Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 29 de julho de 2011

PiG + Murdoch. Só você, navegante, nos salva !

Eles não calam a voz das ruas
Extraído da Carta Maior artigo do professor Venício A. de Lima:

Mídia: as mudanças virão das ruas


Venício Lima


Esperava-se que os acontecimentos envolvendo o tablóide “News of the World” – que se espraiam não só para outros veículos do News Corporation, mas também para outros grupos de mídia na Inglaterra e, talvez, em outros países – provocassem algum tipo de reflexão crítica por parte da grande mídia brasileira, seus parceiros e defensores.


O que temos visto, no entanto, é uma postura quase agressiva de, sem mais (1) atribuir o ocorrido a ação criminosa de apenas alguns indivíduos que não representariam um comportamento rotineiro da grande mídia; (2) insistir que os fatos não podem servir de exemplo para a defesa da regulação do setor ou comprovar a ineficiência da autorregulação; e (3) acusar aqueles que discordam de pretenderem amordaçar a imprensa e cercear a liberdade de expressão.


Na verdade, a postura da grande mídia brasileira e de seus parceiros e defensores não deveria constituir surpresa. O histórico de rejeição sistemática à democratização do setor e de recusa ao diálogo tem sido uma de suas características. Hoje, tornou-se trivial executivos dos grandes grupos midiáticos darem declarações e/ou entrevistas acusando dispositivos da Constituição de 88 de serem normas autoritárias e de censura. Mas, no caso presente, o grau de resistência a enxergar o óbvio – que tem sido objeto de reflexões em todo o planeta – é realmente assustador.


Questões sem resposta

Por que a idéia de qualquer regulação do setor, a exemplo do que existe em outros países democráticos, incomoda tanto a grande mídia brasileira?


Por que o único critério para aferir a universalidade da liberdade de expressão é a não interferência do Estado no mercado oligopolizado de mídia e não a pluralidade de vozes que tem acesso ao espaço público?


Por que, diante de qualquer proposta de regulação, ressurge o argumento clássico liberal de que o melhor remédio é sempre mais liberdade quando se sabe que esse remédio, muitas vezes, sufoca o debate público e impede a manifestação exatamente das vozes que se oporiam ao discurso dominante?


Por que o debate dessas questões continua interditado na grande mídia brasileira que oferece espaço apenas para seus parceiros e aliados e não enfrenta o contraditório de suas posições?


Onde está a resposta?

A resposta a essas questões talvez esteja no poder de facto que a grande mídia consegue articular em torno de si mesma. Seus interesses estão de tal forma imbricados com aqueles das oligarquias políticas e de setores empresariais que permanecem intocáveis. E mais: são apresentados e justificados publicamente em nome de liberdades que são bandeiras verdadeiras da democracia.


Infelizmente, continuamos muito distantes do verdadeiro exercício democrático. O liberalismo brasileiro sempre foi excludente e continua tendo pavor de qualquer tentativa republicana do Estado no sentido de permitir maior participação popular na formulação e fiscalização das políticas públicas, em particular, nas comunicações. Por isso a idéia dos conselhos de comunicação – nacional, estaduais e municipais – é combatida de forma tão virulenta.


A consciência que vem das ruas

O que a grande mídia não consegue mais controlar, todavia, é o aumento da consciência sobre a importância do direito à comunicação nas sociedades contemporâneas. A exemplo das explosões populares que tem ocorrido em outras partes do planeta, sintomas do fenômeno começam a ocorrer aqui mesmo na Terra de Santa Cruz, com a fundamental mediação tecnológica das TICs.


Para além do entretenimento culturalmente arraigado – simbolizado pelas novelas e pelo futebol – cada dia que passa, aumenta o número de brasileiros que se dão conta do imenso poder que ainda está na mão daqueles que controlam a grande mídia e que, historicamente, sonega e esconde as vozes e os interesses de milhões de outros brasileiros.


É o aumento dessa consciência que vem das ruas que explica as pequenas e importantes vitórias que a sociedade civil organizada começa finalmente a construir em níveis estadual e local. O melhor exemplo parece ser a aprovação pela Assembléia Legislativa da Bahia do Conselho Estadual de Comunicação Social – o primeiro do país – que deve ser instalado em agosto, com participação majoritária dos movimentos sociais e dos empresários. Existe possibilidade real de que outros conselhos, já previstos nas constituições estaduais, sejam instalados em breve.


Esse parece ser o único caminho possível para a democratização da comunicação no nosso país: a consciência da cidadania. Esse caminho independe da vontade da grande mídia e de seus parceiros e defensores. Esses continuarão encastelados na sua arrogância, cada dia mais distantes das vozes excluídas que vem das ruas e que, felizmente, não conseguem mais controlar.


A ver.


Professor Titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Regulação das Comunicações – História, poder e direitos, Editora Paulus, 2011.

EUA: a miséria bate à porta

 
Mais de 5 milhões de lares perderam toda a riqueza desde 2005 nos EUA
5,6 milhões de lares, ou 15 milhões de pessoas, tiveram toda sua riqueza completamente destruída durante a primeira parte da queda econômica
Por Andre Damon, na Revista Fórum
Tradução de Idelber Avelar

O lar típico dos EUA perdeu 28% de sua riqueza durante a crise econômica, com um terço tendo sido completamente destruído, de acordo com uma recente análise de números do Census Bureau realizada pelo Centro de Pesquisas Pew, intitulada “A diferença de riqueza entre brancos, negros e hispânicos sobe a um nível recorde”.

O estudo focaliza as disparidades raciais, mas as descobertas mais assustadoras dizem respeito ao empobrecimento geral de todos os setores da população. A porcentagem de lares dos EUA que tem ativos de zero dólares ou abaixo—ou seja, que têm mais dívidas que posses—subiu de 15% em 2005 para 20% em 2009. Isso significa que 5,6 milhões de lares, ou 15 milhões de pessoas, tiveram toda sua riqueza completamente destruída durante a primeira parte da queda econômica. Estes números vêm de uma pesquisa do Census Bureau para 2005 e 2009.

O estudo mostrou que, depois de ajustes de inflação, a riqueza média dos lares dos EUA caiu de US$96.894 em 2005 para US$70.000 em 2009, uma queda de 28%. A maior parte disso é atribuível à queda vertiginosa no valor dos imóveis, que foi da ordem de 30% entre 2006 e 2009 e até maior desde então.

A queda no valor das casas se combinou com a queda nos salários. Entre 2005 e 2009, a média recebida pelos trabalhadores por hora caiu 5%, depois de ajustada a inflação, de acordo com o Ministério do Trabalho.

O endividamento tem crescido de forma tão rápida como a riqueza tem caído. Entre 2005 e 2009, as dívidas não asseguradas cresceram 33% para a população como um todo, mostrou o estudo. Enquanto isso, a parcela da riqueza em mãos dos 10% mais ricos cresceu de 49% em 2005 para 56% em 2009.

As minorias raciais receberam um golpe particularmente duro, incluindo-se aí a queda no valor das casas. A riqueza líquida do lar hispânico caiu 56%, de US$12.124 em 2005 a US$5.677 em 2009. O valor líquido dos lares negros também desabou, 53%. Entre os hispânicos, as dívidas não asseguradas subiram 47%.

O nível de desigualdade entre brancos, negros e hispânicos é hoje o maior dos últimos 25 anos, e sem dúvida é mais alto do que antes desses 25 anos. A diferenciação racial é parcialmente atribuível à geografia. Enquanto que os brancos viram o valor de suas casas cair 18% e os negros, 23%, o valor das casas dos hispânicos caiu em mais de 50%.

Como nota o relatório, “em 2005, mais de dois em cada cinco lares hispânicos ou asiáticos se encontrava no Arizona, Califórnia, Flórida, Michigan ou Nevada, os cinco estados com declínios mais agudos nos preços das casas”. Para os hispânicos que moram nesses estados, nota o relatório, os ativos médios caíram de US$51.464 em 2005 para US$6.375 em 2009, uma queda de 88%.

Essas divergências raciais, no entanto, mascaram o aumento mais fundamental da desigualdade entre as classes trabalhadoras e os ricos de todas as raças. O relatório nota que os 10% dos negros mais ricos controlam 67% de toda a riqueza daquele grupo, comparado com 59% antes da crise. Para os hispânicos, da mesma forma, os 10% mais ricos controlam 72% da riqueza em 2009, por oposição a 59% em 2005.

O número de desempregados, enquanto isso, subiu de 7,9 milhões para 15,2 milhões entre 2005 e 2009. O crescimento do desemprego também afetou as minorias desproporcionalmente. O desemprego tem afetado negros e hispânicos de forma desproporcional, com a taxa atualmente em 16,5% para os negros e 11,6% para os hispânicos.

A tremenda queda na riqueza tem tido um efeito transformador na sociedade estadunidense, contribuindo para milhões de execuções de hipotecas e falências pessoais. De acordo com os números da Realtytrac.com, houve 10 milhões de execuções de hipotecas entre 2005 e 2009.

Original A*Q*U*I
Leia mais em: O Esquerdopata

As duas faces de Dilma


É  bem menos simples do que parece decidir se foi boa ou ruim para a presidente Dilma Rousseff a declaração do ministro Nelson Jobim de que votou em José Serra na eleição do ano passado. Há pelo menos duas formas de entender o fato e nenhuma delas pode ser considerada tão melhor ou tão pior do que a outra.
O primeiro e previsível entendimento é o de que foi ruim para a presidente que ministro de pasta tão sensível tenha achado Serra mais competente do que a candidata do governo que ele integrava. Jobim teria sido imposto a Dilma pelo PMDB, o que faz dela uma líder fraca. Essa visão está sendo inflada pela mídia, pela oposição e por parte da militância petista.
O segundo entendimento é o de que foi bom para Dilma, pois tendo a prerrogativa de escolher qualquer um escolheu alguém com quem não tem afinidades políticas, priorizando supostas melhores condições que Jobim teria para exercer o cargo. Esse ponto de vista, por sua vez, agrada à parcela mais contente da militância petista.
É o mesmo tipo de situação em que a presidente está por conta da crise no Ministério dos Transportes. O governo seria um antro de corrupção e Dilma o estaria “limpando”, mas a mesma Dilma participou ativamente do governo anterior, que tinha o mesmo ministro recém-demitido, e nada fez. Isso apesar do cargo de chefe dos ministros.
Em ambos os casos, Dilma se equilibra entre a imagem de líder sem liderança e a de gestora corajosa e sóbria que prioriza sempre a decisão técnica mais adequada em detrimento das injunções políticas. A grande questão, porém, é: como o povo está vendo tudo isso?
A mídia diz que o povo está gostando da “limpeza” de Dilma. Enquanto isso, nas entrelinhas, vai dizendo que ela está limpando a própria sujeira. Contudo, ontem o Estadão publicou editorial que dizia que, neste governo, é proibido roubar, mas que no anterior era permitido.
A intenção de jogar Dilma contra Lula é mais do que evidente, apesar de que, sempre nas entrelinhas, a própria mídia considera remota a chance de a presidente romper com o padrinho político. Mas então por que está sempre colocando os dois em campos opostos?
Parece óbvio que os alvos desse discurso são justamente aqueles que o estão comprando, a  militância ou os simpatizantes do PT mais descontentes com o atual governo. A relação conturbada de Dilma com setores do próprio partido e até da base aliada é que são os alvos. Fica difícil imaginar, no entanto, que o povão esteja dando bola para isso.
O diabo é que a militância é a caixa de ressonância na sociedade. No curto prazo, não deve haver maior problema. Mas essa militância que foi tão requerida durante o governo Lula pode ser de novo lá na frente e, então, pode ter se dividido profunda e irremediavelmente. A economia terá que continuar bem forte, pois.
BLOG CIDADANIA EDU GUIM

Breivik ‘mora’ em Higienópolis e odeia ‘gente diferenciada’


Além da diferença óbvia quanto a métodos, alguém sabe explicar a diferença ideológica entre o terrorista norueguês Anders Behring Breivik e os três mil moradores do bairro paulistano de Higienópolis que não querem dividir espaços públicos do seu bairro – que bem poderia ser um Estado ou um país – com “gente diferenciada”?
Tenho visto pessoas que reconheceram o “direito” dos moradores do bairro paulistano de não quererem pessoas “diferenciadas” onde vivem criticarem Breivik por exigir o mesmo “direito”. No fundo, portanto, é tudo a mesma coisa: o incômodo com pessoas de outras etnias, de outros credos, nascidas em outras partes, é o mesmo.
Ah, mas alguém dirá que Breivik é racista porque criticou a miscigenação no Brasil. É mesmo, é? Então ele é diferente, por exemplo, dos paulistanos de classe média alta – e, sobretudo, dos ricos – dos bairros nobres de São Paulo que chamam nordestinos (negros e mestiços) de “baianos” e que os dizem “raça indolente e burra”?
Alguém aqui tem a coragem de negar que, durante a vida, conheceu várias pessoas do Sul e do Sudeste do Brasil – não só, mas principalmente – que chegam a pregar que não se dê emprego a “baianos” ou “paraíbas” porque pessoas que cabem nesse preconceito não seriam confiáveis, não teriam inteligência ou não gostariam de trabalhar?
Cena meio recente: durante comemoração do aniversário de uma moça de classe média em um amplo apartamento de um bairro nobre de São Paulo, grupo de sete pessoas (três homens e duas mulheres de meia idade, uma jovem e uma mulher idosa) conversam sobre separatismo. Isso mesmo: querem separar o Estado do resto do país.
A garota diz que não suporta “baianada”, ao que os mais velhos aderem. “Baianada” seriam os costumes de qualquer nordestino descendente de negros, sobretudo se tiver sotaque pronunciado. Fala-se da cultura (música, forma de se comunicar, gosto por roupas), mas não só. Sobretudo, falam sobre degenerescência genética.
Faça um teste: procure se lembrar de onde já leu ou ouviu “idéias” como a do extremista norueguês de direita Anders Breivik sobre etnias (cor da pele e traços físicos) ou sobre a cultura de outro povo.
Reflita: o demente europeu, ao dizer que a “mistura de raças” no Brasil é responsável pela nossa suposta “falta de coesão interna”, mentiu? Não é verdade que setores da sociedade brasileira não aceitam conviver ou sequer dar emprego a “baianos”, a “paraíbas” ou a “veados”?
Qual é a diferença entre Breivik e a deputada carioca Myriam Rios, que exibiu outra das características do congênere ideológico europeu, a homofobia, pregando que se neguem empregos a homossexuais? Quantas pessoas por aqui, da mesma forma que Breivik, concordaram, sobretudo na internet, com o “perigo gay” dito pela deputada?
Não é verdade que há falta de coesão no Brasil entre a etnia indo-européia, de um lado, e, por exemplo, a afro-brasileira de outro lado? Não é verdade que há uma intolerância aberta e assumida à orientação homossexual igualzinha à de Breivik?
Sim, resta a diferença de que a maioria desses setores da sociedade brasileira não transforma seus preconceitos contra “gente diferenciada” em ações violentas. Todavia, a maioria não é o todo, ou seja, há uma minoria capaz de ações como a do terrorista noruguês, no Brasil. E, apesar de ainda agir em baixa escala, age.
É provável que alguém como o psicopata norueguês que viva em Higienópolis e odeie “gente diferenciada” tenha assinado o manifesto dos moradores do bairro pedindo que o Estado não construísse uma estação de metrô ali para não atrair esse tipo de gente. Será então que Breivik mentiu sobre falta de coesão interna no Brasil?
Ele apenas constatou o preconceito de setor minoritário da sociedade brasileira que separa etnias e culturas, pois todos sabem onde negros, homossexuais e nordestinos não entram.  A solução é a lei ser dura com pessoas como aqueles três mil moradores de Higienópolis que, como Breivik, odeiam “gente diferenciada”.

Pesquisa Ibope feita neste mês e divulgada nesta quinta-feira diz que 55% dos brasileiros são contrários à união estável entre homossexuais. Diante da notícia, eclodiram matérias nas redes sociais da internet que dão a entender que a pesquisa é negativa para a causa dos homossexuais de lutarem por direitos iguais aos dos heterossexuais. Todavia, é exatamente o contrário.
Em primeiro lugar, há que se ter presente que há alguns anos seria impensável que quase metade da população brasileira (45%) fosse favorável a que homossexuais pudessem se unir legalmente num cartório. Além disso, a pesquisa, em meio a vários dados  inúteis, detectou um fato que este blog divulgou no post Os três níveis de homofobia faz pouco tempo.
De maneira geral, a pesquisa identifica que pessoas que aceitam melhor a orientação sexual alheia são as mulheres, os jovens e os mais escolarizados. Mais de 2 mil brasileiros de todas as regiões foram entrevistados seguindo cotas proporcionais por idade, sexo e classe de consumo.
O mais importante dos dados é o de que entre aqueles que estudaram só até a 4ª série do ensino fundamental 68% são contrários à união civil entre homossexuais, enquanto que  apenas 40% dos que têm nível superior são contrários ao direito. Ou seja: quanto menor a instrução, maior a homofobia. Cada vez mais fica provado que preconceito não passa de ignorância.
BLOG CIDADANIA EDUGUIM

Petrobras, Globo, Folha ou Estadão. QUE AÇÃO VOCÊ COMPRARIA????

Saiu no Valor, pág D5, entrevista de Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, sobre o plano de negócios que acabou de anunciar.

É um plano estratégico de US$ 225 bilhões.

Explica Gabrielli (que admite se candidatar a governador da Bahia em 2014):

- é o maior plano de investimentos em curso no mundo;

- é  dez anos de investimento da NASA;

- maior que o Plano Marshall;

- até 2020, com o pré-sal, a produção vai passar de 2 bilhões para 5 bilhões de barris;

- a Petrobras vai encomendar 65 sondas de perfuração acima de 2 mil metros de lâmina d’água (a frota mundial, hoje, é de 70);

- até 2015, a empresa vai encomendar (no Brasil) 658 embarcações, como o petroleiro “João Cândido”, o Almirante Negro, o primeiro a sair de Suape.

Como se sabe, o esporte preferido do PiG (*), desde Assis Chateaubriand e o Dr. Roberto, é boicotar a Petrobras.
Os colonistas (**) do PiG não sabem , mas são, apenas , a versão contemporânea, medíocre, de Roberto Campos que, quando presidia a UNE, o Cerra devia chamar de Bob Fields.
Bib Fields atacava diariamente a Petrobras em todos os jornais do PiG.
Chamava-a de “Petrossauro”.
Queria ver ele dizer isso, hoje, em Pernambuco.
No Globo, por exemplo,uma contrafação do Bob anunciou recentemente uma mudança radical nos quadros da Petrobras.
Nem o cabineiro do elevador da diretoria do Gabrielli seria mantido na reforma do Globo.
Amigo navegante, você, se tivesse um dinheirinho, compraria ações do Globo ?
Da Folha, que vai fechar o capital, em nome da transparência ?
Ou do Estadão, que a família Mesquita terceirizou aos credores ?
Ou do “Petrossauro” ?

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

LULA DESARMOU A BOMBA DO SENADO PARA DILMA.

Virgílio, Tasso e Maciel: a elite jamais perdoará o Lula

Saiu no Valor, pág. A14:

“Governo ganhou todas as votações no Senado”

Levantamento mostra que estratégia de investir na eleição da casa deu resultado.

A média de apoio aos projetos do Governo fechou o semestre com 55% dos votantes.

Das 18 votações no plenário do Senado, o governo não perdeu uma sequer.

Na Câmara, o Governo teve 54% dos votos.

Como se sabe, o Nunca Dantes empenhou-se pessoalmente para derrotar Arthur Virgílio Cardoso, no Amazonas; Tasso Tenho Jatinho Porque Posso, no Ceará; e Marco Maciel – “o que ele fez por Pernambuco?”
 Senado era a caixa de eco do Golpe que emanava do PiG (*).
Ali Lula perdeu a CPMF.
Naquela operação conjunta do Farol de Alexandria, o presidente da FIE$P (**) e o Arthur Virgílio Cardoso, que prometeu dar uma surra no Lula.
Ali o atual governador de Goiás, Marcone Perillo, instalou a CPI da Petrobras do Álvaro Dias.
(Que se afogou com a P-36 do FHC.)
Ali se montou o Golpe do impeachment, com a desestruturação do Sarney para que Perillo assumisse a presidência e virasse a maçaneta da porta para o Golpe entrar.
O Senado poderia paralisar o Governo da Presidenta.
Há ainda uma fonte ininterrupta de instabilidade.
São as “crises” que o PiG monta, todo dia, e o Álvaro Dias repercute no Senado como se descobrisse a pólvora sempre que o galo canta.
Mas, incomoda menos que uma paralisação do Governo.
Salvou-a o Nunca Dantes.
Esse Nunca Dantes …
A elite jamais o perdoará.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Este Conversa Afiada chama a FIESP de FIE P. Sem o “s”. É uma tentativa de identificar o verdadeiro propósito da campanha da FIE P contra a CPMF. Apagar o “S” de “$”.

BRASILEIRO VOA COMO NUNCA. É O CAOS AÉREO. QUE HORROR!!!!!

Que horror !
Saiu no Estadão online:

Setor aéreo no Brasil se expande 19% no 1º semestre

País registra a maior expansão aérea em 2011, superando China, Estados Unidos e Europa


Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo

O Brasil registra a maior expansão aérea em 2011, superando China, Estados Unidos e Europa. Os dados são da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo).


Entre janeiro e junho, o número de passageiros no mercado doméstico brasileiro aumentou em 19%. No mundo, essa taxa foi de apenas 4%. Nos Estados Unidos, alta foi de 2,5%, e a China teve um crescimento de 7%.


Para a IATA, a maior renda do brasileiro é o principal motivo da expansão.

(…)

Risco de calote dos EUA faz mercados falarem em "cataclismo"



Os Estados Unidos estão a uma semana de serem obrigados a suspender os pagamentos à sua administração pública, aos veteranos de guerra e a credores estrangeiros se o governo Obama e o Partido Republicano não resolverem a queda de braço em torno do limite da dívida pública. Fundo Monetário Internacional e Wall Street falam em "cataclismo" de âmbito mundial se esse cenário se concretizar. A dívida pública norte-americana é de 14,3 trilhões de dólares, equivalente a cerca de 100 por cento do PIB do país.

Existe a convicção de que as duas partes não irão até à ruptura mas reina o nervosismo nos mercados financeiros e respectivos símbolos, desde a diretora geral do FMI a Wall Street, que não hesitam em recorrer à palavra “cataclisma” de âmbito mundial se o cenário se concretizar.

São muitas as divergências entre Obama e os democratas de um lado e os republicanos, que dominam a Câmara dos Representantes, do outro. No entanto, que impede verdadeiramente o acordo é o calendário para integração do limite do déficit no orçamento. A Casa Branca insiste que a alteração deve fazer-se de uma só vez, válida até 2013, portanto já depois das eleições presidenciais do próximo ano. Os republicanos, através do presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, pretendem que a operação seja a dois tempos: um aumento até fevereiro ou março de 2012 e o outro até 2013.

Obama contesta porque, em seu entender, uma crise do mesmo tipo seria reaberta dentro de nove meses, praticamente já em plena campanha eleitoral; Boehner argumenta que o presidente “quer um cheque em branco”. Analistas políticos norte-americanos consideram que o duelo é uma verdadeira queda de braço com um conteúdo eleitoral em que ambas as partes testam reacções perante as suas próximas linhas econômicas e orçamentárias.

Na sequência de uma mensagem televisiva presidencial pedindo aos cidadãos para que pressionem seus representantes sobre a necessidade de se entenderem, Washington tem estado nas últimas horas sob uma tempestade de chamadas telefônicas e mails, sufocando comunicações, websites de representantes e agitando o Twitter através da campanha “Fuck You Washington”.

A dívida pública norte-americana é de 14,3 trilhões de dólares, equivalente a cerca de 100 por cento do PIB, e, mais do que a definição do limite da dívida, o que divide os dois partidos do sistema de poder norte-americano são os conteúdos das reduções de gastos que devem acompanhar esse aumento. Os republicanos pretendem cortes entre 2,7 e 3 trilhões e os democratas vão até 1 trilhão contando com mais 1,2 trilhões que viriam da retirada de tropas do Afeganistão e do Iraque.

Os números nem sempre dão uma ideia da envergadura dos montantes envolvidos, o que levou um website a defini-la graficamente a partir da acumulação de notas de cem dólares de modo a perfazerem o total da dívida do Estado federal norte-americano. Os resultados podem ser encontrados aqui.

As agências de classificação de risco, que mantêm a dívida norte-americana sob pressão, consideram que sem cortes de despesas de 4 trilhões de dólares não haverá condições para travar a “indisciplina orçamentária”.

A imprensa norte-americana recorda que desde que o aumento da dívida norte-americana se tornou vertiginoso, a partir das administrações Reagan nos anos oitenta, os limites já foram alterados cerca de 40 vezes, o que torna inusitado o prolongamento da resistência republicana em relação ao teto. Alguns órgãos da imprensa europeia lembram também que os alargamentos dos limites das dúvidas públicas são frequentes em Estados da União Europeia, inclusivamente na Alemanha, que em 1949 estabeleceu na sua Constituição um limite para o déficit e logo deixou de cumprir essa norma.


Fotos: Visualização da dívida norte-americana em notas de 100 dólares. Foto Christopher Rasch/Flickr

O PONTO A QUE CHEGAMOS:O MUNDO NAS MÃOS DO TEA PARTY

Os republicanos querem manter Obama sob rédea curta e aprovar uma elevação do endividamento público dos EUA suficiente para mais seis meses à base de pão e água. Depois, negociam mais meia cuia de água. Assim por diante, até Obama chegar às eleições de 2012 como um cachorro velho, mudo e sem dente. Um cão arrastado pelo rabo. Mas a extrema direita do partido, meia centena de membros do Tea Party, acha pouco e entornou o caldo da votação do pacote conservador na Câmara, deixando as finanças do mundo de cabelos em pé. O Tea Party quer recolher Obama/'a gastança' na carrocinha e é já. Um clamor uníssino de vozes  cortou a narrativa dominante do Financial Times ao Globo, qualificando os indômitos seguidores de Sarah Palin de demenciais. É preciso cautela. O  Tea Paty pode ser tudo, mas não é um hospício encastoado na alavanca republicana que embalou Bush, concluiu a desregulação das finanças até o colapso de 2008, dizimou o Iraque, retalhou o Afeganistão e agora incendeia a Líbia, entre outras miudezas do ramo. O neonazista norueguês que encravou balas dum-dum nas vísceras de um pedaço da juventude progressista do seu país tampouco é um demente, como querem rapidamente resolver o caso certos veículos e personagens do conservadorismo urbi et orbi. Tea Patty e Andres Behring Breivik  são um produto refinado da história. De anos --décadas--  de ódios e pregação conservadora contra o Estado, contra a justiça fiscal; contra o pluralismo religioso; contra os valores que orientam a convivência compartilhada. Sobretudo, o princípio da igualdade e da solidariedade que norteia a destinação dos fundos públicos à universalização do amparo aos doentes, à velhice, aos desempregados, aos famintos, aos loosers brancos ou negros, nacionais ou imigrantes. Breivik e o Tea Party assimilaram o cânone.  Se agora escapam ao criador, louve-se a competência da madrassa  neoliberal. Na crise, ambos apenas confirmam a esférica densidade da formação que receberam e investem contra a desordem. Com fé no mercado e o dedo no gatilho.
(Carta Maior; 6º feira, 29/07/ 2011)

Paulo Pimenta: O uso político da imprensa

O uso político da imprensa
do deputado Paulo Pimenta, via e-mail
Na última sexta (22), o Jornal O Estado de São Paulo fez mau uso do jornalismo, ao trazer uma matéria tendenciosa aos seus leitores sobre a BR 448 no Rio Grande do Sul e a construção de moradias para as famílias que viviam no local por onde está sendo construída a rodovia.
Na corrida por manchetes, o Jornal Estado de São Paulo elaborou um grande factóide: “Petista do Dnit liberou R$ 30 milhões para prefeito aliado construir casas”.
No texto, o Jornal O Estado de São Paulo, sob tom de denúncia, tratava por irregularidade as exigências feitas pelo Governo Yeda Crusius para a construção da BR 448 no Rio Grande do Sul. Entre elas, a licença ambiental elaborada pela FEPAM, que só autorizaria a obra a partir da remoção com segurança das famílias da Vila Dique, local por onde passará a rodovia. O DNIT fez o repasse dos recursos para a Prefeitura de Canoas, que cedeu as áreas para a construção das novas residências.
Com um jornalismo superficial, sem comprometimento com a informação e por falta de conhecimento, o Jornal O Estado de São Paulo agiu de má-fe ou deixou-se manipular e usar politicamente, algo imperdoável no meio.
Dizia: “O dinheiro do contrato, celebrado em 2010 pelo prazo de dois anos, não é para melhoria de estradas. É destinado à construção de 599 unidades habitacionais para 2 mil sem-terra que ocupam a chamada “Vila do Dique”, um terreno próximo à construção da BR-448, obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que liga Porto Alegre a outras cidades gaúchas. Dos R$ 30 milhões previstos, R$ 28 milhões são do Dnit”.
O que o Jornal O Estado de São Paulo omitiu é que a própria Constituição Federal previu a desapropriação nos casos de “necessidade ou utilidade pública” e “interesse social”. Aliás, talvez saiba sim! Talvez o equívoco tenha ocorrido por falta de disposição em sair do ar-condicionado das modernas redações e procurar conhecer mais de perto a realidade dos brasileiros. Hoje, as matérias são feitas por telefones, emails, a quilômetros de distância. E os eventuais equívocos não são por culpa dos avanços tecnológicos.
Ao ignorar alguns dos princípios básicos do jornalismo, como falta de apuração criteriosa e ao omitir de seus leitores o outro lado da história, para que os próprios fizessem suas análises, e não os induzindo a certas conclusões, o Jornal O Estado de São Paulo fez o que o próprio jornal e a grande imprensa brasileira vivem condenando: a falta de transparência e a omissão de quem pode contribuir para uma melhor formação no país.
Veja a verdade:

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O povo palestino está reivindicando o reconhecimento da Palestina como Estado.

 
Fazendo pressão para ver se EUA e Israel saem do caminho. Move over, USA and Israel!!!


E lembrem-se: em setembro, todo mundo nas ruas e praças, acampados para que os países-membros da ONU votem pelo reconhecimento do Estado da Palestina.

Estão previstos "acampados" aqui na Palestina, no Egito, na Tunísia, no Líbano, em Nova York (em frente à ONU) e em outras partes do mundo, entre 13 e 22 de novembro, que é quando a AGE da ONU se reúne para decidir sobre o reconhecimento do Estado palestino.

Repasse a seus contatos. Quanto mais gente, melhor!

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1958 - Pela Palestina JÁ!
Aliança RECOs
Redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras
Uau! Mais de 340.000 assinaturas em apenas 3 dias! A assembleia das Nações Unidas será hoje. Vamos conseguir 500 mil assinantes e pressionar nossos chefes de governo a reconhecer a Palestina! Assine a petição urgente e divulgue-a a todos os seus contatos.

Caros amigos,


O povo palestino está reivindicando o reconhecimento da Palestina como Estado. Mais de 120 países já endossaram essa reivindicação, mas os Estados Unidos e Israel se recusam a unir-se a eles e as lideranças de países importantes da Europa estão em cima do muro. Se conseguirmos persuadir a Europa a apoiar essa proposta não-violenta e legítima agora, isso poderá gerar uma drástica mudança rumo à paz. Clique aqui para assinar a petição:

Assine a peticao
Dentro de quatro dias, o Conselho de Segurança da ONU se reunirá e o mundo terá oportunidade de aceitar uma nova proposta capaz de reverter décadas de fracasso nas negociações para a paz entre Israel e Palestina: o reconhecimento da Palestina como Estado pela ONU.

Mais de 120 países do Oriente Médio, África, Ásia e América Latina já endossaram essa iniciativa, mas o governo de direita de Israel e os Estados Unidos opõem-se veementemente a ela. Portugal e outros importantes países europeus ainda estão indecisos, mas uma gigantesca pressão pública agora poderá convencê-los a votar a favor dessa importante oportunidade de dar fim a 40 anos de ocupação militar.

As iniciativas de paz lideradas pelos EUA têm fracassado há décadas, enquanto Israel tem confinado o povo palestino a pequenas áreas, confiscando suas terras e impedindo sua independência. Esta nova e corajosa iniciativa poderá ser a melhor oportunidade de impulsionar a solução do conflito, mas a Europa precisa assumir a liderança. Vamos construir um apelo global em massa para que Portugal e outros importantes países europeus endossem imediatamente a proposta de soberania e vamos deixar claro que cidadãos de todos os cantos do mundo apoiam essa proposta legítima, não-violenta e diplomática. Assine a petição e envie esta mensagem a todos os seus contatos:

http://www.avaaz.org/po/independence_for_palestine_9/?vl

Embora as raízes do conflito entre Israel e Palestina sejam complexas, a maioria das pessoas em todos os lados concordam que o melhor caminho rumo à paz imediata é a criação de dois Estados. Porém, vários processos de paz têm sido arruinados pela violência em ambos os lados, pela ampla construção de assentamentos na Cisjordânia e pelo bloqueio humanitário na Faixa de Gaza. A ocupação israelense diminuiu e fragmentou o território onde se poderia construir um Estado palestino e transformou a vida cotidiana do povo palestino em um suplício atroz. A ONU, o Banco Mundial e o FMI recentemente anunciaram que os palestinos estão prontos para administrar um Estado independente, mas eles dizem que a principal restrição ao sucesso dessa empreitada é a ocupação israelense do território palestino. Até mesmo o presidente norte-americano pediu o fim da expansão dos assentamentos e o retorno às fronteiras de 1967 com trocas de territórios em comum acordo, mas o primeiro-ministro israelense Netanyahu, furioso, recusou-se a cooperar.

Chegou a hora de uma drástica mudança, deixando de lado um processo de paz inútil e partindo para um novo caminho de progresso. Enquanto os governos de Israel e Estados Unidos classificam a iniciativa palestina de “unilateral” e perigosa, a verdade é que a esmagadora maioria das nações do mundo apoiam essa proposta diplomática não-violenta. O reconhecimento mundial da Palestina como Estado poderá derrubar os extremistas e fomentar um crescente e não-violento movimento palestino-israelense em consonância com a arrancada da democracia em toda a região. E o mais importante é que ele retomará um caminho rumo a um programa de assentamento negociado, permitirá aos palestinos acesso a diversas instituições internacionais que podem ajudar a promover a liberdade da Palestina e enviará um sinal transparente ao governo de Israel, que é favorável aos assentamentos, de que o mundo não mais aceita a impunidade e intransigência dos israelenses.

Israel já passou tempo demais enfraquecendo a esperança de criação de um Estado palestino. Os Estados Unidos já passaram tempo demais satisfazendo as exigências de Israel, com o apoio da Europa. Neste momento, Portugal, França, Espanha, Alemanha, Reino Unido e o Alto Representante da UE estão indecisos quanto à soberania palestina. Vamos fazer um apelo para que eles assumam o lado certo da história e apoiem uma declaração palestina de liberdade e independência, prestando ampla assistência e ajuda financeira. Assine a petição urgente agora mesmo para pedir que a Europa apoie a proposta e endosse essa iniciativa de paz duradoura entre Israel e Palestina:

http://www.avaaz.org/po/independence_for_palestine_9/?vl

A soberania palestina não significará de uma hora para a outra o fim desse espinhoso conflito, mas o reconhecimento pela ONU mudará a dinâmica e começará a abrir a porta rumo à liberdade e paz. Em toda a Palestina, as pessoas estão se preparando com esperança e expectativa para recuperar uma liberdade que sua geração nunca viveu. Vamos dar nosso apoio e pressionar as lideranças europeias a fazer o mesmo, assim como elas apoiaram os povos do Egito, Síria e Líbia.

Com esperança,

Alice, Ricken, Stephanie, Morgan, Pascal, Rewan e toda a equipe da Avaaz

MAIS INFORMAÇÕES

Palestinos estão decididos a se tornar um membro pleno da ONU
http://bit.ly/rhR0vM

Liga Árabe endossa projeto de reconhecimento palestino
http://bit.ly/nG4vEF

Marcha cobra reconhecimento de estado palestino por ONU
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/israelenses-e-palestinos-protestam-por-estado-palestino

Israel: demanda palestina na ONU será fim do processo político
http://bit.ly/pb7W3o

Palestina: Estado Número 194?
http://portuguese.ruvr.ru/2011/07/15/53280044.html

Israelenses e palestinos se unem em manifestação por independência palestina
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/07/110715_palestinos_manifestacao_gf.shtml

Lista de países que reconhecem o Estado da Palestina (em inglês)
http://www.avaaz.org/en/countries_recognizing_palestine/?info
 
 

Terrorismo: o Ocidente está livre para matar?


Não é um jornal esquerdista, nem mesmo é o governo iraniano, que – embora eleito -  é tratado  pela nossa mídia como se fosse uma quadrilha de lunáticos.
Não, é a respeitadíssima  – e ocidentalíssima – Agência Reuters que informa que foram, segundo analista por ela consultados, agentes dos serviços secretos ocidentais os responsáveis pelo assassinato de um jovem cientista iraniano, que trabalhava no sistema de pesquisas nucleares do Irã.
Darioush Rezaie, de 35 anos, foi assassinado  a tiros no sábado na zona leste de Teerã. Ele é o terceiro cientista assassinado no país desde 2009. Um deles foi morto por um carro-bomba; o outro, por explosivos acionados por controle remoto.
Nos dois casos anteriores, as autoridades reagiram de modo confuso, mas desta vez houve uma divergência ainda mais ampla dentro do governo.
“Os assassinatos continuarão sendo uma ferramenta usada nesta guerra encoberta. Embora seja impossível dizer com certeza se Rezaie era um cientista nuclear ativo, sua morte parece ser mais um episódio nessa guerra”, disse Ghanem Nuseibeh, analista radicado em Londres e fundador da Cornerstone Global Associates.
“A narrativa iraniana tem sido confusa acerca do trabalho de Rezaie, e isso acrescenta credibilidade à especulação de que ele estava envolvido no programa nuclear.”, diz um dos ouvidos pela Reuters, que entende que o Governo de Teerã não quer admitir que ele trabalhasse em atividades que têm sido proibidas ao país em matéria de energia nucler.
“Diz a matéria:
“Suspeito, apenas com base no que se sabe pelos relatos da imprensa iraniana, que Rezaie tenha sido assassinado por causa da sua relação com o programa nuclear do Irã”, disse Afshon Ostovar, analista radicado em Washington e especializado em Irã.
Após a confusão inicial, Ostovar disse ter notado “uma campanha de relações públicas para minimizar o impacto da morte dele sobre o programa nuclear e para desacreditar qualquer sensação de legitimidade do assassinato”.
Vários analistas disseram crer na hipótese de participação de agentes dos EUA ou de Israel no crime.
Só uma pergunta: como assim “desacreditar qualquer sensação de legitimidade do assassinato”? Desde quando é legitimo a Israel ou aos EUA assassinar um cidadão de outro país, em outro país, só porque considera sua atividade potencialmente prejudicial à sua supremacia nuclear? Então o Irã tem o direito de mandar agentes executarem cientistas nucleares dos EUA, em território americano, só porque não acham bom que lá se desenvolvam tecnologias bélicas nucleares?
O 007, ao menos, a gente sabia que era de mentirinha, não é?

A marcha por uma Copa do Povo e o #foraoficial de Ricardo Teixeira


Está sendo organizada por essa turma aqui.
E tem a turma do #foraricardoteixeira reclamando de que teria havido censura no Twitter.
Pelo twitter, recebo informação de que a hashtag da campanha mudou para #foraoficial, mas há também o #adeusRT e o #caiforaricardoteixeira.

O nazista norueguês e os racistas nativos

O neonazista Anders Behring Breivik, que já confessou à polícia ter recebido a ajuda de “outras células” terroristas nos atentados na Noruega, pode virar um herói dos racistas brasileiros. No manifesto publicado na internet poucas horas antes da ação criminosa, o direitista cita o Brasil, fazendo duras críticas à miscigenação racial existente no país.
A miscigenação no Brasil
No texto “Declaração Européia de Independência”, com 1.500 páginas, ele condena a pretensa “revolução marxista” no Brasil, que teria resultado na mistura de povos europeus, africanos e asiáticos. Na sua visão racista, esta mistura seria culpada pelos “altos níveis de corrupção, falta de produtividade e em um conflito eterno entre várias culturas”.
O neonazista também condena a existência de “mulatos e mestiços” no Brasil, afirmando que eles são “subtribos”. Os bárbaros atentados em Oslo e na ilha de Utoeya, que causaram 76 mortes (número oficial), objetivariam evitar esta miscigenação na Noruega. “É evidente que um modelo semelhante na Europa seria devastador”, concluiu o direitista.
A força do preconceito
Apesar de a mídia relativizar a ação criminosa do extremista, tratando-o como um maluco – como insinua a Folha no seu editorial de hoje –, as suas idéias têm força em vários países. Na Noruega, o Partido do Progresso, organização de extrema direita da qual o assassino foi militante, obteve 614 mil votos (23% do total) nas eleições de 2009. Nos EUA, os racistas estão presentes no Tea Party, a extrema-direita do Partido Republicano, que prega o ódio aos imigrantes.
Mesmo no Brasil, Anders Breivik tem os seus adeptos. Há grupos fascistas históricos, como a TFP e a seita Opus Dei, e também setores mais recentes, que ficaram indignados com as políticas distributivas do governo Lula. A campanha presidencial do ano passado confirmou a existência destes segmentos preconceituosos, racistas e homofóbicos.
Serra, a mídia e o ódio
Incentivados pelo discurso direitista do tucano José Serra, eles vieram à tona. Na internet, jovens da chamada classe média pregaram o ódio racial. “Mate um nordestino”, foi uma das mensagens mais difundidas pelas redes sociais. No período da eleição, várias agressões homofóbicas ocorreram na Avenida Paulista e outras partes da capital.
O preconceito também está presente na mídia burguesa. É só lembrar as declarações racistas de Boris Casoy, âncora da TV Bandeirantes, contra os garis; ou as bravatas elitistas do ex-comentarista da RBS, filial da TV Globo, contra o consumo de carros pelos “pobres”. Nos jornalões, nas rádios e TVs, as visões direitistas são totalmente hegemônicas.
"O terrorismo de cada dia"
Como aponta Luciano Martins Costa, no comentário “A mídia e o terrorismo de cada dia”, postado no Observatório da Imprensa, as sandices do direitista norueguês infelizmente “freqüentam o ambiente midiático” no Brasil. “Não são raros os articulistas e até mesmo editorialistas que acreditam em teses de supremacia racial”.
“Na mídia do sul do Brasil proliferam apresentadores de rádio e TV, colunistas e outros jornalistas que costumam debitar as históricas carências nacionais ao que consideram como o ‘peso’ do Nordeste. Mesmo com os altos índices de desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste, registrados nos últimos anos, o mote preconceituoso ainda acompanha, explicitamente ou de maneira velada, comentários sobre corrupção, violência e deficiência educacional”.
Como atento observador da mídia nativa, Luciano se mostra preocupado com o avanço das idéias racistas no país:
“Com a conivência da imprensa – que continua cedendo espaço ao que há de mais conservador por aí – a reiteração de raciocínios tortos contribui para desvalorizar a diversidade cultural e racial e estimular o preconceito... Um ato terrorista como o que atingiu a Noruega sempre produz reações de choque, mas o noticiário e o opiniário do dia a dia dissimulam o fato de que a intolerância amadurece até o ponto da explosão por meio da repetição de conceitos anti-humanitários através da mídia”.
Altamiro Borges

Petrobras da Dilma X Petrobrax de FHC

O plano de investimentos da Petrobras, tantas vezes “cortado” pela mídia, finalmente saiu.
Embora a aplicação de US$ 224,7 bilhões de dólares até 2015 seja um valor que dificilmente possa ser apresentado por qualquer empresa no mundo, aqui não se vê dar a ele o valor que merece.
E merece porque mostra o quanto a Petrobras voltou a ser a responsável pelo progresso econômico do Brasil.
Mas, como medir algo tão complexo como o que está sendo investido na perfuração de e poços, em sondas, plataformas, em navios, refinarias, biodiesel, em gasodutos?
Nada mais simples do que comparar com o que era feito antes que a Petrobras retomasse sua vocação de ferramenta do desenvolvimento brasileiro.
O último plano de investimentos da Petrobras do Governo Fernando Henrique, o 2002-2006, era de US$ 31,2 bilhões. O primeiro plano do Governo Dilma, portanto, é 620% maior.
Mas é por causa do pré-sal? É, sim. Mas muito mais que isso.
O investimento em exploração e produção – ou seja, na prospecção e na operação de poços de petróleo – era, naquela época, de US$ 21,4 bilhões, dos quais US$ 14,6 bilhões no Brasil.
Agora, este valor saltou para US$ 127,5 bilhões. Ou um aumento de investimentos de 495,8%.
O que se investia no exterior representava, no final do governo FHC, 24% do total. 76% eram investidos no Brasil. Agora, são 95% no Brasil e 5% no exterior.
Nos setores de refino de petróleo, transporte e distribuição, a previsão em 2002 era a de investir US$ 6,4 bilhões. Em 2011, este valor passou a US$ 70,6 bilhões. A taxa de crescimento? “Só” 1103%.
E porque esta área cresceu mais que as outras, embora todas tenham crescido muito?
Porque essa é a área que cuida, essencialmente, do consumo interno. E da qualidade dos negócios que o Brasil fará com o petróleo extraído do pré-sal.
É aí onde se decidirá se seremos apenas um exportador de petróleo bruto – embora tenhamos de exportá-lo assim, também – que importará seus derivados e produtos de fora.
No refino de petróleo, não há um “especialista” da mídia – unzinho, sequer – defendendo a “abertura do mercado”. Na prática, aí ninguém quer mexer com o monopólio de fato da Petrobras. Nenhuma grande petroleira quer investir bilhões de dólares numa atividade que exige muito tempo e dinheiro para ser implementada.
O abastecimento nacional, o desenvolvimento nacional, o emprego e a renda dos brasileiros que dependem do petróleo não são prioridade. A prioridade é outra.
Os eficientíssimos capitalistas estrangeiros são como aquele deputado que ficou famoso por querer “a diretoria que fura poço”.
Só que os deles são de petróleo. O nosso petróleo.
Fernando Brito

Qual é a diferença entre a imprensa internacional e a brasileira?

É curioso comparar alguns dos sites de notícias mais importantes do planeta com os principais aqui do Tupiniquim. Fiz isto domingo de manhã: 24 horas depois da Amy morrer; 48 horas depois do ataque terrorista na Noruega. A maior parte deles noticiava ambos os fatos. Mas enquanto os internacionais davam destaque para o assassinato das 92 pessoas, os brasileiros só falavam da falecida britânica, da homenagem dos artistas no Twitter, e outras coisas do tipo.
É pra pensar, não? É como se os veículos do mundo estivessem nos dizendo: É triste que uma inglesa morreu, mas não é um fato mais importante do que 92 outras mortes.
 
Veículos internacionais:
 
Veículos nacionais:
Saulo Mileti
By: B9

Pepe Escobar: Al-Qaeda cristã

Noruega
Al-Qaeda cristã
25/7/2011, Pepe Escobar, Asia Times Online
Tradução do coletivo da Vila Vudu
Progressistas ocidentais devem acender o alerta vermelho. Tabus terão de ser superados – principalmente para que se identifiquem as estratégias misturadas mas quase sempre violentas empregadas pelo fundamentalismo cristão de ultra-direita e pelos sionistas, para fomentar a islamofobia no ocidente.
Imaginem se Anders Behring Breivik, louro, branco, 32 anos, olhos azuis, 100% norueguês, doido varrido cristão fundamentalista de direita e fascista, responsável pela explosão em Oslo e pelo assassinato deliberado (= targeted assassinations, diria a CIA) na ilha de Utoya que matou 93 pessoas… fosse imigrante e muçulmano.
Nem é preciso imaginar – porque os círculos concêntricos da indústria ocidental de islamofobia imediatamente atribuíram o massacre na Noruega à “al-Qaeda”. Depois, os fatos impuseram-se.
Mas, esperem… “Targeted assassinations”? Assassinatos deliberados, uma bala milimetricamente em cada cabeça? Ninguém pode duvidar, nem por um instante, que o assassino tenha pensado numa fórmula segundo a qual, se o governo de Barack Obama pode fazer – no Af-Pak, no Iraque, no Iêmen, na Somália, e sempre em nome da civilização ocidental – nada poderia impedir que um escandinavo sarado exercesse idênticos direitos de matar, em sua terra.
As tendências sobrepostas da ideologia da al-Qaeda podem ser examinadas em detalhes, em livros como Al-Qaeda in Its Own Words [Al-Qaeda em suas próprias palavras], editado por Gilles Kepel e Jean-Pierre Milelli, publicado em inglês pela editora da Universidade de Harvard.
Breivik, o solitário, também escreveu seu próprio tratado-manifesto de ódio [1]. São 1.500 páginas[1] e leva o título de 2083: Declaração de Independência Europeia. Aí também detona a democracia, o multiculturalismo e “o marxismo cultural” que estariam, para ele, destruindo a civilização cristã europeia.
Quer dizer, dado que a al-Qaeda – agora sob a liderança ideológica do Dr. Ayman al-Zawahiri –, já está em guerra de jihad defensiva (vez ou outra ofensiva) contra cristãos e judeus, Breivik convoca nada menos que uma jihad cristã para defender a Europa de nova invasão de muçulmanos.
A volta dos cruzados cristãos
O que comprova que Breivik não é doido solitário é que a ideologia que há por trás do manifesto não condena só todo o Islã per se, a imigração de muçulmanos para a Europa e o multiculturalismo, mas também as soluções neonazistas e raciais suprematistas que se usaram contra esses “males”.
Breivik, assassino de massa que adora canções do [festival] Eurovision e o seriado norte-americano The Shield [um esquadrão da morte: policiais que fazem justiça pelas próprias mãos], e que tem porte autorizado de arma para uma Glock, um rifle automático e outra pistola, é típico apóstolo da nova narrativa da ultra-direita paneuropeia mais sofisticada  – segundo a qual a batalha pela alma da Europa será disputada no campo da cultura.
Depois de rápida visita à Dinamarca e sul da Suécia no outono de 2010, escrevi sobre essas questões mais amplas (“Letter from Islamophobistan”, Asia Times Online, 22/10/2010, http://www.atimes.com/atimes/Front_Page/LJ22Aa01.html).
Breivik dá um passo adiante, porque acrescenta armas ao novo pensamento –, porque não se trata de os muçulmanos serem biologicamente inferiores ao ocidente cristão; o problema é que os princípios do Islã são absolutamente incompatíveis com o ocidente.
É questão cultural. “Eles” não partilham “nossos valores” nem nosso modo de vida. Em esperto movimento de ‘marketing’ (ou de “Relações Públicas” como se diz nos EUA), essa explicação culturalista visa a atrair também os moderados europeus.
Breivik e sua gangue culpam a democracia parlamentar ocidental como um todo – aí incluído o ‘politicamente correto’ – por permitir que os muçulmanos estabeleçam-se na Europa como cavalos de Tróia. Tudo e todos são ameaças – a al-Qaeda, tanto quanto a burocrática União Europeia e a ONU multicultural. Breivik e os dele são, todo o tempo, Huntingtonianos – temendo um choque de civilizações bem ali, em casa.
Não surpreende que o passo lógico tenha sido para Breivik tornar-se versão moderna dos Cavaleiros Templários em seu manifesto incongruente – e, assim, cria um caso exemplar. A agenda dos Templários: “tomar o controle político e militar dos países da Europa Ocidental e implementar uma agenda política e cultural conservadora”.
“Al-Qaeda” – ou a nuvem de franquias e simulacros rotulada como “al-Qaeda” – não tem os recursos necessários para atacar a Europa e, além do mais, essa não é sua prioridade”; prioridade é o Af-Pak, a Ásia Central e a Índia, como já declarou Ilyas Kashmiri, principal comandante militar da al-Qaeda. Mas a prioridade do terror fundamentalista cristão é, declaradamente, a Europa. E os ataques virão tanto de loucos solitários, como Breivik, quanto de grupos organizados.
Progressistas ocidentais devem acender o alerta vermelho. Tabus terão de ser superados – principalmente para que se identifiquem as estratégias confusas mas quase sempre violentas empregadas pelo fundamentalismo cristão de ultra-direita e pelos sionistas, para fomentar a islamofobia no ocidente.
Por exemplo, os islamofóbicos, como os sionistas hardcore veem a opressão dos palestinos como defesa que Israel mobiliza num choque de civilizações. Breivik, discípulo modelo, elogia norte-americanos islamófobos notórios, como Pam Geller e Daniel Pipes, tanto quanto fustiga o apoio da Noruega à independência da Palestina e o reconhecimento como estado soberano.
Breivik escreveu: “É hipocrisia tratar muçulmanos, nazistas e marxistas como se fossem diferentes. Todos apoiam ideologias do ódio. Nem todos os muçulmanos, os nazistas e os marxistas são conservadores. Muitos são moderados. E que diferença faz?”
Não faz diferença: todos os fascistas são sedutores oportunistas. Haverá sangue – muito mais sangue, agora que a Europa terá de enfrentar o coração de suas trevas. Cuidado com o retorno – em massa – do cristão cruzado de olhos azuis.
Nota
1. Principais excertos retirados Repubblica, Itália, em http://download.repubblica.it/pdf/2011/memoriale_oslo1.pdf?ref=HREA-1.

GOVERNO REAGE AOS DRIBLES DO MERCADO E TAXA EM 25% AS OPERAÇÕES ESPECULATIVAS COM DÓLAR


Volumes tsunâmicos de capitais continuam a ingressar na economia brasilera por todos os poros. O governo dificultou alguns, outros se abriram. Nesta 5º feira, o governo anunciou um IOF de 25% --antes era de 6%--  sobre operações com derivativos que reúnem apostas especulativas sobre a cotação futura do dólar. É uma tentativa indireta de conter um atalho encontrado pelo mercado para contornar as medidas disciplinadoras tomadas anteriormente nessa área. Um desses atalhos é o crédito intercompanhias. Fluxos enviados  das matrizes para filiais brasileiras --mas também de filiais brasileiras para o departamento financeiro da sede --  inundam o mercado e derretem a cotação do dólar, que recuiu ao nível mais baixo em 12 anos na terça-feira. A operação intercompanhias ajuda a maquiar em investimento as operações de carry trade. Ou seja, o ingresso de recurso tomado lá fora a juro zero para engorda rápida  no pasto rentista mais nutritivo do mundo, a juro de 6,8% reais ao ano.  A avalanche impulsiona as importações com dois efeitos contraditórios: arrefece a inflação com o ingresso de mercadoria barata na economia, mas transfere emprego e produção para o exterior. É um corner estratégico para o qual não existe resposta estritamente econômica. No fundo trata-se de uma escolha sobre a sociedade que se quer construir no Brasil. Esta semana, o empresário Jorge Gerdau, de cujas convicções conservadoras  não se deve  duvidar, defendeu abertamente a adoção de limites de ingresso ao  capital externo. Há 15 dias, metalúrgicos do ABC fizeram uma greve inédita cuja palavra de ordem era: contra a desindustrialização. Leia-se, contra o desemprego. Alguns economistas de esquerda mostram-se céticos. Acham que o país perdeu o timming para agir na medida em que permitiu uma valorização cambial tão grande. Reverter a roda agora trará custos e riscos -- inflacionários, por exemplo-- proporcionais ao exagero registrado em sentido contrário. Cabe à política, portanto, encontrar os contrapesos de que se ressente a lógica econômica estrita.No vácuo, o rentismo dará as cartas. Uma opção seria uma ofensiva propositiva de sindicatos e empresários sobre o passo seguinte do desenvolvimento brasileiro. O desequilíbrio  cambial reflete um desarranjo mais amplo dos preços básicos da economia --entre os quais a taxa de juros se sobressai como um aspirador que suga recursos ao rentismo, em detrimento de outras prioridades. Reordenar essa equação  requer uma negociação política mais ampla. O antídoto ao rebote da inflação, por exemplo --ameaça embutida  no  caso de um controle cambial que encareça subitamente  as importações-- está na repactuação das bases do crescimento. Na equação ortodoxa não tem saída: é desindustrialização ou inflação. 
(Carta Maior; 3º feira, 26/07/ 2011)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Para além do besteirol do Fantástico



Líbia:
OTAN não aprendeu as duras lições do Afeganistão 24/7/2011, Patrick Cockburn, The Independenthttp://www.independent.co.uk/opinion/commentators/patrick-cockburn-nato-in-libya-has-failed-to-learn-costly-lessons-of-afghanistan-2319539.html

Ataques aéreos são a principal arma com que as potências ocidentais contam para controlar o Oriente Médio e o sul da Ásia, sem ter de pôr soldados em terra, onde as mesmas potências podem sofrer graves baixas, além de humanas, também políticas. Grã-Bretanha, França e EUA só têm poder aéreo para fazer guerra contra a Líbia, que se arrasta há quatro meses. Os EUA também estão ampliando a ofensiva aérea no Iêmen, onde a CIA deve começar a operar à distância os aviões-robôs drones, com soldados em terra; e prosseguem os ataques de aviões-robôs também no noroeste do Paquistão. Também no Iraque, de onde se espera que os EUA se retirem em breve, a população da cidade de Amarah, semana passada, foi aterrorizada por ataques de jatos bombardeiros.

O emprego de forças aéreas como policiais coloniais na Região tem história longa e sangrenta, e sempre, no longo prazo, mostrou-se ineficaz. O piloto da OTAN, que bombardeou Ain Zara ao sul de Trípoli no início desse mês com certeza jamais ouvir contar que seu ataque aconteceu quase exatamente 100 anos depois de a mesma cidade ter sido atingida por duas bombas lançadas de um avião italiano, em 1911.

O ataque aéreo italiano foi o primeiro da história, lançado pouco depois de a Itália ter invadido e que depois viria a ser a Líbia, durante um dos muitos conflitos com o Império Otomano. O primeiro voo de reconhecimento militar tomou uma rota próxima de Benghazi em outubro de 1911 e dia 1º de outubro o subtenente Giulio Gavotti tornou-se o primeiro aviador a despejar bombas. Voou baixo sobre um campo turco em Ain Zara e ali despejou quatro granadas de 4,5lb que levava numa sacola de couro no cockpit. Os turcos protestaram que as bombas de Gavotti atingiram um hospital e feriram vários civis.

Os prós e contras já poderiam ter sido constatados, ali. Não que os ataques aéreos sejam sempre fúteis. Eu estava em Bagdá durante o bombardeio dos jatos norte-americanos em 1991 e depois, novamente, durante a operação “Raposa do Deserto” em 1998. Acocorado num canto do meu quarto de hotel, vendo as colunas de fogo surgirem pela cidade e a patética reação do fogo antiaéreo, foi experiência limite. Por outro lado, encurralado num abrigo a oeste de Beirute durante as guerras civis, foi ainda pior, em certo sentido, porque durou mais tempo e tudo era menos previsível. Em Bagdá, eu supunha que os norte-americanos soubessem contra que alvos atiravam, se por mais não fosse, por razões de ‘Relações Públicas’. Mas minha confiança logo acabou, quando mataram cerca de 400 civis num abrigo em Amariya.

Por mais assustador que seja sentir-se alvo de bombardeio aéreo, as forças aéreas sempre superestimam a própria importância. Jamais são precisos como alegam ser; a eficácia de ataques aéreos depende integralmente de informações de inteligência. Bombardear dá mais certo como arma para aterrorizar civis; como arma de punição generalizada. Contra soldados bem preparados, como os guerrilheiros do Hezbollah, os bombardeios aéreos sempre funcionaram mal.

A desastrosa aventura de Israel no Líbano poderia bem entrar para a história como a mais espantosamente ineficaz guerra aérea de todos os tempos, não fosse o dia em que França e Grã-Bretanha resolveram aliar-se àquelas milícias entusiásticas, mas sem qualquer treinamento, para derrubar o coronel Muammar Gaddafi.

Não começou assim. Quando os aviões da OTAN atacaram pela primeira vez, foi apenas para impedir que os tanques de Gaddafi avançassem pela estrada, de Ajdabiya rumo à Benghazi dos ‘rebeldes’. Esses ataques foram efetivos. Mas o objetivo foi repentinamente alterado, e a coisa converteu-se em guerra sem prazo para terminar para derrubar Gaddafi; a OTAN, então, passou a dar apoio aéreo aos ‘rebeldes’. Muito parecido com o que fizeram as forças imperiais francesas na África Ocidental, é espantoso que essa aberta intervenção estrangeira contra país soberano ainda não tenha sido adequadamente criticada na Grã-Bretanha.

Os ‘rebeldes’ sempre foram muito mais fracos do que seus patrocinadores da OTAN divulgaram. Claro que quem queira pode reconhecê-los como legítimo governo da Líbia, mas não é o que pensam os líbios. O grupo internacional Crisis Group, em geral sempre bem informado, diz que um item chave “na capacidade de Gaddafi para permanecer em seu posto sem oponentes no oeste da Líbia é o número ínfimo de defecções, até agora, entre as principais tribos que, tradicionalmente, são aliadas do regime”. A verdade é que uma OTAN dividida escolheu um dos lados de uma guerra civil na Líbia – exatamente como fizera antes no Afeganistão; e como EUA e Grã-Bretanha fizeram no Iraque.

Em ataques aéreos, a primeira semana é, quase sempre, a melhor. Ao final de uma primeira semana de ataques bem planejados e bem executados, os alvos mais expostos do inimigo já devem estar destruídos; nesse momento, o inimigo já aprendeu a esconder-se, dispersou as forças e evita expor-se como alvo. No caso da Líbia, as tropas pró-Gaddafi começaram a usar caminhões velhos com uma metralhadora pesada, pela retaguarda dos rebeldes. A OTAN atingiu várias vezes os próprios aliados, com efeitos devastadores.

Até agora não houve na Líbia ataque aéreo da OTAN com morte de grande número de civis. Depois que isso aconteceu pela primeira vez no abrigo de Amariya em Bagdá em 1991, a seleção de alvos passou a ter de ser confirmada pelo próprio comandante do exército, Colin Powell; e não houve outros ataques aéreos contra a capital. Os generais da Força Aérea costumam elogiar a precisão de suas armas maravilhosas, capazes de atingir alvos pontuais minúsculos. Mas só muito raramente explicam que essa ‘precisão’ depende de informação de inteligência também muito precisa.

Essas informações de inteligência são, quase sempre, confusas. Eu estava em Herat, no oeste do Afeganistão em 2009, quando jatos norte-americanos mataram 147 pessoas em três vilas ao sul. As bombas pulverizaram as casas de tijolos de barro e destroçaram os moradores, cujos cadáveres foram recolhidos aos pedaços. Naquelas vilas, em território ‘profundo’ dos Talibã, alguns veículos norte-americanos e afegãos haviam sido emboscados; assustados e sem saber o que fazer, os soldados requisitaram apoio aéreo. Aos gritos de “Morte aos EUA” e “Morte ao Governo”, sobreviventes enfurecidos recolheram numa caçamba os restos dos mortos e, com a caçamba atrelada a um trator, levaram os cadáveres até o gabinete do governador em Farah.

A resposta do secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, àqueles eventos, foi dizer que os Talibã haviam invadido as vilas, jogando granadas. Mentiras desse tipo podem ter algum efeito interno, nos EUA, mas enfureceram ainda mais os afegãos, que, diariamente, viam pela televisão as crateras abertas pelas explosões. A campanha aérea na Líbia terminará em desastre semelhante? Já é pequena a tolerância nos EUA e na Grã-Bretanha em relação à guerra na Líbia. E qualquer notícia de morte em massa de civis pode gerar indignação pública em toda a Europa e nos EUA.

Desde quando, há 100 anos, quando o subtenente Gavotti jogou aquela granadas pala janela do cockpit, os governos ocidentais têm-se deixado seduzir pela ideia de que podem vencer guerras só com aviões – hoje, os aviões-robôs drones tripulados à distância. Parece ser guerra barata, que não compromete soldados nem os expõe a riscos em campo. Tarde demais descobre-se, como já se vê hoje na Líbia, que só muito excepcionalmente se vencem guerras, pelo ar.

RIZOMA BEATRICE