Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
Mostrando postagens com marcador laranjas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador laranjas. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O PSB “declarou” o avião. Como o que? Cartas para a redação de O Globo

quemondecomo
Toda a imprensa sabia que ontem era o último dia para a segunda prestação de contas da campanha: a presidencial, inclusive.

Todas as matérias apontavam a existência de laranjas em meio à operação de compra. E mencionavam um ponto chave para saber-se a verdade: como o PSB apresentaria à Justiça a situação do avião que provocou a queda de Eduardo Campos e a ascensão de Marina Silva.

Nenhum jornal, porém, à exceção de O Globo, publica uma linha sobre as contas apresentadas ontem.
E, mesmo esse, o faz com uma indigência que soma o despreparo do repórter à falta de apetite jornalistico de seu editor.

“O partido incluiu na prestação (de contas) o avião que conduzia Campos a Guarujá, quando ocorreu a tragédia.”

Sim, muito bem. Incluiu. Como o que? Empréstimo? Doação? Cessão? Presentinho?

No segundo parágrafo, depois do “incluiu” a repórter escreveu que ¨nesta parcial, será declarado apenas o avião, mas a quantidade de voos e os custos serão lançados apenas na prestação final”.

O texto não consegue explicar se trata do passado – “incluiu” – ou do futuro com o “será declarado”.
E mais não disse nem foi perguntado.

Então, ficamos assim. O avião foi declarado, não importa como o que. Não importa quem deu,cedeu ou vendeu, não importa coisa alguma.

Afinal, o avião serviu a Marina,  grande esperança da mídia, então está tudo bem.
Viva o jornalismo brasileiro!

sábado, 30 de agosto de 2014

Parecer de Janot detona desculpas do “recibos no final”. A lei é clara: recibo tem de ser imediato

janto
Embora eu entenda que, hoje, todos estão chocados com a chantagem explícita feita pelo senhor Silas Malafaia, que obrigou a candidata Marina Silva a mudar seu programa de governo um dia depois de divulgado oficialmente, num espetáculo de servilismo e humilhação que jamais pensei em ver em um candidato, penso que há outra questão que compromete já não do ponto de vista moral, mas aos olhos da lei. Refiro-me às desculpas que vem sendo usadas pelo PSB para explicar o avião que empresários teriam “doado” para que ela e Eduardo Campos fizessem campanha.
Embora a fundamentação do Procurador Geral da República esteja calcada nos termos da lei com os quais este blog explicou as ilegalidades da operação, há algo que me passou e que o procurador levanta logo ao início das conclusões de seu parecer, e é de fundamental importância.
Art. 10.  Deverá ser emitido recibo eleitoral de toda e qualquer arrecadação de recursos para a campanha eleitoral, financeiros ou estimáveis em dinheiro, inclusive quando se tratar de recursos próprios.
Parágrafo único.  Os recibos eleitorais deverão ser emitidos concomitantemente ao recebimento da doação, ainda que estimável em dinheiro.
Concomitantemente, isto é, no mesmo momento.
É um golpe fatal nas explicações do PSB de que pretendia fazer o recibo “ao final da campanha”.
A menos que use documentos falsificados, isso é incompatível com a versão que o partido sustentou por uma semana, agora substituída pela de “doação” do avião à campanha.
É um escândalo de proporções gigantescas, e não é admissível que esteja sendo tratado com tamanha leniência.
Estamos nos aproximando de revelações terríveis sobre a promiscuidade envolvida na compra deste avião e no forjar de “explicações” sobre isso.
As pessoas honestas e de bem da direção do PSB deixarão de sê-lo se coonestarem esta montagem.
Tornar-se-ão criminosos, mesmo que não tenham participado da atividade ilegal envolvendo a cessão do avião.
É tudo muito grave e podemos estar na iminência de uma situação que será um verdadeiro terremoto eleitoral.
Leiam o parecer do Procurador Janot, postado ontem à noite pelo Miguel do Rosário, e verifiquem a quantidade de infrações à lei que já estão materializadas.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

As primeiras imagens de Marina no jato do caixa 2

:

Nas cenas, ela aparece desembarcando, ao lado de Eduardo Campos, do PR-AFA, que desabou em Santos (SP), matando o ex-governador e outras seis pessoas; uso da aeronave constitui crime eleitoral, uma vez que o jato, além de não registrado como táxi aéreo, foi cedido a Campos numa escabrosa transação com o uso de laranjas e caixa dois; ontem, no Jornal Nacional, Marina disse que "não sabia" quais eram as condições reais do jato e comprou a versão do PSB, sobre empréstimo que seria pago no fim da campanha 

247 - As imagens acima são as primeiras que conectam a ex-senadora Marina Silva ao jato PR-AFA, que desabou em Santos há 15 dias, matando o ex-governador Eduardo Campos e outras seis pessoas.
A aeronave pertencia ao grupo AF Andrade, de usinas falidas de etanol em São Paulo, e foi repassada a amigos de Eduardo Campos, que assumiram o pagamento de parcelas pendentes do leasing. Para isso, montaram um escabrosa operação financeira, com o uso de laranjas. O principal pagamento veio de Eduardo Ventola, dono, em Recife, de uma factoring, tipo de empresa normalmente usada para esquentar recursos de caixa dois.

Ontem, no Jornal Nacional, Marina Silva afirmou que não sabia quais eram as condições da aeronave e comprou a versão do PSB, sobre um empréstimo que seria pago no fim da campanha. 

Uma tese, no mínimo, curiosa. Afinal, o que levaria três empresários de Pernambuco a assumir empréstimos com um dono de factoring para comprar um avião que eles próprios não usariam? Ontem, em Santos, Antônio Campos, irmão do ex-governador, visitou vítimas do desastre e prometeu que a família poderia pagar os danos materiais. Um sinal de que a família, indiretamente, assume a propriedade do avião e tenta conter os danos políticos da lambança.

Leia, abaixo, a análise do Tijolaço sobre o caso:


Independente do resultado “marquetológico” da entrevista de Marina Silva ao Jornal Nacional – e eu acho que foi desastroso – há um elemento gravíssimo nas declarações da nova candidata do PSB.

Marina confessou o conhecimento de um crime eleitoral e a participação nos benefícios desta transgressão.

Ela confessou saber que o avião era produto de um “empréstimo de boca” que seria ‘ressarcido” – se é ressarcido, tem preço – ao final da campanha.

Poderia, se fosse o caso, dizer que não sabia dos detalhes da contratação do serviço, feita por Eduardo Campos. Mas está amarrada de tal forma no assunto que teve de se acorrentar à fantasiosa versão do PSB.

Que é uma aberração jurídica e contábil, que não pode prevalecer – e não prevalece – em qualquer controle de contas eleitorais.

Até no Acre de Marina Silva o TRE distribui um formulário onde o dono de um veículo, mesmo que seja um Fusca 82, assine a cessão e atribua o valor em dinheiro do bem.

O que dirá para um jato de R$ 20 milhões!

Não há um contrato sequer, não há preço estabelecido e, sobretudo, as empresas (ou o laranjal) que tinha o controle do avião não se dedicam à locação de transporte aéreo.

É um escândalo de proporções amazônicas.

Só menor do que o escândalo que é, depois de tantas confissões, o silêncio do Ministério Público.

Todos se lembram da Procurador Sandra Cureau, que por um nada partia para cima do Presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff.

Está mudo, quieto, silente.

Acovardado diante dos novos santos da mídia.

A partir de agora, prevalecendo isso, se podem emprestar prédios, frotas, aviões, até uma nave espacial para Marina ir conversar com Deus.

De boca, sem recibo, sem contrato, sem papel.

Na fé.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A história do “empréstimo” do jatinho não resiste a um peteleco

geovane

Quem gosta de emoções fortes que se prepare.

Nem com toda a “amizade” da mídia a história do “empréstimo de boca” do fatídico jato que matou Eduardo Campos se sustentará.

Começou a ser demolida ontem, no Jornal Nacional, e virá mais, muito mais, ainda que ontem, na Band, os jornalistas perecessem mais preocupados em fazer “tabelinha” com os candidatos para atingir Dilma Rousseff.

Porque é o tipo da situação que não tem como ser contida dentro dos jornais, a não ser por um pacto muito grande e violento sobre as redações.

Há um “festival de laranjas” na transação e um bicho graúdo, que é Apolo Vieira, apontado pela Receita Federal como fraudador de importações e processado por contrabando.

Entre as empresas que surgem na lista dos depósitos “picadinhos” que deram a AF Andrade R$ 1,7 milhão há outras situações inexplicáveis, como a do pobre Geovane, o pescador que apareceu ontem no JN como “sócio” na compra do avião.

A empresa Ele Leite, do amigo de Eduardo Campos, Eduardo Freire Bezerra Leite – vulgo Eduardo Ventola – está registrada como microempresa, mas tem mais de R$ 720 mil para “emprestar”  para a compra de um avião.

Outra microempresa, a Câmara & Vasconcelos, que funcionaria numa rua miséravel de Nazaré da Mata, periferia de Recife, ajudou com R$ 160 mil, sem contar aquela RM cujo dono gargalhou ao ser informado que agora era sócio dos destroços do avião.

E o tal João Paulo Lyra, que assumiu ter sido o operado desta “colheita fantasma” para a compra do avião?

O cidadão tem uma condenação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, por deixar de registrar operações em dólar na sua empresa de factoring, a JCL.

Por todo lado que se olhe não há nada que sustente esta versão de empréstimos imensos, “de boca”, como “de boca” foi o “empréstimo” do avião.

Isso não existe.

E não existe, mesmo.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Tucanos enfrentarão 2014 com escândalo dos trens bombando

Acostumado a ser acobertado pela mídia e pela Justiça, o PSDB tratou de fazer um showzinho diante do agravamento do escândalo bilionário que eclodiu contra o partido nos últimos meses. Com a cumplicidade do Jornal Nacional, da Globo, os tucanos tentaram transformar uma tecnicalidade em indício de que o dito “trensalão” não passaria de invenção do PT.
No final de novembro, os tucanos começaram a alardear que o inquérito da Polícia Federal sobre licitações de metrô e trens de São Paulo incluiria um documento forjado, uma carta anônima datada de junho de 2008.
A carta, endereçada à Siemens na Alemanha, denunciava pagamento de propinas a “funcionários de governo”. Segundo os tucanos, o texto em inglês não citava partidos, mas a tradução para o português constante da denúncia do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, à PF, conteria trechos nos quais “funcionários” teriam virado “políticos do PSDB”.
Com base nessa distorção dos fatos, colunistas e até manchetes de primeira página dos grandes jornais tentaram transformar todo o caso em um novo “escândalo dos aloprados”, a suposta tentativa do PT paulista de incriminar políticos tucanos durante as eleições de 2006.
Cardoso não tardou a responder. Em entrevista coletiva à imprensa e depois em audiências no Congresso negou que os documentos em inglês e em português fossem tradução uns dos outros. E meteu um processo nos tucanos que o difamaram acusando-o de ter feito uma tradução infiel da carta-denúncia.
Durante dias e dias, alguns parecem ter acreditado que seria possível enterrar o caso todo apenas com base nesse factoide usado pelo PSDB com a finalidade de desviar o foco das investigações, mas o caso é muito mais sério do que pensavam os tucanos e a mídia.
A evidência das múltiplas tentativas do PSDB, de grupos de mídia simpáticos ao partido e do Ministério Público Federal de São Paulo de tentarem enterrar o escândalo dos trens foi o que levou o presidente desse inquérito, o delegado Milton Fornazari Junior, da Delegacia de Combate a Ilícitos Financeiros (Delefin), a recomendar o envio do processo ao STF.
Fornazari diz, nos autos, que haveria “provas” de que “políticos vinculados ao governo do Estado de São Paulo receberam propina de cinco multinacionais por meio de lobistas”.
O envio do inquérito para o Supremo Tribunal Federal ocorreu na quinta-feira (12) e surpreendeu a mídia e o PSDB. E mais, preocupou-os seriamente, pois, fora da República de São Paulo, as condições de “controlar” o andamento das investigações diminuem fortemente.
A ministra Rosa Weber será a relatora da denúncia e terá que decidir se há indícios para abertura da investigação no Supremo. Em um momento em que se amontoam as críticas no mundo jurídico à dureza do STF contra petistas, o não reconhecimento por Weber de que o caso tem que ser tratado naquela instância torna-se quase impossível.
A virtual impossibilidade de Weber enterrar o caso devolvendo-o a São Paulo se dá em razão da imensa quantidade de provas materiais – com recursos rastreados, números de contas bancárias em paraísos fiscais, autodenúncia da Siemens etc.
A investigação foi parar no Supremo porque o nome do deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) surgiu nas investigações. Como ele tem foro privilegiado, as acusações têm que ocorrer no STF.
Além de Jardim, pelo menos três secretários do governo de Geraldo Alckmin apareceram nas investigações: José Anibal (secretário de Energia de São Paulo); Edson Aparecido dos Santos (secretário da Casa Civil do governo de São Paulo) e Rodrigo Garcia (secretário de Desenvolvimento Social de São Paulo). Os três são deputados federais licenciados.
Mas o que há nesse inquérito que pode transformar as eleições de 2014 nas mais difíceis que o PSDB já enfrentou? O partido, em aliança explícita com a Globo e com a revista Veja – outros veículos foram bem mais comedidos ao tentarem ajudar os tucanos –, tentaram reduzir um caso que envolve bilhões de dólares a mera “armação do PT”.
Contudo, o tamanho da encrenca é tão grande que, sendo investigada fora de São Paulo, ficará praticamente impossível abafá-la. Um breve histórico do que está acontecendo sugere que o escândalo é muito grande para ser contido.
Em 2008, a Siemens teve que desembolsar US$ 1,6 bilhão em multas cobradas pelos governos americano e alemão de forma a se livrar da acusação de que promovera o mais vasto esquema de corrupção já descoberto no mundo.
Investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou que a empresa fez pagamentos bilionários em contas de empresas fictícias em paraísos fiscais para subornar funcionários públicos e políticos em dezenas de países.
No período entre 2001 e 2007, a Siemens gastou US$ 1,4 bilhão em propinas através de 4.283 pagamentos de suborno espalhados pelo mundo. Venezuela, Argentina, Bangladesh, China, Israel, Nigéria e Brasil foram alguns dos países em que a empresa corrompeu governos e políticos.  Notas fiscais falsas foram usadas para sustentar falsos contratos de consultorias que nunca foram prestadas.
Paralelamente à Siemens, a empresa francesa Alstom também foi flagrada operando pagamentos de propina. Como ambas atuam em áreas congêneres, descobriu-se que as duas, entre outras, formavam cartéis para faturar contratos públicos.
Tanto a Siemens quanto a Alstom pagavam propinas em contas secretas em paraísos fiscais em nome de laranjas. Esses recursos eram liberados sob a rubrica de “despesas úteis” após os executivos dessas empresas descobrirem quem tinham que subornar para conseguir os contratos.
Tudo começava com a busca de lobistas que tinham acesso a burocratas e políticos. Os lobistas, em outros países, não negociavam apenas com funcionários públicos, mas, também, com políticos que governavam aquele Estado ou aquele país e que haviam nomeado aqueles funcionários.
Por que, no Brasil, Alstom e Siemens operariam diferente?
O esquema funcionou assim em todas as partes que essas empresas atuavam: para que o dinheiro chegasse a quem autorizava os contratos os lobistas o recebiam da Siemens ou da Alstom em contas em paraísos fiscais, ficavam com uma comissão e repassavam o resto aos políticos e funcionários públicos que corrompiam.
Para disfarçar, Alstom e Siemens firmavam com os lobistas contratos de “consultoria”. Uma tática altamente conhecida. A Siemens confessou ao governo norte-americano ter fechado 2.700 contratos de “consultoria” ao redor do mundo. Aqui no Brasil não foi diferente.
Ora, seria impossível fechar contratos dessa envergadura sem que o alto escalão dos governos estaduais notasse alguma coisa.
Devido à grosseria do esquema, no escândalo brasileiro a Polícia Federal afirma haver “fartura” de provas – provas testemunhais, provas bancárias e provas contratuais. Nas obras da linha 5 do metrô de São Paulo, por exemplo, um único contrato chega a R$ 735 milhões em valores atuais.
Durante o governo Covas (2000), a Siemens da Alemanha assinou contratos de “consultoria” com os lobistas Arthur e Sérgio Teixeira. Pelo contrato, receberiam comissão de 8%, ou US$ 216.800. Há prova de que o dinheiro foi depositado nas contas do diretor de operações do metrô de São Paulo, João Roberto Zaniboni, na Suíça. No total, ele chegou a receber US$ 500 mil.
Esse é um entre vários funcionários do governo paulista que estão com as contas bloqueadas por terem sido flagrados recebendo valores desse porte.
Chega a ser ridículo quando vemos a mesma mídia que condenou petistas em 2005 – logo que foram feitas as denúncias do mensalão – dizer agora que “não se pode afirmar” que os políticos tucanos que nomearam esses funcionários também receberam dinheiro.
Aliás, já há evidências consideradas “fortes” contra ao menos um tucano: Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE), fundador do PSDB, coordenador da campanha de Mário Covas ao governo de São Paulo em 1994 e chefe da Casa Civil no governo tucano.
Marinho chegou a ter US$ 1 milhão bloqueado na Suíça em 2009 enquanto negava ter dinheiro no exterior e, simultaneamente, entrava com recurso na Justiça suíça para impedir acesso das investigações às suas contas bancárias em Genebra.
Segundo o Ministério Público suíço, o tucano Robson Marinho foi subornado pela Alstom, quando era conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, que tem por obrigação analisar como o governo do Estado de São Paulo gasta os impostos dos contribuintes.
Marinho considerou lícito um contrato de construção de estações de energia do metrô firmado entre o governo Covas e a Alstom com a Eletropaulo em 1998. A Justiça suíça enviou ao Brasil, entre outras provas, carta manuscrita com as iniciais “RM”, como sendo de autoria do intermediário entre a Alstom, um partido político não identificado, o TCE e a Secretaria de Energia do governo do Estado.
Marinho teria recebido comissão de 7,5%.
O potencial explosivo desse caso está na denúncia da Justiça suíça. Segundo reportagem recente da revista Época, “O mentor da propina nos contratos da Alstom é o lobista José Amaro Pinto Ramos”, ligado ao ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta. Amaro se apresentava como “assessor” do então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em breve, o STF terá que decidir, através da ministra Rosa Weber, se irá investigar essas e muitas outras evidências contundentes contra o PSDB de São Paulo. E isso logo após a corte ter promovido condenações de expoentes do PT sob a teoria de que o que os subalternos deles fizeram era responsabilidade dos seus superiores hierárquicos.
Um tratamento diferenciado para casos que só não são iguais porque o caso que envolve o PSDB tem muito mais provas – inclusive materiais – e envolve muito mais dinheiro fundamentará denúncia contra a Corte nas instâncias de apelação internacionais, pois ficará evidente que o Judiciário brasileiro promove linchamentos e acobertamentos políticos.
Em tese, o STF não cometerá o erro de agir com parcialidade tão escancarada. Seria um suicídio, a prova final de que a Corte se tornou um órgão partidarizado, o que iria expor seus membros inclusive a ações penais, no futuro.
De tudo isso, portanto, pode-se concluir que, se a vida do PT – e, acima deste, da presidente Dilma Rousseff – não será fácil em 2014, a do PSDB deve se complicar muito mais. O PT já pagou o preço do mensalão e já se sabe, através de inúmeras pesquisas, que o eleitorado está separando uma coisa da outra.
Com o PSDB será diferente. Há quase dez anos esse partido acusa o PT furiosamente de ser corrupto enquanto se apresenta como uma espécie de vestal, acima de investigações ou meras suspeitas. Se não conseguirem deter a investigação no STF, durante o processo eleitoral será desencadeado um tsunami contra os tucanos. Um tsunami inédito.

sábado, 7 de dezembro de 2013

LULA: IMPRENSA QUE FALA DE DIRCEU ESCONDE 445 KG DE COCAÍNA

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Dois filhos de Marinho e um do general no Panamá? E o outro irmão? O velho sabia?

5 de Dezembro de 2013 | 23:08 Autor: Fernando Brito

panama
O Miguel do Rosário, parceiro deste Tijolaço, não descansa.
Aceitou a provocação da polêmica sobre o emprego oferecido ao ex-ministro Jose Dirceu por um empresário com negócios no Panamá – um paraíso fiscal – e foi buscar os documentos que provam que também os irmãos Marinho também andaram fazendo seus negócios por lá – e na época em que o velho Roberto ainda estava vivo e mandando muito.
Você vai ler a história, mas, como sou mais velho e conheço esta turma, dou logo uma informação: neste ano da Graça de 1984 em que a empresa foi registrada no Panamá, o executivo de confiança de Marinho na área financeira – com poder até sobre o Boni – era Miguel Pires Gonçalves, cujo pai, Leônidas, era o poderoso Ministro do Exército do Governo Sarney.
Miguel era o homem que cuidava da grana e achei estranhíssimo que José Roberto – o mais low-profile dos três Marinhos – estar fora do negócio. O velho não era de fazer isso: o dinheiro era igual, embora o poder não fosse repartido por igual entre os três.
Leia a reportagem de Rosário.

A empresa da Globo no Panamá!

Já que a Globo, por causa do hotel onde Dirceu irá trabalhar, está tão interessada nas empresas do Panamá, seria bom aproveitar a viagem e explicar ao distinto público porque os irmãos Marinho figuraram como diretores de uma firma naquele país. Trata-se da Chibcha Investment Corporation, presidida por José Manuel Aleixo.
globo-panama
ScreenHunter_3015 Dec. 05 19.54
Os irmãos Marinho, todo mundo conhece. Vamos ver quem são os outros.
*
Miguel Coelho Netto Pires Gonçalves é hoje diretor-executivo da Fides Ações. Iniciou sua carreira no mercado financeiro em 1979 como Diretor do Banco do Estado do Rio de Janeiro – Banerj. Possui vasta experiência na área de finanças corporativas, na qual atuou como Superintendente Executivo da área administrativo-financeira da TV Globo de 1980 a 1991, e, posteriormente, como Superintendente Executivo da Globopar, de 1991 a 1994. Foi sócio responsável pela idealização e criação do Banco ABC-Roma e participou do conselho de diversas empresas como: Editora Globo, NEC do Brasil, Seguradora Roma e Globo Agropecuária.
Esta parece ser a figura chave para se entender a razão de ser desta empresa panamanenha. Em julho deste ano, o blog do Mello, publicou um post no qual ele é citado.
Nenhuma outra quadrilha lucrou tanto no negócio de assalto a banco como a quadrilha da Rede Globo’ – O Pasquim
A edição de 29 de setembro de 1983 do jornal carioca O Pasquim não fez por menos. Chamou o então presidente das Organizações Globo Roberto Marinho de “o maior assaltante de bancos do Brasil”.
“Nos dias 28 de fevereiro e 29 de maio de 1980, sem nenhum registro na crônica policial, foram praticados os dois maiores assaltos a banco da história do Brasil. Em duas operações distintas, o grupo do Sr. Roberto Marinho levantou no Banerj, a juros de dois por cento ao mês, a importância de 449 milhões e 500 mil cruzeiros [aproximadamente US$ 613 mil, BdoM]“.
Na reportagem, O Pasquim demonstrou que, caso Roberto Marinho sacasse o dinheiro na boca do caixa e fizesse uma aplicação financeira no próprio Banerj receberia US$ 3 milhões, em valores da época.
“Nenhuma outra quadrilha, inclusive movimentos terroristas, lucrou tanto no negócio de assalto a banco como a quadrilha da Rede Globo. Só no Banerj expropriou um bilhão e oitocentos milhões de cruzeiros. Em retribuição, Roberto Marinho levou toda a diretoria do Banerj para trabalhar na Globo: Miguel Coelho Neto Pires Gonçalves, Diretor Superintendente do Banerj virou Superintendente da Rede Globo; Antônio Carlos Yazeji, Paulo Cesar da Silva Cechetti e Pedro Saiter (ex-vice-presidente, ex-diretor, ex-gerente geral, todos do Banerj) foram agraciados com pomposas diretorias na Rede Globo.”
*
Harry Strunz, aparentemente, é o herdeiro de uma empresa importadora situada no Panamá, especializada em importar produtos norte-americanos.
*
Quem é o presidente da firma, Jose Manuel Aleixo? Não descobri nada sobre ele? Será um laranja?
*
A ICAZA, GONZALEZ-RUIZ & ALEMAN é uma firma de advocacia que prestou consultoria para a firma.
*
Pelo que entendi dos documentos, a empresa foi criada em 1985, logo após o fim da ditadura e dissolvida em 1995, quando o governo FHC assume o poder.
*
Domingo Diaz Arosemena é, certamente, o herdeiro de um famoso político panamenho, de mesmo nome, conhecido por ter assumido a presidência da república em 1948 após uma eleição notoriamente fraudada.
*
Rodolfo Ramon Chiari Correa é/era presidente da Hercules Entreprise, Inc, empresa sediada no Panamá, aparentemente também já dissolvida.  Número da ficha da empresa no site de Registro Público do Panamá: 336763.
*
Talvez não haja nada de ilegal na presença dos irmãos Marinho no quadro diretivo de uma empresa do Panamá. No entanto, como eles são proprietários da mais importante concessão pública de TV do país, creio que é de interesse jornalístico saber em que eles estão investindo no exterior. Ainda mais considerando que, alguns anos depois, os mesmos personagens protagonizaram uma tremenda fraude nas Ilhas Virges Britânicas, ao usarem um artifício ilegal para não pagar imposto de renda.
Além do mais, se a imprensa está tão interessada nos donos de um hotel desconhecido de Brasília, só porque Dirceu vai trabalhar lá, a ponto de viajar ao Panamá para descobrir quem é o presidente da empresa proprietária do hotel, bem poderia usar o mesmo esforço para levantar mais informações sobre os negócios no Panamá da família mais rica do país.
*
Os documentos estão no site de Registros do Governo do Panamá. Eu entrei, baixei e publico abaixo:
 <

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

JN ATIRA NO INIMIGO DIRCEU E PROTEGE O AMIGO PAES

Busca da Globo por “laranjas” deveria incluir o filho de FHC


Ao final da minuciosa reportagem do Jornal Nacional da última terça-feira (3/12) sobre a composição societária do hotel Saint Peter, de Brasília – uma escancarada tentativa da Globo de “melar” a contratação do ex-ministro José Dirceu pelo hotel, que lhe permitiria se beneficiar do regime semiaberto –, a esposa me olha e pergunta: “E aí?”.
Fiz um teste. Perguntei a ela: “Qual é a denúncia?”.
A resposta que me deu poderia ter sido dada por um advogado de renome ou por qualquer outra pessoa com maior ou menor qualificação para entender o que acabara de ser “denunciado” pelo telejornal da Globo. A patroa disse que, pelo que entendeu, a composição societária do hotel é “suspeita”.
Insisto na pergunta. Suspeita por que? “Ora, porque o presidente da empresa que administra o tal hotel Saint Peter é auxiliar de escritório”, respondeu.
A cara metade tem certa razão. O sujeito reside em uma casa comum e não em uma mansão na qual o senso comum sugere que deveria residir o alto executivo de uma empresa como essa “Truston International Inc.”
O panamenho José Eugenio Silva Ritter reside na periferia de Panamá City. Ao Jornal Nacional, ele reconheceu que aparece mesmo como sócio de muitas empresas mundo afora. É mais do que provável, pois, que a Truston use “laranjas” – ou, ao menos, um “laranja”. Que outra razão essa empresa transnacional teria para concentrar estruturas societárias nesse sujeito?
O mensalão abriu mesmo as portas do setor do inferno que abriga os hipócritas empedernidos. Deve haver, só no Brasil, centenas de milhares de empresas que se valem do mesmo tipo de estrutura societária do Saint Peter e ninguém – muito menos a Globo – cisma de montar grandes esquemas de reportagem, enviando repórteres ao exterior, para mostrar que os donos de um empreendimento preferem não constar em um contrato social.
Se o grupo que edita a congênere de antipetismo da Globo (a revista Veja) associou-se ao grupo estrangeiro que controla o hotel em que Dirceu vai (?) trabalhar, daí se pode entender como o uso de “laranjas” é quase uma regra em grandes aquisições e investimentos estrangeiros aqui e em muitas outras partes do mundo.
Mas se a Globo está mesmo preocupada com o uso de “laranjas”, deveria usar toda essa estrutura multimilionária de seu jornalismo para investigar um caso escandaloso envolvendo Paulo Henrique Cardoso, filho de Fernando Henrique Cardoso, que integra – ou integrou – sociedade junto com o mega grupo empresarial Disney.
Em 2011, o Ministério das Comunicações abriu investigação sobre o grupo Disney para saber se controlava ilegalmente a rádio Itapema FM, de São Paulo, que usava o nome fantasia de “Rádio Disney”.
A emissora, porém, pertencia legalmente a Paulo Henrique Cardoso e à Disney. Oficialmente, à época, PHC tinha 71% da emissora e a Disney menos de 30%, de acordo com o que é permitido pela Constituição para que empresas estrangeiras sejam proprietárias de meios de comunicação no Brasil.
Executivos da Disney no país – o diretor financeiro e o diretor-geral – tinham procuração de PHC para autorizar empréstimos, emitir cheques e vender bens da emissora, o que mostra que interferiam na gestão da empresa.
Até 2007, a Rádio Itapema foi de Orestes Quércia (morto em 2010), que ganhou a concessão no governo Sarney. Ele negociou a emissora com o grupo RBS, que revendeu 71% à Rádio Holding e 29% à Walt Disney Company (Brasil). Paulo Henrique, em 2011, tinha 99% da Rádio Holding. O 1% restante era do grupo Disney.
Os gráficos abaixo, divulgados à época pela revista IstoÉ, resumem melhor o imbróglio.
Diante de evidência tão escandalosa de que o filho de um ex-presidente é o evidente “laranja” da mega corporação norte-americana – não se imagina que a Disney entraria em uma sociedade em que tivesse 1% de participação e o seu sócio brasileiro 99% –, o Ministério das Comunicações abriu investigação que até hoje não teve o resultado divulgado.
Aliás, o assunto “sumiu”.
Seja como for, é evidente que, tal qual a Panamenha Truston, o Grupo Disney se valeu de um “laranja” (filho de um ex-presidente da República) para burlar a lei brasileira, que limita a 30% a participação de capital estrangeiro em empresas de comunicação.
Esse caso envolvendo PHC e a Disney, aliás, é bem mais grave e suspeito do que o do hotel em que Dirceu irá trabalhar – se é que irá, após a “escandalização” do nada levada a cabo pelo Jornal Nacional. Afinal de contas, o caso envolvendo a Truston não diz respeito ao Brasil, até onde se sabe. Já o caso envolvendo a Disney burla a legislação brasileira.
Tudo bem se a Globo quiser acabar com estruturas societárias como as da Truston e as da Disney, ao menos no Brasil. Seremos o único país do mundo em que não ocorrerão associações de conveniência em que o controlador oficial de uma empresa não seja seu verdadeiro dono. Mas, se assim for, tem que ser para todo mundo.
Espera-se, por exemplo, que se a Truston for considerada inidônea no Brasil o mesmo ocorra com a Disney. Mas não só. Você, aí, que está acusando Dirceu e que controla uma empresa com um contrato social desse tipo – e há muita, mas muita empresa assim no país – deveria se preparar.
De repente, se esse caso for levado em frente, o governo brasileiro poderia desencadear uma onda de fiscalização de todo e qualquer contrato social cujo sócio majoritário não tenha patrimônio que comprove que tem condições de controlar aquela empresa. Garanto que vai ter muito antipetista de cabelos em pé, se isso ocorrer.
O que, aliás, seria muito bom, pois essas composições societárias esquisitas são uma praga que acoberta toda sorte de ilícitos.
Será que o ministro Joaquim Barbosa, mais uma vez, inventará leis e regras que só valem para petistas? Talvez não autorize a Truston a empregar Dirceu, mas a autorize fazer negócios com o Grupo Abril. Assim, a empresa poderá ou não fazer associações esquisitas dependendo de com quem faça. Com filho de tucano, por exemplo, pode.