Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 9 de setembro de 2014

ONDA MARINA ARREFECE. VOLTARÁ A CRESCER?

Morto, Dudu doa R$ 2 milhões à Bláblá ! E em dinheiro vivo …


O Conversa Afiada reproduz texto do site O Dia:

Depois de morto, Eduardo ‘doa’ R$ 2,5 mi a Marina


A transferência em espécie ocorreu no dia seguinte ao desastre que matou o então candidato. Coordenador afirma que foi legal

Nonato Viegas

Brasília – No dia seguinte ao desastre que matou o presidenciável Eduardo Campos, sem que seus restos mortais tivessem sido recolhidos do local onde caiu o avião, seus partidários transferiram em espécie R$ 2,5 milhões de sua conta de campanha para o Comitê Financeiro Nacional, administrado pelo PSB, que, dias depois, anunciaria Marina Silva como substituta.

Segundo o coordenador financeiro da campanha, Basileu Margarido — homem de confiança de Marina — tudo está dentro da legalidade. “O escritório de Direito que nos atende consultou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fazer a operação. Segundo eles, não há nada de errado”, garantiu. O TSE informou que ainda vai analisar as prestações de contas.

A operação de transferência ocorreu no dia 14 de agosto, foi em dinheiro vivo e seu registro está na segunda prestação de contas dos candidatos, divulgada no sábado pelo TSE. O PSB também não fez nenhuma menção ao jato Cessna, usado por Campos, e que é alvo de investigação da Procuradoria Geral da República por crime eleitoral e suspeita de caixa 2.

Para dois advogados especialistas em direito eleitoral ouvidos pelo DIA em condição de anonimato, a transferência não poderia ocorrer, já que, ao morrer, o CNPJ da candidatura de Campos deveria ser extinguido, e o dinheiro retido. Segundo eles, só no final da campanha o partido teria acesso à doação, como sobra de arrecadação.

“Provavelmente, eles não quiseram deixar parada a quantia, que é razoável, e antes mesmo de comunicarem oficialmente a morte do ex-governador retiraram o dinheiro”, interpretou um deles.

“Não deixa de ser estranho que uma campanha que se propõe a fazer a nova política, se valha de artifícios da velha”, opina outro.

Os dois concordam que, neste caso, o pior que poderá ocorrer é a aprovação das contas pelo TSE, mas com ressalvas, “além, é claro, do constrangimento, já que é um subterfúgio contábil que criticariam se fosse outro partido”.

Marina Silva virá ao Rio na próxima quinta-feira. Seus coordenadores de campanha se reunirão hoje para decidir qual será a agenda. Uma das ideias é que ela participe de um ato em favor dos royalties de petróleo e do pré-sal para tentar afastar qualquer dúvida quanto às suas posições sobre os temas.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Operação de “compra” de jatinho foi negócio “por fora”. Não aconteceu e não podia acontecer




Dilma à personalista Marina, que rejeitou ser um Collor de xale, ou Janio sem bigode: 'Não querida, eu não comparei pessoas (mas estruturas); não é política do medo, é política da verdade.Sem base no Congresso voce não aprova nada'




cessna
Qualquer colega jornalista pode verificar, no site da Anac, quais são os documentos necessários para que uma empresa transfira  o registro de uma aeronave.

O que é o caso da alegação do PSB de que os usineiros da AF Andrade, de Ribeirão Preto, fizeram aos misteriosos empresários pernambucanos Apolo Vieira Santana e João Paulo Lyra Pessoa de Mello Filho, a venda do Cessna matrícula PR-AFA, que servia à campanha de Eduardo Campos e Marina Silva.

Não há, salvo engano, nenhum processo relativo a esta aeronave em curso na Anac, o que pode ser verificado no sistema eletrônico de acompanhamento de pedidos ao órgão.

Na imagem condensada que se publica ao lado, o último registro de processo relativo ao PR-AFA data de mais de um ano atrás, 13 meses antes da suposta operação de compra.

Não há porque a transferência do registro da aeronave não poderia ser feita, simples assim.

Porque, se aconteceu, seria um “subleasing” – uma sublocação, na linguagem dos mortais como nós, inquilinos ou ex-inquilinos –  que é vedado pela legislação comercial, salvo com a anuência prévia de quem arrenda o bem, no caso a Cessna. Há, inclusive, uma  Resolução (a de  número  2.309 ) do Banco Central que prevê a necessidade expressa de concordância prévia do arrendador.

Quem arrenda é a Cessna e a Cessna não autorizou a transferência da posse do bem.

Sem isso, nem mesmo matrícula válida o aparelho poderia ter, porque isso é exigido pelo Código Aeronáutico Brasileiro, em seu artigo 111.

E o mesmo pelo Sistema de Registro Aeronáutico  Brasileiro, que obriga para o registro de aeronave a apresentação de “termo de anuência do arrendador, no caso de cessão do arrendamento ou subarrendamento”.

Isso se a venda de fato ocorreu e não, como parece, uma operação clandestina para ficar de posse de um avião mediante pagamentos “por fora” e de origem já comprovadamente fraudulenta, com os laranjas que apareceram nessa transação.

Esta operação foi uma maracutaia.

Tão grande e mal-feita que não tem como deixar de explodir, mesmo com a imensa “boa-vontade” da mídia para com os envolvidos nela.

O programa de governo apresentado por Marina Silva diz ser necessário “o fortalecimento dos mecanismos de transparência nas doações para campanhas eleitorais”.

Que tal começar mostrando os documentos relativos a esta doação funesta?
Até porque são públicos, à medida em que têm de ser apresentados às autoridades públicas que registram aeronaves, como os Detrans registram veículos.

Mas não podem fazê-lo.

Seria a confissão de uma fraude.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O PSB “declarou” o avião. Como o que? Cartas para a redação de O Globo

quemondecomo
Toda a imprensa sabia que ontem era o último dia para a segunda prestação de contas da campanha: a presidencial, inclusive.

Todas as matérias apontavam a existência de laranjas em meio à operação de compra. E mencionavam um ponto chave para saber-se a verdade: como o PSB apresentaria à Justiça a situação do avião que provocou a queda de Eduardo Campos e a ascensão de Marina Silva.

Nenhum jornal, porém, à exceção de O Globo, publica uma linha sobre as contas apresentadas ontem.
E, mesmo esse, o faz com uma indigência que soma o despreparo do repórter à falta de apetite jornalistico de seu editor.

“O partido incluiu na prestação (de contas) o avião que conduzia Campos a Guarujá, quando ocorreu a tragédia.”

Sim, muito bem. Incluiu. Como o que? Empréstimo? Doação? Cessão? Presentinho?

No segundo parágrafo, depois do “incluiu” a repórter escreveu que ¨nesta parcial, será declarado apenas o avião, mas a quantidade de voos e os custos serão lançados apenas na prestação final”.

O texto não consegue explicar se trata do passado – “incluiu” – ou do futuro com o “será declarado”.
E mais não disse nem foi perguntado.

Então, ficamos assim. O avião foi declarado, não importa como o que. Não importa quem deu,cedeu ou vendeu, não importa coisa alguma.

Afinal, o avião serviu a Marina,  grande esperança da mídia, então está tudo bem.
Viva o jornalismo brasileiro!

sábado, 30 de agosto de 2014

Parecer de Janot detona desculpas do “recibos no final”. A lei é clara: recibo tem de ser imediato

janto
Embora eu entenda que, hoje, todos estão chocados com a chantagem explícita feita pelo senhor Silas Malafaia, que obrigou a candidata Marina Silva a mudar seu programa de governo um dia depois de divulgado oficialmente, num espetáculo de servilismo e humilhação que jamais pensei em ver em um candidato, penso que há outra questão que compromete já não do ponto de vista moral, mas aos olhos da lei. Refiro-me às desculpas que vem sendo usadas pelo PSB para explicar o avião que empresários teriam “doado” para que ela e Eduardo Campos fizessem campanha.
Embora a fundamentação do Procurador Geral da República esteja calcada nos termos da lei com os quais este blog explicou as ilegalidades da operação, há algo que me passou e que o procurador levanta logo ao início das conclusões de seu parecer, e é de fundamental importância.
Art. 10.  Deverá ser emitido recibo eleitoral de toda e qualquer arrecadação de recursos para a campanha eleitoral, financeiros ou estimáveis em dinheiro, inclusive quando se tratar de recursos próprios.
Parágrafo único.  Os recibos eleitorais deverão ser emitidos concomitantemente ao recebimento da doação, ainda que estimável em dinheiro.
Concomitantemente, isto é, no mesmo momento.
É um golpe fatal nas explicações do PSB de que pretendia fazer o recibo “ao final da campanha”.
A menos que use documentos falsificados, isso é incompatível com a versão que o partido sustentou por uma semana, agora substituída pela de “doação” do avião à campanha.
É um escândalo de proporções gigantescas, e não é admissível que esteja sendo tratado com tamanha leniência.
Estamos nos aproximando de revelações terríveis sobre a promiscuidade envolvida na compra deste avião e no forjar de “explicações” sobre isso.
As pessoas honestas e de bem da direção do PSB deixarão de sê-lo se coonestarem esta montagem.
Tornar-se-ão criminosos, mesmo que não tenham participado da atividade ilegal envolvendo a cessão do avião.
É tudo muito grave e podemos estar na iminência de uma situação que será um verdadeiro terremoto eleitoral.
Leiam o parecer do Procurador Janot, postado ontem à noite pelo Miguel do Rosário, e verifiquem a quantidade de infrações à lei que já estão materializadas.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O que é mais grave: o voo de Vargas ou o jato do PSB?

: alberto
O deputado André Vargas (sem partido-PR) teve sua cassação pedida pelo colega Júlio Delgado (PSB-MG), em razão de uma carona no avião do doleiro Alberto Youssef; no entanto, o PSB, partido de seu algoz, usava um jato comprado com recursos de caixa dois; uma das empresas que assumiu a compra do avião, a Bandeirantes Pneus, importava pneus chineses, causava danos ambientais e foi favorecida por benefícios fiscais do governo Eduardo Campos; diante da hipocrisia, Vargas protestou: "Júlio Delgado pediu minha cassação por um voo. Agora podia explicar por que seu partido usava um avião de empresas fantasmas" 

247 – Dois pesos e duas medidas. É assim que o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) enxerga seu processo, quando o compara a outras atividades irregulares na política. Desta vez, o parlamentar, que teve sua cassação pedida pelo colega Júlio Delgado (PSB-MG) no Conselho de Ética da Câmara por ter tomado emprestado o avião do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, vê diferença de tratamento entre o episódio vivenciado por ele e o do jato do PSB.

O partido de Delgado, relator de seu processo de cassação na Câmara, usava desde maio um avião adquirido por recursos de caixa dois, pago por empresas fantasmas. Uma delas era uma peixaria falsa. Outra, que assumiu a compra da aeronave, a Bandeirantes Pneus, importava pneus chineses, causava danos ambientais e chegou a ser favorecida por benefícios fiscais pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB).

O Cessna Citation levava Campos ao litoral paulista no último dia 13, quando caiu e causou a morte do então candidato e mais seis pessoas, trazendo também o escândalo à tona. O uso do avião pelo partido, que fala em empréstimo de empresários amigos de Campos, não era declarado à Justiça Eleitoral. A nova candidata do PSB, Marina Silva, defensora da "nova política", também usou a aeronave irregular durante a campanha.

Diante da hipocrisia, Vargas protestou: "Júlio Delgado pediu minha cassação por um voo. Agora podia explicar por que seu partido usava um avião de empresas fantasmas". Em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo no início de agosto, ele lembrou de outro caso: a construção de um aeroporto pelo presidenciável Aécio Neves em terras que pertenciam a sua família quando era governador de Minas Gerais. E constatou: "se Aécio fosse do PT, já teriam pedido cassação".

As primeiras imagens de Marina no jato do caixa 2

:

Nas cenas, ela aparece desembarcando, ao lado de Eduardo Campos, do PR-AFA, que desabou em Santos (SP), matando o ex-governador e outras seis pessoas; uso da aeronave constitui crime eleitoral, uma vez que o jato, além de não registrado como táxi aéreo, foi cedido a Campos numa escabrosa transação com o uso de laranjas e caixa dois; ontem, no Jornal Nacional, Marina disse que "não sabia" quais eram as condições reais do jato e comprou a versão do PSB, sobre empréstimo que seria pago no fim da campanha 

247 - As imagens acima são as primeiras que conectam a ex-senadora Marina Silva ao jato PR-AFA, que desabou em Santos há 15 dias, matando o ex-governador Eduardo Campos e outras seis pessoas.
A aeronave pertencia ao grupo AF Andrade, de usinas falidas de etanol em São Paulo, e foi repassada a amigos de Eduardo Campos, que assumiram o pagamento de parcelas pendentes do leasing. Para isso, montaram um escabrosa operação financeira, com o uso de laranjas. O principal pagamento veio de Eduardo Ventola, dono, em Recife, de uma factoring, tipo de empresa normalmente usada para esquentar recursos de caixa dois.

Ontem, no Jornal Nacional, Marina Silva afirmou que não sabia quais eram as condições da aeronave e comprou a versão do PSB, sobre um empréstimo que seria pago no fim da campanha. 

Uma tese, no mínimo, curiosa. Afinal, o que levaria três empresários de Pernambuco a assumir empréstimos com um dono de factoring para comprar um avião que eles próprios não usariam? Ontem, em Santos, Antônio Campos, irmão do ex-governador, visitou vítimas do desastre e prometeu que a família poderia pagar os danos materiais. Um sinal de que a família, indiretamente, assume a propriedade do avião e tenta conter os danos políticos da lambança.

Leia, abaixo, a análise do Tijolaço sobre o caso:


Independente do resultado “marquetológico” da entrevista de Marina Silva ao Jornal Nacional – e eu acho que foi desastroso – há um elemento gravíssimo nas declarações da nova candidata do PSB.

Marina confessou o conhecimento de um crime eleitoral e a participação nos benefícios desta transgressão.

Ela confessou saber que o avião era produto de um “empréstimo de boca” que seria ‘ressarcido” – se é ressarcido, tem preço – ao final da campanha.

Poderia, se fosse o caso, dizer que não sabia dos detalhes da contratação do serviço, feita por Eduardo Campos. Mas está amarrada de tal forma no assunto que teve de se acorrentar à fantasiosa versão do PSB.

Que é uma aberração jurídica e contábil, que não pode prevalecer – e não prevalece – em qualquer controle de contas eleitorais.

Até no Acre de Marina Silva o TRE distribui um formulário onde o dono de um veículo, mesmo que seja um Fusca 82, assine a cessão e atribua o valor em dinheiro do bem.

O que dirá para um jato de R$ 20 milhões!

Não há um contrato sequer, não há preço estabelecido e, sobretudo, as empresas (ou o laranjal) que tinha o controle do avião não se dedicam à locação de transporte aéreo.

É um escândalo de proporções amazônicas.

Só menor do que o escândalo que é, depois de tantas confissões, o silêncio do Ministério Público.

Todos se lembram da Procurador Sandra Cureau, que por um nada partia para cima do Presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff.

Está mudo, quieto, silente.

Acovardado diante dos novos santos da mídia.

A partir de agora, prevalecendo isso, se podem emprestar prédios, frotas, aviões, até uma nave espacial para Marina ir conversar com Deus.

De boca, sem recibo, sem contrato, sem papel.

Na fé.

Não houve empréstimo de avião. Estadão confirma: Eduardo Campos participou da compra




 PF implode a 'nova política' de Marina: comerciante de pneus que intermediou jatinho para o PSB foi beneficiado por decreto específico de Eduardo Campos para favorecer importações de sua empresa.

 Quem, eu? Marina diz à Globo, na entrevista mais light da série com presidenciáveis, que nunca foi contra transgênicos e que não sabia nada sobre o esquema de laranjas em torno do jatinho do PSB

 Lula chefe da Casa Civil de Dilma em 2015; por que não? Aécio diz que Armínio Fraga seria seu ministro da Fazenda; Marina gostaria de Serra e FHC ao seu lado. Por que Dilma não antecipa Lula, chefe da Casa Civil do novo governo, em 2015?


 Farra do capital; precisa dizer mais? Bolsa bate recorde histórico de valorização das 100 ações mais negociadas; especuladores festejam avanço da candidatura amigável de Marina e de seus operadores de mercado


 Hollande faz na França o ajuste que Aécio e Marina preconizam para o Brasil; resultado: desemprego recorde de 3,4 milhões de franceses

 Evo Morales avança para ser reeleito a Bolívia onde a pobreza relativa caiu 32% nos últimos dez anos



Opedeuta: Quanto à Marina. Não foi a mão de "deus" que a levou à disputa presidencial. Ela leu os sinais errados. Os sinais diziam que sua "candidatura havia se espatifado junto com o jatinho"


uberabaNovamente, o Estadão confirma,  com bom trabalho de seus repórteres, as informações que este blog tinha conseguido reunir e publicar, com os poucos meios de que dispõe.
No final da noite de ontem, Ricardo Brant e Andreza Matais publicam que o ex-governador Eduardo Campos aprovou, pessoalmente, a aquisição do Cessna do grupo AF Andrade, como já tinha ficado claro por uma publicação da Folha, no dia seguinte ao acidente, quando ainda não havia elementos para que a reportagem pudesse ver o quanto obscuro era o negócio.

Portanto, não houve empréstimo de avião dos empresários a Eduardo Campos: o ex-governador participou diretamente da compra do aparelho, dando a palavra final para sua aquisição, segundo os próprios empresários que estariam vendendo o aparelho.

João Carlos Lyra Pessoa de Mello, da JCL Factoring, marcou com os donos da AF Andrade o dia 8 de maio. Diz o jornal que “de Congonhas, o jato partiu com o ex-governador para Uberaba (MG), com o piloto da AF Andrade, Fabiano Peixoto. No dia, Campos visitou a 80ª Expo Zebu, em agenda de pré-campanha”.

Mas há mais fatos sendo confirmados.

Na noite de ontem, a Polícia Federal confirmou, com mais detalhes, o que havia sido informado aqui no sábado: Campos estendeu os incentivos fiscais dados à empresa Bandeirantes Companhia de Pneus.
Segundo o Valor: “O decreto do ex-governador eliminou limites de importação de pneus à empresa, estabelecidos na gestão anterior à de Campos.”

O dono da Bandeirantes é o próximo personagem que vai surgir: Apolo Santana Vieira,  dono da Bandeirantes. Não é à toa que o aparelho em que voava Eduardo Campos antes ca compra do Cessna, era um Learjet da Bandeirantes que, ao ser matriculado na Anac, teve escolhido o prefixo  (PP) ASV.
Este prefixo estava desativado desde 1966, quando pertencia a um Handley Page  HP-100 Herald, da então Sadia Transportes Aéreos, que viria a se tornar a Transbrasil.

E foi solicitado por causa das iniciais: Apolo Santana Vieira.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Marina acaba de se associar a um crime eleitoral

marinajn
Independente do resultado “marquetológico” da entrevista de Marina Silva ao Jornal Nacional – e eu acho que foi desastroso – há um elemento gravíssimo nas declarações da nova candidata do PSB.
Marina confessou o conhecimento de um crime eleitoral e a participação nos benefícios desta transgressão.
Ela confessou saber que o avião era produto de um “empréstimo de boca” que seria “ressarcido” – se é ressarcido, tem preço – ao final da campanha.
Poderia, se fosse o caso, dizer que não sabia dos detalhes da contratação do serviço, feita por Eduardo Campos. Mas está amarrada de tal forma no assunto que teve de se acorrentar à fantasiosa versão do PSB.
Que é uma aberração jurídica e contábil, que não pode prevalecer – e não prevalece – em qualquer controle de contas eleitorais.
Até no Acre de Marina Silva, o TRE distribui um formulário onde o dono de um veículo, mesmo que seja um Fusca 82, tem de assinar a cessão e atribuir o valor em dinheiro do bem.
O que dirá para um jato de R$ 20 milhões!
Não há um contrato sequer, não há preço estabelecido e, sobretudo, as empresas (ou o laranjal) que tinham o controle do avião não se dedicam à locação de transporte aéreo.
É um escândalo de proporções amazônicas.
Só menor do que o escândalo que é, depois de tantas confissões, o silêncio do Ministério Público.
Todos se lembram da Procuradora Sandra Cureau, que por um nada partia para cima do Presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff.
Está mudo, quieto, silente.
Acovardado diante dos novos santos da mídia.
A partir de agora, prevalecendo isso, se podem emprestar prédios, frotas, aviões, até uma nave espacial para Marina ir conversar com Deus.
De boca, sem recibo, sem contrato, sem papel.
Na fé.

Marina, o xale, o relho e o lombo


Vendas nos supermercados tem crescimento de 3,14% acima da inflação em julho

IBGE: preços no atacado tem nova deflação em julho de 0,29%; preços dos alimentos registram queda de 1,18%

Governo Dilma transfere 3,2 milhões e hevtares à reforma agrária e à conservação ambiental nos estados do AM, AC,RO, PA

Debate Bandeirantes: Dilma afoga Marina em evidências de que os pactos propostos pelo governo após os protestos de 2013 resultaram em ações relevantes: Mais Médicos; royalties do pré-sal à educação e saúde; investimentos em mobilidade e projeto de plebiscito para a reforma política.

Debate Bandeirantes: Aécio Neves criticou a 'gestão da Petrobrás' e levou uma saraivada de Dilma: empresa vale hoje sete vezes mais do que no governo do PSDB e o pré-sal que tucanos menosprezaram já produz 540 mil barris/dia.

Debate da Bandeirantes: Marina mostra coerência e faz veemente protesto contra quem critica as elites brasileiras; defende Neca do Itaú e elogia empresário dono da Natura, 'uma pessoa que dedicou a vida ao desenvolvimento sustentável', diz ela

  

Ao contrário do economicismo adotado até aqui, é preciso explicitar a essência do conflito político radicalizado pela elite brasileira no processo eleitoral.

por: Saul Leblon


Arquivo

Marina, o xale e o relho da nova política

Imagine o seguinte roteiro espetado nas entranhas de uma agremiação política de esquerda:

Um jatinho carregando um candidato a Presidente da República e mais seis pessoas espatifa-se em Santos no dia 13 de agosto.

Todos os seus ocupantes morrem.

A caixa preta do avião está muda.

Uma outra caixa preta, porém, passa a emitir sinais intrigantes no curso das investigações.

A aeronave, descobre a Polícia Federal, não tem dono conhecido. Sua documentação é ilegal.

O partido do candidato morto não contabilizou o seu uso na prestação de contas ao TSE.

AF Andrade - empresa que aparece como última proprietária no registro da Anac, tirou o corpo fora.

Afirma que já havia repassado o avião a outro empresário, que o emprestou para um outro, ligado à campanha do presidenciável morto.

Um labirinto típico das rotas do dinheiro frio desenha-se então nas provas de um suposto leasing do avião, envolvendo pagamentos feitos por laranjas que vão de uma peixaria de Recife a escritórios localizados em lugar nenhum...

Entre as poucas pistas sabe-se que a autorização de uso na campanha teria sido feita pelo empresário João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e o empreendedor Apolo Santana Vieira.

Vieira responde a processo criminal por sonegação fiscal na importação fraudulenta de pneus pelo Porto de Suape, que fica no estado de origem do candidato morto no acidente.
 A fraude gerou prejuízo de R$ 100 milhões aos cofres públicos de Pernambuco, de acordo com os autos da Justiça Federal.

Na verdade, segundo PF, duas aeronaves usadas pela candidatura agora liderada pela ex-senadora Marina Silva foram arrendadas pela mesma Bandeirantes Pneus, de Pernambuco, de propriedade do mesmo Vieira, incriminado no mesmo processo milionário de sonegação.

O valor do jatinho equivale a uma taxa de 20% sobre o total da fraude de que Vieira é acusado.

Em sua defesa, o empresário alega que apenas manifestou interesse na compra do avião, mas a operação de transferência não chegou a ser efetivada. E devolve a bola ao ponto inicial do labirinto: a empresa AF Andrade - que aparece como proprietária no registro da Anac...

Repita-se: imagine esse roteiro espetado nas entranhas de uma agremiação política de esquerda. Ademais dos registros incontornáveis, que tem sido feitos, reconheça-se, que tipo de campanha ensejaria nas fileiras dos savonarolas da mídia, do colunismo da indignação seletiva e das togas justiceiras?

Estamos no campo da ‘nova política’, porém.

E isso altera de forma significativa as fronteiras da tolerância ética.

Se ainda restava alguma dúvida sobre o que significa esse termo ela foi dissipada no debate da Bandeirantes desta 3ª feira pela sua expressão auto- nomeada, Marina Silva, que fez uma empolgada defesa da ‘elite brasileira’.

Ademais dos elogios à progenitora programática, Neca do Itaú, a candidata do PSB creditou ao dono da Natura, o milionário Guilherme Leal, outro esteio da ‘nova política’, um epíteto sonoro: ‘uma pessoa que dedicou a vida ao desenvolvimento sustentável’.

É mais ou menos como dizer que o bilionário Warren Buffet –que agora investe na interação entre Burguer Kings e a rede canadense de rosquinhas Tim Hortons-- faz parte da elite humanitária, por dedicar a vida à luta contra a fome.

Marina é o PSDB de xale.

E nisso reside o seu potencial; ao mesmo tempo, a sua vulnerabilidade.

O xale enlaça o desejo justo e difuso por ‘mudança’.

 Há quem acredite, sinceramente, que uma candidatura que tem como formuladores os hiperneoliberais Eduardo Gianetti e Andre Lara Resende, personificará algo inédito na política brasileira.

Marina é o pleonasmo do PSDB.

Graças ao xale, porém, teria abriu uma vantagem de 10 pontos sobre o candidato tucano Aécio Neves, segundo o Ibope.

E num segundo turno contra Dilma, aventa o instituto, Marina e o xale venceriam, cavalgando um crescimento de 16 pontos, contra apenas dois da atual Presidenta.

A aposta do Ibope é ousada: ‘contra Dilma, todos querem Marina’.

A campanha curta, reconheça-se, favorece o engodo mudancista do qual ela se declara portadora.

O instinto omnívoro do conservadorismo faz o resto: ‘tudo menos o PT’, exalta a mídia.

Por que não, entoam os endinheirados batendo na mesa, se debaixo do xale existe alguém disposto a entregar o Estado a quem sabe das coisas?

Os centuriões da república do dinheiro, gabaritados a desencadear a plena restauração do neoliberalismo na economia e na sociedade brasileira.

Não é uma frase carimbo.

É a síntese do que defende aquela que se avoca a sentinela avançada do ‘novo’.

‘Contra tudo o que está aí’.
 Reiterado de moto próprio ou através de porta-vozes desde a largada de sua candidatura no ano passado.

Por exemplo:

‘(...) a ex-senadora Marina Silva (PSB) defendeu o retorno à austeridade fiscal, empenho no combate à inflação e a adoção de uma agenda para simplificar a economia em apresentação a clientes do banco CreditSuisse na sexta-feira. (...) A ex-senadora defendeu a volta do tripé macroeconômico baseado na adoção de metas de inflação, câmbio flutuante e política fiscal geradora de superávits primários. Conforme relato de investidores que estiveram no encontro, ela disse que o tripé "ficou comprometido e é preciso restaurá-lo (...) Marina afirmou discordar do expansionismo fiscal adotado pelo governo e defendeu que o país volte a gerar superávits primários "expressivos, sem manobras contábeis" (...) o câmbio deve voltar a flutuar livremente, sem tantas intervenções do Banco Central (...) na avaliação dela, o combate à inflação foi relegado pelo governo. Para recuperar a credibilidade, afirmou, é preciso dar ao mercado sinais (NR: juros) claros, "quase teatrais", de que a inflação será levada ao centro da meta’.

O evento assim relatado pelo jornal Valor Econômico, em 14/10/2013, foi bisado na forma e no conteúdo nesta 3ª feira (26/08/2010), segundo a Folha de SP, que descreve um novo encontro a portas fechadas entre emissários de Marina --Walter Feldman, Bazileu Margarido e Álvaro de Souza (Ex-presidente do Citibank) , e investidores nacionais e estrangeiros.

Neca do Itaú garantiu a sede do seu banco para a realização do bate-papo.

Enquanto a turma hard diz a que veio a ‘nova política’, a candidata light distrai quem de fato pode lhe dar votos para implementa-la.

Aqui entra sua especialidade.

Na mesma edição de 14/10/2013, o jornal Valor trazia uma ‘esclarecedora’ entrevista, na qual Marina Silva extravasa essa cosmologia escalafobética.

Vale a pena ler de novo:

Valor: Há alguma contradição entre sustentabilidade e o ideário econômico que a senhora defende?

Marina: Não há contradição (...) Nosso desafio, nesse início de século, é integrar economia e ecologia em uma mesma equação.

Valor: Como se faz isso?

 Marina: (...) vamos ter que "ressignificar" a experiência econômica, social e cultural que temos, a partir delas mesmas. É uma espécie de mutação.

Valor: Mutação?

Marina: Sustentabilidade é uma visão de mundo, um ideal de vida. Esse ideal vai se realizar na forma de novos projetos identificatórios (...)

Baixa o xale, rápido.

Uma narrativa suficientemente etérea para ‘ ressignificar’ tudo e não mudar nada. E nessa complacente sanfona incluir desde justas aspirações por novas formas de viver e produzir , a alianças com Bornhausens e assemelhados, em contraste gritante com a pureza esvoaçante do invólucro entrelaçado com fibras da floresta amazônica.

O simulacro envolve riscos tão evidentes ao país quanto aqueles inerentes à vitória do caçador de marajás, em 1989. Que só foi possível graças a uma determinação cega das elites e de seu braço midiático de correr qualquer risco para dissociar o PT do poder.

A determinação é a mesma 25 anos depois.

Com um agravante: a candidatura Marina aguça apetites há muito reprimidos.

Vivemos dias extraordinários.

As ferramentas da rotina eleitoral não servem mais.

Ao contrário do economicismo adotado até aqui, é preciso explicitar a essência do conflito político radicalizado pela elite brasileira, contra a construção de uma democracia social no país.

Nele, o xale de Marina Silva cumpre o papel do velho pelego: afaga o lombo contra o qual o dinheiro quer estalar o relho de um ajuste implacável.

Feito de muita fé. Mas sem piedade.


A história do “empréstimo” do jatinho não resiste a um peteleco

geovane

Quem gosta de emoções fortes que se prepare.

Nem com toda a “amizade” da mídia a história do “empréstimo de boca” do fatídico jato que matou Eduardo Campos se sustentará.

Começou a ser demolida ontem, no Jornal Nacional, e virá mais, muito mais, ainda que ontem, na Band, os jornalistas perecessem mais preocupados em fazer “tabelinha” com os candidatos para atingir Dilma Rousseff.

Porque é o tipo da situação que não tem como ser contida dentro dos jornais, a não ser por um pacto muito grande e violento sobre as redações.

Há um “festival de laranjas” na transação e um bicho graúdo, que é Apolo Vieira, apontado pela Receita Federal como fraudador de importações e processado por contrabando.

Entre as empresas que surgem na lista dos depósitos “picadinhos” que deram a AF Andrade R$ 1,7 milhão há outras situações inexplicáveis, como a do pobre Geovane, o pescador que apareceu ontem no JN como “sócio” na compra do avião.

A empresa Ele Leite, do amigo de Eduardo Campos, Eduardo Freire Bezerra Leite – vulgo Eduardo Ventola – está registrada como microempresa, mas tem mais de R$ 720 mil para “emprestar”  para a compra de um avião.

Outra microempresa, a Câmara & Vasconcelos, que funcionaria numa rua miséravel de Nazaré da Mata, periferia de Recife, ajudou com R$ 160 mil, sem contar aquela RM cujo dono gargalhou ao ser informado que agora era sócio dos destroços do avião.

E o tal João Paulo Lyra, que assumiu ter sido o operado desta “colheita fantasma” para a compra do avião?

O cidadão tem uma condenação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, por deixar de registrar operações em dólar na sua empresa de factoring, a JCL.

Por todo lado que se olhe não há nada que sustente esta versão de empréstimos imensos, “de boca”, como “de boca” foi o “empréstimo” do avião.

Isso não existe.

E não existe, mesmo.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

O Brasil espremido entre dentaduras e dentadas


Enquanto a dentadura da boca sertaneja é tratada como um escândalo, a dentada rentista desfruta o espaço de uma pauta séria nos seus espaços midiáticos.

por: Saul Leblon
 
Arquivo

O Brasil espremido entre dentaduras e dentadas

A dentadura que devolveu o sorriso à boca de uma sertaneja pobre de Paulo Afonso, na Bahia, foi transformada pela mídia isenta em um escândalo eleitoral.

As escolhas que ela envolve são mais sérias do que esse factoide.

Oito incisivos, 4 caninos e 20 molares de resina da sertaneja Nalvinha receberam da mídia um tratamento equivalente ao dispensado ao aeroporto de R$ 14 milhões que Aécio construiu com dinheiro público na fazenda do tio Múcio.

Mereceram a mesma gravidade atribuída ao misterioso jatinho Cessna, de R$ 24 milhões, cuja queda matou Eduardo Campos e abriu uma cratera de dúvidas quanto à origem, a legalidade e os interesses que embalam a candidatura do PSB.

Não importa que os trinta e dois dentes novos façam parte de um amplo programa federal lançado em março de 2004, destinado a devolver o sorriso a milhões de brasileiros cujo único vínculo com a saúde bucal era o velho boticão.

Não é uma miragem.

Ao completar uma década, o ‘Brasil Sorridente’ já entregou quase 500 mil próteses dentárias parecidas com a de Nalvinha. Estendeu o direito a tratamento dentário a 79,6 milhões de adultos e crianças em 4.971 municípios brasileiros.

A julgar pelo martelete midiático, tudo não passa de uma fraude.

A tola e/ou ingênua decisão de providenciar a prótese da sertaneja Nalvinha na véspera da visita da Presidenta Dilma a sua casa, também equipada de cisternas –o governo federal já financiou 481 mil delas em 1.426 municípios do semiárido nordestino e liberou R$ 1 bilhão este ano para chegar a 750 mil até dezembro— alimentou o banzeiro.

Foi o suficiente para que o maior programa de saúde bucal do mundo evaporasse na conveniência da narrativa conservadora.

O episódio seria só mais um embate em torno de um programa social, não fosse tão representativo da imensa dificuldade que é mover a fronteira da inclusão social no Brasil à margem do Estado e das políticas públicas.

Entre outras coisas, a polêmica da ‘dentadura eleitoral’ sonegou ao eleitor alguns paradoxos de uma matriz conhecida.

Por exemplo, o fato de o Brasil ser o país com o maior número de dentistas do mundo.

Tem-se aqui quase 20% dos profissionais de odontologia do planeta.

São cerca de 250 mil dentistas de um total pouco superior a um milhão no mundo; um contingente que mesmo em termos relativos impressiona. Com população superior a nossa, os EUA, por exemplo, dispõem de pouco mais que 170 mil dentistas; a Alemanha tem 70 mil deles; França, México e Argentina contam com 40 mil cada.

A dianteira pelo jeito veio para ficar.

A Associação Brasileira de Odontologia (ABO) informa que quase 15 mil novos dentistas chegam ao mercado brasileiro a cada ano, formados pelas 203 faculdades de odontologia existentes no país.

O segundo paradoxo: esse superlativo arsenal está longe de se refletir no sorriso de boa parte da população que não tem acesso ao cuidado odontológico.

Até entrar em campo o ‘Brasil Sorridente’, um contingente da ordem de 30 milhões de brasileiros nunca havia sentado em uma cadeira de dentista.

A razão é a mesma que levou o governo a importar mais de 14 mil médicos cubanos para levar assistência a 50 milhões de brasileiros pobres, através do ‘Mais Médicos’.

A mesma que gerou o Bolsa Família. A mesma que levou à criação do Prouni. A mesma que promoveu a instituição de cotas na universidade. A mesma que impulsionou o crédito subsidiado à agricultura familiar. A mesma que leva o BNDES a carrear recursos do Tesouro para áreas do interesse estratégico do país. A mesma que fez o governo Lula instituir uma regulação soberana para o pré-sal. A mesma que encorajou a Petrobrás a impor um índice de nacionalização de 60% nas encomendas de serviços e equipamentos necessários à exploração.

A razão é que o capitalismo deixado à própria sorte é incapaz de construir uma sociedade. E menos ainda uma democracia social como a que se pretende no Brasil.

O sorriso devolvido à sertaneja Nalvinha não é fruto das forças de mercado.

Ele só ressurgiu no rosto da sertaneja de Paulo Afonso porque os governos Lula e Dilma tomaram a decisão política de resgatá-lo investindo R$ 10 bilhões no ‘Brasil Sorridente’.

Vem daí a pergunta incomoda, abafada pela pauta dos operadores e herdeiros da alta finança.

Se nem mesmo uma dentadura chega à boca do brasileiro pobre, sem a ação do Estado, como conceber que um novo ciclo de desenvolvimento associado à justiça social possa florescer por força da lógica estrita da ‘racionalidade dos mercados’?

Aquela que inclui entre os seus preceitos a ideia de que a moeda de uma nação deve ser entregue à administração de um banco central independente do governo e da democracia.

A diretriz anunciada tanto pelo operador tucano Armínio Fraga, quanto pela coordenadora do programa do Partido Socialista, Neca do Itaú, vende como ciência aquilo que é a essência da dominação financeira no capitalismo: o manejo dos juros na economia.

Trata-se de ‘proteger’ as decisões monetárias das pressões originárias do mundo político, alega-se.

Por mundo político entenda-se o conflito de classes, ilegítimo aos olhos de quem enxerga a política como excrescência e o seu interesse como uma segunda natureza, e não parte de uma correlação de forças que disputa o destino da economia e o da sociedade.

A repartição do ônus gerado pela maior crise do capitalismo dos últimos 80 anos demonstra a pouca aderência dessa visão à realidade.

Seis anos após o colapso de 2008, a lucratividade dos bancos norte-americanos registrou lucros recordes nesse segundo trimestre.

Em contrapartida, a subutilização da força de trabalho –indicador que soma emprego parcial e desistência de buscar vaga- atinge assustadores 13%.

Na maior economia capitalista da terra, metade das vagas criadas no pós-crise é de tempo parcial, com salários depreciados.

Não é um aquecimento de motores. É o padrão de uma economia desossada em seus esteios produtivos , por obra da desregulação financeira promovida pelo ciclo neoliberal, a partir de Reagan.

É esse subenredo de uma recuperação tíbia que leva a criteriosa presidente do BC de lá, Janet Yellen, a resistir às pressões dos interesses rentistas para elevar as taxas de juros do mercado.

Pressões políticas, como se vê, partem muitas vezes de onde menos esperam os defensores da independência do BC por essas bandas.

Um dos maiores gargalos do Brasil nesse momento é justamente a ausência de espaço para a discussão madura dessas interações entre política e economia, entre opções, custos, concessões, salvaguardas e requisitos à ordenação de um novo ciclo de crescimento, que só virá por força de uma repactuação democrática da sociedade.

A eleição deveria servir para isso.

Mas enquanto a dentadura da boca sertaneja é tratada como escândalo, a dentada rentista subjacente ao BC independente desfruta do privilégio de pauta ‘séria’.

Sob a pressão desse maxilar ideológico o passo seguinte do desenvolvimento brasileiro gira em círculos que sonegam futuro ao país e esclarecimento à sociedade.

Não é uma combinação promissora. E a história já evidenciou isso algumas vezes. A ver.

Marina, será que eles poderão trocar de CNPJ?

:

Com multas bilionárias aplicadas pela Receita Federal, empresas como o banco Itaú, de Roberto Setúbal, grupo Globo, de João Roberto Marinho, e Natura, do ex-vice de Marina Silva Guilherme Leal, observam exemplo do PSB; partido fechou comitê financeiro anterior à nova candidata e agora abre outro CNPJ – o registro de pessoas jurídicas – para superar histórico de contas e arrecadações e começar vida nova, sem passivos a saldar; entre as três grandes empresas mordidas pelo Leão, todas apostam em Marina agora; será que ela vai apoiar mudanças de CNPJ como a que seu partido quer fazer? 

247 – Depois que o PSB anunciou a fórmula que está usando para encerrar o passado de arrecadações e despesas da campanha do ex-governador Eduardo Campos, com o fechamento formal do comitê financeiro e abertura de outro, com novo CNPJ (o número de registro de pessoas jurídicas), pelo menos três grandes empresas que pertencem ao campo de influência da candidata Marina Silva estão atentas.
Com uma multa a pagar de nada menos de R$ 18,7 bilhões à Receita Federal, por conta de impostos considerados não recolhidos pela fusão com o Unibanco, o banco Itaú tem esse problema em seu CNPJ. A alternativa encontrada pelo PSB, com a anuência de Marina, que já começa uma nova corrida de arrecadação, pode interessar.

No mesmo caso está uma companhia muito próxima da candidata. A Natura, do empresário Guilherme

Leal, que foi candidato a vice de Marina em 2010, igualmente tem problemas com o Fisco. No ano passado, a empresa recebeu uma conta de R$ 628 milhões por IPI e Pis não recolhidos. Um CNPJ zero quilômetro também cairia bem para superar essa situação.

Para as Organizações Globo, que jamais esconderam sua oposição à presidente Dilma Rousseff e, nessa medida, veem com simpatia a opção Marina, uma suavização no apetite do Leão igualmente seria positiva.

A emissora perdeu no ano passado recurso contra a receita de R$ 730 milhões, em razão de impostos não recolhidos pela transmissão da Copa do Mundo de 2002.

Se a moda lançada pelo PSB de Marina pegar, com o passado menos transparente sendo jogado no lixo da história para a abertura de um futuro novo em folha, a fila para fazer o mesmo deverá ser grande.

Inflar Marina foi o maior tiro no pé que a mídia já deu


Em algumas horas, sairá a primeira pesquisa sobre a sucessão presidencial posterior ao auge da comoção provocada por um espetáculo sórdido que apelidaram de “velório de Eduardo Campos”. Devido ao considerável volume de pesquisas privadas que têm sido feitas, já dá para arriscar uma previsão sobre como está a corrida pela Presidência da República.
A pesquisa Ibope que está para ser divulgada deve mostrar o seguinte quadro: Aécio despencando com força, Dilma melhorando um pouco (mais provavelmente em aprovação pessoal e de seu governo, mas pouco ou nada em intenções de voto) e Marina disparando e ultrapassando o tucano.
Nenhuma surpresa, até aqui. Na segunda-feira da semana passada (18/8), este blog já avisava que Marina é problema de Aécio, não de Dilma. Pelo menos no primeiro turno. No segundo, a conversa é outra. Inclusive porque pode não haver segundo turno.
Devido à contaminação pelos desejos dos que encomendaram as tais “pesquisas privadas” citadas no primeiro parágrafo, há que ter cuidado. Contudo, alguns afirmam que Aécio caiu tanto que, mesmo com a forte subida de Marina, a soma dos votos dos adversários de Dilma pode ser insuficiente para levar a eleição para o segundo turno.
Esse quadro, ao menos em pesquisas Ibope, Datafolha ou Sensus (instituto que, nesta eleição, trabalha para o PSDB), dificilmente será mostrado, caso exista. Em 2014, à diferença de 2010, Dilma não conta com nenhuma série de pesquisas de um instituto isento – os que vêm apurando o cenário são ligados à mídia tucana. Mas a possibilidade existe…
Seja como for, o imenso prejuízo que a candidatura de Marina causou a Aécio já é, praticamente, uma certeza. Poucos acreditam que o Ibope deixará de mostrá-lo sendo fortemente ultrapassado por ela.
Claro que Marina representa ameaça a Dilma em um eventual segundo turno. A mesma pesquisa prestes a ser divulgada pode/deve mostrar que, se houver uma segunda eleição, a “socialista” venceria a petista, ainda que por margem igual ou ligeiramente superior ao limite da margem de erro. Mas, detalhe: só se a eleição fosse hoje. E não é.
O problema de Marina é que a eleição só ocorrerá daqui a mais de um mês, tempo suficiente para ela ser submetida à máquina tucana na mídia. Aliás, segundo vários analistas essa máquina já começará a ser posta em funcionamento na próxima quarta-feira, quando ela for submetida ao interrogatório do Jornal Nacional.
Devido a esse suposto naufrágio da candidatura de Aécio, William Bonner e Patrícia Poeta podem/devem partir com tudo para cima de Marina brandindo o caso do avião que caiu com Eduardo Campos, por suspeita de a aeronave ser produto de caixa 2.
Aécio e Dilma não devem partir já para cima de Marina. Dilma porque ela não é sua adversária no momento e Aécio porque confia na mídia para fazer o serviço por ele. Desse modo, já no fim de semana a mídia tucana começou a bombardear Marina. E não vai parar enquanto ela não cair ou não ficar claro que Aécio não tem mais chances de ir ao segundo turno, se houver segundo turno.
De uma coisa, porém, já se pode ter certeza: a mídia, ao inflar Marina como inflou logo após a morte de Campos, deu um tiro de canhão no próprio pé. Acreditou firmemente que, por ser tida como “de esquerda”, tiraria votos de Dilma. Foi um erro crasso. Que esquerdista vota numa candidata que tem o segundo maior banco do país por trás de si?
Mais: veja, leitor, quem são os “honoráveis empresários” que cederam um avião a jato a ela e a Campos. Tutti buona gente. Fizeram com os dois um acordo nebuloso para lhes emprestar (?) ferramenta imprescindível numa campanha nacional: um jatinho.
Marina, de esquerda? Então tá.
Mas, como já se disse aqui, Marina, neste momento, é problema de Aécio. E, por ser problema de Aécio, ela é, também, problema da mídia tucana – Globo, Folha, Veja e Estadão, a priori. E, sendo problema da mídia tucana, quanto mais passar o tempo, mais ela deve ser atacada. A menos que Aécio caia muito. Nesse caso, pode ocorrer outro fenômeno. Muito mais divertido.
Marina é uma aposta de extremo risco. Seu governo pode vir a ser qualquer coisa. Pode ser tomado pelo PSDB, mas muitos acham que o PT poderia adquirir hegemonia.
PMDB? Claro que sim, mas não será suficiente. Um governo do PT ou do PSDB terá uma forte base parlamentar própria. Sobretudo se Dilma vencer. O PT deve sair dessa eleição com cerca de uma centena de deputados. O PSDB, com metade disso. Seja como for, para montar uma base de apoio sólida Marina teria que negociar tudo e com quem pagar mais.
Um desastre para o Brasil.
Imagine se Marina vence e cumpre a promessa de governar com PT e PSDB. Seria um governo em guerra permanente.
Por outro lado, as manias de Marina. Apesar de ter a dona virtual do Itaú coordenando sua campanha, apesar de estar andando com um cabeça de planilha (Eduardo Gianneti) a tiracolo, parte do mercado – e não é só o agronegócio – teme suas conhecidas esquisitices. Afinal, uma candidata que vem lutando contra a construção de hidrelétricas não chega a ser o ideal para o mundo capitalista…
Tudo isso que você acaba de ler foi escrito para demonstrar que Marina é muito menos confiável e desejável/aceitável para o capital do que Aécio. Porém, ela pode vencer. Eis que, entre ela e Dilma, o mercado pode tender a ficar com a segunda, que seria considerada o “mal menor” na falta do tucano.
A mídia pensou que, inflando Marina, ela ganharia alguns pontinhos nas pesquisas, mas não mais do que o suficiente para provocar um segundo turno entre Aécio e Dilma. Não a levou a sério. Não imaginou que cresceria tanto. E, o que é mais, de jeito nenhum imaginou que Aécio seria o maior prejudicado.
Um petista que sabe das coisas disse ao Blog que a mídia tucana não conhece o eleitorado brasileiro. Conhece-o tão pouco quanto o próprio PSDB. A campanha nauseante de “santificação” que Globos, Folhas, Vejas e Estadões fizeram para Marina comprova essa tese. Agora, a mesma mídia terá que desconstruí-la para Aécio. Haverá tempo?

“Os documentos estavam no avião”, sugere tesoureiro de Marina. “Se não tem avião, não tem papéis”

franca
O senhor Márcio França, tesoureiro de campanha de Marina Silva, acaba de dar uma declaração ao IG dizendo que “”documento de avião você carrega no avião. Se estava no avião, já não existem mais (os documentos)”
É uma das maiores abjeções de caráter que já vi, ao longo de 56 anos de vida, ser praticada.
Sabe, meu amigo e minha amiga, não é diferente de você dizer que, se um carro pegou fogo, “documento de carro você carrega no carro e, se o carro pegou fogo, já não existe mais”.
Márcio França não é um imbecil, mas é um debochado.
Quer dizer que havia uma pastinha no avião com todos os contratos – se é que havia contrados – de compra e venda, de registro de propriedade e de manutenção. Ninguém pagou, ninguém recebeu, ninguém tem nada com isso.
O avião fica, assim, como algo que não existiu.
Estava tudo no “porta-luvas”.
É bom que Marina Silva arranje logo outras explicações e outro tesoureiro.
Um homem capaz de dizer isso não tem condições morais de tomar conta do caixa de uma barraquinha de festa junina.
“Caiu um bucapé aqui e queimou todas as contas do caixa”
É o impensável da canalhice algo assim, perdoem-me por sair do meu equilíbrio.
Morreram sete pessoas, outras ficaram feridas e dezenas perderam suas casas.
Mas não é responsabilidade de ninguém, os documentos estavam no avião e, agora, ninguém é dono dele.
Isso é um escândalo de proporções inimagináveis que, se não for corrigido, coloca o centro da campanha de Marina Silva no campo do escárnio para com a opinião pública.