Ministra Eleonora Menicucci, o Cerra e a Folha são uma coisa só
Paulo,
Ontem saiu uma nota na Folha On-line que trata a nova ministra da Dilma de “companheira de prisão” e só diz que ela é reitora de universidade escondido dentro da matéria.
A história da ministra passou longe de ser contada.
Só há referência à biografia no fim da matéria.
O mais engraçado é que o mais perto que há de uma defesa do aborto na entrevista da Ministra para a Folha é quando ela diz: “Minha luta pelos direitos reprodutivos e sexuais das mulheres e minha luta para que nenhuma mulher neste país morra por morte materna só me fortalecem”.
Hoje, a Ministra deu uma entrevista, muito boa por sinal.
Disse que é Governo (ou seja, adota a politica do Governo, da Presidenta) e que o aborto é questão de saúde pública; não é papel do Executivo legalizar ou não e, sim, do Legislativo.
Bruno Pavan, editor do Conversa Afiada
Em tempo: telefona o Vasco para lembrar que na edição impressa, a Folha transcreve entrevista da Ministra em trecho que trata de suas preferências sexuais. Taí, a Folha deveria fazer isso com todos os homens públicos: dar a idade e a preferência sexual. A começar pelo PSDB de São Paulo. E lembra o Vasco: e por que não colocar ao lado da assinatura de cada reporter e editor da Folha, também ? Inclinacao sexual e partidária. Seria otimo: Fulano/a de tal, bi, gay, hetero tucano/a roxo/a. Não deixe de ler: “Bolsa manda Folha embora – falta-lhe credibilidade “
A Folha (*) poderia trazer ao debate do aborto a grande estadista chilena, Monica Cerra, que fez aborto no Chile e condenou no Brasil.
Seria uma perspectiva original à questão: no Chile, pode; no Brasil, não ! Paulo Henrique Amorim
Complemento publicado nesta terça-feira, 7 de fevereiro de 2012, em adendo ao post de ontem, dia 6, às 19:31 hs
Na tarde de ontem, conversei com o senador Eduardo Suplicy, quando me foi relatado o resultado de audiência que ele mesmo, o procurador de Justiça de São José dos Campos e o delegado do 3o Distrito Policial da cidade mantiveram com duas moças e um rapaz que alegam ter sido abusados sexualmente por policiais da Rota na madrugada de segunda-feira 22 de janeiro, no dia seguinte à invasão do bairro Pinheirinho pela Polícia Militar.
Enquanto isso, um blog da revista Veja continuava em campanha para criminalizar a população que vi de perto nas duas vezes da semana passada em que estive naquela cidade do interior paulista. O colunista e blogueiro Reinaldo Azevedo, sem ter tirado o traseiro da cadeira, tratava de qualificar os denunciantes como “traficantes”. Escreveu um texto tripudiando sobre a dor daquela gente e sobre a luta por Justiça do senador Eduardo Suplicy.
Confira, abaixo, o que fez o tal colunista da Veja
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Por Reinaldo Azevedo
06/02/2012 às 20:53
No planeta Suplicy – Advogada de denunciantes de suposto estupro tem como clientes presos que Gaeco acusa de pertencer ao PCC Então… Quanto mais eu pesquiso, mais o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), aquele, vai se mostrando uma pessoa séria, responsável, que só abre a boca para ser justo. Já contei aqui as circunstâncias todas que desmoralizam a sua denúncia de que uma guarnição da Polícia Militar de São Paulo teria estuprado uma mulher no Pinheirinho. Pois bem… Resolvi aqui fazer as minhas pesquisas. A Polícia Militar prendeu numa área vizinha ao Pinheirinho — não no Pinheirinho — três homens e um menor de 17 anos, acusados de tráfico de drogas e de portar uma espingarda calibre 12. Fez-se o BO. Os presos estavam acompanhados de sua advogada, Aparecida Maria Pereira. Ninguém relatou abuso sexual nenhum. Dez dias depois, eis que surge a “denúncia”, feita ao Ministério Público Estadual e ao notório Suplicy. Aparecida Maria Pereira? Pois é… Encontrei reportagens no jornal “O Vale” que mostram que ela é advogada de vários presos que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) acusa de pertencer ao PCC, especialmente Sérgio Augusto Fonseca, conhecido por “Quase Nada”, e Jorge Pereira dos Santos, o “Jorjão”, ligados ao tráfico de drogas em São José dos Campos. Além deles, sua lista de clientes inclui sete outros acusados. Pois é… Mesmo assim, acreditem, a página do PT no Senado continua a divulgar as acusações e diz que os denunciantes são ex-moradores do Pinheirinho. É a mentira como método!
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Na matéria que publiquei ontem (6/2) no início da noite, antecipei matéria da jornalista da Folha de São Paulo Laura Capriglioni sobre esse caso. Em matéria honesta, ela desnuda para o leitor quem são os “perigosos traficantes” que denunciaram os pobres policiais da Rota que tanto cuidado inspiram no colunista da Veja.
Veja, abaixo, o vídeo que contém a matéria de Capriglioni. Em seguida, entrevista que fiz ontem com Suplicy e, ao fim, notícias sobre investigações da situação de mais outra vítima do massacre do Pinheirinho.
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Suplicy diz Confiar em supostas vítimas de abuso sexual
O senador Eduardo Suplicy falou ao blog sobre a visita que fez nesta segunda-feira a São José dos Campos para participar de oitiva de duas moças – uma de 26 e outra de 20 anos – e de um rapaz – de 17 anos – pelo promotor Laerte Levai e pelo delegado do 3º Distrito Policial da cidade. Os jovens acusam policiais da Rota de terem praticado abuso sexual contra si.
Após os depoimentos, as autoridades foram ver de perto a casa onde teria ocorrido o suposto abuso, no bairro Campo dos Alemães, zona sul da cidade.
O parlamentar pelo PT de São Paulo informa que foi encontrado o cabo de vassoura untado de creme e talco com o qual os policiais teriam ameaçado o rapaz e as moças de empalação caso não praticassem sexo oral neles. Segundo os depoentes, os policiais os instruíram sobre o que causaria a empalação de acordo com a profundidade com que fosse praticada.
Segundo Suplicy, ele mesmo, o promotor, o delegado, a jornalista da Folha de São Paulo Laura Capriglione e jornalistas da CBN, da Band, de O Globo e da revista Caros Amigos ouviram os depoimentos dos jovens e teriam ficado “plenamente convencidos” pelos seus relatos.
O rapaz de 17 anos e três outros homens que estavam na casa no bairro Campo dos Alemães quando foi invadida pela polícia na madrugada de segunda-feira (23.01), estão presos. O menor de idade está na Fundação Casa e os adultos, em prisão comum. As moças e o pai do menor, que tem 87 anos, não foram presos.
Suplicy ainda relata que irá pedir ao governo federal, ao governador Geraldo Alckmin, à ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e ao ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardoso, proteção para os três jovens, os quais afirma que estariam em estado de choque e tomados por puro pavor.
—– Defensoria representará ao MPE contra Hospital Municipal de SJC
No último sábado (4/2), voluntário do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) localizou uma das pessoas que desaparecera durante a operação de reintegração de posse do terreno ocupado pela comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos.
Ivo Teles dos Santos, de 69 anos, desde o dia 22 de janeiro esteve internado na UTI do Hospital Municipal daquela cidade, em estado de coma. Segundo informações fornecidas por sua ex-esposa, Osorina Ferreira de Souza – que também é sua procuradora -, ele fora internado como vítima de agressão.
O registro dessa informação constaria, segundo Osorina, do Boletim de Atendimento de Urgência (BAU) que todos os hospitais têm que fazer para quem recorre ao pronto-atendimento. Tal informação, aliás, coaduna-se com depoimentos de dezenas de testemunhas que afirmam que assistiram ao idoso ser espancado pela polícia militar.
Sabendo disso, parlamentares, advogados, defensores públicos e membros da OAB que integraram a força-tarefa que no último sábado esteve pela segunda vez em SJC, dirigiram-se, naquele mesmo dia, ao hospital, de forma a confirmarem a informação da ex-esposa de Santos.
O hospital, porém, na pessoa de seu administrador, Marcelo Guerra, recusou-se a apresentar à força-tarefa – e até à ex-esposa de Santos, sua procuradora – o Boletim de sua internação, no qual constaria que foi causada por agressão.
Há versões, não confirmadas, de que a ordem teria partido do Secretário de Saúde de SJC, Danilo Stanzani.
Parlamentares que ficaram esperando até o fim da noite de sábado pelo BAU e não foram atendidos, naquele mesmo dia informaram ao blog que se a recusa do hospital em apresentar o documento à responsável pelo idoso fosse mantida seria lavrado um boletim de ocorrência.
Hoje, através de um dos advogados dos moradores do Pinheirinho, doutor Antonio Donizeti Ferreira, este blog obteve informação de que em vez de registrar o caso na polícia, optou-se por deixar que a Defensoria Pública represente ao Ministério Público Estadual de SJC para que exija do hospital a apresentação do documento.
O estado de Santos, segundo o advogado, é grave. Continua na UTI e o hospital persiste na tese de que ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), rejeitando a causa que a sua ex-esposa – e procuradora – afirma que viu registrada no BAU quando o localizou naquela instituição: agressão física.
Claro, amigo navegante: nenhuma vencedora tem a musculatura do UOL e da Folha, que, como se sabe, são blue-chips da Bolsa da Valores de Nova York.
O jornal nacional do Ali Kamel deu ao leilão o tratamento de uma batida de trânsito na rua Lopes Quintas.
Reportagenzinha fuleira, em que a metade do tempo foi gasta com um “transportista”, especialista em “transportismo” que provou, por “a” mais “b” que foi um desastre.
“… como a privatização dos tucanos, foi estatizada demais.”
(Ela não menciona pequena diferença entre uma e outra – a dos tucanos foi a maior roubalheira numa privataria latino-americana, como demonstrou em cem paginas de documentos públicos, o Amaury Ribeiro Junior.)
E aí é que está o busílis da questão.
Na Privataria tucana, o Cerra e o Farol de Alexandria vendiam a preço de banana – como fizeram com a Vale, debaixo de furiosa pressão do Cerra, segundo depoimento envergonhado do FHC – e iam embora para casa.
Ou para Miami.
Vendiam as telefônicas a preço de banana, entregavam ao Daniel Dantas – que não entrava com um tusta – e iam embora para casa.
Ou para Paris.
Se as telefônicas não cumpriam o combinado com os consumidores, se mandavam com todo o lucro para fora e não reinvestiam, se eram as campeãs de reclamação no Procon, problema da Anatel.
Anatel ?
O que faz a Anatel ?
A privatização da Dilma é um pouquinho diferente.
Primeiro, ela não levou a leilão patrimônio nacional não renovável, como as jazidas minerais da Vale do Rio Doce.
Ou as jazidas do pré-sal da Petrobrax.
Ela leiloou a gestão de serviços.
O controle do que interessa, do que é vital, a gestão do espaço aéreo, isso continua no Brasil.
Não foi para a Espanha.
Em segundo lugar, a Infraero é sócia dos consórcios vencedores, com participação forte – 49% em Guarulhos.
E a Dilma tem direito a veto na administração dos aeroportos.
Ou seja, a Presidenta Dilma tem o pé na porta.
Não cumpriu o que prometeu, ela entra na sala.
E 49% da geração de lucro de Guarulhos não é de se jogar fora, não é isso, amigo navegante ?
É dinheiro para a Infraero aplicar em outros aeroportos essenciais à interiorização do progresso.
O que o Brasil ganhou com a concessão da Brasil Telecom ao Daniel Dantas ?
Quem ganhou mais ?
Ele ou o Brasil ?
O modelo que se pode chamar de híbrido da Dilma é manter sob controle do Estado uma formidável “golden share”, como fazia a D. Thatcher, a mãe de todos os privatizadores.
(Aqui, o Cerra jogou a “golden share” num piscinão do rio Tietê.)
A “golden share” da Dilma é o direito a veto.
Para fazer uma analogia, que talvez ajude a conter o disfarçado entusiasmo dos neolibelês (**), a distância que separa a Dilma da Elena Landau não é a que vai do Carandiru à Daslu.
É a diferença entre “concessão” e “partilha”, na Petrobrás.
O Farol “concedia” as reservas de petróleo do Brasil às empresas exploradoras.
A Dilma e o Lula, na companhia do Gabrielli, montaram o sistema da “partilha”.
E quem fica com a parte do leão (Infraero e o direito a veto) é a Petrobrás.
A Urubóloga tem razão.
A privatização da Dilma é estatizada demais.
Sem Ricardo Sergio de Oliveira.
O que é uma grande diferença !
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.
O Conversa Afiada reproduz artigo de Mauro Santayana, publicado no Jornal do Brasil:
A insurreição na Bahia e a segurança dos cidadãos
por Mauro Santayana
O direito de greve é historicamente associado ao conflito entre o capital e o trabalho. Não é preciso retomar o pensamento clássico da esquerda para entender que o trabalhador deve ter o direito de cruzar os braços quando, em seu entendimento, as condições impostas pelos patrões se tornam insustentáveis. Na realidade, quem tem apenas a capacidade de seus braços; de sua inteligência; ou de sua habilidade em operar as máquinas, tem o inalienável direito de se recusar a continuar dentro das mesmas condições, e de exigir, mediante a interrupção do trabalho, novo trato. No ordenamento jurídico do Estado de Direito, a Justiça (em nosso caso, a do Trabalho) é chamada a intervir no conflito e buscar a conciliação entre as partes.
Os Estados modernos exercem o monopólio constitucional da violência, embora deleguem esse direito – que não poderia ser estendido a ninguém – a organizações privadas de segurança. Esta é mais uma deformação do Estado de Direito, que a sociedade não deve admitir. Deixando de lado essa anomalia anti-republicana e antidemocrática, convém meditar o papel das forças de segurança.
As corporações policiais, dos Estados e da União, são instituições construídas a fim de exercer a coerção, em nome do Estado, para o cumprimento das leis e da manutenção da ordem pública. Cabe-lhes prevenir e investigar os delitos, cumprir as ordens judiciais e assegurar a incolumidade dos cidadãos. Às Forças Armadas, além de garantir a inviolabilidade do território nacional, incumbe garantir a ordem interna, desde que convocadas por um dos três poderes republicanos. O Exército não pode substituir a polícia, mas tem o dever de reprimir os policiais amotinados.
Os policiais e militares, nas sociedades contemporâneas, não podem ser definidos como simples trabalhadores. É difícil aceitar que, como servidores públicos encarregados de garantir o pleno funcionamento dos estados, tenham o direito de ameaçar a administração e, mais do que ela, a República. Podem exercer o direito de reivindicar seus possíveis direitos junto às várias esferas do Estado, conforme garante o sistema democrático, mas não podem fugir ao cumprimento de seu dever para com o povo – o povo que, mediante os impostos, mantém os Estados e os seus funcionários.
Em razão disso, a Constituição é clara, quando nega aos militares – a todos os militares, subordinados funcionalmente à União ou aos Estados – o direito de sindicalização e de greve, no item IV do parágrafo terceiro de seu artigo 142. Mas não apenas os policiais militares estão impedidos de paralisar as suas atividades: os policiais civis também estão sujeitos à norma, conforme assegurou o STF, pelo pronunciamento de seus ministros Eros Grau, sobre a greve de policiais civis de São Paulo (em 2008), e César Peluso, sobre greve idêntica no Distrito Federal, em novembro do ano passado.
A greve dos policiais militares da Bahia é um claro movimento de rebelião contra o Estado, e assim deve ser tratada. O governo federal agiu como deve agir, em qualquer situação semelhante. A solidariedade federativa, necessariamente exercida pela União, implica no emprego de toda a força possível, a fim de assegurar o cumprimento das normas constitucionais, como a que veda a militares – e, por analogia jurídica – a policiais civis, o recurso da greve.
Recorde-se a corajosa atitude tomada pelo presidente Itamar Franco, quando a Polícia Federal decidiu paralisar as suas atividades na capital da República. Ainda que Itamar, na análise dos fatos em seu gabinete, entendesse as razões dos grevistas, não titubeou em agir com firmeza, a partir da conclusão de que as corporações armadas não fazem greve, e, sim, se sublevam contra a República. O Presidente determinou ao Exército que dissolvesse a mobilização dos grevistas, na sede da Polícia Federal e, a fim de não alarmar a população, ordenou que a operação se fizesse à meia-noite.
Não cabe discutir se o governador Jacques Wagner agiu de uma forma, quando estava na oposição, ao apoiar movimento semelhante, e age de outra, agora. Um erro anterior, motivado pela conveniência partidária eventual, não pode impedi-lo de exigir agora o cumprimento da lei, em favor da ordem. A greve dos policiais trouxe o aumento da violência contra os cidadãos, conforme o registro dos atos delituosos dos últimos dias.
Os policiais militares baianos não se encontram em greve, mas em rebelião contra o Estado e, por extensão, contra a República, cuja Constituição os obriga a manter a lei e a ordem. Registre-se que o líder do movimento é um ex-militar e que, portanto, não tem legitimidade para chefia-lo. Como se encontram em rebelião, cabe ao Estado, no uso moderado de sua força e seu poder, exigir-lhes rendição imediata e usar dos dispositivos legais para punir os responsáveis pelo movimento.
Essa providência é absolutamente necessária, quando se sabe que movimentos semelhantes estão sendo articulados em outros Estados, a fim de obrigar à equiparação dos vencimentos dos policiais militares de todo o país aos dos seus colegas do Distrito Federal. Ora, cada estado fixa o vencimento de seus servidores conforme a sua receita tributária. Há informações de que se planeja uma greve de policiais militares e civis – incluindo o Corpo de Bombeiros – em São Paulo, para o dia 18 deste mês. Qualquer leniência na Bahia poderá significar incentivo a uma gravíssima perturbação da tranqüilidade pública no resto do país.
Isso não impede que os policiais militares, usando dos meios legais, façam reivindicações aos seus superiores, a fim de que estes, como delegados dos governos, as levem às autoridades. Reivindicar remuneração maior e melhores condições de trabalho, por meios legítimos, é um direito inalienável de todos, mas o direito de greve é constitucionalmente restrito. Fora disso, qualquer movimento de greve, por servidores armados, como ocorre agora na Bahia, não passa de insurreição, que deve ser contida, sem hesitações.