alberto
O deputado André Vargas (sem partido-PR) teve sua
cassação pedida pelo colega Júlio Delgado (PSB-MG), em razão de uma
carona no avião do doleiro Alberto Youssef; no entanto, o PSB, partido
de seu algoz, usava um jato comprado com recursos de caixa dois; uma das
empresas que assumiu a compra do avião, a Bandeirantes Pneus, importava
pneus chineses, causava danos ambientais e foi favorecida por
benefícios fiscais do governo Eduardo Campos; diante da hipocrisia,
Vargas protestou: "Júlio Delgado pediu minha cassação por um voo. Agora
podia explicar por que seu partido usava um avião de empresas fantasmas"
247 – Dois pesos e duas medidas. É assim que o
deputado federal André Vargas (sem partido-PR) enxerga seu processo,
quando o compara a outras atividades irregulares na política. Desta vez,
o parlamentar, que teve sua cassação pedida pelo colega Júlio Delgado
(PSB-MG) no Conselho de Ética da Câmara por ter tomado emprestado o
avião do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, vê
diferença de tratamento entre o episódio vivenciado por ele e o do jato
do PSB.
O partido de Delgado, relator de seu processo de cassação na Câmara,
usava desde maio um avião adquirido por recursos de caixa dois, pago por
empresas fantasmas. Uma delas era uma peixaria falsa.
Outra, que assumiu a compra da aeronave, a Bandeirantes Pneus,
importava pneus chineses, causava danos ambientais e chegou a ser
favorecida por benefícios fiscais pelo ex-governador de Pernambuco
Eduardo Campos (PSB).
O Cessna Citation levava Campos ao litoral paulista no último dia 13,
quando caiu e causou a morte do então candidato e mais seis pessoas,
trazendo também o escândalo à tona. O uso do avião pelo partido, que fala em empréstimo
de empresários amigos de Campos, não era declarado à Justiça Eleitoral.
A nova candidata do PSB, Marina Silva, defensora da "nova política", também usou a aeronave irregular durante a campanha.
Diante da hipocrisia, Vargas protestou: "Júlio Delgado pediu minha
cassação por um voo. Agora podia explicar por que seu partido usava um
avião de empresas fantasmas". Em entrevista concedida
ao jornal O Estado de S. Paulo no início de agosto, ele lembrou de
outro caso: a construção de um aeroporto pelo presidenciável Aécio Neves
em terras que pertenciam a sua família quando era governador de Minas
Gerais. E constatou: "se Aécio fosse do PT, já teriam pedido cassação".
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