Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Eclusas de Tucuruí

Dia histórico para a Amazônia

Lula inaugura Eclusas de Tucuruí no dia 30/11 (T1 Comenta)
Enviada em 26 de novembro de 2010

Eclusas de Tucuruí
Depois de trinta anos, o Governo Federal venceu o desnível de 74 metros que impedia a navegabilidade no rio Tocantins desde a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Sistema de transposição vai permitir a navegabilidade em um trecho de 445 quilômetros no Rio Tocantins.
Nesta terça-feira (30/11), o presidente Luis Inácio Lula da Silva inaugura uma das maiores obras de infraestrutura logística do país, em uma área de expansão da fronteira agrícola e mineral.
São duas eclusas, com 210 metros de largura e 33 metros de comprimento cada uma, ligadas por um canal intermediário de 5,5 quilômetros. Clique na imagem para ampliá-la e ter uma melhor idéia da grandeza dessa obra.
Esse sistema  vai permitir a navegação de comboios de até 19 mil toneladas em uma extensão de 445 quilômetros entre o Porto de Vila do Conde/PA e a cidade de Marabá, onde está em fase de implantação uma plataforma multimodal que integrará hidrovia, ferrovia e rodovia.
O PAC - Programa de Aceleração do Crescimento viabilizou a conclusão das eclusas de Tucuruí.
De um total de um bilhão e seiscentos milhões de reais  necessários à finalização do sistema de transposição, R$ 1 bilhão foi investido por meio do PAC, a partir de 2007, ano da retomada das obras.
“Essa é uma vitória do trabalho sério e da persistência sobre a falta de vontade política, que havia paralisado os serviços diversas vezes desde que a obra começou em 1981”, comemora o diretor-geral do DNIT, Luiz Antônio Pagot.
A obra impressiona pela grandiosidade. O volume de concreto usado na obra seria suficiente para construir 25 estádios de futebol do tamanho do Maracanã.
Cerca de 3.500 operários  trabalharam continuamente nas obras desde a retomada.
As eclusas vão beneficiar o setor produtivo da região, principalmente no que diz respeito à mineração.
Hoje, os comboios carregados de minério navegam de Marabá a Tucuruí, onde é necessário realizar o transbordo para caminhões e, logo depois do desnível, a carga volta a ser transportada pelo rio até os portos de Belém e Vila do Conde.
Com a conclusão da obra, o transbordo deixa de ser necessário e a viagem ficará mais curta. Isso se reverte em redução de custos, o que viabiliza a implantação da siderúrgica Aços Laminados do Pará – ALPA. Essa indústria é um empreendimento avaliado em R$ 3,3 bilhões, cuja logística está inteiramente baseada no modal hidroviário.
Aliando sustentabilidade à economia, a conclusão das eclusas é mais um passo na mudança da matriz de transportes do país, dentro do que prevê o PNLT - Plano Nacional de Logística de Transportes.
De acordo com o PNLT, até 2025, 29% de todo o transporte será efetuado por hidrovias, meio que polui menos o meio ambiente e reduz custos de transporte, tornando os produtos mais competitivos.
Um comboio de 150 metros de comprimento, com capacidade de 6 mil toneladas, equivale a 172 carretas de 35 toneladas de capacidade.
Hoje, apenas 13% da carga no país é transportada por vias fluviais.
Histórico
Iniciada em 1980 pela extinta Portobras, a construção das eclusas de Tucuruí  teve andamento normal até 1984, quando o ritmo foi reduzido gradativamente até a paralisação, em 1989.
Em 1998 os serviços foram reiniciados, mas houve nova desaceleração por determinação do Tribunal de Contas da União. Reativadas mais uma vez em 2004, as obras seguiram até outubro de 2005.
Somente em março de 2007, após a inclusão no PAC e a assinatura do contrato de delegação firmado entre DNIT e Eletronorte, foi possível retomar a obra, que será entregue à população este mês.
Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA/DNIT
***
Comentário T1:
Mais uma grande obra do PAC Logística é concluída e cada vez restará menos obras a concluir para fundamentar o discurso dos pessimistas de que as obras do PAC não saíram do papel, somente porque elas só foram concluídas nos prazos previstos e não nos prazos desejados.
Ela é um marco importante da retomada do modal aquaviário, visando o aumento da sua participação na matriz de transportes, como mencionado na matéria.
Ela é fundamental para a consolidação do Porto de Vila do Conde, no Pará, como um dos mais importantes do Norte-Nordeste e do país.
Ela mostra como foi importante elaborar e desenvolver o PNLT - Plano Nacional de Logística e Transportes, em 2006/2007, e que teve a coordenação do Diretor Técnico da Agência T1, José Augusto Valente, então Secretário de Política Nacional de Transportes.
É bom lembrar que o PNLT foi a referência para o PAC e continuará sendo referência para o PAC 2. O que significa que o governo Lula retomou (ou inaugurou) a elaboração do planejamento estratégico de longo prazo na área de infra-estrutura.
Finalmente, essa obra permitirá um passo importante na redução de emissão de CO2 produzido na operação logística das cargas brasileiras.

Nunca havia visto uma lambeção de saco destas, nem sei se ele mesmo acredita .....mas .....PQP.

AS 10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO ATRAVÉS DA MÍDIA...

Até a FOlha Toma Na Cloaca EXCLUSIVO – A TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA QUE O REPÓRTER DA FOLHA FEZ COM O SENHOR CLOACA NA SAÍDA DO PLANALTO


.





















-          Olá, você é o senhor Cloaca, não é?
-          Você, não. Senhor.
-          Hãã…o senhor é o senhor Cloaca, não é?
-          Até prova em contrário. E enquanto as pragas não pegarem…
-          Será que voc…o senhor poderia me dar uma palavrinha?
-          Uma só? Pode ser um adjetivo?
-          Na verdade, tenho algumas perguntas…
-          Então, por que pediu uma palavrinha em vez de perguntar se podia fazer algumas perguntas?
-          É que…,como voc…o senhor vê, sou novo nisso.
-          Não vi nada. Mas vejo que você tem um crachá da Folha.
-          É, pois é.
-          É seu mesmo? Deixe-me ver a foto…

(Cara, crachá, cara, crachá, cara, crachá)

-          Não repare muito, senhor Cloaca.
-          Vem cá, você é sobrinho da Tia Lenita?
-          Quem?
-          Deixa para lá…
-          Mas, senhor Cloaca…as perguntas…
-          Ah, sim, claro!
-          Voc…o senhor não acha que o Presidente Lula está querendo censurar a imprensa?
-          Não, não acho. De onde você tirou essa ideia estapafúrdia?
-          É que me mandaram perguntar…
-          Você acha isso?
-          Sabe, eu sou apenas um operário da mídia…
-          Estou vendo. E vamos deixar claro que não tenho nada pessoal contra você, meu caroooo… qual é mesmo seu nome?
-          (mostra o crachá) Breno. Breno Costa. E o seu?
-          Senhor. Senhor Cloaca.
-          Sei. Mas o seu nome verdadeiro…
-          Isso não é importante. Sequer sou famoso.
-          Mas agora está famoso, não é?
-          Quem está famoso é o Senhor Cloaca.
-          Mas, essa história de o Presidente Lula querer calar a imprensa…
-          Que história, rapaz?
-          O Lula atacou a imprensa, oras!
-          O que o Presidente Lula fez foi manifestar suas ideias a respeito de como certa imprensa o tem tratado. Isso não é atacar a instituição Imprensa. Aliás, se você viu a entrevista que ele acabou de dar para os blogueiros…
-          Uma entrevista chapa-branca, não é?
-          Chapa-branca? Pode me citar algum exemplo?
-          Bem…veja bem…ãããnnn…
-          Escuta, não está na hora do seu Toddynho?
-          Que horas são?
-          Exatamente, meio-dia e quarenta.
-          Então, a censura à imprensa…
-          Olha, meu filho, a mesma liberdade que certa imprensa tem de publicar o que quiser contra o Lula tem o Lula de dizer o que pensa daquilo que publicaram contra ele. Ou a Imprensa não pode ser criticada?
-          Não é isso…é que…
-          Seu jornal, por exemplo, teve toda a liberdade de publicar que o Lula é assassino e estuprador.
-          Veja bem…quer dizer…
-          Seu jornal chamou a ditadura de ditabranda.
-          É, isso é verdade.
-          O que é verdade?
-          Meu jornal chamou a ditadura de ditabranda.
-          E você trabalha lá.
-          Como eu disse, sou apenas um operário…
-          Objetivamente, o que você saber de mim, que já não saiba?
-          Voc…o senhor trabalha onde?
-          Você vai publicar exatamente o que eu disser, não é?
-          Sim.
-          Assessoro políticos do PT-RS, mas vou evitar o assunto.
-          É verdade que, na hora da foto, o Lula disse: vem cá, ô Cloaquinha”?
-          Sim, é verdade, ele disse.
-          E o senhor fez o quê?
-          Nada. Apenas fui.
-          Não vai se gabar disso?
-          Vou, sim. Estou até pensando em botar uma placa no pescoço com os dizeres: O Lula me chamou depois: ‘Vem cá, ô Cloaquinha!’

(Toca o celular. “Alô, mamãe! Como? Acabou??? Tudo bem, pode ser Ovomaltine!” Desliga o celular)

-          Bem, obrigado pela entrevista, senhor Cloaca, mas estão me esperando para o almoço. 
     -        Também vou indo. Até a próxima, Breno! E, olha, não aceite doces de estranhos na rua, tá?
.
.
O diálogo acima é 85% verdadeiro. E está gravado.

Como o WikiLeaks chegou ao Brasil. Vem mais bomba aí. Cuidado, Johnbim !


Só o Brasil não levou o Assange a sério. Viva o Brasil !

Conversa Afiada reproduz o texto da jornalista Natália Viana, responsável pela introdução da “transparência radical” no Brasil.

Note-se que o noticiário da Folha (*) de hoje tentou inutilmente preservar a escandalosa responsabilidade do ministro Serrista Nelson Johnbim, clique aqui para ler “Escândalo ! Ministro da Defesa (dos Estados Unidos) ataca política externa brasileira”.


Por dentro do Wikileaks: a democracia passa pela transparência radical




Fui convidada por Julian Assange e sua equipe para trazer ao público brasileiro os documentos que interessam ao nosso país. Para esse fim, o Wikileaks decidiu elaborar conteúdo próprio também em português. Todos os dias haverá no site matérias fresquinhas sobre os documentos da embaixada e consulados norte-americanos no Brasil.
Por trás dessa nova experiência está a vontade de democratizar ainda mais o acesso à informação. O Wikileaks quer ter um canal direto de comunicação com os internautas brasileiros, um dos maiores grupos do mundo, e com os ativistas no Brasil que lutam pela liberdade de imprensa e de informação. Nada mais apropriado para um ano em que a liberdade de informação dominou boa parte da pauta da campanha eleitoral.
Buscando jornalistas independentes, Assange busca furar o cerco de imprensa internacional e da maneira como ela acabada dominando a interpretação que o público vai dar aos documentos. Por isso, além dos cinco grandes jornais estrangeiros, somou-se ao projeto um grupo de jornalistas independentes. Numa próxima etapa, o Wikileaks vai começar a distribuir os documentos para veículos de imprensa e mídia nas mais diversas partes do mundo.
Assange e seu grupo perceberam que a maneira concentrada como as notícias são geradas – no nosso caso, a maior parte das vezes, apenas traduzindo o que as grandes agências escrevem – leva um determinado ângulo a ser reproduzido ao infinito. Não é assim que esses documentos merecem ser tratados: “São a coisa mais importante que eu já vi”, disse ele.
Não foi fácil. O Wikileaks já é conhecido por misturar técnicas de hackers para manter o anonimato das fontes, preservar a segurança das informações e se defender dos inevitáveis ataques virtuais de agências de segurança do mundo todo.
Assange e sua equipe precisam usar mensagens criptografadas e fazer ligações redirecionados para diferentes países que evitam o rastreamento. Os documentos são tão preciosos que qualquer um que tem acesso a eles tem de passar por um rígido controle de segurança. Além disso, Assange está sendo investigado por dois governos e tem um mandado de segurança internacional contra si por crimes sexuais na Suécia. Isso significou que Assange e sua equipe precisam ficar isolados enquanto lidam com o material. Uma verdadeira operação secreta. 

Documentos sobre Brasil 

No caso brasileiro, os documentos são riquíssimos. São 2.855 no total, sendo 1.947 da embaixada em Brasília, 12 do Consulado em Recife, 119 no Rio de Janeiro e 777 em São Paulo. 

Nas próximas semanas, eles vão mostrar ao público brasileiro histórias pouco conhecidas de negociações do governo por debaixo do pano, informantes que costumam visitar a embaixada norte-americana, propostas de acordo contra vizinhos, o trabalho de lobby na venda dos caças para a Força Aérea Brasileira e de empresas de segurança e petróleo.
O Wikileaks vai publicar muitas dessas histórias a partir do seu próprio julgamento editorial. Também vai se aliar a veículos nacionais para conseguir seu objetivo – espalhar ao máximo essa informação. Assim, o público brasileiro vai ter uma oportunidade única: vai poder ver ao mesmo tempo como a mesma história exclusiva é relatada por um grande jornal e pelo Wikileaks. Além disso, todos os dias os documentos serão liberados no site do Wikileaks. Isso significa que todos os outros veículos e os próprios internautas, bloggers, jornalistas independentes vão poder fazer suas próprias reportagens. Democracia radical – também no jornalismo. 

Impressões 

A reação desesperada da Casa Branca ao vazamento mostra que os Estados Unidos erraram na sua política mundial – e sabem disso. Hillary Clinton ligou pessoalmente para diversos governos, inclusive o chinês, para pedir desculpas antecipadamente pelo que viria. Para muitos, não explicou direto do que se tratava, para outros narrou as histórias mais cabeludas que podiam constar nos 251 mil telegramas de embaixadas.
Ainda assim, não conseguiu frear o impacto do vazamento. O conteúdo dos telegramas é tão importante que nem o gerenciamento de crise de Washington nem a condenação do lançamento por regimes em todo o mundo – da Austrália ao Irã – vai conseguir reduzir o choque.
Como disse um internauta, Wikileaks é o que acontece quando a superpotência mundial é obrigada a passar por uma revista completa dessas de aeroporto. O que mais surpreende é que se trata de material de rotina, corriqueiro, do leva-e-traz da diplomacia dos EUA. Como diz Assange, eles mostram “como o mundo funciona”.
O Wikileaks tem causado tanto furor porque defende uma ideia simples: toda informação relevante deve ser distribuída. Talvez por isso os governos e poderes atuais não saibam direito como lidar com ele. Assange já foi taxado de espião, terrorista, criminoso. Outro dia, foi chamado até de pedófilo.

Wikileaks e o grupo e colaboradores que se reuniu para essa empreitada acreditam que injustiça em qualquer lugar é injustiça em todo lugar. E que, com a ajuda da internet, é possível levar a democracia a um patamar nunca imaginado, em que todo e qualquer poder tem de estar preparado para prestar contas sobre seus atos.
O que Assange traz de novo é a defesa radical da transparência. O raciocínio do grupo de jornalistas investigativos que se reúne em torno do projeto é que, se algum governo ou poder fez algo de que deveria se envergonhar, então o público deve saber. Não cabe aos governos, às assessorias de imprensa ou aos jornalistas esconder essa ou aquela informação por considerar que ela “pode gerar insegurança” ou “atrapalhar o andamento das coisas”. A imprensa simplesmente não tem esse direito.
É por isso que, enquanto o Wikileaks é chamado de “irresponsável”, “ativista”, “antiamericano” e Assange é perseguido, os cinco principais jornais do mundo que se associaram ao lançamento do Cablegate continuam sendo vistos como exemplos de bom jornalismo – objetivo, equilibrado, responsável e imparcial.
Uma ironia e tanto.

*Natália Viana é jornalista e colaboradora do Opera Mundi

Via Conversa Afiada

Desmatamento na Amazônia é o menor em 23 anos


Número representa queda de 13,6% sobre estimativa do ano passado.
Do Globo Amazônia, em São Paulo e Brasília

O ritmo do desmatamento da Amazônia alcançou seu menor nível desde 1988, batendo novo recorde em relação ao ano passado.

Segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (1º), o dado mais recente de desmatamento na Amazônia representa redução de 13,6% em relação à área devastada no ano passado, quando 7.008 km² de mata foram derrubados.

A área desmatada no bioma é a menor desde 1988, quando as estatísticas começaram a ser feitas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que divulga nesta quarta o desmatamento anual computado pelo Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes).


Leia mais em: Есkердопата 
Under Creative Commons License: Attribution

Miriam Leitão é ignorante ou máu-caráter?


Nassif não fala por questões profissionais, mas esses "erros" da srta. PIG são inaceitáveis em qualquer pessoa alfabetizada. Ninguém precisa estudar economia para entender conceitos tão básicos.

Se a srta. PIG não entende isso é completamente analfabeta, se entende é extremamente desonesta. Não há outras alternativas.

Os erros no diagnóstico da economia
Coluna Econômica

Ouvi ontem, na rádio CBN, considerações de minha colega Miriam Leitão sobre déficit público. São análises algo equivocadas, que acabam por confundir a opinião pública.

1º Tema – há uma discussão sobre dívida bruta e divida líquida. A Fazenda trabalha com o conceito de dívida líquida, descontando da dívida bruta o valor das reservas cambiais e de outros ativos líquidos. Miriam diz que é bobagem porque as reservas podem se evaporar na primeira crise cambial. Ora, evaporando-se, a dívida líquida ficará menor.

Entenda o raciocínio.

Momento 1 - O Banco Central adquire, digamos, US$ 100 milhões a uma taxa de R$ 1,70. Para tanto, vende R$ 170 milhões em títulos no mercado. Ficará com US$ 100 milhões a mais nas reservas e R$ 170 milhões a mais na dívida bruta.

Momento 2 – há uma fuga de recursos e o dólar vai a, digamos, R$ 2,00. O BC pega os US$ 100 milhões e vende no mercado. Apura R$ 200 milhões, resgata os R$ 170 milhões de títulos vendidos e tem um lucro de R$ 30 milhões com a operação – que abaterá da dívida bruta.

Momento 3 - Mais ainda. Supondo que as reservas foram adquiridas a um custo médio de R$ 1,75 por dólar, se o dólar chegar a R$ 2,00, o BC terá um lucro fiscal correspondente ao total das reservas (US$ 250 bi) vezes a diferença de R$ 0,25 por dólar. Ou R$ 62,5 bi.

***

2º Tema – diz a Miriam: a Fazenda fala que a dívida pública caiu, mas é falso. A dívida continua aumentando. O que ocorreu foi uma redução da relação dívida pública/PIB porque o PIB cresceu.
Vamos entender melhor.

Imagine que você tenha uma empresa que fature R$ 1 milhão por mês, um lucro de 10% sobre o faturamento (R$ 100 mil mensais) e uma dívida de R$ 2,5 milhões. A dívida corresponderá a 25 meses de lucro. Aí a empresa investe, dobra o faturamento para R$ 3 milhões mensais, o lucro para R$ 300 mil mensais e a dívida para R$ 3 milhões. A dívida aumentou. Só que serão necessários apenas 10 meses de lucro para cobrir a dívida.

Em termos de crédito, a situação da empresa piorou ou melhorou? É óbvio que melhorou.

Com países se dá a mesma coisa: o que interessa, na avaliação do endividamento, é a proporção sobre o PIB (o conjunto de riquezas geradas pelo país). Se a dívida aumenta em termos nominais, mas cai em termos percentuais, eu, você, o FMI e o banco Mundial considerarão que a situação do país melhorou.

***

Por trás dessa discussão, há questões mais profundas, relacionadas à própria condução da política econômica.

Quando se aposta no crescimento, há recuperação do mercado de trabalho, melhorando a arrecadação da Previdência; há aumento na receita tributária, sem necessidade de aumentar as alíquotas; abre-se inclusive espaço para reduções de tributação. É como o exemplo da empresa que aumenta seu faturamento.

***

De uma maneira geral, com exceção dos últimos dois anos, o jogo da política econômica tem sido o inverso. Problemas fiscais são utilizados como álibi para juros altos e crescimento baixo.
 Esquerdopata


Leia mais em: Есkердопата 
Under Creative Commons License: Attribution

Mídia não aceita que Dilma faça o que prometeu


A cara do governo
Marcos Coimbra
Correio Braziliense
Sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi
Ninguém votou em Dilma para que o “dilmismo” vencesse o “serrismo”. Só quem quis que a eleição fosse essa foi o próprio Serra, que sabia que perderia se o foco da escolha se alargasse
A reação de parte da imprensa às informações sobre a composição do governo Dilma é curiosa. Em alguns veículos, chega a ser cômica.

Outro dia, um dos jornais de São Paulo estampou em manchete que Dilma estava “montando o núcleo de seu ministério com lulistas”. O que será que o editor imaginava? Que ela fosse recrutar “serristas” para os postos-chave de sua administração?

Como ensinam os manuais do jornalismo, essa não é uma notícia. Ou será que algo tão óbvio merece destaque? “Cachorro come linguiça” não é um título para a primeira página. No dia em que a linguiça comer o cachorro, aí sim a teremos uma notícia (que, aliás, deverá ser impressa em letras garrafais).

Na mesma linha, um jornal carioca achou que era necessário alertar os leitores para o fato de que “Lula está indicando várias pessoas para o governo Dilma”. Em meio a estatísticas sobre quantos nomes já havia emplacado, a matéria era de franca desaprovação.

Na verdade, tanto nessa, quanto na manchete do jornal paulista, estava implícita quase uma denúncia, como se um duplo malfeito estivesse sendo cometido. Por Lula, ao “se meter” na formação do novo governo, ao “tentar interferir” onde, aparentemente, não deveria ter voz. Por Dilma, ao não reagir à intromissão e o deixar livre para apontar nomes.

Quem publica coisas assim dá mostras de não ter entendido a eleição que acabamos de fazer. Não entendeu como Lula, seu principal arquiteto, a concebeu, como Dilma encarnou a proposta, e como a grande maioria do eleitorado a assimilou.

Tudo mundo sabe que, quando Lula formulou o projeto da candidatura Dilma, a ideia central era de continuidade: do governo, de suas prioridades, de seu estilo. Ele nunca disse o contrário e insistiu no uso de imagens que caracterizavam, com clareza, o que ela representava. Para que ninguém tivesse dúvidas, chegou a afirmar que votar em Dilma era a mesma coisa que votar nele. Foi explícito nos palanques, nas declarações, na televisão.

Dilma sempre falou a mesma coisa. Mostrou-se à vontade como representante de Lula e do governo, seja por sua lealdade para com o presidente, seja pela boa razão de que o governo era dela também. Apresentar-se ao país como candidata de continuidade nunca a deixou desconfortável, pois significava defender aquilo a que havia se dedicado nos últimos oito anos.

Isso foi bem entendido pelos eleitores. Desde o primeiro momento e até o fim da eleição, as pessoas olharam para Dilma sabendo qual era a natureza de sua candidatura. Muitas descobriram suas qualidades pessoais, mas o núcleo da decisão de votar em seu nome foi outro, como mostraram as pesquisas.

Ninguém votou em Dilma para que o “dilmismo” vencesse o “serrismo”. Só quem quis que a eleição fosse essa foi o próprio Serra, que sabia que perderia se o foco da escolha se alargasse, se os eleitores olhassem para o que cada candidato representava e não se limitassem a fazer a velha comparação de biografias.

Agora, quando Dilma escuta Lula na montagem do governo, ela apenas cumpre a promessa fundamental de sua candidatura, a razão principal (para alguns eleitores, a única) de ela ter sido votada. Quando dá mostras de que manterá ministros e dirigentes, faz apenas o natural. Se, por exemplo, se comprometeu durante a campanha com a preservação de determinada política, porque razão não seria adequado que o responsável permanecesse?

O governo que está sendo organizado terá a cara da continuidade, política e administrativa. Terá a cara de Lula, do PT e das outras forças partidárias que venceram a eleição. Terá a cara da atual administração, que é aprovada pela maioria da sociedade. Terá a cara de Dilma, pois é ela que o chefiará.

É isso que foi combinado com o país.
 Esquerdopata


Leia mais em: Есkердопата 
Under Creative Commons License: Attribution

MERCADOS QUEREM O ESCALPO DE PORTUGAL E ESPANHA

Estado português só consegue obter financiamento pagando aos mercados juros de 7% ao ano, nível considerado insustentável pelos analistas. Na Espanha, a chantagem financeira também aumentou depois da falência da Irlanda. Quarta maior economia européia, a Espanha tem o terceiro maior déficit fiscal da zona do euro. Ou seja, é o terceiro maior dependente de empréstimos para manter a solvência das finanças públicas. A exemplo do que fazem com Portugal, os investidores exigem rendimentos cada vez maiores para carregar títulos públicos emitidos pelo governo Zapatero. Uma forma de atende-los num momento em que caem as receitas com impostos por conta da recessão, é cortar dramaticamente gastos do Estado para reservar recursos à rubrica dos juros. É a mesma ‘demonstração’ de austeridade requerida do governo Dilma neste momento no Brasil. A Espanha tem mais de quatro milhões de desempregados; entre os jovens, a taxa de desocupação passa de 20%. O Brasil precisa,entre outras urgencias, levar cidadania a 1020 favelas do Rio de Janeiro, não apenas segurança, mas emprego e renda para ocupar o 'vazio econômico' com a expulsão do tráfico. O risco ‘soberano’ dos países atingidos pela explosão da bolha especulativa aumentou por conta dos gastos para socorrer bancos e empresas quebradas, bem como em decorrências da elevação das despesas com seguro-desemprego e auxílio moradias, entre outros. De certa forma, o mercado saneou seus riscos –ou conseguiu reduzí-los—transferindo o ônus aos Estados nacionais. Em proporções cavalares, o mesmo acontece hoje nos EUA –com a diferença nada desprezível que o FED norte-americano exerce prerrogativas imperiais de emitir dólares e pulverizar sua dívida inundando o mundo com a moeda, a ponto de desvalorizá-la progressivamente. Em troca, valoriza a moeda dos países pobres e em desenvolvimento. O saldo final é uma elevação extra do risco soberano desses países, alvo crescente do coro ortodoxo-midiático que aqui e alhures entra em cena para pedir em uníssono: corte de gastos. (Leia também :'Alemão: cidadania X arrocho fiscal').
(Carta Maior -01/12