Eduguim
Está chegando a hora de Deus provar que é brasileiro. Há algumas semanas, o roqueiro-reaça Lobão fez uma promessa ao país: se Dilma Rousseff se reeleger, ele se manda daqui.
Será que merecemos tanto?
As más (boas) línguas dizem que, se a presidente vencer a eleição, Lobão, de brinde, ainda levaria outro roqueiro-reaça junto: Roger, aquele que já avisava o país há décadas, em música muito popular, que ele e sua turma não sabiam eleger presidente por serem “inútil”.
Lobão fez essa promessa em encontro recente com outros artistas “inútil” em um espaço esvaziado na rua Frei Caneca, em São Paulo. Ao lado de Regina “tenho medo” Duarte, o roqueiro-reaça dizia-se apavorado com a “ditadura” do PT, que, à diferença dos regimes de que gosta, permite que ele vitupere tudo que passa por sua cabeça oca.
Ano passado, em entrevista ao Roda Viva, programa de uma TV que deveria ser pública e que o PSDB aparelhou, Lobão defendeu ardorosamente o golpe militar de 64. Segundo ele, graças à ditadura “A gente se safou de algo muito pior”. E defendeu a tortura de militantes de esquerda: “Arrancaram só umas unhazinhas”.
Veja só, portanto, leitor, quanta coisa boa pode resultar ao Brasil se Dilma se reeleger: Lobão, se tiver palavra, se manda daqui, leva o seu amigo inútil com ele e, glória das glórias, ainda nos livramos do aprendiz de ditador Aécio Neves, que conseguiu implantar censura em Minas em plena democracia.
Diante de tantas possibilidades alvissareiras, a veia poética do blogueiro pulsa com um verso que poderia virar mote nas festas comemorativas da vitória de Dilma que se espalharão pelo país na noite do próximo domingo:
“Sem Aécio e Lobão, o Brasil vai bater um bolão”
Estou treinando a voz desde já. Não quero, além de blogueiro sujo, ser também um blogueiro desafinado.
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