Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Serra tira foto de churrasquinho na laje
Serra é o candidato que mais respeita a lei: a lei de Murphy. Tudo o que ele anda fazendo dá errado. Foi a Elba Ramalho “fake”, a favela cenográfica, a edição do vídeo “como você” (que virou hit na internet segundo o UOL) e agora – preste atenção – o churrasquinho fotográfico.
Reparem só na foto em que o Tucano aponta uma máquina fotográfica para aqueles “estranhos” objetos que estão na grelha. Que original. “Como é estranha esta gente pobre que come carne assim, genérica. O que será isso? Vou fotografar para verem o esforço que fiz pelo Brasil.”
Enquanto isso, no mundo de verdade, Dilma foi gravar cenas para seu programa em Heliópolis, a maior favela de São Paulo. Falou com moradores e ouviu suas reclamações, mostrando para Serra como é que se faz política: Na rua, não em um estúdio de televisão. Falando com as pessoas, não figurando em um preconceituoso pagode na laje forjado pelos marqueteiros.
Vale lembrar que Serra esteve na mesma Heliópolis na primeira semana desse mês, onde ouviu um coro de crianças gritarem Lula ao invés de seu nome, mesmo sob o comando de um correligionário. Deve ter sido por isso que optou pela favela de mentira. Na de verdade, seria ignorado ou até escorraçado.
Gaspari exige que Serra se salve do "galope em direção ao nada"
O jornalista Elio Gaspari, colunista da Folha de S.Paulo e de O Globo, deixou claro que não está nada satisfeito com os rumos da campanha presidencial de José Serra (PSDB). No artigo “O modelo ‘Serra Palin’ emborcou”, publicado nesta quarta-feira (18), Gaspari dispara críticas — como é de seu hábito — ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à candidata Dilma Rousseff e ao que chama de “aparelho petista”. Mas a decepção com Serra é que dá o tom de sua impaciência.
Por André Cintra
“Enquanto John McCain, candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, tirou da cartola Sarah Palin, uma governadora do Alaska, desconhecida, feroz e simpática, o candidato tucano, que o país conhece há décadas, apresentou-se como algo que nunca foi. Pior: pelo que se suspeita, apresenta-se como algo de que o eleitorado não precisa”, choraminga Gaspari.
O pretexto para seus petardos é a vantagem aberta por Dilma sobre Serra nas intenções de voto detectadas pelos principais institutos de pesquisa — Ibope, Datafolha e Vox Populi. Na opinião do colunista da Folha e do Globo, a mudança de tática do presidenciável tucano culminou na derrocada.
“Serra lançou-se candidato com um discurso de unidade nacional, por um Brasil que ‘pode mais’, apimentado com um toque moralista (‘meu governo nunca cultivou roubalheira’). Em poucos dias arquivou a proposta de unidade e serviu a pimenta”, escreve Gaspari — que faz questão de isentar até os marqueteiros da campanha, cobrando Serra diretamente: “Os desastres raramente derivam de estratégias ou astúcias da marquetagem. O fator decisivo, por incrível que possa parecer, sempre sai da essência da candidatura”.
Gaspari se invocou ainda mais com a artimanha barata da campanha Serra de chamar o candidato de “Zé” na propaganda eleitoral da TV. Nas páginas dos jornais da grande mídia que mais lhe apoiam, o tucano toma a reprimenda: “Tentando ser o que nunca foi, (Serra) deixou de informar quem pretende ser como presidente da República. O coroamento desse galope em direção ao nada poderá se cristalizar numa tentativa de metamorfose num hipotético ‘Zé’, eco aziago da transformação de Alckmin no ‘Geraldo’ da campanha de 2006.”
Todos os erros de um lado só
O artigo mostra o óbvio: a campanha Serra falhou ao subestimar a transferência de votos de Lula para Dilma. “É verdade que os 78% de popularidade de Nosso Guia lhe permitem esse luxo, mas esse dado está na equação política nacional desde o final do ano passado, quando ele atravessou a crise financeira com leves escoriações.”
Num dos trechos mais salientes do artigo, o colunista apela à metafísica para intuir que os ventos da sorte podem passar de uma campanha para outra — de Dilma para Serra. “Afinal de contas”, teoriza Gaspari, “não se pode supor que, numa campanha eleitoral, só um dos lados cometa todos os erros durante todo o tempo”.
A conclusão do texto mostra que o colunista tem realmente a pretensão de ditar os novos rumos da campanha demo-tucana. “Em março, ao deixar o governo de São Paulo, Serra lembrou-se de Guimarães Rosa: ‘Mestre não é quem ensina, mestre é quem, de repente, aprende’”. Se aliados e marqueteiros da campanha não conseguiram colocar Serra nos trilhos, Gaspari conseguirá?
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SARA PALIN
Justiça colombiana suspende acordo militar com Estados Unidos
Fonte: Estadão
A Corte Constitucional da Colômbia suspendeu nesta quarta-feira, 17, a vigência de um acordo militar firmado com os Estados Unidos e o devolveu à presidência para que ele seja aprovado no Congresso.
Em outubro de 2009, Bogotá e Washington firmaram um polêmico acordo que permitia o acesso de militares americanos a sete bases colombianos por dez anos para realizar operações contra o narcotráfico e o terrorismo. O trato enfureceu vários governos de esquerda da região.
“A Corte Constitucional da República da Colômbia, administrando justiça em nome do povo e por mandato da Constituição, decidi remeter ao presidente o denominado acordo complementar para a cooperação e assistência técnica em defesa e segurança entre os governos da Colômbia e dos EUA”, afirmou a decisão.
Para o tribunal, o acordo não pode entrar em vigência até que o trâmite de aprovação parlamentar seja concluído.
Os Estados Unidos é o principal aliado da Colômbia na luta contra o narcotráfico e os grupos armados ilegais vinculados com essa atividade e desde o ano 2000 enviou a Bogotá mais de US$ 6 bilhões.
A Colômbia, maior produtor mundial de cocaína, ignorou a recomendação de um alto tribunal antes de firmar o acordo. A corte sugeriu que o convênio fosse submetido à aprovação do Congresso e a um controle de legalidade da Corte Constitucional.
De acordo com a decisão de hoje, o novo governo do presidente Juan Manuel Santos, que tem maioria no Congresso, pode enviar o acordo para ser aprovado na instituição.
Lula afirma que Serra não tem discurso para a campanha
verdadeiros como nota de 3
RECIFE (Reuters) - Em visita à cidade pernambucana de Petrolina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que o candidato à Presidência José Serra (PSDB) terá dificuldades para afinar um discurso na disputa eleitoral.
"Às vezes, ele (Serra) fica tentando dizer coisas na área da Saúde. Ele fala, fala, mas essas pessoas esquecem que, para se vingar de mim, acabaram com a CPMF. Tiraram por pura vingança", afirmou Lula em entrevista a rádios locais.
Lula disse ainda que, para disputar a Presidência da República, é preciso "colocar o pé no barro". "Só no gogó, não dá. Tem que colocar o pé no barro. Esse Brasil não é a avenida Paulista. Isso eu sei que incomoda", alfinetou.
Durante o mês de agosto, o candidato tucano concentrou sua agenda no Estado de São Paulo, com aparições em diversos pontos da cidade, como os bairros da Liberdade, do Grajaú e na favela de Heliópolis, além de uma passagem pela cidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
O presidente Lula também disparou contra seu antecessor, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), acusando-o de privilegiar apenas correligionários durante seus dois mandatos.
"Pergunte ao governo de São Paulo, ao governo do Rio Grande do Sul. Eu desafio. Coloquei muito mais dinheiro nos governos Serra e Alckmin do que o Fernando Henrique Cardoso, (isso) porque a minha relação não é entre partidos políticos, é de governabilidade e respeito com o povo brasileiro", afirmou Lula.
Lula esteve em Pernambuco para inspecionar as obras atrasadas da ferrovia Transnordestina. Após conceder entrevista coletiva a emissoras de rádio, o presidente seguiu para Salgueiro, também no interior do Estado, onde irá inaugurar a fábrica de dormentes que irá abastecer as obras da ferrovia.
(Reportagem de Bruna Serra)
REUTERS
O que a Oposição deve fazer com o Horário Eleitoral Gratuito
Não é fácil chegar ao Horário Eleitoral amargando 16 pontos atrás da líder (Vox Populi). Pior: sabendo que Dilma tem mais de 54% dos votos válidos, enquanto a soma de todos os outros, consequentemente, não chega a 46%.
O programa de Serra foi muito bom. Contato direto com o povo, falando direto pra câmera razoavelmente bem, batendo com insistência na sua principal tecla, a da saúde, jingle bom, bem criativo na utilização do nome de Lula. Melhor à noite do que de dia.
O programa de Dilma foi melhor, claro. Passou muito bem o sentimento de Brasil, passou grandiosidade, um país melhor de se viver, a continuidade de Lula. Apresentou Dilma não apenas herdeira de Lula, mas como sua principal parceira na condução do governo. Emocionou, mostrou números, mas cometeu um pecado: excesso de efeitos visuais. É bom mostrar um Brasil grandioso, mas é bom também botar o pé no chão. O pobre, como diz Joãozinho Trinta, gosta de luxo. Mas não gosta de firulas. Preferi o programa diurno.
O programa de Marina, é preciso que se diga Uma Verdade Inconveniente, estava horroroso. Nem Al Gore faria pior.
Para a Oposição, de um modo geral, só existe um jeito de ter sucesso no Horário Eleitoral: tirar Lula da História.
Os outros
É muito emocionante ver o Plínio de Arruda Sampaio, 80 anos, firme na luta.
Também sempre me emociono ouvindo a Internacional. Lembro daquele Congresso da CUT em São Bernardo, acho que no estúdio da Vera Cruz, 5 mil trabalhadores, num frio danado, alguns de sandália havaiana, enrolados em cobertores, cantando em alto e bom som.
Já o Ei, ei, mael, esse é o Enéas dos novos tempos. Congresso da CUT em São Bernardo, acho que no estúdio da Vera Cruz, 5 mil trabalhadores, num frio danado, alguns de sandália havaiana, enrolados em cobertores, cantando em alto e bom som.
Já o Ei, ei, mael, esse é o Enéas dos novos tempos.
Os comitês fantasmas de Serra
A nova onda de boatos contra José serra vem, desta vez, do Estadão. O “esquerdista” matutino paulista anuncia que Serra não consegue sequer abrir comitês no Rio, Minas e Brasília e, os poucos que existem, estão às moscas, sem material para distribuir, nem gente que o queira.
No Rio, o comitê chique de Serra, no Leblon lotou no dia da inauguração. E só. Agora, segundo o Estadão, está deserto e abandonado. O outro comitê carioca de Serra de que se tem notícia, em Campo Grande, nem no dia da inauguração, com a presença do próprio candidato e do ex-Gabeira, chegou a lotar o salão.
Em Minas, com seus 853 municípios, são apenas três comitês de Serra e o comitê de Brasília, que seria o QG serrista com os aliados, as obras de instalação foram abandonadas.
Mas, claro, isso deve ser boato.
Como é boato que Serra, para combater a presença de Lula na TV, vá chamar para seu programa de TV o ex-presidente Fernando Henrique.
Debate revela que Serra acusou o golpe
Brizola Neto
Diante dos problemas técnicos que tivemos seria perda de tempo tratar o debate online do UOL , bloco a bloco, como comecei a fazer.Vou tentar postar à noite um compacto para quem não teve oportunidade de ver, como eu, que tive de ver parte em vídeo. Portanto, vou tentar “amarrar” o que foi possível concluir das discussões travadas.
E o que ficou mais claro é que Serra acusou o golpe das pesquisas que apontam uma provável vitória de Dilma no primeiro turno.
A cautela que vinha adotando até agora para não parecer oposição foi deixada de lado, e Serra, visivelmente nervoso, partiu para o ataque de forma agressiva, o que foi percebido por quem ouviu e participou do programa. Os jornalistas que cobriram o evento o questionaram sobre isso, mas Serra recusou ter elevado o tom, considerando sua participação normal.
Sua alteração foi tão evidente, que ele voltou a ser perguntado sobre isso em evento na Fundação Abrinq, horas mais tarde, e recorreu à ironia para não passar recibo: “Eu continuo sendo gentil como sempre”, disse o tucano, que sinalizou a postura que deve adotar a partir de agora.
Serra vê a eleição ir para o brejo, é cada vez mais abandonado pelos correligionários e pode partir para o tudo ou nada. Para quem diz que se preparou a vida toda para ser presidente, Serra sabe que essa é a sua última chance e que, do jeito que vai, não tem nem segundo turno.
O problema de Serra é que ele é um candidato velho diante de uma país novo. Velho não na idade, mas na maneira de fazer política e de não enxergar as mudanças pelas quais o país passou. De não entender que o Brasil se tornou tão grande que não pode se curvar sem ficar deformado. Sua derrota iminente mudará o eixo político da oposição, que tende a sair bem combalida das eleições.
Dilma teve uma boa atuação. Não se abalou com a agressividade de Serra, sequer olhou para ele, e soube usar o seu principal trunfo, o apoio de Lula e o orgulho de ter participado do atual governo, a seu favor. Sobre as provocações de Serra de que olha demais pelo “retrovisor”, contextualizou política e historicamente sua atitude, tocando ainda que indiretamente na vergonha que o tucano tem de ver o rosto de Fernando Henrique Cardoso no banco de trás de sua candidatura.
“Essa história de que não dá para olhar para o retrovisor é um perigo enorme para um País que tem a história que nós temos. Temos uma história de ditadura e temos de olhar para ela para valorizar a democracia. Temos uma história de baixo crescimento e, por isso, valorizamos o alto crescimento. Temos uma história de desigualdade de renda vergonhosa. Por isso, temos de perseguir a erradicação da pobreza. Quem não tem história e passado, não tem presente nem futuro. Temos de aprender com o que fizemos” , disse Dilma em entrevista após o debate, segund o Estadão.
Sobre os ataques de Serra ao governo, sempre pontuais e sem implicação nos bons resultados obtidos, foi a vez de Dilma ser irônica: “Eu acho interessante o pessoal que fala mal do governo Lula e coloca, na primeira estrofe do seu jingle, o nome do presidente Lula.”
No geral, Dilma se saiu bem no debate e respondeu a todas as perguntas dos jornalistas na entrevista coletiva. Serra repetiu sua agressividade com alguns jornalistas, como detalha o Estadão, e encerrou a entrevista ao ser perguntado sobre a favela cenográfica que utilizou em seu primeiro programa de TV. Sem responder, naturalmente.
Quanto à participação de Marina Silva, revela duas coisas. A primeira que ela percebeu que se identificar com Serra ao atacar Dilma é um dos fatores que faz com que sua candidatura não avance. Serra é um espanta-voto.
A segunda é de que ela percebeu que se abriu um espaço para ela no campo conservador e está disposta a ocupá-lo.
Diante dos problemas técnicos que tivemos seria perda de tempo tratar o debate online do UOL , bloco a bloco, como comecei a fazer.Vou tentar postar à noite um compacto para quem não teve oportunidade de ver, como eu, que tive de ver parte em vídeo. Portanto, vou tentar “amarrar” o que foi possível concluir das discussões travadas.
E o que ficou mais claro é que Serra acusou o golpe das pesquisas que apontam uma provável vitória de Dilma no primeiro turno.
A cautela que vinha adotando até agora para não parecer oposição foi deixada de lado, e Serra, visivelmente nervoso, partiu para o ataque de forma agressiva, o que foi percebido por quem ouviu e participou do programa. Os jornalistas que cobriram o evento o questionaram sobre isso, mas Serra recusou ter elevado o tom, considerando sua participação normal.
Sua alteração foi tão evidente, que ele voltou a ser perguntado sobre isso em evento na Fundação Abrinq, horas mais tarde, e recorreu à ironia para não passar recibo: “Eu continuo sendo gentil como sempre”, disse o tucano, que sinalizou a postura que deve adotar a partir de agora.
Serra vê a eleição ir para o brejo, é cada vez mais abandonado pelos correligionários e pode partir para o tudo ou nada. Para quem diz que se preparou a vida toda para ser presidente, Serra sabe que essa é a sua última chance e que, do jeito que vai, não tem nem segundo turno.
O problema de Serra é que ele é um candidato velho diante de uma país novo. Velho não na idade, mas na maneira de fazer política e de não enxergar as mudanças pelas quais o país passou. De não entender que o Brasil se tornou tão grande que não pode se curvar sem ficar deformado. Sua derrota iminente mudará o eixo político da oposição, que tende a sair bem combalida das eleições.
Dilma teve uma boa atuação. Não se abalou com a agressividade de Serra, sequer olhou para ele, e soube usar o seu principal trunfo, o apoio de Lula e o orgulho de ter participado do atual governo, a seu favor. Sobre as provocações de Serra de que olha demais pelo “retrovisor”, contextualizou política e historicamente sua atitude, tocando ainda que indiretamente na vergonha que o tucano tem de ver o rosto de Fernando Henrique Cardoso no banco de trás de sua candidatura.
“Essa história de que não dá para olhar para o retrovisor é um perigo enorme para um País que tem a história que nós temos. Temos uma história de ditadura e temos de olhar para ela para valorizar a democracia. Temos uma história de baixo crescimento e, por isso, valorizamos o alto crescimento. Temos uma história de desigualdade de renda vergonhosa. Por isso, temos de perseguir a erradicação da pobreza. Quem não tem história e passado, não tem presente nem futuro. Temos de aprender com o que fizemos” , disse Dilma em entrevista após o debate, segund o Estadão.
Sobre os ataques de Serra ao governo, sempre pontuais e sem implicação nos bons resultados obtidos, foi a vez de Dilma ser irônica: “Eu acho interessante o pessoal que fala mal do governo Lula e coloca, na primeira estrofe do seu jingle, o nome do presidente Lula.”
No geral, Dilma se saiu bem no debate e respondeu a todas as perguntas dos jornalistas na entrevista coletiva. Serra repetiu sua agressividade com alguns jornalistas, como detalha o Estadão, e encerrou a entrevista ao ser perguntado sobre a favela cenográfica que utilizou em seu primeiro programa de TV. Sem responder, naturalmente.
Quanto à participação de Marina Silva, revela duas coisas. A primeira que ela percebeu que se identificar com Serra ao atacar Dilma é um dos fatores que faz com que sua candidatura não avance. Serra é um espanta-voto.
A segunda é de que ela percebeu que se abriu um espaço para ela no campo conservador e está disposta a ocupá-lo.
Serra vestiu a carapuça de oposição e do retrocesso ao governo FHC
No debate no UOL, transmitido pela internet, José Serra (PSDB/SP) finalmente retirou a pele de cordeiro e mostrou explicitamente seu rabo e dentes de lobo da oposição e herdeiro de FHC.
Nos principais embates entre Dilma e Serra, o tucano saiu chamuscado. Só não foi à nocaute, porque foi salvo pelo gongo (o tempo limite das respostas).
O principal ponto foi quanto mentiu, ao dizer que o DEM não entrou em processo no Supremo para acabar com o ProUni. Não há como negar o fato, pois o processo está registrado no STF. Não fosse o demo-tucano um queridinho da imprensa, sua desconstrução seria fatal em uma campanha eleitoral.
Outro momento emblemático foi a tentativa de Serra criticar a carga tributária. Dilma deu exemplo de como o governo Lula reduziu impostos federais para a indústria e para incentivar o consumo, para gerar empregos, sobretudo durante a crise, e como Serra agiu na contramão, implementando a substituição tributária em plena crise.
O assunto não é popular, mas tem uma precisão cirúrgica para milhões de comerciantes, microempresários e produtores, pois o então governador Serra foi um carrasco, retirando capital de giro das empresas, justamente no momento em que bancos privados negavam crédito. Não fosse a ação firme do governo Lula com os bancos públicos, e com o incentivo ao consumo, muitas destas empresas teriam quebrado, se dependesse de Serra.
O demo-tucano, ao tentar atacar, com munição antiga do passado, caiu na armadilha de defender o governo FHC. Ao tentar criticar o PT por ter feito oposição ao governo FHC, acabou por se identificar como herdeiro político daquela corrente política.
Até nos momentos "Arthur Virgílio" de Serra, quando o demo-tucano tentou fazer oposição raivosa, tentando requentar assuntos esgotados como o antigo mensalão, não surtiu nenhum efeito contra Dilma, que nada teve a ver com aquele escândalo, porém respingou no próprio demo-tucano, se enrolando para defender Roberto Jefferson e para defender suas alianças com a turma do mensalão do DEM.
Marina reposicionou sua postura, procurando sair da imagem de linha auxiliar da candidatura Serra.
Percebeu que Serra está perdendo votos, e só Dilma está ganhando os votos de Serra. Resolveu dirigir suas baterias contra o demo-tucano, para ver se captura alguns votos que ele está perdendo, ao ser identificado como oposição ao governo Lula.
Marina chegou a criticar a favela cenográfica no programa de Serra na TV, e perguntou por que, em 20 anos de governo do PSDB em São Paulo, não há nenhum exemplo a ser transformado em política pública para ser replicada no Brasil.
Com todas as limitações de um debate, que corta e trava o aprofundamento das discussões, Dilma saiu-se vitoriosa, porque conseguiu estabelecer uma relação de propostas propositivas com Marina, enquanto o alvo dos ataques das duas foi Serra. Dilma também marcou boa presença, sem momentos de nervosismo apresentado no início do debate da Band. Transpareceu, como sempre, firmeza, honestidade nas respostas, e confiança.
Marina também também melhorou seu desempenho em relação ao debate da Band, ao ser mais direta, e demarcar melhor suas posições.
Já Serra foi o grande derrotado. Perdeu para Dilma e para Marina. Deixou perguntas do público e de jornalistas sem respostas, porque quando os assuntos que lhe desagradavam, dava respostas que nada tinha a ver com a pergunta. Quando pressionado, como no caso dos pedágios, ou da sua amizade e apoio de Roberto Jefferson e da turma do mensalão do DEM, em vez de apresentar respostas convincentes, vinha com algum ataque ao PT do passado, ou ao governo Lula. Porém, o pior do debate para Serra, foi sair com o rótulo de candidato do retrocesso, da volta ao passado do governo FHC.
Nos principais embates entre Dilma e Serra, o tucano saiu chamuscado. Só não foi à nocaute, porque foi salvo pelo gongo (o tempo limite das respostas).
O principal ponto foi quanto mentiu, ao dizer que o DEM não entrou em processo no Supremo para acabar com o ProUni. Não há como negar o fato, pois o processo está registrado no STF. Não fosse o demo-tucano um queridinho da imprensa, sua desconstrução seria fatal em uma campanha eleitoral.
Outro momento emblemático foi a tentativa de Serra criticar a carga tributária. Dilma deu exemplo de como o governo Lula reduziu impostos federais para a indústria e para incentivar o consumo, para gerar empregos, sobretudo durante a crise, e como Serra agiu na contramão, implementando a substituição tributária em plena crise.
O assunto não é popular, mas tem uma precisão cirúrgica para milhões de comerciantes, microempresários e produtores, pois o então governador Serra foi um carrasco, retirando capital de giro das empresas, justamente no momento em que bancos privados negavam crédito. Não fosse a ação firme do governo Lula com os bancos públicos, e com o incentivo ao consumo, muitas destas empresas teriam quebrado, se dependesse de Serra.
O demo-tucano, ao tentar atacar, com munição antiga do passado, caiu na armadilha de defender o governo FHC. Ao tentar criticar o PT por ter feito oposição ao governo FHC, acabou por se identificar como herdeiro político daquela corrente política.
Até nos momentos "Arthur Virgílio" de Serra, quando o demo-tucano tentou fazer oposição raivosa, tentando requentar assuntos esgotados como o antigo mensalão, não surtiu nenhum efeito contra Dilma, que nada teve a ver com aquele escândalo, porém respingou no próprio demo-tucano, se enrolando para defender Roberto Jefferson e para defender suas alianças com a turma do mensalão do DEM.
Marina reposicionou sua postura, procurando sair da imagem de linha auxiliar da candidatura Serra.
Percebeu que Serra está perdendo votos, e só Dilma está ganhando os votos de Serra. Resolveu dirigir suas baterias contra o demo-tucano, para ver se captura alguns votos que ele está perdendo, ao ser identificado como oposição ao governo Lula.
Marina chegou a criticar a favela cenográfica no programa de Serra na TV, e perguntou por que, em 20 anos de governo do PSDB em São Paulo, não há nenhum exemplo a ser transformado em política pública para ser replicada no Brasil.
Com todas as limitações de um debate, que corta e trava o aprofundamento das discussões, Dilma saiu-se vitoriosa, porque conseguiu estabelecer uma relação de propostas propositivas com Marina, enquanto o alvo dos ataques das duas foi Serra. Dilma também marcou boa presença, sem momentos de nervosismo apresentado no início do debate da Band. Transpareceu, como sempre, firmeza, honestidade nas respostas, e confiança.
Marina também também melhorou seu desempenho em relação ao debate da Band, ao ser mais direta, e demarcar melhor suas posições.
Já Serra foi o grande derrotado. Perdeu para Dilma e para Marina. Deixou perguntas do público e de jornalistas sem respostas, porque quando os assuntos que lhe desagradavam, dava respostas que nada tinha a ver com a pergunta. Quando pressionado, como no caso dos pedágios, ou da sua amizade e apoio de Roberto Jefferson e da turma do mensalão do DEM, em vez de apresentar respostas convincentes, vinha com algum ataque ao PT do passado, ou ao governo Lula. Porém, o pior do debate para Serra, foi sair com o rótulo de candidato do retrocesso, da volta ao passado do governo FHC.
Alckmin e a batalha de São Paulo
Por Altamiro Borges
As últimas pesquisas, inclusive as do Datafraude e do Globope, confirmam que Dilma Rousseff caminha para vencer a eleição presidencial já no primeiro turno. Um dos obstáculos que pode, mais uma vez, adiar este resultado é São Paulo. Neste estado, que concentra 22,3% do eleitorado brasileiro, diminuiu a diferença entre os dois principais concorrentes, mas José Serra ainda tem folgada vantagem. Em certo sentido, a batalha presidencial será definida em São Paulo.
Reduto do eleitorado conservador
Maior centro industrial e financeiro do país, com volumosa “classe média”, o estado é dominado pelo PSDB há quase 16 anos e tornou-se o principal reduto do eleitorado conservador. Apesar da chamada “locomotiva” ter emperrado nas últimas décadas, com índices pífios de crescimento e explosão da miséria social, a hegemonia tucana ainda é inconteste e pode garantir a vitória, já no primeiro turno, para Geraldo Alckmin, expressão mais tosca do conservadorismo político.
Para evitar mais uma gestão desastrosa da direita em São Paulo e reforçar a campanha de Dilma Rousseff no estado será preciso desmascarar Geraldo Alckmin, que já foi apelidado de “picolé de chuchu”. A mídia demotucano, que adora desfigurar o passado de seus adversários, não cumprirá este papel investigativo. Com este objetivo, apresento uma breve história do candidato tucano ao governo da principal unidade da federação, que comprova seu conservadorismo e autoritarismo.
Breve história de um direitista
Natural de Pindamonhangaba, no interior paulista, Geraldo Alckmin sempre conviveu com políticos reacionários, alguns deles envolvidos na conspiração que resultou no golpe militar de 1964, e com simpatizantes do Opus Dei, seita religiosa que cresceu sob as bênçãos do ditador espanhol Augusto Franco. Seu pai militou na União Democrática Nacional (UDN), principal partido golpista deste período; um tio foi prefeito de Guaratinguetá pelo mesmo grupo; outro foi professor do Mackenzie, que na época havia sido convertido num dos centros da direita fascista.
Alckmin ingressou na política em 1972, convidado pelo antigo MDB para disputar uma vaga de vereador. Na ocasião, diante do convite formulado por seu colega do curso de medicina, José Bettoni, ele respondeu: “Mas meu pai é da UDN”, talvez temeroso dos seus laços familiares com a ditadura. Até hoje, Alckmin se gaba de ter sido um dos vereadores mais jovens do país, com 19 anos, e de ter tido uma votação histórica neste pleito – 1.147 votos (cerca de 10% do total).
Um bajulador da ditadura militar
Mas, segundo o depoimento de Paulo de Andrade, presidente do MDB local nesta época, outros fatores interferiram na sua eleição. O tio de Alckmin, José Geraldo Rodrigues, tinha acabado de ser nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal pela ditadura. “Ele transferiu prestígio para o sobrinho”, diz Rodrigues. A outra razão era histórica. Geraldo é sobrinho-neto do folclórico político mineiro José Maria Alckmin, que foi o vice-presidente civil do general golpista Castelo Branco. “Ter um Alckmin no MDB era um trunfo [para o regime militar]’, diz Andrade”.
Tanto que o jovem vereador se tornou um bajulador da ditadura. Caio Junqueira, em um artigo no jornal Valor (03/04/06), desenterrou uma carta em que ele faz elogios ao general Garrastazu Médici. Segundo o jornalista, Alckmin sempre se manteve “afastado de qualquer movimento de resistência ao regime militar... O tom afável do documento encaminhado a Médici, sob cujo governo o Brasil viveu o período de maior repressão, revela a postura de não enfrentamento da ditadura, fato corroborado por relatos de colegas de faculdade e políticos que com ele atuaram”.
Seguidor da seita Opus Dei
Em 1976, Alckmin foi eleito prefeito da sua cidade natal por uma diferença de apenas 67 votos e logo de cara nomeou seu pai como chefe de gabinete, sendo acusado de nepotismo. Ainda como prefeito, tomou outra iniciativa definidora do seu perfil, que na época não despertou suspeitas: no cinqüentenário do Opus Dei, em 1978, ele batizou uma rua da cidade com o nome de Josemaría Escrivá de Balaguer, o fundador desta seita fascista.
Na seqüência, ele foi eleito deputado estadual (1982) e federal (1986). Na Constituinte, em 1998, teve uma ação apagada e recebeu nota sete do Diap; em 1991, tornou-se presidente da seção paulista do PSDB ao derrotar o grupo histórico do partido, encabeçado por Sérgio Motta. Em 1994, Mário Covas o escolheu como vice na eleição para o governo estadual. Já famoso por sua truculência, coube-lhe presidir o Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização.
Centralizador e a “turma de Pinda”
As privatizações das lucrativas estatais foram feitas sem qualquer transparência ou diálogo com a sociedade, gerando muitas suspeitas de negócios ilícitos. Nas eleições para a prefeitura da capital paulista, em 2000, obteve 17,2% dos votos, ficando em terceiro lugar. Com a morte de Covas, em março de 2001, assumiu o governo e mudou toda a sua equipe, causando desconforto até em setores do PSDB. Em 2002, ele foi reeleito governador no segundo turno, com 58,6% dos votos.
Numa prova de sua vocação autoritária, um de seus primeiros atos no governo foi nomear, para o estratégico comando do Departamento de Inteligência da Polícia Civil, o delegado Aparecido Laerte Calandra – também conhecido pela alcunha de “capitão Ubirajara”, que ficou famoso como um dos mais bárbaros torturadores dos tempos da ditadura. Com a mesma determinação, o governador não vacilou em excluir os históricos do PSDB do Palácio dos Bandeirantes, cercando-se apenas de pessoas de sua estrita confiança e lealdade – a chamada “turma de Pinda”.
Criminalização dos movimentos sociais
Como governador de São Paulo, Alckmin nunca escondeu sua postura autoritária. Ele se gabava das ações “enérgicas” de criminalização dos movimentos sociais e de satanização dos grevistas. Não é para menos que declarou apoio à prisão dos líderes do MST no Pontal do Paranapanema; aplaudiu a violenta desocupação de assentados no pátio vazio da Volks no ABC paulista; elogiou a prisão do dirigente da Central dos Movimentos Populares (CMP), Gegê; e nunca fez nada para investigar e punir as milícias privadas dos latifundiários no interior do estado.
Durante seu governo, o sindicalismo não teve vez e nem voz. Ele se recusou a negociar acordos coletivos, perseguiu grevistas e fez pouco caso dos sindicalistas. Que o digam os docentes das universidades, que realizaram um das mais longas greves da história e sequer foram recebidos; ou os professores das escolas técnicas, que pararam por mais de dois meses, não foram ouvidos e ainda foram retalhados com 12 mil demissões.
A linguagem da violência
Os avanços democráticos no país não tiveram ressonância no estado. Alckmin sabotou os fóruns de participação da sociedade criados no governo Lula, como o Conselho das Cidades. Avesso ao diálogo, a única linguagem do ex-governador foi a da repressão dura e crua. Isto explica a sua política de segurança pública, marcada pelo total desrespeito aos direitos humanos e que transformou o estado num grande presídio – em 2006, eram 124 mil detentos para 95 mil vagas.
Segundo relatório oficial, o ex-governante demitiu 1.751 funcionários da Febem, deixando 6.500 menores em condições subumanas, sofrendo maus-tratos. Nos seus quatro anos de governo, 23 adolescentes foram assassinados nestas escolas do crime, o que rendeu a Alckmin a condenação formal da Corte Internacional da OEA.
A submissão dos poderes
Contando com forte blindagem da mídia, Alckmin conseguiu submeter quase que totalmente o Poder Judiciário, infestando-o de tucanos, e garantiu uma maioria servil no Poder Legislativo. Através de um artifício legal do período da ditadura militar, ele abortou 69 pedidos de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) na Assembléia Legislativa – destas, 37 tinham sido solicitadas para investigar irregularidades, fraudes e casos de corrupção da sua administração.
Como sintetiza o sociólogo Rodrigo Carvalho, no livrete “O retrocesso de São Paulo no governo tucano”, Geraldo Alckmin marcou sua gestão pela forma autoritária como lidou com a sociedade organizada e pelo rígido controle que exerceu sobre os poderes instituídos e a mídia. “Alckmin trata os movimentos sociais como organizações criminosas, não tem capacidade de dialogar e identificar as demandas da sociedade... Além disso, ele utilizou sua força política para impedir qualquer ação de controle e questionamento das ações do governo”.
As últimas pesquisas, inclusive as do Datafraude e do Globope, confirmam que Dilma Rousseff caminha para vencer a eleição presidencial já no primeiro turno. Um dos obstáculos que pode, mais uma vez, adiar este resultado é São Paulo. Neste estado, que concentra 22,3% do eleitorado brasileiro, diminuiu a diferença entre os dois principais concorrentes, mas José Serra ainda tem folgada vantagem. Em certo sentido, a batalha presidencial será definida em São Paulo.
Reduto do eleitorado conservador
Maior centro industrial e financeiro do país, com volumosa “classe média”, o estado é dominado pelo PSDB há quase 16 anos e tornou-se o principal reduto do eleitorado conservador. Apesar da chamada “locomotiva” ter emperrado nas últimas décadas, com índices pífios de crescimento e explosão da miséria social, a hegemonia tucana ainda é inconteste e pode garantir a vitória, já no primeiro turno, para Geraldo Alckmin, expressão mais tosca do conservadorismo político.
Para evitar mais uma gestão desastrosa da direita em São Paulo e reforçar a campanha de Dilma Rousseff no estado será preciso desmascarar Geraldo Alckmin, que já foi apelidado de “picolé de chuchu”. A mídia demotucano, que adora desfigurar o passado de seus adversários, não cumprirá este papel investigativo. Com este objetivo, apresento uma breve história do candidato tucano ao governo da principal unidade da federação, que comprova seu conservadorismo e autoritarismo.
Breve história de um direitista
Natural de Pindamonhangaba, no interior paulista, Geraldo Alckmin sempre conviveu com políticos reacionários, alguns deles envolvidos na conspiração que resultou no golpe militar de 1964, e com simpatizantes do Opus Dei, seita religiosa que cresceu sob as bênçãos do ditador espanhol Augusto Franco. Seu pai militou na União Democrática Nacional (UDN), principal partido golpista deste período; um tio foi prefeito de Guaratinguetá pelo mesmo grupo; outro foi professor do Mackenzie, que na época havia sido convertido num dos centros da direita fascista.
Alckmin ingressou na política em 1972, convidado pelo antigo MDB para disputar uma vaga de vereador. Na ocasião, diante do convite formulado por seu colega do curso de medicina, José Bettoni, ele respondeu: “Mas meu pai é da UDN”, talvez temeroso dos seus laços familiares com a ditadura. Até hoje, Alckmin se gaba de ter sido um dos vereadores mais jovens do país, com 19 anos, e de ter tido uma votação histórica neste pleito – 1.147 votos (cerca de 10% do total).
Um bajulador da ditadura militar
Mas, segundo o depoimento de Paulo de Andrade, presidente do MDB local nesta época, outros fatores interferiram na sua eleição. O tio de Alckmin, José Geraldo Rodrigues, tinha acabado de ser nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal pela ditadura. “Ele transferiu prestígio para o sobrinho”, diz Rodrigues. A outra razão era histórica. Geraldo é sobrinho-neto do folclórico político mineiro José Maria Alckmin, que foi o vice-presidente civil do general golpista Castelo Branco. “Ter um Alckmin no MDB era um trunfo [para o regime militar]’, diz Andrade”.
Tanto que o jovem vereador se tornou um bajulador da ditadura. Caio Junqueira, em um artigo no jornal Valor (03/04/06), desenterrou uma carta em que ele faz elogios ao general Garrastazu Médici. Segundo o jornalista, Alckmin sempre se manteve “afastado de qualquer movimento de resistência ao regime militar... O tom afável do documento encaminhado a Médici, sob cujo governo o Brasil viveu o período de maior repressão, revela a postura de não enfrentamento da ditadura, fato corroborado por relatos de colegas de faculdade e políticos que com ele atuaram”.
Seguidor da seita Opus Dei
Em 1976, Alckmin foi eleito prefeito da sua cidade natal por uma diferença de apenas 67 votos e logo de cara nomeou seu pai como chefe de gabinete, sendo acusado de nepotismo. Ainda como prefeito, tomou outra iniciativa definidora do seu perfil, que na época não despertou suspeitas: no cinqüentenário do Opus Dei, em 1978, ele batizou uma rua da cidade com o nome de Josemaría Escrivá de Balaguer, o fundador desta seita fascista.
Na seqüência, ele foi eleito deputado estadual (1982) e federal (1986). Na Constituinte, em 1998, teve uma ação apagada e recebeu nota sete do Diap; em 1991, tornou-se presidente da seção paulista do PSDB ao derrotar o grupo histórico do partido, encabeçado por Sérgio Motta. Em 1994, Mário Covas o escolheu como vice na eleição para o governo estadual. Já famoso por sua truculência, coube-lhe presidir o Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização.
Centralizador e a “turma de Pinda”
As privatizações das lucrativas estatais foram feitas sem qualquer transparência ou diálogo com a sociedade, gerando muitas suspeitas de negócios ilícitos. Nas eleições para a prefeitura da capital paulista, em 2000, obteve 17,2% dos votos, ficando em terceiro lugar. Com a morte de Covas, em março de 2001, assumiu o governo e mudou toda a sua equipe, causando desconforto até em setores do PSDB. Em 2002, ele foi reeleito governador no segundo turno, com 58,6% dos votos.
Numa prova de sua vocação autoritária, um de seus primeiros atos no governo foi nomear, para o estratégico comando do Departamento de Inteligência da Polícia Civil, o delegado Aparecido Laerte Calandra – também conhecido pela alcunha de “capitão Ubirajara”, que ficou famoso como um dos mais bárbaros torturadores dos tempos da ditadura. Com a mesma determinação, o governador não vacilou em excluir os históricos do PSDB do Palácio dos Bandeirantes, cercando-se apenas de pessoas de sua estrita confiança e lealdade – a chamada “turma de Pinda”.
Criminalização dos movimentos sociais
Como governador de São Paulo, Alckmin nunca escondeu sua postura autoritária. Ele se gabava das ações “enérgicas” de criminalização dos movimentos sociais e de satanização dos grevistas. Não é para menos que declarou apoio à prisão dos líderes do MST no Pontal do Paranapanema; aplaudiu a violenta desocupação de assentados no pátio vazio da Volks no ABC paulista; elogiou a prisão do dirigente da Central dos Movimentos Populares (CMP), Gegê; e nunca fez nada para investigar e punir as milícias privadas dos latifundiários no interior do estado.
Durante seu governo, o sindicalismo não teve vez e nem voz. Ele se recusou a negociar acordos coletivos, perseguiu grevistas e fez pouco caso dos sindicalistas. Que o digam os docentes das universidades, que realizaram um das mais longas greves da história e sequer foram recebidos; ou os professores das escolas técnicas, que pararam por mais de dois meses, não foram ouvidos e ainda foram retalhados com 12 mil demissões.
A linguagem da violência
Os avanços democráticos no país não tiveram ressonância no estado. Alckmin sabotou os fóruns de participação da sociedade criados no governo Lula, como o Conselho das Cidades. Avesso ao diálogo, a única linguagem do ex-governador foi a da repressão dura e crua. Isto explica a sua política de segurança pública, marcada pelo total desrespeito aos direitos humanos e que transformou o estado num grande presídio – em 2006, eram 124 mil detentos para 95 mil vagas.
Segundo relatório oficial, o ex-governante demitiu 1.751 funcionários da Febem, deixando 6.500 menores em condições subumanas, sofrendo maus-tratos. Nos seus quatro anos de governo, 23 adolescentes foram assassinados nestas escolas do crime, o que rendeu a Alckmin a condenação formal da Corte Internacional da OEA.
A submissão dos poderes
Contando com forte blindagem da mídia, Alckmin conseguiu submeter quase que totalmente o Poder Judiciário, infestando-o de tucanos, e garantiu uma maioria servil no Poder Legislativo. Através de um artifício legal do período da ditadura militar, ele abortou 69 pedidos de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) na Assembléia Legislativa – destas, 37 tinham sido solicitadas para investigar irregularidades, fraudes e casos de corrupção da sua administração.
Como sintetiza o sociólogo Rodrigo Carvalho, no livrete “O retrocesso de São Paulo no governo tucano”, Geraldo Alckmin marcou sua gestão pela forma autoritária como lidou com a sociedade organizada e pelo rígido controle que exerceu sobre os poderes instituídos e a mídia. “Alckmin trata os movimentos sociais como organizações criminosas, não tem capacidade de dialogar e identificar as demandas da sociedade... Além disso, ele utilizou sua força política para impedir qualquer ação de controle e questionamento das ações do governo”.
A favela é falsa e a Elba Ramalho também. Serra mente até no jingle
Extraído do Amigos do Presidente Lula:
Elba Ramalho nega participação em jingle do programa eleitoral de Serra
Assessoria disse que ela ’sequer foi consultada’ sobre utilização de canção na propaganda
- A assessoria de imprensa da cantora Elba Ramalho divulgou nota nesta quarta-feira, 18, para reiterar que não é dela a voz que canta uma versão de “Bate Coração” veiculada na terça-feira no programa eleitoral do candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra. “A cantora, que em 2002 apoiou sua candidatura à Presidência, não foi sequer consultada sobre a veiculação da música na campanha e prefere não se pronunciar sobre a disputa neste ano de 2010″, conclui o comunicado.
A propaganda do candidato tucano foi ao ar no primeiro dia da veiculação do horário eleitoral gratuito em rádio e TV. Logo na abertura do programa aparece a voz de uma cantora, parecida com a de Elba: “Tum, tum, eu vou de coração”. Na sequência, Serra declara: “Quero governar o País com os brasileiros no coração.”
Elba Ramalho nega participação em jingle do programa eleitoral de Serra
Assessoria disse que ela ’sequer foi consultada’ sobre utilização de canção na propaganda
- A assessoria de imprensa da cantora Elba Ramalho divulgou nota nesta quarta-feira, 18, para reiterar que não é dela a voz que canta uma versão de “Bate Coração” veiculada na terça-feira no programa eleitoral do candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra. “A cantora, que em 2002 apoiou sua candidatura à Presidência, não foi sequer consultada sobre a veiculação da música na campanha e prefere não se pronunciar sobre a disputa neste ano de 2010″, conclui o comunicado.
A propaganda do candidato tucano foi ao ar no primeiro dia da veiculação do horário eleitoral gratuito em rádio e TV. Logo na abertura do programa aparece a voz de uma cantora, parecida com a de Elba: “Tum, tum, eu vou de coração”. Na sequência, Serra declara: “Quero governar o País com os brasileiros no coração.”
Serra ‘entregou o ouro’ no debate do UOL
Posted by eduguim on 18/08/10 • Categorized as Opinião do blog
Depois de assistir, de cabo a rabo, a um debate entre candidatos a presidente da República que, reconheça-se, foi pioneiramente transmitido na internet pelo UOL e que atraiu considerável audiência, formei convicção sólida de que o PSDB, seu marqueteiro e seu candidato não conseguem enxergar o “jogo” que está sendo jogado nesta eleição.
Despreze-se, porém, a constatação gritante de que todos os candidatos saíram-se razoavelmente bem em termos de postura, de saberem manter o controle emocional e de passarem a melhor imagem de si no vídeo.
Além disso, fizeram críticas e defesas absolutamente previsíveis – tão conhecidas, atualmente, que muitos certamente puderam prever quais seriam. Tal fenômeno supostamente deveria contribuir para manter o jogo político exatamente como está, em tese.
Não se deveria esperar, portanto, que surgisse algum efeito nas intenções de voto, pois, no formato em que ocorreu, o debate deveria ter servido apenas para referendar as convicções de um público politizado como o que assiste a debates políticos em um veículo como a internet.
Em benefício da honestidade, devo dizer que julguei correta a condução do debate pelo UOL. Perguntas incômodas foram feitas, por jornalistas e internautas, a todos os candidatos – à diferença do que ocorreu nas entrevistas do Jornal Nacional, vale frisar.
Quanto ao fator que desequilibrou o debate desta quarta-feira na internet, em minha opinião foi o de Serra, ao atacar Dilma criticando com decisão o governo Lula e a atuação dela nele, ter assumido de vez que a sua candidatura é de oposição.
As críticas de Serra à governança do país, a forma insistente com que procurou marcar Dilma como protagonista do governo que atacou, ainda que apenas para criticar a atuação dela nele, foram o último suspiro de pretensões do tucano como a de não ser visto como opositor de um presidente aprovado por maioria tão expressiva do eleitorado e como a de diminuir a importância da adversária no governo do mesmo presidente.
Outro ataque que Serra cometeu contra si foi dizer que Dilma e o PT eram ingratos ao governo Fernando Henrique Cardoso, ao qual o tucano deixou claro que serviu. Ajudou a estender uma discussão que de forma alguma lhe interessa, do que é prova a sua campanha vir escondendo esse mesmo FHC nos últimos meses.
Percebo que Serra não entende que as táticas de ataque que usa só fazem sentido contra governos mal-avaliados. Quando as críticas são tão fortes e tão sistemáticas contra um governo bem avaliado, sepultam qualquer pretensão do crítico de fazer supor que não desfará o que esse governo fez.
Sem que o debate tenha contribuído para revelar nada de novo sobre os debatedores – principalmente falhas graves –, tenderia a trabalhar no sentido de manter as coisas como estão. Todavia, Serra entregou de bandeja à adversária tudo o que ela mais queria que entregasse: seu oposicionismo a Lula e o governismo dela.
Depois de assistir, de cabo a rabo, a um debate entre candidatos a presidente da República que, reconheça-se, foi pioneiramente transmitido na internet pelo UOL e que atraiu considerável audiência, formei convicção sólida de que o PSDB, seu marqueteiro e seu candidato não conseguem enxergar o “jogo” que está sendo jogado nesta eleição.
Despreze-se, porém, a constatação gritante de que todos os candidatos saíram-se razoavelmente bem em termos de postura, de saberem manter o controle emocional e de passarem a melhor imagem de si no vídeo.
Além disso, fizeram críticas e defesas absolutamente previsíveis – tão conhecidas, atualmente, que muitos certamente puderam prever quais seriam. Tal fenômeno supostamente deveria contribuir para manter o jogo político exatamente como está, em tese.
Não se deveria esperar, portanto, que surgisse algum efeito nas intenções de voto, pois, no formato em que ocorreu, o debate deveria ter servido apenas para referendar as convicções de um público politizado como o que assiste a debates políticos em um veículo como a internet.
Em benefício da honestidade, devo dizer que julguei correta a condução do debate pelo UOL. Perguntas incômodas foram feitas, por jornalistas e internautas, a todos os candidatos – à diferença do que ocorreu nas entrevistas do Jornal Nacional, vale frisar.
Quanto ao fator que desequilibrou o debate desta quarta-feira na internet, em minha opinião foi o de Serra, ao atacar Dilma criticando com decisão o governo Lula e a atuação dela nele, ter assumido de vez que a sua candidatura é de oposição.
As críticas de Serra à governança do país, a forma insistente com que procurou marcar Dilma como protagonista do governo que atacou, ainda que apenas para criticar a atuação dela nele, foram o último suspiro de pretensões do tucano como a de não ser visto como opositor de um presidente aprovado por maioria tão expressiva do eleitorado e como a de diminuir a importância da adversária no governo do mesmo presidente.
Outro ataque que Serra cometeu contra si foi dizer que Dilma e o PT eram ingratos ao governo Fernando Henrique Cardoso, ao qual o tucano deixou claro que serviu. Ajudou a estender uma discussão que de forma alguma lhe interessa, do que é prova a sua campanha vir escondendo esse mesmo FHC nos últimos meses.
Percebo que Serra não entende que as táticas de ataque que usa só fazem sentido contra governos mal-avaliados. Quando as críticas são tão fortes e tão sistemáticas contra um governo bem avaliado, sepultam qualquer pretensão do crítico de fazer supor que não desfará o que esse governo fez.
Sem que o debate tenha contribuído para revelar nada de novo sobre os debatedores – principalmente falhas graves –, tenderia a trabalhar no sentido de manter as coisas como estão. Todavia, Serra entregou de bandeja à adversária tudo o que ela mais queria que entregasse: seu oposicionismo a Lula e o governismo dela.
Quando o vice é um trapalhão
17/08/2010 - 23:26 | Enviado por: Mauro Santayana
Por Mauro Santayana
Enganam-se os que desprezam os programas de propaganda eleitoral pela televisão. Se é certo que eles pouco influem para que os eleitores de opinião formada mudem seus votos, é também certo que são importantes para a conquista dos indecisos. A imagem dos candidatos, com o seu olhar, os seus gestos e o tom de sua voz, podem transferir a mensagem de confiança ou de repulsa. É também certo que os candidatos só conseguem obter a simpatia daqueles telespectadores que – pela sua origem de classe e sua história de vida, suas crenças e sua inteligência – com eles se identifiquem. E, a menos que o candidato seja excepcional ator, ele acaba se revelando nos dias intensos de proselitismo eletrônico.
O primeiro dia do programa foi mais ou menos equilibrado, mas os principais protagonistas ainda se encontram um pouco cambaleantes. Dilma e Serra se empenharam em usar a emoção como envoltório de seu recado. Serra buscou, na origem familiar, sua vinculação com a classe trabalhadora, ao relembrar o trabalho modesto de feirante de seu pai e a frequência à escola pública. Dilma buscou o mesmo efeito, ao recordar sua infância e adolescência em Minas, a ação política contra a ditadura, e sua atividade na prefeitura de Porto Alegre e no governo gaúcho. De certa forma, saíram-se bem.
Serra está correndo o risco de se transformar em homem de um só tema, o tema da saúde. Ainda que ele possa orgulhar-se do que fez quando ministro da Saúde, convém-lhe entender que é candidato à Presidência da República, e não ao retorno ao cargo que ocupou no governo Fernando Henrique.
Uma coisa parece certa: os candidatos serão mais conhecidos do grande eleitorado a partir de agora. As pesquisas, sendo anteriores a essa presença diária nos meios de comunicação, provavelmente serão alteradas, até o pleito. Ainda assim, elas não são infalíveis. Temos assistido a mudanças rápidas do ânimo do eleitorado, diante de fatores inesperados. Ao apresentar em seu programa uma senhora ressentida e alugada, Fernando Collor derrotou Lula, no segundo turno, em 1989. Grande parte do eleitorado feminino, naquele momento, deixou-se iludir pela farsa, e mudou seu voto.
José Serra cometeu muitos erros em sua postulação. Como já anotamos, neste espaço, nada indica que ele fatalmente perderia as prévias regionais de seu partido para Aécio Neves, se elas se realizassem, o que ele não permitiu. Além desse grave equívoco, Serra cometeu outro, o de pressionar o mineiro para candidatar-se a vice-presidente. Com a clara recusa de Aécio, ele teve tempo bastante para procurar um candidato a vice que lhe trouxesse votos, e não que os subtraísse. Era elementar que ele fosse ao Nordeste, como tem sido da tradição brasileira, em busca de seu vice, e ali havia, tanto em seu partido quanto nos partidos aliados, nomes respeitáveis. No último momento, foi escolher, na lista de deputados federais pelo Rio de Janeiro, um político desconhecido, provocador, de atitudes fascistas, absolutamente indesejável para ocupar, eventualmente, a suprema magistratura do país.
Ainda agora, em debate com Michel Temer, ele se revelou o que é, ao acusar Dilma Rousseff de partidária das Farc e de estimuladora de invasão de terras. Os quatro candidatos à Presidência (Dilma, Serra, Marina e Plínio) vieram da esquerda. Mas esse Indio da Costa parece desconhecer a origem ideológica de Serra.
Ou ele dispensa esse Indio (ainda há tempo) ou não sairá do lugar.
Por Mauro Santayana
Enganam-se os que desprezam os programas de propaganda eleitoral pela televisão. Se é certo que eles pouco influem para que os eleitores de opinião formada mudem seus votos, é também certo que são importantes para a conquista dos indecisos. A imagem dos candidatos, com o seu olhar, os seus gestos e o tom de sua voz, podem transferir a mensagem de confiança ou de repulsa. É também certo que os candidatos só conseguem obter a simpatia daqueles telespectadores que – pela sua origem de classe e sua história de vida, suas crenças e sua inteligência – com eles se identifiquem. E, a menos que o candidato seja excepcional ator, ele acaba se revelando nos dias intensos de proselitismo eletrônico.
O primeiro dia do programa foi mais ou menos equilibrado, mas os principais protagonistas ainda se encontram um pouco cambaleantes. Dilma e Serra se empenharam em usar a emoção como envoltório de seu recado. Serra buscou, na origem familiar, sua vinculação com a classe trabalhadora, ao relembrar o trabalho modesto de feirante de seu pai e a frequência à escola pública. Dilma buscou o mesmo efeito, ao recordar sua infância e adolescência em Minas, a ação política contra a ditadura, e sua atividade na prefeitura de Porto Alegre e no governo gaúcho. De certa forma, saíram-se bem.
Serra está correndo o risco de se transformar em homem de um só tema, o tema da saúde. Ainda que ele possa orgulhar-se do que fez quando ministro da Saúde, convém-lhe entender que é candidato à Presidência da República, e não ao retorno ao cargo que ocupou no governo Fernando Henrique.
Uma coisa parece certa: os candidatos serão mais conhecidos do grande eleitorado a partir de agora. As pesquisas, sendo anteriores a essa presença diária nos meios de comunicação, provavelmente serão alteradas, até o pleito. Ainda assim, elas não são infalíveis. Temos assistido a mudanças rápidas do ânimo do eleitorado, diante de fatores inesperados. Ao apresentar em seu programa uma senhora ressentida e alugada, Fernando Collor derrotou Lula, no segundo turno, em 1989. Grande parte do eleitorado feminino, naquele momento, deixou-se iludir pela farsa, e mudou seu voto.
José Serra cometeu muitos erros em sua postulação. Como já anotamos, neste espaço, nada indica que ele fatalmente perderia as prévias regionais de seu partido para Aécio Neves, se elas se realizassem, o que ele não permitiu. Além desse grave equívoco, Serra cometeu outro, o de pressionar o mineiro para candidatar-se a vice-presidente. Com a clara recusa de Aécio, ele teve tempo bastante para procurar um candidato a vice que lhe trouxesse votos, e não que os subtraísse. Era elementar que ele fosse ao Nordeste, como tem sido da tradição brasileira, em busca de seu vice, e ali havia, tanto em seu partido quanto nos partidos aliados, nomes respeitáveis. No último momento, foi escolher, na lista de deputados federais pelo Rio de Janeiro, um político desconhecido, provocador, de atitudes fascistas, absolutamente indesejável para ocupar, eventualmente, a suprema magistratura do país.
Ainda agora, em debate com Michel Temer, ele se revelou o que é, ao acusar Dilma Rousseff de partidária das Farc e de estimuladora de invasão de terras. Os quatro candidatos à Presidência (Dilma, Serra, Marina e Plínio) vieram da esquerda. Mas esse Indio da Costa parece desconhecer a origem ideológica de Serra.
Ou ele dispensa esse Indio (ainda há tempo) ou não sairá do lugar.
Sai o tró-ló-ló, entra o ti-ti-ti
Leio na Folha que José Serra recusou-se a responder às perguntas dos repórteres sobre a utilização de uma favela – e um “povo” – cenográficos em seu primeiro programa de televisão.
-Eu não vou comentar. Se a gente não toma cuidado, campanha se transforma em ti ti ti, bastidores, pesquisa e agora programa eleitoral. Eu não vou comentar. Se eu tiver uma estratégia, eu não vou dizer qual é a estratégia antes”
Nenhum jornalista, entretanto, perguntou sobre a utilização de crianças como atores, para saber se foi devidamente autorizada pelo juizado de menores, uma vez que se trata de trabalho infantil e, portanto, sujeito a autorização deste órgão.
A repercussão foi tão ruim que Serra vai providenciar num instante a remoção da “favela”.
Antes que o assunto pegue fogo, como acontece em tantas favelas paulistanas.Como dizia o saudoso Bezerra da Silva, malandro é malandro, mané é mané…
-Eu não vou comentar. Se a gente não toma cuidado, campanha se transforma em ti ti ti, bastidores, pesquisa e agora programa eleitoral. Eu não vou comentar. Se eu tiver uma estratégia, eu não vou dizer qual é a estratégia antes”
Nenhum jornalista, entretanto, perguntou sobre a utilização de crianças como atores, para saber se foi devidamente autorizada pelo juizado de menores, uma vez que se trata de trabalho infantil e, portanto, sujeito a autorização deste órgão.
A repercussão foi tão ruim que Serra vai providenciar num instante a remoção da “favela”.
Antes que o assunto pegue fogo, como acontece em tantas favelas paulistanas.Como dizia o saudoso Bezerra da Silva, malandro é malandro, mané é mané…
Por que o PiG (*) insiste em tentar desmoralizar a Petrobrás ?
O Conversa Afiada reproduz texto do Blog da Petrobrás:
Segurança nas plataformas:cartas aos jornais
Carta para o Estadão
A respeito da reportagem “Gabrielli admite corrosão em plataforma” (veja versão on-line), publicada pelo jornal O Estado de São Paulo nesta terça-feira (17/8), a Petrobras ressalta que o presidente da Companhia, José Sergio Gabrielli de Azevedo, afirmou ontem que as plataformas da Petrobras operam em segurança, não oferecendo risco aos trabalhadores embarcados e também não oferecendo riscos em relação à integridade dos equipamentos utilizados.
“Não há nenhum risco operacional nas plataformas, não há nenhum risco à integridade das pessoas, não há nenhum risco à integridade das plataformas, nenhum risco para a atividade”, disse. A Petrobras reafirma que a plataforma P-33 já estava com parada programada para manutenção, ocasião em que possíveis problemas de conservação seriam sanados. A Companhia considera legítima a atuação dos sindicatos dos petroleiros, que encontram-se em plena campanha salarial (data-base em setembro).
Carta para O Globo
A respeito da reportagem “P33 na mira do Ministério Público” (veja a versão on-line), publicada nesta terça-feira (17/8), a Petrobras ressalta que o presidente da Companhia, José Sergio Gabrielli de Azevedo, afirmou ontem que as plataformas da Petrobras operam em segurança, não oferecendo risco aos trabalhadores embarcados e também não oferecendo riscos em relação à integridade dos equipamentos utilizados. “Não há nenhum risco operacional nas plataformas, não há nenhum risco à integridade das pessoas, não há nenhum risco à integridade das plataformas, nenhum risco para a atividade”, disse.
A Petrobras reafirma que a plataforma P-33 já estava com parada programada para manutenção, ocasião em que possíveis problemas de conservação serão sanados.
A Companhia considera legítima a atuação dos sindicatos dos petroleiros e informa que está em negociação com os mesmos, que encontram-se em plena campanha salarial (data-base em setembro).
O PiG (*) e a aliança demo-tucana perderam a batalha do pré-sal, personagem importante do programa de estréia da Dilma no horário eleitoral – clique aqui para ler “A Mãe Dilma e o Pai Lula botam o Serra no colo” e aqui para ler “Dilma bate mais na Vox Populi”.
A CPI da Petrobrás, do senador tucano Álvaro Dias, afundou antes de sair do porto.
O regime será o de “partilha” e, não, o de “concessão”, que vem do verbo “conceder” – como era no Governo Serra/FHC (ou FHC/Serra, como preferir o amigo navegante (**)).
A Petrobrás vai tomar conta do negócio.
Para bancar tudo isso, ela vai levantar dinheiro na praça, fazer uma emissão de capital.
E aí entram o PiG (*) e aliança demo-tucana liderada (hoje) por José Serra.
Investidores privados vão querer meter a mão na Petrobrás.
Reduzir o papel da União no controle da empresa e entregar uma fatia maior a alguns dos brilhantes privatizadores do regime FHC/Serra (ou Serra/FHC, como preferir o amigo navegante).
Para facilitar as coisas – e a opinião pública aceite de bom grado, como se fosse sopa no mel – é preciso desmoralizar a Petrobrás.
O PiG (*) ultimamente resolveu transformar a Petrobrás numa British Petroleum e infestar o litoral brasileiro com o petróleo que destruiu a região costeira do Golfo o México.
O campeão nessa batalha são as Organizações (?) Globo, especialmente o jornal.
Isso é mais velho que Mr Link.
Roberto Marinho, de braços dados a Roberto Campos e Assis Chateaubriand, foi sempre um dos mais ardorosos defensores do “Petróleo é Deles”.
As meios mudam.
Os fins são os mesmos.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Clique aqui para ler “FHC traiu o pai, o tio e a si próprio para tentar vender a Petrobrax”.
Nassif: Magnolli, o modo tucano de governar e o "recuo" da Folha
Alguns meses atrás, quando a velha mídia ainda tinha pretensão de eleger presidentes, Otávio Frias Filho permitiu que um troglodita, Demétrio Magnolli, fuzilasse dois repórteres da Folha nas próprias páginas do jornal. Motivo: uma matéria desfavorável ao senador Demóstenes Torres, que era contra cotas raciais.
Por Luis Nassif, em seu blog
Qual a razão de tanto empenho do Magnolli e do Otávio em combater as cotas, a ponto do primeiro chamar os jornalistas de "meliantes" no jornal do segundo, com sua concordância? Apenas o fato de que o tema tornara-se bandeira do inacreditável Ali Kamel. Apenas isso. O fervor de cruzado desse pessoal destinava-se apenas a prestar reverência ao Kamel em sua cruzada e impedir que um chefe todo-poderoso da Globo pudesse ser derrotado em sua bandeira pessoal. Mero capricho de novo-rico do poder.
Demétrio perdeu o cetro de corneteiro mor da brigada "eu-amo-o-Kamel" para a Época – que considerou o livro do seu chefe um dos mais importantes da década, nesse interminável festival de ridículos que marcou o ápice do deslumbramento desses novos poderosos, CEOs do jornalismo.
Os dois jornalistas da Folha foram fuzilados. Antes deles, houve outros expurgados em nome dessa guinada do jornal.
Poucos jornalistas da Folha se mantiveram na trincheira do bom jornalismo (não vou mencionar nomes para não expo-los, mas quem lê a Folha sabe quem são). Oportunistas aderiram ao que manda o chefe. Jornalistas de caráter resistiram, embora recolhendo-se até que cessasse esse macartismo infernal.
Agora, a custosa e quase inútil tentativa da Folha de recuperar a imagem perdida dependerá fundamentalmente dos que resistiram à infâmia.
O espaço dado a Laura Capriglione na página 2 do jornal é a reabilitação interna a uma jornalista de caráter. O tema tratado mostra que, embora deva favores a José Serra, a Folha começa a acordar de cinco anos de cegueira continuada.
Insustentável leveza
Por Laura Capriglione, na Folha de S.Paulo
É de estarrecer a forma como se comporta o governo do Estado de São Paulo quando o assunto é educação.
Agora, uma medida que se chegou a apresentar como revolucionária cai por terra antes mesmo de ser aplicada. Trata-se do chamado "vale-presente" – a Secretaria da Educação daria R$ 50 a alunos que, em dificuldades com matemática, não faltassem a aulas de reforço.
Houve quem visse no "presente" propósitos eleitoreiros, outros acusaram-no de premiar o fracasso escolar (bons alunos não concorreriam ao benefício), outros ainda de ser antieducativo, já que, ao prazer do aprendizado, que deveria ser o alvo do processo pedagógico, se anteporia a força da grana.
Ocioso, agora, discutir as objeções. O que assombra é a leveza beirando a irresponsabilidade com que o secretário Paulo Renato Souza anunciou o cancelamento do programa, ontem, na Folha: "É um projeto que está muito cru", disse ele. "Muito cru", secretário?
Tem sido assim a condução da educação pública paulista.
Projetos ditos sensacionais em um dia evaporam no dia seguinte. Isso ajuda a explicar por que são pífios os indicadores de desempenho escolar no Estado mais rico.
E não melhoram, como o próprio Paulo Renato foi obrigado a reconhecer à vista dos resultados do último Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo): "Numa avaliação média, eu diria que tivemos uma estagnação", admitiu, confrontado com o fato de que a performance em matemática no ensino médio chegou a regredir entre 2008 e 2009.
Em português e matemática, a nota dos alunos do 3º ano do ensino médio atesta que eles têm competência abaixo da que seria esperada para alunos da 8ª série do ensino fundamental.
São 15,5 anos de administrações tucanas em São Paulo.
Uma criou a Escola da Família, outra desidratou-a. Primeiro se trombeteou que professores temporários sem qualificação para lecionar seriam demitidos. Depois o propósito foi abandonado. "Minha primeira obrigação é garantir aula", disse o secretário, como se alguém discordasse.
Até uma incrível parceria entre a cantora pop Madonna e a Secretaria da Educação chegou a ser alardeada, com direito a foto do secretário e do então governador José Serra em troca de sorrisos com a "Material Girl".
A ideia era aplicar um tal "programa educacional baseado em princípios cabalísticos" na rede pública. "Não é propriamente um programa formal, mas para desenvolver psicologicamente. Para enfrentar melhor a vida", disse Serra à época. Foi só a mãe de Lourdes Maria voltar para casa e nunca mais se falou no assunto. Seria tudo uma piada se não se tratasse das vidas e esperanças de tantos jovens.
Por Luis Nassif, em seu blog
Qual a razão de tanto empenho do Magnolli e do Otávio em combater as cotas, a ponto do primeiro chamar os jornalistas de "meliantes" no jornal do segundo, com sua concordância? Apenas o fato de que o tema tornara-se bandeira do inacreditável Ali Kamel. Apenas isso. O fervor de cruzado desse pessoal destinava-se apenas a prestar reverência ao Kamel em sua cruzada e impedir que um chefe todo-poderoso da Globo pudesse ser derrotado em sua bandeira pessoal. Mero capricho de novo-rico do poder.
Demétrio perdeu o cetro de corneteiro mor da brigada "eu-amo-o-Kamel" para a Época – que considerou o livro do seu chefe um dos mais importantes da década, nesse interminável festival de ridículos que marcou o ápice do deslumbramento desses novos poderosos, CEOs do jornalismo.
Os dois jornalistas da Folha foram fuzilados. Antes deles, houve outros expurgados em nome dessa guinada do jornal.
Poucos jornalistas da Folha se mantiveram na trincheira do bom jornalismo (não vou mencionar nomes para não expo-los, mas quem lê a Folha sabe quem são). Oportunistas aderiram ao que manda o chefe. Jornalistas de caráter resistiram, embora recolhendo-se até que cessasse esse macartismo infernal.
Agora, a custosa e quase inútil tentativa da Folha de recuperar a imagem perdida dependerá fundamentalmente dos que resistiram à infâmia.
O espaço dado a Laura Capriglione na página 2 do jornal é a reabilitação interna a uma jornalista de caráter. O tema tratado mostra que, embora deva favores a José Serra, a Folha começa a acordar de cinco anos de cegueira continuada.
Insustentável leveza
Por Laura Capriglione, na Folha de S.Paulo
É de estarrecer a forma como se comporta o governo do Estado de São Paulo quando o assunto é educação.
Agora, uma medida que se chegou a apresentar como revolucionária cai por terra antes mesmo de ser aplicada. Trata-se do chamado "vale-presente" – a Secretaria da Educação daria R$ 50 a alunos que, em dificuldades com matemática, não faltassem a aulas de reforço.
Houve quem visse no "presente" propósitos eleitoreiros, outros acusaram-no de premiar o fracasso escolar (bons alunos não concorreriam ao benefício), outros ainda de ser antieducativo, já que, ao prazer do aprendizado, que deveria ser o alvo do processo pedagógico, se anteporia a força da grana.
Ocioso, agora, discutir as objeções. O que assombra é a leveza beirando a irresponsabilidade com que o secretário Paulo Renato Souza anunciou o cancelamento do programa, ontem, na Folha: "É um projeto que está muito cru", disse ele. "Muito cru", secretário?
Tem sido assim a condução da educação pública paulista.
Projetos ditos sensacionais em um dia evaporam no dia seguinte. Isso ajuda a explicar por que são pífios os indicadores de desempenho escolar no Estado mais rico.
E não melhoram, como o próprio Paulo Renato foi obrigado a reconhecer à vista dos resultados do último Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo): "Numa avaliação média, eu diria que tivemos uma estagnação", admitiu, confrontado com o fato de que a performance em matemática no ensino médio chegou a regredir entre 2008 e 2009.
Em português e matemática, a nota dos alunos do 3º ano do ensino médio atesta que eles têm competência abaixo da que seria esperada para alunos da 8ª série do ensino fundamental.
São 15,5 anos de administrações tucanas em São Paulo.
Uma criou a Escola da Família, outra desidratou-a. Primeiro se trombeteou que professores temporários sem qualificação para lecionar seriam demitidos. Depois o propósito foi abandonado. "Minha primeira obrigação é garantir aula", disse o secretário, como se alguém discordasse.
Até uma incrível parceria entre a cantora pop Madonna e a Secretaria da Educação chegou a ser alardeada, com direito a foto do secretário e do então governador José Serra em troca de sorrisos com a "Material Girl".
A ideia era aplicar um tal "programa educacional baseado em princípios cabalísticos" na rede pública. "Não é propriamente um programa formal, mas para desenvolver psicologicamente. Para enfrentar melhor a vida", disse Serra à época. Foi só a mãe de Lourdes Maria voltar para casa e nunca mais se falou no assunto. Seria tudo uma piada se não se tratasse das vidas e esperanças de tantos jovens.
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Jornal Nacional e sua luta incansável para eleger Serra
Jornal Nacional e sua luta incansável para eleger Serra
Ontem no "Jornal Nacional", "Na série sobre as preocupações dos cidadãos: Por que a saúde é a maior de todas?". Na longa reportagem, "o governo relata avanços, mas 41% dos cidadãos escolheram a área como a que mais preocupa diz a repóter"
Quanta "coincidência!"
No programa eleitoral do candidato tucano, também na noite de ontem, o tema foi único foi....a saúde!.
Fico com o "Economist"
O jornal Inglês, "Economist" também viu a propaganda do Serra, e escreveu: "Mas a inadequação de Serra no palco eleitoral se mostrou incontornável. No dizer da "Economist", antecipando-se à sua "apresentação", "ele aparenta ser insípido, exceto quando sorri, quando parece assustador"...Parece que só a Globo acha o Serra lindo.
Ontem no "Jornal Nacional", "Na série sobre as preocupações dos cidadãos: Por que a saúde é a maior de todas?". Na longa reportagem, "o governo relata avanços, mas 41% dos cidadãos escolheram a área como a que mais preocupa diz a repóter"
Quanta "coincidência!"
No programa eleitoral do candidato tucano, também na noite de ontem, o tema foi único foi....a saúde!.
Fico com o "Economist"
O jornal Inglês, "Economist" também viu a propaganda do Serra, e escreveu: "Mas a inadequação de Serra no palco eleitoral se mostrou incontornável. No dizer da "Economist", antecipando-se à sua "apresentação", "ele aparenta ser insípido, exceto quando sorri, quando parece assustador"...Parece que só a Globo acha o Serra lindo.
JOSÉ SERRA MENTE EM DEBATE. O DEM QUER SIM ACABAR COM PROUNI
José Serra mente em debate. O DEM quer sim acabar com o ProUni
Na primeira pergunta que fez para o candidato José Serra (PSDB) no debate Folha/UOL, Dilma Rousseff (PT) questionou o DEM por ter entrado na Justiça para acabar com o Prouni (Programa Universidade para Todos)."O senhor falou do Protec como exemplo para ensino técnico, na carona do Prouni. O meu governo criou o Prouni, para dar acesso aos mais pobres às universidades. O partido do seu vice [Indio da Costa, do DEM] quis acabar na Justiça com o projeto. O que teria acontecido se o Prouni tivesse acabado? O que você diria aos alunos beneficiados?", disse.Em resposta, Serra disse que o DEM não entrou com o processo no STF (Supremo Tribunal Federal)...SERRA MENTIU
Quarta-feira, 02 de abril de 2008
Ministro Carlos Ayres Britto vota pela constitucionalidade do ProUni
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto votou hoje (2) pela constitucionalidade do ProUni, o Programa Universidade para Todos. O Programa foi alvo de Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs 3330, 3314 e 3379) logo após ser criado pelo governo, por meio de medida provisória, depois convertida na Lei 11.906/05. O julgamento foi interrompido pelo ministro Joaquim Barbosa, que pediu vista do processo.
Em seu voto, Ayres Britto rechaçou um a um os argumentos contra o ProUni. A Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenem), os Democratas (DEM) e a Federação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social (Fenafisp) alegam que o programa criou uma discriminação entre os cidadãos brasileiros, ofendendo os princípios constitucionais da isonomia e da igualdade
Pela lei, as universidades privadas devem instituir políticas de ações afirmativas para receber recursos do ProUni, com reserva de parte das bolsas de estudo para alunos que tenham cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou em instituições privadas na condição de bolsista integral, sendo que parte das bolsas deve ser concedida para negros, indígenas e pessoas portadoras de necessidades especiais. Além disso, a lei determina que as bolsas de estudo integrais só podem ser concedidas a brasileiros cuja renda familiar mensal per capita não exceda 1,5 salário-mínimo.
Ayres Britto disse que é pelo combate eficaz a situações de desigualdade que se concretiza a igualdade e que a lei pode ser utilizada como um instrumento de reequilíbrio social, se não incidir em discriminação. “Não se pode criticar uma lei por fazer distinções. O próprio, o típico da lei é fazer distinções, diferenciações, `desigualações´ para contrabater renitentes `desigualações´.”
Ao citar a máxima de que “a verdadeira igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais”, Ayres Britto lembrou que a lei beneficia estudantes com carência patrimonial e de renda, uma faixa da população que tem sido alvo de ciclos repetitivos de desigualdades.
“A `desigualação´ em favor dos estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas e os egressos de escolas privadas que hajam sido contemplados com bolsa integral não ofende a Constituição pátria, porquanto se trata de um discrímen que acompanha a toada de compensação de uma anterior e factual inferioridade [patrimonial e de renda]”, concluiu.
Isenção tributária
Outra inconstitucionalidade apontada é que a lei teria desvirtuado o conceito constitucional de entidade beneficente de assistência social, criando regras para as entidades aderirem ao ProUni e limitando o poder estatal de tributar, o que só poderia ser feito por meio de lei complementar.
Ayres Britto também afastou esses argumentos. Ele disse que as entidades beneficentes de assistência social abarcam as de assistência educacional e que a lei do ProUni tão-somente criou um “critério objetivo de registro contábil compensatório da aplicação financeira em gratuidade por parte das instituições educacionais”.
Matéria penal
As entidades argumentaram, ainda, que a lei tratou de matéria penal ao fixar penalidades para instituições que descumprirem as obrigações assumidas no termo de adesão ao ProUni. Ayres Britto disse que as determinações da lei “nem de longe” trataram de matéria penal. Segundo ele, elas transitam no campo de matéria administrativa e foram produzidas de modo cuidadoso, tanto que fazem questão de condicionar eventual sanção a uma entidade somente após a instauração de procedimento administrativo, assegurado o contraditório e o direito de defesa.Aqui o link
Leia mais:
22/10/04 Confenem questiona no Supremo o Programa Universidade para Todos
RR/LFProcessos relacionadosADI 3330ADI 3314ADI 3379Serra chega ao debate VAIADO
Na chegada de Serra, estudantes da PUC protestaram e chamaram o candidato tucano de "sem-vergonha, hipocondríaco e safado", além de protestar pela atuação da polícia durante uma greve da Universidade de São Paulo (USP) em sua gestão à frente do Estado de São Paulo, quando a tropa entrou no campus.
Na primeira pergunta que fez para o candidato José Serra (PSDB) no debate Folha/UOL, Dilma Rousseff (PT) questionou o DEM por ter entrado na Justiça para acabar com o Prouni (Programa Universidade para Todos)."O senhor falou do Protec como exemplo para ensino técnico, na carona do Prouni. O meu governo criou o Prouni, para dar acesso aos mais pobres às universidades. O partido do seu vice [Indio da Costa, do DEM] quis acabar na Justiça com o projeto. O que teria acontecido se o Prouni tivesse acabado? O que você diria aos alunos beneficiados?", disse.Em resposta, Serra disse que o DEM não entrou com o processo no STF (Supremo Tribunal Federal)...SERRA MENTIU
Quarta-feira, 02 de abril de 2008
Ministro Carlos Ayres Britto vota pela constitucionalidade do ProUni
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto votou hoje (2) pela constitucionalidade do ProUni, o Programa Universidade para Todos. O Programa foi alvo de Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs 3330, 3314 e 3379) logo após ser criado pelo governo, por meio de medida provisória, depois convertida na Lei 11.906/05. O julgamento foi interrompido pelo ministro Joaquim Barbosa, que pediu vista do processo.
Em seu voto, Ayres Britto rechaçou um a um os argumentos contra o ProUni. A Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenem), os Democratas (DEM) e a Federação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social (Fenafisp) alegam que o programa criou uma discriminação entre os cidadãos brasileiros, ofendendo os princípios constitucionais da isonomia e da igualdade
Pela lei, as universidades privadas devem instituir políticas de ações afirmativas para receber recursos do ProUni, com reserva de parte das bolsas de estudo para alunos que tenham cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou em instituições privadas na condição de bolsista integral, sendo que parte das bolsas deve ser concedida para negros, indígenas e pessoas portadoras de necessidades especiais. Além disso, a lei determina que as bolsas de estudo integrais só podem ser concedidas a brasileiros cuja renda familiar mensal per capita não exceda 1,5 salário-mínimo.
Ayres Britto disse que é pelo combate eficaz a situações de desigualdade que se concretiza a igualdade e que a lei pode ser utilizada como um instrumento de reequilíbrio social, se não incidir em discriminação. “Não se pode criticar uma lei por fazer distinções. O próprio, o típico da lei é fazer distinções, diferenciações, `desigualações´ para contrabater renitentes `desigualações´.”
Ao citar a máxima de que “a verdadeira igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais”, Ayres Britto lembrou que a lei beneficia estudantes com carência patrimonial e de renda, uma faixa da população que tem sido alvo de ciclos repetitivos de desigualdades.
“A `desigualação´ em favor dos estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas e os egressos de escolas privadas que hajam sido contemplados com bolsa integral não ofende a Constituição pátria, porquanto se trata de um discrímen que acompanha a toada de compensação de uma anterior e factual inferioridade [patrimonial e de renda]”, concluiu.
Isenção tributária
Outra inconstitucionalidade apontada é que a lei teria desvirtuado o conceito constitucional de entidade beneficente de assistência social, criando regras para as entidades aderirem ao ProUni e limitando o poder estatal de tributar, o que só poderia ser feito por meio de lei complementar.
Ayres Britto também afastou esses argumentos. Ele disse que as entidades beneficentes de assistência social abarcam as de assistência educacional e que a lei do ProUni tão-somente criou um “critério objetivo de registro contábil compensatório da aplicação financeira em gratuidade por parte das instituições educacionais”.
Matéria penal
As entidades argumentaram, ainda, que a lei tratou de matéria penal ao fixar penalidades para instituições que descumprirem as obrigações assumidas no termo de adesão ao ProUni. Ayres Britto disse que as determinações da lei “nem de longe” trataram de matéria penal. Segundo ele, elas transitam no campo de matéria administrativa e foram produzidas de modo cuidadoso, tanto que fazem questão de condicionar eventual sanção a uma entidade somente após a instauração de procedimento administrativo, assegurado o contraditório e o direito de defesa.Aqui o link
Leia mais:
22/10/04 Confenem questiona no Supremo o Programa Universidade para Todos
RR/LFProcessos relacionadosADI 3330ADI 3314ADI 3379Serra chega ao debate VAIADO
Na chegada de Serra, estudantes da PUC protestaram e chamaram o candidato tucano de "sem-vergonha, hipocondríaco e safado", além de protestar pela atuação da polícia durante uma greve da Universidade de São Paulo (USP) em sua gestão à frente do Estado de São Paulo, quando a tropa entrou no campus.
16 PONTOS ESTADÃO FAZ EPITÁFIO
CITIBANK PREVÊ DESFECHO NO 1º TURNO
O Citibank enviou relatório a seus clientes top prevendo a vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno. Em seu comunicado o banco admite que mudou suas previsões após as últimas pesquisas eleitorais [ Datafolha, 8 pontos de vantagem para Dilma; Ibope, 11 pontos; Vox Populi, 16 pontos adiante de Serra). Com base nas eleições anteriores, o banco observa que não espera alterações de tendência com o horário eleitoral – que costuma interferir pouco nas definições de votos, diz. Entre as justificativas econômicas para um desfecho no 1º turno, a instituição afirma que a desaceleração econômica no segundo trimestre de 2010 foi temporária; as condições do mercado de trabalho voltaram a melhorar, enquanto o consumo retomou a tendência ascendente. Também o jornal Estadão, como se sabe um veículo pró-Serra, jogou a toalha solenemente em editorial da terça-feira. Aspas para o epitáfio da candidatura demotucana publicado pelo jornal: ‘...a oposição, como dissemos em editorial de 2 de julho, não ganha eleição. É o governo que perde eleição. E um governo com quase 80% de aprovação não tem motivo para perder esta eleição...’
(Carta Maior; 18-08)
O Citibank enviou relatório a seus clientes top prevendo a vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno. Em seu comunicado o banco admite que mudou suas previsões após as últimas pesquisas eleitorais [ Datafolha, 8 pontos de vantagem para Dilma; Ibope, 11 pontos; Vox Populi, 16 pontos adiante de Serra). Com base nas eleições anteriores, o banco observa que não espera alterações de tendência com o horário eleitoral – que costuma interferir pouco nas definições de votos, diz. Entre as justificativas econômicas para um desfecho no 1º turno, a instituição afirma que a desaceleração econômica no segundo trimestre de 2010 foi temporária; as condições do mercado de trabalho voltaram a melhorar, enquanto o consumo retomou a tendência ascendente. Também o jornal Estadão, como se sabe um veículo pró-Serra, jogou a toalha solenemente em editorial da terça-feira. Aspas para o epitáfio da candidatura demotucana publicado pelo jornal: ‘...a oposição, como dissemos em editorial de 2 de julho, não ganha eleição. É o governo que perde eleição. E um governo com quase 80% de aprovação não tem motivo para perder esta eleição...’
(Carta Maior; 18-08)
Desdobramentos das pesquisas eleitorais
Desdobramentos de pesquisas eleitorais
Enviado por luisnassif
-->
Coluna EconômicaA grande tragédia política dessas eleições será o fim quase completo da frente PSDB-DEM, a única que poderia oferecer uma oposição consistente ao novo governo, que será empossado em 1º de janeiro de 2011.Não existe governo, por mais virtuoso, que resista a um mandato sem oposição. E este é o risco que o Brasil corre, com os erros cometidos pela oposição nas atuais eleições. A avaliação é de João Francisco Meira, diretor-presidente do Instituto Vox Populi.Em meados do ano passado, a partir de conversas com Meira e de reflexões próprias, parlamentares do DEM – como o ex-deputado Saulo Queiroz – alertaram para as dificuldades que haveria em uma provável candidatura José Serra. Estava claro para eles a quase impossibilidade de vitória de Serra, por um conjunto de fatores.***O alerta de nada adiantou.Em março, durante Congresso da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), Meira alertou mais uma vez que a eleição já estava decidida para Dilma Rousseff. Tanto o Vox Populi quanto o Instituto Sensus trabalhavam com modernas técnicas de pesquisa, visando antecipar tendências do eleitorado.A metodologia era simples. Parte relevante do eleitorado não sabia ainda que Dilma era candidata de Lula. Mas certamente saberá no dia das eleições. A técnica consistia em antecipar aos pesquisados as informações. A partir daí, se chegaria a um resultado muito mais próximo do resultado final das urnas.***No encontro, houve um forte questionamento do Instituto Datafolha, para quem pesquisas não deveriam antecipar tendência.É uma bela discussão conceitual. O que interessa em uma pesquisa eleitoral: saber qual o resultado se a eleição fosse hoje ou tentar antecipar o resultado final da eleição? A fronteira da pesquisa de mercado é justamente antecipar tendências, explica Meira.***Nos meses seguintes, um inferno se abateu sobre os Institutos que seguiram essa nova metodologia – Sensus e Vox Populi. Foram atacados pelos jornais.O momento mais dramático dessa história foi quando, estimulado pelas matérias da Folha, o PSDB entrou na justiça eleitoral exigindo a auditagem da pesquisa do Sensus. O Instituto amanheceu com um estatístico convocado em São Carlos, com a polícia, para garantir a vistoria, e com um repórter da Folha (empresa proprietária do Datafolha) para escandalizar o acontecimento.Não se encontrou nenhuma irregularidade na pesquisa. Mais que isso, à medida que os dias iam passando, confirmava-se integralmente o acerto do Sensus e do Vox.***O próximo desafio de Meira será produzir um trabalho acadêmico a respeito das conseqüências do viés das pesquisas. Em um primeiro momento, aumentou a desinformação da opinião pública. Agora, há muita gente perplexa com um resultado que já era previsível desde o ano passado.Ao comprar a ideia de que Serra era competitivo, contra toda a evidência de um ano atrás, a oposição acabou indo para o caminho que Lula queria.***Meira equipara esse episódio às grandes tragédias shakespeareanas, de desdobramentos terríveis quando se toma a decisão errada na política, na guerra e no amor. Os fatos acabam voltando no meio da sua testa, com fúria redobrada.Se não se tivesse embarcado nessa armadilha das pesquisas com viés, a oposição teria tomado outro caminho. Constataria que Lula inaugurou um novo tempo na política brasileira e tentaria se adequar a esse novo cenário, pensando em um pacto progressista, que permitisse reformas estruturais do Judiciário, reforma fiscal, estrutura tributária. Não venceria as eleições, mas sairia preservada.Em vez disso, queimaram-se as caravelas e se chegou ao final da tragédia, com a aniquilação quase completa da estrutura DEM-PSDB. Vai sobrar Aécio Neves, em Minas, Kátia Abreu em Tocantins, talvez Roseane Sarney (embora no PMDB) no Maranhão. Cesar Maia corre o risco de não se eleger, assim como Agripino Maia e outros caciques. A nova geração de centro-direita, esperança de um revigoramento da oposição, será arrasada nas eleições.Levará no mínimo oito anos para se recompor a oposição, com todos os inconvenientes que trará para o aprimoramento democrático do país. O final da tragédia será em São Paulo. Geraldo Alckmin será eleito, possivelmente com folga. Mas há grande probabilidade de Serra perder no seu próprio estado, a partir do qual se produziu a fantasia que liquidou com a oposição em todo país. Luiz Nassif OnLine
Enviado por luisnassif
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Coluna EconômicaA grande tragédia política dessas eleições será o fim quase completo da frente PSDB-DEM, a única que poderia oferecer uma oposição consistente ao novo governo, que será empossado em 1º de janeiro de 2011.Não existe governo, por mais virtuoso, que resista a um mandato sem oposição. E este é o risco que o Brasil corre, com os erros cometidos pela oposição nas atuais eleições. A avaliação é de João Francisco Meira, diretor-presidente do Instituto Vox Populi.Em meados do ano passado, a partir de conversas com Meira e de reflexões próprias, parlamentares do DEM – como o ex-deputado Saulo Queiroz – alertaram para as dificuldades que haveria em uma provável candidatura José Serra. Estava claro para eles a quase impossibilidade de vitória de Serra, por um conjunto de fatores.***O alerta de nada adiantou.Em março, durante Congresso da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), Meira alertou mais uma vez que a eleição já estava decidida para Dilma Rousseff. Tanto o Vox Populi quanto o Instituto Sensus trabalhavam com modernas técnicas de pesquisa, visando antecipar tendências do eleitorado.A metodologia era simples. Parte relevante do eleitorado não sabia ainda que Dilma era candidata de Lula. Mas certamente saberá no dia das eleições. A técnica consistia em antecipar aos pesquisados as informações. A partir daí, se chegaria a um resultado muito mais próximo do resultado final das urnas.***No encontro, houve um forte questionamento do Instituto Datafolha, para quem pesquisas não deveriam antecipar tendência.É uma bela discussão conceitual. O que interessa em uma pesquisa eleitoral: saber qual o resultado se a eleição fosse hoje ou tentar antecipar o resultado final da eleição? A fronteira da pesquisa de mercado é justamente antecipar tendências, explica Meira.***Nos meses seguintes, um inferno se abateu sobre os Institutos que seguiram essa nova metodologia – Sensus e Vox Populi. Foram atacados pelos jornais.O momento mais dramático dessa história foi quando, estimulado pelas matérias da Folha, o PSDB entrou na justiça eleitoral exigindo a auditagem da pesquisa do Sensus. O Instituto amanheceu com um estatístico convocado em São Carlos, com a polícia, para garantir a vistoria, e com um repórter da Folha (empresa proprietária do Datafolha) para escandalizar o acontecimento.Não se encontrou nenhuma irregularidade na pesquisa. Mais que isso, à medida que os dias iam passando, confirmava-se integralmente o acerto do Sensus e do Vox.***O próximo desafio de Meira será produzir um trabalho acadêmico a respeito das conseqüências do viés das pesquisas. Em um primeiro momento, aumentou a desinformação da opinião pública. Agora, há muita gente perplexa com um resultado que já era previsível desde o ano passado.Ao comprar a ideia de que Serra era competitivo, contra toda a evidência de um ano atrás, a oposição acabou indo para o caminho que Lula queria.***Meira equipara esse episódio às grandes tragédias shakespeareanas, de desdobramentos terríveis quando se toma a decisão errada na política, na guerra e no amor. Os fatos acabam voltando no meio da sua testa, com fúria redobrada.Se não se tivesse embarcado nessa armadilha das pesquisas com viés, a oposição teria tomado outro caminho. Constataria que Lula inaugurou um novo tempo na política brasileira e tentaria se adequar a esse novo cenário, pensando em um pacto progressista, que permitisse reformas estruturais do Judiciário, reforma fiscal, estrutura tributária. Não venceria as eleições, mas sairia preservada.Em vez disso, queimaram-se as caravelas e se chegou ao final da tragédia, com a aniquilação quase completa da estrutura DEM-PSDB. Vai sobrar Aécio Neves, em Minas, Kátia Abreu em Tocantins, talvez Roseane Sarney (embora no PMDB) no Maranhão. Cesar Maia corre o risco de não se eleger, assim como Agripino Maia e outros caciques. A nova geração de centro-direita, esperança de um revigoramento da oposição, será arrasada nas eleições.Levará no mínimo oito anos para se recompor a oposição, com todos os inconvenientes que trará para o aprimoramento democrático do país. O final da tragédia será em São Paulo. Geraldo Alckmin será eleito, possivelmente com folga. Mas há grande probabilidade de Serra perder no seu próprio estado, a partir do qual se produziu a fantasia que liquidou com a oposição em todo país. Luiz Nassif OnLine
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