Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Reinaldo Azevedo está certíssimo, a esquerda vai voltar

reinaldo capa
José Reinaldo Azevedo e Silva, vulgo Reinaldo Azevedo, foi inventado pela revista Veja no início dos anos 2000. Era um jornalista sem expressão, famoso por seu carreirismo e pelas puxadas de tapete nas redações durante os anos 1990.
Azevedo formou-se em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, após frequentar o curso de letras na Universidade de São Paulo (USP). Foi trotskista na adolescência, durante a ditadura militar. Adulto, tornou-se crítico do comunismo e das ideias socialistas.
Foi redator-chefe das revistas Primeira Leitura e Bravo!, editor-adjunto de política da Folha de São Paulo, coordenador de política da sucursal de Brasília do mesmo jornal e redator-chefe do jornal Diário do Grande ABC, de Santo André, entre 1991 e 1993.
Também foi articulista da revista Veja até 7 de outubro de 2009, quando escreveu seu último artigo para a revista. Ainda mantém um blog hospedado no site da Veja.
Após sair das páginas impressas da revista, Azevedo tornou-se colunista da Folha e radialista da rádio Jovem Pan, onde faz intervenções no Jornal da Manhã e comanda o programa Os Pingos nos Is. Por fim, atua como comentarista especial do telejornal RedeTV! News.
Azevedo se deu bem. Até por volta de 2006, não existia. Chafurdava na Primeira Leitura, publicação sem leitores e importância, pertencente ao ex-ministro das Comunicações de FHC Luiz Carlos Mendonça de Barros. Quando a revista afundou – logo após se envolver no que ficou conhecido como “escândalo da Nossa Caixa”, que explodira um ano antes –, foi “acomodado” na Veja, talvez para não falar demais.
Só para constar, o escândalo envolvendo a Primeira Leitura, que Azevedo havia “comprado” do Mendonção, eclodiu em 2005. O Ministério Público de São Paulo recebeu denúncia anônima sobre irregularidades nas verbas de publicidade da Nossa Caixa.
A denúncia ganhou força após a Folha de S. Paulo divulgar indícios de que o governo Alckmin havia interferido no Banco Nossa Caixa em favor de deputados aliados ao governo na Assembleia Legislativa paulista. As verbas eram direcionadas principalmente para financiar anúncios em revistas e jornais dos aliados, como a rede de televisão Rede Vida e a revista Primeira Leitura, pilotada por Azevedo.
Como sempre, o MP e o Judiciário tucanos de São Paulo acobertaram tudo e tudo ficou por isso mesmo.
A longa apresentação desse indivíduo serve ao propósito de mostrar que não se trata de nada mais do que de um carreirista que enriqueceu e ganhou fama à sombra do poder e de métodos obscuros. Mas não se pode negar um mérito a Azevedo: é inteligente e usa muito bem a lógica.
Alguns consideram Azevedo um idiota por se levar a sério, mesmo não passando de um animador de auditório que considera a obra máxima da Criação ter inventado um insulto contra pessoas que acalentam ideologia – note bem, não um partido, mas uma ideologia – que ele tem como função profissional atacar.
O autoproclamado “Tio Rei” já foi uma espécie de Jair Bolsonaro do jornalismo, famoso pela truculência, pelos insultos racistas, misóginos, machistas e homofóbicos disfarçados por sua realmente notável inteligência e capacidade de enxergar a floresta em vez de somente algumas árvores.
De algum tempo para cá, porém, Reinaldo, assim como a Veja, vem sofrendo uma “transmutação” ideológica. Até por hoje estar escrevendo na Folha, que usa um verniz progressista como maquiagem de seu viés conservador, passou a repudiar o que batizou de “direita chucra”, ou seja, o público que o fez ganhar notoriedade.
Convenhamos: Reinaldo (agora o trataremos pelo primeiro nome) é o pai e a mãe dos bolsomínions, os filhotes de Bolsonaro que perderam o pudor de ser lixo. Imbecis semiletrados, machistas, homofóbicos, misóginos, reacionários e violentos que representam grande parte do que chamam de “macho latino”, que não se permite empatia, humanismo e outras “coisas de viado”.
Não dá pra entender por que Reinaldo está surpreso com a burrice de seus liderados.
Recentemente, ele foi à loucura ao ver esse bando de cretinos comemorando a agonia de Marisa Letícia Lula da Silva, em seu leito de morte.
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Reinaldo não é bobo. Sabe muito bem que, por mais que existam (muitos) energúmenos por aí capazes de praticar atos de crueldade como ironizar a situação da falecida mandando-a pro SUS ou desejar logo a sua morte, a maioria fica enojada diante de atitudes como essa.
Analistas das pesquisas de intenção de voto para 2018 consideraram que os ataques a Marisa ajudaram Lula a assumir a liderança isolada da preferência do eleitorado na eleição presidencial do ano que vem.
Claro que não foi só esse fator que fez Lula crescer, mas foi um deles.
Reinaldo, desde há alguns meses, acompanhou a mudança de postura da Veja, agora muito menos reacionária e antipetista, ainda que continue reacionária e antiesquerda em geral, e passou a usar, reiteradamente, a expressão “direita chucra”.
Ele criou a organização desses imbecis, mas Bolsonaro se apropriou deles e, agora, constrói um projeto político para 2018 que pode acabar com os anseios dos patrões de Azevedo, os tucanos, aos quais serve com devoção desde o tempo em que o colocaram para avaliar cartas de leitores na Primeira Leitura – eu vivia trocando e-mails com ele, à época, para debater política.
Bolsonaro atrapalha os planos tucanos porque eles são considerados pouco reacionários, pouco truculentos, poucos atrasados política, cultural e socialmente. Reinaldo, então, abriu guerra contra os bolsominions, que, agora órfãos do “tio Rei”, foram buscar conforto no colo da “titia Joyce”, outra carreirista e alpinista social que fazia par com ele em um programa de web TV da Veja.
Recentemente, surgiu um episódio engraçadíssimo em que Joyce Hasselman, demitida da Veja por puxada de tapete de Azevedo – que argumentou com a revista que ela é bolsonarista e, assim, ameaçava a tucanada –, começaram a produzir vídeos um contra o outro, insultando-se mutuamente.
Ambos têm razão no que dizem, mas não vou gastar o tempo do leitor com as pirações da direita. O fato é que Reinaldo tem razão de sobra para se preocupar com os excessos dos bolsominions. Bolsonazi é o adversário ideal para Lula ou para quem ele indicar para disputar a Presidência em 2018. Abjeto, verdadeiramente nojento, contrapor-se a ele é como bater em cego.
Reinaldo teve um artigo publicado pela Folha nesta véspera de Carnaval que faz um prognóstico que não só endosso, mas complemento porque, apesar de boa inteligência, o “tio Rei” não é capaz de entender totalmente por que a esquerda irá voltar ao poder, apesar de sentir que isso irá acontecer.
Leia o artigo, continuamos em seguida.
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Por Reinaldo Azevedo
Os grupos responsáveis que constituíram a base popular do movimento de impeachment deveriam agora é estar empenhados em construir alternativas, já pensando em 2018, que assegurassem a continuidade das mudanças a que o presidente Michel Temer deu início.
Para tanto, não é preciso paralisar a Lava Jato. Ela que prossiga nos limites da lei. Mais: o inventário do desastre petista, a sua herança, ainda não foi feito. Em vez disso, infelizmente, nós flagramos esses a que me refiro a insuflar, queiram ou não, a razia das forças políticas organizadas, cedendo ao alarido da direita xucra e dos messiânicos.
É pena! A economia exibe sinais modestos, mas consistentes, de recuperação. A simples perspectiva de ajuste no setor público começa a dar algum resultado. Mas ainda vai demorar até que a população comece a perceber os efeitos da melhora. Por enquanto, esses indicadores compõem os arcanos da macroeconomia, cartas que não costumam ser lidas pelos mais pobres, especialmente punidos pela recessão fabricada pelo petismo.
Com habilidade, o presidente Michel Temer tem logrado vitórias importantes no Congresso. E olhem que os dias não andam nada fáceis. Os que dependem de voto sabem haver uma diferença importante entre apoiar a PEC do teto de gastos e defender a reforma da Previdência; entre mudar as regras do pré-sal e emplacar mudanças importantes na legislação trabalhista. Ou por outra: está chegando a hora de o povo de carne, osso, opinião e urna participar do jogo.
Aposto que Temer irá até o limite das mudanças que o Congresso puder lhe oferecer. Mas as nuvens que se armam ameaçam jogar o país, mais uma vez, no colo das esquerdas. Tudo o mais constante, e não vai depender de acertos ou erros do presidente, é ao encontro delas que marchamos.
As maiores manifestações de protesto da história do país deram o suporte popular necessário ao impeachment de Dilma, o que obedeceu a todos os rigores da lei. Mas sabemos, e eu apontei isto muitas vezes nesta Folha, no meu blog e em todo lugar, que dois elementos bastante distintos se combinaram para resultar na deposição.
Os que coalharam as ruas de verde-amarelo lá estavam contra a corrupção; mal sabiam que diabo era “pedalada fiscal” –o crime de responsabilidade sem o qual a então presidente não teria caído.
Mantenho-me relativamente longe do bueiro do inferno em que se transformaram as redes sociais e páginas da internet que, embora se apresentem como jornalísticas, ou são miasmas do esgoto ou são expressões bisonhas do lobby de especuladores e bucaneiros.
Igualam-se na violência retórica, na irresponsabilidade, na ligeireza com que sentenciam pessoas à morte. Embora longe, é claro que acabo alcançado pelo fedor. Sempre há aquele que diz: “Viu o que falaram de você?”.
A extrema direita, a extrema burrice e o extremo oportunismo se uniram para me declarar, acreditem!, inimigo da Lava Jato. Acusam-me também de sabotar a manifestação de protesto –ou algo assim– do dia 26 de março, marcada por alguns dos grupos que apoiaram o impeachment.
A inconsistência da pauta é a melhor evidência de por que não deveria acontecer. Chamam de sabotagem uma crítica política legítima. Antes, no dia 15, haverá a marcha das esquerdas. Notas: eu seria adversário da Lava-Jato porque critico algumas decisões de membros do MPF e do juiz Sérgio Moro. Pois é. Não nasci para fazer hagiografias.
A esquerda agradece embevecida.
O conservadorismo responsável pode ainda se tornar a principal vítima da criminalização da política, promovida por irresponsáveis que se querem conservadores. Ademais, se não serve a política, que venha a porrada!

Reinaldo é PSDB, e PSDB é Temer – não PMDB, Temer.
Mas Reinaldo não entende tudo, o que não espanta. Ninguém excepcionalmente inteligente se julgaria tão importante por ter criado um insulto burro como “petralha”, que atribui desonestidade e burrice a todo esquerdista que pense diferente do autor do xingamento. Reinaldo é inteligente, mas está longe de ser excepcionalmente inteligente.
Para explicar o que Reinaldo não entende vale assistir a um vídeo que mostra por que os planos dos golpistas farão os brasileiros sentirem saudade do PT e, sobretudo, de Lula, o que, aliás, já começa a acontecer.
Como se vê, a fascistada que agora se abriga sob as asas da “tia Joyce”, do Bolsonazi, do MBL, do Vem Pra Rua e de outras manifestações mussolino-hiltleristas, gente que Temer comprou para tentar fazer a maioria dos brasileiros aceitar perda de direitos em geral, além dos trabalhistas, está mesmo achando que vai ter sucesso.
Na última quinta-feira, a coluna da jornalista Monica Bergamo, na Folha de São Paulo, mostrou que os bolsomínions estão se suicidando com esses ataques aos direitos da maioria para beneficiar meia dúzia de capitães da indústria.

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Não tem jeito de esse liberalismo genocida dar certo. Ouça o especialista entrevistado pela Globo News. Na entrevista dele, você entenderá por que o povo vai ficar extremamente irritado com os golpistas e, nesse momento, exigirá a volta da esquerda ao poder.
E a esquerda voltará através de Lula ou de quem ele indicar, se a ditadura conseguir impedir os brasileiros de votarem nele

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