Nas cenas, ela aparece desembarcando, ao lado de
Eduardo Campos, do PR-AFA, que desabou em Santos (SP), matando o
ex-governador e outras seis pessoas; uso da aeronave constitui crime
eleitoral, uma vez que o jato, além de não registrado como táxi aéreo,
foi cedido a Campos numa escabrosa transação com o uso de laranjas e
caixa dois; ontem, no Jornal Nacional, Marina disse que "não sabia"
quais eram as condições reais do jato e comprou a versão do PSB, sobre
empréstimo que seria pago no fim da campanha
247 - As imagens
acima são as primeiras que conectam a ex-senadora Marina Silva ao jato
PR-AFA, que desabou em Santos há 15 dias, matando o ex-governador
Eduardo Campos e outras seis pessoas.
A aeronave pertencia ao grupo AF
Andrade, de usinas falidas de etanol em São Paulo, e foi repassada a
amigos de Eduardo Campos, que assumiram o pagamento de parcelas
pendentes do leasing. Para isso, montaram um escabrosa operação
financeira, com o uso de laranjas. O principal pagamento veio de Eduardo
Ventola, dono, em Recife, de uma factoring, tipo de empresa normalmente
usada para esquentar recursos de caixa dois.
Ontem, no Jornal Nacional, Marina
Silva afirmou que não sabia quais eram as condições da aeronave e
comprou a versão do PSB, sobre um empréstimo que seria pago no fim da
campanha.
Uma tese, no mínimo, curiosa.
Afinal, o que levaria três empresários de Pernambuco a assumir
empréstimos com um dono de factoring para comprar um avião que eles
próprios não usariam? Ontem, em Santos, Antônio Campos, irmão do
ex-governador, visitou vítimas do desastre e prometeu que a família
poderia pagar os danos materiais. Um sinal de que a família,
indiretamente, assume a propriedade do avião e tenta conter os danos
políticos da lambança.
Leia, abaixo, a análise do Tijolaço sobre o caso:
Independente do resultado “marquetológico” da entrevista de Marina Silva ao Jornal Nacional – e eu acho que foi desastroso – há um elemento gravíssimo nas declarações da nova candidata do PSB.
Marina confessou o conhecimento de um crime eleitoral e a participação nos benefícios desta transgressão.
Ela confessou saber que o avião era produto de um “empréstimo de boca” que seria ‘ressarcido” – se é ressarcido, tem preço – ao final da campanha.
Poderia, se fosse o caso, dizer que não sabia dos detalhes da contratação do serviço, feita por Eduardo Campos. Mas está amarrada de tal forma no assunto que teve de se acorrentar à fantasiosa versão do PSB.
Que é uma aberração jurídica e contábil, que não pode prevalecer – e não prevalece – em qualquer controle de contas eleitorais.
Até no Acre de Marina Silva o TRE distribui um formulário onde o dono de um veículo, mesmo que seja um Fusca 82, assine a cessão e atribua o valor em dinheiro do bem.
O que dirá para um jato de R$ 20 milhões!
Não há um contrato sequer, não há preço estabelecido e, sobretudo, as empresas (ou o laranjal) que tinha o controle do avião não se dedicam à locação de transporte aéreo.
É um escândalo de proporções amazônicas.
Só menor do que o escândalo que é, depois de tantas confissões, o silêncio do Ministério Público.
Todos se lembram da Procurador Sandra Cureau, que por um nada partia para cima do Presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff.
Está mudo, quieto, silente.
Acovardado diante dos novos santos da mídia.
A partir de agora, prevalecendo isso, se podem emprestar prédios, frotas, aviões, até uma nave espacial para Marina ir conversar com Deus.
De boca, sem recibo, sem contrato, sem papel.
Na fé.
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