Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sábado, 31 de outubro de 2015

Sr. Promotor, com a devida vênia, o senhor é o retrato da estupidez

POR  · 31/10/2015
marum
O promotor Jorge Marum, de Sorocaba, que ganhou notoriedade por publicar em seu facebook,   edificante comentário  sobre a pergunta no Enem – segundo ele o “Exame Nacional-Socialista da Doutrinação Sub-Marxista”  – onde Simone de Beauvoir diz que uma mulher “não nasce mulher, torna-se mulher”, mostra como a elite que se adona das instituições brasileiras tornou-se estúpida.
” Aprendam jovens: mulher não nasce mulher, nasce uma baranga francesa que não toma banho, não usa sutiã e não se depila. Só depois é pervertida pelo capitalismo opressor e se torna mulher que toma banho, usa sutiã e se depila”
Evidente que a “baranga francesa” é um personagem do século 20, enquanto o Dr. Marum é apenas um troglodita do 21, destes que se pode encontrar nos botequins da madrugada, cuspindo para o lado e classificando as mulheres que passam em “gostosas” ou “barangas”, cogitando se tomaram banho ou se estão de sutiã.
Perfeitamente, nada de original se o indigitado personagem daí a pouco saísse rumo a sua cotidiana função de vender pepinos na feira, gritando que “moça bonita não paga, mas também não leva”  – com o devido perdão aos feirantes, gente boa e trabalhadeira. Há disso na vasta fauna humana e é para isso que as ideias progridem, para ir retirando pessoas da barbárie.
E nem é assim a maioria dos humildes, porque aprendi a ser respeitoso com um pintor de paredes, que mal garatujava o nome e nunca ouviu falar de Beauvoir ou Sartre, lá no Iapi de Realengo.
Mas o Dr. Marum, não.
Porque ele tem uma investidura da qual não está livre jamais em público, porque é promotor de Justiça e tem poder  sobre a vida, a liberdade e o convívio humano.
Mais, porque tem recursos intelectuais que lhe permitem avaliar a extensão do que faz e do que diz publicamente, e dizer no facebook é dizer publicamente.
E faz tempo que vem dizendo o que é.
Já em 2011, afirmava que ” contra o pensamento único, serei sempre minoria, mesmo que só restem eu e o Reinaldo Azevedo!”
Infelizmente, Dr. Marum, existem mais.
Muitos, inclusive, ascendidos ao Ministério Público e até à Magistratura porque, bem escolarizados e em geral à custa dos recursos  de universidades públicas, puderam passar em um concurso que lhes garante bons salários e uma condição próxima da divindade.
Como tem recursos de erudição, o Dr. Marum, bom covarde que é, apaga seus comentários e diz que fez, “apenas”, uma ironia.
Pior a emenda, doutor, porque ironia é dizer o contrário do que se quer dizer e em questões femininas repare da diferença da ironia de Mario de Andrade sobre as mulheres da aristocracia paulista: “Moça linda bem tratada,/três séculos de família,/burra como uma porta:/um amor!
Veja, Dr. Marum, que o grande autor paulista retrata,  com o talento que lhe falta, a condição desejada às mulheres naquela São Paulo que o senhor endeusa, a da sociedade paulistana dos anos 30.
Diz o contrário do que deseja, porque deseja o contrário do que diz, enquanto o senhor diz exatamente o que pensa, mesmo num sentido vergonhoso do que seja o verbo pensar.
O senhor é uma pobreza mental, embora regiamente paga pelo sofrido povo brasileiro para castigá-lo.
Mas é também uma prova de que a “meritocracia”, hoje resumida a passar num concurso público, está fazendo com o nosso país.
Gente que recebeu tudo, desde a escola até um alto cargo,  do povo brasileiro, das pessoas humildes que lhe custearam os estudos e lhe pagam o salário virarem isso: uma estranha ironia, onde se diz o que ninguém  merece ouvir.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Evangélicos, Aécio, a cocaína e o bafômetro Quem não faz o bafômetro vai respeitar a Constituição ?


Sugestão de rogerio espinheira, no Twitter

É razoável supor que a candidatura de Dilma Rousseff enfrente resistência em São Paulo num grupo bem específico: eleitores de inclinação religiosa evangélica – na maioria pentecostais – e da Classe C.

Eles seriam especialmente sensíveis à “questão moral” e, portanto, ao vazamento seletivo, preferencial, promovido pelo Juiz Sergio Moro, no Paraná.

Seriam eleitores sensíveis ao massacrante “envenenamento” a que o PiG submete os trabalhistas, desde Vargas.

A Presidenta Dilma repete que tem dois eixos morais em sua campanha:

- o eixo do combate à corrupção – porque ela tem todo o direito, como já fez, de desafiar o Aecioporto a tratar de corrupção, já que ele não tem autoridade moral para tratar do assunto;

- e o eixo da igualdade de oportunidades.

E ela tem autoridade moral para falar disso, porque subiu na vida pelejando, como diria seu mestre Brizola, e não foi nomeada vice-presidente da Caixa com 25 anos.

Há outros dois pontos obscuros na biografia desse precocemente talentoso político do Rio que milita em Minas.

Quem sabe o PT, o Partido da Tremedeira, segundo o Bessinha, não investiga pra nós ?

O Golpe  Militar entregou o CADE ao outro avô do Aécio, o mineiro Tristão da Cunha, mega-reacionário.

E, no CADE militarizado, o jovenzinho teria recebido uma Bolsa Família …

Entre 1977 e 1981, com 17 anos, o jenio precoce teria “trabalhado” como assessor na Câmara dos Deputados, enquanto cursava no Rio a Economia da PUC.

(Sempre na ponte-aérea para o Rio … É uma mania dele …)

Se isso for de fato verdade – o PT nos ajudará … – os avós de pai e de mãe o trataram com especial desvelo …

Está aí um caso típico de quem venceu na vida através da “meritocracia”.

Talvez fosse também interessante tratar de outros dois aspectos morais, nessa próxima temporada de debates e programas no horário eleitoral.

A questão da cocaína e da recusa em fazer o bafômetro.

O Conversa Afiada reafirma a convicção de que o candidato Aecioporto deveria se submeter a um exame público e transparente para definir se foi ou não usuário de cocaína.

Ele é candidato a Presidente da República.

O Brasil é um país assolado pela cocaína e o crack, e vizinho de produtores e comerciantes de drogas.

Não se pode correr o risco de ter um Presidente que foi usuário de drogas.

Só um exame público, na Fundação Oswaldo Cruz, diante das câmeras da Globo – e do Conversa Afiada – com médicos especializados, escolhidos pelas duas campanhas – poderá esclarecer essa dúvida cruel.

Que não é só do Conversa Afiada, mas de toda a família Perrella e do respeitado jornalista Fernando Barros e Silva, hoje na revista piauí, e que militou na Fel-lha (no ABC do C Af), com destaque, por muitos anos.

Reveja os trechos do programa Roda Morta em que Barros e Silva, de forma corajosa, apesar do âncora (…), trata da “questão moral”, a partir da confissão do próprio candidato tucano de que já consumiu maconha:
 








O senhor foi usuário de cocaína ?

É uma pergunta que todo brasileiro tem o direito de fazer !

E que, indiretamente, fez, como lembra Barros e Silva, o ardoroso defensor da candidatura Aécio, o agora eleito senador Padim Pade Cerra.

Num artigo na Fel-lha de São Paulo, em 15 de dezembro de 2013, Cerra, que ainda disputava a candidatura a Presidente pelo PSDB, exigiu que o debate sobre o consumo de cocaína fizesse parte das questões eleitorais em 2014.

Todos se lembram de um dos capítulos dessa sangrenta disputa entre Cerra e Aécio, num sábado, no Estadão, quando um redator da turma do Cerra escreveu celebre artigo “Pó pará, governador”,  para se referir a Aécio.

(É constrangedor assistir, hoje, a cenas em que o Padim Pade Cerra se posta ao lado de Aecioporto, candidato a Presidente. Não se distingue quem demonstra odiar mais o outro…)

O próprio “príncipe que virou sapo”, no magistral título de Ricardo Melo na Fel-lha, na mesma revista piauí, naquela celebre entrevista em que disse que o 7 de setembro é uma palhaçada, FHC disse:

“Agora, o Aécio gosta demais da vida privada dele. Pode parecer banal, mas é assim que as coisas funcionam.”

Vida privada ?

Mas, como, FHC, se o rapaz desde os 25 anos tem “vida pública” ?

Ou sempre foi assim e a irmãzinha não deixava a gente saber ?

Um outro ponto a ser considerado pelos eleitores evangélicos de Classe C é a questão moral do bafômetro e o alcoolismo.

Basta refletir: quantos brasileiros já se curaram do consumo de drogas e do alcoolismo com a ajuda de igrejas evangélicas ?

No vídeo que está na TV Afiada, se vê:

- Aécio completamente alcoolizado, mal se equilibra nas pernas, entra num botequim da zona Sul do Rio, à noite, e recompensa um garçom com gorda gorjeta;

- depois, numa reportagem da Globo (da Globo !!!),  se vê que a carteira de motorista dele está vencida;

- e que ele se recusa a fazer o teste do bafômetro: “preferiu não se submeter ao bafômetro”, diz o BO.

Quer dizer, então, amigo navegante evangélico, que corremos o risco de, numa emergência, numa crise que acabe de estourar, o Presidente da República poderá estar alcoolizado, sem poder andar – nem se dirigir à Nação ?

Quer dizer, então, amigo navegante evangélico, que o candidato da Moralidade se recusou a fazer o teste do bafômetro ?

Como diz aquele amigo navegante, se ele não respeita o teste do bafômetro, obrigação mínima, elementar de todo cidadão civilizado, quem garante que ele, Presidente, respeitará a Constituição ?

Quem garante que ele não feche TODOS os blogs ?

Inclusive este ?

Ou as igrejas evangélicas que não sigam o Malafaia e o Pastor Everaldo ?.

Em tempo
: amigo navegante lembra de outro assunto que o PT poderia explorar, não fosse o Partido da Tremedeira:


O “mensalão tucano” e a lista de Furnas

A lista relacionaria as pessoas beneficiadas pelo caixa de campanha de Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais

A ação penal no 1.274 da Procuradoria Geral da República – o chamado “mensalão tucano” – traz elementos contundentes sobre a participação do ex-governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB) no desvio de 4,5 milhões de reais (valores da época) de três estatais mineiras – Copasa, Cemig e BEMGE – para sua campanha eleitoral.

Mas traz informações esclarecedoras sobre a tal “Lista de Furnas”, que relacionaria as pessoas beneficiadas pelo caixa de campanha. Há uma discussão permanente sobre a veracidade ou não da lista.

(…)



Paulo Henrique Amorim


Da página do 'Ahhh, é sim', no Facebook

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Documentário “Crianças pobres nos EUA” – é isso o que querem copiar?

É ano eleitoral no Brasil. Desse modo, os brasileiros têm menos de 3 meses para tomar uma decisão que afetará suas vidas por muito tempo. Muitos de nós, inclusive, poderão não viver mais tempo do que durarem os efeitos que tal decisão eleitoral irá gerar, pois o mandato de um presidente gera efeitos para bem além dos seus quatro anos de duração.
Refletir sobre a escolha do próximo presidente da República e dos parlamentares do Congresso Nacional, porém, é o que menos querem os grupos que pregam voto nulo ou em branco ou que estimulam que essa escolha seja feita com base em sentimentos pouco racionais como raiva ou desprezo.
Com efeito, nas próximas eleições dois grupos políticos majoritários disputarão a Presidência e a hegemonia no Congresso. Mas qual é a diferença entre eles?
Um desses grupos governa o país e vem atuando, ao longo de 11 anos e meio, de forma a tirá-lo da área de influência dos Estados Unidos. O outro grupo, desde sempre prega que copiemos o modelo estadunidense e que nos unamos de todas às formas ao seu modelo político, econômico, institucional.
A argumentação do grupo político aliado aos grandes grupos de mídia, aos ideais predominantes nos Estados Unidos, ao grande empresariado brasileiro e ao mercado financeiro do país é o de que a solução dos nossos problemas sociais e econômicos – os quais, apesar de não terem sido resolvidos em 12 anos, diminuíram consideravelmente no período – estaria em nos aproximarmos da potência hegemônica e, mais do que isso, em copiá-la.
Nesse contexto, é mais do que apropriado documentário sugerido pelo leitor G. Lima. Ele postou o link do vídeo em comentário, porém não fez referências a quem produziu. Como não consegui contatá-lo, acabei me lembrando de que já havia assistido documentário com o mesmo teor – se não me engano, em 2012.
Já faz alguns anos que acompanho o canal estadunidense Public Broadcasting Service. Trata-se de rede de televisão pública de caráter educativo-cultural que faz contraponto às grandes redes comerciais. A PBS produz documentários, telejornais e programas educativos que destoam da ideologia predominante nos EUA.
Em pesquisa, descobri que o documentário foi produzido pela PBS e tenho quase certeza de que é o mesmo a que assisti em 2012. Seja como for, o leitor em questão descreve o que o material contém:
1. Crianças catam latinhas para vender e sobreviver.
2. Crianças estadunidenses vivem em um único quarto ou em quartos de moteis, mantendo alimentos dentro de uma pia com gelo por falta de geladeira.
3. Crianças moram em bairro de São Francisco em que o tráfico de drogas ocorre ao ar livre.
4. Filas imensas de pessoas aguardando para usar vale-refeição fornecido pelo governo Obama nos bancos de alimentos.
5. Ratos fazem companhia a família que vive em abrigo para sem-teto.

O leitor G. Lima diz esperar que, após assistir a esse documentário “As pessoas aprendam a valorizar o seu país”. O que o leitor quer dizer é que o complexo de vira-latas de que padece boa parcela deste povo imagina que só aqui existem mazelas sociais.
Os basbaques pró-EUA dirão que lá existe pobreza, mas que a nossa é muito maior. Claro que sim. Isso é verdade. Há várias teorias para explicar por que irmãos do Norte alcançaram maior desenvolvimento cultural, tecnológico e econômico, como por conta da colonização (ingleses versus portugueses, etc.). Porém, essa linha de pensamento despreza a contradição ianque.
Os EUA são a maior potência econômica, tecnológica e cultural do planeta. Recursos para eliminar a pobreza não lhes falta. O que falta àquele povo é o entendimento de que a pobreza atrasa uma nação, a torna insegura e diminuiu suas possibilidades de progredir.
Em resumo, os estadunidenses, em maioria, não querem que o dinheiro público seja usado para eliminar a pobreza, que, por lá, é considerada – não por toda população, repito, mas certamente pela maioria – como um defeito do pobre, quase como uma deformação moral, intencional, como se alguém escolhesse ser pobre.
Resta, pois, deixar o leitor com esse importante documento histórico que mostra que a ideologia que um dos grupos políticos que pretende governar o Brasil acalenta é a de “convivência” com a pobreza. Esse grupo jamais dirá isso abertamente, mas quem acompanha a política brasileira sabe que a oposição ao governo vigente que conta, pensa assim.
Fique, pois, com “As Crianças Pobres da América”. E reflita.


As crianças pobres dos EUA por pirgah

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Pré-sal, o discurso que Aécio não fez e engoliu

Aécio foi cobrado a ser mais duro e assertivo do que o usual e centrar fogo na crítica à política econômica e ao leilão de Libra.


Aécio Neves ocupou a tribuna do Senado na terça (22) para fazer um duro discurso contra o leilão do pré-sal. Na quinta-feira da semana anterior (17), ele havia se encontrado com seu mentor intelectual, o ex-presidente FHC, e seu mentor de bate-pau, Tasso Jereissati, para discutir a campanha, chorar as mágoas contra José Serra e definir estratégias.

Aécio foi cobrado a ser mais duro e assertivo do que o usual e centrar fogo na crítica à política econômica. Um dos pontos altos desta semana deveria ser a crítica ao leilão de Libra. O triunvirato tucano ali reunido definiu a linha: bater no leilão, sem dó nem piedade, e criticar seu resultado.

O problema é que, com base nas informações que tinha em mãos, a conclusão foi a de que a crítica certeira seria ao chavismo do governo do PT e do quanto isso estava se encaminhando para contaminar a economia do país. Explique-se: até antes do leilão, a aposta que se fazia era a de que Libra seria arrematada por consórcio formado exclusivamente pela Petrobrás em aliança com os chineses. Ou seja, seria uma exploração 100% estatal.

O carimbo da crítica ao chavismo havia sido recém ressuscitado por Marina Silva e daria boas manchetes para a semana, além de fornecer uma imagem que assusta o empresariado. É o discurso que desce redondo em financiadores de campanha, que são também os grandes financiadores da mídia.

Só tinha um problema: a estratégia brilhante estava baseada em um palpite infeliz. O consórcio vencedor do leilão acabou sendo formado pela Petrobrás (em 40%), duas estatais chinesas, a CNPC e a CNOOC (10% cada), a anglo-holandesa Shell (20%) e a francesa Total (20%).

Aécio teve que engolir o discurso preparado, que deve agora estar no lixo, a caminho de uma usina de material reciclável. Às pressas, uma nova peça retórica teve que ser escrita para o dia seguinte.  Daí saiu o arremedo de nacionalismo para que se "reestatize a Petrobras".

A linha destoou da que o alto tucanato gostaria de atacar, enfatizando a rejeição ao modelo de partilha e ao fato de o leilão ter tido apenas um concorrente.

Pesou aí a relação estreitada recentemente entre Aécio e Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, a quem o mineiro deve favores pela criação do partido Solidariedade. Paulinho convenceu Aécio de que era hora de se aproveitar do ruído sindical provocado entre os petistas e dentro da CUT com o leilão. Esse Paulinho é o mesmo citado no livro de Palmério Dória ("O Príncipe da Privataria") pedindo financiamento de campanha a Benjamin Steinbruch em troca do "favor" que fez ao grupo que arrematou a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN):"eu lhe dei a CSN" - teria dito ele a Steinbruch, conforme o relato de Dória.

Aécio prometeu que, em um governo do PSDB, a Petrobras seria regida pela meritocracia, ou seja, por técnicos, e não por indicações políticas. Não comentou nada sobre o que faria com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), que FHC fez questão de confiar a seu próprio genro, à época, David Zylbersztajn, num claro exemplo de como funciona a meritocracia em governos tucanos. Também não disse se a gestão do metrô de São Paulo é um bom exemplo desse tipo de meritocracia.

O carimbo do chavismo fica para uma outra oportunidade; ou, quem sabe, para um discurso de Marina Silva.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O ABISMO INTELECTUAL DE AÉCIO NEVES.


O abismo de Aécio
                                                           (04/02/2013) 

Nosso “aparte” semanal ao senador Neves incide sobre sua pregação quase religiosa do fracasso do Brasil sob a presidência de Lula e Dilma.
Desta vez ele escreve sobre a perda de posição da Petrobrás, de maior petrolífera da América Latina para a colombiana Ecopetrol. Sua fonte é uma matéria do Financial Times, uma das fontes mais “respeitadas no mundo, na área financeira”, segundo ele.
A partir dessa informação, ele agrega, como argumento de autoridade e doutrina para a gestão pública e estatal, a análise feita por um obscuro “Instituto Acende Brasil”, em texto intitulado "Gestão Estatal: Despolitização e Meritocracia", para o setor elétrico.
Vamos aos pedaços.
Em primeiro lugar, o citado artigo do Financial Times traz muito mais informações do que aquela pinçada pelo senador tucano. O índice usado para o artigo do jornal inglês foi a capitalização da Ecopetrol em 2012. Mas, no próprio texto vem a relativização do resultado, tanto por especialistas, quanto por gestores da estatal colombiana. Aliás, a matéria informa também que a Ecopetrol é 80% estatal. Detalhe omitido pelo discurso apologético ao gerencialismo privado. Algumas informações são relevantes para entender a atipicidade do crescimento da empresa colombiana, segundo o próprio jornal britânico:
a) o mercado de ações na Colômbia é muito pequeno e a Ecopetrol tornou-se uma espécie de porto seguro para todos os tipos de investidores do país;
b) os fundos de pensão colombianos sofrem forte restrição estatal, para especular no estrangeiro e, portanto, convergem seus recursos para a Ecopetrolcomo forma de valorização de seu patrimônio;
c) fortes aportes estatais desde 2007 garantiram um regular fluxo de investimentos na empresa;
d)  há consultores que desconfiam de sobrevalorização contábil de setores da própria empresa.
Finalmente, o próprio presidente da Ecopetrol, Javiér Gutiérrez, é comedido e não comemora o novo ranqueamento: "Não se pode realmente comparar, porque a Petrobrás é um gigante em muitas frentes. (…) A capitalização de mercado é simplesmente um reflexo da confiança que o mercado tem na Colômbia, em geral, e em particular a Ecopetrol, mas o mercado tem altos e baixos."
Ou seja, Aécio pinçou uma informação de um texto, omitiu todo o resto e sustentou sua análise pessimista sobre a Petrobrás, baseado somente em suas posições ideológicas privatistas.
Ora, a Ecopetrol é exatamente o exemplo inverso do que ele defende: é mais “estatal” que a Petrobrás, opera num mercado de ações fraco (atraindo investimentos como um refúgio) e se beneficia com fundos de pensão daquele país, fortemente constrangidos a nela investir.
Tais “detalhes” não poderiam ser omitidos na análise de quem pretende ser presidente do Brasil. Seria desonestidade intelectual, se não conhecêssemos a superficialidade com que o senador trata esses temas. Leia abaixo a matéria original do Financial Times com os dados ignorados pelo senador.
Em segundo lugar, o tal “Acende Brasil” é uma instituição que expressa as opiniões e interesses dos acionistas privados nas estatais elétricas. Logo, seu discurso sobre meritocracia tem um olhar para os dividendos a serem pagos aos grandes acionistas e não à qualidade e economicidade dos serviços prestados ao povo.
Conclusão: Aécio até se esforça para se credenciar como alternativa da direita privatista e neoliberal do país; mas, convenhamos, com o seu “Control C, Control V” seletivo fica cada vez mais difícil, até para as tais elites dessa direita, acreditar na aposta de que ele possa liderar algum projeto de oposição.

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Ecopetrol overtakes Petrobras by market cap

By Ed Crooks and Pan Kwan Yuk in New York and Andres Schipani in Cartagena

         Colombia’s national oil group Ecopetrol has grown to become the largest listed company in Latin America, ahead of Brazil’s Petrobras, in one of the most dramatic moves in the global energy industry of the past year.
         Colombia’s strong resource base and business-friendly policies have made it a favoured location for the international oil industry, and Ecopetrol, which is 80 per cent owned by the government, accounts for about four-fifths of the country’s production.
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However, some investors and analysts believe the rise of more than 50 per cent in its shares over the past 15 months is not justified by the fundamentals of the business.
Ecopetrol’s market capitalisation of $129.5bn at Friday’s close was greater than Petrobras’s $126.8bn, even though the Brazilian company’s production is about three times greater.
Javier Gutiérrez, Ecopetrol’s chief executive, himself sounded cautious about the company’s valuation.
“One cannot really compare because Petrobras is a giant on many fronts,” he told the Financial Times.
“The market capitalisation is simply a reflection of the confidence the market has in Colombia in general, and Ecopetrol in particular, but the market has ups and downs.”
In spite of excitement over the huge oil discoveries off the coast of Brazil, Petrobras’s shares have lost 45 per cent of their value over the past three years, hit by disappointing financial results and concerns about the huge investment needed to develop those fields.
It has also faced persistent political intervention, including fuel-price regulation and action to claim additional tax payments.
Robin West of PFC Energy, the consultancy, argues that Colombia’s market-friendly policies have helped deliver a strong rebound in oil production since 2007, and Ecopetrol is well positioned to benefit from future growth.
However, other analysts and investors argue that investment flows are the most important factor behind Ecopetrol’s recent share price performance.
One private equity manager argued that restrictions on Colombian pension funds’ foreign investments were driving investment in Ecopetrol.
“The funds are getting more and more inflows every year and they need to invest this money,” he said.
“The local stock market is relatively small. Ecopetrol is the biggest stock on it so that is why you are seeing so much demand for the shares.”
Alexander Muromcew, emerging market equity portfolio manager at financial services group TIAA-CREF, said he believed funds flowing between Petrobras and Ecopetrol may have lifted the Colombian company’s shares.
“In our view, Ecopetrol’s gains are not supported by the company’s fundamentals,” he said. “While Ecopetrol was a good growth story in 2012, its recent earnings have been disappointing. The bloom may be coming off the rose on this one.”
Diego Usme, an analyst with Ultrabursátiles, a brokerage in Bogotá, said he considered the shares overvalued compared with other similar companies, and compared with its discounted cash flows.
One of the reasons, he said, was that “many investors, regular people, consider Ecopetrol as a sort of refuge; a safe bet”.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Elitismo revestido de “meritocracia”

Obrigado a ficar andando de carro, hoje de manhã, ouvi a pancadaria que recebeu a UFRJ na rádio CBN por ter aderido ao ENEM como forma de seleção exclusiva para o ingresso na mais antigas e uma das mais prestigiosas universidades brasileiras.
Lucia Hippólito e o comentarista Sérgio Besserman Viana – ex-presidente do IBGE no Governo FHC, dirigente nacional do PSDB – disseram que isso era um “nivelamento por baixo”, algo como a destruição do mérito e da qualidade acadêmica, porque não se faria uma seleção “específica” para o nível e as pretensões de uma instituição do padrão da UFRJ.
Não, não é. E Sergio Bessermann é, pessoalmente, prova de que isso não é verdade, a não ser que não considere a si mesmo como exemplo de aluno que não merecia ter sido aprovado. Ele passou no vestibular da UFRJ no mesmo ano em que eu. Ambos sabemos que fomos selecionados num exame igualmente geral – o então Cesgranrio – que servia de porta de entrada  a quase todas as universidades e faculdades do Rio de Janeiro. Exatamente como é o Enem.
O único problema de Besserman com a UFRJ foi vocacional, não de qualidade intelectual, tanto que a deixou para fazer História e, depois, Economia na PUC.
O Cesgranrio tinha deficiências graves. Mas, no geral, passar para um “federal” não era então e não é hoje coisa que aconteça com quem está despreparado. Os pais de adolescentes – e eles, mais do que ninguém – sabem disso, perfeitamente.
Não é o caso de discutir se, do ponto de vista acadêmico, uma universidade pode ou deve ter seleções específicas. Esta é uma longa e profunda discussão. Mas, mesmo que considere assim, igualmente deve usar o Enem como pré-seleção, porque o gigantismo dos vestibulares das universidades públicas tornou-se um processo monstruoso de distorção, em vários aspectos.
Primeiro, das funções da Universidade. Preparar e realizar exames simultâneos para cem mil ou mais vestibulandos, com os requisitos de qualidade e segurança que isso impõe, na aplicação das provas e em sua correção acabou se tornando uma das principais preocupações da academia. E é caríssimo.
Daí, vem o segundo problema. O aluno que faz prova para a UFRJ, faz outra prova para a UFF (em Niterói), outra para a UERJ (estadual) e,  em certos cursos, também para a Unirio (federal) e a Universidade Federal Rural, em Seropédica.  Em outros casos, havia mais  um – o da Universidade Estadual Darcy Ribeiro, em Campos, que hoje também adota apenas o Enem. Para cada uma, uma taxa de inscrição. Em 2008, a inscrição da UFRJ custava R$ 95. Imagine o custo, para uma família de classe média baixa ou para um jovem trabalhador de fazer cinco inscrições para cinco vestibulares?Ou seis, em alguns casos?
Afora isso, o fato de realizar dois ou até três dias de provas para cada um dos cinco vestibulares públicos criava um período em absoluta indisponibilidade e stress para estes jovens. Se, por acaso, tivessem um emprego, era virtualmente impossível fazerem todas estas provas.
É evidente que a elevação do nível de nossas grandes universidades depende, e muito, da qualidade do ensino básico e do médio. Embora a política de cotas seja um correto remédio emergencial para as desigualdades, ela não resolve sozinha estes problemas e nem se deseja que seja eterna, pois que não se deseja a eternidade da desigualdade.
Mas nada justifica que, sob este argumento, seja mantido um sistema de seleção que é  caro, torturante e  elitista.Tanto que das universidades fluminenses – por decisão de seus conselhos acad~emicos e não do Governo – só a UFF não aderiu ainda à seleção apenas pelo Enem.
É uma atitude estranha que isso seja proposto, em nome da “excelência da UFRJ”, por alguém que chegou a ela por um exame geral como era o do Cesgranrio, como Sérgio Besserman.
Com vestibular específico ou com Enem, passar para a UFRJ continuará sendo uma façanha digna de aplauso, pela capacidade e pelo esforço, para qualquer jovem. Como o foi, naquele vestibular de 1977, para o então jovem e então esquerdista Sérgio BessermanViana.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Enem: instrumento de subversão marxista

Filed under: Plano Condor-de-Saias — Hariovaldo @ 20:16 

 
Enem a pau!
O Enem cada dia mais se transforma num mecanismo de subversão social e doutrinação marxista para juventude
Não existe ofensa maior aos homens de bem do que tentar equivaler os seus filhos aos filhos da gentalha, subvertendo a ordem natural e divina que edificou os estamentos da República pelo nascituro, incentivando a usurpação pelas classes subalternas dos lugares pré-estabelecidos para os jovens mancebos de bem, através do famigerado Enem, um dos pilares da subversão comunista implantado pela ditadura lullodilmista no Brasil. Esse pseudo exame que a cada dia mais se imbui do conteúdo ideológico bolchevista, obrigando os alunos a estudarem os demoníacos textos de Carlos Marques para responderem às questões da prova, enquanto suas pobres cabecinhas vão sendo entorpecidas pelo mal, ficando a mercê de todo tipo de mentiras e enganações armadas pelos comunistas contra a salutar escala social, necessária ao pleno desenvolvimento da sociedade nacional.
Cada um deve ter o estudo adequado a sua classe social, por isso é um grande absurdo a ilusão que o sapo barbudo vendeu para a gentalha de que filho de pedreiro, de carpinteiro, de padeiro, pode ser doutor! É inaceitável dividirmos nossas universidades com este tipo de gente. Na onde já se viu uma empregada doméstica que trabalha na mansão de uma homem bom querer que sua filha estude medicina na mesma faculdade da filha do seu patrão? É um absurdo, um acinte horroroso contra todos nós. É preciso que esse povo desqualificado seja contido em seus devidos lugares para evitar o desmoronamento dos alicerces republicanos instituídos pelos nosso ancestrais.
A educação para as classes populares deve se ater às necessidades dos ofícios para qual estas classes se destinam, caso contrário em breve enfrentaremos grandes transtornos pela falta de serviçais qualificados, desde a industria até nossas humildes mansões. O ensino para esta gente deva ser técnico, visando a formação de bons mecânicos, motoristas, lavadeiras, cozinheiros, serventes, babás, jardineiros, garçons, etc, etc, e etc. Nada de vermos os filhos da pobreza tomando os lugares dos belos jovens de tez alva e olhos claros nas melhores universidades do país. Enem para estes moreninhos nem agora Enem nunca.
E tenho dito!