Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

27/10/2014 – Aécio responderá a três investigações Desse jeito, o Ayres Britto vai ficar rico …

O Conversa Afiada deu divulgação a documento que descreve a montagem de um consórcio (sic) que teria levantado a bagatela de R$ 166 milhões para financiar atividades eleitorais de Aécio Neves em 2012 e 2014.

Então, o Conversa Afiada revelou que o documento tinha sido enviado pelo MPF-MG à Procuradoria Geral da República, já que envolvia personagens com privilégio de foro.

Nesta quarta-feira (22/10), o Conversa Afiada informa a seus amigos navegantes que, de fato, a investigação já corre na Procuradoria Geral da República, sob sigilo.

Ou seja, por admitir que há fumos de verdade, o Ministério Público Federal passou a examinar o impressionante documento.

O amigo navegante se lembra de, num ímpeto de ódio, o Machista do Leblon, no debate no SBT – quando assustou evangélicas e mulheres das Classes C e D – anunciar que, no dia 1º de janeiro de 2015, a Presidenta da República ia ter que procurar emprego.

Segundo o Datafalha, que deu para plagiar o DataCaf, quem terá o prazer de voltar a trabalhar (sic) no Senado será ele.

Só que agora, diante do dissabor de acompanhar três investigações.

Essa, na Procuradoria Geral da República – onde já não trabalha o saudoso Gurgel… -, acima mencionada.

E outras duas.

A do MP-MG que investiga por que ele desviou dinheiro da Saúde quando Governador e considerou vacina para cavalo como gasto de Saúde.

E outra do MPF-MG que investiga se ele cometeu improbidade administrativa ao construir um aeroporto em Claudio e dar chave só para o Titio.

A R$ 56 mil o parecer, Ayres Britto, o Big-Ben de Propriá, vai ficar rico …

(A menos que repasse a causa ao ex-presidente Joaquim Barbosa – hipótese prevista em “Ministro Dirceu vai para casa no dia 4”.)


Paulo Henrique Amorim

Pernambucanas mandaram um alô para o Machão do Leblon (Imagem publicada no Twitter de Rodrigo 13)

terça-feira, 21 de outubro de 2014

MP abre ação contra Aécio por aeroporto de Cláudio

:

Ministério Público Federal em Minas Gerais decidiu abrir investigação para apurar se o ex-governador mineiro cometeu improbidade administrativa na construção de um aeroporto no município de Cláudio (MG); o aeródromo custou R$ 14 milhões em recursos públicos e foi construído em um terreno desapropriado que pertenceu ao tio-avô de Aécio Neves; segundo denúncia da Folha de S. Paulo, as chaves do aeroporto ficavam em poder da família do hoje presidenciável; tucano nega irregularidades e defende que obra beneficiou a população local 

Minas 247 – O Ministério Público Federal em Minas Gerais decidiu investigar se o ex-governador Aécio Neves (PSDB) cometeu improbidade administrativa ao utilizar R$ 14 milhões de recursos públicos para construir um aeroporto no município de Cláudio, interior do estado.

O aeródromo foi feito em uma área desapropriada que pertencia ao seu tio-avô. Segundo denúncia da Folha de S. Paulo, as chaves ficavam em poder dos familiares do tucano na região, que davam autorização para seu uso. O hoje candidato à presidência nega qualquer irregularidade e defende que a obra beneficiou a população mineira.

A parte criminal de uma representação apresentada pelo PT contra Aécio foi arquivada no início do mês pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele enviou o restante da representação, no entanto, para Minas Gerais, a fim de que fosse investigado se houve crime de improbidade administrativa.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Aécioporto some com $ e com prova do sumiço O documento que comprova má gestão de Aécio desapareceu do site do TCE. Aqui as provas em pdf. conseguimos recuperar !!!









Documento que comprova má gestão de Aécio desapareceu do site do TCE. O Muda Mais mostra pra você​!



Logo depois de Dilma Rousseff citar o Termo de Ajustamento de Gestão que mostra que o então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, não cumpriu os investimentos mínimos previstos pela Constituição Federal em saúde e educação, os documentos foram retirados do site do Tribunal de Contas do Estado. A notícia foi divulgada pelos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.


Na terça-feira (14), no debate da TV Bandeirantes, Dilma divulgou que Aécio não destinava nem o mínimo obrigatório para a saúde (12% dos impostos) e para educação (25% do total de impostos). O site do TCE ficou fora do ar na maior parte do tempo entre as 22h30 e o início da tarde desta quarta, 15. De acordo com a matéria da Folha de S. Paulo, quando “o site voltou, os pareces técnicos citados por Dilma, que correspondem ao período que vai de 2006 a 2012, não estavam mais disponíveis”.


Mas o Muda Mais tem o documento que prova que o governo de Aécio negligenciou a saúde e a educação e traz aqui para você: Termo de Ajustamento de Gestão (link is external).


TCE-MG Acordao – Tribunal Pleno Processo n_ 862943 Natureza_ Termo de Ajustamento degestao.pdf

Veja também as matérias da Folha e do Estadão:

Relatórios usados por Dilma para criticar Aécio somem do site do TCE
LUCAS FERRAZ
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

15/10/2014  21h07

Relatórios técnicos do Tribunal de Contas de Minas Gerais sobre as contas do Estado foram retirados do ar nesta quarta-feira (15) após serem usados pela presidente Dilma Rousseff (PT) para acusar o rival Aécio Neves (PSDB) de não investir o mínimo exigido pela Constituição na saúde.

No debate da TV Bandeirantes, nesta terça (14), a petista afirmou que o governo mineiro, por não ter cumprido o mínimo constitucional (12% da receita estadual) nas gestões do PSDB em Minas, teria “desviado” R$ 7,6 bilhões.

Dilma então pediu que os telespectadores conferissem a informação no site do TCE . Logo após a afirmação da presidente, a página saiu do ar.

Hoje pela manhã, quando o site voltou, os pareces técnicos citados por Dilma, que correspondem ao período que vai de 2006 a 2012, não estavam mais disponíveis, segundo o PT.

O material ficou fora do ar pelo menos quatro horas, voltando ao site no final da tarde desta quarta (15).

Em nota, o tribunal afirmou que o site caiu por causa da quantidade de acessos na noite desta terça, mas não explicou o motivo de os pareceres terem saído do ar. Procurado pela reportagem, o órgão não confirmou a exclusão de documentos das gestões tucanas.

CONTAS APROVADAS

Em meio à polêmica, o Tribunal de Contas publicou em sua página oficial um comunicado em que diz que todas as contas do governo Aécio Neves (2003-2010) foram aprovadas. Logo em seguida, o fato foi divulgado pela assessoria de campanha do tucano.

Desde o início de seu governo em Minas, Aécio sempre contou com apoio político dos conselheiros do TCE, que são indicados pelo Executivo e pelo Legislativo, onde o ex-governador sempre teve o apoio de pelo menos 60 dos 77 deputados.

A atual presidente do Tribunal de Contas, Adriene Andrade, foi indicada conselheira por Aécio Neves. Ela é mulher do ex-senador Clésio Andrade (PMDB), que foi vice-governador no primeiro mandato de Aécio em Minas.

Clésio é réu no mensalão tucano e renunciou ao mandato recentemente alegando problemas de saúde. O seu processo, que tramitava no STF (Supremo Tribunal Federal), será agora julgado pela Justiça de Minas. A ação ainda está em fase preliminar.

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Dados do TCE de Minas somem de site
MARCELO PORTELA – O ESTADO DE S. PAULO
15 Outubro 2014 | 22h 12
Página fica indisponível após Dilma acusar Aécio de não investir mínimo em saúde; relatórios das contas só voltaram ao ar no fim da tarde desta quarta

BELO HORIZONTE – O Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG) retirou de seu site nesta quarta-feira, 15, durante boa parte do dia, os relatórios técnicos com análise das contas de gestões do PSDB no Estado. Os documentos, que voltaram ao ar no fim da tarde, são relativos às contas de 2007 a 2012, período em que Minas foi governada pelo senador e candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, e pelo senador eleito Antonio Anastasia (PSDB). Os relatórios mostram que o Executivo não cumpriu os investimentos mínimos previstos pela Constituição Federal em saúde e educação.

O site do TCE ficou fora do ar na maior parte do tempo entre as 22h30 desta terça-feira, 14, até o início da tarde desta quarta, 15. A página foi citada pela presidente Dilma Rousseff no debate promovido pela TV Bandeirantes como referência para os eleitores verificarem que Aécio não havia cumprido como governador o investimento mínimo em saúde – 12% da receita.

No debate, Dilma acusou Aécio de ter “desviado” R$ 7,6 bilhões do setor. Este é o valor somado dos recursos a menos que o Estado aplicou em saúde desde 2003, quando o tucano assumiu seu primeiro mandato no Executivo estadual, até 2011, segundo ano da gestão de Anastasia – Aécio deixou o governo em março de 2010 para disputar o Senado. No mesmo período, o valor aplicado a menos na educação chega a R$ 8,3 bilhões.

Após as declarações da presidente no debate, o site do TCE-MG saiu do ar. Por meio de nota, a corte de contas informou que o sistema tem capacidade para atender aos mais de 3,3 mil jurisdicionados e tem média de 2,5 mil acessos diários, capacidade projetada “levando em conta a média geral de usuários simultâneos ao longo de quatro anos, maximizada em até 150%”.

Segundo o tribunal, a média “histórica” é de 30 acessos simultâneos ao site, mas, “de forma atípica”, a partir das 22h de quarta até as 13h de quinta foram registrados até 920 acessos simultâneos.

“O Tribunal de Contas informa que o sistema não ficou indisponível, mas, sim, instável. Estamos trabalhando no sentido de aliviar a carga no portal para minimizar os problemas de acesso”, diz a nota, que não cita o fato de os relatórios técnicos terem sido retirados do site quando a página retornou ao ar.

O TCE de Minas é presidido por Adriene Andrade, mulher do ex-senador Clésio Andrade (PMDB), indicada para a corte pelo então governador Aécio Neves – Clésio era o vice-governador – durante a formação da chapa majoritária que disputaria a eleição de 2006. Ela era apontada pelo PFL (atual DEM) para disputar o Senado, mas foi alijada da disputa. A vaga na chapa ficou com o ex-senador Eliseu Resende, morto em 2011 – a vaga foi ocupada por Clésio, que era o primeiro suplente.
Ajustamento. O TCE também ressaltou que as contas do governo mineiro entre 2003 e 2012 foram todas aprovadas por unanimidade pelos conselheiros. Mas os relatórios técnicos com as análises das finanças do Executivo apontaram os investimentos abaixo do mínimo constitucional em saúde e educação.

Para regularizar a situação, o tribunal firmou com o governo em 2011 um “termo de ajustamento de gestão” que permitia ao Executivo “adequação gradual” dos investimentos nas duas áreas, aumentando os aportes até chegar ao mínimo constitucional este ano. O termo ainda prevê prorrogação do prazo em um ano caso ocorra “eventual situação excepcional” que tenha impacto na receita do Estado.

A campanha de Aécio emitiu nota, na noite desta quarta, em que afirma que o “TCE-MG aprovou, por unanimidade, as contas relativas ao período de 2003 a 2010”. Diz ainda que “foram cumpridos os índices constitucionais de saúde”.


Leia mais:

Relatórios usados por Dilma para criticar Aécio somem do site do TCE

 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

DILMA: AÉCIO, POR QUE TITIO TINHA A CHAVE DO AEROPORTO? Bláblá, quem é o dono do jatinho?




A Presidenta Dilma Rousseff respondeu, nesta sexta-feira (26), as críticas do candidato à presidência Aécio Neves (PSDB) quanto às denuncias de corrupção do governo da petista. “Aécio deveria responder antes sobre a questão do aeroporto, em vez de fazer acusações genéricas”, afirmou Dilma em coletiva. “Ele tem que responder porque quem tinha a chave do aeroporto de Claudio era o tio de Aécio”, completou.

Questionada sobre a avaliação de Marina Silva (PSB) sobre o programa de energia do Brasil, Dilma afirmou: “Não é especialidade da Dona Marina a questão da energia no Brasil. A candidata talvez não saiba o quanto nós ampliamos e investimos em energia nos meus 4 anos de governo. Fiz o dobro das linhas de transmissão do que os 8 anos de governo do FHC”, lembrou. E prosseguiu: “Nós garantimos que não houvesse racionamento durante a seca que o Brasil passou. Essa seca foi maior do que a de 2001/2002. De lá pra cá, o país teve um aumento de geração de energia e linhas de transmissão”.
A petista também anunciou um conjunto de medidas para combater a impunidade: 

1. Modificação da legislação eleitoral para criação do crime de prática de “Caixa Dois”, punindo todos os que se utilizarem de tais procedimentos;

2. Aprovação, por lei, de crime que puna com rigor agentes públicos que apresentem enriquecimento sem justificativa ou sem demonstração da origem dos ganhos patrimoniais;

3. Criação de uma nova espécie de ação judicial – “ação civil pública de extinção de domínio” -  que permita declarar a perda da propriedade ou da posse de bens adquiridos por atividades ilícitas, ou de bens sem comprovação de procedência lícita;

4. Ateração da legislação processual para agilização do julgamento de processos judiciais que digam respeito a desvio de recursos públicos, respeitando o contraditório e o mais amplo direito de defesa; 

5. Criação de uma nova estrutura no poder judiciário, em especial junto aos tribunais superiores, que permita agilização e  maior eficácia da investigação e dos processos contra agentes que possuem foros privilegiados.



“Nós, ao longo do governo, tivermos várias iniciativas que podiam ser feitas por envio de lei ou medidas administrativas”,afirmou. “Caixa 2, por exemplo, no Brasil não é crime. Quem tem propriedades adquiridas de forma ilícita pode ficar com elas contanto que pague imposto”, comentou a Presidenta.

“Consideramos isso o centro do combate à impunidade. É como se fosse uma nova etapa, levar às últimas consequências o processo de combate à corrupção, tornando o processo de combate à corrupção mais rápido e eficiente e tipificando o crime”, prosseguiu Dilma aos jornalistas.

“Temos que ter garantias de que órgãos públicos não sejam usados em favor deste ou daquele candidato. Por isso tem que ter isenção da Polícia Federal”, finalizou.


Alisson Matos, editor do Conversa Afiada


Leia mais:

DILMA NÃO QUER MAIS MONOPÓLIO DA GLOBO”


BLÁBLÁ MENTE SOBRE O BNDES

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Arsenal contra Dilma começa a se esgotar e ela não cai


Aos poucos, vai dando a lógica. A campanha de Dilma Rousseff à reeleição começa a se impor apesar da mais impressionante campanha de difamação contra um chefe de Estado que se viu na história recente – nem Lula enfrentou coisa igual.
Antes de prosseguir rumo ao ponto central do texto, vale explicar a razão de considerar a campanha contra Dilma como a “mais impressionante da história recente”.
Para deprimir a até então alta popularidade da presidente, em 2013 foi levado a cabo um movimento de massas que não encontra paralelo em todo o pós-redemocratização. E cuja origem até hoje não ficou suficientemente clara.
A combinação de protestos de rua, efeitos previsíveis da crise internacional em alguns indicadores da economia, bombardeio midiático e a morte intempestiva de Eduardo Campos, tudo isso logrou nivelar intenções de voto da presidente, primeiro, às de Aécio Neves e, depois, às de Marina Silva.
Aécio beneficiou-se no início da campanha eleitoral. Com a mídia batendo só em Dilma e com os dois principais candidatos da oposição resguardados, o tucano chegou a empatar com a petista nas projeções de segundo turno.
O voo desse mesmo tucano, porém, foi de galinha – foi abatido no ar pelas denúncias de que pagou com dinheiro público construções de aeroportos para seu uso particular por todo o Estado de Minas Gerais.
No começo de agosto, Aécio já caía nas pesquisas e Campos não decolava. Dilma começava a se firmar. Mas eis que a tragédia revoluciona o quadro eleitoral.
O bom e velho costume brasileiro de santificar pessoas que falecem e uma brilhante encenação de Marina Silva foram matéria-prima para a mídia construir um dramalhão mexicano, praticamente santificando a substituta de Campos por uma ou duas semanas.
Contudo, a mídia errou na dose e inflou Marina muito além do que deveria. Resultado: Aécio virou pó e Dilma e Marina passaram a polarizar uma eleição que, até então, estava polarizada entre a petista e o tucano.
A mesma mídia tenta consertar o erro e notícias e críticas contra a Marina começam a ser veiculadas com estardalhaço nos grandes meios. Por alguns dias, ela apanha quase tanto quanto Dilma.
Claro que havia que noticiar as informações de que o avião que matou Campos foi fornecido a ele e a Marina por empresas fantasmas ligadas a bandidos, mas há uma montanha de coisas que há para noticiar contra Aécio e não foram noticiadas com o devido destaque ou nem foram noticiadas.
Exemplo: Aécio não construiu um só, mas vários aeroportos com dinheiro público. Todos para seu uso privado. Mas a mídia acabou enterrando o caso todo. Poderia fazer o mesmo com Marina, mas havia que derrubá-la um pouco para Aécio não afundar de vez.
Mais uma vez, porém, a mídia errou a mão. Marina bateu no teto e parou de crescer. A partir das últimas pesquisas oficiais que mostraram a “parada” dela, os trackings das campanhas passaram a detectar que sua candidatura começa a murchar.
Informações extraoficiais da campanha petista dão conta de que Marina começa a cair – já estaria empatada numericamente com Dilma no segundo turno. E nada de Aécio se recuperar…
No fim da semana passada, a mídia começa a “bombar” o vazamento da tal “delação premiada”. Em flagrante crime eleitoral – que a Justiça Eleitoral por certo irá ignorar –, a revista Veja divulga acusações a um pequeno grupo de políticos pinçado do grande grupo citado pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto da Costa à Polícia Federal.
Veja escolheu meia dúzia de nomes em meio a dezenas citados pelo ex-diretor da Petrobrás – inclusive nomes ligados ao PSDB. Se divulgar seletivamente dados sigilosos de uma investigação da PF com fins claramente eleitorais não for crime eleitoral, nada mais é.
A mídia, desta vez, atinge Marina e Dilma com intensidade parecida, porém desigual. Para a desgastar a primeira dá grande destaque ao fato de que Eduardo Campos foi acusado diretamente pelo ex-diretor da Petrobrás, mas o bombardeio de saturação, claro, recai sobre Dilma.
As campanhas de Dilma e Marina deixam vazar que não esperam reação da candidatura Aécio, que já caiu no desencanto popular. Se ficar muito ousado sobre a Petrobrás e Campos, seus podres e de seu partido começarão a voltar à tona. Afinal, com o horário eleitoral os candidatos não dependem da mídia para divulgar informações.
Ao fim, o estoque de munição contra Dilma vai se esgotando. Terrorismo econômico, denúncias de corrupção, fenômeno Marina, tudo já foi usado à exaustão. E as manifestações da ultraesquerda murcharam e não devem voltar a florescer durante a campanha eleitoral.
Por conta desse quadro, pipocam vazamentos de pesquisas privadas dos partidos que mostram Marina começando a cair, Aécio estagnado e Dilma se mantendo.
Assim, o mercado financeiro, que saliva diante dos lucros que lhe seriam gerados pela privatização do pré-sal e a independência do Banco Central que Marina e Aécio oferecem, vem operando em baixa desde a semana passada ante a melhora das chances de Dilma.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

O Brasil espremido entre dentaduras e dentadas


Enquanto a dentadura da boca sertaneja é tratada como um escândalo, a dentada rentista desfruta o espaço de uma pauta séria nos seus espaços midiáticos.

por: Saul Leblon
 
Arquivo

O Brasil espremido entre dentaduras e dentadas

A dentadura que devolveu o sorriso à boca de uma sertaneja pobre de Paulo Afonso, na Bahia, foi transformada pela mídia isenta em um escândalo eleitoral.

As escolhas que ela envolve são mais sérias do que esse factoide.

Oito incisivos, 4 caninos e 20 molares de resina da sertaneja Nalvinha receberam da mídia um tratamento equivalente ao dispensado ao aeroporto de R$ 14 milhões que Aécio construiu com dinheiro público na fazenda do tio Múcio.

Mereceram a mesma gravidade atribuída ao misterioso jatinho Cessna, de R$ 24 milhões, cuja queda matou Eduardo Campos e abriu uma cratera de dúvidas quanto à origem, a legalidade e os interesses que embalam a candidatura do PSB.

Não importa que os trinta e dois dentes novos façam parte de um amplo programa federal lançado em março de 2004, destinado a devolver o sorriso a milhões de brasileiros cujo único vínculo com a saúde bucal era o velho boticão.

Não é uma miragem.

Ao completar uma década, o ‘Brasil Sorridente’ já entregou quase 500 mil próteses dentárias parecidas com a de Nalvinha. Estendeu o direito a tratamento dentário a 79,6 milhões de adultos e crianças em 4.971 municípios brasileiros.

A julgar pelo martelete midiático, tudo não passa de uma fraude.

A tola e/ou ingênua decisão de providenciar a prótese da sertaneja Nalvinha na véspera da visita da Presidenta Dilma a sua casa, também equipada de cisternas –o governo federal já financiou 481 mil delas em 1.426 municípios do semiárido nordestino e liberou R$ 1 bilhão este ano para chegar a 750 mil até dezembro— alimentou o banzeiro.

Foi o suficiente para que o maior programa de saúde bucal do mundo evaporasse na conveniência da narrativa conservadora.

O episódio seria só mais um embate em torno de um programa social, não fosse tão representativo da imensa dificuldade que é mover a fronteira da inclusão social no Brasil à margem do Estado e das políticas públicas.

Entre outras coisas, a polêmica da ‘dentadura eleitoral’ sonegou ao eleitor alguns paradoxos de uma matriz conhecida.

Por exemplo, o fato de o Brasil ser o país com o maior número de dentistas do mundo.

Tem-se aqui quase 20% dos profissionais de odontologia do planeta.

São cerca de 250 mil dentistas de um total pouco superior a um milhão no mundo; um contingente que mesmo em termos relativos impressiona. Com população superior a nossa, os EUA, por exemplo, dispõem de pouco mais que 170 mil dentistas; a Alemanha tem 70 mil deles; França, México e Argentina contam com 40 mil cada.

A dianteira pelo jeito veio para ficar.

A Associação Brasileira de Odontologia (ABO) informa que quase 15 mil novos dentistas chegam ao mercado brasileiro a cada ano, formados pelas 203 faculdades de odontologia existentes no país.

O segundo paradoxo: esse superlativo arsenal está longe de se refletir no sorriso de boa parte da população que não tem acesso ao cuidado odontológico.

Até entrar em campo o ‘Brasil Sorridente’, um contingente da ordem de 30 milhões de brasileiros nunca havia sentado em uma cadeira de dentista.

A razão é a mesma que levou o governo a importar mais de 14 mil médicos cubanos para levar assistência a 50 milhões de brasileiros pobres, através do ‘Mais Médicos’.

A mesma que gerou o Bolsa Família. A mesma que levou à criação do Prouni. A mesma que promoveu a instituição de cotas na universidade. A mesma que impulsionou o crédito subsidiado à agricultura familiar. A mesma que leva o BNDES a carrear recursos do Tesouro para áreas do interesse estratégico do país. A mesma que fez o governo Lula instituir uma regulação soberana para o pré-sal. A mesma que encorajou a Petrobrás a impor um índice de nacionalização de 60% nas encomendas de serviços e equipamentos necessários à exploração.

A razão é que o capitalismo deixado à própria sorte é incapaz de construir uma sociedade. E menos ainda uma democracia social como a que se pretende no Brasil.

O sorriso devolvido à sertaneja Nalvinha não é fruto das forças de mercado.

Ele só ressurgiu no rosto da sertaneja de Paulo Afonso porque os governos Lula e Dilma tomaram a decisão política de resgatá-lo investindo R$ 10 bilhões no ‘Brasil Sorridente’.

Vem daí a pergunta incomoda, abafada pela pauta dos operadores e herdeiros da alta finança.

Se nem mesmo uma dentadura chega à boca do brasileiro pobre, sem a ação do Estado, como conceber que um novo ciclo de desenvolvimento associado à justiça social possa florescer por força da lógica estrita da ‘racionalidade dos mercados’?

Aquela que inclui entre os seus preceitos a ideia de que a moeda de uma nação deve ser entregue à administração de um banco central independente do governo e da democracia.

A diretriz anunciada tanto pelo operador tucano Armínio Fraga, quanto pela coordenadora do programa do Partido Socialista, Neca do Itaú, vende como ciência aquilo que é a essência da dominação financeira no capitalismo: o manejo dos juros na economia.

Trata-se de ‘proteger’ as decisões monetárias das pressões originárias do mundo político, alega-se.

Por mundo político entenda-se o conflito de classes, ilegítimo aos olhos de quem enxerga a política como excrescência e o seu interesse como uma segunda natureza, e não parte de uma correlação de forças que disputa o destino da economia e o da sociedade.

A repartição do ônus gerado pela maior crise do capitalismo dos últimos 80 anos demonstra a pouca aderência dessa visão à realidade.

Seis anos após o colapso de 2008, a lucratividade dos bancos norte-americanos registrou lucros recordes nesse segundo trimestre.

Em contrapartida, a subutilização da força de trabalho –indicador que soma emprego parcial e desistência de buscar vaga- atinge assustadores 13%.

Na maior economia capitalista da terra, metade das vagas criadas no pós-crise é de tempo parcial, com salários depreciados.

Não é um aquecimento de motores. É o padrão de uma economia desossada em seus esteios produtivos , por obra da desregulação financeira promovida pelo ciclo neoliberal, a partir de Reagan.

É esse subenredo de uma recuperação tíbia que leva a criteriosa presidente do BC de lá, Janet Yellen, a resistir às pressões dos interesses rentistas para elevar as taxas de juros do mercado.

Pressões políticas, como se vê, partem muitas vezes de onde menos esperam os defensores da independência do BC por essas bandas.

Um dos maiores gargalos do Brasil nesse momento é justamente a ausência de espaço para a discussão madura dessas interações entre política e economia, entre opções, custos, concessões, salvaguardas e requisitos à ordenação de um novo ciclo de crescimento, que só virá por força de uma repactuação democrática da sociedade.

A eleição deveria servir para isso.

Mas enquanto a dentadura da boca sertaneja é tratada como escândalo, a dentada rentista subjacente ao BC independente desfruta do privilégio de pauta ‘séria’.

Sob a pressão desse maxilar ideológico o passo seguinte do desenvolvimento brasileiro gira em círculos que sonegam futuro ao país e esclarecimento à sociedade.

Não é uma combinação promissora. E a história já evidenciou isso algumas vezes. A ver.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Aécio tem razão. Com ele não vai ter PAC, não vai ter obra. Ainda bem que não vai ter Aécio

PAC

Segunda-feira, no Jornal Nacional, Aécio Neves produziu a verdade mais incontestável de sua campanha, ao dizer que, com ele no governo, “ninguém espere (…)o PAC disso, o PAC daquilo”.
E, de fato, seus oito anos de governo em Minas mostraram que obra pública não é mesmo o forte do tucano.

De vulto,  nenhuma delas, exceto a do novo palácio do Governo.

O Aeroporto de Cláudio, aliás, trancado a chave para uso familiar, nem mesmo o nome de obra pública merece.

Agora, se o amigo ou a amiga dispuserem de alguns minutos, observem o vídeo-resumo publicado ontem no site Brasil da Mudança, lançado ontem pelo Instituto Lula.

Correndo, num verdadeiro atropelo de imagens e texto, são necessários quase treze minutos para fazer uma lista de alguns dos projetos mais importantes, concluídos  ou em conclusão.
Isso sem conversa mole, sem depoimento dos beneficiados e, no caso do Minha Casa, Minha Vida, com apenas um exemplo de obras.

Mesmo com 11 minutos por programa durante a campanha, vai faltar espaço para mostrar o que Dilma, em continuidade a Lula, realizou de concreto.

E muito disso será visto pela primeira vez pela maior parte dos brasileiros, porque a mídia o boicotou, escondeu, minimizou. Como disse Lula no lançamento do site, citando o levantamento do Manchetômetro da Uerj, “a presidenta Dilma teve mais de uma hora de matérias negativas no Jornal Nacional este ano, enquanto a cobertura positiva foi de apenas três minutos.”

Obras que a Globo só mostrou para falar de atrasos, o que o ex-presidente Lula resumiu muito bem: “só atrasa obra quem faz obra”.

E do outro lado?

Vamos ter muita apelação, muita conversa que isso e aquilo viraram exemplos . Mas, a menos que Aécio queira explorar os belos traços de Oscar Niemeyer em seu belo palácio de governo, obra, mesmo, vai ser difícil catar para mostrar.

Então, em homenagem à crise de sinceridade de Aécio Neves, creio que vai servir como mote de campanha aquilo mesmo que ele disse ao JN.

Com Aécio, não vai ter PAC.

Ainda bem que não vai ter Aécio.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Aécio não se descola do caso do aeroporto no Jornal Nacional



jn
Se foi proposital, para ver se Aécio Neves “limpava a barra” do assunto Aeroporto de Cláudio – aliás, para que, pois isso não “colou” nas pesquisas, diz o Ibope, não é? – a entrevista do tucano ao Jornal Nacional não funcionou.
Aécio tinha que fazer um “midia training” com Geraldo Alckmin, que nega o racionamento de água em São Paulo com uma impenetrável cara-de-pau.
Embora as perguntas de Willian Bonner tenham sido aparentemente duras, não foram objetivas.
Não interessa se Aécio se sente ou não constrangido. Até porque, claro, a pergunta só tem uma resposta possível: não. Ou Bonner esperava que o moço fosse cair aos prantos e dizer que estava envergonhado e não ia fazer mais isso?
Jornalismo de divã?
Importa é saber porque uma obra de R$ 14 milhões (R$ 18 milhões, em valores de hoje) e mais o custo da desapropriação do terreno, que nas previsões orçamentárias do Governo de Minas podem custar entre R$ 3,5 milhões e R$ 20 milhões (ninguém foi olhar o laudo pericial) foi feita numa cidade de menos de 30 mil habitantes, onde talvez não existam dois aviões matriculados e que tem com um aeroporto a 50 km de  distância.
Também não interessa se a fazenda de Aécio está na família há um ou cem anos, ou se tem 30 alqueires (cerca de 150 hectares, porque o alqueire mineiro vale 4,84 ha) ou se só tem 14 cabeças de gado (o que é muito pouco para terras deste tamanho, minimamente administradas).
O que importa é saber o que faz o aeroporto fechado há quatro anos, o que fazem as chaves nas mãos da família, o que faz aquele elefante branco (ou preto, de asfalto) inútil, a não ser para os vôos privados de Aécio (que não se sabe quantos foram) e para brincadeiras de aeromodelismo.
E o que importa, sobretudo, é que, mesmo para a audiência decadente do Jornal Nacional, o assunto chegou às milhões de pessoas que ainda o assistem e a imagem de “Rolando Lero” que o candidato deixou na questão.
O resto da entrevista, você espreme, torce, e não tem conteúdo algum.
Escapismo puro em relação ao aumento das tarifas, nenhum projeto concreto de investimento, nenhum programa de obras. Ao ponto que o candidato chega a dizer que “ninguém espere no governo Aécio Neves o pacote A, o PAC disso, o PAC daquilo. ”
Juscelino morreria de vergonha do conterrâneo.
Mas é verdade. Aécio não tem nenhum programa de aceleração do crescimento.
Por isso fica no seu PAC, Pista do Aeroporto de Cláudio
Veja e leia a entrevista de Aécio no Jornal Nacional:

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Ayres ganhou R$ 56 mil por parecer sobre Cláudio

:

Opinião legal do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto atestou a legalidade dos procedimentos para a construção do aeródromo de Cláudio (MG); documento, com apenas uma folha, foi contratado pelo PSDB para rebater as acusações dirigidas contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que autorizou a obra quando foi governador de Minas Gerais; além de Ayres Britto, outro ex-ministro do STF, Carlos Mário Veloso, também produziu parecer sobre o caso, que se tornou um dos temas mais discutidos na campanha eleitoral até agora

247 - Custou R$ 56 mil o parecer, de apenas uma folha, produzido por Carlos Ayres Britto, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, que atesta a legalidade da construção do aeródromo de Cláudio (MG). A informação é da coluna Painel, de Bernardo Mello Franco. Eis a nota:

Conta salgada

Aécio pagou R$ 56 mil ao escritório de advocacia de Carlos Ayres Britto. O ex-ministro do STF assinou parecer dizendo não ver "nada de juridicamente inválido" na obra do aeródromo de Cláudio (MG).
 
O documento do ex-ministro do STF sobre a obra do aeroporto de Cláudio (MG) foi usado por Aécio para rebater denúncias feitas pela ‘Folha de S. Paulo’. O jornal o acusa de ter misturado interesses públicos e privados na construção da pista durante seu segundo mandato como governador de Minas Gerais. 
 
Em suas breves ponderações, Ayres Britto citou documentos a respeito da desapropriação, "para fins de utilidade pública", da fazenda que recebeu, em seguida, a pista do aeroporto de Cláudio. "Nada de juridicamente inválido", registrou o ex-ministro. Na defesa do caso, o PSDB também contratou outro parecer, de Carlos Mário Veloso, que também foi ministro do STF.

Leia, abaixo, o parecer de Ayres Britto:


 
 

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Afrouxem os cintos que o “Aécioporto” sumiu

 Não chegou a duas semanas inteiras a repercussão na grande mídia da denúncia da Folha de São Paulo contra um ente abstrato, “Minas” – o jornal, ao menos na manchete denunciante, não acusou uma pessoa física, mas um ente da Federação por ter construído um aeroporto nas terras da família do candidato do PSDB a presidente, Aécio Neves.
Na edição de 20 de julho último, o diário paulista manchetou, na primeira página, que “Minas construiu aeroporto em fazenda de tio de Aécio”. A denúncia repercutiu muito pouco na grande mídia, com exceção do jornal que a divulgou, que publicou cerca de 50 textos sobre o tema – a maioria, cartas de leitores.
Contudo, apesar da frieza com que foi tratada pelo resto da imprensa escrita, a denúncia da Folha repercutiu intensamente na internet. Para se ter uma ideia, a reportagem original da denúncia teve 78 mil compartilhamentos no Facebook, sem falar da grande repercussão em outras redes sociais e na blogosfera.
Aliás, a blogosfera fez denúncias complementares sobre outros aeroportos esquisitos construídos pelo tal Proaero, programa da gestão Aécio Neves no governo do Estado que prometia construir ou reformar aeroportos regionais do Estado, mas que, segundo a mesma Folha, só construiu 2 aeroportos novos de 2003 (quando o programa foi criado) até hoje.
Porém, no veículo que transforma em notícia de fato o que sai na grande imprensa escrita, ou seja, no Jornal Nacional, a repercussão foi pífia, para dizer o máximo. Foram duas míseras reportagens, uma de 3 minutos e 17 segundos no dia 21 de julho (o dia seguinte à denúncia da Folha) e outra de 2 minutos e 18 segundos no dia 31 de julho. E mais nada.
Para que se possa mensurar a desproporção entre denúncias na Globo contra tucanos e contra petistas, matéria do Jornal Nacional sobre denúncia da revista Veja do último fim de semana sobre suposto vazamento de perguntas que a CPI da Petrobrás faria a funcionários e ex-funcionários da empresa teve duração de 4 minutos e 8 segundos e deve se estender indefinidamente, com a oposição batendo bumbo.
Uma mera busca no Google dá a dimensão da pouca atenção dada pela grande mídia ao caso. Pode-se contar nos dedos as matérias desses veículos corporativos. E há quatro dias não sai notícia nova – a última foi sobre Aécio ter admitido que usou o aeroporto.
Quando a denúncia eclodiu, este Blog entendeu que se tratava de preparação para ataque a Dilma que ainda virá, e que requereria, antes da divulgação, “prova de isenção” da mídia para esta ser levada a sério, já que existe uma percepção consolidada de que Globos, Folhas, Vejas e Estadões são parciais. E, ao menos aqui, esse entendimento se mantém.
A denúncia sobre o aeroporto, aliás, começa a cair rapidamente no esquecimento, como também foi previsto aqui. Apesar de o Ministério Público de Minas Gerais ter prometido investigar, há motivos de sobra para não acreditar nessa investigação.
Encheriam a pista do “Aécioporto” as denúncias contra Aécio que o MP mineiro arquivou sem sequer investigar. Casos muito mais graves, como o da Copasa, que envolve 3,3 bilhões de reais, foram sumariamente arquivados sem maiores explicações e o mesmo MP de Minas já arquivara denúncia anterior contra o aeroporto nas terras da família do tucano.
O mesmo aconteceu, em meados do ano passado, com o imenso escândalo dos trens do metrô e da CPTM em São Paulo, que envolve bilhões. As denúncias duraram até mais, algumas semanas, e tomaram chá-de-sumiço. Nunca mais foi dito nada. E o que é pior: o governador Geraldo Alckmin e o ex-governador José Serra praticamente nunca foram citados.
Aécio, por sua vez, já deu o caso por “encerrado”, apesar de jamais ter explicado nada. Aliás, ele tem se referido à “importância” do aeroporto que mandou construir e que ele e sua família provavelmente usaram mais do que qualquer outro. E a relevância da obra é a grande questão.
É possível provar que havia interesse público na construção do aeroporto de Cláudio? Se houvesse, não viveria trancado e com as chaves em mãos da família de Aécio. 14 milhões de reais foram usados para fim incerto e dificilmente uma investigação séria mostrará que Minas Gerais precisava da obra. Se for uma investigação séria, claro.
Agora, vale acompanhar a repercussão que a mídia dará à denúncia contra a Petrobrás feita pela Veja no final de semana. Apesar de aparentemente ser fraca – a Petrobrás explica que as perguntas para a qual treinou seus executivos foram extraídas do site do Senado Federal, nos dias 14 de maio e 02 de junho –, a mídia vai espremê-la até a última gota.
Como a denúncia do “Aécioporto” durou um pouco além do normal na mídia (para uma denúncia contra tucanos), alguns se animaram. A este Blog, porém, a estratégia midiática para afetar isenção nunca enganou. E uma coisa você pode escrever aí, leitor: a mídia cobrará muito caro do PT por tê-la divulgado. É só esperar.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

AECIOPORTO: ARROCHO FALA, MAS NÃO EXPLICA E o “vamos conversar ?”


Do Muda Mais:

QUER SABER? AÉCIO NEVES NÃO RESPONDE



Entrevista estranha, com perguntas esquisitas. Dá pra resumir assim a sabatina de Aécio Neves ao G1, que aconteceu hoje (4/8) pela manhã.

Aécio falou mas não explicou direito sobre aeroportos, recriação de um ministério da era Collor e sobre uma estranha sensação de segurança jurídica que tem que reinar novamente sobre o Brasil.

O candidato acha que o número de ministérios é muito alto, e vem propondo sua redução – muito embora a gente já tenha contado aqui que reduzir ministérios não necessariamente reduz o custo Brasil. Ele deixou escapar hoje que pretende juntar uma série de pastas de perfil econômico e recriar o ministério da Infraestrutura, criação original do governo Fernando Collor – que não deu muito certo e foi logo extinto.  

Aécio também teve que responder sobre os aeroportos de Cláudio e Montezuma. Voltou a repetir que a pista de Cláudio é muito importante, pois atende a várias indústrias de fundição locais. Mas como uma pista de avião de pequeno porte vai atender a um setor que trabalha com ferro fundido, material pesado por definição, ele não explicou – também, ninguém perguntou. O aeroporto serve à indústria ou aos empresários? Ninguém perguntou. Também não houve perguntas sobre as chaves do aeroporto de Cláudio que, segundo consta, ficam sob tutela dos donos do terreno e não da prefeitura.

Para o candidato, tudo o que ele fez está dentro dos conformes, não há nada irregular. O problema é a Anac, que não homologou o aeroporto. Outra vez, ele não respondeu como a Anac pode homologar um aeroporto sem que se apresente a documentação necessária para isso, caso da pista de Montezuma. E, outra vez, ninguém perguntou isso.

Aécio contou, ainda, que construiu um total de 29 pistas regionais durante seu governo. Não citou nenhuma. A uma pergunta do internauta sobre por que Minas estava tão endividada, Aécio respondeu que pôs as contas do estado em dia, mas a dívida pública é que é muito alta, e a culpa é da União, que cobra juros muito altos.

Mas o momento mais pitoresco dessa sabatina foi a seleção de uma pergunta de um internauta, que quer saber se Aécio vai reduzir o preço dos games no Brasil.

O candidato entabulou uma resposta sobre redução de impostos. Disse que é muito importante baixar impostos e isso tem que ser resolvido, e vai mandar proposta para o Congresso etc e tal.

O que Aécio não contou é que para se conseguir uma reforma fiscal é necessário que os governos federal, estaduais e municipais entrem em acordo para isso. Sem diálogo e acordo mútuo, não há reforma – e, na maioria das vezes, o gargalo está no governo estadual. Foi assim em 2003 e em 2008. Ele também não contou quais foram os governadores que não permitiram que a reforma trbutária fosse levada adiante em 2008. Nós encontramos a resposta aqui,  mas se você estiver com preguiça de clicar, a gente conta: foram os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves (terceiro parágrafo). Mas isso talvez ele explique melhor em outra ocasião, né?

Com relação aos Games, um dos primeiros posts do Muda Mais fala sobre isso. O problema não é a tributação, mas a margem de lucro. #ficadica.

Voltando à sabatina, Aécio citou várias vezes que é necessário reduzir a sensação de impunidade penal que reina hoje no Brasil. Não explicou o que é isso. Mas disse que o fim de tal sensação vai permitir a retomada do crescimento. Também falou de, no setor de segurança pública, estabelecer parcerias com as Forças Armadas, como se as Forças Armadas não fossem parte do Governo Federal.

Aí cabe a pergunta: Aécio realmente sabe do que está falando?

domingo, 3 de agosto de 2014

O esforço da Veja para varrer o aecioporto para debaixo do tapete

bessinha09876
Que a Veja se tornou um fenômeno antes psiquiátrico do que propriamente midiático, disso já sabíamos.
No entanto, ela se supera a cada dia.
Do psiquiátrico ela tem migrado para o escatológico.
O novo “escândalo” fabricado por ela revela o desespero de varrer o aecioporto para debaixo do tapete.
Do que se trata o escândalo?
Um vídeo com parlamentares aliados passando instruções ou apenas conversando com figuras aliadas, num preparativo para uma CPI.
CPI é um evento político. Tem situação e oposição.
A situação defende os aliados do governo.
A oposição ataca os aliados do governo.
Escândalo seria se flagrássemos Alvaro Dias tentando ajudar Graça Foster. Aí sim, todos ficariam espantados!
Tentar criar uma CPI da CPI corresponde ao apogeu do ridículo. É como ver um tucano devorando a própria cauda.
Ora, se a oposição tem espaço garantido na CPI, mesmo minoritário, então ela que faça as perguntas que quiser fazer.
Como fizeram, aliás.
A oposição fez perguntas incômodas a Graça Foster, a Sergio Gabrielli, a Nestor Cerveró.
Eles já foram diversas vezes ao Congresso. Porque há uma redundância. Há duas CPIs, sobre o mesmo tema, acontecendo ao mesmo tempo.
Cada vez que Graça Foster vai a CPI, para repetir a mesma coisa, ela deixa de trabalhar, e isso atrapalha a Petrobrás.
Petrobrás cuja produção tem batido recorde e cujas ações se valorizaram mais de 70% nos últimos meses.
Foster, Gabrielli, Cerveró, estiveram várias vezes no Congresso, em CPIs.
Os tucanos é que nunca dão as caras em CPIs que os investigam.
Como eles são blindados e protegidos pela mídia, quase não há CPI investigando tucano.
E quando há, a mídia faz de tudo para abafá-la, até porque, sempre que se investiga tucano, a mídia entra na história. Como réu.
Foi o caso da CPI do Cachoeira. Mais um pouco, e se tornaria uma CPI da mídia, porque o Brasil estava descobrindo as relações íntimas entre a bandidagem e o jornalismo.
É hora de chamar Aécio Neves numa CPI para explicar porque construiu aeroporto na terra de seu tio, e porque este foi o aeroporto mais caro do Brasil.
É hora de chamar os chefões da Globo para explicar a sonegação de R$ 615 milhões, feita através de uma “intrincada engenharia financeira para ludibriar a Receita”, segundo as palavras do auditor fiscal responsável pelo processo.
A Petrobrás é importante demais para ser alvo de abutres que sempre quiseram destruí-la.
A Petrobrás é uma empresa mista regulada, supervisionada, monitorada, por diversos órgãos, nacionais e internacionais.
Se existe uma coisa a ser investigada na CPI da Petrobrás é o afundamento da plataforma P-36.
Era a maior plataforma do mundo. O prejuízo foi incalculável.
Morreu gente.
Brasil quer saber como afundou a P-36
Enquanto Gabrielli e Graça Foster compraram refinarias, construíram outras, e apostaram no crescimento da produção de petróleo bruto de um lado e refinado de outro, os tucanos venderam metade da Petrobrás para fundos abutres da Bolsa de Nova York.
Não descobriram petróleo. Não fizeram nem compraram refinarias.
Apenas privatizaram, sucatearam e afundaram a maior plataforma do mundo.
Hoje uma boa parte do lucro da Petrobrás vai para bilionários estrangeiros.
Esses mesmos bilionários fazem pressão, através da mídia, para que a Petrobrás dê lucro rápido e fácil, para eles gastarem em festinhas, iates e… jatinhos.
Jatinhos que pousam em aeroportos particulares construídos, no caso de Minas Gerais, com dinheiro público.

sábado, 2 de agosto de 2014

Mais questionamentos sobre o aecioporto

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A história do aecioporto ainda possui inúmeros pontos obscuros. Alguns diretamente ligados ao aeroporto, outros vinculados indiretamente. Os vínculos indiretos, que oferecem interesse jornalístico se houvesse imprensa comercial séria no país, são:
1) descoberta de trabalho escravo na empresa de familiares de Aécio, na mesma fazenda em Cláudio cujo terreno foi desapropriado por R$ 1 milhão pelo governo Aécio.
2) os donos do jatinho, a dupla Clemente de Faria (já falecido) e Oswaldo Borges da Costa Filho, têm um histórico obscuro, que mereciam uma profunda investigação jornalística. Isso por uma razão simples: ninguém “empresta jatinho” de graça, nem mesmo para o filhinho da mamãe, como tentou justificar Aécio. “Oswaldinho” (como é conhecido) foi presidente de estatais e empresas mistas mineiras ligadas à exploração do nióbio em Araxá. É preciso apurar melhor isso.
Aécio justifica o gasto de R$ 14 milhões dizendo que se trata de uma região economicamente importante. Uai, sô! Se era importante, por que o aecioporto ficou fechado esse tempo todo?
Em suas palavras, no artigo que publicou na Folha:
A pista de pouso em Cláudio existe há 30 anos e vem sendo usada por moradores e empresários da região. Com as obras, o governo de Minas Gerais transformou uma pista precária em um aeródromo público. Para uso de todos.
A explicação de Aécio é errada duplamente. A pista não é homologada pela Anac, então não poderia ser usada por ninguém, nem por ele nem por nenhum “morador ou empresário”. Usar pista clandestina é atentar contra a segurança aérea nacional. Aécio fez propaganda de um crime.
Em segundo lugar, as reportagens mostram que só ele tem usado a pista, que fica fechada. Dizer que é para uso de todos é mentir na cara “de todos”.
É preciso ainda investigar o valor da desapropriação em si. Não apenas se deve discutir se o R$ 1 milhão pago foi justo, como se deve fazer uma estimativa da valorização da fazenda do tio de Aécio, e da fazenda do próprio Aécio, após a construção do aeroporto.
Há uma especulação constante em torno das doações da construtora do aecioporto ao candidato, e se procura sempre, junto ao TSE, os dados relativos às prestações de conta. Esquece-se, contudo, que doações feitas após conchavos clandestinos com o poder público acontecem, por razões óbvias, por baixo dos panos, através de esquemas de caixa 2 eleitoral.
É preciso ainda investigar o aecioporto II, em Montezuma. A Anac disse que sequer há pedido para registro, revelando mais uma vez que ele pode ter sido construído por Aécio Neves apenas para uso particular. Aliás, o Brasil quer uma outra “confissão” de Aécio. Ele também pousou na pista clandestina (embora feita com verba pública) de Montezuma?
Quanto mais se remexe nessa história do aeroporto, mais podres vêm à tôna. A blogueira Helena Sthephanowitiz iniciou uma linha de investigação interessante, que deveria ser aprofundada. Ela identificou que as três empresas que disputaram a licitação do aeroporto de Cláudio apresentaram orçamentos praticamente iguais.
*
Reproduzo abaixo post da Helena, em seu blog na Rede Brasil Atual.
Disputa em construção do aeroporto de Cláudio teve preços quase iguais
Entre os três concorrentes na licitação para a obra realizada na fazenda do tio de Aécio Neves, diferença entre maior e menor preço foi de 0,61%
por Helena Sthephanowitiz publicado 01/08/2014 13:40, na Rede Brasil Atual.
A polêmica construção do aeroporto na cidade mineira de Cláudio pelo governo Aécio Neves (PSDB) não termina nas questões do terreno desapropriado de seu tio. Nem da localização a 6 quilômetros da fazenda do ex-governador e atual senador, quando existe outro aeroporto bem próximo, em Divinópolis, que já atende a região. E vai além ainda do uso privativo pelo senador, quando ainda está fechado ao uso público.
O processo de licitação também levanta polêmica. Cinco empreiteiras apresentaram propostas. Duas foram desqualificadas. As três propostas restantes tiveram valor muito próximo. A diferença entre o menor preço apresentado e o maior foi apenas 0,61%.
O edital do Departamento de Obras Públicas do Estado de Minas Gerais estipulou o valor máximo de R$ 13.568.033,63. A vencedora, com menor preço, apresentou o valor de R$ 13.413.562,71 apenas 1,14% abaixo do máximo.
O custo final da obra, com aditivo de 3,96%, ficou em R$ 13.945.341,80 ou seja, acabou ultrapassando em R$ 377 mil o valor máximo licitado.
A proximidade de valores não é, por si, prova suficiente de combinação de preços, pois pode ser coincidência. Mas sugere acender o sinal amarelo no Ministério Público e em outros órgãos de controle, como indício que merece ser investigado. Afinal, coincidência de dois valores acontece, mas de três é bem mais raro.
(…)