Número de vagas formais, com carteira assinada, é 111% maior do que o registrado no mesmo mês de 2013, informa o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado hoje pelo Ministério do Trabalho; expectativas de analistas de mercado era de abertura de apenas 110 mil vagas; este é o melhor fevereiro desde 2011; "Em 2014, o emprego não vai diminuir. Pelo contrário, vai garantir a irrigação da nossa economia por muito tempo ainda. Vivemos em pleno emprego", celebrou o ministro Manoel Dias
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
segunda-feira, 17 de março de 2014
Radicalização da campanha não é opção. É inevitável, pelas deformações brasileiras
Eu fico impressionado, algumas vezes, com a generosidade de quem
acha que uma campanha eleitoral para a presidência, no Brasil, pode ser
tratada com completa serenidade, com a discussão de propostas e
projetos e com a apresentação honesta de rumos para a administração do
país.
Não pode, infelizmente, embora a gente deva tentar todo o tempo.
Porque existe um processo perverso no Brasil que transforma discordância em ódio, oposição em golpismo e comunicação em propaganda.
E um fator que explica e torna isso inevitável: a nossa mídia, onde mais que não haver pluralismo existe uma espécie de ditadura de um partido único, cada vez menos ético e mais agressivo.
Fossem apenas figuras como Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Diego Mainardi e quejandos, nada de mais. Em todos os países existe uma direita hidrófoba, vide a Fox nos Estados Unidos.
Mas não é isso: os jornais e as televisões se tornaram de uma pobreza tamanha que repetem, como uma só voz, as mesmas baboseiras, promovem as mesmas figuras esdrúxulas, repetem as mesmas “verdades” enunciadas por imbecis.
Basta uma rápida olhada no noticiário.
Não há absolutamente nada de positivo ou meramente razoável se passando no país.
Achamos um mar de petróleo, e nossa petroleira vai falir.
Contornamos o pior momento da seca no sistema hidrelétrico do Sudeste (que hoje acumula 35,9% de sua capacidade, 1,3%% a mais que no início do mês, e tivemos uma queda superior a 10% na demanda de energia) e os jornais estão lotados de análises sobre um agravamento da crise no setor energético.
Em tudo é assim.
O desemprego nunca foi tão baixo, mas vai subir.
A inadimplência caiu, mas vai subir.
A inflação vai estourar, o governo não vai poupar.
Os automóveis vendem, os aviões enchem, os imóveis não baixam de preço.
Mas o país vive um crise profunda e uma estagnação total.
Não há mais jornalismo, mas uma “torcida” despudorada por um desastre econômico.
E por um desastre civilizatório.
Um presidente do STF transborda-se em autoritarismo e é saudado como o “salvador da ética”.
Um apresentadora de televisão defende linchamentos e é acolhida como símbolo da liberdade de expressão.
Um deputado de conhecidos interesses por negócios à sombra é usado como exemplo de que o Governo “desvaloriza” o parlamento, apenas porque não lhe cede á chantagem.
A mediocridade da mídia espalhou-se por uma parcela da classe média e ela própria trata de amplificar os rosnados caninos de grupelhos fascistoides – de direita assumida ou de pretensa esquerda – que advogam os meios mais violentos e autoritários de intervenção política: desde os quebra-quebras até o golpe militar.
Sob o beneplácito de uma elite que despreza seu país, uma sub-elite transforma-se numa feroz matilha a rasgar o tecido social ligeiramente mais justo que se vem tecendo.
Volta a imperar, pelo foco seletivo da mídia, a ideia de que “O Brasil é mesmo uma m…” e que, aqui, nada tem futuro.
Se baixarmos a guarda para isso, em nome de uma cândida tolerância, aí mesmo não o teremos: teremos passado.
Não baixar a guarda não se confunde com agressividade, mas muito menos ainda com a covardia.
Porque ser covarde é transigir com o direito do povo brasileiro a uma Nação e um futuro.
Tudo o mais é aceitável, menos isso.
Não pode, infelizmente, embora a gente deva tentar todo o tempo.
Porque existe um processo perverso no Brasil que transforma discordância em ódio, oposição em golpismo e comunicação em propaganda.
E um fator que explica e torna isso inevitável: a nossa mídia, onde mais que não haver pluralismo existe uma espécie de ditadura de um partido único, cada vez menos ético e mais agressivo.
Fossem apenas figuras como Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Diego Mainardi e quejandos, nada de mais. Em todos os países existe uma direita hidrófoba, vide a Fox nos Estados Unidos.
Mas não é isso: os jornais e as televisões se tornaram de uma pobreza tamanha que repetem, como uma só voz, as mesmas baboseiras, promovem as mesmas figuras esdrúxulas, repetem as mesmas “verdades” enunciadas por imbecis.
Basta uma rápida olhada no noticiário.
Não há absolutamente nada de positivo ou meramente razoável se passando no país.
Achamos um mar de petróleo, e nossa petroleira vai falir.
Contornamos o pior momento da seca no sistema hidrelétrico do Sudeste (que hoje acumula 35,9% de sua capacidade, 1,3%% a mais que no início do mês, e tivemos uma queda superior a 10% na demanda de energia) e os jornais estão lotados de análises sobre um agravamento da crise no setor energético.
Em tudo é assim.
O desemprego nunca foi tão baixo, mas vai subir.
A inadimplência caiu, mas vai subir.
A inflação vai estourar, o governo não vai poupar.
Os automóveis vendem, os aviões enchem, os imóveis não baixam de preço.
Mas o país vive um crise profunda e uma estagnação total.
Não há mais jornalismo, mas uma “torcida” despudorada por um desastre econômico.
E por um desastre civilizatório.
Um presidente do STF transborda-se em autoritarismo e é saudado como o “salvador da ética”.
Um apresentadora de televisão defende linchamentos e é acolhida como símbolo da liberdade de expressão.
Um deputado de conhecidos interesses por negócios à sombra é usado como exemplo de que o Governo “desvaloriza” o parlamento, apenas porque não lhe cede á chantagem.
A mediocridade da mídia espalhou-se por uma parcela da classe média e ela própria trata de amplificar os rosnados caninos de grupelhos fascistoides – de direita assumida ou de pretensa esquerda – que advogam os meios mais violentos e autoritários de intervenção política: desde os quebra-quebras até o golpe militar.
Sob o beneplácito de uma elite que despreza seu país, uma sub-elite transforma-se numa feroz matilha a rasgar o tecido social ligeiramente mais justo que se vem tecendo.
Volta a imperar, pelo foco seletivo da mídia, a ideia de que “O Brasil é mesmo uma m…” e que, aqui, nada tem futuro.
Se baixarmos a guarda para isso, em nome de uma cândida tolerância, aí mesmo não o teremos: teremos passado.
Não baixar a guarda não se confunde com agressividade, mas muito menos ainda com a covardia.
Porque ser covarde é transigir com o direito do povo brasileiro a uma Nação e um futuro.
Tudo o mais é aceitável, menos isso.
São Paulo: sem água em 90 dias. Mas o Estadão faz editorial sobre tarifa de luz e superavit primário
“Seca pode ocorrer em qualquer país, mas o problema se torna especialmente grave quando a chefe de um governo populista se empenha numa campanha de reeleição e insiste em disfarçar os fatos desagradáveis.”
O texto aí em cima é do furioso Estadão de hoje, em editorial.
Mas não se refere ao que está acontecendo em São Paulo, apesar de o próprio jornal publica que o comitê técnico que monitora o Sistema Cantareira estará seco até a Copa do Mundo, isto é, dentro de 90 dias.
E não pensem que o Estadão e os demais jornais, lotados de artigos, análises e protestos sobre a crise energética e, sobretudo, sobre a ação do Governo Federal de usar recursos públicos como “ponte” até que a situação hídrica do país se normalize.
Embora o “desconto” dado pelo Governador Geraldo Alckmin sobre as contas dos consumidores que economizarem água seja, mais ainda, subsídio estatal - e que não será devolvido.
Não é apenas a predileção pelos tucanos que explica a forma diferenciada de tratar dos efeitos da crise sobre a geração elétrica e o fornecimento de água.
É que há dinheiro, e grosso, no lobby que se faz pela elevação das tarifas de energia elétrica.
De um lado, por conta dos controladores e acionistas das empresas do sistema, que são das mais lucrativas do Brasil. como você observa nesta tabela que vai ao lado.
De outro, porque esta operação toca num dos mais destacados santos do altar do capitalismo financeiro no Brasil: o superávit primário, que é o “resgate” que pagamos ao rentismo que sequestrou e sequestra, por décadas, a economia brasileira.
Um resgate que, quanto mais pagamos, mais prisioneiros ficamos.
Este blog tem enfadado, talvez, muitos de seus leitores com o acompanhamento diário da crise do sistema de abastecimento de água da Grande São Paulo.
E não o faz porque esteja, como se costuma dizer, mergulhado num “fla-flu” partidário.
Ao contrário, torce por chuvas de proporção bíblicas que amenizem a situação dramática de milhões de pessoas que sequer tem consciência da gravidade do que está acontecendo, porque os olhos da coletividade, que são a sua imprensa, estão fechados ou distraídos para o que vem se passando.
Não é a primeira vez que se tem este tipo de cegueira seletiva.
No caso do vazamento de óleo da Chevron foi o mesmo. Como se tratava de uma empresa multinacional, tudo se resumia à divulgação de ”press-releases” para uma imprensa amestrada, que aceitava até que o vazamento fosse uma “exsudação natural” de petróleo, coisa de que não se tem notícia desde os tempos do famoso Coronel Drake, nos primórdios da exploração exploração de petróleo, na metade do século 19.
Só que, desta vez, não há sequer a desculpa de que tudo se passava a centenas de quilômetros de nossas vistas, embora bastasse querer, como este blog o quis, e as imagens de satélite mostrariam a enormidade do acidente.
Os dados estão disponíveis, todos os dias, nas páginas da Sabesp e da Agência Nacional de Águas.
E repórteres, como Fábio Leite, do próprio Estadão, escrevam matérias como a publicada hoje pelo jornal (cujos chefes parecem não as ler) apontando a dramaticidade da situação, embora com dados ultrapassados (a matéria foi escrita sexta-feira) ou “otimistamente distorcidos” pelos dirigentes da Sabesp.
O “sistema” não tem 15,4% de seu volume preenchido. O “sistema” tem apenas, na melhor das hipóteses, apenas 8,8% de seu núcleo com água, porque sem o reservatório Jaguari-Jacareí o Cantareira deixa de funcionar como sistema e passa a ser apenas um quinto do que é.
E ninguém sabe como o reservatório irá se comportar acima do mínimo de 5%, considerado a margem mínima de operação normal.
O sistema equivalente também não tem mais aqueles 15,4%, mas 14,7%, não apenas porque de sexta para hoje caiu 0,4% como porque, cavilosamente, a Sabesp passou a agregar 0,2% a este cálculo, considerando a lâmina d’água mínima necessária à operação da represa de Paiva Castro (ex-Juqueri), o que não era feito antes.
A Sabesp diz estar instalando bombas para “chupar” a água do fundo dos reservatórios, que seriam 400 milhões de litros. Não são, porque não se poderá aproveitar os trechos empoçados e a água abaixo do limite das bombas de sugar detritos junto com a água.
Mas a Sabesp não fala em que pé está a colocação destas bombas, que, mesmo sendo flutuantes, exigem obras, inclusive para levar quantidades imensas de eletricidade para um conjunto mecânico capaz de sugar 20 mil litros de água por segundo.
E nem como e quando espera que os reservatórios, esvaziados até quase o fundo, irão recuperar seu nível normal, o que levará muitos meses ou mesmo anos, se o verão de 2016 não for espetacularmente chuvoso.
Se há algo que se possa dizer do relatório que previu para a Copa o esgotamento do Cantareira é que é um cálculo otimista.
E não basta apontar a irresponsabilidade demagógica do Governo do Estado.
A autoridade final sobre a água é federal, exercida pela Agência Nacional de Águas, que não pode se manter restrita a relatórios técnicos.
O corte de 10% na captação através do Cantareira determinado por ela no início do mês é insuficiente e isso precisa ser dito à população.
Se tivesse saído de seu silêncio tímido antes, exigindo de Alckmin providências mais drásticas, a situação poderia ser menos dramática, embora dramática ainda fosse.
Não se pode ter medo diante das responsabilidades públicas que temos, sejamos jornalistas ou governantes.
E a primeira delas é não mentir à população.
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