Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 14 de abril de 2016

HINO CONTRA O GOLPE UNE ARTISTAS DE TODAS AS CORES

FRENTE CONTRA O GOLPE É ASSINADA POR 186 DEPUTADOS

Dep. Paulo Teixeira denuncia texto falso em que PT admitiria derrota

paulo teixeira

O Blog procurou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) para obter mais informações a respeito de vídeo de sua autoria que circula desde a noite de quarta-feira, no qual ele afirma que o governo já disporia de votos suficientes na Câmara para barrar o impeachment. Além de falar da contabilidade da votação, o deputado fez uma denúncia
Confira, abaixo, o vídeo.
O deputado, porém, já abriu a entrevista desmentindo texto que circula na internet também desde quarta-feira e que está sendo atribuído a ele. O texto afirma que o PT já aceitou a derrota na votação na Câmara que julgará a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Além de Teixeira denunciar que o texto é falso, denuncia que a estratégia dos grupos pró-impeachment para atingirem seu objetivo é tentar desanimar a militância anti-impeachment para que não compareça aos atos públicos do próximo domingo.
Teixeira ainda avalia o que se pode esperar de um hipotético governo Michel Temer e reafirma que o governo tem todas as chances de barrar o golpe. E discrimina todos os apoios de que o governo dispõe entre os diversos partidos.
O Blog junta-se ao deputado Paulo Teixeira e orienta seu público a que despreze esse tipo de material que está circulando pelas redes “noticiando” desistência das forças governistas. As mais diversas fontes do Blog dão conta de que está completamente aberta a disputa pelo impeachment.
Os textos e vídeos falsos que circulam na internet em nome do PT afirmando que o partido desistiu de lutar porque a batalha final estaria perdida é a maior prova de que o jogo ainda não foi jogado, do contrário esse tipo de iniciativa torpe seria desnecessária. Se produzem essas farsas é justamente devido ao fato de que ainda não há nada definido.
Confira, abaixo, a entrevista do deputado.
Blog da Cidadania – Paulo Teixeira, você me falava de um texto falso que está circulando em seu nome na internet. Do que se trata?
Paulo Teixeira – Há um texto circulando em meu nome dizendo que já deu tudo errado e que a presidente Dilma tem que chamar cadeia nacional [de rádio e tevê para admitir a derrota do governo na votação do impeachment].
Foram os adversários que postaram isso em meu nome para criar um clima de desânimo [entre a militância pró governo]. Eles iniciaram uma guerra de versões, uma guerra de números. Isso só prova que não nos derrotaram, do contrário não se dariam a esse trabalho.
Peço a você que divulgue, Eduardo, que nós temos condições de vencer essa votação, até porque já alcançamos o número de votos contra impeachment suficiente para barrar o processo na Câmara. Agora, estamos tratando de consolidar e até ampliar esse número.
Também peço que divulgue a necessidade extrema de continuarmos a mobilização nas ruas e nas redes enquanto nós, parlamentares, continuamos nosso trabalho de convencimento junto aos deputados indecisos.
Neste momento, porém, a principal disputa é essa guerra de números, essa mentira de que os golpistas já disporiam de votos para aprovar o impeachment. Não dispõem.
Blog da Cidadania – Você afirma, então, que, segundo a contabilidade governista já haveria votos suficientes para barrar o impeachment
Paulo Teixeira – Sim, sim. Temos número para barrar o impeachment. Estou afirmando isso a você. E mais: nós vamos ampliar esse número de votos. Muitos deputados estão preocupados com a ruptura institucional e com a repercussão do golpe em escala mundial.
Então, escreva aí: nós vamos barrar esse golpe no domingo.
Blog da Cidadania – Você pode dizer de que partidos são os parlamentares que já se dispuseram a barrar o impeachment?
Paulo Teixeira – Ontem tivemos uma reunião da presidente Dilma Rousseff com parlamentares do PMDB, do PR, do PSB, do PC do B, do PP, PEN, do PTN, do PT, do PSD, da Rede e do PSOL.
Enfim, temos um arco muito grande de alianças contra o golpe e espalha-se pela sociedade uma consciência democrática de que um golpe como esse vai desestabilizar o Brasil, dividir o Brasil e fazer desta década uma década perdida.
É por isso que na segunda-feira, derrotado o golpe, teremos que chamar as forças estiveram nesse processo e estabelecermos uma agenda positiva para o país.
Enquanto isso, que os adversários pensem que já ganharam. Estão até escolhendo como vão dividir ministérios. Ontem, teve um deputado pró impeachment que disse que eles já escolheram quem irá ocupar o Ministério da Fazenda (o Armínio [Fraga]), o Serra quer ter poder, o Paulinho da Força [Sindical] quer ter poder, o Eduardo Cunha quer ter poder de indicar seus apaniguados para cargos no governo.
O mais bizarro é ver alguém como Eduardo Cunha dizendo que no governo que ele quer ver instalado haverá combate à corrupção. Alguém como Cunha, indiciado por corrupção, dizer isso é desmoralizante para o país.
Blog da Cidadania – Paulo, para além da questão ética, as pessoas precisam se dar conta do que representaria um governo Michel Temer. Nesse aspecto, o que o povo poderia esperar de um governo como esse se o golpe vingasse?
Paulo Teixeira – Basicamente, seria um governo de retrocesso. Seria marcado por intensa retirada de direitos. Basta ler as propostas do programa “Uma ponte para o futuro”, endossado por Temer.
Haveria terceirização indiscriminada, acabariam as vinculações para a saúde e para a Educação, haveria mudanças infinitamente mais drásticas na Previdência, enfim, agora, sim, conta iria ser enviada para os trabalhadores. Se o golpe vingasse.
Além disso, um governo Michel Temer iria privatizar a área de petróleo. Basicamente seria isso. Esse é o grande objetivo econômico do golpe, além da retirada de direitos dos trabalhadores.
[…]
A boa notícia é que está se formando uma massa crítica contra as loucuras que esse grupo golpista está pretendendo aplicar. Se após o golpe não houvesse essa agenda nefasta contrária às conquistas sociais dos governos do PT, não seria nada. Acredito que a resistência ao golpe seria menor. Afinal, ninguém quer ver o Brasil afundar porque estamos todos no mesmo barco.
Contudo, não é o que aconteceria. Se o golpe vingasse, o que tocaria fogo no país seria essa agenda nefasta. Todos os que acusaram o governo Dilma de ser “de direita” iriam descobrir, na prática, o que é um governo de direita.
O resultado de mudanças tão drásticas e prejudiciais aos trabalhadores seria um forte embate social através de sindicatos e movimentos sociais. E com o uso consequente do aparato repressivo do Estado contra quem quisesse protestar. Na prática, a guinada do Brasil à direita terminaria em uma ditadura clássica, com uma onda de prisões políticas e violações muito mais escancaradas do Estado de Direito.
Ao fim, dirijo-me a você que odeia o PT, Lula e Dilma, mas que não é rico, que precisa lutar pela sobrevivência. Esteja avisado: você não está entre os que serão beneficiados por esse golpe. E política não é futebol. Quando seu time perde, a única consequência é a gozação dos torcedores do time adversário. Na política a história é bem outra.
Você quer mesmo ser empregado terceirizado? Sabe o que isso fará com seu salário e sua carreira? Esse é só um dos exemplos de medidas que os golpistas pretendem aplicar caso vençam essa disputa. Se não for rico, se tiver que lutar pela sua sobrevivência, guarde estas palavras. Se o golpe vingar, em meses você me dará razão

Estrangeiros descobrem que Globo ameaça a democracia; blindagem garante domínio dos Marinho sobre opinião e espaço públicos



Da Redação
A radiodifusão brasileira é regulamentada por uma lei de 1962, assinada pelo presidente João Goulart. Desde então, é a selva. Segundo a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), a selva favorece ao atuais radiodifusores, especialmente à Globo.
Não é, portanto, uma selva casual, já que na ausência de uma lei moderna a Globo faz o que quer. Se a legislação é desconexa, desatualizada, a Globo tem o poder de emplacar as mudanças administrativas ou mesmo legislativas que bem entende. Basta usar o poder de pressão que obteve graças aos favores recebidos durante a ditadura militar.
Neste sentido, a Globo é o maior dos entulhos autoritários que resta remover desde o fim formal da ditadura. A emissora reproduz, através de suas afiliadas locais, a coalizão de interesses econômicos que governa o Brasil desde 1964.
É o poder da Globo em relação ao Estado, sem qualquer tipo de controle, que permite à emissora usar espaço público para suas atividades sem pagar nada — das praias de Copacabana para os eventos de futebol de areia ao parque Ibirapuera para gravações de novela.
Em Nova York, a prefeitura cobra de emissoras de TV e produtoras de cinema todas as locações feitas nas ruas da cidade: da hora extra do policial ao eventual prejuízo dos comerciantes.
Livre de qualquer tipo de regulamentação, a Globo usa o poder de seu grupo — que inclui no mesmo mercado emissora de TV, jornal, portal e emissoras de rádio — para extorquir, ameaçar e “convencer” autoridades com mandato popular. Há vários exemplos:
1. Paula, herdeira da família Marinho, recebeu através do marido, como permissionária — sem concorrência pública — o estádio de remo em área nobre da cidade, adjacente à lagoa Rodrigo de Freitas, para montar cinemas, restaurantes e clube noturno; estava tudo formalmente em nome do marido, mas ela assinou um dos aditivos como fiadora e desfrutava de bens resultantes do contrato;
2. a Fundação Roberto Marinho administra museus construídos com dinheiro público, o que também faz em São Paulo no Pacaembu (Museu do Futebol) e na estação da Luz (Museu da Língua Portuguesa). Em todos os casos, a Globo entra apenas com a promoção. Os locais são públicos e o dinheiro para manutenção é levantado através da Lei Rouanet, ou seja, acaba saindo do bolso do contribuinte na forma de isenção fiscal;
3. Através de relação carnal com a CBF, a Globo tem controle dos direitos de transmissão dos principais eventos do futebol brasileiro e da FIFA, numa relação desenvolvida ao longo de décadas com dirigentes como Ricardo Teixeira, João Havelange e outros, todos implicados em escândalos que foram ou estão sob investigação de autoridades da Suiça e dos Estados Unidos.
4. No Rio, conforme denunciado pelo candidato a prefeito Marcelo Freixo, o modelo de ocupação do espaço público segue os princípios gerais da TV Globo: um modelo autoritário de cidade. Militarização das favelas, que atende ao projeto de estender os serviços de TV a cabo da emissora aos morros e grandes projetos privados financiados com dinheiro público, como o Porto Maravilha, onde fica o Museu do Amanhã, administrado pela Fundação Roberto Marinho. Em São Paulo, depois de construir seu prédio na avenida Berrini, a emissora conseguiu acelerar a construção de uma obra de prioridade duvidosa, a ponte Octávio Frias de Oliveira sobre o rio Pinheiros, com o objetivo de usá-la como backdrop para seu estúdio envidraçado.
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A ponte que teve construção acelerada para servir de cenário, a herdeira blindada e um dos museus que a Globo controla no Rio: dona do espaço construído com dinheiro público, tudo mantido com isenção fiscal
No plano mais geral da política, a Globo atua como o principal partido de oposição, filtrando seu noticiário de acordo com os interesses dos maiores bilionários do Brasil — os irmãos Marinho. Tais interesses são subordinados aos objetivos mais gerais da política externa dos Estados Unidos: privatização de bens públicos a preço de banana para investidores estrangeiros, entrega do patrimônio nacional para exploração pelo capital internacional — das minas de ferro de Carajás ao pré-sal — dominação do campo pelas empresas multinacionais — curiosamente, a Globo integra uma associação do agronegócio!
De outra parte, a política editorial da emissora criminaliza aqueles que se opõem a seus interesses, o que resulta em críticas constantes, distorcidas e infundadas à esquerda e aos movimentos sociais em geral e a líderes específicos que discordem de seus objetivos: de Leonel Brizola a João Pedro Stédile, do MST, do ex-presidente Lula ao deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).
O conluio com outros donos de meios de comunicação, que jogam um papel subordinado ou têm negócios em sociedade com os Marinho, garante blindagem quase absoluta à emissora na mídia.
Para tratar apenas de três casos da atualidade:
1. Passou quase batido pelo noticiário o fato de que a Globo foi denunciada pela Receita Federal como autora de uma manobra para sonegar impostos no Brasil através da criação de uma empresa de papel nas ilhas Virgens Britânicas, a Empire. Os Marinho, sempre segundo inspetor da Receita, simularam investimento externo na empresa, que em seguida foi desmontada, com o capital transferido para a compra de direitos de transmissão. Isso resultou em multa de mais de R$ 600 milhões por sonegação de impostos no Brasil através de artifício contábil. O processo desapareceu de dentro de uma sede da Receita no Rio de Janeiro, o que retardou ação que poderia resultar em denúncia criminal dos Marinho — segundo nossas fontes, eles pagaram a multa que ascendeu a cerca de R$ 1 bilhão.
2. Embora não tenham sido citados na contabilidade paralela da empreiteira Odebrecht, os irmãos Marinho deixaram de noticiar em detalhes a existência de contribuições de campanha a seus aliados políticos. As justificativas: “faltaria tempo” no Jornal Nacional e era impossível determinar exatamente quais pagamentos tinham sido ilegais. No entanto, este mesmo cuidado nunca foi observado quando se tratava de delações que comprometiam o PT, Lula ou a presidente Dilma. O grampo entre Dilma e Lula, captado ilegalmente, foi reproduzido no mesmo Jornal Nacional sem qualquer tipo de observação que poderia macular seu conteúdo.
3. A neta xodó de Roberto Marinho, Paula, filha de João Roberto Marinho, teve o nome diretamente associado a três empresas offshore criadas pela panamenha Mossack & Fonseca. Paula, pelas anotações, teria pago taxas de manutenção das empresas Vaincre LLC, Juste International e A Plus Holdings. Os documentos, apreendidos no escritório da Mossack em São Paulo, nunca foram avaliados ou divulgados pela mídia corporativa. A família Marinho diz que Paula não tinha relação com as empresas, que pertenciam ao marido dela, Alexandre Chiappetta Azevedo. Porém, a investigação segue sem que haja vazamentos como aqueles que acompanharam outras investigações da Lava Jato. O juiz Sérgio Moro, herói promovido pela Globo, remeteu os dados da apreensão para análise do Supremo Tribunal Federal (STF), sem que se tenha determinado que as empresas pertencessem a pessoas com foro privilegiado.
Tal é o poder da Globo!
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sobraram
Charge de Ivan Cabral
Folha já deu ontem: o deputado que foi retirado da relatoria do caso Eduardo Cunha na Comissão de Ética da Câmara por ter apresentado um relatório por sua cassação, renunciou ontem a sua vaga no colegiado. Fausto Pinatto, que chegou a receber ameaças por isso, não diz, mas é óbvio que sabe que, vencendo, Cunha o esmagaria.

E o Estadão, numa discreta matéria, registra que Moro sonha com fim da Lava Jato até dezembro.

Missão cumprida. Derrubado o governo, “tudo como dantes no quartel de Abrantes”.

Nas contas deles, não entra, senão como massa de manobra, o povo brasileiro.

Despertaram-lhe, com uma campanha de mídia, os seus “instintos mais primitivos”, criando uma legião de Robertos Jeffersons.

Contra isso, só bem tarde, mas de maneira crescente, ergueu-se a nação sadia, tolerante, legalista.

Os homens do poder político e econômico, agora, acham que podem, simplesmente, desligar a máquina monstruosa que acionaram.

Não podem, porque  se despertou um processo político-social que já não depende dela para andar.

A história está nas ruas