Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 18 de julho de 2013

A chance de a denúncia contra a Globo dar em alguma coisa


Na última terça-feira, a Procuradoria da República do Distrito Federal (PR-DF) confirmou instauração de apuração criminal “preliminar” de suspeitas de sonegação e outros crimes que teriam sido praticados pela Rede Globo, após denúncia de 17 movimentos sociais, tais como o Centro de Estudos das Mídias Alternativas Barão de Itararé, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).
A denúncia dos movimentos busca obter da Procuradoria o entendimento de que as manobras utilizadas pela Globo ao efetuar o pagamento dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002 não se constituíram, tão-somente, em crime tributário, que se elide com o pagamento dos impostos devidos, mas, também, o entendimento de que tais manobras configuram crimes contra o sistema financeiro nacional e contra a administração pública, com toda a tipificação penal que tal prática encerra, e que, em sendo esses crimes confirmados pela investigação em curso, gerariam condenação penal direta dos controladores (leia-se os três irmãos Marinho) das Organizações Globo – controladores esses que, ironicamente, deteriam o “DOMÍNIO DO FATO” da ação criminosa, caso seja comprovada.
Veja só você, leitor, como esta vida é “engraçada”…
A Globo alega que pagou as multas que lhe foram aplicadas pela Receita Federal em face da operação ilegal que essa empresa montou para fugir dos impostos milionários que passou a dever por conta de uma operação comercial de grande vulto. Havendo entendimento da Procuradoria do Distrito Federal de que tudo que a Globo fez foi cometer um crime tributário e tendo ocorrido de fato o pagamento dos tributos devidos, a situação estaria resolvida – para a Globo.
Como a corporação da família Marinho alega que pagou a multa e os tributos devidos aderindo a programa da Receita para recuperar dinheiro sonegado – uma brecha legal que recompensa sonegadores com impunidade –, a denúncia que a Procuradoria do DF acaba de acolher terá que resultar em seu entendimento final de que para cometer o crime tributário a empresa também cometeu crimes comuns, ou seja, crimes contra o sistema financeiro e as administrações diretas e indiretas. E até mesmo “estelionato”.
Se não houvesse uma grande atenção sobre o caso por parte dos setores politizados da sociedade e até por parte da grande mídia – o Grupo Folha, à exceção de qualquer outro grande meio de comunicação, tem repercutido o caso e, na última terça-feira, seu portal UOL noticiou o acolhimento, pela Procuradoria do DF, da denúncia dos movimentos sociais –, o fim desse caso seria o mesmo que ele teve há cerca de seis anos, quando acabou engavetado.
Portanto, para que o Ministério Público do Distrito Federal não faça como o do Rio de Janeiro e “esqueça” o caso, ou apresente a conclusão de que não houve crime algum além do crime tributário, terá que haver acompanhamento direto de algum Poder da República que, de preferência, não seja o Judiciário. No cenário ideal, o Ministério da Justiça teria que acompanhar a conduta do MPF-DF.
Tendo consultado fonte da Cúpula do Poder Judiciário, o Blog apurou que só os elementos acima elencados seriam insuficientes para gerar uma ação penal contra a Globo. A tendência seria o Ministério Público do Distrito Federal, ao fim do prazo que tem para apresentar conclusões – 90 dias, prorrogáveis por mais 90 –, devolver o processo ao do Rio de Janeiro, onde a denúncia, mesmo que resultasse em ação penal, acabaria dando em nada, pois a força da Globo no Judiciário fluminense é largamente conhecida.
Todavia, há um complicador – para a Globo – nessa história toda. Um complicador que tem potencial cataclísmico, para dizer o mínimo. Esse “complicador” é a servidora da Receita que sumiu com o processo contra a empresa da família Marinho e que protagonizou uma história com lances de bangue-bangue durante o roubo da documentação.
A servidora da Receita Cristina Maris Meinick Ribeiro está respondendo criminalmente por ter roubado três volumes do processo da autuação contra a Rede Globo determinada pela delegacia da Receita em 2007. Durante esses seis anos – de 2007 para cá – as autoridades competentes não se interessaram em investigar por que essa senhora fez isso. Por que sumir com o processo da Globo? Alguém por certo encomendou o “serviço”. Quem poderia ser?
Aí entra a boa e velha “TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO”. Ou seja: se o Ministério Público for coerente, terá que usar nesse caso o mesmo critério que usou para acusar José Dirceu pelo mensalão. Só que, em vez de Dirceu, os acusados seriam os três filhos de Roberto Marinho – que, segundo o Paulo Henrique Amorim, não têm nomes próprios.
Contudo, para que esse fenômeno possa ocorrer terá que haver o que não houve, por exemplo, em relação a investigado muito menos poderoso do que a Globo, o PSDB “mineiro”, cujo “mensalão” dormita nos escaninhos da Justiça durante anos a fio.
A pergunta de seiscentos milhões de reais, portanto, é: se a Justiça protege até um partido político de oposição ao governo federal – que, portanto, não detém o Poder de Estado –, o que a faria incomodar quem comanda esse e outros partidos e que não se cansa de provar que tem um poder que se sobrepõe a qualquer outro no país?
Note-se que a servidora que roubou o processo da Globo, a Tal Cristina Maris Meinick Ribeiro, pode ser considerada ganhadora do que podemos chamar de “loteria judicial”. Isso porque conseguiu o que só um em cada milhão de brasileiros consegue. Sua prisão preventiva – decretada por suspeita de que poderia interferir nas investigações – foi relaxada por habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, por decisão monocrática do ministro Gilmar Mendes.
Quem é advogado sabe quantos brasileiros conseguem um habeas corpus determinado pelo STF. E sabe que quem consegue pode ser considerado como ganhador de uma loteria, de tão raro que é lograr tal feito.
Quem é essa mulher que rouba um processo contra uma empresa que afirma não conhecê-la e que consegue tal deferência da Justiça para si? Ou quem está por trás dela?
O caso contra a Globo, segundo minha fonte na cúpula do Judiciário, é fortíssimo. As evidências de que a empresa pode ter praticado toda sorte de crimes, avolumam-se. Entretanto, caso tudo termine em pizza não terá sido a primeira vez em que a Justiça brasileira terá dado fuga a um criminoso detentor de grande poder econômico. E sendo detentor, também, de grande poder político – a bancada da Globo é a maior do Congresso Nacional –, a esperança de justiça diminui muito.
Só quem poderia fazer esse caso ser investigado e julgado com seriedade seria o Poder Executivo. Ou, no limite do otimismo, o Poder Legislativo – esqueçamos o Poder Judiciário. Mas é possível acreditar que o governo federal venha a exigir justiça em um momento político em que se vê tão debilitado?
A reação da Globo por certo seria a maior já vista desde que o PT chegou ao poder. Um grande escândalo contra o governo Dilma seria criado, mesmo sem base, de forma a incentivar novos protestos de rua, agora com causa, ou seja, “contra a corrupção” – mesmo, repito, que a denúncia não passasse de vento, pois o que iria pesar seria o bombardeio.
Só o que pode interferir em previsões tão embasadas no que se sabe sobre como os poderosos (política e economicamente) pairam acima das leis e das instituições seria surgirem, por exemplo, mais vazamentos, com informações mais claras sobre a motivação da servidora da Receita supracitada.
Novas informações sobre o que levou a tal servidora a roubar processo que prejudicava a Globo, que tem o “domínio do fato”, podem surgir, vá lá, por ação da investigação da Procuradoria do Distrito Federal, recém-instalada, mas, se surgirem mesmo, o mais provável é que seja por iniciativas independentes como as que fizeram esse caso explodir após ter ficado congelado por tantos anos. Caso contrário, tudo terminará em pizza.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

GLOBO SUBORNOU TEIXEIRA E HAVELANGE

a GROBO pagou...

RECORD DENUNCIA:
GLOBO SUBORNOUTEIXEIRA E HAVELANGE



O jornal nacional é muito delicado, gentil.



Reportagem de Rodrigo Viana no Jornal da Record – http://noticias.r7.com/jornal-da-record/videos/edicao/?idmedia=4ffe09c792bb0c5e99d487a8 – sobre a revelação de um grosso esquema de suborno de Ricardo Teixeira e João Havelange na Suíça formula uma grave denúncia.

O jornalista suíço Jean-François Tanda diz claramente: Globo pagou ISL ( a empresa que tinha a exclusividade para a transmissão da Copa para o Brasil) e a ISL pagou Teixeira e Havelange.

Rodrigo mostra que o dinheiro da ISL teria chegado ao bolso de Teixeira (“did you accept the bribe , Mr Teixeira? “) pouco antes de Teixeira aumentar seu vasto patrimônio: com a compra, por exemplo, de uma fazendola em Barra do Piraí, no Rio.

A denúncia veiculada pela Record deveria acionar o dorminhoco brindeiro Gurgel para dar sequência à denúncia feita por Marcos Pereira, presidente do PRB, o partido que foi à Justiça para saber como Teixeira ficou tão rico.

Quem sabe, depois de responder à representação do professor Comparato, o brindeiro Gurgel – acusado de prevaricação por Fernando Collor -, resolve evitar uma nova acusacao de prevaricação ?

Em tempo: o jornal nacional blindou a dupla Havelange/did you accept the bribe. Não mostrou nem o rostinho rechonchudo deles. O jornal nacional é muito delicado, gentil.

Paulo Henrique Amorim

terça-feira, 26 de junho de 2012

Santayana: os EUA estão de olho na Tríplice Fronteira

Conforme o Wikileaks revelou, a embaixada norte-americana informava, em 2009, que a direita preparava um “golpe democrático” contra Lugo.
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O Conversa Afiada reproduz artigo de Mauro Santayana do JB online:


O golpe em Assunção e a tríplice fronteira


A moderação dos Estados Unidos, que dizem estranhar a rapidez do processo de impeachment do presidente Lugo, não deve alimentar o otimismo continental. Em plena campanha eleitoral, a equipe de Obama (mesmo a senhora Clinton) caminha com cautela, e não lhe convém tomar atitudes drásticas nestas semanas. Esta razão os leva a deixar o assunto, neste momento, nas mãos da OEA. Na verdade, se as autoridades de Washington não ordenaram a operação relâmpago contra Lugo, não há dúvida de que o Parlamento paraguaio vem sendo, e há muito, movido pelo controle remoto do Norte.

E é quase certo que, ao agir como agiram, os inimigos de Lugo contavam com o aval norte-americano. E ainda contam. Conforme o Wikileaks revelou, a embaixada norte-americana informava a Washington, em março de 2009, que a direita preparava um “golpe democrático” contra Lugo, mediante o Parlamento. Infelizmente, não sabemos o que a embaixada dos Estados Unidos em Assunção comunicou ao seu governo depois e durante toda a maturação do golpe: Assange e Meaning estão fora de ação.

Não é segredo que os falcões ianques sonham com o controle da Tríplice Fronteira. Não há, no sul do Hemisfério, ponto mais estratégico do que o que une o Brasil ao Paraguai e à Argentina. É o ponto central da região mais populosa e mais industrializada da América do Sul, a pouco mais de duas horas de voo de Buenos Aires, de São Paulo e de Brasília. Isso sem falar nas cataratas do Iguaçu, no Aquífero Guarani e na Usina de Itaipu. Por isso mesmo, qualquer coisa que ocorra em Assunção e em Buenos Aires nos interessa, e de muito perto.

Não procede a afirmação de Julio Sanguinetti, o ex-presidente uruguaio, de que estamos intervindo em assuntos internos do Paraguai. É provável que o ex-presidente — que teve um desempenho neoliberal durante seu mandato — esteja, além de ao Brasil e à Argentina, dirigindo suas críticas também a José Mujica, lutador contra a ditadura militar, que o manteve durante 14 anos prisioneiro, e que vem exercendo um governo exemplar de esquerda no Uruguai.

Não houve intervenção nos assuntos internos do Paraguai, mas a reação normal de dois organismos internacionais que se regem por tratados de defesa do estado de direito no continente, o Mercosul e a Unasul — isso sem se falar na OEA, cujo presidente condenou, ad referendum da assembleia, o golpe parlamentar de Assunção.

É da norma das relações internacionais a manifestação de desagrado contra decisões de outros países, mediante medidas diplomáticas. Essas medidas podem evoluir, conforme a situação, até a ruptura de relações, sem que haja intervenção nos assuntos internos, nem violação aos princípios da autodeterminação dos povos.

A prudência — mesmo quando os atos internos não ameacem os países vizinhos — manda não reconhecer, de afogadilho, um governo que surge ex-abrupto, em manobra parlamentar de poucas horas. E se trata de sadia providência expressar, de imediato, o desconforto pelo processo de deposição, sem que tenha havido investigação minuciosa dos fatos alegados, e amplo direito de defesa do presidente.

Registre-se o açodamento nada cristão do núncio apostólico em hipotecar solidariedade ao sucessor de Lugo, a ponto de celebrar missa de regozijo no dia de sua posse. O Vaticano, ao ser o primeiro a reconhecer o novo governo, não agiu como Estado, mas, sim, como sede de uma seita religiosa como outra qualquer.

O bispo é um pecador, é verdade, mas menos pecador do que muitos outros prelados da Igreja. Ele, ao gerar filhos, agiu como um homem comum. Outros foram muito mais adiante nos pecados da carne — sem falar em outros deslizes, da mesma gravidade — e têm sido “compreendidos” e protegidos pela alta hierarquia da Igreja. O maior pecado de Lugo é o de defender os pobres, de retornar aos postulados da Teologia da Libertação.

Lugo parece decidido a recuperar o seu mandato — que duraria, constitucionalmente, até agosto do próximo ano. Não parece que isso seja fácil, embora não seja improvável. Na realidade, Lugo não conta com a maior parcela da classe média paraguaia, e possivelmente enfrente a hostilidade das forças militares. Os chamados poderes de fato — a começar pela Igreja Católica, que tem um estatuto de privilégios no Paraguai — não assimilaram o bispo e as suas ideias. Em política, no entanto, não convém subestimar os imprevistos.

Os fazendeiros brasileiros que se aproveitaram dos preços relativamente baixos das terras paraguaias, e lá se fixaram, não podem colocar os seus interesses econômicos acima dos interesses permanentes da nação. É natural que aspirem a boas relações entre os dois países e que, até mesmo, peçam a Dilma que reconheça o governo. Mas o governo brasileiro não parece disposto a curvar-se diante dessa demanda corporativa dos “brasiguaios”.

No Paraguai se repete uma endemia política continental, sob o regime presidencialista. O povo vota em quem se dispõe a lutar contra as desigualdades e em assegurar a todos a educação, a saúde e a segurança, mediante a força do Estado. Os parlamentos são eleitos por feudos eleitorais dominados por oligarcas, que pretendem, isso sim, manter seus privilégios de fortuna, de classe, de relações familiares.

Nós sofremos isso com a rebelião parlamentar, empresarial e militar (com apoio estrangeiro) contra Getulio, em 1954, que o levou ao suicídio; contra Juscelino, mesmo antes de sua posse, e, em duas ocasiões, durante seu mandato. Todas foram debeladas. A conspiração se repetiu com Jânio, e com Jango — deposto pela aliança golpista civil e militar, patrocinada por Washington, em 1964.

A decisão dos países do Mercosul de suspender o Paraguai de sua filiação ao tratado, e a da Unasul de só reconhecer o governo paraguaio que nasça das novas eleições marcadas para abril, não ferem a soberania do Paraguai, mas expressam um direito de evitar que as duas alianças continentais sejam cúmplices de um golpe contra o estado democrático de direito no país vizinho.

Crime organizado derrubou Lugo

No centro de São Paulo, na região da Praça Princesa Isabel, no bairro de Campos Elíseos, no fim da tarde, nos salões acanhados das agências de empresas de ônibus que fazem transporte de passageiros ao Paraguai, o movimento é frenético. Os ônibus chegam às paradas bem antes da partida a fim de ser carregados com grande quantidade de mercadorias.
As empresas de ônibus são paraguaias, argentinas e também brasileiras. Há uma meia dúzia de agências dessas empresas na região. Atualmente, boa parte dessas mercadorias (tecidos, roupas, calçados, material de construção, material elétrico etc.) passa normalmente pelo lado brasileiro do controle de fronteira com o Paraguai e, ao chegar do lado de lá, paga imposto.
As coisas mudaram muito de 2009 para cá.  Então, muito pouco do que era embarcado nos ônibus do lado brasileiro passava efetivamente pela aduana paraguaia. Os ônibus faziam paradas em Foz do Iguaçu para descarregarem a mercadoria e ela seguia em vans e barcos por caminhos alternativos até país vizinho. Sem pagar nada.
O comércio ilegal de mercadorias e o tráfico de armas e drogas sofreu um grande golpe com a chegada de Fernando Lugo ao poder. Em fevereiro de 2011, por exemplo, em reunião celebrada na capital paraguaia, Asunción, Lugo anunciou a criação de uma coordenadoria especial para combater o contrabando e o descaminho nas fronteiras do país.
O objetivo da coordenadoria de entidades como a Direção Nacional das Aduanas, o Ministério da Indústria e Comércio e o Ministério da Fazenda era frear a invasão de produtos contrabandeados dos países vizinhos para o Paraguai ou deste rumo aos países limítrofes, sobretudo Brasil e Argentina.
À época, a seguinte declaração de Lugo (abaixo) provocou a ira do empresariado paraguaio e dos amplos setores daquela sociedade que têm no contrabando uma das mais importantes fontes de receita:
Como vocês sabem, a luta contra o contrabando, fundamentalmente, faz alusão ao comércio exterior, tanto de importação como de exportação. Com esta comissão, que irá reunir-se mensalmente para coordenar planos específicos, esperamos poder reduzir este flagelo que afeta nosso país. A ideia aqui é tomar o tema em sua totalidade, porque sabemos também que, por trás dos pequenos contrabandistas, há grandes mentores, que são os beneficiários finais do processo. Os pequenos estão envolvidos, somente, como forma de subsistência
Todos os que conhecem o Paraguai sabem que “importar” mercadorias e insumos “en negro” sempre foi prática da quase totalidade do grande, do médio e até do pequeno empresariado daquele país. As empresas têm dois caixas e os fiscais do governo sempre foram facilmente corruptíveis.
Lugo combateu também, por exemplo, leis que permitiam trazer carros roubados no Brasil e legalizá-los do lado Paraguaio. Ou seja: o sujeito roubava o veículo do lado de cá, entrava no país vizinho, ia até a “Alcaldia” (prefeitura) e obtinha documentação e emplacamento. Simples assim. Era prática que funcionava também na Bolívia. Lugo e Evo Morales acabaram com a festa.
Ainda assim, a corrupção desbragada que vige no Paraguai ainda permite “legalizar” carros roubados no Brasil. Mas essa prática deixou de ser institucionalizada.
Outra medida de exceção estabelecida por Lugo foi dar liberdade de ação aos militares para promover prisões, buscar e combater grupos armados vinculados ao movimento de guerrilha Exército do Povo do Paraguai (EPP), acusado de manter vínculos com as FARC e com o crime organizado atuante na fronteira com o Brasil.
O estado de exceção foi decretado pelo governo paraguaio em cinco departamentos (estados) e evidenciou a atividade criminosa na região da fronteira.
A rentabilidade que o mercado negro gera a setores da sociedade paraguaia e a redes poderosas do crime organizado possuem vastas ramificações nas instituições daquele estado nacional, dominando decisões nos níveis Legislativo, Executivo e Judiciário. A corrupção, o contrabando e o tráfico são instituições paraguaias que Lugo tentou combater.
Quem conhece o Paraguai sabe do clima de revolta entre os setores que sempre se beneficiaram desse estado de coisas. O presidente anterior a Lugo, Nicanor Duarte, tinha ligações escancaradas com o contrabando. Ligações que até os postes da avenida Eusebio Ayala, em Assunção, onde o contrabando vai à venda, conhecem.

sábado, 16 de junho de 2012

O BRASIL DIANTE DE DOIS INIMIGOS

 


Mauro Santayana

Em discurso recente no Senado, Pedro Simon advertiu contra o perigo de que o crime organizado se aposse das instituições do Estado. Até o caso Cachoeira, disse o parlamentar gaúcho, havia sido comprovada a corrupção de setores da burocracia dos governos, mas não a da estrutura do Estado.
O governador Marconi Perillo se esquivou, com habilidade, das questões mais graves, em seu depoimento na CPMI. Registre-se que ele se encontrava mais do que tranqüilo, mesmo respondendo às indagações precisas do relator, até que chegou a vez do deputado Miro Teixeira. O experiente homem público, mesmo tendo como ponto de partida o caso menor, que é o da venda da casa de Perillo, deixou, na argúcia de suas perguntas, graves suspeitas.
Como pôde o governador receber o dinheiro de uma empresa e passar a escritura a um particular? Também ficou claro a quem ouviu o governador ser difícil que ele ignorasse as atividades ilícitas do apontado contraventor; ele conhecia, com intimidade, a sua vida empresarial, social e familiar.
O caso Cachoeira – e a advertência de Pedro Simon é importante – mostra como a nação está acossada por um inimigo interno insidioso, que é o crime organizado. Os recursos públicos são desviados para alimentar um estado clandestino, que está deixando de ser paralelo, para constituir o núcleo do poder, em alguns municípios, em muitos estados e na própria União. Essa erosão interna da nacionalidade brasileira, que se assemelha a uma gangrena, coincide com o cerco internacional contra o nosso país.
Enquanto parte da opinião nacional acompanha, indignada, as revelações do esquema Cachoeira, articula-se eixo internacional entre os Estados Unidos, a Espanha e todos os países da Costa do Pacífico, com a exceção do Equador e da Nicarágua, contra o nosso povo, mediante a Aliança do Pacífico. Não há qualquer dissimulação.
Como informa a publicação Tal Cual, da oposição venezuelana, o foro funciona ativamente e já celebrou seis reuniões de alto nível. “Os quatro países signatários da nova Aliança do Pacífico – revela a publicação – têm, todos eles, governos de centro ou centro-direita, crêem no capitalismo, são amigos dos Estados Unidos, e favorecem os tratados de livre comércio e o princípio do livre-comércio em geral. Une-os sobretudo um temor comum e impulso defensivo frente à ascendente potência hegemônica ou neo-imperial que é o Brasil”. E termina: “sentimo-nos satisfeitos e aliviados pelo surgimento do muro de contenção à expansão brasileira, que é a Aliança do Pacífico”.
Assim, os Estados Unidos cuidam de retomar a sua influência e presença militar na América Latina. Nesse sentido, procuram valer-se da Aliança do Pacífico para estabelecer bases militares cercando o Brasil, da Colômbia ao sul do Chile. Leon Paneta, o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, acaba de acertar com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, o estabelecimento de uma base norte-americana em Fuerte Aguayo, nas proximidades de Valparaíso. Entre outras missões dos militares americanos está a de treinar os carabineiros chilenos, a fim de coibir manifestações populares. Há, ao mesmo tempo, uma orquestração da imprensa e dos meios políticos e empresariais, a fim de reabilitar a figura do ditador Pinochet.
Os Estados Unidos, que mantêm uma base no Chaco paraguaio, quiseram também ocupar o aeroporto de Resistência, na província argentina do Chaco, e o governador Capitanich assentiu, mas o governo de Cristina Kirchner vetou o acordo.
A participação da Espanha nesse novo cerco ao Brasil é evidente. Em Madri, os embaixadores dos quatro paises maiores envolvidos (México, Colômbia, Peru e Chile) se reuniram, para defender a nova aliança, e coube ao embaixador do Chile, Sergio Romero, ser bem explícito. Ao afirmar que o bloco não nasce contra o Brasil, nem contra o Mercosul, aclara, no entanto, que o grupo recebe de braços abertos os investimentos europeus, especialmente da Espanha e dos Estados Unidos - que poderiam formalmente participar da Aliança.
Limpemos os nossos olhos, vejamos os perigos que ameaçam diretamente a nossa sobrevivência como nação independente, nas vésperas do segundo centenário do Grito do Ipiranga. Não temos que ficar abrindo mais divisões internas, e devemos nos unir para enfrentar, ao mesmo tempo, o inimigo interno, que é o crime organizado e suas teias nas instituições do Estado, e os inimigos externos.
Esses, sempre que estivemos avançando no desenvolvimento social e econômico, procuraram quebrar as nossas pernas, contando com traidores brasileiros. Não é preciso recuar muito no passado. Basta lembrar o cerco contra Vargas, em 1954, a tentativa de golpe de 1955, repetida em 1961 e, por fim, o golpe de 1964, com as conseqüências conhecidas. Registre-se que, apesar da vinculação com os Estados Unidos, durante o governo Castelo Branco, e a famosa doutrina das “fronteiras ideológicas”, vigente durante o governo Médici, a partir de Geisel os militares brasileiros não mantiveram a mesma subserviência diante de Washington.
Enfim, espera-se que o Itamaraty mantenha o governo da Sra. Dilma Roussef a par dessas manobras anti-brasileiras, comandadas a partir de Madri e de Washington, e que a CPMI vá até o fundo, nas investigações em curso. Elas não devem parar nas imediações de Anápolis, mas chegar a todo o Brasil, conforme os indícios surjam. É bom conhecer a verdade do passado, mediante a Comissão formada para isso. E se faz também necessário conhecer a verdade do presente, e impedir que o crime tome conta das instituições nacionais, como está ocorrendo no México de Calderón.
E não nos devemos esquecer que o sistema financeiro mundial é também uma forma – superior e mais poderosa – de crime organizado. E muito bem organizado.

Postado por Mauro Santayana 

quarta-feira, 7 de março de 2012

Senador ético e o bicheiro da Operação Monte Carlo

“Pensei que ele tivesse abandonado o crime”

Não é piada. Foi isso o que disse o senador Demóstenes Torres (DEM/GO), um dos principais moralistas do Congresso, sobre suas relações com Carlinhos Cachoeira, o mais destacado mafioso brasileiro; o bicheiro dava até presentinhos ao senador

Você responde... 

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), tem declarado a imprensa que, o bicheiro Carlinhos Cachoeira é seu amigo, mas não conhecia o lado contraventor do amigo
Gostaria que meus queridos leitores respondessem:
Como ex-secretário de segurança e promotor público, ele pode afirmar que não conhecia outro lado do Cachoeira?

A imprensa blinda tucano

A Operação Monte Carlo também mostrou que o governador tucano  Marconi Perillo, entregou a segurança pública do seu estado a um dos maiores contraventores do País.A imprensa, está em silêncio!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

emprego




Jornalismo de ficção, propaganda de verdade
O Jornal Nacional de hoje foi um triste espetáculo. Passou um tempo enorme reproduzindo o que a Folha já tinha publicado com base no denunciante-ex-presidiário que arranjaram e no pedido de demissão de Erenice Guerra.
Logo depois, veio o programa de Dilma que, em vez de tratar do que até agora é ficção, entrou no concreto: a criação de empregos, a aceleração da economia brasileira e seus compromissos para torná-la ainda mais dinâmica. Coloquei aí um bom trecho do programa, editado, atendendo a pedidos de leitores que têm dificuldades em carregar videos longos. Mas quem quiser ver na íntegra, pode fazê-lo no Youtube.
E, no dia em que o brasil bate mais um recorde na geração de postos de trabalho, com um compromisso que até arrepia a gente ver quem vai ser nossa governante assumir: que a finalidade do desenvolvimento econômico é a vida das pessoas, com mais emprego e salários melhores. E, graças a Deus, entrou direto na comparação do Governo Lula com o governicho de FHC. Já era hora de dar nomes aos bois.
Eu tenho dito e repito: o Brasil da baixaria que está na mídia não terá força para vencer o Brasil de verdade que está nas ruas, nas metrópoles, nas periferias, no interior.
O Brasil dos brasileiros.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Por que o PiG (*) insiste em tentar desmoralizar a Petrobrás ?




O Conversa Afiada reproduz texto do Blog da Petrobrás:

Segurança nas plataformas:cartas aos jornais

Carta para o Estadão

A respeito da reportagem “Gabrielli admite corrosão em plataforma” (veja versão on-line), publicada pelo jornal O Estado de São Paulo nesta terça-feira (17/8), a Petrobras ressalta que o presidente da Companhia, José Sergio Gabrielli de Azevedo, afirmou ontem que as plataformas da Petrobras operam em segurança, não oferecendo risco aos trabalhadores embarcados e também não oferecendo riscos em relação à integridade dos equipamentos utilizados.

“Não há nenhum risco operacional nas plataformas, não há nenhum risco à integridade das pessoas, não há nenhum risco à integridade das plataformas, nenhum risco para a atividade”, disse. A Petrobras reafirma que a plataforma P-33 já estava com parada programada para manutenção, ocasião em que possíveis problemas de conservação seriam sanados. A Companhia considera legítima a atuação dos sindicatos dos petroleiros, que encontram-se em plena campanha salarial (data-base em setembro).

Carta para O Globo

A respeito da reportagem “P33 na mira do Ministério Público” (veja a versão on-line), publicada nesta terça-feira (17/8), a Petrobras ressalta que o presidente da Companhia, José Sergio Gabrielli de Azevedo, afirmou ontem que as plataformas da Petrobras operam em segurança, não oferecendo risco aos trabalhadores embarcados e também não oferecendo riscos em relação à integridade dos equipamentos utilizados. “Não há nenhum risco operacional nas plataformas, não há nenhum risco à integridade das pessoas, não há nenhum risco à integridade das plataformas, nenhum risco para a atividade”, disse.

A Petrobras reafirma que a plataforma P-33 já estava com parada programada para manutenção, ocasião em que possíveis problemas de conservação serão sanados.

A Companhia considera legítima a atuação dos sindicatos dos petroleiros e informa que está em negociação com os mesmos, que encontram-se em plena campanha salarial (data-base em setembro).




O PiG (*) e a aliança demo-tucana perderam a batalha do pré-sal, personagem importante do programa de estréia da Dilma no horário eleitoral – clique aqui para ler “A Mãe Dilma e o Pai Lula botam o Serra no colo” e aqui para ler “Dilma bate mais na Vox Populi”.

A CPI da Petrobrás, do senador tucano Álvaro Dias, afundou antes de sair do porto.

O regime será o de “partilha” e, não, o de “concessão”, que vem do verbo “conceder” – como era no Governo Serra/FHC (ou FHC/Serra, como preferir o amigo navegante (**)).

A Petrobrás vai tomar conta do negócio.

Para bancar tudo isso, ela vai levantar dinheiro na praça, fazer uma emissão de capital.

E aí entram o PiG (*) e aliança demo-tucana liderada (hoje) por José Serra.

Investidores privados vão querer meter a mão na Petrobrás.

Reduzir o papel da União no controle da empresa e entregar uma fatia maior a alguns dos brilhantes privatizadores do regime FHC/Serra (ou Serra/FHC, como preferir o amigo navegante).

Para facilitar as coisas – e a opinião pública aceite de bom grado, como se fosse sopa no mel – é preciso desmoralizar a Petrobrás.

O PiG (*) ultimamente resolveu transformar a Petrobrás numa British Petroleum e infestar o litoral brasileiro com o petróleo que destruiu a região costeira do Golfo o México.

O campeão nessa batalha são as Organizações (?) Globo, especialmente o jornal.

Isso é mais velho que Mr Link.

Roberto Marinho, de braços dados a Roberto Campos e Assis Chateaubriand, foi sempre um dos mais ardorosos defensores do “Petróleo é Deles”.

As meios mudam.

Os fins são os mesmos.





Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Clique aqui para ler “FHC traiu o pai, o tio e a si próprio para tentar vender a Petrobrax”.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Serra prega o terror

O fracasso subiu definitivamente à cabeça do candidato do atraso e trouxe à luz do dia suas reais intenções e propostas. Serra defende uma sociedade onde caiba aos acusados provarem sua inocência, onde políticos fascistóides como ele distribuam injúrias e calúnias aos adversários e a mídia, e até a justiça, exijam das vítimas uma prova negativa, uma prova de que não fizeram algo.
Se aplicada a ele mesmo caberia a nós exigirmos provas de que o PSDB, Serra incluído, não recebeu milhões de dólares da Alstom como diz a justiça francesa, caberia ao PSDB provar que o assalto em escala industrial aos cofres públicos do Distrito Federal, realizado pelo DEM e amigos, não era para financiar a campanha Serra/Arruda, que as milhares de assinaturas de revistas e jornais dos Civita, Frias e Mesquita não são o pagamento pelo jornalismo de esgoto praticado por esses quadrilheiros que escondem deliberadamente tudo que o Füehrer da Mooca faz e deixa de fazer.