Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Ataque na mídia, olho na grana

Com o combustível fornecido por fatos reais – a queda no ritmo de crescimento – incendiado com o sopro de uma imprensa catastrofista, os falcões do mercado financeiro esticaram suas garras sobre o projeto brasileiro de crescer pela via da produção, não pelo ilusório caminho do volátil capital especulativo.
É nesse quadro que se deve observar a manchete de hoje dos jornais – a perspectiva negativa da Standard & Poors quanto ao “rating” do Brasil – e a jocosa publicação daThe Economist, pintando um cenário de caos e, novamente, pedindo a cabeça do Ministro Guido Mantega.
Falta, a um e a outro, lucidez. No caso da revista inglesa, porém, falta respeito e  sobra prepotência.
Ou, como dizia a minha avó, um “macaco olha o seu rabo, deixa o rabo do vizinho”.
Porque a expansão de 0,6% do PIB brasileiro – de fato muito baixa pelas nossas potencialidades - é exatamente igual à do Reino Unido e maior do que a da França, da Espanha e da maioria da Europa. E não ficou muito abaixo do México, novo “queridinho” do mercado financeiro entre os emergentes, que registrou 0,8%.
The Economist não pede a cabeça de nenhum dos seus ministros da Economia.
Talvez, quem sabe, porque sejam mais dóceis aos interesses do capital financeiro do que Mantega.
O que os ingleses da The Economist querem está claro na própria matéria: aumento dos juros, corte nos programas sociais e mais leilões de petróleo.
Aliás, não é nem original a hipocrisia inglesa quando se trata de encobrir com propósitos nobres seus interesses econômicos.
Vem do Bill Aberdeen, lei que deu à frota britânica o “direito” de apreender navios suspeitos de tráfico de escravos e que, na verdade, era uma represália ao fim dos tratados ruinosos – para o Brasil – de comércio exterior com a Inglaterra.
Aliás, quem conhece algo sobre as condições subumanas a que eram submetidos homens, mulheres e crianças nas fábricas inglesas no início século 19, sabe que não era propriamente a dignidade humana que estava no centro das preocupações britânicas.
Mas The Economist é uma “canhoneira de papel”, como muitos jornais o são.
Embora metam medo com seu barulho e já tenham conseguido fazer tremer o nosso BC, não têm força para mudar o rumo que este país escolheu.
Por: Fernando Brito

sábado, 29 de dezembro de 2012

The Economist e Financial Times apoiaram Serra em 2010


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Não é de hoje que os governos progressistas que se instalaram no Brasil em 2003 e não saíram mais vêm sendo alvo de dois veículos específicos da imprensa européia, entre a qual são exceções em termos de visão crítica sobre o nosso modelo econômico.
O semanário inglês The Economist, recentemente quase que exigiu a demissão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, por ter previsto que o crescimento brasileiro de 2012 seria superior ao que provavelmente será, e o diário Financial Times, também inglês, ridiculariza o ministro e a presidente Dilma também devido ao crescimento modesto da nossa economia neste ano.
O mais impressionante é que esses dois veículos estão entre os grandes defensores do modelo econômico que jogou o país em que estão sediados em uma situação econômica que faz a situação brasileira parecer um êxito muito maior do que de fato é.
Vale registrar, ainda, que a economia britânica mergulha em recessão. No primeiro semestre de 2012, o PIB do Reino Unido registrou a maior contração dos últimos três anos, caindo 0,7 por cento, devendo fechar o ano com recuo de 0,5%.
Como se não bastasse, em novembro foi registrado 8,3% de desempregados na Grã-Bretanha, maior índice registrado desde 1996. Tal nível de desemprego representa quase três milhões de pessoas.
Sim, o PIB brasileiro deve crescer entre um e um e meio por cento neste ano – o resultado dos últimos meses pode surpreender –, mas as condições sociais no país melhoram a cada ano, com nível recorde de população empregada e valorização da massa salarial.
Outro dado que, se não é o que interessa aos investidores, ao menos é o que interessa a 99,99% dos brasileiros: enquanto a pobreza e a desigualdade aumentam no Reino Unido, caem no Brasil.
Por fim, há sinais de reaquecimento na economia brasileira. Poucos negam que devemos crescer entre três e quatro por cento no ano que entra, enquanto que a economia inglesa deve continuar patinando por vários anos, ainda.
Você que quer se posicionar corretamente sobre o caso precisa entender a razão desses veículos para criticarem uma economia que, em termos práticos, está tendo resultados muito melhores que a britânica, guardadas, obviamente, as devidas proporções entre um país e outro.
The Economist e FT dão muito palpite sobre o Brasil porque os britânicos têm muitos interesses e negócios conosco, sobretudo no mercado financeiro, como bem lembrou o ministro Guido Mantega ao comentar que especuladores daquele país costumavam pegar empréstimos a juros baixos em países quebrados, nos quais os juros hoje são quase negativos, e investir o dinheiro aqui, onde as taxas de remuneração do capital eram estratosféricas.
Fica claro, portanto, que tem muito inglês perdendo dinheiro com a política brasileira de acabar com a agiotagem no país.
Aliás, como insinua o enunciado deste texto, a má vontade do jornal e da revista britânicos com Dilma começou antes de ela assumir a Presidência. Na última eleição presidencial, tanto The Economist quanto Financial Times, em editoriais, declararam apoio oficial a José Serra.
Com efeito, não foram só os jornais britânicos que ansiaram pela vitória de Serra. Empresas estrangeiras de petróleo, multinacionais, todo o capital internacional que perdeu espaços indevidos no Brasil durante a era Lula apoiou o tucano contra Dilma em 2010.
Confira, abaixo, matéria do Estadão que mostra que não há nada de novo na disposição dos veículos britânicos em relação ao grupo político que governa o Brasil, ainda que a mídia brasileira tente passar a ideia de que há razões sérias para as críticas deles.
*

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

RENTISTAS UIVAM LÁ, A MATILHA LATE AQUI


As aplicações do' Sloane Robinson', um dos dez maiores fundos hedge do mundo e dos mais antigos de Londres, vão fechar o ano com saldo de US$ 2,5 bilhões. Em 2008, o fundo especulativo acumulava ativos de US$ 15,1 bilhões. O 'Sloane' esfarela. Sua rentabilidade despencou 17% no ano passado; afundará mais 2%  em 2012. Não é um caso isolado. Rentistas de todo o mundo sofrem os reveses  da implosão  neoliberal agravada pelo fim da farra nos países emergentes-- Brasil entre eles. Sua passagem pelo país incluía ganhos triplos: na arbitragem dos juros (maiores aqui, remunerando captações a um custo menor lá fora); na diferença cambial entre a data de ingresso e a da saída, uma vez que o próprio tsunami especulativo forçava a valorização do Real, garantindo conversões vantajosas para o dólar na despedida; e, finamente, na jogatina 'rapidinha' nas bolsas, sem nem dispor de ações próprias, alugando carteiras junto a bancos. A obstrução da pista principal do circuito, a dos juros, derrubados a fórceps pelo governo Dilma, melou o resto do passeio, prejudicado ainda pela queda nos mercados acionários.O rendimento médio dos fundos hedges este ano, segundo a Reuters, será 50% inferior à variação dos índices de ações dos mercados emergentes, que deve crescer apenas 5% frente a 2011, contra 450% entre 2003/2007. É quase o fim de uma era. É desse pano de fundo que soam os vagidos em inglês contra o governo Dilma, ecoados de gargantas midiáticas profundamente comprometidas com as finanças desreguladas. Caso da The Economist, que pediu a cabeça do ministro Mantega, na semana passada--caninamente saudada pelos seu back vocal em português; e do Financial Times, desta semana, cujo blog faz referencias deselegantes ao país e a  sua Presidente (leia reportagem de Marcelo Justo, de Londres; nesta pág). Como acontece quando as matrizes entram  no cio numa matilha, os uivos locais elevaram seus decibéis na última quarta-feira. Coube  à 'Folha' cravar o latido mais alto da praça, em editorial pedindo 'reforma geral nas prioridades nacionais'. (LEIA MAIS AQUI)



A guerra das usinas midiáticas do setor financeiro contra Dilma

Primeiro foi a revista The Economist; agora, foi a vez do jornal Financial Times: o governo de Dilma Rousseff entrou na mira dos grandes meios de comunicação financeiros britânicos internacionais. Ambos zombam do governo brasileiro, pedem a renúncia de Guido Mantega e qualificam Dilma como a rena do nariz vermelho. Para as usinas midiáticas do setor financeiro, Dilma cometeu um pecado imperdoável: forçou a baixa das taxas de juro. Não que o cenário econômico na casa destas publicações ande melhor. Justamente o contrário. O artigo é de Marcelo Justo.


Londres - A The Economist primeiro, o Financial Times depois: o governo de Dilma Rousseff entrou na mira dos grandes meios de comunicação financeiros britânicos internacionais. Ambos zombam do governo brasileiro, pedem a renúncia de Guido Mantega e qualificam Dilma como a rena do nariz vermelho. Não que as coisas na casa destas publicações andem melhor. Justamente o contrário.

A economia britânica acaba de sair da segunda recessão em três anos graças ao pequeno estímulo dos jogos olímpicos, mas a maioria dos analistas acredita que no próximo trimestre ela voltará a se contrair. A Eurozona salvou-se raspando neste ano de 2012, mas ninguém se atreve a apostar no que pode acontecer no próximo ano, apesar de o diretor do Banco Central da Europa, Mario Draghi, assegurar desde julho que fará tudo o que está ao seu alcance para salvar o euro. Por último, os Estados Unidos estão fazendo o impossível para evitar o abismo fiscal, um incremento de impostos e um corte de gastos públicos que entraria em vigor automaticamente no dia 1º de janeiro se não houver um acordo político.

Apesar deste cenário do primeiro mundo, as críticas a Dilma não surpreendem. Para as usinas midiáticas do setor financeiro, a presidenta cometeu um pecado imperdoável: forçou a baixa das taxas de juro. Quando esta crítica à presidenta brasileira vem do primeiro mundo aparece como uma variante do famoso “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. 

Desde o estouro financeiro de 2008, Estados Unidos, Reino Unido e Banco Central Europeu se dedicaram à emissão de dinheiro eletrônico, um mecanismo conhecido em inglês como “quantitative easing”, e a baixar as taxas de juros a mínimos históricos para estimular o consumo. “A ideia é que mantendo essas taxas de juros o setor privado terminará investindo, algo que não está fazendo porque a demanda está estagnada. Em resumo, o problema mais grave é que esta política monetarista não está funcionando”, disse à Carta Maior Ismail Erturk, catedrático sênior de finanças da Universidade de Negócios de Manchester.

Este monetarismo foi debatido no chamado mundo desenvolvido, mas sem a estridência desqualificadora reservada ao governo de Dilma Rousseff. No caso do Reino unido e da Eurozona a comparação se torna mais absurda se tomamos como parâmetro a crise provocada pelos programas de austeridade vigentes na Europa. No Reino Unido, a coalizão conservadora-liberal democrata que assumiu em maio de 2010 encabeçada pelo primeiro-ministro David Cameron herdou um forte déficit fiscal produto do estouro financeiro de 2008-2009 e uma incipiente recuperação de 1,7% pela mão do estímulo fiscal do governo trabalhista de Gordon Brown.

A coalizão prometeu equilibrar as contas fiscais ao final de seu período de governo, em 2015, e projetou um crescimento de 2,1% para 2011 e 2,5% para 2012. A chave-mestra para esse passe de mágica era um programa de austeridade com cortes de 80 bilhões de libras (cerca de 140 bilhões de dólares) com uma perda de mais de meio milhão de empregos públicos. O resultado desse apequenamento logo ficou evidente. Em 2011, o crescimento real foi de 0,8%, enquanto que, em 2012, foi negativo (menos 0,4%). Quanto ao equilíbrio fiscal, o próprio governo admitiu em dezembro que para atingi-lo terá que ampliar a política de austeridade até...2018.

As coisas não andam melhor pela eurozona. Com a bandeira da austeridade, a União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (a Troika) conseguiram converter a debacle fiscal de um país que representava pouco mais de 2% do PIB da eurozona em uma crise que pode colocar em perigo todo o projeto pan-europeu. Desde o começo da crise grega em 2010, quatro nações terminaram regatadas pela Troika (Grécia, Portugal, Irlanda e Chipre), a banca espanhola foi salva com uma injeção de 100 bilhões de euros do Banco Central Europeu e a Grécia recebeu um novo pacote de ajuda em dezembro, no valor de 34 bilhões euros, que todos sabem que não será o último.

Em 2012, a eurozona teve um crescimento negativo de 0,5% que esconde em seu interior extraordinárias disparidades (a queda da Grécia superou 7%, enquanto que a Alemanha cresceu 0,8%). Segundo um informe da ONU, divulgado em 20 de dezembro, com estas políticas de austeridade as coisas vão piorar. O cálculo é que a região crescerá um magro 0,5% em 2013.

O governo de Barack Obama não apostou na austeridade e conseguiu evitar uma queda como a do Reino Unido ou da eurozona, mas sua recuperação é menor do que a esperada e está ameaçada por uma obra prima do terror econômico: o abismo fiscal. Em agosto, o Congresso estabeleceu o 1º de janeiro como prazo para chegar a um acordo sobre o gasto público e as reduções tributárias aprovadas durante a presidência de George Bush que finalizam nesta data. 

Se não houver acordo e as medidas entrarem em vigor, o resultado será uma recessão nos Estados Unidos e um forte impacto em uma economia mundial que, nas atuais projeções, crescerá 2,4%, muito menos do que é necessário para recuperar o terreno perdido desde o estouro do Lehman Brothers. A responsabilidade fiscal das reduções de impostos de George Bush foi discutida em seu momento, mas nenhuma usina midiática econômica teve a ideia de colocar um nariz vermelho no artífice da invasão ao Iraque. Assim são as coisas.

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer



segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A receita da The Economist para o Brasil: liberar o "espírito animal do setor privado"




A revista The Economist reserva os pedidos de mudança de ministérios da Fazenda para os ministros "intervencionistas" da América Latina. No início do ano, a previsão era de um crescimento de 0,7% para a Inglaterra em 2010. Agora, a constatação é de que a economia vai se contrar 0,12% este ano. Por ocaso a revista pediu a cabeça do ministro da Fazenda britânico, George Osborne? Para o Brasil, a receita é "deixar de se meter na economia, desregulamentar o mercado de trabalho e deixar que o espírito animal do setor privado possa expressar-se livremente". O artigo é de Marcelo Justo, direto de Londres.


Londres - Em seu último número, a revista The Economist disse que o ministro da fazenda Guido Mantega deveria sair, porque todas as suas previsões de recuperação econômica não tinham se confirmado. “O governo tinha convencido os economistas independentes de que, com uma moeda mais competitiva, com taxas de juros mais baixas e uma redução de impostos da indústria automobilística, a economia iria se recuperar”. As estatísticas foram – segundo a The Economist – “decepcionantes”, um “choque”.

O editorial e o texto sobre o Brasil foram publicados dois dias depois de o ministro da Fazenda do Reino Unido, o conservador George Osborne, reconhecer que o plano de consolidação fiscal que anunciou que o período 2010-2015 terá de estender a austeridade até 2018, para cumprir com o seu objetivo, sempre e quando se puder acreditar nas projeções quem os governos se baseam.

Não há nenhuma garantia. O Escritório para Responsabilidade Orçamentária, uma organização criada pela Coalizão Conservadora-liberal democrata para medir a marcha da economia, previu no começo do ano um crescimento de 0,7% para 2012. Agora disse que, na realidade, a economia vai se contrarir 0,1% este ano. O rombo fiscal é o dobro do projetado há uns dias.

Como se vê, nesse terreno minado das previsões econômicas, não há mais precisão no Reino Unido do que no Brasil. Por acaso a “The Economist” pediu a cabeça de Osborne?

Não é de surpreender. O semanário apoiou os conservadores nas eleições de 2010 e o programa de Austeridade da Coalizão. Em maio deste ano, mês das eleições, a economia estava se recuperando do estouro financeiro de 2008. Crescimento era anêmico - 1,7% -, mas começava lentamente a recuperar o alento, graças a um massivo programa de investimento público do governo trabalhista.

A austeridade da coalizão afogou este impulso. O programa previa cortes de 80 bilhões de libras (em torno de 140 bilhões de dólares) para o período 2010-2015, por meio de uma forte redução da estrutura estatal, com mais de meio milhão de desempregados. A esse golpe, o governo agregou outro: um aumento massivo de impostos.

Os despedidos começaram a engrossar as filas de desempregados que cobram o seguro-desemprego e que não contribuem, aumentando o gasto do Estado e diminuindo a arrecadação. Os consumidores em geral, mesmo os que conservam seus empregos, adotaram uma atitude mais cautelosa para diminuir o seu endividamento pessoal e se preservar, caso a enfermidade econômica acabasse os afetando.

O resultado macroeconômico está à vista. Em 2011, a economia foi se desacelerando trimestre após trimestre (de 0,4% entre julho e outubro, a 0,3% no último trimestre). Nos dois primeiros trimestres deste ano o crescimento foi diretamente negativo, uma medida convencional que os economistas usam para definir uma recessão (dois trimestres consecutivos). É a segunda queda que o Reino Unido experimenta em 3 anos.

As Olimpíadas de Londres deram um impulso econômico transitório que permitiu ao Reino Unido sair do crescimento negativo, mas a essas alturas o plano da Coalizão já estava em marcha. A queda na arrecadação devido à falta de crescimento é hoje tão pronunciada que, segundo as previsões que o governo anunciou na Câmara dos Comuns na última quarta-feira, será necessário mais três anos de ajustes para se alcançar o equilíbrio fiscal que se havia prometido para 2015.

Em sua nota sobre a situação econômica do Reino Unido, a “The Economist” faz uma análise fática, com números e gráficos, mas em momento algum fala da necessidade de mudança de estratégia. À diferença do editorial e da matéria sobre o Brasil, que deslizam rapidamente para o campo da opinião (“o que o governo Dilma Rousseff teria de fazer é deixar de se meter na economia, liberalizar o mercado de trabalho e deixar que o espírito animal do setor privado possa expressar-se livremente, para gerar o crescimento de que o Brasil precisa”), o artigo sobre a economia britânica se atém aos fatos, que termina usando como uma justificação do erro de cálculo de Osborne.

Sem explicitá-lo, o final da nota da revista sugere que não é necessária uma mudança de estratégia, no Reino Unido, porque a origem da crise não é o programa governamental, mas a situação econômica do mundo. “A miséria da zona do euro não vai terminar tão cedo, mas tampouco piorará. A desaceleração chinesa parece próxima do fim. Os Estados Unidos podem voltar a crescer com vigor na primavera e evitar o abismo fiscal. Um panorama global mais otimista pode evitar as más notícias para Osborne”. 

Há que se aguardar para ver. Por ora, as notícias sobre a produção industrial, anunciadas na sexta-feira – a revista é publicada pela manhã – falam de uma queda de 1,3%, o nível mais baixo em duas décadas. “Esta queda aumenta as possibilidades de uma nova recessão, a terceira queda que a nossa economia experimentaria”, assinalou ao “The Guardian” Samuel Tombs, da consultoria Capital Economics. Caso esse prognóstico se cumpra, haverá uma mudança de perspectiva da “The Economist”? Calculo que não. Os pedidos de mudança de ministérios da Fazenda o semanário reserva para os ministros “intervencionistas” da América Latina.

Tradução: Katarina Peixoto