Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Conselho do MP “dá resposta exemplar ao golpismo”

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Colunista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, diz que plenário do Conselho Nacional do Ministério Público "tomou uma atitude que merece um aplauso prolongado e vários momentos de reflexão"; ele fala sobre o afastamento por 90 dias do procurador Davy Lincoln Rocha, do MP em Joinville (SC), que, "em tom de provocação, divulgou pela internet um apelo às Forças Armadas, sugerindo uma intervenção militar no país"; conselheiro Luiz Moreira, autor da iniciativa, alegou que Davy Lincoln "utiliza de suas prerrogativas para manchar o regime democrático e a soberania nacional"; trata-se de "um bom exemplo para o País", diz o jornalista. 

247 – Em nova coluna em seu blog no 247, o jornalista Paulo Moreira Leite elogia o ato de afastamento, pelo Conselho Nacional do Ministério Público, do procurador Davy Lincoln Rocha, do MP em Joinville (SC), que, "em tom de provocação, divulgou pela internet um apelo às Forças Armadas, sugerindo uma intervenção militar no país". Para o diretor do 247 em Brasília, os conselheiros do MP tomaram "uma atitude que merece um aplauso prolongado e vários momentos de reflexão".

O colunista descreve trechos da carta. Leia abaixo:

Fazendo críticas diretas ao governo Dilma, o procurador define o programa Bolsa Família como "uma genial estratégia de compra de votos", que deixa 40 milhões de brasileiros "entre a opção de passar fome ou trocar seu voto por um carrinho de supermercado." Acusa o "Mais Médicos de manter "escravos da ditadura cubana".
Num momento inacreditável, o texto chega a elogiar os trabalhos de espionagem do governo norte-americano no Brasil: "em boa hora a democracia americana já se acautela em obter informações".
Na mesma passagem, o procurador condena a posição das Forças Armadas, que cumprem a determinação constitucional de manter-se como um poder subordinado ao regime democrático: "enquanto os senhores, cabeças baixas, batem continência a tudo isso."

Paulo Moreira Leite considera a punição ao procurador como "um bom exemplo para o País". "Foi a primeira reação institucional ao surto de proclamações golpistas que tem ocorrido no país. Não é pouca coisa, até porque não faltam exemplos daquilo que não deve ser feito", afirma ele, citando o caso dos delegados da Polícia Federal responsáveis pela Lava Jato que compartilharam material de campanha de Aécio Neves e xingaram o governo do PT, Lula e Dilma nas redes sociais.

Leia aqui a íntegra de seu post.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Pra quem pensa que o nazismo morreu, os novos “meninos do Brasil”

fuher
Do Facebook do meu sempre professor Nilson Lage,  comentando que “o avanço da extrema direita europeia impulsionado pela recessão econômica é o bastante para estimular, aqui, a ressurreição dos meninos do Brasil“, copiando nota do blog de Marcos Espíndola, colunista de Cultura do Diário Catarinense, sobre o aniversário de nascimento de Adolph Hitler, ocorrido ontem:

“Homenagem” em aniversário de Adolf Hitler assusta itajaienses

Um amigo de Itajaí ficou assombrado ao se deparar com cartazes homenageando o aniversário de Adolf Hitler, ocorrido no domingo (20/4). As peças trazem a assinatura de White Front (algo como “Frente Branca”) e foram coladas em postes no Centro da Cidade. Nos cartazes, a imagem do líder nazista com a mensagem: “Heróis não morrem. Parabéns Führer”. A existência de um suposto grupo ou de simpatizantes do nazi-fascismo é algo novo e assustador para uma comunidade historicamente pacífica e plural.

sexta-feira, 22 de março de 2013

“Em uma empresa de comunicação, questionar não é permitido”



 


Tive hoje a oportunidade de ler uma carta escrita, como disse um amigo, com o fígado, não com as mãos. Trata-se de um agora ex-funcionário do Diário Catarinense, jornal do Grupo RBS em Santa Catarina, que colocou no papel toda a frustração por ter que sair de um emprego de muito tempo por absoluta falta de condições de trabalho. Sua demissão, como ele conta na carta, foi acertada com o jornal, depois de 25 anos de RBS. Ali ele fala em “prepotência”, em “opressão”, em “tirania” por parte da administração atual. Pra quem critica a RBS desde a adolescência pela má qualidade do jornalismo praticado, é um agravante e tanto um cara que estava ali dentro há duas décadas e meia, que parecia realmente gostar da empresa, não aguentar mais. E na carta ele ainda cita mais 17 outros nomes que teriam saído pelos mesmos motivos, além de outros que continuam no grupo insatisfeitos.
Quando eu vejo uma carta assim, fico com emoções divididas. Por um lado, acho ótimo que as coisas estejam aparecendo e que as pessoas percam o medo de se manifestar contra esse tipo de situação. Por outro, a cada coisa dessas, fico triste por constatar, de novo, a situação do jornalismo no Brasil. Fico triste de ver que o grupo que detém o monopólio da comunicação no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina consegue ser cada dia pior e ainda assim manter esse monopólio.
Mas não deixa de ser engraçada a contradição desse pessoal. Vale atentar para uma passagem da carta do ex-funcionário do Grupo RBS, já lá no final:
Em uma empresa de comunicação, questionar, alimento do jornalismo, não é permitido.
Em uma empresa de comunicação que tem a educação como bandeira, que implica justamente pensar de forma autônoma, pensar não é permitido.
Em uma empresa de comunicação que exalta a democracia, vende a diversidade de opiniões, a participação dos leitores como case de ação, de sucesso, divergir não é permitido.

Vende a diversidade de opiniões… Pois é, uma empresa que treme ao ouvir falar em Conselhos de Comunicação, que brada contra marco regulatório, que acusa qualquer tipo de regulamentação de censura. Regulamentação, vale dizer, que o Reino Unido – que se enquadra naquele grupo de países que sempre são exemplo de civilização para a mídia brasileira – está fazendo neste momento. Regulamentação – se quiserem, eu desenho – serve pra colocar em prática o que diz a Constituição e garantir a pluralidade da comunicação no Brasil, coisa que não acontece quando bem poucos grupos dominam todo o mercado, impondo apenas uma visão a toda a sociedade. Duzentos milhões de pessoas são obrigadas a ler, ouvir e ver o que pensa uma única família, por pura falta de opção.
E aí a ironia vem, quando aparece uma carta dessas. A ironia de uma empresa que diz prezar pela liberdade de expressão – e pega em foice pra defendê-la – e cerceia seus próprios funcionários.


O jornalismo do Brasil é triste.
A publicação da carta – de alforria – foi permitida pelo autor. Segue a íntegra:
ACABOU!!! Hoje, depois de mais de 25 anos de RBS, fui demitido da empresa. Se, por um lado, é um momento de alegria, de júbilo, por ter sido aceito o pedido que fiz para ser mandado embora (mesmo que por conveniência de que o fez, como a justificar a ação), por outro, é de profundo pesar pela situação que me levou a formular tão drástica solicitação – é muito grave e difícil não se ver outra saída que não a de abrir mão do trabalho do qual se gosta e ao qual se dedicou a maior parte da vida.
E é esta mesma postura crítica que me levou à situação extrema de pedir para ser desligado e que marcou minha atuação profissional nesses anos todos que me leva a fazer algumas considerações sobre o ambiente insalubre que tomou conta da redação do Diário Catarinense – mais do que em qualquer época em um quarto de século – nos últimos meses.
Inúmeras gestões se sucederam à frente do DC (redação). A cada editor-chefe – agora diretor – que assumiu seguiram-se momentos de tensão e, às vezes, ruptura, naturais no início de um novo trabalho, de um modo diferente de ver e conduzir as coisas. Até aí, tudo aceitável e dentro do esperado. Mas como o ser humano é imperfeito e o apelo para satisfazer o ego é imenso, muitos que detêm o poder ultrapassam, algumas vezes, o limite e agem com prepotência, idiotia – os sem-poder, como eu, também não estão livres. Tudo dentro da normalidade, desde que seja exceção. Mas quando vira regra, como agora, é abuso.
Aí está a grande diferença desta para administrações pretéritas: a prepotência tornou-se sistêmica, a opressão é o modus operandi. E se em situações um pouco mais estressantes vividas anteriormente se chegou a cogitar solução como a de agora – sair ou ser “saído” da empresa –, o trabalho (não o cargo) sempre garantiu a permanência, sempre foi um refúgio. Agora, no entanto, esta tábua de salvação não mais existe, pois a tirania, a opressão, age justamente aí: não deixa espaço para ninguém, para nenhuma ação e forma de pensamento que não a do tirano. Sem ter o que fazer, a não ser dizer amém, por que continuar? Como continuar?
Se alguém, como bom jornalista, contra-argumentar, levantando a hipótese de que talvez eu tenha uma visão equivocada, seja algo pessoal ou, quem sabe, que o modo de agir que eu esteja condenando seja o meu próprio, lembro que não estou só, que a lista dos que capitularam (foram demitidos, foram compelidos a pedir demissão e aceitaram qualquer emprego fora para se livrar ou mesmo resolveram ir para outro veículo dentro da RBS) fala por si – fala, não, grita. Aí vai uma parte do “obituário”: Guarany Pacheco, Eduardo Kormives, Roberto Azevedo, Márcia Feijó, Renê Müller, Mariju de Lima, Simone Kafruni, Tarcísio Poglia, Marcelo Oliveira, Gisiela Klein, Marcelo Becker, Ângela Muniz, Natália Viana, Larissa Guerra, Valéria Rivoire, Fernando Ferrary, Celso Bevilacqua – sem esquecer da Ceoli e da Jussara, da secretaria de redação, substituídas por um time de futsal de terceira divisão. Não lembro de todos os nomes, não citei os que foram para outros cantos da RBS e nem, é claro, os muitos outros que seguem no baile por absoluta falta de opção.
Em resumo:
Em uma empresa de comunicação, questionar, alimento do jornalismo, não é permitido.
Em uma empresa de comunicação que tem a educação como bandeira, que implica justamente pensar de forma autônoma, pensar não é permitido.
Em uma empresa de comunicação que exalta a democracia, vende a diversidade de opiniões, a participação dos leitores como case de ação, de sucesso, divergir não é permitido.
Por fim, entendo que atualmente, na redação do DC, somente há lugar para a frustração ou para quem se dispõe, por afinidade, disposição ou interesse, a ser um “clone” do chefe da vez. Portanto, não há lugar para jornalistas no que verdadeiramente esta palavra, esta profissão significa – talvez haja lugar para marqueteiros, especialização da casa nos tempos mais recentes.
Lamento muito que o modo de pensar e agir de um só se sobreponha ao de tantos outros por força única e exclusivamente de um cargo ao qual, ao que parece, foi guindado erroneamente, sem de fato ser merecedor, o que não é tão incomum assim no meio jornalístico e dentro da RBS.
Chega!!!
No Somos andando

sábado, 8 de outubro de 2011

A desculpa fraca de FHC em viagem constrangedora


Homenageado em Florianópolis, capital em que começou sua vida acadêmica fazendo uma pesquisa, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tentou por panos quentes e acalmar os demônios do caldeirão fervente dos tucanos. Empenhou-se só em minimizar a cisão do PSDB entre os governadores Geraldo Alckmin e José Serra, alternada por alianças episódicas de Alckmin com o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
"Os partidos todos têm problemas. Há um momento sempre em que um reclama do outro, mas eu não acho isso dramático. É normal. Já estou habituado e isso se resolve", profetizou. Só que nessa visita a Santa Catarina o ex-presidente não visitou nem o diretório estadual tucano nem seu presidente regional, o ex-governador e ex-senador Leonel Pavan.
"Eu não vou ter nenhum contato político aqui no Estado, vim receber uma homenagem (uma comenda), não seria justo transformar em uma questão partidária", desculpou-se FHC. Pavan, também, não apareceu em nada a que compareceu FHC, ex-presidente da República por seu partido.
Desculpa de FHC soa fraca
Já as acusações a Pavan são fortes: no momento em que assumia o governo no ano passado ele foi indiciado pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de prevaricação, tráfico de influência em favor de empresas privadas e formação de quadrilha em atividades de licenciamento de empreendimentos na região de Itajaí junto a Fundação Estadual de Meio-Ambiente.
Esse episódio é mais um caso escabroso de falta de pudor de nossa mídia, que nunca o acompanhou devidamente, numa total ausência de qualquer critério jornalístico para uma cobertura. O critério foi só político. Como continua a ser: esconder os malfeitos dos tucanos.
Empenho mantido, inclusive, agora nessa visita de FHC, que não foi perguntado e nem questionado a fundo sobre as razões pelas quais não visitou a sede estadual de seu partido, nem se encontrou com o presidente regional.
Apesar deste ser um ex-governador, ex-senador, e ex-prefeito de Balneário Camboriú. Agora, tão calado e vivendo no anonimato, Pavan é o oposto do que foi no Senado, sempre empenhado em caluniar e difamar adversários.

terça-feira, 15 de março de 2011

Escândalo: Justiça impede consumidor de se defender


Não, a Justiça não protege os ricos. Não !


Justiça ordena extinção de site e perfil que reclamam da Renault



DE SÃO PAULO


A 1ª Vara Cível de Concórdia, em Santa Catarina, determinou a retirada do site meucarrofalha.com.br do ar nas próximas 48 horas a partir desta segunda-feira (14).


O site foi aberto com o intuito de protesto contra a montadora Renault. A usuária Daniely Argenton diz que comprou o modelo Mégane Sedan 2.0 há pouco mais de três anos, com dois anos de garantia. De acordo com ela, o veículo apresentou defeito já nos primeiros dias. A garantia expirou, e o defeito prosseguiu até então.


Para reclamar da situação, Argenton criou o site — além de criar perfis em redes sociais e um vídeo no YouTube.


A justiça determinou que todos os canais criados na internet sejam tirados do ar em um período de 48 horas. Caso a decisão não seja cumprida, a multa diária estabelecida é de R$ 100.


Em seu perfil no serviço de microblogs Twitter, Argenton disse que vai retirar as páginas do ar. A Folha tentou ouvir a consumidora, mas ela não foi localizada.


A reportagem também não localizou ninguém da Renault para comentar o assunto.


O caso se assemelha a um vídeo na internet com queixas de um cliente, que colocou a Brastemp entre os assuntos mais comentados no Twitter e resolveu um problema que se arrastava havia três meses. Mas, ao contrário do caso de Argenton, a repercussão fez com que o produto fosse trocado.


Viva o Brasil !

Paulo Henrique Amorim

Navalha(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Mestres do ódio carregado e engatilhado


Pepe Escobar
12/1/2011, Pepe Escobar, Asia Times Online
Traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu. Via Castor Filho.
NEW YORK. Há uma aterrorizante conexão direta entre a retórica do ódio que arde como febre alta nos EUA, os tiros contra a deputada Gabrielle Giffords do Arizona, as ameaças de morte contra Julian Assange, fundador de WikiLeaks, e o nono aniversário da infame prisão em Guantánamo, Cuba. Essa conexão perturbadora deveria provocar calafrios na espinha, em quem tenha qualquer preocupação com direitos humanos, por remota que seja. Pois não provoca. Não, pelo menos, nos EUA.
Julian Assange
Assange voltará ao tribunal em Londres dia 7 de fevereiro para audiência de dois dias inteiros sobre sua possível extradição para a Suécia, conectada ao ultra-nebuloso caso de camisinhas supostamente furadas e “sexo por surpresa”, coestrelado por duas fanzocas de Assange numa Estocolmo candente, em agosto passado.
Os advogados de Assange entenderam rapidamente o xis da questão: se ele for extraditado para a Suécia, o governo dos EUA moverá céus e terra até conseguir extraditá-lo para os EUA. Nos EUA, Assange pode ser condenado à morte, ou à pena irmã-gêmea dessa, nos termos da “guerra ao terror” – ser mandado para o limbo legal de Guantánamo. Para os EUA, o fato de que os tratados de direitos humanos proíbam extradição nessas condições é coisa de somenos.
Prisão de Guantánamo
Almas simplórias, bem-intencionadas, talvez lembrem que o presidente Barack Obama dos EUA prometeu fechar Guantánamo. Nunca fechará. O Congresso dos EUA matará qualquer possibilidade de transferir “combatentes inimigos” para a pátria-mãe, para que tenham julgamento adequado. ACasa Branca está pronta para condenar pelo menos 40 daqueles prisioneiros a permanecer para sempre em Guantánamo – sem acusação formalizada, sem julgamento, só um buraco negro. E Bagram, no Afeganistão, segue o mesmo caminho. Esqueçam a Constituição dos EUA e a lei internacional.
Os direitos humanos tiveram de aparecer como parte crucial da estratégia de defesa de Assange, em sete partes – porque uma possível extradição viola o Artigo 3 da Convenção Europeia sobre Direitos Humanos. Assim, os advogados de Assange, no sumário inicial de 35 páginas de sua estratégia, foram obrigados a chamar atenção para a possibilidade real de Assange ser vítima de prisão ilegal e para “o risco real de ser condenado a pena de morte. Sabe-se que figuras destacadas da cena pública nos EUA já declararam implicitamente, quando não explicitamente, que o Sr. Assange deve ser executado.”
Sarah Palin
Para que a ideia apareça com clareza para a opinião pública global, a própria WikiLeaks distribuiurelease para a imprensa, no qual destaca o paralelo inevitável entre a retórica de “peguem Assange” (a ex-governadora do Alaska Sarah Palin diria “recarregue e atire”) e a narrativa dos mestres do ódio da direita, que culminou, até agora, nos tiros contra Giffords. Palin é citada, porque conclamou o governo Obama a “caçar esse chefe de WikiLeaks como os Talibãs”.
A estrada à frente só aponta para radicalização – enquanto o ódio supura, numa configuração que o próprio Assange resumiu como “Orwelliana”. Assim como os ataques contra WikiLeaks são hoje mais fortes que nunca, assim também cresce o apoio global. E há muito mais a caminho. Até agora, só foram publicados 2.017 telegramas diplomáticos (nesse passo, o arquivo ainda não estará integralmente publicado no final da década). O próximo mega-alvo é o Banco da América. E há ainda preciosidades sobre a China, os EUA e, sim, Guantánamo.
Embora a parceria entre WikiLeaks e algumas publicações da imprensa global pareça ter chegado a um ponto de equilíbrio em termos jornalísticos, estamos a um passo de guerra declarada entre os que defendem a mídia como – a palavra já diz tudo – instituição de mediação, e os que apoiam o ethos de WikiLeaks, de descarregar blocos de realidade, com mínima intervenção. Embora nada vença a informação bruta, é essencial alguma contextualização e alguma edição. E o leitor que compare e decida se prefere a versão crua ou as versões filtradas.
O que mais preocupa é o fato de que o ponto crucial do argumento de WikiLeaks – se há políticos e figuras de destaque da mídia, promovendo o homicídio e incitando ao crime, ele deveriam ser acusados e processados nos termos da lei – não está tendo qualquer ressonância nem nos EUA nem no resto do mundo. Inevitavelmente, como argumenta WikiLeaks, se o grupo continuar a ser estigmatizado como uma espécie de nova al-Qaeda, certamente acontecerão outras tragédias semelhantes à de Tucson, Arizona.
Massacre de Tucson
Não há evidência alguma de que os mestres do ódio nos EUA, que infestam o pântano do showmidiático e político corram qualquer risco de serem punidos. Não há evidência alguma de que os líderes do Partido Republicano tomarão atitude pública contra a retórica “peguem, matem e arrebentem”. O massacre no Arizona, que matou seis pessoas e feriu 14, já está sendo desqualificado em bloco, pelos círculos da direita, como mais um ato isolado, de mais um dos doidos solitários de sempre.
Portanto, não há sinal algum de que o crescimento acelerado, gráfico, endêmico, do fascismo na sociedade dos EUA esteja em vias de começar a ser enfrentado seriamente. Abandonai toda a esperança, vós que ansiais por debate adulto, sereno, racional na política dos EUA. Negócio lastimável, que o pensador político e historiador francês, Alexis de Tocqueville, previu há mais de um século e meio, emA Democracia na América.
Hoje é Giffords. Amanhã pode ser Assange. Mas o verdadeiro alvo somos todos nós.

Começa a perseguição bolchevista: jornalista dos homens bons defenestrado injustamente

 

Recebemos atônitos a notícia do defenestramento indevido do grande jornalista Carlos Prates, uma verdadeira punhalada pelas costas nos homens bons do sul, que agora ficam órfãos de uma voz isenta, imparcial e inteligentíssima na luta contra o comunismo brasileiro. Telegrafarei ainda esta noite ao nobre jornalista oferecendo espaço neste humilde sítio para veicular seus lúcidos comentários e análises (que rivalizam com os do Boris e do Alexandre) semanalmente. É hora de união.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

A Direita asquerosa que nunca aprende: mais uma de Prates (2008)

Ontem foi iniciada uma ampla campanha contra o racismo na infância, veja aqui.

É uma campanha belíssima, para além da poesia e do cuidado ao tratar esta doença social, ela nos chama a atenção para dados concretos: os números que produzem a exclusão.
O racismo no Brasil tem cor e endereço: a maioria da população pobre, sem acesso aos serviços básicos e aos direitos constitucionais que deveriam ser garantida a ela, é negra. O racismo produz a miséria que retroalimenta o preconceito e a discriminação.
Quando vemos saídos da favela ‘do coração do mal’ como diz o secretário de segurança do Rio de Janeiro, de modo perigoso, pois generaliza para milhares de pessoas o estigma do crime, jovens com cuecas aparecendo, mulheres descabeladas e mal vestidas (pois raramente topamos com um loiros de olhos azuis, estes estão no asfalto e tem seus direitos garantidos quando cometem os mesmo crimes, vamos associando à miséria e a cor negra ao crime.
Quando ativistas do combate ao racismo lutam por estabelecimento de cotas considerando recortes raciais e de gênero nas políticas públicas, eles sabem que se elas forem implementadas sem visar o grupo mais vunerável elas dificilmente alcançarão tais grupos.
Há cerca de 10 anos, logo após a assinatura da Declaração de Durban quando o Brasil tornou-se signatário dela, ainda sob governo FHC, o Estado brasileiro assumiu o compromisso de implementar ações afirmativas. Na época, a polêmica de cotas raciais ganhou amplo espaço na mídia para todo o coro contrário expor seu mais amplo desejo de manter o Brasil numa realidade de apartheid racial e econômico.
No discurso de combate às cotas a direita raivosa defendia que o problema do Brasil não era racial e sim de classe, e que as cotas deveriam ser por recorte de econômico.
Pois bem, em julho de 2008 o Senado aprovou o projeto de autoria da Ideli Salvatti, PT/SC (começando a desvendar o ódio de Prates) que seguiu para a Câmara que aprovou em novembro de 2008 cota de 50% para alunos de escolas públicas nas Universidades Federais; que voltou para o Senado e que pelo visto continuou em discussão pois em abril de 2010 o Conae aprovou (mas sem força de lei). Agradeço ao leitor/a que me informe se o projeto foi finalmente rediscutido e aprovado.
Durante a tramitação entre Senado e Câmera deste projeto, adivinhem o que a direita raivosa passou a argumentar? É discriminação! É anti-constitucional! O povo paga imposto! Advinhem qual é o conceito de povo e cidadão no discurso desta direita babona?
Bóra acompanhar o exercício do caso patológico mais exemplar deste discurso, feito há dois anos:
Agora, vejam o resultado dos esforços na implementação de políticas inclusivas como esta e de outras como o PROUNI aqui. Será que agora vocês entendem a fúria que esta direita raivosa tem contra o ENEM?