Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 17 de março de 2014

Radicalização da campanha não é opção. É inevitável, pelas deformações brasileiras

angeli2
Eu fico impressionado, algumas vezes, com a  generosidade de quem acha  que uma campanha eleitoral para a presidência, no Brasil, pode ser tratada com completa serenidade, com a discussão de propostas e projetos e com a apresentação honesta de rumos para a administração do país.
Não pode, infelizmente, embora a gente deva tentar todo o tempo.
Porque existe um processo perverso no Brasil que transforma discordância em ódio, oposição em golpismo e comunicação em propaganda.
E um fator que explica e torna isso inevitável: a nossa mídia, onde mais que não haver pluralismo existe uma espécie de ditadura de um partido único, cada vez menos ético e mais agressivo.
Fossem apenas figuras como  Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Diego Mainardi e quejandos, nada de mais. Em todos os países existe uma direita hidrófoba, vide a  Fox nos Estados Unidos.
Mas não é isso: os jornais e as televisões se tornaram de uma pobreza tamanha que repetem, como uma só voz, as mesmas baboseiras, promovem as mesmas figuras esdrúxulas, repetem as mesmas “verdades” enunciadas por imbecis.
Basta uma rápida olhada no noticiário.
Não há absolutamente nada de positivo ou meramente razoável se passando no país.
Achamos um mar de petróleo, e nossa petroleira vai falir.
Contornamos o pior momento da seca no sistema hidrelétrico do Sudeste (que hoje acumula 35,9% de sua capacidade, 1,3%% a mais que no início do mês, e tivemos uma queda superior a 10% na demanda de energia) e os jornais estão lotados de análises sobre um agravamento  da crise no setor energético.
Em tudo é assim.
O desemprego nunca foi tão baixo, mas vai subir.
A inadimplência caiu, mas vai subir.
A inflação vai estourar, o governo não vai poupar.
Os automóveis vendem, os aviões enchem, os imóveis não baixam de preço.
Mas o país vive um crise profunda e uma estagnação total.
Não há mais jornalismo, mas uma “torcida” despudorada por um desastre econômico.
E por um desastre civilizatório.
Um presidente do STF transborda-se em autoritarismo e é saudado como o “salvador da ética”.
Um apresentadora de televisão defende linchamentos e é acolhida como símbolo da liberdade de expressão.
Um deputado de conhecidos interesses por negócios à sombra é usado como exemplo de que o Governo “desvaloriza” o parlamento, apenas porque não lhe cede á chantagem.
A mediocridade da mídia espalhou-se por uma parcela da classe média e ela própria trata de amplificar os rosnados caninos de grupelhos fascistoides – de direita assumida ou de pretensa esquerda – que advogam os meios mais violentos e autoritários de intervenção política: desde os quebra-quebras até o golpe militar.
Sob o beneplácito de uma elite que despreza seu país, uma sub-elite transforma-se numa feroz matilha a rasgar o tecido social ligeiramente mais justo que se vem tecendo.
Volta a imperar, pelo foco seletivo da mídia, a ideia de que “O Brasil é mesmo uma m…” e que, aqui, nada tem futuro.
Se baixarmos a guarda para isso, em nome de uma cândida tolerância, aí mesmo não o teremos: teremos passado.
Não baixar a guarda não se confunde com agressividade, mas muito menos ainda com a covardia.
Porque ser covarde é transigir com o direito do povo brasileiro a uma Nação e um futuro.
Tudo o mais é aceitável, menos isso.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O Brasil é pensado “dentro da caixa”

caixa


Nos anos 70, os estudiosos de marketing e administração criaram a expressão “pensando fora da caixa” para definir o que rompia a maneira convencional de encarar os problemas. E achava, por isso, soluções.
Nós, no Brasil, estamos com o nosso pensamento – salvo em raros momentos – sempre dentro de uma caixa de onde jamais nos libertamos.
Essa talvez seja a mais cruel e duradoura herança dos anos da ditadura neoliberal, que não penas persiste nas mentes conservadoras como acabou sendo absorvida por parte do pensamento progressista, que repete, sem compreender bem (e às vezes compreendendo, mas aceitando a lógica do conservadorismo) as “verdades” que em alguma tábua dos mandamentos estranha foram definidas como regra das relações sociais, a economia entre (e à frente) elas.
São inúmeros os exemplos disso, a começar pelo “tripé metas de inflação – superávit primário – câmbio flutuante”, que até Marina Silva anda repetindo.
Violar qualquer destes mandamentos é menos que um heresia, uma atitude demoníaca ou alucinada de irresponsáveis.
graficosicsu1Mas é só olhar os fatos e ver que essa cantilena de que a “inflação em alta” ameaça a “conquista da estabilidade econômica” que se repete todo santo dia. Uma olhadinha no gráfico ao lado mostra que, deste o estabelecimento da banda de variaçÑao inflacionária, quem as estourou foi o governo FHC e, com a escalada de preços que deixou, contaminou o primeiro ano de governo Lula.
De lá para cá, jamais se rompeu o teto das previsões. E você ppode reparar na ilustraçao que nao se elevou teto para que a perda de valor da moeda ficasse abaixo dele.
Idem, idem o tal do superavit primário, a economia que fazemos para pagar juros e tentar amortizar parte de nossa dívida pública.
gastos2Se é esse o seu fim, o tamanho do superávit necessário depende do volume e do custo (taxa de juros) desta dívida.  Sobre a comparação entre os juros do período do PSDB e os governos Lula-Dilma, nem é preciso falar. E do volume da dívida (em relação ao Produto interno Bruto, basta olhar o gráfico ao lado para ver que, com superávits imensos, crescia a dívida com Fernando Henrique, enquanto agora ela diminui.
O Brasil tem uma dívida pública lìquida (dívidas menos ativos financeiros) de 34%. Os EUA, 90%. Os países da Zona do Euro, idem.
Por último, o câmbio.
Você lembra do famoso um real = um dólar do início do Governo Fernando Henrique? Do início, não vamos falar do dólar acima de R$ 3 que ele deixou ao final…
Se corrigirmos o real pela inflação, aquele mesmo real valeria hoje R$ 4,75, enquanto aquele dólar, pela inflação americana, valeria hoje US$ 1,49. Ou seja, um dólar valeria R$ 3,17. Não é menos do que isso que está valendo, mesmo com a recente alta? É claro que essa taxa é hoje – como era naquele 1995 – ainda baixa para o equilíbrio comercial brasileiro.
Como se vê, ponto por ponto, onde está a história do “desmonte” do tripé econômico?
Mas você, caro leitor, escuta isso todo dia, repetido como um mantra.
Temos uma crosta intelectual que sufoca qualquer pensamento dissidente.
Começamos, até fora do campo conservador,  a nos pautar por estes indicadores, a pensar dentro desta caixa monetária e financeira.
E esquecemos que a finalidade da polìtica econômica é desenvolver o país, elevar a renda de seu povo, melhorando sua distribuição com impostos e “anti-impostos”, os programas de transferência de renda, dotando o país de infraestrutura, de serviços públicos de qualidade.
Quando o raciocínio dos homens públicos segue a lógica do capital, é ao capital que ele beneficia.
Ninguém, por obvio, está sugerindo “chutar baldes” em matéria de expansão monetária, de austeridade fiscal, de sobressaltos em matéria cambial.
Mas o tripé verdadeiramente capaz de desenvolver o país é outro: investimento, produção e consumo.
Por: Fernando Brito

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

FOLHA E GLOBO DEFENDEM ABERTURA DOS PORTOS