Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sábado, 8 de outubro de 2011

“Comam os ricos”, “Se o governo não pode deter Wall Street, nós o faremos”

Nasce um novo movimento social nos Estados Unidos

A presença de um amplo leque de sindicatos transformou o perfil do movimento iniciado por algumas centenas de jovens em Nova York, em sua maioria brancos, de universidades privadas, no dia 17 de setembro. Mudou não só em números, mas também em diversidade, gerando o que muitos líderes sindicais e comunitários estão chamando de um novo movimento social por justiça econômica. Algumas fontes policiais estimaram em mais de 10 mil os participantes da marcha e os organizadores calcularam o dobro. A reportagem é de David Brooks, do La Jornada.


Somos os 99%, gritaram juntos milhares de estudantes, sindicalistas, veteranos, imigrantes, professores e ativistas de todo tipo na primeira ação massiva contra o cobiça empresarial do 1% mais rico, a corrupção do sistema político e a desigualdade econômica que cresceu desde que o setor financeiro provocou a pior crise econômica desde a Grande Depressão.

A presença de um amplo leque de sindicatos transformou o perfil do movimento iniciado por algumas centenas de jovens, em sua maioria brancos, de universidades privadas, no dia 17 de setembro. Mudou não só em números, mas também em diversidade, gerando o que muitos líderes sindicais e comunitários estão chamando de um novo movimento social por justiça econômica. Algumas fontes policiais estimaram em mais de 10 mil os participantes da marcha e os organizadores calcularam o dobro. Na noite de quarta, ao terminar a manifestação, foram reportadas algumas detenções quando um grupo de manifestantes tentou ingressar em Wall Street.

Bob Masters, diretor político do distrito noroeste do sindicato de telefonistas CWA, declarou:
Ocupa Wall Street lançou um novo movimento e juntos ganharemos. Enquanto milhares continuavam chegando à Praça Foley, no meio dos tribunais de Nova York, onde ocorreu a marcha, Masters fez um chamado pela solidariedade ao movimento. “Todos juntos estamos dizendo: já basta!”.

Todo o dia, toda a semana, Ocupa Wall Street, gritavam enquanto caminhavam pela Broadway. Entre eles estavam as filiadas ao Sindicato Nacional de Enfermeiras (com cartazes que diziam ‘Vamos curar os Estados Unidos’), trabalhadores do metrô, motoristas de ônibus do TWU e trabalhadores de lojas de departamentos do sindicato UFCW. Com a brisa, tremulavam bandeiras do sindicato de professores (UFT), dos automotrizes (UAW), do setor público (AFSCME), do setor de serviços (SEIU), de professores e pesquisadores de universidades da cidade de Nova York, como Columbia.

Também participaram da manifestação uma ampla gama de organizações comunitárias, com latinos, hindus, chineses, porto-riquenhos, dominicanos, mexicanos e árabes, entre outros, que se somaram ao ato em solidariedade. “Filipino-estadunidenses” apoiam Ocupa Wall Street, lia-se numa faixa, e outra proclamava o mesmo de parte de indígenas norteamericanos. Estudantes abandonaram as aulas em vários cursos da Universidade Estatal de Nova York para somarem-se aos protestos.

Uma multiplicidade de expressões mostrava o mosaico de cartazes feitos a mão. “Comam os ricos”, “Se o governo não pode deter Wall Street, nós o faremos”, “Quando os ricos roubam dos pobres isso se chama negócio; quando os pobres se defendem se chama violência”, “Protejam as escolas, não aos milionários”.

Circula um par de camisetas de estadunidenses com a imagem de Zapata e um jovem que esteve na Praça Liberdade desde o dia 17 de setembro mostra orgulhoso um emblema do EZLN ao saber que o La Jornada estava cobrindo a marcha.

O mesmo que ocorreu no Egito está acontecendo aqui; já não podemos aguentar mais, afirmou Hank, integrante do Sindicato de Trabalhadores do Transporte Público (TWU), quando marchava. Um turista espanhol tirava fotos da marcha e comentava com seus companheiros: olha que bonita, igual a nós.

Ao passarem por ônibus de turismo, os manifestantes gritavam: deixem de tomar fotos e unam-se a nós. Outros alertavam ao exército de policiais: vocês também são parte do 99%, venham com nós. Trabalhadores da construção que trabalham em um edifício próximo liam exemplares do jornal Wall Street Journal Ocupado.

Tudo começou quando uma marcha desde a praça ocupada a um par de quadras de Wall Street se dirigiu à Praça Foley, a umas dez quadras de distância. Ao chegar ali, se escutou um ensurdecedor grito de júbilo no momento em que se encontravam com um ato organizado pelos principais sindicatos de Nova York com organizações comunitárias. Depois dos inevitáveis discursos, ocorreu a marcha de regresso à rebatizada Praça Liberdade, movimento que levou umas duas horas pelo seu tamanho. Assim se celebrou a solidariedade entre Ocupa Wall Street, sindicatos e organizações comunitárias.

AFL-CIO: o movimento capturou a paixão de milhões nos EUA
Desde Washington, o presidente da central operária nacional AFL-CIO, Richard Trumka, fez uma declaração pública: o movimento conhecido como Ocupa Wall Street capturou a paixão de milhões de estadunidenses, que perderam a esperança nos políticos desta nação e, agora, com esses atos, falam diretamente a eles. Apoiamos os manifestantes em sua determinação de responsabilizar a Wall Street por suas ações e demandar a criação de empregos. Estamos orgulhosos que hoje em Wall Street, motoristas, pintores, enfermeiras e trabalhadores de serviços básicos unam-se a estudantes, proprietários de casas, desempregados e aos que não têm emprego fixo para fazer um chamado por mudanças fundamentais que precisam ser feitas.

Um pouco antes, os integrantes do comitê executivo – presidentes de sindicatos nacionais – tinham aprovado de maneira unânime dar apoio a Ocupa Wall Street.

Também ocorreram ações semelhantes em outras partes do país. Em Boston, centenas de estudantes e enfermeiras sindicalizadas fizeram um ato de protesto contra os altos custos da educação, as reduções orçamentárias na saúde e o que definem como controle do governo pelas corporações. Em Seattle, foram reportadas algumas prisões quando “ocupantes” se recusaram a acatar ordens de abandonar um espaço público.

Em Los Angeles, relata a agência Associated Press, houve um tratamento diferente do governo, depois que conselheiros municipais aprovaram uma resolução de apoio ao Ocupa Los Angeles, e o gabinete do prefeito Antonio Villaraigosa distribuiu 100 capas de plástico para os manifestantes se protegerem da chuva. Também ocorreram ações em Boise, Idaho e outras cidades.

Hoje esse movimento deu um giro que não só ampliou suas bases, mas que, caso essa nascente aliança entre estudantes e trabalhadores se consolide, pode transformar o panorama político dos Estados Unidos.
Tradução: Katarina Peixoto

A desculpa fraca de FHC em viagem constrangedora


Homenageado em Florianópolis, capital em que começou sua vida acadêmica fazendo uma pesquisa, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tentou por panos quentes e acalmar os demônios do caldeirão fervente dos tucanos. Empenhou-se só em minimizar a cisão do PSDB entre os governadores Geraldo Alckmin e José Serra, alternada por alianças episódicas de Alckmin com o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
"Os partidos todos têm problemas. Há um momento sempre em que um reclama do outro, mas eu não acho isso dramático. É normal. Já estou habituado e isso se resolve", profetizou. Só que nessa visita a Santa Catarina o ex-presidente não visitou nem o diretório estadual tucano nem seu presidente regional, o ex-governador e ex-senador Leonel Pavan.
"Eu não vou ter nenhum contato político aqui no Estado, vim receber uma homenagem (uma comenda), não seria justo transformar em uma questão partidária", desculpou-se FHC. Pavan, também, não apareceu em nada a que compareceu FHC, ex-presidente da República por seu partido.
Desculpa de FHC soa fraca
Já as acusações a Pavan são fortes: no momento em que assumia o governo no ano passado ele foi indiciado pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de prevaricação, tráfico de influência em favor de empresas privadas e formação de quadrilha em atividades de licenciamento de empreendimentos na região de Itajaí junto a Fundação Estadual de Meio-Ambiente.
Esse episódio é mais um caso escabroso de falta de pudor de nossa mídia, que nunca o acompanhou devidamente, numa total ausência de qualquer critério jornalístico para uma cobertura. O critério foi só político. Como continua a ser: esconder os malfeitos dos tucanos.
Empenho mantido, inclusive, agora nessa visita de FHC, que não foi perguntado e nem questionado a fundo sobre as razões pelas quais não visitou a sede estadual de seu partido, nem se encontrou com o presidente regional.
Apesar deste ser um ex-governador, ex-senador, e ex-prefeito de Balneário Camboriú. Agora, tão calado e vivendo no anonimato, Pavan é o oposto do que foi no Senado, sempre empenhado em caluniar e difamar adversários.

Divino Império

“Em um discurso polêmico, o pré-candidato republicano a presidência Mitt Romney afirmou nesta sexta-feira (07/10) que Deus criou os Estados Unidos para que o país comandasse o mundo.
“Deus não criou este país para que fosse uma nação de seguidores. Os EUA não estão destinados a ser um dos vários poderes globais em equilíbrio”, afirmou Rommey. O discurso foi feito em um colégio militar no estado da Carolina do Sul.
Segundo o pré-candidato, “os EUA devem conduzir o mundo ou outros o farão”. As afirmações ocorrem no dia que marca os 10 anos da invasão do Afeganistão pelos EUA. Na época, o país justificou a invasão afirmando que deveria capturar o saudita Osama Bin Laden, responsável por articular os ataques de 11 de setembro.
Para Romney, o mundo seria muito mais perigoso caso os EUA não tivessem um papel de liderança. “Deixem-me ser claro: como presidente dos Estados Unidos, eu me dedicarei a um século americano. Nunca, jamais, pedirei perdão em nome dos EUA”, concluiu.
Romney está em primeiro lugar nas intenções de voto entre os pré-candidatos republicanos, segundo informaram as últimas pesquisas. “Isso é muito simples: se você não quer que os EUA sejam a nação mais forte do planeta, eu não sou seu presidente”, concluiu o pré-candidato.”
Heil!
No Tijolaço

Peter Pan e os devoradores de criancinhas

Quando o escritor e dramaturgo anglo-escocês Sir James Matthew Barrie escreveu a peça de teatro Peter and Wendy – obra que, depois, por incontáveis vezes ganharia as telas do cinema rebatizada simplesmente como Peter Pan –, jamais imaginaria que a história dos garotos que não queriam crescer e fugiram para uma terra mágica em que isso era possível batizaria operação da agência norte-americana de inteligência, a CIA, que constitui um dos momentos mais dolorosos da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética.
Alguns pensam que é piada ou ironia a frase sobre comunistas, além de todos os pecados, serem devoradores de criancinhas, mas a origem do que hoje é considerado piada vem de um tempo em que os Estados Unidos tentaram realmente vender a acusação inacreditável de que o regime de Fidel Castro pretendia usar crianças para alimentar os povos supostamente esfaimados do Leste Europeu. Só que, de tão ridícula, a acusação não foi oferecida ao mundo, mas, tão-somente, ao povo cubano, dando origem à segunda grande diáspora desse povo rumo à ensolarada Miami, e sob o beneplácito e o incentivo do governo ianque.
Meses após a chegada de Fidel Castro ao poder, em 1959, e em seguida à primeira grande onda migratória rumo aos Estados Unidos, composta tanto pelos que se auto-exilaram quanto pelos que foram expatriados pelo novo governo, a CIA empreendeu uma de suas mais delirantes operações visando derrubar o regime comunista de Cuba. Essa história incrível deve virar filme, provavelmente adaptado do último livro do escritor Fernando Morais, Os Últimos Soldados da Guerra Fria, no qual a Operação Peter Pan, que visava incrementar a diáspora cubana, é descrita.
Em outubro de 1960, uma das rádios montadas pelos cubanos exilados em Miami que, devido à proximidade com Cuba, faziam chegar à ilha transmissões contra o governo do país exortando o povo a emigrar para os Estados Unidos passou a veicular mensagens às “mães cubanas” acusando Fidel Castro de pretender tirar a guarda de seus filhos pequenos. Em seguida, aviões civis pilotados quase sempre por cubanos exilados despejaram toneladas de panfletos sobre a ilha contendo a reprodução de um suposto decreto governamental que concretizaria a extinção do pátrio poder dos cubanos sobre filhos maiores de cinco anos e menores de vinte.
Apesar de todos os desmentidos do governo cubano, cerca de 14 mil crianças e adolescentes deixaram Cuba rumo aos Estados unidos. Sozinhos, sem pais, sem ninguém, enviados para supostamente serem postos a salvo de “canibais comunistas”, pois os vigários das paróquias da Igreja Católica passaram a difundir a versão macabra de que as crianças “expropriadas” seriam enviadas à União Soviética para serem trituradas, enlatadas e usadas como alimento para os povos famintos que supostamente penavam sob regime comunista europeu.
O fim da história não é bonito e muito menos feliz. Grande parte dos pais que enviaram seus filhos para o exílio no afã de salvá-los da “voracidade comunista” jamais voltaram a vê-los. Como Peter Pan, as crianças e adolescentes que os Estados Unidos usaram em sua guerra sem limites contra a ilhota caribenha ironicamente foram de fato para uma espécie de Terra do Nunca, só que era a terra do nunca mais verei meus filhos de novo.
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ENCONTRO DE BLOGUEIROS DA BAIXADA SANTISTA
Participo, neste sábado, do I Encontro de Blogueiros da Baixada Santista, razão pela qual a liberação de comentários poderá demorar mais do que o normal. Abaixo, o release do evento.

FNDC e PT pressionarão governo sobre marco regulatório da mídia