Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 26 de setembro de 2010

Jornal inglês diz que Dilma é "uma líder extraordinária"



O jornal The Independent destacou neste domingo que o Brasil se prepara para eleger no próximo final de semana a "mulher mais poderosa do mundo" e "uma líder extraordinária". As pesquisas mostram que ela construiu uma posição inexpugnável – de mais de 50%, comparado com menos de 30% - sobre o seu rival mais próximo, homem enfadonho de centro, chamado José Serra. Jornal também afirma que candidata tem sofrido ataques em uma campanha impiedosa de degradação patrocinada pela mídia brasileira.
A mulher mais poderosa do mundo começará a andar com as próprias pernas no próximo fim de semana. Forte e vigorosa aos 63 anos, essa ex-líder da resistência a uma ditadura militar (que a torturou) se prepara para conquistar o seu lugar como Presidente do Brasil.

Como chefe de estado, a Presidente Dilma Rousseff irá se tornar mais poderosa que a Chanceler da Alemanha, Angela Merkel e que a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton: seu país enorme de 200 milhões de pessoas está comemorando seu novo tesouro petrolífero. A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com a China, é algo que a Europa e Washington podem apenas invejar.

Sua ampla vitória prevista para a próxima eleição presidencial será comemorada com encantamento por milhões. Marca a demolição final do “estado de segurança nacional”, um arranjo que os governos conservadores, nos EUA e na Europa uma vez tomaram como seu melhor artifício para limitar a democracia e a reforma. Ele sustenta um status quo corrompido que mantém a imensa maioria na pobreza na América Latina, enquanto favorece seus amigos ricos.

A senhora Rousseff, a filha de um imigrante búlgaro no Brasil e de sua esposa, professora primária, foi beneficiada por ser, de fato, a primeira ministra do imensamente popular Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-líder sindical. Mas com uma história de determinação e sucesso (que inclui ter se curado de um câncer linfático), essa companheira, mãe e avó será mulher por si mesma. As pesquisas mostram que ela construiu uma posição inexpugnável – de mais de 50%, comparado com menos de 30% - sobre o seu rival mais próximo, homem enfadonho de centro, chamado José Serra. Há pouca dúvida de que ela estará instalada no Palácio Presidencial Alvorada de Brasília, em janeiro.

Assim como o Presidente Jose Mujica do Uruguai, vizinho do Brasil, a senhora Rousseff não se constrange com um passado numa guerrilha urbana, que incluiu o combate a generais e um tempo na cadeia como prisioneira política.

Quando menina, na provinciana cidade de Belo Horizonte, ela diz que sonhava respectivamente em se tornar bailarina, bombeira e uma artista de trapézio. As freiras de sua escola levavam suas turmas para as áreas pobres para mostrá-las a grande desigualdade entre a minoria de classe média e a vasta maioria de pobres. Ela lembra que quando um menino pobre de olhos tristes chegou à porta da casa de sua família ela rasgou uma nota de dinheiro pela metade e dividiu com ele, sem saber que metade de uma nota não tinha valor.

Seu pai, Pedro, morreu quando ela tinha 14 anos, mas a essas alturas ele já tinha apresentado a Dilma os romances de Zola e Dostoiévski. Depois disso, ela e seus irmãos tiveram de batalhar duro com sua mãe para alcançar seus objetivos. Aos 16 anos ela estava na POLOP (Política Operária), um grupo organizado por fora do tradicional Partido Comunista Brasileiro que buscava trazer o socialismo para quem pouco sabia a seu respeito.

Os generais tomaram o poder em 1964 e instauraram um reino de terror para defender o que chamaram “segurança nacional”. Ela se juntou aos grupos radicais secretos que não viam nada de errado em pegar em armas para combater um regime militar ilegítimo. Além de agradarem aos ricos e esmagar sindicatos e classes baixas, os generais censuraram a imprensa, proibindo editores de deixarem espaços vazios nos jornais para mostrar onde as notícias tinham sido suprimidas.

A senhora Rousseff terminou na clandestina VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares). Nos anos 60 e 70, os membros dessas organizações sequestravam diplomatas estrangeiros para resgatar prisioneiros: um embaixador dos EUA foi trocado por uma dúzia de prisioneiros políticos; um embaixador alemão foi trocado por 40 militantes; um representante suíço, trocado por 70. Eles também balearam torturadores especialistas estrangeiros enviados para treinar os esquadrões da morte dos generais. Embora diga que nunca usou armas, ela chegou a ser capturada e torturada pela polícia secreta na equivalente brasileira de Abu Ghraib, o presídio Tiradentes, em São Paulo. Ela recebeu uma sentença de 25 meses por “subversão” e foi libertada depois de três anos. Hoje ela confessa abertamente ter “querido mudar o mundo”.

Em 1973 ela se mudou para o próspero estado do sul, o Rio Grande do Sul, onde seu segundo marido, um advogado, estava terminando de cumprir sua pena como prisioneiro político (seu primeiro casamento com um jovem militante de esquerda, Claudio Galeno, não sobreviveu às tensões de duas pessoas na correria, em cidades diferentes). Ela voltou à universidade, começou a trabalhar para o governo do estado em 1975, e teve uma filha, Paula.

Em 1986 ela foi nomeada secretária de finanças da cidade de Porto Alegre, a capital do estado, onde seus talentos políticos começaram a florescer. Os anos 1990 foram anos de bons ventos para ela. Em 1993 ela foi nomeada secretária de minas e energia do estado, e impulsionou amplamente o aumento da produção de energia, assegurando que o estado enfrentasse o racionamento de energia de que o resto do país padeceu.

Ela tinha mil quilômetros de novas linhas de energia elétrica, novas barragens e estações de energia térmica construídas, enquanto persuadia os cidadãos a desligarem as luzes sempre que pudessem. Sua estrela política começou a brilhar muito. Mas em 1994, depois de 24 anos juntos, ela se separou do Senhor Araújo, aparentemente de maneira amigável. Ao mesmo tempo ela se voltou à vida acadêmica e política, mas sua tentativa de concluir o doutorado em ciências sociais fracassou em 1998.

Em 2000 ela adquiriu seu espaço com Lula e seu Partido dos Trabalhadores, que se volta sucessivamente para a combinação de crescimento econômico com o ataque à pobreza. Os dois se deram bem imediatamente e ela se tornou sua primeira ministra de energia em 2003. Dois anos depois ele a tornou chefe da casa civil e desde então passou a apostar nela para a sua sucessão. Ela estava ao lado de Lula quando o Brasil encontrou uma vasta camada de petróleo, ajudando o líder que muitos da mídia européia e estadunidense denunciaram uma década atrás como um militante da extrema esquerda a retirar 24 milhões de brasileiros da pobreza. Lula estava com ela em abril do ano passado quando foi diagnosticada com um câncer linfático, uma condição declarada sob controle há um ano. Denúncias recentes de irregularidades financeiras entre membros de sua equipe quando estava no governo não parecem ter abalado a popularidade da candidata.

A Senhora Rousseff provavelmente convidará o Presidente Mujica do Uruguai para sua posse no Ano Novo. O Presidente Evo Morales, da Bolívia, o Presidente Hugo Chávez, da Venezuela e o Presidente Lugo, do Paraguai – outros líderes bem sucedidos da América do Sul que, como ela, têm sofrido ataques de campanhas impiedosas de degradação na mídia ocidental – certamente também estarão lá. Será uma celebração da decência política – e do feminismo.

Tradução: Katarina Peixoto

Resposta aos Barões da Imprensa paulista

Posted by eduguim on 26/09/10 • Categorized as Opinião do blog

Dois dos maiores jornais do país tomaram uma decisão que, quando a história deste período for contada, explicará a decadência em que mergulharam aqueles que serão lembrados como “barões da imprensa”. Em 26 de setembro de 2010, os periódicos anunciaram, em editoriais, as suas respectivas posições políticas, ambas de confronto com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Os jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo surgiram em um Brasil que não existe mais. Naquele país-fazenda, ribombavam as vozes das famílias que os fundaram e que os tornaram multimilionários à custa do Estado, dos favores de governos amigos, alguns alçados ao poder por meio de ruptura da ordem constitucional que esses veículos apoiaram.
O Estado de São Paulo nasceu em 1875, sendo batizado como A Província de São Paulo. O jornal foi impulsionado pela venda avulsa. Um imigrante francês chamado Bernard Gregoire saía a cavalo pelas ruas da capital paulista soprando uma corneta e vendendo exemplares. A imagem do vendedor trombeteando em seu cavalo tornar-se-ia símbolo do jornal.
Em 1964, o jornal paulista, agora rebatizado como O Estado de São Paulo, perfilou-se à União Democrática Nacional (UDN) de Carlos Lacerda, fazendo oposição cerrada ao então presidente João Goulart. Dois anos antes do golpe, o diretor do jornal, Júlio de Mesquita Filho, redigiu o “Roteiro da Revolução”, editorial em que exortava a oposição civil a se unir aos militares, então chamados de “partido fardado”, que desde o limiar da República interferia na política.
Em 1964, o jornal O Estado de São Paulo pediria e apoiaria o golpe militar e a eleição indireta de Castello Branco. Em 1º de abril daquele ano, publicou texto de apoio à derrubada de João Goulart fazendo uma relação entre aquele momento político e o da Revolução Constitucionalista de 1932.
O jornal paulista só romperia com a ditadura quatro anos depois do golpe. Em 1968, com a sua redação ocupada por censores do regime, publicou editorial que seria censurado por meio de apreensão de seus exemplares que chegavam às ruas. A família Mesquita descobriria, então, que quando se viola a democracia nem os que ajudaram a fazê-lo podem se considerar a salvo dos chefes violadores.
A Folha de São Paulo, por sua vez, nasceu em 1921, 46 anos depois do Estadão. Então batizada como “Folha da Noite”, era dirigida por Olival Costa e Pedro Cunha. Durante a revolução de 1930, foi fechada por reação popular, que empastelou o jornal.
Voltou a funcionar em 1931 com novos donos e nova linha editorial, sob o nome de Folha da Manhã. Era dirigida por Alves de Lima, Diógenes de Lemos Azevedo, Guilherme de Almeida e Rubens do Amaral. Em 1962, o jornal foi vendido a Carlos Caldeira Filho e Octavio Frias de Oliveira e rebatizado como Folha de São Paulo.
Tal qual o Estadão, a Folha também apoiou o golpe militar de 1964 e a ditadura que estava sendo implantada no Brasil. Segundo o colunista Elio Gaspari, chegou a emprestar veículos para transporte de presos. Isso mesmo, o jornal que fala em censura à imprensa fez parte da estrutura de assassinato e tortura dos ditadores de plantão.
O apreço pela ditadura era tanto que em 1971, durante o governo do general-presidente Emílio Garrastasu Medici, o jornal publica editorial, assinado por Octavio Frias de Oliveira, que definia assim o governo ditatorial:
“(…)Um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular, está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social – realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama (…)”.
Hoje, sabe-se que a maior vítima da ditadura militar foi justamente a justiça social. Foi durante a ditadura, que Frias defendeu com tanto ardor, que o Brasil chegou a ser um dos cinco países com maior concentração de renda no mundo, perdendo a primeira colocação apenas para países africanos miseráveis.
A tomada de posição política em relação ao governo Lula que esses jornais publicaram em suas edições de 26 de setembro de 2010 – tendo a Folha publicado o texto em sua capa –, em pretensa resposta à crítica do presidente da República a uma conduta partidarizada desses veículos, vem sendo desprezada por uma maioria esmagadora da sociedade, como revelam as pesquisas de opinião sobre este governo e sua candidata.
Em todos os níveis de escolaridade, em todas as faixas etárias, em todas as regiões – com exceção, apenas, entre os mais ricos –, os brasileiros, em maioria avassaladora, ignoram as diatribes diárias desses jornais contra o governo mais respeitado – nacional e internacionalmente – e popular da história deste País. Suas denúncias contra um só lado são ignoradas, e o Brasil caminha para dar uma vitória histórica à candidata que rejeitam.
Todavia, há que fazer uma distinção entre as posturas adotadas pelo Estadão e pela Folha. Enquanto que o primeiro, como que atendendo a exortação do presidente da República, finalmente sai do armário, deixando claro, de forma tardia, que tem candidato, exatamente como o chefe da nação disse que tinha, o segundo continua tentando se esconder sob uma imparcialidade na qual só os seus controladores e empregados bajuladores dizem acreditar.
Por mais que os argumentos do Estadão para justificar que tenha se convertido em cabo eleitoral de José Serra sejam questionáveis e não resistam à menor exposição àquele contraditório que o jornal censura furiosamente, seus controladores não têm descido ao nível da família Frias.
Entre todas as barbaridades praticadas pela Folha, algumas das quais já lhe renderam sucessivas condenações na Justiça, uma delas jamais encontrou paralelo na dita “grande imprensa” nacional. O jornal publicou em sua primeira página a falsificação de uma ficha policial de Dilma Rousseff, adversária do candidato extra-oficial do veículo, José Serra.
A Folha publicou em sua primeira página o conteúdo de um e-mail apócrifo, sem ter verificado absolutamente nada sobre a veracidade do documento. Tanto é que, depois do malfeito, escreveu nota de esclarecimento dizendo que não tinha elementos para negar ou confirmar a veracidade de uma falsificação contra uma ministra de Estado que publicou em seu espaço de maior visibilidade, na primeira página.
Em seu editorial de 26 de setembro de 2010, em que reafirma ser “isenta”, a Folha chega a “advertir” o presidente da República e sua candidata de que não aceitará que tentem “censurar” a imprensa, esgrimindo com cláusula pétrea da Constituição que versa sobre liberdade de expressão. O Estadão vai pela mesma linha de confronto com este governo por ter as mesmas inclinações antidemocráticas que o seu congênere, ainda que tenha mais caráter.
Ambos, porém, carregam o suplício de inocentes em seus currículos fétidos. Sob essa trajetória conspurcada por um apreço patético e degenerado pelo estupro do Estado Democrático de Direito que Estadão e Folha agora se arvoram em sentinelas da democracia. E é por esse cinismo atroz que esses jornais terminarão na lata de lixo da história.

afinal, quais razões teriam levado os principais grupos da grande mídia a fazer oposição sistemática a um governo que continua a contar com maciço apoio popular?


setembro 25th, 2010 by mariafro
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Resposta: é da natureza do escopião….
MÍDIA & GOVERNO
Razões para a hostilidade crescente
Por Venício A. de Lima em 22/9/2010, no Observatório da Imprensa
O processo eleitoral e a indisfarçável partidarização revelada na cobertura jornalística dos principais veículos da grande mídia provocaram, nas últimas semanas, reações cada vez mais explícitas e contundentes por parte do próprio presidente da República. Por outro lado, o atual governo chegará ao seu término enfrentando uma hostilidade crescente por parte desses veículos. A virulência dos ataques de editoriais e colunistas contra o governo e o próprio presidente Lula encontram poucos e raros paralelos na história política brasileira.
A hostilidade entre alguns veículos e o governo é agora, mais do que antes, inegavelmente recíproca e pública.
Razões intrigantes
Nesse contexto, diante da proximidade das eleições e da provável vitória da candidata apoiada pelo atual governo – aos quais esses veículos fazem oposição explícita – é inevitável que surjam questões que não só busquem compreender o que vem acontecendo no processo eleitoral, mas, sobretudo, questões prospectivas de como poderão ser as relações da grande mídia com o próximo governo.
Uma questão, em particular, desafia o senso comum: afinal, quais razões teriam levado os principais grupos da grande mídia a fazer oposição sistemática a um governo que continua a contar com maciço apoio popular?
Um observador da mídia que não tem acesso a informações dos bastidores do poder – nem propriamente político, nem midiático – por óbvio, também não tem como responder a essa pergunta. Todavia, é intrigante a constatação do que está a ocorrer.
No Brasil, ao contrário do que acontece em alguns países da América Latina, os oito anos de governo Lula não representaram a mais remota ameaça à grande mídia. Em nossos vizinhos, apesar da oposição de grupos dominantes de mídia, foram democraticamente eleitos governos que tomaram a iniciativa de rever e/ou propor nova regulação para o setor de comunicações, desafiando interesses historicamente enraizados. Aqui nada disso ocorreu.
A grande mídia nativa não foi objeto de qualquer regulação ou saiu derrotada de qualquer disputa em relação às políticas públicas do setor de comunicações. Basta verificar que nos projetos (ou mesmo pré-projetos) e programas nos quais ela considerou estarem seus interesses ameaçados, houve recuo do governo Lula e/ou os projetos não lograram aprovação no Congresso Nacional.
Exemplos: a criação do Conselho Federal de Jornalismo (em 2004); a transformação da Ancine em Ancinav (em 2005); a criação das RTVIs (em 2005); a guinada em relação ao modelo de TV Digital (de 2003 para 2006); a nova regulação das rádios comunitárias que apesar de recomendações geradas em dois grupos de trabalho não saiu do papel (2003 e 2005); a regulação da TV paga através do PL 29 (2007) que até hoje tramita no Congresso Nacional; o recuo nas propostas relativas ao direito à comunicação constantes da terceira versão do Plano Nacional de Direitos Humanos (2009); o anunciado projeto de uma Lei Geral de Comunicação de Massa que nunca se materializou; etc. etc.
A única medida de política pública – aliás, prevista no artigo 223 da Constituição de 1988 – que logrou ser implementada pelo governo Lula foi a criação de uma empresa pública de comunicação, a EBC (Empresa Brasil de Comunicação), que, embora ridicularizada pela grande mídia, é complementar a ela e não representa qualquer ameaça.
Por outro lado, a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, em dezembro de 2009 – que tem efeitos apenas propositivos –, foi não só boicotada como satanizada nos principais veículos de comunicação do país.
O que teria provocado, então, tamanha hostilidade dos grupos dominantes de mídia?
Vivemos em plena liberdade da imprensa. O governo não deixou de aplicar vultosos recursos em publicidade oficial paga destinada exatamente à grande mídia. Apesar disso, além da oposição política publicamente admitida inclusive pela presidente da ANJ, a grande mídia insiste em anunciar que o atual governo constitui uma permanente ameaça à liberdade de expressão e que o seu partido padece de uma obsessão autoritária e stalinista de controlar a imprensa.
Outras questões
Diante de tamanho enigma, outras questões igualmente inquietantes carecem também de resposta.
Qual será o comportamento desses veículos depois das eleições? Que tipo de relação é possível se construir entre eles e o novo governo, especialmente se for eleita a candidata que enfrentou sua oposição sistemática? Que comportamento esperam esses veículos do novo governo?
E mais: o que acontecerá com a credibilidade de veículos de mídia que (1) praticam “jornalismo investigativo” seletivo, em relação apenas a uma das candidaturas e (2) transformam suspeitas e denúncias em “escândalos políticos midiáticos”, mas raramente a Justiça consegue estabelecer a veracidade das acusações?
Levando-se em conta o que está acontecendo, não só na América Latina, mas, inclusive, no processo eleitoral em curso para as eleições legislativas nos Estados Unidos, é ainda de se perguntar: a quem interessa a radicalização do processo político?
As razões verdadeiras não são fáceis de ser detectadas. Talvez seja mesmo, como se diz na conhecida fábula, “da natureza do escorpião”.

Lula afirma que tucanos queriam privatizar Petrobras

O Paraná: curral eleitoral de Beto Richa?



Se existe um fato ao que todos os paranaenses estão acostumados é o jogo político “sujo” que se dá invariavelmente nas campanhas ao governo do Estado. Se quem ataca e quem se defende, ou “quem começou a baixaria” é uma nebulosa que confunde o eleitor indeciso e acirra os ânimos dos que já estão vinculados a um e outro candidato, a eleição de 2010 traz um fato novo, inédito no país: um candidato consegue impugnação de 3 pesquisas encomendadas pelos meios de comunicação, realizadas pelos maiores e mais confiáveis institutos do País: Vox Populi, Ibope, Datafolha.

Manobras políticas à parte, cujos interesses escusos são imediatamente percebidos pelo eleitor, o que choca é a facilidade e a naturalidade com que um candidato a um governo democrático surrupia o cidadão do direito à informação. Mais chocante ainda é a docilidade com a qual o paranaense se curva diante do atentado à democracia e a liberdade de acesso à informação de interesse de todos.

Beto Richa conseguiu, através de sua atitude, colocar o paranaense e o Paraná em uma posição ridícula diante de outros Estados da federação. Porque o paranaense não tem o direito de saber como está a disputa em seu Estado , sendo que o carioca, o paulista, o gaúcho, o catarinense o sabem? E como é que um candidato acredita ter o direito de impugnar pesquisas eleitorais previamente registradas, passando por cima do direito do cidadão, manipulando a todos a seu bel prazer?

Parabéns Beto Richa, você conseguiu um fato histórico: nunca antes na história do Paraná fomos tratados como curral eleitoral e assim expostos na mídia nacional para nossa vergonha pública. Nunca antes na história deste Estado fomos tratados como uma manada de imbecis que não deve ter acesso a pesquisas eleitorais porque você assim decidiu. E você pretende governar esta manada de imbecis? Você será o governador deste curral que você tão displicentemente expôs na mídia? E é assim que você vai governar? Escondendo com a força e a manipulação aquilo que não te convém?

Parabéns Beto. Se você se eleger, mostrará efetivamente para o Brasil, o seu mote de campanha: “fez do paranaense um imbecil que não tem o direito à informação e do Paraná um dos maiores currais eleitorais deste País. Alagoas e Collor de Mello que se cuidem que aí vem o Paraná triunfante com Beto Richa.Celso Nascimento- Gazeta do Povo-

Como diz o José Simão...

E o Beto Richa no Paraná: "A vitória virá no primeiro turno". Como ele sabe se ele barrou a divulgação das pesquisas no Paraná?. Isso que é liberdade de expressão.

FHC admite derrota de Serra em jornal inglês




Em entrevista ao jornal britânico "Financial Times", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu que Dilma Rousseff (PT) deve ser eleita presidente.

O repórter Jonathan Wheatley relata em seu texto que, em entrevista há cerca de duas semanas e meia,

FHC confirmou que Dilma venceria a eleição, respondendo a uma pergunta do repórter, sobre faltar 3 semanas (na época), e já estava claro quem venceria as eleições.

FHC também criticou a forma como o PSDB fez oposição ao governo Lula:

"A oposição entendeu errado. Nós permitimos a mistificação de Lula. Mas Lula não é um revolucionário. Ele veio da classe trabalhadora e se comporta como se fizesse parte da velha elite conservadora."

Para o ex-presidente, o presidente Lula parou as reformas neoliberais necessárias [segundo ele], recomendadas pelo FMI.

"De certa forma, Lula tem anestesiado o Brasil. Nós esquecemos que o Brasil precisa continuar avançando. O que eu consegui fazer levou o país para frente. Mas então isso parou. Apenas parou."

Segundo FHC, Lula será lembrado como um Lech Walesa que deu certo. Sindicalista, Walesa foi presidente da Polônia de 1990 a 1995:

"Acho que ele será lembrado pelo crescimento e pela continuidade, e por colocar mais ênfase nos gastos sociais."

Eleições sem Globo! Lavareda dá a senha: só baixarias no Jornal Nacional podem mudar o quadro



De acordo com o sociólogo Antônio Lavareda (ligado aos demo-tucanos), o tom do noticiário durante a próxima semana será fundamental para "empurrar a eleição para o segundo turno". Se as notícias continuarem desfavoráveis ao governo, sobretudo com novas denúncias, é quase certo que o eleitorado de Dilma poderá diminuir mais.

Lavareda sublinha, obviamente, o peso do noticiário televisivo, em especial o Jornal Nacional, da Rede Globo. Para ele, o conjunto do noticiário terá tanto peso quanto os dois últimos debates. (Do Poder Online)

Comentário:

Isso é o que eles querem, e é o que vão tentar. Mas falta combinar com o povo.

Eu aposto na subida de Dilma nesta semana de chegada, principalmente a partir de quarta-feira, quando os mais indecisos e arredios acabam definindo seus votos.

Dilma deverá explorar o melhor do Brasil contra a campanha do ódio: a ascensão social de todos, dos mais pobres aos empresários que ganham com o aumento do mercado interno. A prosperidade nacional, o Brasil rumo a se tornar a 5ª economia do mundo, a presença internacional.

Deverá explorar a mensagem de que o governo Lula entrará para história como o início de uma era, mas que a melhor notícia é que essa história não acabou, foi só o começo de uma nova era na história do Brasil, que precisamos de gente como Dilma para continuar, 100% comprometida com tudo de bom que Lula fez.

Se o governo Lula já foi bom do jeito que foi, com Lula encontrando o Brasil quebrado e pendurado do FMI nos primeiros anos, imagina com Dilma garantindo a riqueza do pré-sal para os brasileiros, tocando o programa de investimentos da Petrobras, com os bilhões que entraram na empresa, e com a economia bombando, crescendo mais de 7% este ano? Será mais dinheiro para educação, saúde, renda, empregos, aposentadorias melhores, salários melhores, moradias melhores, uma vida melhor.

E tudo será mais fácil e mais rápido, com os programas que não existiam, nasceram, cresceram e agora estão maduros e em pleno andamento como o PAC2, o Minha Casa, Minha Vida, o ProUni e o Reuni, a rede de escolas técnica, a elevação do piso nacional do professor, a rede de creches.

Ela falará também dos 14 a 15 milhões de empregos gerados, e do tanto que será gerado nos próximos 4 anos com todos esses programas, da elevação da renda de todos: desde o salário mínimo, dos aposentados, até dos trabalhadores mais qualificadas que conseguem dissídios acima da inflação.

E é isso que todos nós precisamos argumentar em nossas conversas, e levar para as ruas.

O único problema de Dilma é que falta tempo para falar tanta coisa boa, e ela não contará com espaço na imprensa que publique estas verdades.

É provável até que seja preciso concentrar em alguns poucos tópicos principais, na propaganda da TV e nas entrevistas. É recomendável que seja até um pouco monotemática nas entrevistas. O ideia é procurar responder com uma frase curta e objetiva sobre as picuinhas que os repórteres do PIG perguntam, e encaixar nas respostas estes temas, reduzindo a margem de manobra dos editores do Jornal Nacional pinçar os piores trechos.

Exemplo 1: Liberdade de imprensa? É a favor da liberdade total, tanto dos que preferem só falar mal do governo Lula, como do direito daqueles que querem noticiar que a Petrobras garantiu o dinheiro para os investimentos no pré-sal, que gerará milhares de empregos nos próximos anos e garantiu um futuro promissor de riqueza para o Brasil. E o melhor disso tudo é que, diferente do governo passado de FHC, sem vender patrimônio público e sem se endividar, pelo contrário, com o Brasil ficando dono de uma fatia maior da empresa do que já tinha, com a Petrobras mais forte e mais nacionalizada.

Exemplo 2: Perguntas sobre corrupção? Quem andar fora da linha paga pelo que fez, e isso vale para qualquer funcionário até do mais alto escalão, doa a quem doer. A Polícia Federal foi equipada para fazer seu trabalho independente de nomes, e não temos mais um engavetador geral da república como havia no governo FHC. A sujeira não é mais jogada para debaixo do tapete.

Perguntas sobre impunidade? O problema da impunidade no Brasil ainda é a infinidade de recursos que os verdadeiros corruptos tem direito no poder judiciário. A Polícia Federal e a CGU fazem sua parte, encaminhando o resultado das investigações à justiça.

Dilma deverá se sair melhor nos debates do que os demais candidatos, como tem acontecido. Ela se mostrou melhor debatedora, tem mais conteúdo, e tem os melhores argumentos, e tem a melhor carta na mão, que é sua associação com o presidente Lula e a plena participação em seu governo, e sua biografia limpa (Serra, por exemplo, declarou ter 17 processos na justiça). Dilma deve encaixar a mensagem de ser 100% comprometida com a continuação da era Lula, que continuará mudando o Brasil para melhor, logo na primeira fala do debate da Globo.

Durante a semana, o presidente Lula tem bala na agulha para, ele mesmo, responder eventuais baixarias contra seu governo, contra seu partido e contra sua candidata.

Para o bem geral da nação, é importante também que todos os ministérios, órgãos e estatais que forem achincalhados no noticiário, respondam prontamente com notas de esclarecimento, com fatos e dados, sem entrar na questão eleitoral.

Além disso, nesta mesma última semana, está em curso grande crescimento nos estados de candidatos a governador e ao senado da base de apoio à Dilma. A militância do PT, e as máquinas do PMDB e outros grandes partidos, devem ir para as ruas com tudo, até para elegerem suas bancadas.

As pesquisas vão malhar os números ali na margem de erro e até além da margem. Tentarão inflar Marina e os "nanicos", tentarão induzir o eleitorado. Mas o povo não é mais bobo: quanto menos a imprensa mostra o que Lula e Dilma dizem, mais o povo presta atenção no pouco que é publicado do que eles dizem, e mais vai buscar notícias na internet.

Lavareda faz seu papel de animar sua turma, porque os números atuais são desanimadores para eles. E jogar a toalha agora, seca as fontes de financiamento de campanha deles, reduz a bancada de deputados, senadores e governadores de oposição com chance de ser eleita.

Por fim, guerra é guerra. Eles com suas Veja, Folha, Estadão e Globo, espalhando espinhos do ódio e o estrume da mentira em meio a meias-verdades. Nós com nossas armas, entre elas o boicote à cobertura da Globo, mas também com nossas flores vencendo os canhões deles, e fazendo do estrume que eles jogam, o adubo para nosso jardim.

Veja, Folha, Estadão tem pouco poder de fogo, fora de São Paulo. A grande ameaça é a Globo. Ela tem um histórico que vai desde a conivência com a ditadura, quando publicou resultados fraudados contra Leonel Brizola nas eleições de 1982, no famoso caso Proconsult, passando pela imoral edição do debate Lula x Collor em 1989, até chegar a 2006, quando escondeu o acidente da Gol, para mostrar a "obra fotográfica" do delegado Bruno, para influir no resultado das urnas.

Por isso, o melhor é todo mundo fazer "eleições sem Globo". Os outros canais podem não ser tão diferentes assim, mas não tem o cacife da Globo, que se acha capaz de fazer e desfazer presidentes.

Boicote amplo e geral aos noticiários globais, e à cobertura das eleições naquela emissora.