nos EUA, por exemplo, há uma legião de blogueiros e vlogueiros importantes e respeitados difundindo os fatos reais sobre o golpe. Um desses jornalistas norte-americanos divulgou por web TV um comentário arrasador para os golpistas. Trata-se do excelente programa Os Jovens Turcos (The Young Turks).
Assista.


como bem relata o apresentador, não é ele quem está achando que houve um golpe no Brasil; a mídia de seu país e as de outras potências do dito “primeiro mundo” já sacaram que o golpe é golpe. Daí que a pressão sobre o Senado não vem só daqui, mas vem “de lá”…
A esta altura, qualquer pesquisa que surgir mostrando a quantas anda a popularidade de Temer e a opinião da opinião pública sobre o impeachment poderá influir fortemente sobre a decisão que o Senado tomará daqui a alguns meses sobre o mandato de Dilma.
Até aqui, os institutos de pesquisa ligados a impérios de comunicação, o Datafolha e o Ibope, abstiveram-se de divulgar pesquisas sobre a popularidade de Temer, de seu governo, de Dilma e do impeachment. Mas será difícil segurar por muito tempo.
A mídia espera que, daqui a pouco, Temer pare de cometer, digamos, temeridades, e de, assim, adiantar a bola para os adversários chutarem, para, só então, ir a campo pesquisar a opinião pública em busca de algum resultado menos ruim para o golpista.
Não é muito provável que isso aconteça. E o que é pior para os golpistas: se o clima que está se formando contra Temer no país mostrar piora de seu governo nas pesquisas, senadores que votaram pelo afastamento de Dilma podem mudar de ideia.
Detalhe: para Dilma recuperar o cargo, só faltam três senadores. Se aqueles que votaram contra seu afastamento mantiverem o voto e mais três votarem contra o golpe, não vai ter golpe. Nesse contexto, dois senadores já avisaram que agora vão votar contra o impeachment.
*
PS: Não sei se precisava dizer, mas é por tudo isso que não estão saindo pesquisas. Mas uma hora vão ter que sair. Senão, os interessados têm que pagar por ao menos uma pesquisa mostrando o que a maioria dos brasileiros está achando da troca de governo que apoiou.

terça-feira, 19 de abril de 2016

NEW YORK TIMES, EM EDITORIAL: FOI GOLPE

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Golpe perdeu força, mas pode reagir; é hora de mobilização

greenwald
 Eduguim
Uma das consultorias mais ouvidas e celebradas por analistas de banco e gestoras de investimentos, a Eurasia Group, rebaixou sua previsão de impeachment de Dilma Rousseff. De acordo com relatório divulgado na terça (5), a consultoria internacional estima que se o impeachment fosse votado hoje pela Câmara dos deputados, seria barrado.
A informação foi divulgada por Christopher Garman, diretor da consultoria internacional de risco político Eurasia. Para Garman, faltam entre 20 e 40 votos para os adversários da presidente Dilma aprovar o processo de impeachment na Câmara.
No relatório, a consultoria afirma que, nos últimos dias, o impeachment perdeu força e ganhou espaço a ideia de haver novas eleições — a Rede, de Marina Silva, e periódicos como a Folha de S.Paulo e a Economist passaram a defender abertamente essa opção.
Outra razão para a menor probabilidade de impeachment, segundo a Eurasia, é que a saída do PMDB do governo motivou a negociação desse governo com partidos que podem ajudar Dilma a ter votos suficientes para evitar seu afastamento.
O nível de abstenção será equivalente ao número de parlamentares que o governo conseguir convencer. Abstenção equivale ao voto favorável. Mais importante que acompanhar os indecisos é acompanhar o número de votos que o movimento pró-impeachment tem convicção que terá. Hoje está de 20 a 40 votos aquém do necessário”, explica Garman.
Para o diretor da Eurasia, porém, novos desdobramentos da Lava Jato e protestos nas ruas definirão o desfecho do pedido de impeachment de Dilma.
Ambos podem impactar a expectativa de que o governo pode sobreviver. O cerne do impeachment se resume a isso. Se existir expectativa de que mais cedo ou mais tarde o governo vai cair, as promessas de novos cargos valem muito menos, porque o benefício de se associar ao governo cai”, explica Garman.
Dessa forma, o lado que conseguir fazer sobressair sua tese – de que o governo será interrompido ou não – tende a ganhar mais votos. A articulação política, tal como no mercado, tem trabalhado em cima de expectativas.
Uma importante arma da ala governista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode ter seu poder de convencimento reforçado caso tome posse na Casa Civil antes da votação em plenário. “A conversa de bastidor que se fala na imprensa é de que o governo seria feito pelo ex-presidente Lula, com uma repactuação, o que daria condições de sobrevida do governo”, afirma o diretor da Eurasia.
Feitos os cálculos, o que se deve ter em mente é que em menos de uma semana poder-se-á definir a continuidade do governo Dilma Rousseff.
A mobilização à esquerda foi muito forte nos últimos dias. O impeachment começou a semana com mais chances do que na semana anterior devido à forte mobilização de intelectuais, advogados, juristas, artistas, movimentos sociais, militância nas redes sociais. Mas, sobretudo, a difusão internacional do que está acontecendo no Brasil concorreu para reduzir as chances do golpe.
Nesse aspecto, na última quarta-feira (6) a Folha de São Paulo publicou uma bomba. O impeachment de Dilma foi duramente criticado pelo celebrado jornalista norte-americano Glenn Greenwald, quem iniciou a divulgação, através do jornal britânico The Guardian, das informações sobre os programas de vigilância global dos Estados Unidos pela NSA, revelados em junho de 2013 através dos documentos fornecidos por Edward Snowden, um ex-administrador de sistemas da CIA que tornou públicos detalhes de programas que constituem o sistema de vigilância global da NSA americana e que está sendo caçado pelo governo norte-americano por isso.
Greenwald, hoje refugiado no Rio de Janeiro, é cofundador do site especializado em reportagens sobre política nacional e externa The Intercept. É vencedor do Prêmio Pulitzer de Jornalismo em 2014 e do Prêmio Esso de 2013. Sua voz tem forte repercussão internacional.
Nesse contexto, trecho inicial de seu artigo na Folha mencionado acima revela como está sendo visto, fora do Brasil – sobretudo nos países desenvolvidos -, o processo que busca tirar Dilma do Poder sem causas justificáveis.
Os três primeiros parágrafos do texto de Greenwald bastam para explicar por que o impeachment perdeu força nos últimos dias.
O fato mais bizarro sobre a crise política no Brasil é também o mais importante: quase todas as figuras políticas de relevância que defendem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff –e aqueles que poderiam assumir o país no caso de um eventual afastamento da mandatária– enfrentam acusações de corrupção bem mais sérias do que as que são dirigidas a ela.
De Michel Temer a Eduardo Cunha, passando pelos tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin, os adversários mais influentes de Dilma estão envolvidos em chocantes escândalos de corrupção que destruiriam a carreira de qualquer um numa democracia minimamente saudável.
Na verdade, a grande ironia desta crise é que enquanto os maiores partidos políticos do país, inclusive o PT, têm envolvimento em casos de corrupção, a presidenta Dilma é um dos poucos atores políticos com argumentos fortes para estar na Presidência da República e que não está diretamente envolvido em casos de enriquecimento pessoal (…)”
A reação progressista ao impeachment que se espalha pelo mundo já preocupa figuras públicas que têm apreço pela própria biografia. Juristas, artistas, intelectuais, movimentos sociais, pensadores de todas as partes não querem se confundir ou ser acusados de leniência com o que parece, cheira e soa como um golpe praticamente desabrido, de tão fácil de diagnosticar.
Porém, o cálculo político imediatista, a ânsia pelo Poder e uma maioria de políticos que não está nem aí para “essa coisa de biografia” ainda são os fatores determinantes do destino do governo Dilma.
Nesse aspecto, só a continuidade inabalável do combate decidido que a esquerda começou a dar ao golpismo da direita político-jurídico-midiática pode manter o golpe onde está, ou seja, barrado. No dia da votação do golpe na Câmara, os fascistas estarão nas ruas para pressionar os deputados. Se a esquerda não se fizer presente, o golpe será consumado.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Teoria do garoto da Veja vira piada para jornalista do LA Times

Teoria do garoto da Veja vira piada para jornalista do LA Times

 
O garoto do site da Veja, Rodrigo Constantino deve ter deixado muita gente constrangida na editora. Após surfar pela rede, acreditou ter descoberto o ouro e disparou em sua coluna o texto “O logo vermelho da Copa”, em que pergunta ao leitor se “é paranoia ficar esquentando com esse 2014 em vermelho?" (ops) e continua "um leitor vai além, e diz que logo abaixo do número temos claramente a letra L em amarelo, referência ao ex-presidente Lula”.

Leia também: Alceu Valença desmente presença no jantar de apoio a Aécio Neves.
O próprio colunista reconhece que o "amarelo L" é demais (ainda bem), mas não recua em suas considerações quanto 2014 vermelho. “Propaganda subliminar? Provavelmente. Funciona? Deixo a resposta com os especialistas do ramo. Aqui, apenas desabafo, mostrando minha indignação com esse logo que pula diante de meus olhos a todo momento, com esse vermelho gritante e destoante que marca o ano eleitoral em que estamos. Não deveria ser… azul?" (podemos rir?).

E não é que o corresponde do LA Times aqui no Brasil, Vincent Bevins leu a pérola e resolveu mostrar sua perplexidade diante de tal “teoria da conspiração” do garoto Veja!. “Oh Lord. Brazil columnist arguing the red “2014” in World Cup logo is obvious socialist propaganda MT” (Oh Deus, colunista brasileiro defendendo que o vermelho 2014 na logo da Copa do Mundo é obviamente uma propaganda socialista). Ele ainda compartilhou os risos que arrancou de um de seus seguidores e também a sugestão de outro, para que Constantino verificasse o contrato junto com a agência que criou a arte.

Pelo visto, a má impressão que ficará para a imprensa estrangeira é da duvidosa linha editorial de alguns periódicos brasileiros. Então #ficaadica (link is external). Após surfar na internet, vale pesquisar um pouco mais sobre o tema.



MAIS UMA:

ESSA ANTA DO DIOGO MAIMERDA, DIGO, MAINARDI , NÃO SE CANSA DE APANHAR, PARECE MULHER DE MALANDRO. MAS, QUEM É ESSE BUNDINHA ?



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Presidenta, a SIP é um ninho de Golpes.

Nada justifica a participação da presidenta Dilma Rousseff na 68ª Assembleia Geral!
            
O Conversa Afida reproduz artigo do Miro sobre a instituição que anuncia uma visita da Presidenta Dilma Rousseff:

SIP é um antro da mídia golpista

Por Altamiro Borges

O texto “Dilma irá ao antro midiático da SIP?” gerou certa polêmica. Alguns amigos argumentaram que, como presidenta da República, ela não teria como se ausentar de um fórum de empresários da mídia do continente. Uma atitude deste tipo seria encarada como um “desrespeito à liberdade de expressão”. Os mais otimistas chegaram a dizer que até seria positiva a sua participação na 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa, que ocorrerá em outubro na capital paulista, para “dizer umas verdades”.

Respeito os argumentos, mas discordo. A SIP não é uma entidade empresarial, mas sim um antro golpista. Na semana retrasada, a própria presidenta Dilma arrumou uma desculpa para não participar de um evento do Grupo Abril, após saber de uma reportagem asquerosa da Veja contra o ex-presidente Lula [vale insistir: cadê a entrevista com o Marcos Valério?]. No caso da SIP, não há diferença nas ações asquerosas. Não precisa nem inventar desculpa. Exponho abaixo um pouco da sinistra história desta entidade “empresarial”.

Jules Dubois, o homem da CIA

A Sociedade Interamericana de Imprensa não tem nada a ver com liberdade de expressão e, muito menos, com democracia. Ela reúne os barões da mídia do continente que apoiaram golpes militares e sustentaram ditaduras sanguinárias – alguns destes grupos, como a Globo e o Clarín, inclusive construíram seus impérios neste período com as mãos sujas de sangue. Com a redemocratização na região, estes mesmos barões da mídia foram os difusores do receituário neoliberal de desmonte de estado, da nação e do trabalho.

Sediada em Miami, a SIP defende os interesses das megacorporações capitalistas e as políticas imperiais dos EUA. Ela até tenta se travestir de “independente”, mas a sua direção sempre foi hegemonizada pelos empresários mais ricos e reacionários do continente.  Num estudo intitulado “Os amos da SIP”, o jornalista Yaifred Ron ainda apresenta inúmeros documentos que comprovam os vínculos da entidade com a central de “inteligência” dos EUA, a famigerada CIA.

A SIP foi fundada em 1943 numa conferência em Havana, durante a ditadura de Fulgencio Batista. Num primeiro momento, devido à aliança contra o nazi-fascimo, ela ainda reuniu alguns veículos progressistas. Mas isto durou pouco tempo. Com a onda macartista nos EUA, ela foi tomada de assalto pela CIA. Em 1950, na conferência de Quito, dois serviçais da agência, Joshua Powers e Jules Dubois, passam a dirigir a entidade. Dubois comandou a SIP por 15 anos e tem seu nome gravado no edifício da entidade em Miami.

Desestabilizar governos progressistas

Neste período, a SIP se tornou um instrumento da CIA para desestabilizar os governos progressistas da América Latina. Para isso, os estatutos foram adulterados, garantindo maioria às publicações empresariais dos EUA; a sede foi deslocada para os EUA; e as vozes críticas foram alijadas. “Em resumo, eles destruíram a SIP como entidade independente, transformado-a num aparato político a serviço dos objetivos internacionais dos EUA”, afirma Yaifred.

Na década de 50, ela fez oposição ao governo nacionalista de Juan Perón e elegeu o ditador nicaragüense Anastácio Somoza como “anjo tutelar da liberdade de pensamento”. Nos anos 60, seu alvo foi a revolução cubana; nos anos 70, ela bombardeou o governo de Salvador Allende, preparando o clima para o golpe no Chile. “A ligação dos donos da grande imprensa com regimes ditatoriais latino-americanos tem sido suficientemente documentada e citada em várias ocasiões para demonstrar que as preocupações da SIP não se dirigem a defesa da liberdade, mas sim à preservação dos interesses empresariais e oligárquicos”.

Contra a regulação da mídia

Na fase mais recente, a SIP foi cúmplice do golpe midiático na Venezuela, em abril de 2002, difundido todas as mentiras contra o governo democrático de Hugo Chávez. Este não vacilou e considerou os seus representantes como personas non gratas no país. Ela também tem feito ataques sistemáticos aos governos de Evo Morales, Rafael Correa e Cristina Kirchner. Atualmente, o maior temor da SIP decorre das mudanças legislativas que objetivam democratizar os meios de comunicação na América Latina.

Qualquer iniciativa que vise regulamentar o setor e diminuir o poder dos monopólios é taxada de “atentado à liberdade de expressão”. Como aponta Yaifred, o maior esforço da entidade na atualidade é “para frear as ações governamentais que favoreçam a democratização da mídia”. A 68ª Assembleia Geral deverá, apenas, ratificar esta linha golpista. Ou seja: nada justifica a participação da presidenta Dilma Rousseff!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Escândalo Demóstenes-Cachoeira expõe Brasil como país de otários

Venho de uma maratona de três dias com a filha caçula (13 anos) na UTI de um hospital. Fui “rendido” na vigília ao lado dela por um acompanhante substituto e temporário – ficará com menina até à noite para que eu possa, por algumas horas, finalmente desfrutar do luxo de uma cama após três noites dormindo em uma poltrona.
Esta irrequieta veia de blogueiro, no entanto, não me deixa pegar no sono. Vim caminhando do hospital até em casa – são só quatro quadras – já fuçando a internet pelo celular e perguntando nas redes sociais quais eram as últimas sobre o caso Demóstenes-Cachoeira, que pôs o país perplexo ao desnudar alguns fatos que parecem oriundos de uma ficção policial ou de espionagem.
Amigos daquelas redes me mostraram que Hollywood não faria melhor. Primeiramente, descubro que não preciso mais da imprensa porque foi só de ontem para hoje que jornais como Folha de São Paulo e O Globo deram uma notícia da qual eu tomara conhecimento há quase uma semana: o governador de Goiás, Marconi Perillo, está envolvido no escândalo em tela.
Diálogos de assessores diretos do governador com o bicheiro Carlinhos Cachoeira que este blog e ao menos outros dois publicaram no meio da tarde do dia 29 último – portanto, há seis dias – através da reprodução do inquérito da Justiça sobre a Operação Monte Carlo já davam, então, acesso ao material que aqueles jornais parecem só ter notado na terça-feira (3) e que só realçaram em suas páginas na quarta (4).
Ainda não chegou à grande mídia outra notícia estupefaciente (venho querendo usar o adjetivo há dias, porque me surgiu do nada na cabeça). A maior revista semanal do país, a qual ganhou fama por publicar escândalos políticos, empreendeu uma epopéia denuncista contra um só lado do espectro político ao longo da década passada valendo-se de relações permanentes e profundas com uma quadrilha que se encontra (quase) toda presa.
Um jornalista e blogueiro de renome publica, em primeira mão, que a publicação que se relaciona com bandidos manteve centenas de ligações telefônicas com eles sem jamais ter notado que enquanto eles lhe forneciam informações sobre políticos aos quais essa publicação se opõe escancaradamente, cometiam graves crimes. Tão graves que foram flagrados pela Polícia Federal.
Em seguida, o mesmo jornalista divulga uma extensa lista de matérias de capa que a tal revista semanal publicou contra o governo do país e informa que todas elas derivaram de informações daquela quadrilha que está vendo o sol nascer quadrado em uma penitenciária de segurança máxima.
Enquanto isso, a mesma revista e outros grandes veículos tão distraídos que até agora não descobriram nada disso, tentam, desesperadamente, achar algum membro do partido do governo federal ou de algum partido aliado para envolver em um escândalo que mostra que o segundo maior partido de oposição não passa de um ajuntamento de criminosos que vai sendo flagrado ano após ano, obrigando esse “partido” a uma teatralização de “surpresa” com os crimes de mais um membro até então emérito.
Essa grande imprensa que se especializou em divulgar escândalos valendo-se de informações miraculosamente levantadas contra o governo federal não foi capaz de ver o que acontecia na oposição – ainda que, até 2003, vivesse descobrindo escândalos do partido que, então, era oposição e que, hoje, ocupa o Poder.
Ainda estou caminhando entre o hospital e a minha residência quando um amigo argentino, que também é jornalista, liga-me no celular e pergunta se é verdade que a tal revista publicou todas aquelas matérias contra o governo usando informações da quadrilha de Goiás, e revela que a imprensa internacional só espera a confirmação dessas informações para divulgá-las.
Para a nossa imprensa seria mais fácil. Os relatórios da Polícia Federal e o próprio inquérito que está na Justiça sobre a operação Monte Carlo permitem comprovar tudo. Porém, a imprensa brasileira fatalmente será furada pela estrangeira, pois as provas contra a tal revista são escandalosas.
Quando a imprensa internacional começar a discutir esse assunto, o mundo saberá que as instituições se mobilizaram para investigar denúncias que aquela revista publicou e que se originaram de uma quadrilha de criminosos (!) com a qual a tal publicação mantinha estreita relação. Também saberá que tais denúncias consumiram recursos públicos e nenhuma foi comprovada.
Detalhe: refiro-me às denúncias contra o governo federal que a revista fez baseada em informações da quadrilha que está no xilindró e que, nos grampos da Polícia Federal, os bandidos dizem que foram “todas” fornecidas por eles mesmos.
O que o mundo dirá do Brasil? O que você diria de um país que coloca polícia, toda a grande imprensa, a Procuradoria da República e até o Judiciário para correrem atrás de denúncias feitas por bandidos de forma a distraírem essas autoridades das próprias atividades criminosas? Você, leitor, não sei, mas eu diria que é um país de otários.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Enquanto a imprensa brasileira fala de passaporte,


 Lula é manchete nos principais jornais do mundo


Ecoou  na África foi o puxão de orelhas que Lula deu  nos sindicalistas que querem mudar a regra do salário mínimo por oportunismo político.  Na agência de notícias   Associated Press , postado por "New York Times" e outros, "Herói da classe trabalhadora Lula diz que capitalismo morreu". A longa matéria, descreve Lula como "ícone dos oprimidos" e diz que justificou com a crise financeira ao apontar a morte do capitalismo, para a "multidão que aplaudia". Na manchete  da Bloomberg , "Africa precisa de revolução verde para amortecer preço dos alimentos, diz Lula", e da espanhola Efe , "Lula retorna à cena internacional para pedir mudanças". Mais FrancePresse , a indiana IANS etc.


Enquanto isso, aqui no Brasil...

O destaque da Folha do PSDB é:O, filho mais velho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda não devolveu o passaporte diplomático que ganhou do Itamaraty 

Amigos do  Presidente Lula