Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Dilma: não dou sinal ao mercado. Isso é coisa do outro “Onde estão os envolvidos em escândalos como o Sivam e a Pasta Rosa ? Estão todos soltos !”

De Política é F, no twitter


A Presidenta Dilma Rousseff fez duros comentários sobre a Operação Lava-jato ao comparar as investigações feitas nos governos do PT com as do PSDB, período em que Fernando Henrique Cardoso presidiu o país. “(As denúncias) Não são um ponto fora da curva. É que antes não se investigava. Quem não investiga, não acha”, declarou a candidata à reeleição em coletiva no Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (13).

“Onde estão todos aqueles envolvidos em escândalos anteriores como Sivam e o da Pasta Rosa?  Estão todos soltos”, continuou Dilma para quem a Lava-jato “tem que ser aberta, pois tudo deverá ser investigado”.

No inicio do mandato do turcano, denúncias de corrupção e tráfico de influências em um contrato de US$ 1,4 bilhão para a criação do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) chegaram a derrubar um ministro e dois assessores presidenciais. Logo depois, a Procuradoria-Geral da República arquivou  os processos da chamada “pasta rosa”. Era uma alusão à pasta com documentos citando doações ilegais de banqueiros para campanhas eleitorais de políticos da base de sustentação do governo. 

Confrontada com a intenção de Aécio Neves (PSDB) de acabar com a reeleição, Dilma enfatizou: “Quem propõe o fim da reeleição foi quem criou, em um processo que não houve investigação. Hoje, estão todos soltos. Quero saber que negociação é esta que está por trás da proposta. É uma negociação dos tucanos? Essa é uma proposta que deve vir à mesa de forma clara. Não existe uma proposta teórica sobre reeleição. Tem que ter uma proposta muito concreta. Ninguém consegue fazer um governo efetivo em quatro anos.”

A presidenta participou na tarde de hoje de um ato de mobilização pela reforma política, bandeira do partido após as manifestações de junho de 2013. “Concordo com o fim do financiamento empresarial de campanha, o financiamento deve ser de pessoas físicas. É muito relevante o fim das coligações proporcionais. O mais relevante é o fato que não é possível reforma política sem apoio popular”, defendeu a petista para completar: “Considero que a reforma política é a condição para um efetivo combate à corrupção”.

“Não posso me posicionar sobre uma Assembleia Constituinte porque represento uma coligação, tenho que consultá-la. O centro pra mim é um plebiscito. Quem tem que votar é o povo brasileiro”, ponderou Dilma.

Questionada sobre a declaração de Marina Silva (PSB), que comparou Aécio Neves a Lula, quando o Presidente assinou a Carta aos Brasileiros, Dilma opinou: “A comparação  é infeliz, seja pela trajetória, seja pelo que realizaram. O que Lula fez pelo Brasil foi crescer, empregar. O que Aécio fez foi deixar uma dívida monstruosa no Estado. Lula fez uma revolução. Aécio deixou um estado endividado, sem investir 7 bilhões na saúde e R$ 8 bilhões na educação”, disse.

Dilma também foi perguntada sobre uma carta, que ela enviou a Fernando Henrique Cardoso, em 2011. “Eu mandei mesmo uma carta ao Fernando Henrique Cardoso. A estabilização da moeda é um ganho, mas não significou estabilização da economia. Estabilizar a moeda não é estabilizar a economia. Eles quebraram o país três vezes. Ele deixou o país com desemprego elevado. Vamos separar os cumprimentos, não foi pelo mandato geral dele. Eu não concordo em proibir escolas públicas federais. Os tucanos proibiram”, esclareceu a Presidenta.

Por fim, Dilma afirmou que não divulgará sua equipe econômica do segundo mandato e comentou a atual conjuntura no setor. “Eu não tenho que dar sinal para o mercado, como fez o Aécio, eu tenho que dar sinal para o povo. Nós teremos uma política duríssima contra a inflação, como já tivemos e vamos ter ainda mais. Não tem mágica a fazer. Querer que a gente tenha como impedir que haja flutuação de preços está descartado”, encerrou.


A seguir, outras frases da Presidenta:



Eu concordo com financiamento público de campanha

Não haverá reforma política sem o povo pressionando

Tenho interesse em receber manifestação das diferentes entidades

O Lula tentou três eu tentei uma (vez passar a reforma). É difícil porque essa é uma estão q divide. Só quem pode decidir isso é o povo.

Em parte, o que garante que o brasileiro possa colocar carne, ovo, leite na mesa é que nós criamos empregos

Eles sempre desempregaram. No meu governo foram criados 5 milhões de empregos

É importante lembrar como era antes: a fila dobrava o quarteirão por uma vaga de emprego

Antes de Lula passou por um momento em que as crianças não tinham o que comer

A campanha em questão era composta pelo PSB e pela Rede. O PSB não apóia totalmente uma ou outra. O Coutinho está com a gente

A eleição é algo democrático. Todo mundo tem direito de escolher quem vai apoiar

Todos os debates são importantes para dar uma métrica e esclarecer o eleito

Só tem um jeito de saber quem teve mais apoio, é no dia 26 de outubro

Eu não tenho nenhuma manifestação sobre pesquisa. Não é papel de presidente da república se manifestar sobre isso

Acho que pesquisa é importante. Mas todo mundo que conhece estatística sabe que varia

Eu já cumprimentei o Evo Morales e vou falar com ele amanhã. Ele é um grande presidente

tem muita demagogia em eleição. A imprensa é muito compreensiva com a crise de abastecimento de água de SP

Havendo seca, afeta o preço dos alimentos aqui, nos EUA, em todos os lugares. É temporário. E não tem mágica





Em tempo:


Logo após, a Presidenta Dilma Rousseff recebeu os oito milhões de votos obtidos em plebiscito sobre a reforma política no Brasil. No evento, a petista apontou o que considera diferenças entre o modelo defendido pelo PT e o tutelado pelo PSDB. 

“Eles tentam dizer que farão um governo para os pobres. São 2 projetos de país, que dizem respeito a questões fundamentais. A primeira dessas questões é a prioridade. A nossa prioridade é o social. Nós não achamos que é possível crescer se o nosso povo não crescer junto. Por isso, ao contrário deles, nós empregamos. Eles desempregam. Nós não aceitamos que o salário-mínimo é razão de inflação”, afirmou a candidata à reeleição para a plateia.

No discurso, Dilma enalteceu os programas sociais de seu governo e criticou a ausência deles na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).  “Eles dizem que vão fazer um governo para os pobres. Como, se eles tiraram o pobre do orçamento? Eles não gostam de uma palavra: gratuito. Se o Pronatec não fosse gratuito, você faria a velha seleção: só quem tivesse dinheiro, poderia fazer o curso. Outra palavra que eles odeiam: subsídio”.

E continuou: “A faixa maior do MCMV é de famílias que ganham 1600 reais e hoje pagam 5% da renda na prestação. Se a família for comprar no mercado, sem subsídio, paga R$ 940. Se ela ganha mil reais, como vai viver? As pessoas moram em área de risco porque não tinham onde morar”.

Aos gritos de “Segura, segura, imperialista, a América Latina será toda socialista”, a Presidenta falou sobre a importância das parcerias com os vizinhos. “Eles fingem que não viram os Brics. Viraram as costas para o Mercosul  .A proposta deles é virar as costas pra América Latina”, disse.

Abaixo, outras frases da Presidenta:


Vocês conseguiram quase 8 milhões de votos. Feitos pela espontânea ação de consulta

Hoje, aqui, a gente reconhece uma atividade que mobilizou 8 milhões de pessoas votando pela força de mudanças

Não serão aqueles no exercício do mandato que reformarão as estruturas do país, mas com a mobilização popular

Acho que tem que expandir essa unidade. 8 milhões é suficiente pra aproximar mais pessoas

Tem que ter paridade homem e mulher nas eleições proporcionais

Eu acho que tem que fazer uma unidade entre pontos fundamentais e levar isso pra frente

Não é possível um combate efeito à corrupção sem reforma política

No dia 26, diante das urnas, temos que pensar qual é o futuro desse país

Em 1998, eles proibiram o governo federal em investir em escolas técnicas

Aí, o Lula acabou com essa proibição, em 2005. O Lula fez 214 escolas técnicas e eu fiz 208

Foi por causa dessas 422 escolas a mais, feitas por Lula e por mim, que nós pudemos fazer o Pronatec




Alisson Matos, editor do Conversa Afiada.


Leia mais:

DILMA E AÉCIO, DOS 17 AOS 21

Vox Populi sugere que instituto Sensus cometeu crime eleitoral

A edição do Jornal da Record de 13 de outubro divulgou pesquisa Vox Populi que foi a campo nos dias 11 e 12. Dilma Rousseff tem 45% dos votos absolutos e 51% dos votos válidos; Aécio Neves tem 44% no primeiro caso e 49% no segundo.
48 horas antes – na noite de sábado, 11 –, o instituto Sensus publicou pesquisa que mostrou Aécio com 52,4% dos votos absolutos e 58,8% dos votos válidos, e Dilma com 36,7% dos votos absolutos e 41,2% dos votos válidos.
Em votos válidos, são 17,6 pontos de diferença de Aécio para Dilma; no instituto Vox Populi, são 2 pontos de vantagem de Dilma sobre Aécio.
Quem está mentindo? Matéria publicada no mesmo dia no portal do jornal Mineiro O Tempo dá uma dica: o Sensus usou proporção incorreta de cidades onde Aécio venceu no primeiro turno. Ele venceu em 1/3 dos municípios brasileiros e Dilma, em 2/3. Mas o instituto usou amostragem com metade dos municípios em que o tucano venceu.
No primeiro turno, Dilma venceu em 3.648 municípios, enquanto Aécio ficou à frente em 1.821 cidades, e Marina obteve melhor votação em 99 municípios. Ou seja: Dilma venceu em 65,51% dos municípios, enquanto Aécio venceu em 32,70% e, Marina, em 1,77%.
No levantamento da Sensus, no entanto, das 136 cidades escolhidas, 66 deram vitória à presidente no primeiro turno, enquanto 61 deram vitória ao PSDB e 9 ao PSB. Portanto, na amostra do instituto, 48,52% das cidades foram “dilmistas” no primeiro turno, 44,85% foram aecistas e 6,61% preferiram Marina.
O caso é muito grave. Falsificação de pesquisas eleitorais é crime punível com prisão e multa. Essa situação tem que ser esclarecida. O Ministério Público Eleitoral ou a campanha de Dilma Rousseff deveriam propor uma investigação. Mesmo que não ocorra antes da eleição, Isso tem que ser esclarecido.
Não se consegue conceber que se possa promover algo como falsificar com tal suposta grosseria uma pesquisa que pode influir decisivamente em um processo eleitoral, como já ficou sobejamente provado em estudos de politólogos eminentes como Carlos Alberto de Almeida, autor de “A Cabeça do Eleitor”.
Este Blog e a ONG Movimento dos Sem Mídia aguardarão os fatos. Alguém tem que tomar essa atitude em nome da cidadania brasileira.
Não se pode aceitar que promovam uma trapaça dessa magnitude em nosso país. Não somos uma república bananeira. Até parece que somos, mas não somos. Dilma não pode permitir que pesquisas fajutas elejam Aécio fazendo os brasileiros de trouxas.

ALTMAN: VOTO DE ESQUERDA DEFINIRÁ SUCESSÃO

A dolorosa epifania do barbeiro tucano


Faz mais de 10 anos que todo mês tenho uma “briga” marcada com o meu barbeiro, um cearense de trajetória admirável. Ele veio para São Paulo nos anos 70 em busca de uma vida melhor. Comeu o pão que o diabo amassou, mas pode-se dizer que venceu.
Em Sampa, Pedrinho conheceu uma pernambucana, que desposou. Com ela teve um filho, que nasceu “especial”. Mas sua trajetória de vida fez dele um conservador. Aprendeu a cortar cabelo quando serviu no Exército, e não foi só isso que lá aprendeu.
A caserna fez do barbeiro cearense um reacionário. Tem preconceito contra homossexuais e sempre teve um ódio visceral pelo PT. Inexplicavelmente, por conta do Bolsa Família.
Algumas vezes pensei em trocar de barbeiro, mas, além de Pedrinho ser um homem sério, trabalhador e de bom coração – apesar da ignorância –, ninguém corta meu cabelo tão bem quanto ele.
O barbeiro e a família que formou integraram-se à classe média paulista, sobretudo depois que ele começou a ganhar dinheiro – ironicamente, na era Lula –, comprou o imóvel onde funciona a barbearia e se mudou para a Vila dos Remédios, do outro lado do Tietê – morava em Guaianases, antes.
Não chega a ser um bairro nobre, mas a casa é dele.
Uma vez por mês, entro no estabelecimento, abraçamo-nos e logo me acomodo em uma das três cadeiras eletrônicas de barbeiro das quais ele tanto se orgulha, apesar de que jamais entendi por que um barbeiro que trabalha sozinho precisa de três cadeiras.
Enfim, após as gentilezas protocolares, eu ou ele puxamos o assunto política. Às vezes, finjo que desta vez não estou afim de discutir, mas a discussão acaba surgindo. E sempre acalorada. Terminou o corte, porém, volta a cordialidade e nos despedimos com outro abraço.
Pedrinho previu que Marina se mostraria uma farsa e que logo ruiria. E, antes de qualquer outro, já dizia que o candidato “certo” para “derrotar o PT” seria Aécio, que iria para o segundo turno.
Detalhe: Pedrinho só se informa pela tevê e pelo rádio – Globo e CBN. E pelos “doutores” engravatados da Bovespa que também cortam o cabelo ali – a barbearia fica no centro velho. Não lê jornais ou revistas, e parece ter medo da internet e de computadores em geral.
No sábado, fui cortar o cabelo. Alguma coisa me dizia que teria muito a discutir com meu barbeiro, e que, desta vez, a conversa poderia ser diferente.
Explico: Pedrinho é um nordestino orgulhoso, do que dá prova a decoração com motivos nordestinos no salão. Nos dias que antecederam a ida até lá, fiquei imaginando se ele ficara sabendo da onda de ataques a nordestinos na internet…
Quando apareço na porta da barbearia, ele não me encara. Cabisbaixo. E eu, em tom de ironia:
– Como é que anda o barbeiro mais cearense de São Paulo?
– Ah, vai falar da xingação, né?
– Se você quiser…
– Bando de filhas da puta. A gente construiu essa merda dessa cidade.
– Como você ficou sabendo da onda de preconceito, Pedrinho? Está usando computador, agora?
– Deus me livre. Foi a Jussara [a esposa]
– E sobre a “xingação”, o que você sentiu?
– Raiva, né? Que você acha?!
– Não sei, ora. Afinal, você sabe por que xingaram os nordestinos, né?
– Sei…
– Então… Se você não gosta do PT, se tem tanta raiva do PT, fiquei pensando se não iria apoiar os eleitores paulistas do Aécio que xingaram o povo do Nordeste por votar em peso em Dilma.
– Porra, Eduardo! Minha mãe é cearense, meu pai é baiano, meus irmãos são cearenses, minha avó é cearense, porra!
– O que você sentiu?
– Decepção
– Decepção? Não foi raiva?
– Também, mas mais decepção.
– Vamos ver se entendi: você não sabia que os paulistas da gema veem assim o Nordeste?
– Achei que isso era coisa do passado. No meu bairro tem tanto nordestino, aqui no centro tem tanto nordestino… São Paulo é só nordestino, porra!!
– Sim, é verdade. Mas uma parte dos paulistas não se mistura… Ou você não sabia disso?
– Sabia, mas não sabia que pensavam essas coisas…
– Ah, vai me dizer que não sabe quem é Mayara Petruso?
– Quem?
– Aquela filha de um dono de supermercado de Bragança Paulista, estudante de direito, quem, em 2010, logo após a vitória de Dilma no segundo turno, pediu que as pessoas fizessem “um favor” e matassem um nordestino afogado.
– Não sabia. Teve isso, também?
– Teve…
– E o que aconteceu com ela?
– Foi processada, perdeu o emprego, ficou manchada.
– Cadeia não, né?
– Filha de bacana, Pedrinho. Mas, para ser honesto, sendo ré primária…
– Ah, tá. Tendi…
Ficamos algum tempo em silêncio. Pelo espelho, olhava o semblante do meu barbeiro. Juro que havia dor.
– Ficou chateado, né, Pedrinho?
Os olhos dele marejaram.
– Fica assim não, Pedrinho. Essa gente não merece. Eles são ignorantes. Escravizaram as meninas da sua terra, trancaram-nas em quartinhos de empregada sem janela, trabalhando 7 dias por semana. Essa gente odeia vosso sotaque, vossa comida, vossa cultura. Mas não abre mão dos vossos serviços…
– Eu nunca pensei… Falei com a Ju, Eduardo. Estamos pensando em voltar pra terrinha. Juntei dinheiro, aqui. Acho que quero viver onde não sou desprezado. Ela também.
– Não faça isso, meu amigo. Fique e lute. Mas para de votar nesses coxinhas tucanos. Eles representam essa gente.
– Nem sei…
Pedrinho é duro na queda, mas foi ali que a mulher dele, que até então permanecera silente, manifestou-se:
– Ele vai votar na Dilma nem que seja a tapa, Eduardo. Ele e todo mundo lá da Vila. Estou ligando pra todo mundo e tem mais gente fazendo a mesma coisa. Depois a gente vai embora desta merda. Com todo respeito, Edu…
– Imagine, Jussara. Fica tranquila. Entendo perfeitamente. E acho que, de certa forma, você tem razão.

Desconstruir um candidato de papelão

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O jogo sucessório está aberto.
Embora Marina Silva tenha tido, essencialmente, o mesmo papel de 2010 – o de permitir um segundo turno em que todo tipo de crítica ao governo é jogado no mesmo balaio eleitoral -, desta vez seu favoritismo propagandeado pelas pesquisas – será que ela teve, algum dia, tanto quanto se lhe atribuiu? – serviu como biombo de proteção a Aécio Neves.
A vida de playboy, vivendo às custas das sinecuras do Estado de que dispôs desde a adolescência, os hábitos pouco austeros, o comportamento pessoal polêmico (para dizer o menos) e, sobretudo, o vazio mental de quem não tem propostas, a não ser programas mirabolantes, que se implantam em meia-dúzia de lugares para fornecer material aos programas de televisão, tudo isso ficou em segundo plano.
Claro, o adversário a ser batido era o diversionismo marinista, pleno daquelas boas intenções de que minha avó dizia estar cheio o inferno.
Agora, a história é outra.
É vital uma mudança de postura que, aliás, já se percebe nos programas e filmetes de televisão.
Aécio Neves é uma montagem de pouco ou repulsivo conteúdo.
Talvez não haja quem, mais que ele, incorpore pessoalmente tão fortemente a ideia da política como “capitania hereditária”: avós e pais deputados, uma linhagem que poucos ainda ostentam num Brasil dito “republicano”.
Com ele o debate não pode seguir o caminho da simples racionalidade, porque seu compromisso com o que é factível é nenhum, como é o com a verdade.
Chega a situações risíveis, como a de dizer que implantará uma bolsa de um salário-mínimo para trazer de volta à escola estudantes de 2° grau que deixaram os estudos os quais, segundo ele, somam 20 milhões.
É só multiplicar  (R$ 724  x 20 milhões de bolsas x 12 meses) e veremos que isso dá R$ 173 bilhões de reais, a preços de hoje.   Compare: o orçamento deste ano para o Bolsa Família é de R$ 25 bilhões. Portanto, praticamente, sete vezes o valor do Bolsa Família, também depois de uma década de implantação.
Um proposta feita para enganar trouxa, ser aplicada para 20 ou 30 mil estudantes e posta na vitrine eleitoral, apenas.
Aécio precisa ser impiedosamente desmontado.
E pode ser, porque à alteração visível em seus olhos nos debates anteriores vai se somar o estado de euforia pretensiosa do qual agora ele está tomado.
Esse é o nosso dever e nossa chance.

Evangélicos, Aécio, a cocaína e o bafômetro Quem não faz o bafômetro vai respeitar a Constituição ?


Sugestão de rogerio espinheira, no Twitter

É razoável supor que a candidatura de Dilma Rousseff enfrente resistência em São Paulo num grupo bem específico: eleitores de inclinação religiosa evangélica – na maioria pentecostais – e da Classe C.

Eles seriam especialmente sensíveis à “questão moral” e, portanto, ao vazamento seletivo, preferencial, promovido pelo Juiz Sergio Moro, no Paraná.

Seriam eleitores sensíveis ao massacrante “envenenamento” a que o PiG submete os trabalhistas, desde Vargas.

A Presidenta Dilma repete que tem dois eixos morais em sua campanha:

- o eixo do combate à corrupção – porque ela tem todo o direito, como já fez, de desafiar o Aecioporto a tratar de corrupção, já que ele não tem autoridade moral para tratar do assunto;

- e o eixo da igualdade de oportunidades.

E ela tem autoridade moral para falar disso, porque subiu na vida pelejando, como diria seu mestre Brizola, e não foi nomeada vice-presidente da Caixa com 25 anos.

Há outros dois pontos obscuros na biografia desse precocemente talentoso político do Rio que milita em Minas.

Quem sabe o PT, o Partido da Tremedeira, segundo o Bessinha, não investiga pra nós ?

O Golpe  Militar entregou o CADE ao outro avô do Aécio, o mineiro Tristão da Cunha, mega-reacionário.

E, no CADE militarizado, o jovenzinho teria recebido uma Bolsa Família …

Entre 1977 e 1981, com 17 anos, o jenio precoce teria “trabalhado” como assessor na Câmara dos Deputados, enquanto cursava no Rio a Economia da PUC.

(Sempre na ponte-aérea para o Rio … É uma mania dele …)

Se isso for de fato verdade – o PT nos ajudará … – os avós de pai e de mãe o trataram com especial desvelo …

Está aí um caso típico de quem venceu na vida através da “meritocracia”.

Talvez fosse também interessante tratar de outros dois aspectos morais, nessa próxima temporada de debates e programas no horário eleitoral.

A questão da cocaína e da recusa em fazer o bafômetro.

O Conversa Afiada reafirma a convicção de que o candidato Aecioporto deveria se submeter a um exame público e transparente para definir se foi ou não usuário de cocaína.

Ele é candidato a Presidente da República.

O Brasil é um país assolado pela cocaína e o crack, e vizinho de produtores e comerciantes de drogas.

Não se pode correr o risco de ter um Presidente que foi usuário de drogas.

Só um exame público, na Fundação Oswaldo Cruz, diante das câmeras da Globo – e do Conversa Afiada – com médicos especializados, escolhidos pelas duas campanhas – poderá esclarecer essa dúvida cruel.

Que não é só do Conversa Afiada, mas de toda a família Perrella e do respeitado jornalista Fernando Barros e Silva, hoje na revista piauí, e que militou na Fel-lha (no ABC do C Af), com destaque, por muitos anos.

Reveja os trechos do programa Roda Morta em que Barros e Silva, de forma corajosa, apesar do âncora (…), trata da “questão moral”, a partir da confissão do próprio candidato tucano de que já consumiu maconha:
 








O senhor foi usuário de cocaína ?

É uma pergunta que todo brasileiro tem o direito de fazer !

E que, indiretamente, fez, como lembra Barros e Silva, o ardoroso defensor da candidatura Aécio, o agora eleito senador Padim Pade Cerra.

Num artigo na Fel-lha de São Paulo, em 15 de dezembro de 2013, Cerra, que ainda disputava a candidatura a Presidente pelo PSDB, exigiu que o debate sobre o consumo de cocaína fizesse parte das questões eleitorais em 2014.

Todos se lembram de um dos capítulos dessa sangrenta disputa entre Cerra e Aécio, num sábado, no Estadão, quando um redator da turma do Cerra escreveu celebre artigo “Pó pará, governador”,  para se referir a Aécio.

(É constrangedor assistir, hoje, a cenas em que o Padim Pade Cerra se posta ao lado de Aecioporto, candidato a Presidente. Não se distingue quem demonstra odiar mais o outro…)

O próprio “príncipe que virou sapo”, no magistral título de Ricardo Melo na Fel-lha, na mesma revista piauí, naquela celebre entrevista em que disse que o 7 de setembro é uma palhaçada, FHC disse:

“Agora, o Aécio gosta demais da vida privada dele. Pode parecer banal, mas é assim que as coisas funcionam.”

Vida privada ?

Mas, como, FHC, se o rapaz desde os 25 anos tem “vida pública” ?

Ou sempre foi assim e a irmãzinha não deixava a gente saber ?

Um outro ponto a ser considerado pelos eleitores evangélicos de Classe C é a questão moral do bafômetro e o alcoolismo.

Basta refletir: quantos brasileiros já se curaram do consumo de drogas e do alcoolismo com a ajuda de igrejas evangélicas ?

No vídeo que está na TV Afiada, se vê:

- Aécio completamente alcoolizado, mal se equilibra nas pernas, entra num botequim da zona Sul do Rio, à noite, e recompensa um garçom com gorda gorjeta;

- depois, numa reportagem da Globo (da Globo !!!),  se vê que a carteira de motorista dele está vencida;

- e que ele se recusa a fazer o teste do bafômetro: “preferiu não se submeter ao bafômetro”, diz o BO.

Quer dizer, então, amigo navegante evangélico, que corremos o risco de, numa emergência, numa crise que acabe de estourar, o Presidente da República poderá estar alcoolizado, sem poder andar – nem se dirigir à Nação ?

Quer dizer, então, amigo navegante evangélico, que o candidato da Moralidade se recusou a fazer o teste do bafômetro ?

Como diz aquele amigo navegante, se ele não respeita o teste do bafômetro, obrigação mínima, elementar de todo cidadão civilizado, quem garante que ele, Presidente, respeitará a Constituição ?

Quem garante que ele não feche TODOS os blogs ?

Inclusive este ?

Ou as igrejas evangélicas que não sigam o Malafaia e o Pastor Everaldo ?.

Em tempo
: amigo navegante lembra de outro assunto que o PT poderia explorar, não fosse o Partido da Tremedeira:


O “mensalão tucano” e a lista de Furnas

A lista relacionaria as pessoas beneficiadas pelo caixa de campanha de Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais

A ação penal no 1.274 da Procuradoria Geral da República – o chamado “mensalão tucano” – traz elementos contundentes sobre a participação do ex-governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB) no desvio de 4,5 milhões de reais (valores da época) de três estatais mineiras – Copasa, Cemig e BEMGE – para sua campanha eleitoral.

Mas traz informações esclarecedoras sobre a tal “Lista de Furnas”, que relacionaria as pessoas beneficiadas pelo caixa de campanha. Há uma discussão permanente sobre a veracidade ou não da lista.

(…)



Paulo Henrique Amorim


Da página do 'Ahhh, é sim', no Facebook

Terminou a “semana Aécio”. Agora é a hora da verdade

memoria

A fase que naturalmente viria depois do surpreendente resultado positivo alcançado nas urnas por Aécio Neves no primeiro turno terminou ontem, com a melancólica adesão de Marina Silva contorcendo-se em palavras pedantes para explicar como não a tendo atendido em nada, o  PSDB terá seu voto e seu apoio, tudo o que disse antes que os tucanos não teriam, sem meias-palavras, devidamente gravadas.

Foi o último ato de uma semana de artilharia pesada, a começar pela utilização asquerosa da Justiça como ferramenta de campanha, com um “sigilo seletivo” inexplicável, ainda mais quando envolve a formação da decisão de voto do eleitor, um magistrado que dependerá do próximo presidente para ser indicado, como sugere a Associação de Juízes Federais – que aliás decretou uma “greve branca” para aumentarem-se os R$ 30,5 mil que recebem entre vencimentos e auxílio moradia.

Mas o canhoneio não foi somente este: a barragem de fogo da mídia e das oligarquias políticas foi intensa e impiedosamente monolítica.

E temperada com pesquisas produzidas sem que ninguém as contratasse e, depois, vendidas no varejo a quem quer converncer a população de que esta eleição está ganha por Aécio Neves.

Agora, porém, começa um novo período, em que o povo brasileira vai poder olhar diretamente não o que dizem dos candidatos, mas o que dizem os candidatos, no confronto direto dos debates, agora sem o diversionismo de candidatos que, em geral, nada visavam senão a promoção pessoal.

Aécio Neves, como qualquer um a quem faltam ideias e origens, vai buscar o papel de bom-moço, daquele que está sendo atacado, mas que está interessado em “apresentar propostas”.

Claro, não precisa “atacar”, mas apenas se vale dos ataques que faz a mídia ao governo Dilma de maneira furiosa, num desequilíbrio monstruoso do qual já se tornou enfadonho falar, mas é imperioso fazê-los nos debates, até como forma de “vacinar” a população pelo que ainda virá.

Desta maneira, também, Aécio protege-se do seu principal defeito: é frágil no confronto direto.
Natural, aliás, para quem teve uma formação na vida fácil de “filhinho de papai” e “netinho de vovô” e viveu, desde antes de completar 18 anos, do nepotismo político administrativo.

Tão natural que ele próprio o registra em seus dados biográficos na Câmara dos Deputados, que aos 17 anos (ele nasceu em 1960) já fora nomeado para o Conselho de Defesa Econômica e, depois, para um cargo de assessor na Câmara.

Dilma, ao contrário, terá de ser firme e se fixar mais na postura política e no significado de uma eleição presidencial do que nos debates anteriores, onde buscava, essencialmente, apenas preservar seu favoritismo.
Agora, porém, chegamos à batalha decisiva, onde é preciso demonstrar claramente que Aécio, o “novo” é o que de mais velho existe na política e que é a reencarnação medíocre de um passado de sofrimentos para o povo brasileiro.

E que não pode voltar.

Descansa em paz, Bláblá ! Capriglione: Bláblá decreta a morte política ao apoiar quem se recusa a fazer o bafômetro.

Sugestão de Filippo Sandra Brito, no Facebook do C Af:


O Conversa Afiada tem o prazer de republicar do MudaMais esse inspirado artigo da repórter (ainda existem, em São Paulo !) Laura Capriglione:

Laura Capriglione: Marina decretou sua morte política ao apoiar Aécio Neves



Laura Capriglione é uma jornalista com muita bagagem e competência. Escrevendo agora no Yahoo, a jornalista analisa hoje a decisão de Marina em apoiar Aécio no segundo turno da eleição presidencial. Em seu blog Laura ressalta: “Mas Marina Silva acabou no domingo 12 de outubro, quando virou as costas para sua própria trajetória ao declarar voto no candidato Aécio Neves, o representante de uma política econômica ostensivamente contrária à valorização do salário mínimo e à ampliação das políticas sociais e de inclusão”. Um duro golpe em quem acreditava na postura progressista de Marina.

Leia a íntegra
:

Marina Silva, descansa em paz!

Acabou Marina Silva (1958-2014). Fundadora da Central Única dos Trabalhadores e organizadora do PT, além de amiga e fraternal companheira do líder seringueiro Chico Mendes, Marina Silva foi durante anos, dentro do campo da esquerda brasileira, a representante de uma utopia que tentou conciliar três vetores quase sempre desalinhados: o desenvolvimento econômico, a inclusão social e o respeito ao meio ambiente e às populações tradicionais.


Sua saída do PT, em 2009, empobreceu o partido e o debate interno sobre qual caminho seguir na busca por um mundo mais justo e solidário.


A figura frágil – sobrevivente da miséria dos migrantes recrutados para trabalhar na extração da borracha; nascida em uma família de onze irmãos (da qual oito se criaram); órfã aos 15 anos; sonhática (conforme a auto-definição); vítima da malária, da intoxicação pelo mercúrio dos garimpos e da leishmaniose (doenças da extrema pobreza) – pereceu no domingo, 12 de outubro, depois de lenta agonia.


Foi nesse dia que ela formalizou seu apoio ao tucano Aécio Neves no segundo turno das eleições presidenciais, contra a candidatura da petista Dilma Rousseff.


Como membro do Partido dos Trabalhadores, onde militou durante 23 anos, Marina ajudou a eleger e a implantar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em que exerceu o cargo de ministra do Meio Ambiente durante cinco anos e quatro meses. Foi um período importante, que consolidou as condições para o Ceará, terra dos pais de Marina, crescer mais velozmente do que a média nacional –3,4% ao ano, contra 2,3% da média nacional.


Anos também importantes para o Nordeste como um todo, que deixou de ser exportador maciço de mão-de-obra, já que criou oportunidade de emprego e renda “como nunca antes”. Só para efeito de comparação, ainda hoje a atividade econômica nordestina cresce acima de 4% (nos cinco primeiros meses de 2014), resultado superior à média nacional (0,6%), segundo o Banco Central.


Exemplo de superação das dificuldades, Marina Silva conta em sua biografia com uma passagem como empregada doméstica. Dureza. Mas a contribuição de Marina no fortalecimento do governo do primeiro operário na Presidência ajudou a mudar a situação das empregadas domésticas.


Primeiro com a valorização do salário mínimo, que passou de R$ 200, no último ano do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, para os R$ 724 atuais.


Depois, com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição das Empregadas Domésticas, de 2013, que ela, com seu exemplo e luta a favor dos oprimidos, ajudou (ainda que indiretamente) a garantir.


Mais de um século depois da Abolição da Escravatura, 7,2 milhões de empregados domésticos brasileiros foram incluídos na categoria de cidadãos dotados de mínimos direitos trabalhistas, entre os quais o controle da jornada de trabalho, definida em oito horas diárias.


Além disso, a categoria começou a receber horas extras, remuneradas com valor pelo menos 50% superior ao normal.


Marina estudou muito, de modo a formar-se como historiadora, professora e psicopedagoga, em uma época em que o país só oferecia aos membros da elite branca a possibilidade de conquistar um diploma de nível superior.


Como membro do Partido dos Trabalhadores e afrodescendente, Marina ajudou a fazer a revolução educacional que aumentou o acesso dos mais pobres e morenos aos bancos universitários. Pela via da ampliação no número de vagas nas universidades federais, do ProUni e do Fies, o número de vagas no ensino superior mais do que duplicou de 3,5 milhões (em 2002) para 7,1 milhões (em 2013).


Uma vida de vitórias, exemplos e superações.


Mas Marina Silva acabou no domingo 12 de outubro, quando virou as costas para sua própria trajetória ao declarar voto no candidato Aécio Neves, o representante de uma política econômica ostensivamente contrária à valorização do salário mínimo e à ampliação das políticas sociais e de inclusão.


Com o capital eleitoral que conseguiu reunir no primeiro turno (21,32 % do total de votos, ou 22.176.619 eleitores), Marina poderia ajudar sua Rede Sustentabilidade a se consolidar como a tal terceira via de que tanto falou antes.


Ela preferiu juntar-se a forças bem conhecidas dos brasileiros: Que criminalizam os movimentos sociais; que atentam contra a liberdade de imprensa; que são apoiadas pela chamada “Bancada da Bala”, por Silas Malafaia e por Marcos Feliciano.


Sem contar que os votos de Levi Fidelix (PRTB, o idiota que fez do aparelho excretor um programa de governo) devem ir para Aécio também.


Marília de Camargo César, autora da biografia “Marina: a vida por uma causa” (editora Mundo Cristão, 2010), conta que, diante de um problema de difícil resolução, a ex-ministra costuma praticar a “roleta bíblica”, que consiste em abrir a Bíblia aleatoriamente, para saber o que Deus recomendaria na situação.


Não é difícil imaginá-la nesse mister quando ela se saiu com a idéia de pedir que o PSDB reconsiderasse a campanha pela redução da maioridade penal, como condição sine qua non a seu apoio. Aécio respondeu sem pestanejar: não! E assim acabou-se mais uma convicção “firmíssima” de Marina.


Descansa em paz, Marina!


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