Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

AECIOPORTO: ARROCHO FALA, MAS NÃO EXPLICA E o “vamos conversar ?”


Do Muda Mais:

QUER SABER? AÉCIO NEVES NÃO RESPONDE



Entrevista estranha, com perguntas esquisitas. Dá pra resumir assim a sabatina de Aécio Neves ao G1, que aconteceu hoje (4/8) pela manhã.

Aécio falou mas não explicou direito sobre aeroportos, recriação de um ministério da era Collor e sobre uma estranha sensação de segurança jurídica que tem que reinar novamente sobre o Brasil.

O candidato acha que o número de ministérios é muito alto, e vem propondo sua redução – muito embora a gente já tenha contado aqui que reduzir ministérios não necessariamente reduz o custo Brasil. Ele deixou escapar hoje que pretende juntar uma série de pastas de perfil econômico e recriar o ministério da Infraestrutura, criação original do governo Fernando Collor – que não deu muito certo e foi logo extinto.  

Aécio também teve que responder sobre os aeroportos de Cláudio e Montezuma. Voltou a repetir que a pista de Cláudio é muito importante, pois atende a várias indústrias de fundição locais. Mas como uma pista de avião de pequeno porte vai atender a um setor que trabalha com ferro fundido, material pesado por definição, ele não explicou – também, ninguém perguntou. O aeroporto serve à indústria ou aos empresários? Ninguém perguntou. Também não houve perguntas sobre as chaves do aeroporto de Cláudio que, segundo consta, ficam sob tutela dos donos do terreno e não da prefeitura.

Para o candidato, tudo o que ele fez está dentro dos conformes, não há nada irregular. O problema é a Anac, que não homologou o aeroporto. Outra vez, ele não respondeu como a Anac pode homologar um aeroporto sem que se apresente a documentação necessária para isso, caso da pista de Montezuma. E, outra vez, ninguém perguntou isso.

Aécio contou, ainda, que construiu um total de 29 pistas regionais durante seu governo. Não citou nenhuma. A uma pergunta do internauta sobre por que Minas estava tão endividada, Aécio respondeu que pôs as contas do estado em dia, mas a dívida pública é que é muito alta, e a culpa é da União, que cobra juros muito altos.

Mas o momento mais pitoresco dessa sabatina foi a seleção de uma pergunta de um internauta, que quer saber se Aécio vai reduzir o preço dos games no Brasil.

O candidato entabulou uma resposta sobre redução de impostos. Disse que é muito importante baixar impostos e isso tem que ser resolvido, e vai mandar proposta para o Congresso etc e tal.

O que Aécio não contou é que para se conseguir uma reforma fiscal é necessário que os governos federal, estaduais e municipais entrem em acordo para isso. Sem diálogo e acordo mútuo, não há reforma – e, na maioria das vezes, o gargalo está no governo estadual. Foi assim em 2003 e em 2008. Ele também não contou quais foram os governadores que não permitiram que a reforma trbutária fosse levada adiante em 2008. Nós encontramos a resposta aqui,  mas se você estiver com preguiça de clicar, a gente conta: foram os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves (terceiro parágrafo). Mas isso talvez ele explique melhor em outra ocasião, né?

Com relação aos Games, um dos primeiros posts do Muda Mais fala sobre isso. O problema não é a tributação, mas a margem de lucro. #ficadica.

Voltando à sabatina, Aécio citou várias vezes que é necessário reduzir a sensação de impunidade penal que reina hoje no Brasil. Não explicou o que é isso. Mas disse que o fim de tal sensação vai permitir a retomada do crescimento. Também falou de, no setor de segurança pública, estabelecer parcerias com as Forças Armadas, como se as Forças Armadas não fossem parte do Governo Federal.

Aí cabe a pergunta: Aécio realmente sabe do que está falando?

PIG TEM 14 DIAS PARA DESTRUIR A DILMA Dia 19 começa o “direito de antena”, que o Ataulfo diz que não serve pra nada.

O PiG (*) tem pouco tempo para destruir a Dilma.

Foi um Governo inteiro na cadeira do dragão.

Clique aqui para ver o “manchetômetro”.

Diante da monumental inépcia da Oposição, o PiG tentou de tudo: anabolizou as manifestações e passou a mão na cabeça dos black blocs; anunciou o apagão, a dengue, e que não ia ter Copa.

No camarote do Itaúúú, tentou dar dimensão universal a um êxtase passageiro da elite branca (de São Paulo).

As notícias boas do Governo ficaram retidas atrás do muro que Israel construiu na Faixa de Gaza.

O apagão de água de São Paulo foi tratado como uma crise condominial.

O PiG inventou uma crise inexistente na compra de Pasadena.

Que o Brasil ia perder o grau de investimento das agências que correm mais risco que o Banco Espírito Santo.

Tentaram reanimar o FMI, que, só aqui, no PiG, ainda é levado a sério.

Anunciaram a disparada da inflação e o estouro das contas das elétricas.

Leram significados ocultos nas pseudo-pesquisas pré eleitorais.

Teve quem anunciasse a vitória do Aécio num segundo turno que não vai haver – clique aqui para se divertir com a Hosian Quenedy.

Botou o Satãder para falar pelo “mercado”.

Instalaram o “pessimismo” no país: confundiram seus balanços trimestrais, especialmente depois do encaixe da Copa, com a situação dos 8 milhões de jovens brasileiros no Pronatec.

Clique aqui e aqui para ter uma visão panorâmica da inescapável crise terminal da Globo Overseas.

E não colou nada.

(Diz o PiG cheiroso, o Valor, da quarta-feira passada, na pág. B1: “Aporte estrangeiro em montadoras sobe a maior nível em cinco anos.”

(Apesar do título inequívoco, a “reportagem” de Eduardo Laguna anuncia o iminente fechamento da indústria automobilística brasileira, diante de 1001 crises e adversativas variadas …  Por isso, a Dilma não lê o Valor nem vê a Globo. E o Mino Carta diz que, no Brasil, os jornalistas são piores que os patrões.)

(Leia “em tempo”.)

Agora, como estão verdes, diria La Fontaine, o jenial Ataulfo (**) assevera que o horário eleitoral não conta e a Dilma será derrotada pelos brancos e nulos.

É que na hora do vamos ver, a Dilma tem o dobro do tempo dos adversários, juntos, no horário eleitoral.

O que só foi possível com a ajuda inestimável do PMDB que, se achasse que o Aécio tinha chance, não se pendurava no PT .

O PiG tem 14 dias para fazer o que não conseguiu em três anos e meio.

Se não der certo, terá sempre o terceiro turno, num plantão do Supremo.

Em tempo: na inauguração do Templo de Salomão, o ansioso blogueiro conversou com o excelente ator Bemvindo Sequeira. E ele perguntou ao ansioso blogueiro: como é possível ter tanto jornalista … no PiG ? (Ele é leitor do C Af.) Será que não tem nenhum que preste ? O amigo navegante deve imaginar o que respondeu o ansioso blogueiro.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.