Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Dilma lança P-58 e visita “fábrica” de plataformas para o pré-sal

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Agora de manhã, além de presidir a cerimônia de conclusão do navio-plataforma P-58 – feito, como a maioria do seu tipo, a partir de um antigo casco de superpetroleiro, o  Welsch Venture, Dilma Rousseff visitará uma das mais importantes iniciativas que o pré-sal está permitindo à indústria naval brasileira: uma fábrica de navios-plataforma de petróleo gigantes, conhecida como Projeto Replicantes.
Os replicantes serão oito navios do tipo FPSO – que recebem, processam, armazenam e transferem para petroleiros a produção de diversos poços de petróleo interligados – construídos em série. Como são montados com peças idênticas, um ao lado do outro, num imenso dique seco na cidade gaúcha de Rio Grande, a velocidade de construção é maior e o custo cerca de 25% menor que uma obra naval equivalente feita pelos métodos convencionais.
Além disso, por não se tratar de uma estrutura adaptada – única, portanto – a economia de projeto e execução – e, futuramente, de manutenção – atinge também as instalações dos equipamentos de convés. Na foto acima, você vê o primeiro dos replicantes, a P-66, já com suas formas bem definidas e, ao lado, o início da montagem da P-67.Esta, e apenas esta, terá algumas partes vindas da China, para acelerar o processo de fabricação. Ou outros seis replicantes, cada um deles medindo 288 metros de comprimento, serão inteiramente montados no Brasil, até 2018.
As P-66 e 67 vão para o campo de Lula, produzindo a partir de 2016, cada uma, 150 mil barris de petróleo por dia.
Já os 330 metros de comprimento do casco da P-58, a partir da semana que vem, começam a receber  as estruturas adicionais de processamento de óleo, fabricadas em Niterói (RJ) e transportadas para o Rio Grande do Sul por balsas. Quem passar pela ponte Rio-Niterói e observar, logo após a Ilha de Mocanguê, dia e noite, guindastes imensos movimentando torres de tanques e tubos cinza e amarelos, fique sabendo que daqui a alguns meses por ali vão estar passando por ali  petróleo e gás do pós e do pré-sal do campo de Parque das Baleias, na porção capixaba de Bacia de Campos.
Portanto, quem não perceber que, daqui a pouco, o que vai acontecer não é uma simples solenidade de visita a obras não está entendendo o quanto isso significa de progresso e afirmação para a indústria, a engenharia, o emprego e a economia de um Brasil que, até pouco tempo, comprava no exterior todos os equipamentos de produção de petróleo.
Sob os aplausos, aliás, dos que diziam que “lá fora é mais barato”, esquecendo que o mais barato é o que fica em casa, dando trabalho a seu povo e riqueza ao seu país.
Por: Fernando Brito

sexta-feira, 29 de julho de 2011

EUA: a miséria bate à porta

 
Mais de 5 milhões de lares perderam toda a riqueza desde 2005 nos EUA
5,6 milhões de lares, ou 15 milhões de pessoas, tiveram toda sua riqueza completamente destruída durante a primeira parte da queda econômica
Por Andre Damon, na Revista Fórum
Tradução de Idelber Avelar

O lar típico dos EUA perdeu 28% de sua riqueza durante a crise econômica, com um terço tendo sido completamente destruído, de acordo com uma recente análise de números do Census Bureau realizada pelo Centro de Pesquisas Pew, intitulada “A diferença de riqueza entre brancos, negros e hispânicos sobe a um nível recorde”.

O estudo focaliza as disparidades raciais, mas as descobertas mais assustadoras dizem respeito ao empobrecimento geral de todos os setores da população. A porcentagem de lares dos EUA que tem ativos de zero dólares ou abaixo—ou seja, que têm mais dívidas que posses—subiu de 15% em 2005 para 20% em 2009. Isso significa que 5,6 milhões de lares, ou 15 milhões de pessoas, tiveram toda sua riqueza completamente destruída durante a primeira parte da queda econômica. Estes números vêm de uma pesquisa do Census Bureau para 2005 e 2009.

O estudo mostrou que, depois de ajustes de inflação, a riqueza média dos lares dos EUA caiu de US$96.894 em 2005 para US$70.000 em 2009, uma queda de 28%. A maior parte disso é atribuível à queda vertiginosa no valor dos imóveis, que foi da ordem de 30% entre 2006 e 2009 e até maior desde então.

A queda no valor das casas se combinou com a queda nos salários. Entre 2005 e 2009, a média recebida pelos trabalhadores por hora caiu 5%, depois de ajustada a inflação, de acordo com o Ministério do Trabalho.

O endividamento tem crescido de forma tão rápida como a riqueza tem caído. Entre 2005 e 2009, as dívidas não asseguradas cresceram 33% para a população como um todo, mostrou o estudo. Enquanto isso, a parcela da riqueza em mãos dos 10% mais ricos cresceu de 49% em 2005 para 56% em 2009.

As minorias raciais receberam um golpe particularmente duro, incluindo-se aí a queda no valor das casas. A riqueza líquida do lar hispânico caiu 56%, de US$12.124 em 2005 a US$5.677 em 2009. O valor líquido dos lares negros também desabou, 53%. Entre os hispânicos, as dívidas não asseguradas subiram 47%.

O nível de desigualdade entre brancos, negros e hispânicos é hoje o maior dos últimos 25 anos, e sem dúvida é mais alto do que antes desses 25 anos. A diferenciação racial é parcialmente atribuível à geografia. Enquanto que os brancos viram o valor de suas casas cair 18% e os negros, 23%, o valor das casas dos hispânicos caiu em mais de 50%.

Como nota o relatório, “em 2005, mais de dois em cada cinco lares hispânicos ou asiáticos se encontrava no Arizona, Califórnia, Flórida, Michigan ou Nevada, os cinco estados com declínios mais agudos nos preços das casas”. Para os hispânicos que moram nesses estados, nota o relatório, os ativos médios caíram de US$51.464 em 2005 para US$6.375 em 2009, uma queda de 88%.

Essas divergências raciais, no entanto, mascaram o aumento mais fundamental da desigualdade entre as classes trabalhadoras e os ricos de todas as raças. O relatório nota que os 10% dos negros mais ricos controlam 67% de toda a riqueza daquele grupo, comparado com 59% antes da crise. Para os hispânicos, da mesma forma, os 10% mais ricos controlam 72% da riqueza em 2009, por oposição a 59% em 2005.

O número de desempregados, enquanto isso, subiu de 7,9 milhões para 15,2 milhões entre 2005 e 2009. O crescimento do desemprego também afetou as minorias desproporcionalmente. O desemprego tem afetado negros e hispânicos de forma desproporcional, com a taxa atualmente em 16,5% para os negros e 11,6% para os hispânicos.

A tremenda queda na riqueza tem tido um efeito transformador na sociedade estadunidense, contribuindo para milhões de execuções de hipotecas e falências pessoais. De acordo com os números da Realtytrac.com, houve 10 milhões de execuções de hipotecas entre 2005 e 2009.

Original A*Q*U*I
Leia mais em: O Esquerdopata

terça-feira, 17 de maio de 2011

Agnelli dá adeus com outro buraco no Brasil


Ontem foi o último ato público de Roger Agnelli como presidente da Vale. E, para fazer justiça à sua trajetória, o adeus foi a inauguração de outra megamina para exportar as riquezas estratégicas do Brasil. A mina de Onça Puma, em OuriLãndia do Norte, sudeste do Pará, vai exportar “apenas” 95% de sua produção do valiosíssimo ferro-níquel – usado na fabricação de aços inoxidáveis – visa, segundo o próprio Agnell, “atender a países como China, Japão, Alemanha, Finlândia, Itália e Estados Unidos”.
Em plena operação, a mina vai produzir 22o mil toneladas de ferro-níquel, com 53 mil toneladas de níquel contido.  Isso representa, simplesmente, 70% de toda a produção nacional até agora, que é de 74 mil toneladas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração.  Com 95% deste volume exportado, a Vale vai mandar para fora, via Onça Puma, uma vez e meia todo oníquel que hoje o Brasil já exporta, pouco mais de 35 mil toneladas.
O minério vai em bruto, porque a Vale só tem refinarias – que separam o ferro do níquel e o deixam pronto para o uso na produção de aço -  no Reino Unido, Japão, Taiwan e China e uma recém construída na Nova Caledônia, gigantesca, adaaptada para  trabalhar com níquel laterítico limonítico, justamente o tipo que sai de Onça Puma.
Tecnologia para fazer, há, pois a Votorantim inaugurou uma refinaria em Goiás, com tecnologia brasileira, há pouco mais de um ano.
E demanda, haverá, senão para tudo, para parte significativa deste minério. O próprio Roger Agnelli admitiu ao Diário do Pará, que  tendência é de crescimento do consumo nos próximo anos, em função da montagem das estruturas de produção de petróleo do pré-sal e também dos investimentos previstos na indústria naval brasileira.
Enfim, o adeus de Agnelli, com os meganavios coreanos e chineses e esse superralo de escoamento de nosso valioso níquel se dá no seu grande estilo de pensar o Brasil como um buraco a ser cavado.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Os adoradores de dinheiro e o deus mercado



As corporações deixam que 50.000 pessoas morram a cada ano porque não podem pagar uma assistência médica adequada. Já mataram milhares de iraquianos, afegãos, palestinos e paquistaneses e a isso contemplaram com alegria enquanto quadruplicava o preço das ações dos fabricantes de armamentos. Transformam o câncer numa epidemia nas minas de carvão da Virgínia Ocidental, onde as famílias respiram ar contaminado, bebem água envenenada e observam os Montes Apalaches irem pelos ares, convertendo-os em uma planície deserta enquanto as companhias carboníferas acumulam milhões e milhões de dólares. O artigo é de Chris Hedges.

Discurso feito pelo jornalista Chris Hedges em Union Square, em 15 de abril passado, na cidade de Nova York, durante um protesto feito em frente a uma das agências do Bank of America.

Estamos aqui hoje em frente a um de nossos templos das finanças. Um templo no qual a cobiça e o lucro são os bens supremos, onde o valor de cada pessoa é determinado por sua capacidade de misturar riqueza e poder à custa de outras, onde as leis são manipuladas, se reescrevem e se violam, onde o ciclo infinito do consumo define o progresso humano, onde a fraude e os crimes são os instrumentos dos negócios.

As duas forças mais destrutivas da natureza humana – a cobiça e a inveja –impulsionam os homens de finanças, os banqueiros, os mandarins corporativos e os dirigentes de nossos dois principais partidos políticos, todos eles beneficiários deste sistema. Colocam-se no centro de sua criação. Desdenham ou ignoram os gritos dos que se encontram abaixo deles. Retiram nossos direitos e nossa dignidade e frustram nossa capacidade de resistência. Fazem-nos prisioneiros em nosso próprio país. Vêem os seres humanos e o mundo natural como simples mercadorias a serem exploradas até ao esgotamento e ao colapso. O sofrimento humano, as guerras, as mudanças climáticas, a pobreza, tudo serve ao custeio dos negócios. Nada é sagrado. O Senhor dos Lucros é o Senhor da Morte.

Os fariseus das altas finanças que podem nos ver esta manhã de suas salas e seus escritórios pelas esquinas debocham da virtude. A vida para eles só tem o significado do proveito próprio. O sofrimento dos pobres não os preocupa. As seis milhões de famílias expulsas de suas casas não os preocupam. As dezenas de milhões de aposentados, cujas economias para a aposentadoria foram anuladas pela fraude e pela desonestidade de Wall Street não os preocupam. Que não se consiga deter as emissões de carbono, isso não os preocupa. A justiça não os preocupa. A verdade não os preocupa. Uma criança faminta não os preocupa.

Fiódor Dostoyevski em “Crime e Castigo” concebeu o mal absoluto por trás dos anseios humanos não como alguma coisa vulgar, mas como algo extraordinário, como o desejo que permite a homens e mulheres se servirem de sistemas de autoglorificação e cobiça. No romance, Raskolnikov acredita – como os que vivem nos tempos atuais – que o gênero humano pode se dividir em dois grupos. O primeiro se compõe de gente comum, humilde e submissa. Gente comum que faz pouco mais do que se reproduzir segundo a sua própria imagem, envelhecer e morrer. E Raskolnikov despreza essas formas inferiores de vida humana.

O segundo grupo, acredita Raskolnikov, é extraordinário. São os Napoleões do mundo, os que desprezam o direito e os costumes, os que se desvencilham das convenções e tradições para criar um futuro mais refinado, mais glorioso. Raskolnikov argumenta que, mesmo vivendo todos no mesmo mundo, podemos nos libertar das conseqüências de viver com outros, conseqüências que nem sempre estarão a nosso favor. Os Raskolnikovs do mundo põem uma fé desenfreada e total no intelecto humano. Desdenham os atributos de compaixão, empatia, beleza, justiça e verdade. E essa visão demencial da existência humana leva Raskolnikov a assassinar uma agiota e a roubar o seu dinheiro. 

Quando Dante entra na selva escura no Inferno (canto III) ouve os gritos daqueles que “pelo mundo transitaram sem merecer louvor ou execração”, os rejeitados pelo céu e pelo inferno, os que dedicaram suas vidas somente em busca da felicidade. São os “bons”, os que nunca causaram confusões, os que preencheram suas vidas de coisas vãs e vazias, inofensivas talvez, para divertirem-se, que nunca tiveram uma posição perante nada, nunca arriscaram nada e foram somente figurantes. Jamais analisaram suas vidas criticamente, nunca sentiram necessidades, nunca quiseram ver. Os sacerdotes desses templos corporativos, em nome do lucro, matam ainda com mais inclemência, fineza e astúcia do que Raskolnikov.

As corporações deixam que 50.000 pessoas morram a cada ano porque não podem pagar uma assistência médica adequada. Já mataram milhares de iraquianos, afegãos, palestinos e paquistaneses e a isso contemplaram com alegria enquanto quadruplicava o preço das ações dos fabricantes de armamentos. Transformam o câncer numa epidemia nas minas de carvão da Virgínia Ocidental, onde as famílias respiram ar contaminado, bebem água envenenada e observam os Montes Apalaches irem pelos ares, convertendo-os em uma planície deserta enquanto as companhias carboníferas acumulam milhões e milhões de dólares. 

E após saquear o tesouro dos Estados Unidos, essas corporações requerem, em nome da moralidade, que se eliminem programas alimentares para crianças, a ajuda para a calefação, a assistência médica para nossos idosos e a boa educação pública. Reivindicam que toleremos uma classe inferior permanente que deixará em cada seis trabalhadores um sem trabalho, que condena dezenas de milhões de estadunidenses à pobreza e que lança os doentes mentais às grades de calefação. Os que não têm poder, aqueles que as corporações consideram gente comum, são atirados ao lado como lixo humano. É o que exige o “deus mercado”.

E os que perseguem o arco iris brilhante da sociedade de consumo, os que apóiam a ideologia pervertida da cultura consumista, se convertem, como já o sabia Dante, em covardes morais. Têm a cabeça feita por nossos sistemas corporativos de informação e se mantêm passivos enquanto nossos poderes legislativo, executivo e judicial de governo – instrumentos do Estado corporativo – nos retiram a capacidade de resistir. Democratas ou republicanos, liberais ou conservadores. Não há diferença. Barack Obama serve aos interesses corporativos com a mesma diligência de George W. Bush. E colocar nossa fé em algum partido ou instituição estabelecida como mecanismo de reforma é deixarmo-nos hipnotizar pelo mito das sombras nas paredes da caverna de Platão.

Devemos desafiar essa geringonça da cultura do consumo e recuperar a primazia da piedade e da justiça em nossas vidas. E isso requer coragem, não só a coragem física, mas também a coragem moral, o que é mais difícil... A coragem moral de ouvir nossa consciência. Se tivermos que salvar ao nosso país e ao nosso planeta, devemos ultrapassar a exaltação do próprio ego e incorporar a isso o ego do nosso próximo. O auto-sacrifício desafia a doença da ideologia corporativa. O auto-sacrifício destrói os ídolos da cobiça e da inveja. O auto-sacrifício exige que nos rebelemos contra o abuso, contra a ofensa e a injustiça que nos impõem os mandarins do poder corporativo. Há uma profunda verdade na advertência bíblica: “Aquele que ama a sua vida a perderá”

A vida não tem a ver só conosco. Jamais poderemos ter justiça enquanto o nosso próximo não tiver justiça. E jamais poderemos recuperar a nossa liberdade até que estejamos dispostos a sacrificar nosso conforto por uma rebelião aberta. O presidente (Obama) nos decepcionou. Nosso processo de democracia eleitoral nos decepcionou. Não restam estruturas ou instituições que não tenham sido contaminadas ou destruídas pelas corporações. E isto significa que tudo dependerá de nós mesmos. A desobediência civil, que significa dificuldades e sofrimentos, que será longa e difícil, que significa essencialmente auto-sacrifício, é o único recurso que resta. 

Os banqueiros e os gestores de fundos de alto risco, as elites corporativas e governamentais, são a versão moderna dos hebreus desencaminhados que se prostraram diante do bezerro de ouro. A centelha da riqueza brilha diante de seus olhos e os impulsiona cada vez mais rápido para a destruição. E querem que nos prostremos também diante do seu altar. Enquanto nos inspirarmos na cobiça, ela nos manterá cúmplices e em silêncio. Na medida, porém, que desafiemos a religião do capitalismo sem escrúpulos, uma vez que exijamos que a sociedade atenda verdadeiramente as necessidades dos cidadãos e que o ecossistema sustente a vida, ao invés das necessidades do mercado, uma vez que aprendamos a dialogar com uma nova humildade e a viver com uma nova simplicidade, uma vez que amemos ao nosso próximo como a nós mesmos, romperemos as correntes que nos aprisionam e faremos com que a esperança seja percebida.

(*) - Christopher Lynn Hedges é jornalista, autor e correspondente de guerra dos Estados Unidos, especializado em políticas e sociedades dos EUA e Oriente Médio. Seu livro mais recente se intitula “A Morte da Classe Liberal” (2010)

(**)-Fonte: http://www.truthout.org/throw-out-money-changers/1303110000

Tradução do espanhol feita por Izaías Almada. 

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Petrobras está destinada a dominar setor, afirma The Guardian

A Petrobras quer se tornar a maior produtora mundial de petróleo de capital aberto até 2015, segundo afirma o diretor financeiro da companhia em uma entrevista publicada pelo diário britânico The Guardian nesta terça-feira.
Segundo Almir Guilherme Barbassa, a companhia pretende mais do que dobrar sua produção na próxima década, para 5,4 milhões de barris de petróleo e gás por dia.
Na reportagem de página inteira, intitulada “Petroleiros do Brasil destinados a dominar”, o jornal observa que a série de descobertas de reservas de petróleo na camada pré-sal “transformaram a sorte da companhia e catapultaram o Brasil em um dos líderes em energia e um dos motores econômicos mundiais”.
Segundo afirma Barbassa ao jornal, a Petrobras será uma das maiores beneficiárias da legislação brasileira que dá à empresa uma parcela mínima de 30% sobre cada nova reserva descoberta, além do controle sobre os novos projetos.
O Guardian observa que isso significa que as grandes petroleiras privadas mundiais, como BP, Shell e ExxonMobil, “terão que ficar em segundo plano atrás da Petrobras pelo acesso às vastas reservas brasileiras”.
‘Ascensão meteórica’
A reportagem comenta que grandes descobertas de petróleo em águas profundas nos últimos anos estão por trás da “ascensão meteórica” da Petrobras, elevando as reservas comprovadas pela companhia de 11,5 bilhões de barris em 2006 para 30 bilhões de barris.
Com a continuidade da exploração da camada pré-sal, o jornal observa, essas reservas podem atingir entre 50 bilhões e 100 bilhões de barris, no mesmo nível que as reservas da Rússia e do Kuwait.
O jornal relata que, em setembro, a Petrobras levantou US$ 70 bilhões na maior oferta pública de ações do mundo, deixando o governo brasileiro com uma participação de 55% na companhia.
A reportagem observa que há obstáculos para que a empresa atinja seus objetivos, como as dificuldades técnicas para a exploração das reservas na camada pré-sal.
A empresa pretende investir US$ 224 bilhões nos próximos cinco anos para desenvolver as novas descobertas. O jornal relata que, segundo a Agência Internacional de Energia, somente neste ano os gastos da Petrobras devem ficar em US$ 44,8 bilhões, o maior valor entre todas as empresas de capital aberto do mundo.