Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

domingo, 22 de dezembro de 2013

Coxinhas, tremei! ONU diz que SUS é referência internacional

onu
Autor: Miguel do Rosário
Todos sabem, ONU inclusa, que o sistema de saúde brasileiro ainda precisa melhorar muito. A avaliação positiva da ONU se dá em relação ao estágio de desenvolvimento do Brasil e à sua arrecadação fiscal per capita. Nestes pontos, o Brasil ainda está bem atrás dos países desenvolvidos.
A ONU analisou a trajetória do sistema, e a participação dele no processo de redução das mortalidades por doenças.  O estudo completo da ONU pode ser baixado aqui (14 mega).
*
Saiu no site da ONU:
Sistema de saúde público brasileiro é referência internacional, diz Banco Mundial
O Sistema Único de Saúde do Brasil – conhecido como SUS – lançou os alicerces de um sistema de saúde melhor para o país, contribuindo para o bem-estar social e a melhoria da qualidade de vida da população, é o que afirma o livro “20 anos de Construção do SUS no Brasil”, recentemente lançado pelo Banco Mundial.
O livro busca analisar a trajetória do programa desde sua criação, destaca progressos trazidos pelo SUS e aponta que, com base nessa experiência e apesar de todas as dificuldades inerentes a um país em desenvolvimento, o Brasil é hoje referência internacional na área de saúde pública e exemplo para outros países que buscam sistemas mais igualitários de saúde.
Com a criação do SUS, o Brasil foi um dos primeiros e poucos países fora da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a prever na legislação o acesso universal aos serviços de saúde, reconhecendo a saúde como direito do cidadão e dever do Estado.
O livro destaca que os esforços para a ampliação dos gastos em saúde e de uma melhor alocação dos recursos federais e estaduais, privilegiando as áreas e populações mais pobres do país, contribuíram para uma forte ampliação do acesso da população aos serviços básicos de saúde, com importante impacto na redução da mortalidade.
Entre os desafios do SUS, o estudo identifica que o aporte de recursos à saúde precisa ser equacionado e que a capacidade gerencial do sistema ainda é um obstáculo importante. Além disso, há questões reconhecidas sobre as quais é preciso evoluir, como a melhora da qualidade e da coordenação do cuidado e a continuidade da expansão na cobertura da atenção primária.

O “ESTADO” DA BLÁBLÁ, DO DUDU – E DO ANDRÉ André entrou para o livro Guinness dos records.


André e sua atividade principal, fora do Estado: o hipismo

Saiu no Estadão, pág. B4, artigo de André Lara Resende de título “Capitalismo de Estado patrimonialista”:

CAPITALISMO DE ESTADO PATRIMONIALISTA – ANDRÉ LARA RESENDE


(…)

Na última década, o Brasil se beneficiou do ganho nas relações de troca com o exterior. A alta dos preços dos produtos primários, provocada pela demanda da China, significou uma expressiva transferência de renda para o Brasil. Os governos do PT foram suficientemente inteligentes para manter as bases da política macroeconômica, mas passaram a desmontar as reformas que viabilizaram a estabilidade monetária. O processo se acelerou a partir ; da crise de 2008. Aparelharam o Estado, criaram novas estatais e elegeIram parceiros privados incompetentes. Com a desculpa de praticar uma politica anticíclica, expandiram o gasto corrente do governo, mas não investiram em infraestrutura. O resultado é conhecido: baixa produtividade, uma economia que não cresce e contas públicas que se deterioram.

Não é possível saber se o capitalismo de estado chinês continuará bem-sucedido, mas uma coisa é certa: o capitalismo chinês requer um – Estado competente e autoritário. No Brasil, não temos a requerida competência, nem desejamos – quero crer – o autoritarismo. Diante da complexidade do mundo contemporâneo, a tentação da solução autoritária estará sempre presente, mas o caminho mais promissor é o da alternativa delineada na conferência de Viena: não insistir na tradicional gestão centralizada, de comando e controle, mas avançar na descentralização. Um Estado autoritário e patrimonialista, sustentado pela demagogia, o marketing e a intimidação, onde apenas as aparências democráticas são respeitadas, é o caminho mais rápido para volta ao subdesenvolvimento. A fórmula, como demonstra sua aplicação na Argentina e em outros países vizinhos, é devastadora.

Não há como bem governar com o Estado disfuncional. A primeira tarefa de quem pretende fazer um bom governo será a de reconstruir o Estado. No lugar de insistir numa reforma de cima para baixo, de comando e controle, deveríamos experimentar a descentralização. Deveríamos voltar à federação, dar autonomia aos Estados e aos municípios em todas suas esferas, desde a fiscal, até a segurança, a saúde e a educação.

(…)

André Lara Resende parece ser, de fato, o cérebro da Bláblárina – e, por extensão, do Dudu, embora este pareça encantar-se com o Giambiagi(cuidado, vovó !), também.
O Eduardo Gianetti da Fonseca ilumina a Bláblá em questões metafísicas, como, por exemplo, a flatulência de bovinos e a dispersão de gás metano no sistema solar.
André cuida do “macro”.
Do que interessa aos bancos.
Esse suculento artigo é uma mistura de pensadores do porte de Weber, Faoro, Hirschman e Ataulfo Merval de Paiva (*), não necessariamente nessa ordem.
Ele “demonstra” que o sucesso do Governo Lula – e agora da Dilma – deriva, apenas, da China e do Príncipe da Privataria, a que serviu exatamente no processo da Privataria.
Seria bom o amigo navegante recordar alguns aspectos da carreira “estatal” do André.
(O Delfim Netto lembrava que o Roberto Campos, que passou a vida a espinafrar o Estado, só conseguiu se sustentar quando trabalhou para o Estado. É uma maldição dos neolibelês (**) brasileiros … Sem o Estado … )
O ansioso blogueiro se lembra de interessante episódio, em Toronto, no Canadá, quando o então candidato Fernando Henrique Cardoso, ainda ministro da Fazenda, apresentou aos bancos credores a formula para pagar a dívida externa.
Como Fernando Henrique não saberia articular uma explicação àquela plateia de banqueiros, passou a palavra ao funcionário do Estado André Lara Resende, que, segundo FHC, era o cérebro da proposta.
André fez brilhante exposição e anunciou, ali, naquele instante, que deixava o Estado para voltar às atividades privadas (de banqueiro).
Ao lado do ansioso blogueiro, na plateia perplexa, um vice-presidente do Citibank perguntou: quantos chapéus o André veste ?
E comentou: quer dizer que agora ele vai competir comigo para tornar esse acordo possível, entre os bancos credores …
Esse acordo que ele montou …
Ou seja, do Estado para a banca, em um segundo !
No lançamento do Plano Real, o Luiz Nassif – leia aqui suculenta entrevista com Nassif – sustentou, no excelente livro “Cabeças de Planilha”, que o Real – “concebido” por André, entre outros – foi fixado num nível que, por coincidência, beneficiava a posição do André, aí, já na condição de banqueiro privado.
Mais tarde, no Governo da deslavada Privataria Tucana na presidência do BNDES – de novo no Estado – André foi apanhado num grampo em que operava a privatizado em benefício do Daniel Dantas: fazer com que a Previ ajudasse o imaculado banqueiro a levantar grana.
E dizia que, se necessário, seria obrigado a usar a “bomba atômica”!
A bomba atômica era o Presidente da Republica, o Príncipe da Privataria.
A bomba foi tão devastadora, que o Presidente teve que demitir o André e o Ministro das Comunicações, Luiz Roberto Mendonça de Barros.
Se não demitisse, corria o risco de ser deposto !
(Naquela altura, o senador Suplicy (PSDB-SP), então no PT – revisor, por favor, não mexa aí … – era capaz de brandir uma capa da Carta Capital com a reprodução do grampo a exigir a cabeça dos dois.
Mas, não, da bomba atômica…)
Lá atrás, na passagem do Governo Sarney para Collor, Mario Henrique Simonsen levou André e Daniel Dantas ao jovem presidente eleito.
Teria sido de André a ideia de congelar a poupança !
Ele não foi para o Governo Collor: o congelamento da poupança o surpreendeu num banco privado !
De fato, esse Estado da Dilma e do Lula é, de fato, um horror !
Não dá mais para o André.
Ele não teria condições morais, intelectuais de participar de tanta patifaria !
Bom era o límpido “Estado patrimonialista” do Fernando Henrique !
De que o Andre participava e des-participava, para ganhar dinheiro na “iniciativa privada”.
E agora se dá ares de “pensador” do Estadão…
É esse “Estado patrimonialista do Fernando Henrique” que a Bláblá e o Dudu querem construir ?
André entrou para o livro Guinness de records na categoria “porta-giratória”.










Paulo Henrique Amorim


(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia. E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.