Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Tempo e Temer elegerão Lula ou quem ele indicar

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O salário dos “memeiros” é “Fixo e secreto”, afirma Kim Kataguiri, um dos coordenadores do MBL, segundo reportagem da Folha de São Paulo sobre a estratégia do “movimento” para manter acesa a chama da burrice em um setor bem específico da sociedade.
Rafael Rizzo, 25, e Arthur França, 24, os “memeiros” recém-contratados pelo “movimento” dizem trabalhar cerca de 12 horas diárias. Os dois também administram as redes do MBL como um todo.
O dinheiro que abunda para esses picaretas do MBL financiou o lado mais cruel do golpe: o de fazer pessoas que seriam afetadas pela ruptura institucional e o consequente fim da visão social do Estado brasileiro após a ascensão do PMDB e do PSDB ao poder.
Incontáveis milhões de dólares foram gastos para derrubar Dilma Rousseff e o PT. Empresas, partidos políticos e ricaços do Brasil e do exterior investiram e continuam investindo fortunas para sustentar o governo oriundo do golpe e manter acesa uma chama que, apesar de tantos recursos, já começa a ficar bruxuleante…
Um vídeo divulgado no ano passado já deixava muito claros os interesses por trás desses “movimentos espontâneos” que mobilizaram multidões ao custo de milhões e milhões de dólares. Foi produzido pela “The Real News”, agência independente de jornalistas investigativos. Vamos assistir.
Esse investimento que está sendo feito pelo MBL em redes sociais, segundo o relato da Folha, já prevê as dificuldades que os mercadores de estupidez vão ter daqui até o ano que vem para manter acesa essa chama da burrice que permitiu a derrubada de um governo cuja obra social todos conhecem e que foi trocado por um governo que, a cada dia, edifica mais o empobrecimento da sociedade brasileira.
Não importa quanto a mídia tente vender “melhora” da economia. Não há melhora alguma.
O desemprego parou de cair porque o nível de emprego já está no fundo do poço. Os pouquíssimos empregos criados são muito piores. Pagam salários que chegam a 1/3 do que eram antes do golpe, sem contar que a inflação corroeu os valores, fazendo o que é 1/3 virar, quem sabe, 1/10.
A economia não irá reagir por falta de confiança dos investidores. Ninguém sabe o que acontecerá no ano que vem. Só um louco colocaria dinheiro no Brasil neste momento.
O ataque aos programas sociais irá retirar uma rede de proteção que vinha atenuando os efeitos da crise. A sociedade, desprotegida, verá surgirem hordas de miseráveis desesperados, o que inclui àqueles que optarão por “soluções” desesperadas, entre as quais o crime.
Pobreza, desigualdade, violência, criminalidade…
Foi tudo muito rápido. O Brasil mergulhou no inferno de repente. Não houve tempo para as pessoas esquecerem que até há pouco o Brasil era um país promissor, em que a economia crescia, a pobreza despencava, a desigualdade melhorava a olhos vistos.
O Brasil era o país para o qual os que emigraram para o exterior retornavam. Durante mais de uma década a vida melhorou tanto por aqui que, pela primeira vez na história, a renda se desconcentrou como jamais ocorrerá. Os governos do PT viram acontecer a primeira verdadeira queda na desigualdade em mais de um século de vida republicana.
Ainda há muita gente reticente contra Lula, o PT e a esquerda. O dinheiro grosso que alimenta as fábricas de burrice dos MBLs da vida vai continuar jorrando, mas, em algum momento, esses setores imbecilizados da sociedade vão ter que começar a pensar na realidade de suas vidas.
Grande parte dos inocentes (burros) úteis dos quais esses movimentos fascistas se valem será dramaticamente afetada pela crise. Não haverá dinheiro suficiente para enganar tanta gente.
Os financiadores desse festim diabólico que sustenta mistificadores como os do MBL atingiriam melhor seus objetivos se jogassem essas fortunas de um avião sobre o país. Contratar memeiros não vai impedir que as pessoas sintam os efeitos da piora da condição de vida que Temer e o PSDB vão impor aos brasileiros.
Ou alguém acha que as pessoas vão comer memes ou pagar contas com eles?
A liderança de Lula está crescendo porque, a cada dia, mais e mais pessoas percebem quanto a vida era melhor quando o PT estava no poder. É por isso que esbirros da ditadura temerária como Sergio Moro perdem popularidade na mesma medida que Lula ganha.
O mais incrível é que, enquanto golpistas e seus apoiadores fazem pouco das possibilidades de Lula voltar a governar o Brasil afirmando que o povo o rejeita, torcem para que a Justiça o inabilite a tempo para NÃO concorrer como candidato.
O efeito que teria diante do mundo o Brasil impedir o principal candidato a presidente de concorrer não será pequeno. E vai dificultar ainda mais a saída da crise.
No limite, se a direita vencesse em 2018 e continuasse aplicando o programa econômico em curso, o país mergulharia Juem uma convulsão social generalizada. Sem partidos, mas com gente desesperada promovendo saques e mergulhando no mundo do crime.
O aumento previsível da esperança em Lula lhe permitirá apontar em quem um país desesperado deverá votar. O povo revoltado com o impedimento a votar em quem aposta para tirar o país do buraco ouvirá contrito a indicação do ex-presidente, caso a Justiça teime em dar um golpe eleitoral no ano que vem.
Não acredita? Tudo bem. Mas não esqueça de que leu aqui essa análise.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Reinaldo Azevedo está certíssimo, a esquerda vai voltar

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José Reinaldo Azevedo e Silva, vulgo Reinaldo Azevedo, foi inventado pela revista Veja no início dos anos 2000. Era um jornalista sem expressão, famoso por seu carreirismo e pelas puxadas de tapete nas redações durante os anos 1990.
Azevedo formou-se em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, após frequentar o curso de letras na Universidade de São Paulo (USP). Foi trotskista na adolescência, durante a ditadura militar. Adulto, tornou-se crítico do comunismo e das ideias socialistas.
Foi redator-chefe das revistas Primeira Leitura e Bravo!, editor-adjunto de política da Folha de São Paulo, coordenador de política da sucursal de Brasília do mesmo jornal e redator-chefe do jornal Diário do Grande ABC, de Santo André, entre 1991 e 1993.
Também foi articulista da revista Veja até 7 de outubro de 2009, quando escreveu seu último artigo para a revista. Ainda mantém um blog hospedado no site da Veja.
Após sair das páginas impressas da revista, Azevedo tornou-se colunista da Folha e radialista da rádio Jovem Pan, onde faz intervenções no Jornal da Manhã e comanda o programa Os Pingos nos Is. Por fim, atua como comentarista especial do telejornal RedeTV! News.
Azevedo se deu bem. Até por volta de 2006, não existia. Chafurdava na Primeira Leitura, publicação sem leitores e importância, pertencente ao ex-ministro das Comunicações de FHC Luiz Carlos Mendonça de Barros. Quando a revista afundou – logo após se envolver no que ficou conhecido como “escândalo da Nossa Caixa”, que explodira um ano antes –, foi “acomodado” na Veja, talvez para não falar demais.
Só para constar, o escândalo envolvendo a Primeira Leitura, que Azevedo havia “comprado” do Mendonção, eclodiu em 2005. O Ministério Público de São Paulo recebeu denúncia anônima sobre irregularidades nas verbas de publicidade da Nossa Caixa.
A denúncia ganhou força após a Folha de S. Paulo divulgar indícios de que o governo Alckmin havia interferido no Banco Nossa Caixa em favor de deputados aliados ao governo na Assembleia Legislativa paulista. As verbas eram direcionadas principalmente para financiar anúncios em revistas e jornais dos aliados, como a rede de televisão Rede Vida e a revista Primeira Leitura, pilotada por Azevedo.
Como sempre, o MP e o Judiciário tucanos de São Paulo acobertaram tudo e tudo ficou por isso mesmo.
A longa apresentação desse indivíduo serve ao propósito de mostrar que não se trata de nada mais do que de um carreirista que enriqueceu e ganhou fama à sombra do poder e de métodos obscuros. Mas não se pode negar um mérito a Azevedo: é inteligente e usa muito bem a lógica.
Alguns consideram Azevedo um idiota por se levar a sério, mesmo não passando de um animador de auditório que considera a obra máxima da Criação ter inventado um insulto contra pessoas que acalentam ideologia – note bem, não um partido, mas uma ideologia – que ele tem como função profissional atacar.
O autoproclamado “Tio Rei” já foi uma espécie de Jair Bolsonaro do jornalismo, famoso pela truculência, pelos insultos racistas, misóginos, machistas e homofóbicos disfarçados por sua realmente notável inteligência e capacidade de enxergar a floresta em vez de somente algumas árvores.
De algum tempo para cá, porém, Reinaldo, assim como a Veja, vem sofrendo uma “transmutação” ideológica. Até por hoje estar escrevendo na Folha, que usa um verniz progressista como maquiagem de seu viés conservador, passou a repudiar o que batizou de “direita chucra”, ou seja, o público que o fez ganhar notoriedade.
Convenhamos: Reinaldo (agora o trataremos pelo primeiro nome) é o pai e a mãe dos bolsomínions, os filhotes de Bolsonaro que perderam o pudor de ser lixo. Imbecis semiletrados, machistas, homofóbicos, misóginos, reacionários e violentos que representam grande parte do que chamam de “macho latino”, que não se permite empatia, humanismo e outras “coisas de viado”.
Não dá pra entender por que Reinaldo está surpreso com a burrice de seus liderados.
Recentemente, ele foi à loucura ao ver esse bando de cretinos comemorando a agonia de Marisa Letícia Lula da Silva, em seu leito de morte.
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Reinaldo não é bobo. Sabe muito bem que, por mais que existam (muitos) energúmenos por aí capazes de praticar atos de crueldade como ironizar a situação da falecida mandando-a pro SUS ou desejar logo a sua morte, a maioria fica enojada diante de atitudes como essa.
Analistas das pesquisas de intenção de voto para 2018 consideraram que os ataques a Marisa ajudaram Lula a assumir a liderança isolada da preferência do eleitorado na eleição presidencial do ano que vem.
Claro que não foi só esse fator que fez Lula crescer, mas foi um deles.
Reinaldo, desde há alguns meses, acompanhou a mudança de postura da Veja, agora muito menos reacionária e antipetista, ainda que continue reacionária e antiesquerda em geral, e passou a usar, reiteradamente, a expressão “direita chucra”.
Ele criou a organização desses imbecis, mas Bolsonaro se apropriou deles e, agora, constrói um projeto político para 2018 que pode acabar com os anseios dos patrões de Azevedo, os tucanos, aos quais serve com devoção desde o tempo em que o colocaram para avaliar cartas de leitores na Primeira Leitura – eu vivia trocando e-mails com ele, à época, para debater política.
Bolsonaro atrapalha os planos tucanos porque eles são considerados pouco reacionários, pouco truculentos, poucos atrasados política, cultural e socialmente. Reinaldo, então, abriu guerra contra os bolsominions, que, agora órfãos do “tio Rei”, foram buscar conforto no colo da “titia Joyce”, outra carreirista e alpinista social que fazia par com ele em um programa de web TV da Veja.
Recentemente, surgiu um episódio engraçadíssimo em que Joyce Hasselman, demitida da Veja por puxada de tapete de Azevedo – que argumentou com a revista que ela é bolsonarista e, assim, ameaçava a tucanada –, começaram a produzir vídeos um contra o outro, insultando-se mutuamente.
Ambos têm razão no que dizem, mas não vou gastar o tempo do leitor com as pirações da direita. O fato é que Reinaldo tem razão de sobra para se preocupar com os excessos dos bolsominions. Bolsonazi é o adversário ideal para Lula ou para quem ele indicar para disputar a Presidência em 2018. Abjeto, verdadeiramente nojento, contrapor-se a ele é como bater em cego.
Reinaldo teve um artigo publicado pela Folha nesta véspera de Carnaval que faz um prognóstico que não só endosso, mas complemento porque, apesar de boa inteligência, o “tio Rei” não é capaz de entender totalmente por que a esquerda irá voltar ao poder, apesar de sentir que isso irá acontecer.
Leia o artigo, continuamos em seguida.
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Por Reinaldo Azevedo
Os grupos responsáveis que constituíram a base popular do movimento de impeachment deveriam agora é estar empenhados em construir alternativas, já pensando em 2018, que assegurassem a continuidade das mudanças a que o presidente Michel Temer deu início.
Para tanto, não é preciso paralisar a Lava Jato. Ela que prossiga nos limites da lei. Mais: o inventário do desastre petista, a sua herança, ainda não foi feito. Em vez disso, infelizmente, nós flagramos esses a que me refiro a insuflar, queiram ou não, a razia das forças políticas organizadas, cedendo ao alarido da direita xucra e dos messiânicos.
É pena! A economia exibe sinais modestos, mas consistentes, de recuperação. A simples perspectiva de ajuste no setor público começa a dar algum resultado. Mas ainda vai demorar até que a população comece a perceber os efeitos da melhora. Por enquanto, esses indicadores compõem os arcanos da macroeconomia, cartas que não costumam ser lidas pelos mais pobres, especialmente punidos pela recessão fabricada pelo petismo.
Com habilidade, o presidente Michel Temer tem logrado vitórias importantes no Congresso. E olhem que os dias não andam nada fáceis. Os que dependem de voto sabem haver uma diferença importante entre apoiar a PEC do teto de gastos e defender a reforma da Previdência; entre mudar as regras do pré-sal e emplacar mudanças importantes na legislação trabalhista. Ou por outra: está chegando a hora de o povo de carne, osso, opinião e urna participar do jogo.
Aposto que Temer irá até o limite das mudanças que o Congresso puder lhe oferecer. Mas as nuvens que se armam ameaçam jogar o país, mais uma vez, no colo das esquerdas. Tudo o mais constante, e não vai depender de acertos ou erros do presidente, é ao encontro delas que marchamos.
As maiores manifestações de protesto da história do país deram o suporte popular necessário ao impeachment de Dilma, o que obedeceu a todos os rigores da lei. Mas sabemos, e eu apontei isto muitas vezes nesta Folha, no meu blog e em todo lugar, que dois elementos bastante distintos se combinaram para resultar na deposição.
Os que coalharam as ruas de verde-amarelo lá estavam contra a corrupção; mal sabiam que diabo era “pedalada fiscal” –o crime de responsabilidade sem o qual a então presidente não teria caído.
Mantenho-me relativamente longe do bueiro do inferno em que se transformaram as redes sociais e páginas da internet que, embora se apresentem como jornalísticas, ou são miasmas do esgoto ou são expressões bisonhas do lobby de especuladores e bucaneiros.
Igualam-se na violência retórica, na irresponsabilidade, na ligeireza com que sentenciam pessoas à morte. Embora longe, é claro que acabo alcançado pelo fedor. Sempre há aquele que diz: “Viu o que falaram de você?”.
A extrema direita, a extrema burrice e o extremo oportunismo se uniram para me declarar, acreditem!, inimigo da Lava Jato. Acusam-me também de sabotar a manifestação de protesto –ou algo assim– do dia 26 de março, marcada por alguns dos grupos que apoiaram o impeachment.
A inconsistência da pauta é a melhor evidência de por que não deveria acontecer. Chamam de sabotagem uma crítica política legítima. Antes, no dia 15, haverá a marcha das esquerdas. Notas: eu seria adversário da Lava-Jato porque critico algumas decisões de membros do MPF e do juiz Sérgio Moro. Pois é. Não nasci para fazer hagiografias.
A esquerda agradece embevecida.
O conservadorismo responsável pode ainda se tornar a principal vítima da criminalização da política, promovida por irresponsáveis que se querem conservadores. Ademais, se não serve a política, que venha a porrada!

Reinaldo é PSDB, e PSDB é Temer – não PMDB, Temer.
Mas Reinaldo não entende tudo, o que não espanta. Ninguém excepcionalmente inteligente se julgaria tão importante por ter criado um insulto burro como “petralha”, que atribui desonestidade e burrice a todo esquerdista que pense diferente do autor do xingamento. Reinaldo é inteligente, mas está longe de ser excepcionalmente inteligente.
Para explicar o que Reinaldo não entende vale assistir a um vídeo que mostra por que os planos dos golpistas farão os brasileiros sentirem saudade do PT e, sobretudo, de Lula, o que, aliás, já começa a acontecer.
Como se vê, a fascistada que agora se abriga sob as asas da “tia Joyce”, do Bolsonazi, do MBL, do Vem Pra Rua e de outras manifestações mussolino-hiltleristas, gente que Temer comprou para tentar fazer a maioria dos brasileiros aceitar perda de direitos em geral, além dos trabalhistas, está mesmo achando que vai ter sucesso.
Na última quinta-feira, a coluna da jornalista Monica Bergamo, na Folha de São Paulo, mostrou que os bolsomínions estão se suicidando com esses ataques aos direitos da maioria para beneficiar meia dúzia de capitães da indústria.

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Não tem jeito de esse liberalismo genocida dar certo. Ouça o especialista entrevistado pela Globo News. Na entrevista dele, você entenderá por que o povo vai ficar extremamente irritado com os golpistas e, nesse momento, exigirá a volta da esquerda ao poder.
E a esquerda voltará através de Lula ou de quem ele indicar, se a ditadura conseguir impedir os brasileiros de votarem nele

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Ora, ora, mas não era o PT que iria “censurar” a imprensa?

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Um dos incontáveis textos opinativos publicados pela Folha de São Paulo e pelo resto da mídia tucana do eixo São Paulo – Rio de Janeiro ao longo dos governos Lula e Dilma, e que acusavam o PT de ser um partido antidemocrático que pretenderia censurar a “imprensa livre”, começava assim:
Por vezes, é divulgado que o PT busca mecanismos legais para subordinar a mídia. Segundo a afirmativa básica do partido, é preciso inocular dose de responsabilidade na mídia porque a burguesia é que a domina. Instrumentos sociais devem limitar as ‘mentiras’ e ‘deturpações’ veiculadas nas mídias.
Por isso, trago ao conhecimento frases coletadas no livro ‘Minha Luta’ de outro famoso crítico da liberdade de imprensa: Adolf Hitler. No livro, ele afirma que a imprensa livre recorre a “outros processos para envenenar o espírito público”.
‘Por meio de um amálgama de frases agradáveis, eles enganam seus leitores, incutindo-lhes a crença de que a ciência pura e a verdadeira moral são as forças propulsoras de suas ações, ao passo que, na realidade, isso não passa de um inteligente artifício para roubarem uma arma que seus adversários poderiam usar contra a imprensa’.
Para Hitler, costuma-se denominar ‘liberdade de imprensa’, “como se costuma denominar o abuso desse instrumento de ludíbrio e de envenenamento do povo, ao abrigo de quaisquer punições (…)”.
Folhas, Vejas, Globos, Estadões e seus penduricalhos passaram os 13 anos e pouco de governos do PT acusando os dois presidentes da República petistas e o próprio partido de quererem censurar a imprensa. Isso a despeito de que jamais esse grupo político tenha tomado uma mísera atitude para cercear não a liberdade de imprensa, mas a mais deslavada canalhice dessa mídia.
A ficha falsa de Dilma Rousseff
No dia 5 de abril de 2009, o jornal Folha de São Paulo publicou no alto de sua primeira página uma ficha policial falsa da então pré-candidata à Presidência da República Dilma Vana Rousseff que a acusava de crimes. Era a preparação para a disputa feroz que se estabeleceria entre ela e o candidato da Folha, José Serra, no ano seguinte.
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Em matéria posterior, nas páginas internas, sem o mesmo destaque da acusação, o jornal reconheceu o seu antijornalismo. Reconheceu que recebeu o “documento” por e-mail de um site de extrema-direita e publicou no alto de sua primeira página sem checar nada.
Apesar disso, a Folha concluiu a matéria com a seguinte pérola:
“Pesquisadores acadêmicos, opositores da ditadura e ex-agentes de segurança, se dividem. Há quem identifique indícios de fraude e quem aponte sinais de autenticidade da ficha”
Ou seja, apesar da falsificação evidente, que a própria matéria reconhecia, deixou uma porta aberta para quem quisesse acreditar. Caberia, pois, uma ação judicial não apenas para retirar do ar matéria que consta até hoje dos arquivos da Folha, mas pedindo reparação.
Dilma nunca tomou uma mísera medida para impedir que seus adversários continuassem usando até hoje uma incontestável mentira. Tudo em nome da liberdade de imprensa.
O menino do MEP
Meses após aquele ataque eleitoreiro visando as eleições do ano seguinte, mais especificamente em 27 de novembro de 2009, a mesma Folha de São Paulo publica, com grande destaque, um texto espantoso de um desafeto de Lula.
O artigo “Os filhos do Brasil” foi escrito por um ex-militante de esquerda, César Benjamin, que se irritou com o biografia filmada de Lula, o longa “O Filho do Brasil”, do diretor Fábio Barreto, que enaltecia o então presidente da República.
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No artigo, Benjamin, sem apresentar uma mísera prova, acusou Lula de ter tentado estuprar um colega de cela quando esteve preso durante a ditadura militar.
A Folha, sempre visando a campanha eleitoral do ano seguinte, tentava enlamear a imagem de Lula para diminuir seu poder de transferência de votos para Dilma na disputa que travaria com o queridinho da mídia paulista, José Serra.
Poucas vezes deve ter existido na história da humanidade motivo mais cabal para processar alguém, e chance tão grande de vencer o processo. Benjamin e a Folha foram desmentidos por TODOS os que estiveram com Lula e Benjamin naquela cela.
Lula, como Dilma, apesar das acusações de querem censurar a mídia tucana, jamais processou o caluniador ou o jornal que lhe possibilitou caluniar.
Suprema ironia
Chegamos a 2017. O grupo político que sempre acusou o PT de censura está no poder. Não só o PSDB, mas grande parte do PMDB que sempre condescendeu com as acusações de ímpeto censor vertidas pela mídia que apoiou incondicionalmente o regime que de fato a censurou por duas décadas.
Michel Temer, o presidente da República, está metido em confusões com a Justiça. Vem sendo delatado sem parar por ter recebido propina. Há um caso esquisito envolvendo tentativa de chantagem de sua mulher. Ela e o marido tentam vender que se trata de fotos íntimas e sensuais que produziram juntos. Mas há suspeita de que a causa da chantagem seja outra.
A mando do presidente e de sua mulher, a Casa Civil da Presidência da República conseguiu CENSURAR a imprensa que tanto acusou o PT e os dois presidentes da República petistas apesar de eles nunca terem cometido um só ato igual ao do governo tucano-peemedebista.
Quanta ironia, não?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Folha engana leitor com pegadinha contra Cuba na primeira página

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Olhando de longe, o jornal Folha de São Paulo é um mistério. Olhando de perto, porém, é tão ruim quanto qualquer outro jornalão de direita que aderiu à ditadura militar e atentou tantas vezes contra a democracia tanto no século passado quanto neste.
Ao passo que a Folha faz denúncias contra a direita (sobretudo contra o PSDB) que nenhum outro grande órgão de imprensa faria, como a denúncia do “Aécioporto” ou a da propina de 23 milhões a José Serra, também é o jornal que promove as trapaças mais hediondas de que se tem notícia na grande imprensa brasileira.
Quem não se lembra da ficha policial falsa de Dilma Rousseff que a Folha publicou em sua primeira página em 2009?
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Sim, quase um mês depois o jornal reconheceu que errou, mas, obviamente, sem dar a essa informação destaque sequer parecido com o que deu ao divulgar informação falsa que recebeu por e-mail de fonte desconhecida e publicou na primeira página sem checar nada.
Na imagem acima, você nota o destaque imenso dado à mentira. Na imagem abaixo, você vê que nada saiu na primeira página na data em que o erro foi reconhecido.
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Como já se passaram quase oito anos, vale rever o desmentido da Folha, porque ele obriga quem lê a se perguntar como um grande jornal foi capaz de publicar no alto de sua primeira página uma mentira tosca, sem fazer checagem nenhuma, sem a menor responsabilidade.
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No mesmo ano (2009), a Folha de São Paulo publica artigo de um antigo desafeto do então presidente Lula acusando-o de ter tentado estuprar um colega de cela quando esteve preso durante a ditadura militar.
Naquele mesmo ano, o jornal publicou, em 17 de fevereiro, editorial que afirmava que a ditadura militar brasileira foi, na verdade, uma “ditabranda”, ou uma ditadura soft, light, suave. Por quê? Por, segundo o jornal, ter matado “pouca” gente, “apenas” umas cinco centenas de pessoas.
Diante dessa enormidade, este blogueiro, através desta página, convocou manifestação de vítimas e parentes de vítimas da ditadura diante do jornal, que registrou tudo em matéria no dia seguinte.
folha-4Abaixo, vídeo da leitura de manifesto que escrevi e que foi apoiado por mais de vinte entidades defensoras de direitos humanos, como CUT, UNE, Tortura Nunca Mais etc.
Como se vê, a Folha de São Paulo é um veículo dado a publicar informações inverídicas, sem checagem e com grande destaque. E nesta quinta-feira, 1º de dezembro de 2016, não foi diferente. O jornal publicou uma pegadinha para acusar um homem que não pode mais se defender de herdeiros irresponsáveis de grandes fortunas como são os filhos do velho Frias, fundador da Folha e apoiador de primeira hora da ditadura militar brasileira.
Confira, abaixo, a primeira página da Folha de São Paulo de 1º de dezembro de 2016
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A informação cheira mal porque é uma acusação gravíssima e estrondosa que busca empanar o brilho de avanços sociais de Cuba mundialmente reconhecidos. Porém, basta ler a matéria para perceber que a chamada de capa da Folha é uma pegadinha que visa enganar as pessoas, sobretudo aquela parcela da população paulistana que dos jornais só lê a primeira página exposta nas bancas de jornal.
Lendo a matéria, descobre-se que a informação estrondosa se baseia em alegações sem provas da comunidade anticastrista situada nos EUA, que pilota um tal de Cuba Archive, cujas afirmações não podem ser checadas por falta de fontes confiáveis.
Cuba Archive, sediado em Washington, é pilotado por cubanos exilados que saíram de seu país décadas atrás por integrarem o regime corrupto do ditador Fulgêncio Batista. São autores de teorias malucas como a de que o regime castrista sequestrava crianças cubanas para transformá-las em comida para o supostamente faminto povo cubano.
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A teoria psicótica sobre comunistas comedores de criancinhas foi vendida pelos autores do Cuba Archive e pode ser conhecida no livro de Fernando Morais Os Últimos Soldados da Guerra Fria (Cia. das Letras)
Um dos colaboradores da ONG é o escritor anticastrista Carlos Alberto Montaner, outro é o ex-subsecretário de Estado norte-americano Otto Reich, também anticomunista e anticastrista feroz.
O pior de tudo é que não há fontes confiáveis para os números apresentados pelo Cuba Archive simplesmente porque os estudos não indicam fontes isentas e reconhecidas. São afirmações sem provas de pessoas amplamente interessadas em desmoralizar o regime cubano.
Mas a Folha não ficou só nisso. Dois dias antes (29/11), publicou o editorial “Fidel Castro”, por ocasião da morte do ex-dirigente cubano. Naquele texto, o jornal repisa informação fajuta divulgada anos atrás por seu colunista Reinaldo Azevedo, de que antes de Fidel Cuba já tinha saúde e educação de primeiro mundo.
Azevedo se ampara em números divulgados pelos inimigos do regime cubano e que não foram auditados por ninguém, que não têm origem em nenhum estudo conhecido, em nenhuma estatística confiável.
Azevedo se baseou em livro de uma obscura escritora francesa chamada Jeannine Verdes-Leroux, intitulado “A Lua e o Caudilho”, uma longa arenga contra o regime cubano amparado em informações também sem fontes confiáveis.
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Azevedo, naquele texto maluco, faz a afirmação espantosa de que a mortalidade infantil em Cuba é baixa porque naquele país o aborto é legal, afirmação que, se levada a sério, colocaria em dúvida a baixa mortalidade infantil da maioria dos países desenvolvidos, sobretudo os nórdicos, pois em quase todos os países desenvolvidos o aborto é legal.
A Folha é útil porque, para conferir ares de verdade a esse tipo de farsa, publica algumas verdades sobre a direita que outros veículos de direta escondem, como a de que José Serra e Aécio Neves estão envolvidos até o pescoço em denúncias de corrupção, mas tudo isso é tática diversionista para permitir ao jornal aplicar passa-moleques como o que você acaba de ler.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Lava Jato admite que faz acusados cumprirem pena sem julgamento


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No último domingo, o corista mais ousado da Lava Jato e um outro menos conhecido vieram a público para um novo showzinho, desta vez sem power point. Os procuradores da República Deltan Dallagnol e Orlando Martello trataram de defender a Operação das críticas crescentes que está recebendo, basicamente, por abuso de poder e partidarismo.

O show foi encenado na página A3 da Folha de São Paulo, na sessão Tendências/Debates. Ocupou a página de alto a baixo. No texto em questão, sem auxílio de power point os procuradores tiveram que preencher o espaço com outro tipo de diversionismo. Vamos ao show, então. Quem sabe o leitor encontre a confissão da Lava Jato.

Continuo em seguida à matéria da Folha abaixo reproduzida.

dallagnol-1Achou? Imagino que sim. Mas caso alguém não tenha encontrado, impressione-se com o que os dois procuradores dizem sobre as acusações de abuso da Lava Jato: “ 3% estão encarcerados sem condenação”
Só?! Como assim, “só”? Pelas contas da Lava Jato, ela acusou 241 pessoas em 52 investigações e só 3% dessas pessoas estão cumprindo pena sem julgamento. Assim, segundo a Lava Jato, em torno de 7 pessoas estão encarceradas e cumprindo pena sem condenação, ou melhor, sem terem tido direito a um julgamento justo.

É pouco?!!

Assassinos costumam aguardar o julgamento em liberdade. Para acusados de crimes não-violentos, começar a cumprir pena sem ter sido julgado ou preso em flagrante é um abuso, uma medida ditatorial. Não se explica.

Mas hilariante mesmo é a explicação de Dallagnol e Martello sobre por que a Lava Jato só prende petistas ou aliados de petistas. Segundo eles, é porque o PT estava no Poder, de modo que só existiria corrupção no partido que governa.

É mesmo? Será verdade?

Pergunta: a Odebrecht, a OAS, a Camargo Correia e outras máfias da construção pesada que começaram a roubar ainda no regime militar e que roubaram a Petrobrás são as mesmas Odebrechet, OAS, Camargo Correia etc. que prestaram serviços ao metrô de São Paulo, à CPTM, ao Rodoanel?

Quem está no poder no Estado de São Paulo, responsável pelo metrô, pela CPTM e pelo Rodoanel, e em tantos outros Estados e municípios? É o PT?

Mas se são as mesmas Odebrecht, OAS, Camargo Correia e companhia, então não dá pra entender. Se são as mesmas empresas, por que a roubalheira que promoveram junto ao governo do Estado de São Paulo não é investigada?

Ou será que as denúncias de que elas roubaram também em São Paulo não são verdadeiras?

A Lava Jato só investiga corrupção da Odebrecht, da OAS, da Camargo Correia e do raio que as parta se essa corrupção envolver petistas. Como a corrupção que essas empresas promovem nos Estados e municípios não interessa aos procuradores da República e delegados da PF porque atinge diretamente o PSDB, não rola investigação.

Aliás, com muito atraso há uma encenação de que está sendo investigada alguma coisa contra José Serra – após anos de investigações que ignoraram o que as empreiteiras faziam em São Paulo ou Minas Gerais, onde os esquemas movimentaram muito mais dinheiro que na Petrobrás.

Faz tempo que a Lava Jato não consegue explicar por que suas investigações são seletivas. E agora não consegue explicar como é possível que o Brasil mantenha pessoas cumprindo pena de encarceramento sem terem tido direito a um julgamento justo.

Mas o que assusta mesmo é Dallagnol e Martello acharem que há pouca gente presa sem julgamento. Fiquei esperando que ele se gabasse de “só” estar torturando psicologicamente os encarcerados sem julgamento pela Lava Jato, de não praticar torturas físicas.