Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Lula e Dilma reunem 50 mil pessoas em Recife

Lula: "ou vota em candidato de banqueiro ou vota em candidato de brasileiro" Foto: Ichiro Guerra



Em campanha por Pernambuco, a Presidenta Dilma Rousseff foi a Goiana, onde visitou obras da fábrica da Fiat/Chrysler, que passou a ser construída após o Presidente Lula, em 2010, assinar uma medida provisória, que concedeu incentivos fiscais para a companhia italiana até 2020. À época, o governador era o então aliado do PT Eduardo Campos (PSB), falecido este ano em acidente de avião..  

Na cidade, enquanto Lula puxou o coro de “quem não pula é tucano”, a candidata à reeleição afirmou enfrentar a eleição presidencial mais difícil dos últimos anos. Ao lado de Lula, ela pediu para “não deixar o país ir para trás”. “Eles (os adversários) vestiram pele de cordeiro, que esconde as suas intenções. Eles olham para os mais pobres e não veem neles cidadãos brasileiros. Tem dois projetos disputando essas eleições. Um dos projetos (PSDB) representa os interesses de só um terço do Brasil”, discursou a petista nesta terça-feira (21).

Antes, ambos foram recepcionados por 30 mil pessoas em Petrolina (cidade de Fernando Bezerra, ex-ministro do governo Dilma e eleito senador pelo PSB), onde a ponte que liga a cidade a Juazeiro (BA), foi tomada por uma multidão vermelha. Lá, Dilma destacou que os governos do PT mudaram a realidade do seminário e enfrentaram a seca.
“Nós fomos capazes de enfrentar a seca e conviver com a seca. Nós sabemos que a seca vem e temos que estar preparados para ela. O estado mais rico do Brasil, o estado de São Paulo, não se preparou para a seca. O Nordeste se preparou e diante da maior seca, nós temos condições de viver aqui e não ficar catando pingo de água por aí. As milhões de cisternas são uma benção que construímos”, disse.
Ponte tomada de vermelho

Já em Recife, no começo da noite, Lula e Dilma caminharam ao lado de 52 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar. Sem citar o adversário, Aécio Neves (PSDB), a petista fez críticas  aos anos da gestão do PSDB a frente do governo federal e ao programa econômico do PSDB. “Hoje, este país não se ajoelha mais diante do FMI (Fundo Monetário Internacional). Quando os tucanos governaram, o Brasil era devedor de joelhos. Eles plantam inflação para colher juros. Este país deixou de ser a 13ª economia do mundo pra virar a sétima maior economia do mundo”, apontou a Dilma já a noite em Recife.

No comício, o Presidente Lula acusou Aécio  de ser “mal-educado” e “filhinho de papai”, após o candidato dizer que Dilma havia mentido e sido leviana, em debate na televisão. “Onde estava o outro candidato quando Dilma, com apenas 20 anos, colocava a vida em risco pela liberdade? Ele (Aécio) estava aprendendo a ser tão grosseiro, tão mal-educado. Isso só podia ser feito por um filhinho de papai. Um nordestino jamais faria isso”, afirmou o petista.

E continuou: “Eu digo a eles que são mais intolerantes do que nós, querem acabar com a nossa presidenta, chamar ela de leviana.Eu, que já disputei muitas eleições, nunca vi um comportamento tão agressivo. A Dilma não tem que dar satisfação ao Aécio, ela tem que dar satisfação ao povo brasileiro”

Lula também voltou ao assunto preconceito ao lembrar a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de que os eleitores do PT seriam menos informados.

“Lamento que um ex-presidente, sociólogo, diga que nós, nordestinos, somos desinformados. Votamos na Dilma porque somos um povo consciente. Votamos, sobretudo, porque não esperamos ordem do FMI para nos dizer o que fazer”, condenou Lula.

Ao comentar a sugestão da revista inglesa The Economist aos eleitores brasileiros de votar no candidato do PSDB, Lula enfatizou: “ a The Economist dizia que o povo brasileiro tinha que votar no outro candidato. O que a The Economist acha que a gente é? Que eles podem dar ordem e a gente responde? Será que perderam o juízo? Nesta eleição ou vota no candidato do banqueiro ou vota no candidato do brasileiro”, encerrou.

Abaixo outras frases de Lula e Dilma em Recife:


Lula:

Nós votamos na Dilma, porque queremos mais universidades, mais emprego, mais salário, mais Pronatec, pelo pré-sal 

Nós aprendemos a ter dignidade, esperança, a acreditar em nós mesmos 

Sei que ainda há muito a fazer nesse país. Mas foi esse nordestino retirante que teve a decência de lembrar do Nordeste pela primeira vez 

Seria bom se ele (Aécio) não tivesse voto aqui. Ele nunca lembrou do Nordeste 



Dilma:

eu enfrento a mais disputada eleição presidencial

Eu estou em um estado de homens e mulheres conscientes, lutadores, com uma história política de reconhecimento 

Em 2003, começou a certeza de que o brasileiro tivesse voz e vez; tivesse reconhecido o direito ao emprego, ao salário decente 

Em 2003, começou a reconhecimento do direito do trabalhador colocar seu filho na universidade 

Vamos lembrar que os tucanos são aqueles que proibiram a construção de escolas técnicas no nosso país 

Em 8 anos, os tucanos fizeram 11 escolas técnicas. Eu e o Lula fizemos 422 por todo o país 

Vamos lembrar que eles conseguiram bater o recorde de desemprego nesse país, em 2001 e 2002 

Eles entregaram uma herança maldita para o Lula: mais de 11 milhões de brasileiros desempregados 

Nós, desde 2003, criamos 20 milhões de empregos. No meu governo, são mais de 5 milhões 

Nós nos orgulhamos do desenvolvimento de Pernambuco e de todo o Nordeste 

Nós tiramos o atraso promovido pelo governo dos tucanos no Nordeste 

Eu tenho muito orgulho da parceria que construiu em Pernambuco oportunidades de trabalho, infraestrutura, MCMV, Mais Médicos 

Hoje, nós estivemos em Goiana, visitando a unidade da Fiat. Uma trabalhadora me agradeceu pela filha estudar na Alemanha 

Hoje, o filho do trabalhador pode ser engenheiro, pode ser doutor! 

O Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU, depois de séculos de sofrimento 

Eu tenho um pedido: não deixem esse país ir pra trás 

Vamos mostrar que o Brasil tem mulheres e homens de coragem e fé. Um beijo no coração




Alisson Matos, editor do Conversa Afiada
Dilma: O Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU, depois de séculos de sofrimento

Em Goiana, Presidentes visitaram fábrica da Fiat e a multidão os acompanhou


Sem Aécio e Lobão, o Brasil vai bater um bolão!

 Eduguim
Está chegando a hora de Deus provar que é brasileiro. Há algumas semanas, o roqueiro-reaça Lobão fez uma promessa ao país: se Dilma Rousseff se reeleger, ele se manda daqui.
Será que merecemos tanto?
As más (boas) línguas dizem que, se a presidente vencer a eleição, Lobão, de brinde, ainda levaria outro roqueiro-reaça junto: Roger, aquele que já avisava o país há décadas, em música muito popular, que ele e sua turma não sabiam eleger presidente por serem “inútil”.
Lobão fez essa promessa em encontro recente com outros artistas “inútil” em um espaço esvaziado na rua Frei Caneca, em São Paulo. Ao lado de Regina “tenho medo” Duarte, o roqueiro-reaça dizia-se apavorado com a “ditadura” do PT, que, à diferença dos regimes de que gosta, permite que ele vitupere tudo que passa por sua cabeça oca.
Ano passado, em entrevista ao Roda Viva, programa de uma TV que deveria ser pública e que o PSDB aparelhou, Lobão defendeu ardorosamente o golpe militar de 64. Segundo ele, graças à ditadura “A gente se safou de algo muito pior”. E defendeu a tortura de militantes de esquerda: “Arrancaram só umas unhazinhas”.
Veja só, portanto, leitor, quanta coisa boa pode resultar ao Brasil se Dilma se reeleger: Lobão, se tiver palavra, se manda daqui, leva o seu amigo inútil com ele e, glória das glórias, ainda nos livramos do aprendiz de ditador Aécio Neves, que conseguiu implantar censura em Minas em plena democracia.
Diante de tantas possibilidades alvissareiras, a veia poética do blogueiro pulsa com um verso que poderia virar mote nas festas comemorativas da vitória de Dilma que se espalharão pelo país na noite do próximo domingo:
“Sem Aécio e Lobão, o Brasil vai bater um bolão”
Estou treinando a voz desde já. Não quero, além de blogueiro sujo, ser também um blogueiro desafinado.

“Ambulancioterapia”: Aécio promete fazer no Brasil clínicas de especialidades que não fez em Minas

Ambulancia 1 Ambulancia 2
“Ambulancioterapia”, efeito colateral do choque de gestão Aécio e Anastasia: 50% dos pacientes do interior que precisam de assistência especializada (consultas, exames ou tratamento) têm de se deslocar até BH

por Conceição Lemes

Sempre que aborda saúde na propaganda eleitoral e nos debates, o candidato à presidência Aécio Neves, do PSDB, alardeia:

O Estado de Minas é considerado a melhor saúde da região da região Sudeste.
Vai criar 500 clínicas de especialidades no Brasil inteiro, como fez em Minas Gerais.

 “É mentira que a saúde de Minas seja exemplo para o Brasil”, denuncia, sem rodeios,  Renato Barros, presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde em Minas Gerais (Sind-Saúde).
“Aécio apresenta na propaganda uma saúde virtual que não é saúde real que a gente vivencia em Minas Gerais”, alerta Barros.

De fato. No horário eleitoral, Aécio promete melhor o acesso à realização de consultas e exames especializados. Só que, dos 12  hospitais regionais  que os governos Aécio (2003-2010) e Antônio Anastasia (2011-2014) prometeram aos mineiros, apenas um está em funcionamento. O de Uberaba.
Oito hospitais ainda se encontram em construção. Entres eles, os de Sete Lagoas e o de Teófilo Otoni, mostrados nas fotos abaixo. E três sequer saíram do papel.

Hospital Regional de Sete Lagoas (MG)
Hospital Regional de Teófilo Otoni (MG)

Pois bem, os hospitais regionais são justamente as unidades de saúde capazes de realizar consultas e exames mais especializados, além de tratamentos. É o que no jargão de especialistas se chama de atenção secundária.
Aliás, nos 12 anos de governo do PSDB em Minas Gerais, o investimento na atenção secundária, ou especializada, foi muito pequeno. Foram implantados apenas alguns centros Viva Vida, para atenção à saúde da mulher e de idosos.

Não é por acaso que, atualmente, cerca de 50% dos pacientes do interior são obrigados a se deslocar para Belo Horizonte para ter acesso a assistência especializada (consultas, exames e tratamentos).

– Ah, mas isso também tem aqui em São Paulo e em outras capitais?! – alguns, na lata,  rebatem.

Realmente. Só que em Minas o percentual é muito alto, quando comparado com outras capitais brasileiras.

Em São Paulo, por exemplo, 12% dos pacientes têm que buscar consulta, diagnóstico ou tratamento na capital.

No Rio de Janeiro, isso acontece com 18% dos pacientes do interior do Estado.

Em Minas, portanto, é quatro vezes mais.

Em consequência, os hospitais de Belo Horizonte ficam superlotados.

E o que é pior.  Esses pacientes sofrem duplamente.

Primeiro, pela queixa de saúde propriamente dita. Segundo, por causa das  longas e desgastantes viagens para receber assistência médica adequada na capital.  Chegam a viajar 200, 400, 500 quilômetros para receber esse atendimento na capital mineira.

Não é preciso câmera oculta para detectar isso.

Basta chegar ao anel rodoviário — conecta as entradas e saídas de Belo Horizonte, para o interior do Estado – por volta das 5h, 6 h.

Vai se surpreender com a quantidade de ambulâncias, ônibus e vans de prefeituras – com a inscrição SUS – lotadas de pacientes em direção a BH. Às segundas-feiras, parecem cortejo de tantos que são.

Todos se direcionam ao quadrilátero hospitalar de BH, principalmente à Santa Casa de Misericórdia, a instituição que tem o maior número do SUS do Estado. Somam 1 mil. A região fica abarrotada de ambulâncias, ônibus e vans de prefeituras de cidades do interior.

Frequentemente, no início da tarde, os veículos passam recolhendo os pacientes para levá-los de volta para casa no mesmo dia. É “ambulancioterapia”,  efeito colateral do choque de gestão de Aécio e Anastasia.

Alguns pacientes, porém, precisam permanecer por mais tempo devido às características do problema do seu problema de saúde.  Neste caso, costumam ficar em pensões próximas ao quadrilátero hospitalar.

Na última sexta-feira,  17 de outubro, Caio Castor,  que foi a Belo Horizonte bancado exclusivamente nossos assinantes, registrou a chegada desses veículos à capital mineira.

Depois, ficam estacionados ao redor da Santa Casa. O repórter também ouviu o depoimento de um dono de pensão e de dois pacientes. Confiram:


– Mas o Centro de Especialidade de BH é obra de Aécio!!! – talvez algum rechace.

Não é, não.

O Centro de Especialidades Médicas de Belo Horizonte é o maior de Minas Gerais.

Teve a sua construção iniciada em 2006 sobre o esqueleto do prédio abandonado do ex-Cardiominas. Por lei
estadual, havia sido doado à Santa Casa para que ela tomasse conta do prédio abandonado.  Em 2007, o Centro de Especialidades Médicas de BH foi inaugurado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O governo do Estado — Aécio era o governador à época– só investiu na construção de um andar para transferir para lá o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de MG – o  IPSEMG. Portanto, clientela privada.

O restante da obra, destinada à assistência aos usuários do SUS, foi totalmente bancado com recursos do Ministério da Saúde e da Prefeitura de Belo Horizonte, quando Fernando Pimentel era prefeito da capital.

– Por que então Aécio não fez os hospitais regionais e não investiu para valer nas clínicas de especialidades? 

Talvez porque não considerasse o investimento em Saúde realmente prioridade.

Tanto que durante os dois períodos em que foi governador, Aécio não investiu na Saúde o mínimo estabelecido pela Emenda Constitucional 29 (EC 29).

Com um agravante: para fazer de conta que aplicava o mínimo constitucional, o seu governo maquiou os gastos da Saúde, incluindo desde despesas com o combate à febre aftosa à locação de serviços de limpeza para um hotel de Araxá.

Explico.

Até 2000, não havia regras para o financiamento da saúde pública.

Foi só a partir de setembro de 2000, com a promulgação EC 29, que elas passaram a existir.

A EC 29, entre outras medidas, estabeleceu a vinculação de recursos nas três esferas de governo para um processo de financiamento mais estável do SUS.

Ela entrou em vigor no mesmo ano, ou seja, 2000.

A regra para União: em 2000, o Ministério da Saúde tinha que aplicar o valor que investiu em 1999 mais 5%, no mínimo. De 2001 em diante, seria utilizado o valor do ano anterior mais a variação nominal do PIB no período.
Aos Estados, Municípios e Distrito Federal a EC 29 determinou para 2000 a aplicação de, no mínimo, 7% das receitas de seus impostos na Saúde.

Nos anos seguintes, houve aumento gradativo até que, em 2004, atingissem a meta estabelecida na EC 29: Estados 12% e Municípios 15%, no mínimo.

Pois Aécio Neves não investiu o mínimo constitucional de 12% em ações e serviços públicos de saúde durante os dois períodos em que foi governador de Minas.

A prova disso é que, na sexta-feira 17, o Ministério Público de Minas Gerais ajuizou ação civil pública contra o governo do Estado por fazer manobras contábeis em 2009 para atingir o mínimo constitucional de 12%, desviando R$1.325.895.016,70 de recursos da saúde.

Na ação (na íntegra, ao final desta reportagem), os promotores Josely Ramos Pontes, Eduardo Nepomuceno de Souza e João Medeiros Silva Neto afirmam:

Frente a todo o exposto,demonstrada a não efetivação, por parte do Estado de Minas Gerais, do mínimo constitucional de 12%em investimentos em ações e serviços públicos de saúde no exercício de 2009 (índice apurado de 7,48%),necessária se faz o ressarcimento ao Fundo Estadual de Saúde do montante computado e não investido,qual seja,R$1.325.895.016,70(um bilhão,trezentos e vinte e cinco milhões oitocentos e noventa e cinco mil,dezesseis reais e setenta centavos),proveniente tanto dos gastos supostamente realizados pela COPASA-  R$1.017.236.380,50(um bilhão dezessete milhões,duzentos e trinta e seis mil,trezentos e oitenta reais e cinquenta centavos),bem como os dispêndios com as denominadas “linhas externas ao sistema estadual”(PMMG, IPESEM e IPSM) – R$308.658.636,20(trezentos e oito milhões,seis centos e cinquenta e oito mil,seiscentos e trinta e seis reais e vinte centavos).

Esse valor soma-se aos R$ 4,3 bilhões desviados da Saúde de Minas, de 2003 a 2008, quando Aécio era também governador.

Esse desvio gerou, em dezembro de 2010, a ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual. Aqui, também, Aécio, além de não cumprir o investimento exigido pela EC 29 na Saúde, maquiou o orçamento, fingindo que tinha aplicado os recursos previstos na lei.
Aécio, na propaganda eleitoral, tem dito que irá investir em Saúde 10% da receita bruta da União Saúde, como movimentos sociais que defendem os 10% .

Com base em que tudo o que vocês leram até agora, eu, Conceição Lemes, pergunto:

Como confiar  que Aécio vai investir os 10% se nem em Minas ele cumpriu o mínimo constitucional e ainda maquiou os números?

Como Aécio vai fazer clínicas de especialidades no Brasil inteiro se nem em Minas ele conseguir fazer?

A propósito. Sabia que no Estado de Minas não tem um serviço público para tratamento de dependentes químicos?  Os que existem são de instituições privadas ou da sociedade civil, como o Hospital Mater Dei.
“O que Aécio fez de maldades para os mineiros, nós não queremos para o restante do povo brasileiro”, arremata Renato Barros, presidente do Sindi-Saúde/MG.

Em tempo: eu tentei entrevistar vários médicos mineiros que conhecem profundamente essas questões. Mesmo com Fernando Pimentel (PT) eleito governador em primeiro turno, eles refugaram. O terror disseminado pelos tucanos é tamanho, que eles preferiram, por enquanto, não se manifestar em on com medo de futuras retaliações.


Leia também:

IRMÃO DE DADO AMEAÇA DUVIVIER, QUE ESTUDA DAR QUEIXA

MP abre ação contra Aécio por aeroporto de Cláudio

:

Ministério Público Federal em Minas Gerais decidiu abrir investigação para apurar se o ex-governador mineiro cometeu improbidade administrativa na construção de um aeroporto no município de Cláudio (MG); o aeródromo custou R$ 14 milhões em recursos públicos e foi construído em um terreno desapropriado que pertenceu ao tio-avô de Aécio Neves; segundo denúncia da Folha de S. Paulo, as chaves do aeroporto ficavam em poder da família do hoje presidenciável; tucano nega irregularidades e defende que obra beneficiou a população local 

Minas 247 – O Ministério Público Federal em Minas Gerais decidiu investigar se o ex-governador Aécio Neves (PSDB) cometeu improbidade administrativa ao utilizar R$ 14 milhões de recursos públicos para construir um aeroporto no município de Cláudio, interior do estado.

O aeródromo foi feito em uma área desapropriada que pertencia ao seu tio-avô. Segundo denúncia da Folha de S. Paulo, as chaves ficavam em poder dos familiares do tucano na região, que davam autorização para seu uso. O hoje candidato à presidência nega qualquer irregularidade e defende que a obra beneficiou a população mineira.

A parte criminal de uma representação apresentada pelo PT contra Aécio foi arquivada no início do mês pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele enviou o restante da representação, no entanto, para Minas Gerais, a fim de que fosse investigado se houve crime de improbidade administrativa.

Estelionato eleitoral: IDEC acusa Sabesp de sonegar informações ao consumidor


O processo eleitoral de 2014 deixará um saldo trágico para o povo paulista. Vão-se as eleições e fica uma crise de abastecimento de água que poderia ter sido mitigada se o governo do Estado, através da companhia estatal de Saneamento Básico e distribuição de água, a Sabesp, tivesse adotado racionamento e penalização ao desperdício.
Com os olhos postos no período eleitoral, porém, o governador Geraldo Alckmin vem postergando medidas que poderiam causar desconforto agora, mas que evitariam desconforto ainda maior no futuro próximo. Ou seja: passadas as eleições.
Quando começou a se agravar a situação do aquífero Cantareira, porém, o governador paulista continuou negando a necessidade de racionamento, como vinha fazendo desde o ano passado.


Desde então, a situação se agravou sobremaneira. Em julho de 2014, o volume útil do Cantareira, que atende 8,8 milhões de pessoas na Grande SP, esgotou-se. Com o esvaziamento do reservatório e as previsões pessimistas de falta de chuva, São Paulo se afogou na maior crise hídrica dos últimos 80 anos.
O primeiro sinal de problemas surgiu em 2004. Foi nesse ano que a Sabesp conseguiu renovar concessão para administrar a água em São Paulo. A estrutura dos reservatórios já era considerada insuficiente para dar conta da demanda. Ali, na renovação da licença da Sabesp, houve consenso de que seria preciso realizar obras para aumentar a capacidade de armazenamento de água.
De acordo com os planos da Sabesp, a cidade de São Paulo ficaria bastante dependente do Sistema Cantareira, o que era preocupante. Se a água dos tanques do sistema acabasse, seria o caos. E foi.
Não dá para o governo paulista dizer que “não sabia”, portanto. Até por conta disso, Alckmin começou, lá atrás, a fazer obras para garantir por mais alguns meses o abastecimento. Ou seja: o suficiente para que a água não acabasse nas torneiras dos paulistas em pleno período eleitoral, quando o tucano teria que disputar seu cargo com a oposição.
Vendo o estelionato eleitoral em curso, o Ministério Público do Estado (MPE) abriu dois inquéritos para questionar o uso do “volume morto” do Cantareira. De acordo com o promotor de Justiça Ivan Caneiro Castanheiro, do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), professores da Unesp e Unimep concordam em dizer que o uso é temerário.
Os males que a água do Cantareira pode provocar vão desde doenças na tireoide, fígado e rins até o Mal de Parkinson. Para o promotor, o risco está principalmente no interior do Estado, onde há menos recursos para tratar a água de forma adequada.
Ainda assim, as autoridades paulistas não quiseram conversa. Em maio, quando São Paulo ainda não estava explorando o “volume morto” do Cantareira, a crise iminente requeria um racionamento brando. Com uma interrupção do abastecimento por semana em cada região da capital paulista, a economia seria brutal e o incômodo seria contornável.
Contudo, o governo do Estado decidiu gastar OITENTA MILHÕES DE REAIS para não ter que adotar medida sem custo que poderia evitar que os paulistanos tivessem que usar as águas poluídas do “volume morto” do reservatório exaurido.
O que chega a ser cômico, se não fosse trágico, é que o governador tucano ainda fez inauguração dos milhões que estava literalmente atirando no esgoto.
Confira, abaixo, matéria do portal IG publicada em 5 de maio deste ano.
Por iG São Paulo | 15/05/2014 17:28 – Atualizada às 15/05/2014 17:39
Texto
Orçada em R$ 80 milhões pela Sabesp, obra deve garantir o abastecimento de quase 10 milhões de pessoas até novembro
O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, inaugurou a primeira obra para captar água do chamado volume morto concentrado na represa Jaguari/Jacareí, em Joanópolis, na manhã desta quinta-feira (15). A barragem, que inicia o processo para evitar a falta d´água para quase 10 milhões de pessoas na Grande São Paulo e em outras cidades do interior paulista em 2014, é a de estado mais crítico do Sistema Cantareira, com menos de 2% de volume útil disponível.
O início do processo de captação se deu com gesto simbólico de Alckmin, que acionou o mecanismo responsável por bombear a água da reserva técnica para levá-la à estação de tratamento de Guaraú, responsável pelo tratamento do sistema.
Em discurso, ele exaltou a qualidade da água do volume morto, aquela localizada sob o nível de captação das comportas das represas, cujo uso é visto com ressalvas por especialistas devido à necessidade de maior cuidado em seu tratamento: “É uma água totalmente testada e aprovada pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambienta), igual as demais águas.”
A obra, orçada pela Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) em R$ 80 milhões, prevê a retirada de 182,5 bilhões de litros de água do volume morto das represas do Cantareira, pouco menos da metade do total disponível sob as barragens – 400 bilhões de litros. Destes, cerca de 133 bilhões de litros devem ser usados até o final de novembro, mês em que historicamente volta a chover consideravelmente na região. 
A Associação Nacional das Águas (ANA, responsável por regular o volume do sistema junto ao DEAA) não descarta diminuir a distribuição à população atendida pelo sistema, já que pode haver déficit de 10 m3/s de água principalmente durante os meses em que chove menos na região das represas, em agosto e setembro. A Sabesp e Governo do Estado, no entanto, seguem negando essa possibilidade.
[...] 
Trata-se de dinheiro jogado fora. E que ainda tem cerimônia de inauguração. Será que a “inauguração do volume morto” teve banda de música e fogos de artifício?
Solução muito mais barata para o povo paulista seria racionar e penalizar o desperdício. Sobretudo penalizar o desperdício, que há muito em São Paulo. É o que mostra reportagem da Folha de São Paulo divulgada no último final de semana.


Combater o desperdício e interromper o abastecimento evitaria milhões jogados no esgoto e um racionamento velado e pouco eficiente – por velado – que tem sido feito. Alckmin poderia ter feito como na Califórnia (Estados Unidos), que vive crise de água parecida com a de São Paulo.
Como por lá, nos EUA, estelionato eleitoral não costuma dar tão certo quanto em São Paulo, o governo californiano declarou estado de emergência e começou a tomar medidas para preservar os recursos e evitar desperdício.
A Califórnia entrou em um regime de racionamento de água parecido com o de energia que o Brasil viveu em 2001. Quem fosse flagrado desperdiçando água, como no condomínio de Alckmin, recebia multa de 500 dólares.
Aliás, desde abril deste ano só a cidade californiana de Santa Bárbara já arrecadou mais de 1 milhão de dólares em multas. E é possível aos cidadãos acessarem informações sobre desperdício de água e conferir o nível dos reservatórios em tempo real.
O mais incrível é que a previsão para o fim da água por lá vai de um ano a um ano e meio. Um horizonte de exaustão da reserva aquífera bem mais distante que o daqui, aliás.
Além de todas as barbeiragens tucanas em São Paulo, há uma outra diferença para o que faz o governo californiano, que disponibiliza informações precisas aos cidadãos. No Tucanistão (São Paulo), em vez de informar a população o governo do Estado esconde informações.
Não é por outra razão que, agora, o IDEC acaba de denunciar a Sabesp ao Ministério Público do Estado de São Paulo e ao Procon-SP. O Instituto de Defesa do Consumidor acusa a Sabesp de não estar dando informações ao consumidor sobre a situação do abastecimento.
Confira, abaixo, matéria publicada no portal do IDEC na última segunda-feira.
20/10/2014
Expectativa é ter acesso ao mapa de redução de pressão noturna de água e mais informações para disponibilizar ao cidadão a situação real do abastecimento
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) envia hoje, 20/10, uma representação ao Ministério Público e um ofício ao Procon de São Paulo contra a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Com essa iniciativa, o Instituto espera que o MP determine para a Sabesp a divulgação do mapa de diminuição de pressão noturna. A Sabesp tinha prazo legal até 19/10 para enviar o mapa ao Idec. Entretanto, o Instituto não recebeu o material. A iniciativa do Idec tem como base o Código de Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078/90) e a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011), que regulamenta o direito de acesso a dados públicos. No documento do Idec ao MP e Procon-SP, o instituto vem “requerer as providências cabíveis diante da omissão de informação relevante ao cidadão paulistano em relação à atual crise do serviço de abastecimento de água (…)”.
Para Elici Maria Checchin Bueno, coordenadora-executiva do Idec, além dessas iniciativas adotadas, há necessidade da sociedade civil encontrar alternativas a curto, médio e logo prazo para interferir na construção de um cenário de sustentabilidade. “Tanto fornecedores quanto consumidores devem atuar no sentido da mudança de atitude e refletir sobre como criar opções que propiciem o consumo sustentável. Os órgãos responsáveis pelo sistema de abastecimento precisam alavancar um comportamento de cidadania por meio das informações que possuem. É tratar o consumidor com o respeito que ele merece. Não é mais questão de ‘dicas contra desperdício’, pois estamos diante de uma crise hídrica”, enfatiza Elici Bueno.
O envio das cartas ao MP e ao Procon-SP é mais um passo do Idec no sentido de ter uma posição da Sabesp sobre o assunto. No dia 8/09, o Idec havia formalizado um pedido de informação à empresa, requisitando o mapa de diminuição de pressão noturna de água. A redução da pressão é realizada pela Sabesp no contexto da crise de abastecimento. A concessionária estadual nega que haja qualquer tipo de racionamento, isto é, corte de fornecimento de água, e também alega que a diminuição da pressão não traz consequências aos consumidores, mas não é o que se vê na prática. A Sabesp não atendeu à solicitação do instituto.
O acesso a este mapa e sua divulgação contribuiriam para sinalizar aos consumidores os locais onde a diminuição da pressão pode causar eventual falta de água. “Não admitir oficialmente o racionamento impede, inclusive, que medidas para punir desperdício de água sejam aplicadas”, argumenta Carlos Thadeu de Oliveira, gerente técnico do Idec.
Entenda o caso
A Lei de Acesso à Informação prevê que a solicitação de acesso à informação deveria ser respondida em até 20 (vinte) dias, prazo que terminou em 27/09. Contudo, na véspera dessa data, o Sistema de Informações ao Cidadão do Governo do Estado de São Paulo (SIC.SP) enviou resposta com o comunicado de que o prazo de resposta seria prorrogado por mais 10 dias, conforme permitido na legislação. A Sabesp teve até 7/10 para dar a resposta, o que não ocorreu.
Vale lembrar que o mesmo pedido de informações já havia sido feito em reunião presencial que o Idec teve com a Sabesp, na sede do instituto, em 29/08, quando o diretor Paulo Massato e a gerente de departamento Samanta Oliveira se comprometeram a levar a demanda à presidência da companhia.
“Não entendemos que a informação seja de difícil elaboração por parte da Sabesp, uma vez que na reunião que tivemos aqui nos foi dito que a empresa tem dados do perfil diário de consumo de cada microrregião da cidade, inclusive com a variação do consumo de hora em hora, e que as válvulas de redução de pressão estão ligadas a um sistema informatizado e automatizado”, afirma Carlos Thadeu.
A atuação do Idec nesta crise de água teve início quando o Governo do Estado de São Paulo anunciou, em 21/04, que a partir de maio, os consumidores que elevassem seu consumo de água acima da média poderiam ser multados entre 30% e 35%.
O Idec entendeu que tal medida era abusiva e, portanto, ilegal, primeiramente porque contraria o CDC (Código de Defesa do Consumidor) em seu artigo 39: “É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (…) inciso X – elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços”. Na medida anunciada pelo governo não estava caracterizada a “justa causa”, já que para tanto seria necessária a declaração da situação de racionamento, o que não havia sido feito.
Após o Instituto apontar a ilegalidade da cobrança de multa para os consumidores, o governo estadual voltou atrás dessa proposta. Em seguida, em 29/07, o Idec enviou uma carta para a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo), para o governador do Estado de São Paulo e para a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), com dados dos relatos de falta de água recebidos em sua campanha “Tô sem água”. A campanha, que ainda está no ar, tem a finalidade de mapear as localidades que estão sofrendo com esse fato.

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