Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Pesquisadora da Unicamp e jornal inglês veem surto fascista no país

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Quando alguém diz que há um surto fascista no Brasil, não são só as pessoas conservadoras e/ou assumidamente de direita que se incomodam. Até pessoas autoproclamadas de esquerda acham exagero. Não é o que pensam, porém, o diário inglês Financial Times e uma pesquisadora da Unicamp.
Nas primeiras horas do último dia 10 de janeiro, o site da publicação britânica divulgou reportagem intitulada como (em tradução livre) “Neonazismo no Brasil desafia mito da democracia racial da nação”.
A reportagem se baseia em monitoramento da internet realizado pela antropóloga e pesquisadora da Unicamp Adriana Dias, quem tem dedicado a vida à etnografia do neonazismo no Brasil.
Para quem não sabe, etnografia é estudo descritivo de grupos sociais, de suas características antropológicas, sociais etc., e o neonazismo é uma forma de fascismo.
A última medição da pesquisadora mostrou que o número de sites que veiculam informações de interesse neonazistas subiu 170%, saltando de 7.600 para 20.502. No mesmo período, os comentários em fóruns sobre o tema cresceram 42.585%.
O aumento do comportamento nazifascista no Brasil vem chamando tanta atenção que o diário inglês Financial Times – que tem mais de 2 milhões de leitores mundo afora e foi fundado há mais de um século – produziu uma reportagem que você irá ler a seguir em tradução um tanto quanto capenga, mas que dá para entender perfeitamente.
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Neonazismo no Brasil desafia mito da democracia racial da nação
10 de janeiro de 2017
Por Joe Leahy
Quando o policial brasileiro Paulo César Jardim lançou uma série de inspeções às casas de supostos neonazistas no Estado do Rio Grande do Sul, revelou uma trama bizarra.
O movimento neonazista do país, com seu mundo secreto de suásticas, propaganda de ódio e violência nas ruas, estava sendo recrutado por extremistas de direita na Ucrânia para lutar contra rebeldes pró-russos na guerra civil do país europeu.
A Divisão Misantrópica da Ucrânia, um grupo de extrema-direita alinhado com o Batalhão Azov, um grupo paramilitar ultranacionalista alinhado com Kiev, estava por trás da campanha de recrutamento, alegou o Sr. Jardim, o principal caçador neonazista do Brasil.
Uma pessoa foi detida junto com 47 cargas de pistola de 9mm nas invasões de dezembro. Mais tarde ele foi libertado. A polícia ainda estava investigando se os brasileiros já haviam se juntado à luta na Ucrânia, disse ele, negando-se a elaborar mais.
“Tínhamos consciência de que alguém tinha vindo da Europa. . . Um italiano. . . Tinha vindo ao Brasil para recrutar pessoas para a Ucrânia “, disse Jardim ao FT.
A revelação, se comprovada, de que os movimentos ultranacionalistas subterrâneos do Brasil buscam experiência de combate no exterior é um desenvolvimento preocupante em um fenômeno que chocou um país que se considera um caldeirão racial.
O surgimento de neonazistas no Brasil tem desafiado um mito popular de que o racismo, pelo menos a variedade evidente em exibição nos EUA e outros países ocidentais, não existe lá. Com mais de metade da população reivindicando pelo menos alguma herança africana, os brasileiros se orgulham das relações relaxadas entre os diferentes grupos raciais do país. Mas tem havido um fluxo constante de ataques nos últimos anos.
Apenas no ano passado, os neonazistas atacaram uma banda de punk que defendia direitos iguais e homossexuais com facas e tomahawks.
Enquanto a extrema-direita ainda é vista como a margem da política em um país que se libertou de duas décadas de ditadura militar apenas em meados dos anos 80, os políticos ultraconservadores e seus partidários estão dispostos a preencher um vácuo político que se desenvolveu após o julgamento de agosto da ex-presidente Dilma Rousseff, dizem analistas.
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Bolsonaro nega ser neonazista
Jair Bolsonaro, congressista de extrema-direita e ex-capitão do exército brasileiro, conquistou as manchetes no ano passado por elogiar um conhecido torturador da era da ditadura. Também no ano passado, um grupo de ultraconservadores invadiu o Congresso e revelou bandeiras pedindo o retorno do governo militar.
Bolsonaro negou ser neonazista, mas os críticos o acusam de compartilhar muitos pontos de vista do movimento, como o racismo ea intolerância.
“Nunca imaginei que o neonazismo fosse possível no Brasil porque este é o país do futebol, o país do carnaval. . . Nós somos um povo feliz “, disse Jardim.
A fortaleza do neonazismo no Brasil é o sul e sudeste do país, do Rio de Janeiro e de São Paulo ao Rio Grande do Sul, regiões que receberam a maior parte dos imigrantes alemães, italianos e poloneses do Brasil.
Enquanto a América do Sul também era conhecida por ter recebido nazistas fugindo da derrota da Alemanha de Hitler na segunda guerra mundial, os movimentos neonazistas não têm relação com esses indivíduos e, em sua maioria, surgiram de sites de ódio na Internet.
O Brasil, com 200 milhões de habitantes, tem 150 mil “simpatizantes” envolvidos em movimentos neonazistas, segundo um artigo da antropóloga Andriana Dias da Unicamp.
“A violência expressa por esses grupos, seja em ataques físicos a negros, judeus ou homossexuais, ou a disseminação de sua literatura de ódio. . . Tem exigido nos últimos anos muito trabalho. . . Em termos de investigação e condenações “, escreveu ela.
Um dos casos mais marcantes ocorreu em Porto Alegre, em 2005, no 60º aniversário do fim do Holocausto, quando um grupo de neonazistas armados com facas atacou judeus comemorando o evento, ferindo gravemente várias de suas vítimas.
Em casos mais recentes, os skinheads têm como alvo os gays na Avenida Paulista, a principal via pública em São Paulo. Em 2011, três skinheads foram condenados por tentar matar quatro pessoas, incluindo uma pessoa negra com um membro protético, com bastões e facas.
Desde o atentado de 2005 em Porto Alegre, a polícia do Rio Grande do Sul adotou uma atitude mais preventiva, prendendo e interrogando suspeitos antes que pudessem chocar suas parcelas, disse Jardim. Houve até 50 acusações nos últimos 15 anos, acrescentou.
Esta foi a abordagem utilizada na investigação da Ucrânia – chamada Operação Azov após o suposto envolvimento do grupo paramilitar da Europa Oriental.
Sr. Jardim disse que quando ele trouxe suspeitos para interrogatório, como ele fez durante a Operação Azov, ele muitas vezes tentou convencê-los que seu credo estava fora de lugar em um país cujos heróis incluíam futebolistas da Copa do Mundo Ronaldinho, Ronaldo e Romário – preto. Mas eles raramente mudaram de ideia.
“Estes não são criminosos comuns ou ladrões, eles têm uma ideologia. São pessoas que acreditam na limpeza étnica, na pureza racial “, disse ele.
Reportagem adicional de Mark Rachkevych na Ucrânia
É uma bomba. Grupos neonazistas brasileiros estariam indo ao exterior buscar treinamento militar. Ao mesmo tempo, o diário inglês – insuspeito de ser “comunista” ou “petralha”, já que é uma publicação conservadora que criticava muito a política econômica de Dilma Rousseff – coloca Jair Bolsonaro como líder de um movimento que, na tese do veículo inglês, estaria para praticar ações armadas no país.
É preocupante e espantoso que o jornal conservador, voltado para negócios e crítico de políticas econômicas como as dos governos do PT no Brasil, faça a primeira associação de peso entre criminosos neonazistas comuns e os movimentos políticos que derrubaram Dilma Rousseff de uma forma que foi questionada por toda a grande mídia internacional e por legiões de juristas e personalidades mundo afora.
A associação é lícita, já que os métodos de militância de grupos como Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre e de lideranças políticas como a família Bolsonaro guardam profunda relação com o nazifascismo – ou neonazismo, para quem preferir.
A militância neonazista a que o FT se refere pode ser vista nas agressões nos espaços públicos a pessoas e personalidades de esquerda que encarnam hoje os comunistas que Hitler perseguiu tanto quanto aos judeus. Sucedem-se relatos de pessoas sendo agredidas física e moralmente nas ruas do país só por despertarem suspeitas de serem de esquerda ou “petistas”.
Ao mesmo tempo em que líderes políticos como Bolsonaro e congêneres insuflam violência e ódio, como no caso da comemoração das chacinas em presídios que levantaram em seus discursos públicos, grupos organizados praticam ataques racistas a celebridades como forma de propaganda neonazista, nazifascista ou como preferirem chamar.
O nazifascismo cresceu tanto que até membros do governo golpista recitam teorias análogas à “solução final” de Hitler como se estivessem declamando um poema de amor, como foi o caso de um secretário do governo Temer que pediu “uma chacina de presos por semana”.
Tão preocupante quanto as denúncias do FT e da combativa pesquisadora Adriana Dias – quem, há mais de uma década, luta contra a ascensão nazifascista no Brasil – é a minimização que surge sempre que se faz um alerta de que as coisas estão para sair de controle.
Foi assim com as manifestações de junho de 2013 e foi assim com os avisos de que havia risco de um golpe parlamentar no Brasil. Houve displicência dos setores pensantes da sociedade quanto à possibilidade de golpe. E sobre o risco que significava ir à rua protestar contra não se sabe o que ao lado de qualquer radical disposto a marchar por alguma coisa, mesmo sendo um neonazista.
O nazismo já foi subestimado uma vez. Hitler foi produto da irresponsabilidade dos setores pensantes da sociedade alemã dos anos 1920, que não o levaram a sério e viram nele meios de a burguesia se livrar dos comunistas.
Encerro o post propondo uma reflexão àqueles que minimizaram antes e continuam minimizando os riscos à democracia.
A cena no vídeo que você vai ver a seguir é do cult movie “Cabaret”, de Bob Fosse (1972), com Liza Minelli e Michael York. Simboliza o modo como a ideologia nazista foi tomando conta das pessoas a partir do apelo à natureza, às belezas da pátria e a um futuro de glória.
Em um almoço paroquial, o personagem de Michael York comentava com um amigo da burguesia alemã que os nazistas eram ridículos e jamais chegariam ao poder, mas que antes de serem descartados ajudariam os ricos a se livrarem dos comunistas.
Eis que um jovem alemão típico (loiro, alto, olhos claros) e fardado se levanta e começa a entoar uma canção patriótica, Tomorrou Belongs To Me (o amanhã me pertence). O público se encanta e começa a cantar junto, tomado pela emoção patriótica.
Ao fim da cena, um dos burgueses pergunta ao outro se após a demonstração de força ainda achava que os nazistas não seriam problema. Eis o autoengano que atirou o mundo em uma das maiores catástrofes da história. Assista ao vídeo e lembre-se: já subestimamos o nazifascismo uma vez. E bastou.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

FT ataca Petrobras: 'vergonha nacional'

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Jornal britânico Financial Times aumenta o tom da campanha de ataques à Petrobras; reportagem desta terça-feira, afirma que a empresa brasileira se tornou uma 'vergonha nacional', o que jamais foi dito por eles da BP, responsável por um dos maiores desastres ambientais da história, no Golfo do México; publicação prevê até 'calote técnico' da companhia; enquanto isso, o bilionário especulador George Soros compra ações e reforça sua posição na Petrobras 


247 - A imprensa britânica aumentou o tom de suas críticas contra a Petrobras. Reportagem desta terça-feira do Financial Times classifica a empresa brasileira, que ontem anunciou a viabilidade de novos campos do pré-sal (leia aqui), como uma 'vergonha nacional' – algo que jamais foi dito, diga-se de passagem, da britânica BP, responsável por um dos maiores desastres ambientais da história, no Golfo do México.

Enquanto prossegue a campanha de desqualificação da Petrobras, o bilionário investidor George Soros compra ações na baixa e se consolida como um dos maiores minoritários da estatal (leia mais aqui).
Confira, abaixo, reportagem do Infomoney sobre o ataque desferido pelo Financial Times:
A enxurrada de denúncias sobre a Petrobras ganha destaque na imprensa internacional. O jornal britânico Financial Times publica na edição impressa desta terça-feira, 30, uma ampla reportagem sobre a crise na maior estatal brasileira.

Para a publicação, o suposto esquema de corrupção na petroleira transformou a companhia que já foi "orgulho do Brasil" em motivo de "vergonha nacional". O texto destaca ainda a hipótese de a empresa entrar em "calote técnico" pelos atrasos na divulgação dos resultados financeiros.

"A Petrobras, que em 2007 era o orgulho do Brasil após anunciar as maiores descobertas de petróleo offshore do mundo em décadas, hoje corre o risco de se tornar um pária entre os investidores e uma vergonha nacional para os brasileiros", diz o texto do FT, ao lembrar das denúncias de corrupção que envolvem diretores da empresa e grandes empreiteiras. A reportagem lembra ainda que Maria das Graças Foster, que comanda a companhia desde 2012, já teria oferecido o cargo à presidente Dilma Rousseff.

O FT lembra ainda que, diante do caso, a empresa tem atrasado a divulgação de números e isso poderia acarretar situação de "calote técnico". "Se a Petrobras não for capaz de divulgar os resultados financeiros auditados até 30 de abril, a empresa, que é uma dos maiores tomadores de empréstimos corporativos do Brasil com dívida estimada pela agência Moody's em US$ 170 bilhões, poderia desencadear um default técnico", diz o FT.

sábado, 11 de outubro de 2014

Financial Times: Armínio Fraga, inseguro e falso

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Essa é até engraçada.
O Financial Times, jornal da direita financista, e, portanto, tendente a apoiar Aécio Neves, publicou um artigo melancólico, expressando a decepção com o desempenho de Armínio Fraga, ministro da Fazenda num eventual governo Aécio Neves, no debate promovido na Globo, com Guido Mantega.
De acordo com o FT, “Fraga teve certamente os argumentos certos, contudo, Mantega “falou como um político confiante, baseando-se (embora um pouco falho) em narrativas populistas e coerentes”, enquanto “em grande parte Fraga respondeu com o pragmatismo frio e detalhes técnicos de um banqueiro central.”
O artigo destaca o comentário do jornalista brasileiro Sérgio Augusto no Twitter: “Eu tinha esquecido o quão ruim Armínio Fraga está em entrevistas e debates. Ele vem como tudo o que ele não é: inseguro e falso.”
Poderíamos acrescentar à análise do FT: o principal problema de Fraga, certamente, não é seu desempenho em entrevistas ou debates, e sim a sua rígida adesão a uma ideologia econômica que quase levou o mundo a bancarrota, e que provocou o sofrimento de milhões de brasileiros.
O Jornal do Brasil fez uma resenha do artigo.
O vídeo do debate está aqui. O que você acha?

terça-feira, 12 de agosto de 2014

IRONIA E BAIXARIA CRESCEM NA CRÍTICA ECONÔMICA

sexta-feira, 27 de junho de 2014

O jornalismo abutre

A exemplo do que fizeram nas Diretas Já, Organizações Globo dão um cavalo de pau e aderem à Copa: site do jornal O Globo desta 6ª feira traz chamadas como:As previsões furadas de dez artistas para a Copa do Mundo.Dez razões que tornam a Copa no Brasil inesquecível


Concluídas 95,5% das ações do PAC previstas para 2011/2014; obras prontas representam 84,6% do orçamento previsto e somam R$ 675,8 bi, 15,9% acima do último balanço

Preços desabam no atacado puxados pelo recuo dos alimentos: IGP-M, medido entre 21 de maio a 20 de junho, tem deflação de 0,74%

Acampamento dos Sem Teto reforça pressão para Câmara de Vereadores de SP aprovar Plano Diretor de Haddad ainda nesta semana; PSDB tenta adiar definição


Em editorial contra a Argentina, Globo passa recibo de um estreitamento ideológico que consolida sua desqualificação como mediador do debate que o país precisa.

por: Saul Leblon 

Arquivo

















Um editorial estampado no jornal O Globo desta semana ( 22/06) esclarece  a aparentemente inexplicável lógica  das pressões e interesses que ameaçam arrastar  a Argentina ao martírio  de um novo default.

Com o título ‘Debacle argentina é lição para o Brasil’, o  texto elucida  a dimensão política do torniquete  que pretende extrair de uma nação  fragilizada um valor  impagável e  indevido.

Há 12 anos,  93% dos credores  argentinos aceitaram uma moratória decretada pelo então presidente Nestor Kirchner (1950/2010).

A renegociação resultou em um desconto da ordem de 70% sobre  uma dívida ao redor de  US$ 130  bilhões,  herdada do ciclo ditatorial e do naufrágio neoliberal conduzido por Menen  & Cavalo, nos anos 90.

Um grupo recalcitrante  se recusou aderir ao pacote .Preferiu vender  seus  créditos,  da ordem de US$ 1,3 bi, equivalente a 1% da dívida total,  a dois fundos e 13 investidores.

Desde então, essa fauna especializada em rapinar as entranhas de economias em dificuldade,  varreu a Argentina com 99 tentativas jurídicas de receber o valor integral dos títulos adquiridos com deságios elevadíssimos.

Seus integrantes se esponjam  na hipótese de transformar carniça em filé-migon.

Outros detentores de 6% de títulos podres, igualmente não renegociados,  aguardam nas redondezas.

De olho no assalto dos abutres pioneiros ,  esperam  o resultado  para  compartilhar do botim. 
 
No último dia 16 , um juiz de Nova York, Thomas Griesa,  deu-lhes  o sinal encorajador.

Griesa acatou o pleito  dos abutres  e determinou que  tinham  o direito de receber a totalidade da dívida de US$ 1,3 bilhão. Mais:  o pagamento  deveria ser simultâneo  ao dos credores que aceitaram o desconto na reestruturação de 2003/2005.

Se a decisão for acatada, o governo argentino terá que desembolsar cerca de US$ 2,2 bi na próxima 2ª feira, dia 30 de junho (cerca de US$ 900 milhões  da parcela reestruturada, mais U$ 1,2 bi da rapina)

Não só.

A matilha dos  6%  avançaria em seguida sobre a carnificina.

Ao requerer isonomia nas cortes internacionais, imporia um saque da ordem de US$ 15 bilhões às reservas do país que se limitam a US$ 28 bilhões.

Ataques especulativos  contra um peso desprovido de lastro viriam na sequência. A capacidade de importação  já limitada  pela ausência de crédito mergulharia  a economia argentina em  uma espiral descendente devastadora.

Os próximos dez dias serão decisivos nesse jogo de vida ou morte entre uma nação e uma matilha.

 Nesta 5ª feira, a Casa Rosada tentou evitar o assalto.

Com cinco dias de antecedência,   depositou  US$ 900 milhões referentes à parcela  da dívida renegociada e blindou reservas em cofres juridicamente invioláveis ( o BIS).

É nesse ambiente de  saque  e  rapina  que deve ser lido o editorial de O Globo, cujo texto  dispara contra Cristina, ao mesmo tempo em que mira um eventual segundo mandato da presidenta Dilma, cercando-o de advertências e insolências.

Trechos:
(...)‘Esse desfecho começou a ser desenhado pela postura arrogante do marido de Cristina, Néstor Kirchner, quando era presidente, na imposição de condições draconianas na renegociação da dívida, tornada impagável no rompimento da política de câmbio fixo, em dezembro de 2001.(...) Tudo condimentado por um conhecido discurso nacional-populista, marca registrada do peronismo kirchnerista. 
O aprofundamento da crise do país — sem divisas em nível tranquilizador, com inflação em 30% e economia em recessão — marca o esperado esgotamento de um modelo heterodoxo intervencionista, de que resultaram a fuga dos investidores e a marginalização da Argentina no mundo. Apesar disso, aplaudido em Brasília. 
(...) Embora tudo fosse muito previsível, a diplomacia companheira do lulopetismo, à qual se subordina o Itamaraty, levou a política de comércio externo brasileira a concentrar suas apostas em aliados ideológicos latino-americanos, como a Argentina e a Venezuela, esta colocada para dentro do Mercosul numa manobra da Casa Rosada e do Planalto, de que foi vítima o Paraguai.(...)E, assim, o Mercosul tem hoje dentro dele duas bombas de demolição em contagem regressiva. As consequências já começaram a ser colhidas há algum tempo. Por ser mercado estratégico para as exportações brasileiras — hoje, o terceiro em importância, atrás de China e Estados Unidos —, a Argentina, com sua crise, tem agravado a tendência a déficits externos do Brasil’.

Um impecável exemplar de jornalismo abutre.

O recado dos Marinhos  espelha, ademais, a esperteza  dos que injetam amnésia política na sociedade para  depois vender velhas  fraudes  como floradas  frescas da serra.

O  martírio argentino é um desses casos cuja origem  remete diretamente ao modelo de desenvolvimento ora martelado como alternativa redentora  ‘ao populismo’ do ciclo de governos progressistas  instalados  na América Latina. Entre eles o do PT no Brasil.

Em 2003, quando começou o governo Kirchner, a Argentina era uma espécie de Grécia da América do Sul.

Desacreditada aos olhos de seu próprio povo, balançava como um 'joão bobo' nas mãos do capital especulativo interno e externo.

Nestor Kirchner herdou uma taxa de pobreza produzida pelo extremismo neoliberal –lá mais radical do que o de FHC aqui--  que afetava mais de 40% dos 37 milhões de argentinos.

A dívida da ordem de  US$ 130 bilhões, impagável, corroía todo o seu sistema financeiro.

Fruto mais do desespero do que de uma estratégia, a moratória decretada anteriormente, em 2001, colapsava os mecanismos de crédito e financiamento, sem os quais nenhuma economia funciona.

Os credores sobrevoavam o país à espera do melhor momento para arrancar os seus olhos. E o que lhe restasse de carne ainda.

O assédio  era brutal.

A mídia local , aliada dos interesses plutocráticos nativos e internacionais, interditava o debate de qualquer solução alternativa à rendição incondicional.
 
Poucos eram os aliados internacionais e entre eles não figurava o ministério da Fazenda brasileiro, dirigido então por Antonio Palocci.

 Para se ter a dimensão do cerco em torno da Casa Rosada, basta conferir o que a liderança do euro, os banqueiros e o FMI fazem hoje com Atenas, Lisboa e Madrid.

A diferença é que Nestor Kirchner não se dobrou.

E isso o jornalismo abutre não perdoa .

Com o  desconto de 70% imposto aos credores, Nestor destinou a receita remanescente a programas sociais e de investimento.

A taxa de pobreza recuou rapidamente.

 A economia argentina foi a que mais cresceu no hemisfério ocidental na  década passada.

As circunstâncias desse braço de ferro são espertamente omitidas agora.

Não é preciso edulcorar  --não se deve edulcorar--  os desafios da luta pelo desenvolvimento.

Com a  indústria  esfarelada nos anos 90 pela ortodoxia da dupla Menem & Cavalo, o renascimento argentino bateu no teto e começou a patinar justamente quando a crise internacional  estreitou a sua margem de manobra pelo canal das exportações .

 A desordem  criada pelo neoliberalismo derrubou os preços das exportações agrícolas  do país, comprometendo adicionalmente um fôlego cambial já restrito pela ‘seca’ de crédito pós-moratória.

 O jornalismo abutre  ataca nessa hora.

E o faz  preventivamente, na esperança de apagar as pegadas de seu próprio passivo.

Inclui-se  aí a safra de desastres colhidos na Grécia, Espanha, Portugal e outros, ora submetidos ao purgante ortodoxo que os argentinos rechaçaram  na moratória de 2003.

É ancorado nessa areia movediça  que o editorial dos Marinhos  ataca Cristina para, ao mesmo tempo, desossar  um provável segundo governo Dilma.

Aqui, de novo, nada a edulcorar.

A economia brasileira vive, de fato,  como tem reiterado Carta Maior, uma transição  de ciclo, cujo passo seguinte exige o amplo debate democrático de alternativas,  custos, ganhos e prazos.

Nem o Brasil, nem a Argentina, porém, constituem  exceções.Países latino-americanos  tidos como mais amigáveis aos mercados , casos do Peru, Colômbia e Chile, por exemplo,  vivem igualmente um declive de crescimento por conta do ambiente rarefeito criado pela crise  internacional (leia mais sobre esse tema na coluna de José Luis Fiori; nesta pág)

O jornalismo abutre  releva o custo transversal  da desordem instalada  pela agenda que comunga .

E nisso está cercado de ilustres companhias.

No ano passado, por exemplo,  o Brasil cresceu  2,3%  --o dobro da taxa mexicana.

Mas a nota de risco do México foi elevada pela agencia Moody’s, no início de 2014.

E a do Brasil cortada em dois graus.

O que deixou o país abaixo da classificação concedida ao  ‘amigável’ presidente mexicano, Enrique Peña Nieto  --  ‘comprometido com as reformas’, explica o jornalismo comprometido com os interesses que elas ecoam.

Na represália contra a Argentina, o jornalismo  abutre de o Globo passa o recibo de um estreitamento ideológico que consolida  a sua desqualificação como mediador do debate ecumênico que o Brasil precisa fazer para repactuar as bases do seu  desenvolvimento. 

A medida dessa marginalidade pode ser aferida por uma fita métrica que desautoriza o veículo dos Marinhos nos seu próprios  termos.

Três dias depois que o editorial do Globo  fermentava sua vingança contra a Argentina,  e  por tabela fuzilava Dilma, o editor do Financial Times e principal analista econômico do jornal, Martin Wolf  --um neoliberal assumido, reconhecido e respeitado--  publicava um artigo em que defendia o direito dos argentinos à moratória e condenava o cerco abutre contra o país.

Compare-se, abaixo, trechos  desse artigo, com o editorial citado , para se ter a medida do grau de beligerância  da guerra midiática  em curso até outubro.

O artigo de Martin Wolf  eleva o jornalismo abutre de o Globo à categoria de ‘mídia urubu-rei’.

Defender a Argentina dos abutres  (FT 25/06)

‘Não muito distante da redação do "Financial Times", em Londres, ficava a prisão Marshalsea, para onde costumavam ser mandados os devedores inadimplentes. No século XVIII, mais da metade dos prisioneiros em Londres eram pessoas encarceradas por dívida não honrada. Em 1869, as penas de prisão por inadimplência foram abolidas e adotadas as leis de falência. Tanto a economia como a sociedade sobreviveram.

As coisas por vezes dão errado. Às vezes, isso deve-se a infortúnios e, outras vezes, a irresponsabilidade. Mas a sociedade necessita uma maneira de permitir que as pessoas possam recomeçar do zero. É por isso que dispomos da opção de declarar falência. Com efeito, nós permitimos que os agentes privados mais importantes em nossas economias - as empresas - desfrutem de responsabilidade limitada. Isso permite que os acionistas sejam blindados das consequências do endividamento de suas empresas. 

Também essa ideia foi, quando adotada, acusada de ser uma licença para irresponsabilidade. 

Responsabilidade limitada traz problemas, especialmente em empresas extremamente alavancadas (como bancos). A facilidade com que as empresas americanas podem ser blindadas contra seus credores é surpreendente. Melhor isso, porém, do que responsabilidade ilimitada.

Lógica semelhante aplica-se aos países. 

Às vezes, seus governos tomam empréstimos em montante superior ao que revelam-se capazes de suportar. Se tomam empréstimos em moeda corrente nacional, podem recorrer a inflação para abater a dívida. Mas, caso endividem-se em moeda estrangeira, essa possibilidade inexiste. 

São, geralmente, países com uma história de irresponsabilidade fiscal os que acabam obrigados a tomar empréstimos em moeda estrangeira. A zona do euro colocou seus membros na mesma situação: para cada um dos governos, o euro é praticamente uma moeda estrangeira. Quando os custos do serviço dessas dívidas torna-se muito alto, então uma reestruturação - um calote - torna-se necessário.
 
Como Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff, da Universidade Harvard, mostraram em "This Time is Different" (dessa vez é diferente), essa é uma velha história.

Um mundo onde, para os países e seus credores, a opção seja pagar tudo ou não pagar nada seria tão ruim quanto aquele mundo do século XVIII onde os devedores tinham de escolher entre a fome e a prisão. Um procedimento melhor precisa agora ser encontrado.

Como argumentei, à época, a Argentina viu-se nessa posição na virada do século. Era difícil sentir muita simpatia pelo país, vitimado por má gestão governamental crônica antes de seu calote em dezembro de 2001 e que iria sofrer ainda mais depois disso. Mas havia se tornado impossível honrar o serviço de sua dívida pública de US$ 132 bilhões a um custo tolerável. Além disso, os credores tinham sido recompensados pela possibilidade de um default. Mesmo em seu ponto mais baixo, em setembro de 1997, o diferencial entre os títulos argentinos denominados em dólares e os treasuries americanos estava perto de três pontos percentuais. 
 
Um credor compensado pelo risco de um default não pode ficar surpreso diante de uma situação assim. A solução é diversificar sua carteira de investimentos.

Embora o princípio da reestruturação da dívida soberana faça bastante sentido, na prática é difícil implementá-lo. 

Nenhum tribunal pode arrestar e então liquidar a totalidade dos ativos de um país. Esse limbo legal cria dois perigos opostos: o primeiro é ser muito fácil para um país ignorar suas dívidas; o segundo é que isso é muito difícil. A história argentina ilustra os dois perigos: diante de um governo intransigente, os detentores de 93% da dívida não honrada aceitaram trocar seus papéis por dívida com valor nominal enormemente reduzido; mas os que rejeitam essa troca [os intransigentes], impediram uma solução clara. A confusão persistiu durante mais de 12 anos após o calote.

Como primeira vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, em 2002, Anne Krueger ofereceu uma proposta de mecanismo de reestruturação da dívida soberana. Ela argumentou que o processo poderia ser retardado ou bloqueado, se alguns credores intransigentes reivindicassem o pagamento integral.

As ideias de Krueger eram mais supranacionais do que os governos - especialmente o dos EUA - podiam aceitar. Mas foram pelo menos adotadas "cláusulas de ação coletiva". Porém essas cláusulas poderiam não impedir o êxito dos intransigentes que exigem pagamento integral por parte da Argentina, e que têm à frente Paul Singer, da Elliott Management. Como observou recentemente o FMI, essas cláusulas "normalmente só vinculam os detentores de uma mesma emissão [de dívida]". Um credor intransigente pode "neutralizar a implementação dessas cláusulas" se acumularem uma posição de bloqueio, normalmente superior a 25%.

Além disso, acrescenta o FMI, os tribunais americanos interpretaram uma "provisão padrão" constante desses contratos (a denominada cláusula "pari passu") como exigência de que um país devedor realize o pagamento integral de uma dívida não honrada, caso efetue qualquer pagamento de dívida reestruturada.

Não sou advogado, mas, para mim, a ideia de tratamento igualitário significa tratar casos semelhantes da mesma forma. Entretanto, credores que aceitaram uma reestruturação e credores intransigentes não são casos semelhantes. Obrigar os devedores a tratá-los igualmente parece errado. Além disso, é absurdo o argumento segundo o qual os investidores intransigentes estão ajudando os argentinos a punir corrupção governamental. Cabe aos argentinos escolher o governo que desejam. E o pior é que, se a Argentina for obrigada a pagar integralmente os credores intransigentes, quem terá de arcar com isso serão os argentinos. Isso é extorsão apoiada pelo Judiciário americano.

A questão imediata é: como a Argentina poderia encontrar uma solução satisfatória para esses casos? Uma possibilidade é eliminar a cláusula "pari passu". Outra é introduzir cláusulas mais fortes de ação coletiva, especialmente as que cobrem todos os títulos em poder de credores. Outra é deixar de emitir títulos em Nova York. Outra possibilidade seria alterar a lei americana. Outra possibilidade, como observa José Antonio Ocampo, da Universidade Columbia, é reavivar a ideia de um mecanismo global. Essas duas últimas opções parecem muito improváveis.

Mas num mundo de fluxos internacionais de capital, um mecanismo viável para a reestruturação da dívida soberana não é um acessório opcional. É possível que a Argentina seja um caso excepcional. É mais provável que a interpretação da cláusula "pari passu" e a possibilidade de arrestar ativos vá, agora, dificultar a reestruturação de dívidas. Um mundo onde, para os países e seus credores, a opção seja pagar tudo ou não pagar nada seria tão ruim quanto aquele onde os devedores tinham de escolher entre a fome e a prisão. Um procedimento melhor precisa agora ser encontrado’ (FT-25/06).

sexta-feira, 2 de maio de 2014

A miragem mexicana

 

Na última década, o modelo mexicano de abertura liberal, integração com os EUA, e livre comércio teve um desempenho extraordinariamente pior do que o do Brasil.

Poucas pessoas inteligentes – fora da Inglaterra - ainda prestam atenção nas notícias da monarquia inglesa e da sua família real, em pleno século XXI. Mas o mesmo não se pode dizer da City, centro financeiro de Londres, e dos seus dois principais órgãos de  imprensa e divulgação – o Financial Times, e o The Economist – que  seguem tendo importância decisiva na formação das opiniões e dos consensos ideológicos dentro das elites liberais e conservadoras do mundo. 
 
A escolha dos seus temas e o uso de sua linguagem nunca é casual. Como no caso recente do seu entusiasmo pelo México e seu modelo de desenvolvimento liberal e seu ataque cada vez mais estridente, ao “intervencionismo” da economia brasileira. Uma tomada de posição compreensível do ponto de vista ideológico, mas que não vem sendo confirmado pelos fatos.

Em 1994, o México assinou o Tratado de Livre Comercio da América do Norte/ NAFTA, junto com os EUA e  Canadá, e nos últimos 20 anos tem sido absolutamente fiel ao livre-cambismo, incluindo sua adesão a Aliança do Pacífico, e à inciativa norte-americana do TPP. Por outro lado, nesse mesmo período, o México praticou uma política macroeconômica e financeira rigorosamente ortodoxa - em particular na última década - mantendo inflação baixa, cambio flexível,  taxas de juros moderadas e amplo acesso ao crédito. 
 
Mesmo assim, depois de duas décadas, o balanço dessa experiência ultraliberal deixa muito a desejar [1]. Como era de se prever o comercio exterior do país cresceu significativamente no período e passou – em termos absolutos - de U$ 60 bilhões em 1994, para U$ 400 bi em 2013. Mas nesse mesmo período, a economia mexicana teve um  crescimento médio anual pífio, de 2,6%, sendo o crescimento per capita, de apenas 1,2%. O emprego industrial cresceu de forma setorial e vegetativa, e mesmo nas “maquiladoras”, foi de apenas 20%, algo em torno de 700 mil novos postos de trabalho. A participação dos salários na renda permaneceu em trono de 29% da renda nacional, e a pobreza absoluta da população mexicana aumentou significativamente.
 
Por fim, ao contrário do que havia sido previsto, a economia mexicana não se integrou nas “cadeias globais de produção”, a produtividade média da economia praticamente só cresceu de forma segmentada e vegetativa, e o “investimento direto estrangeiro” (o principal “premio” anunciado em troca da abertura da economia) não teve nenhuma alteração significativa.

Esse balanço fica ainda mais decepcionante quando se compara o desempenho do “modelo mexicano”, com o “modelo intervencionista” da economia brasileira, no período entre 2003 e 2012. Segundo  dados publicados pelo Banco Mundial [2], e pelos Ministérios do Trabalho dos dois países, os números e as diferenças são realmente chocantes. Nesse período, a crescimento médio anual do PIB brasileiro, foi de 4,21%, o do México de 2,92%. O crescimento total a economia brasileira foi de 42,17%, o do México, de 29,29 %. As exportações brasileiras cresceram, a uma taxa anual de 6,59%, as do México, a uma taxa de 5,35%. O crescimento total das exportações brasileiras foi de 65.95%, o do México, foi de 53,35%. As importações brasileiras cresceram a uma taxa média anual de 17,33%, e as do México, a uma taxa de 6,75%. O crescimento total das importações no Brasil foi de 173,32%, e no México de apenas 67,54%.
 
Por outro lado, a renda per capita brasileira cresceu a uma taxa anual de 2,84%, e a do México, 1,42%; o crescimento total da renda no Brasil foi de 28,4%, e no México foi de 14,26%; e  a participação dos salários na renda chegou a 45 % , no Brasil, e no México, a 29%. Nesse mesmo período, o Brasil criou 16 milhões de novos empregos formais, e o México 3.500 milhões; e a pobreza absoluta foi reduzida a 15,9%, no Brasil,  e aumentou para 51,3%, no México.
 
Por fim, (pasme-se), entre 2002 e 2012, o “investimento direto estrangeiro” no Brasil,  cresceu de U$ 16.590 milhões, para U$ 76.110 milhões de dólares, e no México,  caiu de U$ 23. 932 milhões, em 2002, para U$ 15.4553 milhões, em 2012 ! Só para encerrar a comparação, em 2103 a economia brasileira cresceu 2,3%, em  ( uma das maiores taxas entre as grandes economias do mundo) enquanto  a economia mexicana cresceu 1,1%.

Foreign direct investment, net inflows (BoP, current US$)

Fonte: International Monetary Fund, Balance of Payments database, supplemented by data from the United Nations Conference on Trade and Development and official national sources.Catalog Sources World Development Indicators. Disponível em: http://data.worldbank.org/indicator/BX.KLT.DINV.CD.WD/countries/BR-MX?display=graph em 27/04/2014
    
Isto posto, o elogio do México deve ser considerado um caso de má fé,  fundamentalismo ideológico, ou estratégia internacional ? As três coisas ao mesmo tempo. Mas o que importa é o que dizem os números, e a conclusão é uma só: na última década, o “modelo mexicano” de abertura liberal, integração com os EUA, e livre comércio teve um desempenho extraordinariamente pior do que o “modelo intervencionista”, “heterodoxo” e “fechado”(apud FT e TE) da economia brasileira, junto com seu projeto de integração do Mercosul.
 
Notas
[1] Vide  artigo  do ex-ministro de Relações Exteriores do México,  Jorge Castañeda: “NAFTA´s  mixed  record”,  publicado no numero da Revista Foreign Affairs,. de janeiro/fevereiro de 2014.

[2] www.data.worldbank.org

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

QUEM DEVERIA CAIR: MANTEGA OU SEU COLEGA INGLÊS?

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

NEM AS AGÊNCIAS DE RISCO CAEM NA HISTERIA DA MÍDIA