Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O falso amanhecer da economia mexicana

Alô, Levy: Obama leu Piketty e quer elevar a carga tributária dos endinheirados para arrecadar mais US$ 300 bilhões e aplicar em desenvolvimento. Que tal, isso ou cortar salário desemprego?


Esquerda lidera a sete dias do pleito na Grécia: média de 12 institutos de pesquisas dá ao Syriza a liderança incontestável nas eleições do domingo próximo na Grécia; o partido dirigido por Alexis Tsipras tem 34,7% dos votos, contra 30,2% do conservador Nova Democracia


Stiglitz: 'A queda do PIB grego desde 2010 é muito maior do que a queda enfrentada pelos EUA durante a Grande Depressão na década de 1930'


 Afogada em cinco anos de arrocho neoliberal Espanha lidera a desigualdade na Europa: 1% mais rico concentra mais riqueza que os 70% mais pobres.

Greve vitoriosa dos metalúrgicos da Volks: resistência dos operários faz montadora readmitir 800 trabalhadores e negociar planos alternativos com o sindicato.


Governantes, avaliem isso: a temperatura nos oceanos, que representam 72% da superfície da Terra, atingiu níveis sem precedentes em 2014; ficou 0,57% grau acima da média do século XX; na superfície da terra, o aquecimento subiu um grau na mesma base de comparação. Os dados são da NASA


O falso amanhecer da economia mexicana



Ariel Noyola Rodríguez* - Contralínea

Presidencia de la República Mexicana / Flickr


















Em menos de seis meses, os meios de comunicaçãoenterraram completamente o denominado “momento do México”. Faz alguns dias, em entrevista realizada pelo jornal El Universal, o presidente do Banco Central do México, Agustín Carstens, admitiu pela terceira vez consecutiva que os acontecimentos relacionados à falta de segurança e à violência (como o desaparecimento de 43 estudantes normalistas de Ayotzinapa) influenciam de maneira direta nas expectativas de empresários sobre a economia nacional; a certeza e a confiança, afirmou ele, são os elementos fundamentais na hora de tomar decisões, tanto do lado do investimento quanto do consumo.
 
E, enquanto no começo de 2014, o Ministério da Fazenda e do Crédito Público havia estimado um crescimento de 3.9%, posteriormente, diminuiu esse número para 2.7%, e depois reduziu novamente para uma média entre 2.1 e 2.6%, basicamente a metade da primeira estimativa. De janeiro até novembro, a pesquisa dos analistas do setor privado, aplicada pelo Banco do México baixou as estimativas do crescimento em 10 ocasiões consecutivas e já começa a realizar modificações em seus prognósticos para 2015.
 
Os “motores externos”, por sua vez, já não conseguem até o momento impulsionar a economia mexicana. A política monetária restritiva do Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos; os riscos crescentes de deflação na zona do euro; a queda inesperada da atividade econômica no Japão; o aumento da desaceleração no Continente Asiático e a drástica diminuição dos preços das matérias primas, especialmente as cotações do petróleo, foram extremamente prejudiciais para as economias denominadas “emergentes”. Junto disso, a alta da divisa norte-americana, graças a sua posição privilegiada de “reserva de valor” em momentos críticos para a economia mundial, continuará contribuindo de forma elementar no próximo ano na desvalorização das moedas da periferia capitalista.
 
No final de 2014, o peso mexicano havia perdido 10% de seu valor frente ao dólar para cotação em um mínimo de 14.457 pesos até o fechamento da presente coluna, seu nível mais baixo em mais de dois anos e meio. Surpreendentemente, em 8 de dezembro de 2014, o Banco Central do México e o Ministério da Fazenda e do Crédito Público emitiram um comunicado para detalhar o início de um plano imediato para deter a queda da moeda. “O Banco Central do México oferecerá diariamente 200 milhões de dólares a um tipo de câmbio mínimo equivalente ao tipo de câmbio FIX, determinado no dia útil imediatamente anterior, conforme as disposições do Banco do México, mais 1.5%”, indicou a Comissão de Câmbios. Com isso, o governo mexicano pretende prover de liquidez o mercado de câmbio e reduzir as turbulências do sistema financeiro. A medida se aplicou pela última vez em 30 de novembro de 2011, quando o Banco Central do México começou a injetar 400 milhões de dólares diariamente, a cada vez que o tipo de câmbio caísse 2% em relação ao dia útil anterior. A medida foi cancelada em 9 de abril de 2013.
 
A queda do preço do petróleo, por sua vez, constitui uma grave ameaça para os países com dependência energética pela via das importações e, mais ainda, para economias como a do México, cujas finanças públicas estão estreitamente vinculadas à renda do petróleo. Na primeira semana de dezembro de 2014, o preço do barril em sua modalidade Brent alcançou 66,77 dólares, quando vinculadas a mezcla mexicana (MME) foi cotada em 58 dólares: os níveis mais baixos desde outubro de 2009.
 
De acordo com as estimativas do banco de investimentos americano Morgan Stanley, os preços poderiam cair até um mínimo de 43 dólares. É preciso destacar que a queda das cotações obedece não unicamente à menor demanda das economias asiáticas (China e Índia) e às operações especulativas nos mercados de derivados de petróleo (Nova York, Londres e Dubai), mas fundamentalte, são o resultado de uma tendência deflacionária de enormes proporções e de fôlego que atravessa cada vez mais espaços da economia mundial.
 
No caso do México, as conseqüências de uma queda de mais de 40% do preço do barril já saltam à vista. Em primeiro lugar, os preços atuais do combustível estão muito abaixo de 83 dólares, a base tomada para o Plano Orçamentário 2015. Os programas de cobertura, assim como os fundos de capitalização são insuficientes para conter as violentas flutuações dos preços em médio prazo. Em segundo lugar, as perspectivas de alta rentabilidade dos empresários (nacionais e estrangeiros), como conseqüência das reformas constitucionais e secundárias em matéria energética, colocaram em uma situação grave e, com isso, os projetos de investimento que eventualmente emanaria da Ronda I poderiam ficar no esquecimento.  
 
Em suma, a campanha midiática em torno de um novo amanhecer da economia mexicana, impulsionada em um primeiro momento pelos conglomerados do capital transnacional, se mostrou uma farsa absoluta. A “disciplina fiscal” e o alto nível de “confiança macroeconômica” contrastam com a queda nas expectativas de crescimento, extrema volatilidade do tipo de cambio e o aumento exponencial da dívida pública há mais de dois anos do início da gestão de Enrique Peña Nieto. Se não houver uma mobilização popular organizada a favor de uma mudança de rumo em matéria econômica, os custos do ajuste pesarão outra vez sobre os ombros do povo do México.
 
*Colunista da revista Contralínea (México). Contatonoyolara@gmail.com.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

O goleiro mágico, o pênalti reclamado, a torcida apática e o emocional da Seleção



Ainda que dez entre dez analistas esportivos e/ou políticos neguem até a morte, grande parte deles entende que o desempenho da Seleção pode influir no processo eleitoral. O mesmo vale para todos os agentes políticos, de qualquer dos lados. Se essa percepção é correta, ainda ninguém sabe. Mas muitos temem que possa ter fundamento.

O desempenho da Seleção influir nas eleições, porém, não interessa a ninguém – ao governo ou à oposição midiática. Essa possibilidade retira dos dois lados a condição de influir no processo, o que é ruim para ambos, pois o imponderável não obedece a lógicas político-ideológicas, a estratégias de marketing etc.
O mínimo que os políticos querem é poder, ao menos, depender das próprias estratégias.

Do ponto de vista de Dilma, por exemplo, ela está colhendo frutos da Copa independentemente do que a Seleção está apresentando em campo. As obras (estádios, aeroportos, obras de mobilidade etc.) estão funcionando. Só não vê quem não quer. Assim, a conquista do hexacampeonato pelo Brasil se somaria à satisfação de ver o país fazer boa figura diante do mundo em termos de organização do evento.
Do lado de Aécio Neves e Eduardo Campos, uma derrota do Brasil empanaria o sucesso da organização da Copa, reduzindo o bônus político da adversária.

Este texto, porém, de forma inusitada neste blog – que, raríssimas vezes, tratou de futebol – não versa apenas sobre política, mas sobre o que ocorreu no jogo com o México. E não é preciso ser muito entendido em futebol para entender o que ocorreu.
As análises da mídia partidarizada estão muito negativas, denotando má vontade com a Seleção. Por razões óbvias.

A má vontade midiática com a Seleção em 2014, aliás, começa a reproduzir a que lhe foi dispensada na Copa de 2010, até pelo técnico Dunga ter se tornado inimigo número um da Globo, ao menos naquele momento.

O Brasil, porém, não foi tão mal. O México é que foi muito bem. E não tanto pelo conjunto da equipe, mas por um goleiro que teve desempenho incomum. O mexicano Guillermo Ochoa operou o que os otimistas chamaram de “milagres”. Sem essa atuação, o México não teria ido mais longe do que a Croácia.
Até porque, os mexicanos levaram pouco perigo ao Brasil. Sim, deram alguns bons chutes a gol, mas nenhuma jogada ofensiva deles se comparou com as nossas em termos de possibilidade de terminar em gol.

O ataque mexicano foi tão débil que o goleiro Julio Cesar bateu o primeiro tiro de meta aos 24 minutos do primeiro tempo.

Há, ainda, uma dúvida razoável sobre o pênalti reclamado pelo lateral brasileiro Marcelo, que garante que, sem o toque no ombro que sofreu do defensor mexicano, teria partido para o gol. Poderia não ter marcado, mas toque no ombro por trás, dentro da pequena área, de acordo com as diretrizes da Fifa deveria resultar em marcação de pênalti.

Felipão tem razões concretas, portanto, para julgar que a gritaria – justificada ou não – em torno do pênalti marcado a favor do Brasil no jogo contra a Croácia pode ter inibido o juiz que apitou o jogo contra o México… E poderá inibir outros.

Há, ainda, um terceiro fator. A vantagem que o Brasil deveria ter tido por jogar em casa foi anulada pela torcida mexicana, mas menos por mérito desta – muito menor do que a brasileira – do que por culpa da torcida brasileira, visivelmente apática – em alguns momentos, a cantoria, as vaias e apoios da torcida mexicana abafaram a voz brasileira.

Mas, claro, nem tudo são flores. A Seleção poderia ter superado essas dificuldades se, assim como no jogo contra a Croácia, seu nervosismo não fosse tão flagrante que quase podia ser tocado com as mãos. A imagem dos jogadores brasileiros antes de o jogo começar revelou semblantes preocupantemente tensos. De novo.

Subjetivamente, aqui se afirma que Julio Cesar era o mais nervoso, apesar de que vários outros jogadores brasileiros estavam em condições psicológicas análogas. Se tivéssemos tido maior controle emocional, provavelmente teríamos superado a parede erguida por Ochoa e escorada, em alguma medida, pela defesa mexicana, bem mais consistente que o ataque.

Esse talvez seja o ponto mais preocupante da Seleção. Esperava-se que o nervosismo do jogo de estreia tivesse se exaurido naquele jogo, no qual seria até compreensível. Ao permanecer no segundo jogo, pela lógica se pode concluir que Felipão e a Comissão técnica não estão conseguindo preparar psicologicamente uma equipe jovem, mais permeável à insegurança.

A pressão que a mídia deverá continuar exercendo sobre a Seleção, preocupa ainda mais. Se a Comissão Técnica não conseguir trabalhar essa questão até o jogo com Camarões, a situação pode complicar. O Brasil não conseguiu aproveitar seu melhor nível técnico simplesmente porque os meninos tremeram na base.
Por fim, sobre a suposta influência político-eleitoral do resultado que a Seleção obtiver, não é desprezível. Os que têm inclinações políticas definidas não serão influenciados, mas, entre aquele terço volúvel do eleitorado, o bom ou mau humor gerado pelo resultado que a Seleção obtiver pode, sim, fazer diferença em uma eleição apertada.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

A miragem mexicana

 

Na última década, o modelo mexicano de abertura liberal, integração com os EUA, e livre comércio teve um desempenho extraordinariamente pior do que o do Brasil.

Poucas pessoas inteligentes – fora da Inglaterra - ainda prestam atenção nas notícias da monarquia inglesa e da sua família real, em pleno século XXI. Mas o mesmo não se pode dizer da City, centro financeiro de Londres, e dos seus dois principais órgãos de  imprensa e divulgação – o Financial Times, e o The Economist – que  seguem tendo importância decisiva na formação das opiniões e dos consensos ideológicos dentro das elites liberais e conservadoras do mundo. 
 
A escolha dos seus temas e o uso de sua linguagem nunca é casual. Como no caso recente do seu entusiasmo pelo México e seu modelo de desenvolvimento liberal e seu ataque cada vez mais estridente, ao “intervencionismo” da economia brasileira. Uma tomada de posição compreensível do ponto de vista ideológico, mas que não vem sendo confirmado pelos fatos.

Em 1994, o México assinou o Tratado de Livre Comercio da América do Norte/ NAFTA, junto com os EUA e  Canadá, e nos últimos 20 anos tem sido absolutamente fiel ao livre-cambismo, incluindo sua adesão a Aliança do Pacífico, e à inciativa norte-americana do TPP. Por outro lado, nesse mesmo período, o México praticou uma política macroeconômica e financeira rigorosamente ortodoxa - em particular na última década - mantendo inflação baixa, cambio flexível,  taxas de juros moderadas e amplo acesso ao crédito. 
 
Mesmo assim, depois de duas décadas, o balanço dessa experiência ultraliberal deixa muito a desejar [1]. Como era de se prever o comercio exterior do país cresceu significativamente no período e passou – em termos absolutos - de U$ 60 bilhões em 1994, para U$ 400 bi em 2013. Mas nesse mesmo período, a economia mexicana teve um  crescimento médio anual pífio, de 2,6%, sendo o crescimento per capita, de apenas 1,2%. O emprego industrial cresceu de forma setorial e vegetativa, e mesmo nas “maquiladoras”, foi de apenas 20%, algo em torno de 700 mil novos postos de trabalho. A participação dos salários na renda permaneceu em trono de 29% da renda nacional, e a pobreza absoluta da população mexicana aumentou significativamente.
 
Por fim, ao contrário do que havia sido previsto, a economia mexicana não se integrou nas “cadeias globais de produção”, a produtividade média da economia praticamente só cresceu de forma segmentada e vegetativa, e o “investimento direto estrangeiro” (o principal “premio” anunciado em troca da abertura da economia) não teve nenhuma alteração significativa.

Esse balanço fica ainda mais decepcionante quando se compara o desempenho do “modelo mexicano”, com o “modelo intervencionista” da economia brasileira, no período entre 2003 e 2012. Segundo  dados publicados pelo Banco Mundial [2], e pelos Ministérios do Trabalho dos dois países, os números e as diferenças são realmente chocantes. Nesse período, a crescimento médio anual do PIB brasileiro, foi de 4,21%, o do México de 2,92%. O crescimento total a economia brasileira foi de 42,17%, o do México, de 29,29 %. As exportações brasileiras cresceram, a uma taxa anual de 6,59%, as do México, a uma taxa de 5,35%. O crescimento total das exportações brasileiras foi de 65.95%, o do México, foi de 53,35%. As importações brasileiras cresceram a uma taxa média anual de 17,33%, e as do México, a uma taxa de 6,75%. O crescimento total das importações no Brasil foi de 173,32%, e no México de apenas 67,54%.
 
Por outro lado, a renda per capita brasileira cresceu a uma taxa anual de 2,84%, e a do México, 1,42%; o crescimento total da renda no Brasil foi de 28,4%, e no México foi de 14,26%; e  a participação dos salários na renda chegou a 45 % , no Brasil, e no México, a 29%. Nesse mesmo período, o Brasil criou 16 milhões de novos empregos formais, e o México 3.500 milhões; e a pobreza absoluta foi reduzida a 15,9%, no Brasil,  e aumentou para 51,3%, no México.
 
Por fim, (pasme-se), entre 2002 e 2012, o “investimento direto estrangeiro” no Brasil,  cresceu de U$ 16.590 milhões, para U$ 76.110 milhões de dólares, e no México,  caiu de U$ 23. 932 milhões, em 2002, para U$ 15.4553 milhões, em 2012 ! Só para encerrar a comparação, em 2103 a economia brasileira cresceu 2,3%, em  ( uma das maiores taxas entre as grandes economias do mundo) enquanto  a economia mexicana cresceu 1,1%.

Foreign direct investment, net inflows (BoP, current US$)

Fonte: International Monetary Fund, Balance of Payments database, supplemented by data from the United Nations Conference on Trade and Development and official national sources.Catalog Sources World Development Indicators. Disponível em: http://data.worldbank.org/indicator/BX.KLT.DINV.CD.WD/countries/BR-MX?display=graph em 27/04/2014
    
Isto posto, o elogio do México deve ser considerado um caso de má fé,  fundamentalismo ideológico, ou estratégia internacional ? As três coisas ao mesmo tempo. Mas o que importa é o que dizem os números, e a conclusão é uma só: na última década, o “modelo mexicano” de abertura liberal, integração com os EUA, e livre comércio teve um desempenho extraordinariamente pior do que o “modelo intervencionista”, “heterodoxo” e “fechado”(apud FT e TE) da economia brasileira, junto com seu projeto de integração do Mercosul.
 
Notas
[1] Vide  artigo  do ex-ministro de Relações Exteriores do México,  Jorge Castañeda: “NAFTA´s  mixed  record”,  publicado no numero da Revista Foreign Affairs,. de janeiro/fevereiro de 2014.

[2] www.data.worldbank.org

terça-feira, 25 de março de 2014

Veja com Santayannna porque o México é BBB+ no rating da S&P

mexico
Em dezembro do ano passado, em sua última mudança significativa das suas notas de crédito antes da de ontem, que rebaixou o Brasil (de BBB para BBB-), a agência classificadora de risco Standard & Poor’s elevou o “rating” do México de BBB para BBB+.
Um artigo publicado hoje por Mauro Santayanna no Jornal do Brasil ajuda a entender porque o país se tornou o “queridinho” dos mercados sem exibir um sucesso econômico quue se reflita nos padrões de vida de seu povo.
O “prêmio de bom-comportamento” do México é, essencialmente, ter feito o que Fernando Henrique fez no Brasil em 1997: abrir a exploração de petróleo aos grupos estrangeiros.
Santayanna é o melhor remédio contra o discursoo que a direita brasileira se prepara para fazer; o da “mexicanização” do Brasil.
Isso inclui, além do petróleo, acordos comerciais lesivos, com o abandono das parcerias no Mercosul e “fllexibilização” dos direitos trabalhistas para que se possa usar o Brasil como plataforma de montagem de produtos para a exportaçãoo,  o que definirão com o nome de “reindustrialização” do país.
O mundo está mudando, mas não mudou e nem mudaram os interesses que fazem “money makes the world go around”.

O Gato e a Lebre

O México é um país pobre e desigual
Mauro Santayanna
A OCDE – Organização para o Comércio e o Desenvolvimento Econômico, divulgou um relatório, na última terça-feira, classificando o México e o Chile, ambos formalmente sócios da “Aliança do Pacífico”, como os dois países com maior desigualdade do grupo.
Até aí, nada a estranhar, a OCDE reúne países teoricamente desenvolvidos, que exibem dados sociais – remanescentes do período anterior à crise economia – melhores do que a da maioria dos países latino-americanos, mas eles tem se deteriorado rapidamente nos últimos anos.
A dívida explodiu entre os 34 membros da OCDE, principalmente os PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda e Espanha). E o desemprego aumentou para um total de 48 milhões de pessoas, 15 milhões a mais do que em 2007, alcançando em alguns lugares, como a própria Espanha, taxas próximas a 30%.
O Chile – costumeiramente apresentado como um “milagre” latino-americano, que muitos atribuem a Pinochet – consegue ser ainda mais desigual que o México.
Mas o México perde para o Chile em renda. A sua é a menor da OCDE, e uma das mais baixas entre os países latino-americanos.
O país de Zapata, também cantado pela mídia como “exemplo” para o continente, tem, segundo estatística do FMI de 2012,  renda menor que a do Chile, Uruguai, Brasil, Argentina e Venezuela.
E o pior, no lugar de crescer, ela tem diminuído nos últimos três anos. Isso, considerando-se que o México não conta com uma legislação trabalhista ou uma rede de proteção social, ou programas de renda mínima, que possam garantir um mínimo de dignidade para a população.
Na nação dos tacos e da tequila – o que explica parte de seu “sucesso” manufatureiro na montagem e maquiagem, com peças de terceiros, de produtos destinados aos Estados Unidos – sequer existe seguro-desemprego.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, quase 60% dos empregos no México são informais, contra 28% na Argentina, 34% no Brasil, 45% na Colômbia, e 45% no Peru. E quatro em cada dez cidadãos mexicanos não conseguem dinheiro para pagar uma cesta básica a cada 30 dias.
Como faziam os meios de comunicação espanhóis, que achavam que a Espanha estava uma maravilha, quando na verdade, já estava sendo engolida pela crise, os jornais mexicanos se gabam do país ter entrado para o NAFTA, o acordo que os uniu, economicamente, ao Canadá e aos Estados Unidos, e de terem assinado, com outros países,  dezenas de acordos bilaterais de livre comércio.
Mas não falam dos déficits históricos em sua balança comercial, que sua renda per capita está praticamente estagnada há mais de duas décadas, e que seu poder de compra tem caído, no lugar de aumentar,   nos últimos anos.
O problema da fome, do abastecimento e da inflação de alimentos também é muito grave no membro mais pobre do NAFTA.
Muita gente acha que o Brasil tem que parar de mandar alimentos para a Venezuela, mas não sabe que o governo mexicano está ultimando a compra, em nosso país, em caráter emergencial, de 300.000 toneladas de frango, para impedir que o preço das proteínas exploda, e que falte comida nos supermercados.
Muitos mexicanos também acreditam na balela de que o México é grande exportador de manufaturas, enquanto o  Brasil só exporta commodities – esquecendo-se que somos o terceiro maior fabricante e vendedor global de aviões.
O fato de que sejamos o maior exportador mundial de suco de laranja, café, açúcar, carnes, – além de primeiro em minério de ferro e o segundo em etanol – e de que tenhamos triplicado nossa safra de grãos nos últimos 12 anos e estejamos a ponto de ultrapassar os EUA como o maior exportador de soja do mundo, só quer dizer uma coisa: soubemos dar mais valor à segurança alimentar do que outros países latino-americanos, e hoje temos comida para abastecer nossa mesa, e para vender para o resto do mundo.
Na hora de ler os jornais, ouvir o rádio, ou ver os noticiários de televisão, ao ouvir falar das ”reformas” e de supostos avanços mexicanos com relação ao Brasil – quando eles cresceram a metade do nosso PIB no último ano – é bom ficar com o pé atrás e colocar as barbas de molho.
Não podemos comer gato por lebre, e seguir os passos dos mexicanos, que venderam a alma ao diabo, ao se agregar – como pouco mais que escravos e camareiros – ao sistema econômico norte-americano.
Ao nos oferecer acordos semelhantes, como a UE está fazendo agora – e os EUA tentarão fazer logo em seguida – os países “ocidentais” não vão abrir seus mercados para nossas manufaturas – pelo contrário, eles têm reduzido suas compras e aumentado as vendas para cá nos últimos anos. Irão apenas tomar, implacavelmente, das nossas indústrias, o mercado sul-americano.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

CUIDADO ! FHC DO MÉXICO VENDEU A PETROBRAX Os mesmos entreguistas de lá estão aqui. Na moita !


Conversa Afiada não gostaria que o fim da semana ignorasse a importante decisão do governo de Príncipe da Privataria no México.

O Congresso mexicano aprovou projeto do Executivo que privatiza o petróleo e a energia elétrica.

O Senado já tinha aprovado e a Câmara – 353 deputados contra 134 -, nesta quinta-feira, confirmou decisão que o Presidente Enrique Peña Nieto tinha prometido na campanha.

Em 1938, ao fim de muitas greves de trabalhadores, o heroico presidente Lázaro Cárdenas expropriou os bens da Esso e da Shell e criou a PEMEX.

Fez da PEMEX uma das maiores empresas de petróleo do mundo.

E ajudou a desenvolver o México, já que a PEMEX contribui com fatia decisiva para o Orçamento do Estado.

Peña Nieto é a ressurreição do PRI, aquele partido que, segundo Vargas Llosa, governou o México por 71 anos como uma “ditadura perfeita”.

Mas, a “ditadura perfeita” sempre respeitou a PEMEX e a estatização do petróleo.

Peña Nieto ressuscita Salinas de Gortari, o Fernando Henrique mexicano.

Partiu de Salinas a ideia de se construir o NAFTA, o acordo de livre comercio com o Canadá e em que os Estados Unidos incorporaram o México à sua soberania.

Salinas seduziu o presidente Bush, pai, exatamente com a isca de entregar a PEMEX.

Os Bush são da indústria do petróleo.

Bush mordeu a isca.

Foi Clinton, o sucessor, quem assinou o NAFTA.

Mas, não deu tempo de receber a PEMEX na colo. 

Gortari, Fujimori no Peru; Llosada na Bolívia e Menem na Argentina sentam-se ao lado do Príncipe de Privataria no panteão do neolibelismo (*) que o Consenso de Washington construiu na América Latina.

Salinas vive escondido num bunker na cidade do México, com medo da Policia; Llosada fugiu às pressas para Miami, com o povo nos calcanhares, aos gritos de “pega ladrão!”; Menem só não vai em cana por causa do “privilegio de foro”.

E o FHC se leva a sério, a ponto de evocar as inesquecíveis palavras do Prates para enaltecer do herói de Jurerê, o Aécio.

FHC tentou criar a Petrobrax, rifou ações de Petrobrax em Nova York por meia duzia de centavos de dólar, e começou a fatiar a Petrobrax, para vende-la mais barato.

Foi o Nunca Dantes quem devolveu a Petrobras ao verdadeiro dono, o povo brasileiro.

Agora, com o leilão de Libra – e Franco é maior ! – a Petrobras se reafirma incontestavelmente.

Mas, aí reside o perigo.

O ansioso blogueiro dizia que a eleição de 2010 era sobre a Petrobras.

A de 2014 também será.

O México é uma advertência. 

Aos brasileiros.

FHC continua ativo (só no PiG **).

Aécio e Dudu já se disseram a favor da “flexibilização do regime de concessão.

Ou seja, tirar a Petrobras da jogada.

Os Peña Nieto estão aqui.

Na moita !

Clique aqui para ver como o Padim Pade Cerra prometeu o pré-sal à Chevron .

Em tempo: a Urubóloga, neste domingo, no Globo Overseas – cujo processo já foi para a PF - defende a “flexibilização da lei do salário mínimo”. Ideia de que o Dudu compartilhou na coletiva que deu à Folha, assim como a “flexibilização da aposentadoria – clique aqui para ver “Velhinhos, cuidado, o Dudu lê o Giambiagi !”.

E o Bessinha, hein, amigo navegante ? Ele é impiedoso !

Em tempo2: não esquecer que, num plantão de fim de ano, o Supremo vai lá e  “flexibiliza a Petrobras” com uma ADIN escrita pelo Adriano Pires, um dos “especialistas” da Urubologia …


Paulo Henrique Amorim




(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Ataque na mídia, olho na grana

Com o combustível fornecido por fatos reais – a queda no ritmo de crescimento – incendiado com o sopro de uma imprensa catastrofista, os falcões do mercado financeiro esticaram suas garras sobre o projeto brasileiro de crescer pela via da produção, não pelo ilusório caminho do volátil capital especulativo.
É nesse quadro que se deve observar a manchete de hoje dos jornais – a perspectiva negativa da Standard & Poors quanto ao “rating” do Brasil – e a jocosa publicação daThe Economist, pintando um cenário de caos e, novamente, pedindo a cabeça do Ministro Guido Mantega.
Falta, a um e a outro, lucidez. No caso da revista inglesa, porém, falta respeito e  sobra prepotência.
Ou, como dizia a minha avó, um “macaco olha o seu rabo, deixa o rabo do vizinho”.
Porque a expansão de 0,6% do PIB brasileiro – de fato muito baixa pelas nossas potencialidades - é exatamente igual à do Reino Unido e maior do que a da França, da Espanha e da maioria da Europa. E não ficou muito abaixo do México, novo “queridinho” do mercado financeiro entre os emergentes, que registrou 0,8%.
The Economist não pede a cabeça de nenhum dos seus ministros da Economia.
Talvez, quem sabe, porque sejam mais dóceis aos interesses do capital financeiro do que Mantega.
O que os ingleses da The Economist querem está claro na própria matéria: aumento dos juros, corte nos programas sociais e mais leilões de petróleo.
Aliás, não é nem original a hipocrisia inglesa quando se trata de encobrir com propósitos nobres seus interesses econômicos.
Vem do Bill Aberdeen, lei que deu à frota britânica o “direito” de apreender navios suspeitos de tráfico de escravos e que, na verdade, era uma represália ao fim dos tratados ruinosos – para o Brasil – de comércio exterior com a Inglaterra.
Aliás, quem conhece algo sobre as condições subumanas a que eram submetidos homens, mulheres e crianças nas fábricas inglesas no início século 19, sabe que não era propriamente a dignidade humana que estava no centro das preocupações britânicas.
Mas The Economist é uma “canhoneira de papel”, como muitos jornais o são.
Embora metam medo com seu barulho e já tenham conseguido fazer tremer o nosso BC, não têm força para mudar o rumo que este país escolheu.
Por: Fernando Brito

quarta-feira, 5 de junho de 2013

DEUTSCHE BATE PESSIMISTAS E VÊ PIB A MAIS DE 3%


:
"Isso está indo longe demais", adverte nota oficial de um dos mais sólidos bancos do mundo, o Deutsche Bank, a respeito da persistência do pessimismo entre os formadores de opinião na sociedade brasileira; na economia real, a instituição projeta que o PIB poderá, sim, crescer entre 3% e 3,5% este ano; "Estão de má vontade com o Brasil"
247 – Um dos mais sólidos e respeitados bancos do mundo, o Deutsche Bank advertiu em nota oficial sobre os riscos para a economia brasileira que a persistência do pessimismo entre os formadores de opinião podem acarretar.
- Os comentários sobre o Brasil se tornaram muito negativos nos últimos 18. Isso já foi longe demais, criticou o Deutsche. Estão de má vontade com o Brasil, reforçou.
Para o banco, o México é o "novo queridinho do mercado", mas é a economia brasileira que se mostra a mais resistente à crise internacional.
O Deutsche fez uma análise coincidente com a do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para quem o investimeno será o principal vetor do crescimento brasileiro em 2014. O banco acredita que as concessões de infraestrutura serão fundamentais para a obtenção de recursos, especialmente se o governo brasileiro agir rapidamente no incetivo a esses aportes. Mesmo, porém, que medidas especiais não venham a ser baixadas, os economistas do Deutsche acreditam que o crescimento do PIB não será inferior a 3%, mais para 3,25% e, com destraves burocráticos, até 3,5%.
As previsões são em tudo conflitantes com as opiniões disseminadas nas mídias tracionais do País e do exterior. Do Financial Times, que chamou o crescimento brasileiro como "de fachada", à Folha de S. Paulo, que registrou em editorial sua torcida pela queda da produção industrial nos próximos períodos, para quebrar a alta dos últimos dois.