Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

terça-feira, 24 de junho de 2014

E o Brasil não bebeu água em meia cuia de queijo Palmira

Aos cacos? 46% das companhias sediadas no Brasil vão ampliar investimentos em máquinas nos próximos 12 meses; 24% pretendem construir novas instalações. Números são substancialmente maiores que os dos EUA, Alemanha, Japão, México e nove pontos acima da média dos Brics (pesquisa da Grant Thornton em 45 países)

 Lula: 'governo vai lançar plano de ciência e tecnologia para ampliar a construção de plataformas de petróleo no país'

Luciano Coutinho, do BNDES: 'Apenas os campos de Libra e aqueles da cessão onerosa já garantem um ciclo de investimentos por 30 anos no setor petrolífero'

O xote da reeleição: 'Dilma/Coração Valente/ O que tá bom vai continuar/ O que não está /a gente vai melhorar'(jingle da campanha pela reeleição, lançado na convenção)

Oferta de emprego perde fôlego em maio, com 58,8 mil vagas, mas no governo Dilma já foram criados 5 milhões de empregos

MTST acampa em frente à Câmara de SP para exigir a aprovação do Plano Diretor de Haddad, boicotado pelo PSDB

Plano Diretor de Haddad para SP reserva 20% de áreas da cidade para moradia popular e concentra adensamento junto a eixos de transporte coletivo para facilitar a mobilidade: onde está o Movimento Passe Livre?


O cenário de terra arrasada, que faria a autoestima nacional beber água num pé da mesa, em meia cuia de queijo Palmira, passa ao largo do que se vê na Copa.

por: Saul Leblon 

Agência Brasil














Os caosnáticos que durante meses  anunciaram  o apocalipse para os 32 dias  em que o país sediaria a Copa do Mundo  devem estar duplamente arrependidos.

Vencido  1/3 do torneio a apreensão cedeu lugar à agradável sensação de que, afinal, com todas as deficiências  sabidas, esse lugar  não é a montanha desordenada de incompetência, corrupção e conflagração  anunciada – incentivada- - por seus vocalizadores  desinteressados.

O  cenário de terra arrasada, que faria a autoestima nacional beber  água  num pé da mesa, em meia cuia de queijo Palmira, passa ao largo do que se vê, se ouve e se vive dentro e fora dos estádios. 

Sobretudo,  porém, o maior gol contra foi a aposta  de que o fracasso da Copa serviria como credenciamento antecipado para  o conservadorismo ‘consertar o Brasil corroído pelo PT’.

A menos que um acontecimento inesperado  inverta o quadro em curso, a verdade é que estamos diante de um efeito bumerangue  em espiral ascendente. Nem mesmo uma eventual eliminação brasileira do torneio poderá modificá-lo.

O revés não é café pequeno.

Ele  desqualifica  de forma importante o discurso derrotista  da turma do Brasil aos cacos.

O caos na Copa era (atenção: ‘é’) acalentando como um precioso passaporte emocional para garantir o livre trânsito do discurso conservador  no imaginário brasileiro, na disputa presidencial de outubro.

O que emerge das ruínas  anunciadas, ao contrário, é outra coisa, na forma de uma pergunta bastante incomoda.

Como dar crédito às avaliações mais abrangentes  --e às propostas ‘mudancistas’--  de quem   não consegue sequer enxergar o país em que vive,  tanto quanto  não consegue  diferenciar um Felipão falso de um verdadeiro?

A verdade é que a emissão conservadora criou um sósia do Brasil, tentou espetá-lo  na alma nacional  e agora se tornou refém de seu próprio ardil.

Quanto custa a uma sociedade  ter uma elite que,  nas horas decisivas, aposta quase sempre contra  as suas potencialidades?  Seja por interesses unilaterais, seja por incapacidade histórica, mantem-se impermeável  à compreensão do lugar em que vive,  da época em curso e dos seus desafios?

O paradoxo da Copa, que de excelente oportunidade para o Brasil, quase  foi soterrada como um estorvo contagioso ,  encerra, portanto, angulações  mais graves do que apenas  o  fla-flu eleitoral da superfície.

Só o inexcedível  descompromisso com a sorte da nação e o destino de sua gente poderia menosprezar, como se fez, o  conjunto de  projetos  e possibilidades  associados  ao evento   – que no caso do legado logístico reúne  projetos ainda inacabados, mas em curso.

No fundo, trava-se aqui um embate visceral entre lógicas antagônicas embutidas  na disputa histórica entre dois projetos para o país.

Grandes obras e investimentos públicos constituem a melhor maneira de socializar e regular  a curva do investimento na sociedade, impedindo uma oscilação desastrosa ao emprego, ao consumo e ao crescimento.

As grandes obras do  PACs, os projetos em torno  da Copa, o financiamento subsidiado para aquisição de máquinas e equipamentos (PSI), do BNDES, por exemplo  – o maior banco estatal de investimento do mundo foi criado  há 62 anos, em 20 de junho de 1952, por Getúlio Vargas, exatamente com essa finalidade--  são formas de amortecer a tendência errática, intrínseca à incerteza  que cerca  as inversões privadas  no capitalismo em geral. E mais acentuadamente   em nações em luta pelo desenvolvimento.

Um dos grandes gargalos  brasileiros , ao contrário do que ruge o jogral ortodoxo, é justamente o  reduzido fôlego fiscal do Estado ( subtraído em parte pelo rentismo), que o  impede de exercer uma coordenação de mercado que  propicie  a curva estável e sustentada do crescimento.

O movimento anti-Copa, ainda que inclua parcelas  bem intencionadas à esquerda,  reflete no fundo  o velho antagonismo  entre os que buscam viabilizar o papel do interesse público sobre o erratismo privado, e os que recusam essa prerrogativa ao Estado.

Por que recusam se inclusive seriam beneficiados  por ela?

Porque para  exerce-lo o Estado deve controlar  uma fatia significativa do gasto social. Deve socializar  o comando sobre grandes massas de investimentos,  que lhe permitam coordenar as expectativas da sociedade, sobretudo as do investimento privado.

Isso requer, entre outras providências,  desmontar  a linha Maginot do rentismo.
Entrincheirada em taxas de juros sempre mais rentáveis do que a aplicação produtiva , ela suga o fôlego fiscal do país e inibe  o planejamento do interesse público, ademais de fixar  um piso elevado para a desigualdade social, como ensinou Thomas  Piketty.

A cortina de fogo contra a Copa   --contra ‘a gastança’ de um modo geral--   filia-se a essa corrente.

Trata-se  de impedir que  a racionalidade social se imponha sobre o salve-se quem puder  característico do ambiente de competição, incerteza  e, em decorrência disso, de obsessão mórbida pela liquidez rentista, que move o capital privado aqui e em todos os lugares.

Ademais dos desequilíbrios  estruturais  irradiados por essa lógica,  a economia brasileira  reúne distorções  específicas que os  acentuam  e reproduzem, como a  segunda taxa de juros  mais elevada do planeta,  câmbio fora do lugar  e livre mobilidade de capitais.

O quão equivocado era o  garrote anti-Copa  se vê agora pelo  desmentido do desastre nas ruas e nos campos.

Mas também nas entrelinhas do noticiário econômico.

O pouco que escapa –somente agora--  da pauta catastrofista serve como ilustração de um benefício  que talvez pudesse ter sido muito superior, caso as expectativas  do país  não tivessem sido garroteadas pela coleira da ortodoxia derrotista.

Abaixo, algumas evidências  de um dinamismo  torpedeado  durante meses  pelas previsões de  fiasco da Copa  e de quem apostasse no seu sucesso:  

1) Faturamento médio das empresas de turismo cresceu 7,1% no 1º trimestre –antes mesmo de começar a Copa.  Levantamento do Ministério do Turismo, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que a área de turismo receptivo cresceu 14,7%, agências de viagem e parques temáticos, mais 9,6% de faturamento e setor de  hotelaria, mais 9% no período.

2)Mais de  600 mil estrangeiros  vieram  para o Mundial, além de 3,1 milhões de brasileiros que vão se deslocar  para as 12 cidades-sede  dos jogos. A previsão é de que os gastos do conjunto somem R$ 6,7 bilhões (Valor)

3)Bons negócios com a Copa elevaram em 16% os planos de investimento do setor de turismo para o 2º trimestre.

4)Em média, a projeção dos 80 maiores conglomerados de turismo do país é de um crescimento da ordem de 6,5% este ano.

5) Para quem acreditou no fiasco vaticinado pela mídia, o sucesso inesperado do evento trouxe gargalos por falta de capacidade de atendimento. Sintomas: em Brasília,  segundo o jornal Valor, ‘restaurantes do Pontão do Lago Sul  já não têm chope –“os colombianos tomaram tudo", diz um garçom ouvido pelo jornal.  Em Fortaleza, sobraram poucas opções  no cardápio de restaurantes  na avenida Beira Mar, relata o mesmo jornal que engole agora o pessimismo estampado em sua linha editorial por  meses: ‘ Lá, a culpa era dos mexicanos, segundo a garçonete’.

6) A subestimação da demanda atingiu até  a prosaica produção de  brindes, que se deixou contagiar pelo jogral derrotista.  ‘Nos aeroportos de São Paulo e Brasília, por exemplo, produtos como chaveiro do Fuleco, o mascote da Copa, já estão em falta’, admite o mesmo Valor, sem explica o motivo.

7)Fogo de palha? Não é essa a percepção de quem está na linha de frente dos acontecimentos. Hotéis, bares, restaurantes e agências de viagens afirma  que o Mundial proporcionará outros ganhos, nem sempre mensuráveis.: ‘a experiência de receber turistas de todas as partes e a superexposição do país no exterior são alguns desses legados que ficam para as empresas e deverão reverberar por muitos anos’ (Valor).

8)No dia de abertura da Copa, no Itaquerão, na zona leste de São Paulo, a capital paulista tinha 76,6% de suas vagas de hospedagem ocupadas ; 93% dos restaurantes e bares dos bairros Bela Vista, Jardins e Pinheiros festejavam o movimento;  98,7% das mensagens sobre a cidade postadas nas principais redes sociais foram positivas. Durante a partida Brasil e Croácia, foram publicados 12,2 milhões de comentários sobre o jogo somente no Twitter.

9) Em apenas três dias , de 12 a 15 de junho, na abertura da Copa, segundo a Visa, visitantes internacionais movimentaram US$ 27 milhões com seus cartões, alta de 73% em relação ao mesmo período do ano .

10) Por fim, diz Walter Ferreira, assessor da presidência do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur),enquanto a bola rolar, o Brasil concentrará as atenções de 3,6 bilhões de espectadores, quase metade da população mundial. ‘ O evento terá o poder de quebrar estereótipos e revelar ao mundo um país moderno, com empresas globais importantes, que investe em ciência de ponta e que tem um povo acolhedor e alegre.  A cena dos jogadores holandeses abraçando brasileiros em Ipanema, por exemplo, ou as inúmeras cenas de confraternização entre os torcedores contagiam o mundo. Este é o nosso maior legado de imagem’, diz Ferreira (Valor)

Barbosa e o MP: um mensalão para matar o PT Expulsa os 40 ladrões da Política e mantém o Ali Babá sob controle.

Barbosa se aproxima do fim.

Para evitar os 10 a 1, ele abriu mão até da relatoria do mensalão do PT (sim, porque o dos tucanos prescreveu antes de existir).

Cabe voltar um pouco atrás e tentar entender como se deu o – incompleto – Golpe de Estado do mensalão do PT.

(Até que, no terceiro turno, na Justiça Eleitoral, que precisa ser extinta, os trabalhistas deixem o poder.)

O Golpe do mensalão do PT começa na denúncia inepta contra Collor.

(Clique aqui para ler o que disse Paulo Nogueira sobre o pecado capital de Mario Sergio Conti, e aqui para examinar os vínculos entre Conti, a Fel-lha (*) de SP – de mau hálito insuportável – e Dantas.)

Collor começou a cair não foi no detrito sólido de maré baixa, mas com uma denúncia inepta do MP de Aristides Junqueira.

Tão inepta que o Supremo sequer recebeu para julgá-la.

O mensalão do PT se revigora com o trabalho do Padim Pade Cerra, aliado ao MP, de destruir a candidatura de Roseana Sarney, em 2002.

Nesses dois episódios, Ministério Público se equipa e legitima para desempenhar o papel que a Elite dele espera: moralizar a política.

“Moralizar a Política”, numa sociedade até recentemente escravocrata, significa depurar a política dos “tarados” mestiços, geneticamente corruptos e, portanto, dos trabalhistas e seus aliados, como as organizações sociais e os sindicatos.

O MP se tornou a tutela dessa eugenia política.

Como disse Sepúlveda Pertence do Ministério Público, “criei um monstro”.

O Ministério Público não responde a ninguém, investiga quem quer e tem à disposição um coletivo de aparelhos do tipo “Guardião” para bisbilhotar quem bem entender – como diz o Conversa Afiada, o MP é o DOI-CODI da Democracia.

O MP não precisa mais denunciar ninguém.

Basta um “procurador” da chamada “República” convocar uma coletiva da imprensa piguenta (**), dizer que tem sérios indícios de que alguém é ladrão, que o serviço está feito – sem oferecer denúncia…

Antonio Fernando, levado à Procuradoria-Geral da Republica por Lula, foi o cérebro do Golpe Incompleto do mensalão do PT.

A estratégia que o orientou foi simples: matamos o PT, e deixamos o Lula solto.

Primeiro, porque, segundo a teoria do sangramento do Príncipe da Privataria, Lula sangraria até o fim do processo do mensalão e chegaria morto à eleição de 2006 – e o poder voltaria aos braços não do povo, mas de FHC, o De Gaulle de Higienópolis.

O segundo motivo era insuperável: se Lula cai, assumia José Alencar, leal a Lula.

O Plano, como se sabe, deu errado.

Porque Lula não sangrou e porque a CUT foi para a rua e disse “mexeu com o Lula, mexeu comigo”.

E a elite tem medo de trabalhador nas ruas – trabalhador de verdade e, não, black bloc de papai que paga a faculdade.

O pessoal do camarote VIP do Itaúúúú.

Era de outro povo que se tratava.

Para piorar, o Advogado-Geral da União, Alvaro Ribeiro da Costa, nomeado por Lula, amigo de Genoino desde a política estudantil do Ceará, foi embora.

Antonio Fernando só assumiu a PGR porque Claudio Fontelles não se candidatou à re-indicação.

E Lula estabeleceu, com Dilma, que o Procurador-Geral não precisa mais de méritos especiais.

Basta ser da máquina, representá-la e azeitá-la: ser o mais votado.

Fontelles talvez tivesse tido o pudor de dar curso a uma denúncia de  contravenção eleitoral prescrita – como era o caso do Caixa Dois do PT – e transformá-la num Golpe de Estado.

O poder ficou no próprio grupo de Fontelles, Antonio Fernando.

O mensalão do PT se desgarra de uma denúncia contra Carlinhos Cachoeira, com o apoio do tucano Antero Paes e Barros, e do procurador José Roberto Santoro, que aparece como herói na destruição de Roseana Sarney, e ganha vida no MPF e, depois, no Supremo.

O PiG lança a rede de proteção a Antonio Fernando, que oferece a manchete perfeita: “Ali Babá e os 40 ladrões”.

Mais do que o “sensacionalismo mediático” – diria Gilmar Dantas (***) -   a remissão às Mil e Uma Noites continha uma armadilha: Lula, fica quieto, porque se eu peguei 40 posso pegar o Ali Babá também !

De preferência, Lula, suma !

O que é Roberto Gurgel, o Prevaricador, segundo Fernando Collor, da tribuna do Senado ?

Ele é apenas que entrega o prato feito de Antonio Fernando e Santoro.

(Depois, como se sabe, Antonio Fernando se incluiu entre os 1001 advogados de Daniel Dantas.)

E o Presidente Barbosa, o que fala grosso com o Genoino e fino com  o Dantas ?

O Presidente Barbosa veio de onde ?

Do MP.

O que foi ele no mensalão (o do PT) ?

Um juiz ou um promotor ?

O que ele fez como promotor ?

Pediu provas ?

Não.

Bastava o domínio dos fatos.

Bastavam a verossimilhança, “a verdade é uma quimera”, “provas tênues”, “o acusado é que tem que provar sua inocência”,  porque, como se sabe, essa raça – o trabalhador, diria o inesquecível Jorge Bornaheusen, é tarada e corrupta.

Barbosa não acrescentou um fiapo à moralização do Judiciário.

E sua chef d’euvre – condenar Dirceu à prisão perpetua e os outros petistas à humilhação de um processo desmoralizante – cumpriu o roteiro previsto.

Que roteiro ?

Manter a minoridade do cidadão.

Collor não presta porque tem voto.

Roseana não presta porque é uma alternativa à elite paulista – dominante, por ora.

Os trabalhistas não prestam porque são a expressão mais sólida do ânsia por Democracia – ou seja, por participação popular.

E o MPF, e o Supremo são, neste momento, expressões dessa tentativa de tutelar o povo – tarado e ladrão.


Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Clique aqui para ver como notável colonista da Globo Overseas Investment BV se referiu a Ele. E aqui para ver como outra notável colonista da GloboNews e da CBN se referia a Ele. O Ataulfo Merval de Paiva preferiu inovar. Cansado do antigo apelido, o imortal colonista decidiu chamá-lo de Gilmar Mentes. Esse Ataulfo é um jenio. O Luiz Fucks que o diga.

 


Elite não queria Democracia

Elite queria o “Estado da Direita” do Gilmar.


Liga o Vasco, no escaldante litoral do Rio Grande do Norte, onde foi ver a Itália derreter de suor.

- Gostei mas não muito do seu artigo sobre a aliança entre a elite e o Ministério Público para ceifar a liderança do PT…

- Se não gostou, pelo menos entendeu o espírito da coisa: ferrar o povo…

- Não, sobre isso não há dúvida.

- Mas, do que você não gostou ?

- É que faltou dizer que a elite e seus trombones nunca quiseram a Democracia, …

- Nem em 64 …

- Não, falo quando acabou o regime militar…

- O que eles queriam ? A Monarquia ? Instalar a Casa dos Cardozo ?

- Não, eles queriam o Estado de Direito.

- Qual a diferença entre Democracia e Estado de Direito ?

- Simples, meu caro. Democracia tem povo…

- E Estado de Direito não ?

- Não ! Estado de Direito é o Estado com Supremo, Ministério Público, PiG (*), economistas de bancos, Tribunal de Contas do PFL, Banco Central Independente, empresas que compram as eleições – e todos esses penduricalhos para inibir a vontade popular.

- Calma, Vasco, você está muito radical.

- Não, meu querido. Sabe o que é o Estado de Direito ? Ele já foi definido e quase se instalou.

- Qual ?

- O Estado da Direita do Gilmar Dantas (**).

- Qual ?

- Aquele que ele promulgou no Estadão, quando prenderam o Daniel Dantas.

- Ah, entendi, Vasco. Estado de Direito é Estado da Direita.

- Quer que desenhe ?

- Mas, a elite se define como liberal.

- Claro, “Liberal” nos próprios termos. Eles é que definem o que é “Democracia”. Quem joga e quem não joga.

- E o que sobreviveu do Estado da Direita ?

- Pergunta ao Dirceu, quando ele sair, na quinta-feira.

Pano rápido.

Clique aqui para ler “Gilmar sofre nova acachapante derrota !”.

E aqui para ler “Gilmar, cadê o Dr Abdelmassih ?”.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Clique aqui para ver como notável colonista da Globo Overseas Investment BV se referiu a Ele. E aqui para ver como outra notável colonista da GloboNews e da CBN se referia a Ele. O Ataulfo Merval de Paiva preferiu inovar. Cansado do antigo apelido, o imortal colonista decidiu chamá-lo de Gilmar Mentes. Esse Ataulfo é um jenio. O Luiz Fucks que o diga.