Por Fernando Brito
Há muita marola no tal laudo da Polícia Federal sobre a participação de um engenheiro da Odebrecht no sítio frequentado por Lula, em Atibaia (SP).
Como, até agora, Lula não foi acusado de ter facilitado a vida da empresa e recebido as obras do sítio como contrapartida, o máximo que se pode ver aí é um problema ético, não penal.
E, convenhamos, num ambiente de corrupção em que se pagava milhões de reais a figuras de terceiro escalão (Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Pedro Barusco etc…) soa completamente torto que o Presidente da República, com todo o seu poder, vá cometer um ato de corrupção para receber uma obra de reforma numa casa de sítio.
Tudo isso só se explica pela onda de histeria que adubou – a palavra mais precisa – uma perseguição sem tréguas, durante vários anos e que não achou mais que uns farelos para alimentar-se.
E com que métodos. A esta altura, alguém pode confiar no equilíbrio e exação de qualquer dos três pólos acusadores de Lula: a Polícia Federal, a Força Tarefa do Ministério Público e o juiz Sérgio Moro.
Até o meio-fio da minha rua sabe que eles perseguem, obsessivamente, o grânde prêmio de “prender o Lula” e torná-lo inelegível em 2018 por um ódio político-ideológico que, antes, raríssimas vezes era visto nas instituições judiciais e parajudiciais.
Hoje, Lula tomou duas providências importantes.
A primeira, de comunicação, ao lançar o site lula.com.br destinado à dua defesa política, separando essa tarefa das do Instituto Lula, essencialmente um centro de debates e formulação político-social.
A segunda, indispensável, foi representar ao Comitê de Direitos Humanos da ONU em Genebra, contra o juiz Sérgio Moro e osprocuradores federais da Operação Lava-Jato abuso de poder e por violação da Convenção Internacional de Direitos Políticos e Civis das Nações Unidas, da qual o Brasil é signatário e se obriga a seguir.
O ex-presidente deixa claro que não se opõe a ser
investigado, mas exige que isso se faça com imparcialidade, e que as
autoridades brasileiras obedeçam o curso legal das investigações e
processos.
Quem vai, em nome de Lula, conduzir o caso em Genebra
é o ex-juiz inglês Geoffrey Robertson, hoje um destacado advogado
especializado em direitos humanos em cortes internacionais. Foi advogado
de Julian Assange, fundador do Wikileaks, do escritor
indiano/britânico Salman Rushdie, que ficou famoso por ser sentenciado à
morte por suposta ofensa ao Islã e da ONG Human Rihgts Watch no caso dos assassinatos autorizados pelo general chileno Augusto Pinochet.
Robertson atuou como juiz de apelações da ONU, foi
membro do Conselho de Justiça das Nações Unidas entre 2008 e 2012e flou
ao siete de Lula, sobre o caso, no vídeo que reproduzo abaixo.