Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Serra prega o terror
Como desmascarar o PIG
A repercussão que teve a proposta do Movimento dos Sem Mídia de denunciar à Justiça Eleitoral um dos tradicionais processos de campanha eleitoral ilegal que a grande imprensa brasileira costuma desenvolver para os políticos de sua preferência a cada ano eleitoral desde sempre neste país, nos obriga a ir em frente.
A teoria do MSM é a seguinte: a grande imprensa escrita, televisada e radiofônica, maiormente representada pelos grupos empresariais Folha, Estado, Globo e Abril, com seus tentáculos espalhados por todo o país, está promovendo, mais uma vez, uma enxurrada de noticiário em favor da candidatura José Serra e contra a candidatura Dilma Rousseff.
Nos jornais, por exemplo, há dias em que se vê as primeiras páginas com quatro, cinco, seis manchetes negativas para o PT, seja fazendo denúncias, seja comprando as teses da oposição tucana, seja defendendo tucanos aliados de Serra, promovendo campanha negativa contra Dilma.
Esse fenômeno se reproduz, de forma análoga, porém mais dissimulada, em concessões públicas de rádio e televisão.
Esta campanha eleitoral tem sido marcada por uma atuação bastante vistosa da Justiça Eleitoral, que tem multado seguidamente os candidatos a presidente e titulares do governo federal e do Estado de São Paulo por “propaganda antecipada”, e até veículos de comunicação, como no caso do jornal O Estado de Minas, recentemente multado por fazer campanha eleitoral para Serra.
A Justiça Eleitoral também tem aplicado multas a sindicatos por fazerem “campanha negativa”. Ou seja: entidades que têm criticado Serra publicamente, estão sendo acusadas de atuarem para a campanha de Dilma.
Diante disso, surge uma avenida de oportunidades para mostrar a essa Justiça Eleitoral que a campanha eleitoral negativa e antecipada mais escandalosa quem tem feito são os quatro grupos empresariais supra mencionados e seus tentáculos menores na imprensa.
Há inclusive uma atuação conjunta da mídia e do PSDB, do DEM e do PPS, na qual os primeiros levantam alguma denúncia contra o PT e os meios de comunicação se encarregam de endossá-la, como no caso do “dossiê” contra Serra e no da “quebra de sigilo fiscal” do tucano Eduardo Jorge, casos nos quais a mídia claramente optou por endossar as posições oposicionistas.
A adesão praticamente automática da mídia à oposição é verificável em praticamente todas as questões políticas, econômicas e administrativas. Não consigo me lembrar de um só caso em que a mídia tenha ficado ao lado do governo e contra a oposição. Se existir, é exceção da exceção.
Todavia, há uma dificuldade para levar essas ações partidarizadas da mídia à Justiça. Por mais que qualquer um que seja honesto saiba que Globos, Folhas, Vejas e Estadões são tucanos até a alma, para a Justiça é preciso oferecer evidências concretas desse fato.
Há que fazer uma apuração de um período (qualquer período) que se verificará com facilidade o enorme apoio que Serra e seus aliados têm recebido dos veículos supra mencionados em todas as suas questões com Dilma, Lula e o PT.
Se pegarmos qualquer período, há uma avalanche de notícias, editoriais, colunas etc. atacando e acusando e criticando a situação, sempre sob a ótica da oposição, tratada pela imprensa como vítima de um governo despótico e corrupto.
O grande problema é fazer essa apuração em tempo hábil.
Apesar do apoio dos leitores deste blog, que às centenas se filiaram ao Movimento dos Sem Mídia e que se propuseram não só a trabalhar mas a contribuir com doações para que tenhamos alguma receita que nos dê condições de assumir compromissos, um estudo como esse, que mostre, estatisticamente, como é descomunal o partidarismo midiático, precisa ser feito em bases minimamente científicas.
Pensei, então, em recrutar filiados e simpatizantes do MSM para pegarem períodos dos arquivos dos jornais que seriam divididos entre os envolvidos e classificarem as edições diárias por notícias negativas para cada candidato, notícias positivas e notícias neutras.
A idéia é a de que se dê para cada militante do MSM um período para apurar, porque, de acordo com estudos do setor jurídico da organização, a denúncia desse partidarismo está amplamente amparada pela lei que rege a matéria eleitoral.
Se ficar minimamente demonstrada a campanha partidarizada que a mídia vem empreendendo para ajudar Serra, esses veículos podem ser multados. Mas o principal efeito será político, pois, pela primeira vez, haverá um fato que comprove que Globos, Folhas, Vejas e Estadões vêm atuando como partidos políticos.
O grande problema de o estudo ser feito da forma que imaginei inicialmente é no que tange cada um que ajudar a fazê-lo saber identificar claramente o que é notícia negativa, positiva e neutra, pois, aí, entram em campo os sentimentos das pessoas.
A subjetividade e a tendência ideológica podem fazer alguém ver notícia negativa ou positiva onde não existe, pois quando se tem lado é mais difícil ter equilíbrio. O melhor, portanto, seria conseguir fazer um trabalho estatístico independente e feito por pessoas treinadas para tanto.
Estou em contato com algumas instituições que poderiam nos socorrer nesse caso, mas, como todos sabem, os recursos do MSM, mesmo com o apoio dos leitores deste blog, são bastante escassos.
Na pior das hipóteses, se não tivermos como bancar um estudo profissional, teremos que tentar selecionar pessoas com algum conhecimento para fazermos o estudo nós mesmos. Seria um trabalho difícil, mas poderia ser feito.
Posso comprar assinaturas de jornais, exemplares antigos, de forma a irmos quantificando e classificando essa campanha eleitoral ilegal imensa que os veículos em questão têm feito para Serra.
O importante, agora, é que o apoio dado ao MSM pelos caros leitores durante este mês de julho prossiga, de forma a termos recursos para ir em frente e, pela primeira vez, provarmos, publicamente, que a grande imprensa brasileira se converteu em um partido político, já descrito como Partido da Imprensa Golpista.
Se tivermos êxito, acho que será um duro golpe para uma elite que criou para si um aparato de comunicação que se constitui em um poder paralelo ao do Estado, que tem conseguido atrasar o progresso do país escudado em uma liberdade de imprensa que nada mais é do que liberdade para usar até concessões públicas em prol de interesses sectários de um pequeno e influente grupo social.
Há, ainda, a frente de luta contra a manipulação de pesquisas, que graças aos leitores deste blog o MSM está tendo como travar. Aliás, nessa questão estamos muito próximos de provar que um crime eleitoral foi cometido por ao menos dois institutos de pesquisa, pois estamos indo para cima do inquérito que o MPE enviou à Polícia Federal com base na representação dos Sem Mídia pedindo auditoria de todos os institutos de pesquisa.
Neste fim de semana, teremos as pesquisas Datafolha e Vox Populi sobre a sucessão presidencial. É bem possível que um desses institutos forneça as provas finais para demonstrar um crime eleitoral de falsificação de pesquisas.
Se Vox Populi e Datafolha divergirem significativamente em pesquisas que fizeram quase ao mesmo tempo, ficará claro que um deles está mentindo e, assim, haverá uma pressão adicional para que a investigação da PF caminhe mais rápido.
O Movimento dos Sem Mídia, como se vê, está em uma encruzilhada. Com o vosso apoio, poderá realizar um feito inédito na história política deste país. O Brasil, portanto, conta com cada um de vocês para que mantenham a ONG de pé, de forma que, de uma vez por todas, tenha fim o uso da comunicação dessa forma ilegal e imoral que temos visto.
Que nos próximos meses continuemos juntos e atuando, porque procurarei a todos os que se dispuseram a ajudar. E são muitos. Em grande parte, já demonstraram que estão dispostos a impedir essa vergonhosa campanha midiática para eleger José Serra. Com esse apoio todo, venceremos.
A mídia e algumas desinformações oportunas e políticas sobre fontes de energia
Durante o processo de licitação da usina Hidroelétrica de Belo Monte, projeto estatal para construir, com parceiros privados, a terceira maior usina de geração de energia elétrica do mundo, a imprensa despejou todo santo dia quantidade excepcional de material jornalístico, de baixa qualidade, mas com alto potencial político, contrários ao empreendimento.
Trouxeram aos holofotes das discussões do tema o diretor do filme "Avatar", o renomado James Cameron para, turbinado por sua popularidade mundial no rastro do estrondoso sucesso do filme, influenciar a opinião pública brasileira e, em coro com políticos locais da oposição, transformar em bandeira ecológica a derrocada do projeto.
Sem entrar no mérito da obra, mas na questão da montagem cênica da mídia, o pretendido desgaste ao governo brasileiro e, consequentemente o desgaste eleitoral ao grupo governista, encenado em sociedade pela mídia e oposição, não surtiu o efeito esperado, nem mesmo com a ajuda de uma estrela "hollywoodiana". O governo venceu a queda de braço e conseguiu licitar obra importante ao desenvolvimento nacional, afinal sem infraestrutura não há como crescer continuamente. Afinal, Miriam Leitão repete toda manhã esse mantra, né mesmo?
Batalha perdida, a oportunidade cria outra em seguida: o vazamento de petróleo no Golfo do México, tragédia ambiental de dimensões monumentais, protagonizada pela British Petroleum, foi a deixa para trazer de volta o discurso político contra o projeto de exploração do Pré-sal. Oras, se uma tragédia como aquela ocorrer no Brasil teria proporções ainda mais devastadoras, segundo "presságios" da imprensa brasileira... Logo seguiu-se uma "avalanche" de declarações, editoriais e reportagens condenando a exploração do pré-sal, vaticinando tragédias e apontando outras possibilidades de energia, menos poluentes e viáveis comercialmente. O pano de fundo dessa nova posição da mídia e da oposição é a disputa eleitoral, pois nem um nem outro nunca apostou nas formas alternativas de geração e comercialização de energia. Contradição? Também eram contra Belo Monte, meses antes, mega projeto gerador de energia limpa, agora clamavam por novas alternativas, neo ecologistas, baseados no discurso do "fim do mundo", tragédia inevitável.
Segundo a imprensa e a oposição, o governo deveria enterrar com pá de cal o projeto do pré-sal, ignorar as riquezas descobertas pelo país em nome desse "clamor ecológico vigente", ou pelas palavras não ditas: permitir às empresas estrangeiras o acesso, em condições favoráveis, a riqueza brasileira das jazidas de petróleo a serem exploradas em futuro próximo, jogando, desse modo, o jogo do mercado liberal e acalmando seus porta-vozes e prepostos.
Mais uma vez a questão: como é possível crescer sem gerar energia? Belo Monte e Pré-sal seriam danosos ao Brasil, discurso da imprensa e da oposição, discurso político, de fato. Qual a solução? Não se interessaram em saber, mas apenas pré-julgar, obter dividendos políticos com os "factóides" e desinformações lançadas.
Energia renovável? Sim! Mas a imprensa e a oposição também já condenaram. Em 2008 com a crise mundial em seu auge e o aumento do consumo de alimentos do mundo, a demanda esteve muito alta, os preços subiram demasiadamente. Mas o vilão eleito, a "bola da vez", foi o álcool combustível(etanol), porque estaria invadindo, segundo os "anunciantes do armagedom midiático", mundo afora, inclusive no Brasil, áreas destinadas a plantação de alimentos. Mas nunca haviam lançado qualquer nota contra a soja... Mas enfim, o discurso contundente contra o álcool servia a vários clientes de uma só vez, mas principalmente: argumento social aos aliados da indústria petrolífera contra o combustível produzido da cana; embasamento factual à oposição contra o programa brasileiro de etanol, em crescente elevação no mercado mundial, e notório capital político do governo.
As profecias falharam mais uma vez, a produção alimentícia se estabilizou os preços arrefeceram e o etanol brasileiro desponta no mercado americano.
Afinal qual é o posicionamento ideológico da imprensa conservadora brasileira e, a reboque, da oposição acerca de que energia privilegiar para suprir o crescimento econômico, que possibilita o desevolvimento social? Pelo jeito não possuem qualquer idéia sobre que valha algo, ou melhor, possuem sim, mas assumi-las em período eleitoral poderia causar revés terrível.
O certo é que possuem energia de sobra para desinformar, mesmo que para isso seja necessário passar por cima de interesses nacionais e dos fatos.
Dilma sugere que vice de Serra pode gerar instabilidade no país
O Índiota ssERRA Pallin
Por Fernando Exman
BRASÍLIA (Reuters) - A candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, sugeriu nesta quinta-feira que o vice de seu principal adversário na disputa, o deputado Indio da Costa (DEM-RJ), pode ser um fator gerador de instabilidades se precisar assumir o comando do país.
Na semana passada, o parlamentar, vice na chapa encabeçada por José Serra (PSDB), fez diversas críticas à campanha da ex-ministra da Casa Civil, dizendo que o PT tem ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o narcotráfico.
Nesta quinta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu direito de resposta ao PT pela afirmação de Indio sobre a ligação do partido ao narcotráfico.
"Posso afirmar que eu escolhi uma pessoa para ser vice que pela a sua experiência e seu desempenho é conhecido de todos e tem todas as condições de, diante da necessidade de eu me afastar do país, assumir a Presidência da República sem criar nenhum tipo de confusão", disse Dilma durante sabatina promovida pelo canal de TV Record News e o portal de Internet R7, referindo-se ao deputado Michel Temer (PMDB-SP).
Em Porto Alegre, Serra defendeu seu vice como o mais bem preparado e ainda classificou Temer como "mercadoria" fruto de "troca-troca" eleitoral.
MST
Dilma disse acreditar que a taxa de juros e os spreads bancários deverão cair nos próximos anos, assim como a relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto, hoje em torno de 41 por cento.
"Acredito até que o final do meu governo vai estar em torno de 30 por cento."
A candidata petista garantiu que num eventual governo seu as ocupações no campo diminuiriam, rebatendo declarações feitas pelo líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stédile, em entrevista à Reuters, de que o número aumentaria.
"No meu governo, cada dia mais elas diminuirão", disse, explicando que isso ocorreria devido a políticas de incentivo e assistência à agricultura familiar.
A petista afirmou considerar necessário a continuidade da reforma agrária e que é favorável ao diálogo com os movimentos sociais, mas alertou: "Não pretendo ter nenhuma complacência com ilegalidade... com a ilegalidade, eu não negocio."
Dilma voltou a dizer que as ilações de que seu comitê teria fabricado dossiês contra adversários não têm provas e buscam prejudicá-la na corrida eleitoral, e rebateu as declarações de Serra de que, se eleito, dobraria a cobertura do Bolsa Família.
Segundo ela, o governo federal só não ampliou ainda mais o programa social porque prefeituras como São Paulo, que foi governada pelo tucano, não adicionaram mais famílias em seus cadastros.
"Não estou dizendo que é impossível. Estou dizendo que é impossível que ele faça", disparou.
Perguntada se o eleitor deveria compreender alianças do PT com ex-adversários como o ex-presidente Fernando Collor de Mello, Dilma afirmou que não há problema se o antigo rival mudou de opiniões e aderiu ao programa de governo de sua chapa. "Se mudou de posição, é bem-vindo."
Dilma voltou também a descartar a descriminalização da maconha. Por outro lado, defendeu um maior controle sobre bebidas alcoólicas. "Acho que o álcool também deveria ser mais regulado."
Vítima de um linfoma, Dilma assegurou que sua saúde está bem depois de ter passado pelo tratamento para combater o câncer. "Todos os meus exames indicam, graças a Deus, que não tenho nenhuma recidiva. Eu hoje me sinto bem."
PSDB terá de publicar por dez dias resposta do PT às declarações de Indio
O PT ganhou direito de resposta contra Indio da Costa (DEM), o candidato a vice de José Serra (PSDB). De acordo com decisão do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Henrique Neves, o PSDB terá de veicular por dez dias uma resposta do PT às declarações de Indio. O candidato afirmou que o PT tem ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e com o narcotráfico. "Eu não tenho dúvida nenhuma disso", disse Indio, em entrevista veiculada pelo site "Mobiliza PSDB", no dia 16. "O tom ofensivo é evidente", afirmou o ministro do TSE.
Indio Sara Palin foi assunto na festa do DEM de Pernambuco
A festa de comemoração dos 70 anos do senador Marco Maciel (DEM), na noite da última quarta-feira,
gerou certo saudosismo entre os principais aliados do tucano José Serra (PSDB) em Pernambuco. Ao avaliarem as recentes declarações do deputado Indio da Costa, candidato a vice de Serra, demistas locais lembraram dos tempos em que o discreto Maciel era o segundo homem da República.
Lula rebate Serra sobre Farcs, chamando-o de irresponsável e "ignorante" em história
O presidente Lula rebateu, indignado, as declarações de José Serra (PSD/SP) e seu vice, que acusaram o PT de ter ligação com as Farc e o narcotráfico:
"Normalmente quando chega período eleitoral, as pessoas começam a tentar colocar pelo em ovo...
É irresponsabilidade tratar o PT como um partido tendo qualquer ligação com as Farc, ou seja ... é não conhecer a história política deste país."
O presidente falou na entrevista coletiva, após receber a Grã-Cruz da Ordem Dois de Julho - Libertadores da Bahia - do governador Jaques Wagner (PT/BA), em Salvador (BA), na quinta-feira, 22.
Marina também diz que ligar PT às Farc é fazer acusação gratuita
Marina Silva (PV), que fez palestra para profissionais do setor financeiro em Nova York, também rebateu a baixaria de Serra e seu vice:
“Eu não faço coro com aqueles que estão fazendo, no meu entendimento, acusações gratuitas ao presidente Lula, à ministra Dilma e ao partido dos Trabalhadores no que se refere a relações com as Farc. Fiquei 30 anos dentro do PT e nunca soube que tinha esse tipo de relação e no nível em que foram acusados”, afirmou.
O Globo agora é a favor da igualdade?
A manchete de hoje do jornal O Globo -Brasil tem o 3° pior índice de desigualdade do mundo – provavelmente poderia ter sido publicada em qualquer dia dos últimos 20 anos. À parte o fato de estar mal redigida – o correto seria “o 3º maior”, porque não poderíamos dizer, por exemplo, que a Noruega tem o “3º melhor índice de desigualdade” – esta situação de desigualdade econômica é o fruto de um modelo econômico que se implantou com todo o apoio e solidariedade do império Globo e que só com muito esforço começa a ser mudada, apesar de suas sistemáticas campanhas contra todos os líderes políticos que buscam ou buscaram melhorar a distribuição de renda no Brasil.
Assim foi com Getúlio, com Jango, com Brizola e, agora, com Lula. Os governantes que concentraram a renda – os ditadores do período militar, Sarney, Collor, Fernando Henrique – só passaram a receber críticar do jornal depois que se tornaram bagaço, inservíveis a seus planos.
Há, entretanto, algo bom em O Globo. É que ele nos estimula o hábito da leitura. Sim, porque é preciso ler quase um palmo de matéria para chegar ao fato que a manchete esconde. Está lá, no meio, quase, do texto: “No caso do Brasil, porém, a desigualdade caiu fortemente nos últimos anos…”
Bom, como o relatório que o jornal dos marinho usa para sua manchete fala que os dados são do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o blogueiro aqui foi lá no site da instituição, e encontrou a matéria da qual reproduzo um trechinho:
“Apontado até o Relatório de Desenvolvimento Humano 2005 como referência de desigualdade, o Brasil é apresentado no RDH 2006 como exemplo de melhoria na distribuição de renda. “A boa notícia é que a desigualdade extrema não é algo imutável. Nos últimos cinco anos, o Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, tem combinado um sólido desempenho econômico com declínio na desigualdade de rendimentos (…) e na pobreza”, sustenta o texto.”
Na matéria existe um gráfico que mostra que o índice de desigualdade na distrbuição de renda vem caindo no atual governo, em relação ao registrado no Governo Fernando Henrique Cardoso. Vocẽ pode observar aí ao lado e embora o dado final, ali, seja 2006, qualquer pessoa sabe que de lá para cá cresceram os empregos e os salários das parcelas mais pobres da população. Aliás, não dá para entender se o “situação brasileira melhorou recentemente” de um subtítulo interno se referia a um informação perdida no contexto da matéria, de que o índice de 0,56 (quanto mais alto, pior) que nos colocaria na terceira posição em injustiça é o atual ou se vale o que está escrito no texto , que “em 2008, o índice de Gini estava em 0,515″. A matéria esclarece, burocraticamente, que no tal “ranking” se considera “o último dado disponível onde era possível a comparação internacional”. Mas não registra quando foi isso.
Como a matéria se presta ao “neo-socialismo” de O Globo, não tem importância que você entenda, basta achar que o Governo Lula está afundando o Brasil na miséria. Aliás, como agora é um campeão da igualdade, bem que o O Globo poderia fazer um baita editorial aplaudindo Hugo Chávez. A reportagem, en passant, fala que a venezuela é um dos países com mais igualdade na distribuição de renda – índice de 0,49 .
Se tivesse um pouco mais de trabalho em apurar veria que a Comissão Econômica da América Latina – a Cepal, aquela mesmo do FHC – apontou o país de Chávez como o que mais avançou na distribuição de renda, segundo a sua secretária executiva Alicia Bárcenas, e seu índice Gini estaria em 0,41.
Quem sabe O Globo, agora investido no papel de “justiceiro social” não se interessa pela pauta?
Por que Chávez rompeu relações com a Colômbia
Mas a aproximação foi fulminada pela ação de Álvaro Uribe, desconfortável com a autonomia de seu sucessor e o risco de perder espaço na vida política do país. Mesmo sem qualquer incidente que servisse de pretexto, jogou-se nos últimos dias a reativar denúncias sobre supostos vínculos entre as Farc e a administração chavista.
O ápice da performance uribista foi a atual reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos), que se realiza em Washington. Bogotá apresentou provas para lá de duvidosas, que sequer foram corroboradas por seus aliados tradicionais, de que a Venezuela estaria protegendo e acobertando atividades guerrilheiras. A reação de Caracas foi dura e imediata.
A decisão pela ruptura de relações diplomáticas, no entanto, pode ser provisória. O próprio presidente Chávez, nas primeiras declarações a respeito dessa atitude, reafirmou a esperança de que Santos arrume a bagunça armada pelo atual ocupante do Palácio de Nariño. Mas reiterou sua disposição de enfrentar e desqualificar a estratégia de Uribe.
O presidente colombiano parece mirar dois objetivos. O primeiro deles é interno: a reiteração da “linha dura” como política interna facilita sua aposta de manter hegemonia sobre os setores militares e sociais que conseguiu agregar durante seu governo. O segundo, porém, tem alcance internacional. O uribismo é parte da política norte-americana para combater Chávez e outro governos progressistas; mesmo fora do poder, o líder ultradireitista não quer perder protagonismo e se apresenta como avalista para manter Santos na mesma conduta.
Fontes do Palácio de Miraflores não hesitam em afirmar que as provocações de Uribe, além de fixar seu alvo no presidente venezuelano, seriam estranhamente coincidentes com o discurso de José Serra e Indio da Costa no Brasil, retomando a pauta de eventuais relações entre o PT e a guerrilha colombiana. Esses analistas afirmam que o governante de Bogotá deu um lance para se manter em evidência na disputa regional entre os blocos de esquerda e direita.
Autoridades venezuelanas, nos bastidores, se empenham para que haja uma condenação generalizada, dos países latino-americanos, à conduta de Bogotá e ao cúmplice silêncio norte-americano. Não desejam que outras nações sigam o caminho da ruptura, mas Chávez parece convencido que seu colega colombiano não poderá ser detido com meias-palavras ou atos de conciliação.
(*) Breno Altman é jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi
Por que Chávez rompeu relações com a Colômbia
Mas a aproximação foi fulminada pela ação de Álvaro Uribe, desconfortável com a autonomia de seu sucessor e o risco de perder espaço na vida política do país. Mesmo sem qualquer incidente que servisse de pretexto, jogou-se nos últimos dias a reativar denúncias sobre supostos vínculos entre as Farc e a administração chavista.
O ápice da performance uribista foi a atual reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos), que se realiza em Washington. Bogotá apresentou provas para lá de duvidosas, que sequer foram corroboradas por seus aliados tradicionais, de que a Venezuela estaria protegendo e acobertando atividades guerrilheiras. A reação de Caracas foi dura e imediata.
A decisão pela ruptura de relações diplomáticas, no entanto, pode ser provisória. O próprio presidente Chávez, nas primeiras declarações a respeito dessa atitude, reafirmou a esperança de que Santos arrume a bagunça armada pelo atual ocupante do Palácio de Nariño. Mas reiterou sua disposição de enfrentar e desqualificar a estratégia de Uribe.
O presidente colombiano parece mirar dois objetivos. O primeiro deles é interno: a reiteração da “linha dura” como política interna facilita sua aposta de manter hegemonia sobre os setores militares e sociais que conseguiu agregar durante seu governo. O segundo, porém, tem alcance internacional. O uribismo é parte da política norte-americana para combater Chávez e outro governos progressistas; mesmo fora do poder, o líder ultradireitista não quer perder protagonismo e se apresenta como avalista para manter Santos na mesma conduta.
Fontes do Palácio de Miraflores não hesitam em afirmar que as provocações de Uribe, além de fixar seu alvo no presidente venezuelano, seriam estranhamente coincidentes com o discurso de José Serra e Indio da Costa no Brasil, retomando a pauta de eventuais relações entre o PT e a guerrilha colombiana. Esses analistas afirmam que o governante de Bogotá deu um lance para se manter em evidência na disputa regional entre os blocos de esquerda e direita.
Autoridades venezuelanas, nos bastidores, se empenham para que haja uma condenação generalizada, dos países latino-americanos, à conduta de Bogotá e ao cúmplice silêncio norte-americano. Não desejam que outras nações sigam o caminho da ruptura, mas Chávez parece convencido que seu colega colombiano não poderá ser detido com meias-palavras ou atos de conciliação.
(*) Breno Altman é jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi
REPERTÓRIO ELEITORAL DE SERRA É CADA VEZ MAIS UMA SÍNTESE DE CARLOS LACERDA COM ÁLVARO URIBE
Esta conferência realiza-se sob o signo da liberdade de imprensa
A Dilma disse na entrevista à TV Brasil:
Temos de distinguir duas coisas. O mundo inteiro tem uma discussão e um marco regulatório em relação à convergência de mídia. Por exemplo, o controle estrangeiro nas mídias. Outra coisa é controle sobre conteúdo e restrição e censura à imprensa. Aí a única censura é o controle remoto. Sou contrária ao controle do conteúdo. O que é inadmissível é a censura à imprensa. É inadmissível alguém usar sua posição e ligar para o editor de um jornal e pedir punição para jornalista. Antes de falar em liberdade de imprensa tem que garantir a liberdade do jornalista e o direito de expressão.
Quer dizer: se o PiG (*) acha que a Dilma não vai fazer a Ley de Medios está muito enganado.
E mais: a Ley de Medios brasileira terá nascido do ventre da Confecom, que a Globo boicotou e o Serra também.
Acompanhe, caro amigo navegante, o que o Presidente Lula acaba de decidir:
Saiu no Blog do Planalto:
Quinta-feira, 22 de julho de 2010
Comissão discutirá novo marco regulatório das telecomunicações e radiodifusão
Uma comissão interministerial foi criada ontem (21/7) por decreto do presidente Lula para elaborar estudos e apresentar propostas de revisão do marco regulatório da organização e exploração dos serviços de telecomunicações e de radiofusão no País. A comissão será integrada por representantes da Casa Civil (a quem cabe a coordenação), os ministérios das Comunicações e Fazenda, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência e a Advocacia-Geral da União. A Casa Civil poderá convidar representantes de órgãos e entidades da administração federal, estadual e municipal, além de entidades privadas.
O relatório final da comissão será apresentado ao presidente Lula juntamente com as propostas para revisão do marco regulatório da organização e exploração dos serviços de telecomunicações e de radiodifusão no País. Leia aqui a íntegra do decreto.
Segundo o ministro Franklin Martins (Secretaria de Comunicação Social), “a ideia é deixar para o proximo governo propostas que permitam avançar numa área crucial e enfrentar os desafios e oportunidades abertos pela era digital na comunicação e pela convergência de mídias”.
No discurso que fez na abertura da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), em dezembro de 2009, o presidente Lula destacou que o principal documento da legislação brasileira do setor é o Código Brasileiro de Telecomunicações, editado em 1962 para disciplinar a radiodifusão. Com as mudanças tecnológicas ocorridas de lá para cá, é preciso agora rever os marcos legais da atividade.
Com a digitalização e a internet, as fronteiras entre os diferentes meios estão sendo dissolvidas. Hoje, texto, áudio e imagem não só são tratados com a mesma tecnologia digital como podem ser disseminados pelas mesmas plataformas. Um número crescente de leitores informa-se através da internet. Cada vez mais, as notícias estão disponíveis em tempo real, tanto em computadores pessoais como em aparelhos celulares ou em outros equipamentos portáteis. (Confira aqui o post do Blog do Planalto que traz trecho em vídeo do discurso do presidente na 1ª Confecom e o áudio com a íntegra).
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Os conselhos da prudência
Por Mauro Santayana
Tudo indica que a ruptura de relações entre a Venezuela e a Colômbia, decidida ontem pelo presidente Chávez, não durará muito. O bom-senso voltará, mais uma vez, a imperar. Dentro de poucos dias, tomará posse o sucessor de Uribe, e essa será a oportunidade para que intervenham, de um e de outro lado da fronteira, os moderados de ambos os países.
Frustrada a esperança bolivariana de uma pátria grande, de vez em quando surgem questões entre as nações hispano-americanas. A Venezuela e a Colômbia, irmãs siamesas desde os movimentos de independência, são particularmente sensíveis aos problemas de convivência.
Tanto na Venezuela quanto na Colômbia há o conflito, às vezes mais aberto, outras vezes mais discreto, entre a minoria branca, senhora do poder político e dos grandes negócios (entre eles, o do narcotráfico), submissa aos interesses norte-americanos, e a maioria descendente dos índios da cordilheira. A integração entre os primitivos habitantes das terras altas e os conquistadores brancos e seus descendentes não se deu ainda, apesar do esforço de alguns líderes dos dois grupos. Na Venezuela esse conflito não é tão claro quanto na Colômbia, porque no país de Chávez tem sido maior a presença de mestiços no poder.
As elites intelectuais e políticas da Colômbia terão que buscar solução política para o conflito armado que castiga o país, como resultado do bogotazo de 1948. Todas as tentativas de pacificação foram frustradas, porque os dois lados não respeitaram as regras do entendimento. Os guerrilheiros chegaram a participar das eleições, mas os grupos paramilitares assassinaram seus líderes, que haviam deixado a segurança das selvas. Para desarmar os guerrilheiros, a sociedade colombiana terá que os integrar, mediante o trabalho e a participação na vida política. Isso não será fácil: para que se desarmem os membros das Farc, deverão ser dissolvidos os grupos paramilitares de extrema-direita. Do contrário, será entregar os combatentes de um lado ao ódio de seus inimigos, que os massacrarão impiedosamente.
São inúmeros os observadores internacionais que denunciam crimes hediondos perpetrados pelos grupos de extermínio e pelas forças oficiais de repressão. O caso dos falsos positivos é crime de lesa-humanidade que o governo norte-americano não vê. Jovens são arrebanhados nos meios rurais ou na periferia dos centros urbanos, sob promessa de emprego, e vilmente executados, como se fossem membros das Farc, eliminados em combate. Seus cadáveres servem para nutrir as estatísticas e justificar a gratificação distribuída aos militares como recompensa a falsos atos de bravura. Do outro lado, os movimentos guerrilheiros sequestram e mantêm em cativeiro seus adversários, e, da mesma maneira, atingem pessoas inocentes. O Estado não exerce soberania sobre todo o território, nem os guerrilheiros conseguem ampliar seu domínio.
As fronteiras da Colômbia com os vizinhos são permeáveis, o que possibilita trânsito fácil entre os países, sem que as autoridades percebam. As pessoas falam a mesma língua, têm os mesmos costumes e a mesma face castigada pela pobreza.
Há, no Brasil, os que simpatizam com Chávez e os que o detestam; os que aplaudem a política de aliança incondicional da Colômbia com os Estados Unidos e os que a repudiam. Mas o Brasil, como Estado, deve atuar com absoluta isenção, na busca do entendimento entre Bogotá e Caracas – como, aliás, está fazendo o governo.