Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sábado, 17 de dezembro de 2011

O game do momento: Privataria Tucana

Por que governo e cúpula do PT não apoiam a CPI da privataria?

Nos últimos dias, o deputado Candido Vaccareza, líder do governo na Câmara dos Deputados, o presidente daquela Casa, deputado Marco Maia, e a própria presidente Dilma Rousseff deram declarações contrárias à instalação da CPI da Privataria, proposta pelo deputado comunista Protógenes Queiroz, que já contabiliza mais assinaturas do que as 171 necessárias.
Que a grande mídia e o PSDB agora minimizem as denúncias contidas no livro A Privataria Tucana depois de tentarem (sem sucesso) escondê-las, é compreensível. Ambos estão envolvidos nas denúncias – os tucanos por terem conduzido o processo e a mídia por ter feito grandes negócios com o que foi privatizado. O que não se entende são as posturas da cúpula do PT e da presidente Dilma.
Mesmo que cerca de 30% dos deputados do PT, até agora, tenham aposto suas firmas no requerimento da Comissão Parlamentar de Inquérito, é inadmissível que as mais altas instâncias do partido que mais denunciou as privatizações da era Fernando Henrique Cardoso agora ajam dessa forma, com esse discurso dúbio que sugere medo ou até culpa no cartório.
Se essas autoridades não querem se envolver politicamente, apesar de ocuparem cargos políticos, que dissessem que esse é um assunto que o conjunto do Poder Legislativo terá que decidir. Seria uma forma menos afrontosa de se omitirem do dever que têm de investigar denúncias tão graves de tamanha quantidade de dinheiro público que dizem ter sido afanado por membros do governo federal no fim da década retrasada.
É bem provável que metade dos deputados federais brasileiros assine o requerimento dessa CPI, mas mesmo se ela não tivesse uma só assinatura a mais do que o mínimo necessário deveria ser aberta porque não se imagina que quase duas centenas de deputados estejam vendo coisas ao acharem que há o que investigar.
Uma das frases de autoridades filiadas ao Partido dos Trabalhadores que mais causou espécie ao ir de encontro à instalação da CPI da Privataria foi proferida na televisão pelo deputado Candido Vaccareza. Ele disse que não apoia a instalação da investigação porque não há que ficar “olhando no retrovisor como a oposição”.
Em primeiro lugar, a oposição não olha no retrovisor. Essa alusão ao equipamento obrigatório em veículos automotores surgiu no Brasil já na campanha eleitoral de 2002, quando tucanos diziam que o povo não deveria escolher o próximo presidente da República olhando no retrovisor. Depois, a tese se repetiu nas eleições presidenciais de 2006 e de 2010.
O uso da figura de linguagem tucana pelo deputado petista também é injusta com o PSDB. O que esse partido mais tem feito foi se esquivar do passado. As denúncias que faz são para investigar o presente enquanto prega o esquecimento de possíveis crimes do passado. Acusar a oposição de olhar pelo retrovisor, portanto, não faz sentido.
Alguns aludem a uma suposta “estratégia” da presidente Dilma e da cúpula do PT ou à tese de que não lhes caberia iniciativa de investigar roubo de dinheiro público, o que não é verdade. Pelo contrário: tendo notícia de casos de corrupção, o dever da autoridade constituída é o de investigar ou dizer por que não cabe fazê-lo.
Nos últimos anos, foram feitas CPIs para investigar compra de tapiocas por ministros e grampos telefônicos de autoridades cujos áudios jamais apareceram. Durante o governo Lula, a oposição obteve praticamente todas as investigações que pediu. Neste governo, que ninguém duvide que irá obter muitas mais.
Preocupa, no entanto, a tese de que o tempo justifica e absolve crimes da magnitude dos que são denunciados pelo livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., pois sugere que se houver corrupção e ela tardar a ser descoberta, corruptos e corruptores estarão livres.
De repente, o rigor com a corrupção que a tantos encantou durante os últimos nove anos, sumiu. E o governo e a cúpula do PT parecem achar, no mínimo, que se forem condescendentes com os adversários serão poupados mais adiante, quando surgirem denúncias contra esse governo.
Resumindo: a impressão que se tem, quando as autoridades supracitadas se manifestam contrariamente à investigação da privataria, é a de que têm o rabo preso de alguma forma, ainda que não se saiba qual. Aliás, a honestidade intelectual obriga a considerar a acusação do PSDB quando diz que tudo foi armação de novos “aloprados”.
Cidadãos de verdade não podem aceitar nem que supostos crimes de tucanos deixem de ser investigados, nem que petistas forjem acusações contra os adversários. Aqui se trata de uma questão de justiça. A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a privataria precisa ser instalada para que se saiba qual dos lados agiu criminosamente.
Pelas razões expostas, este blog e seu signatário exigem a instalação da CPI da Privataria. E você, leitor?

CPI, Maia a Protógenes: vou cumprir o regimento



Como se sabe, depois do Sírio, a última trincheira de resistência dos Privatas do Caribe é na Folha (*).

Primeiro, na colona (**) Painel, onde o Cerra é recebido com tapete vermelho.

Depois, na Ilustrada, onde certa colonista amplifica as “informações” da “ equipe médica” dos Privatas.

As duas fortalezas da resistência tucana saem a dizer por aí que o Presidente da Câmara faz jogo de cena.

Faz o minueto piguento.

Diz em off que não vai instalar a CPI do Protógenes, porque não tem “objeto específico”.

E em público se comporta como um Presidente.

Por “objeto específico” entenda-se algo concreto, físico, assim como a bolinha do Ali Kamel e do perito Bolina.

Ou, a briberization do Carlos Jereissati ao Ricardo Sérgio de Oliveira, tesoureiro de campanhas do Cerra e FHC, para comprar a Telemar, na Privataria Tucana.

Algo físico, palpável, embolsável, transformável em Chateau Petrus na Enoteca Fasochiorri.

Ou, por exemplo, a lavagem de dinheiro do Daniel Dantas, do Naji Nahas e do Ricardo Sérgio na catedral do Banestado, durante a Privataria do Fernando Henrique.

O ansioso blogueiro telefonou nesta manhã de sábado para o deputado Protógenes.

Estava mais interessado em confirmar a informação ontem aqui divulgada: Protogenes vai chamar o Armínio Fraga para depor no âmbito das suspeitas sobre a composição da dívida externa brasileira e o banco francês Paribas.

Sim, é exatamente sobre isso, confirmou ele.

– E essa historia piguenta de que o Marco Maia tá jogando para a plateia e na hora “h “ não instala a CPI, porque não tem “objeto específico “?

- Eu consultei ele enquanto recolhia as assinaturas, disse o deputado Protógenes da CPI.

- E o que disse o Presidente petista ?

- Que se eu tivesse o numero de assinaturas que o regimento exige, ele ia cumprir o regimento.

- E essa história das meninas da Folha, ínclito delegado ?
- Meninas ? Não tô sabendo.

Pano rápido.

Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) “Colona” não se refere a cólon. Mas a colonistas que tratam o Brasil da perspectiva do que imaginam que a Metrópole imaginaria o Brasil. No caso especifico de Gaspari, ele trata o Brasil da perspectiva do que imagina que os professores de Harvard pensariam do Brasil e dele…

PRIVATARIA VENDE DE CAMINHÃO.


Amigo navegante Ruy telefona esbaforido:

- Ansioso blogueiro, o Emediato tá vendendo o Amaury a caminhão.

- Caminhão ?

- Liga pra ele, ansioso blogueiro !

Ontem, estacionou um caminhão da rede Saraiva na porta de uma das três graficas que imprimem o Privataria Tucana.

E disse que só saía de lá quando recebesse os 15.500 que já tinha encomendado.

Inesperadamente, uma camionete fecha o caminhão da Saraiva e avisa: só saio daqui com os meus mil livros.

Deu-se uma certa confusão.

Nada que o Luiz Fernando Emediato, editor do Amaury, não pudesse contornar.

Na terça-feira da semana que vem, quando também deve ser instalada a CPI do Protógenes e do Marco Maia – clique aqui para ler sobre o regimento – o Emediato terá rodado 80 mil exemplares.

Quinze mil da primeira ediçao.

Trinta mil, ontem, quando houve esse entrevero na porta de uma das gráficas.

Mais 35 mil até terça-feira.

Desses 80 mil, explica o Emediato, 70 mil são só para entregar, porque já estão vendidos.

Emediato conta que, agora está diante de um sério dilema: quantos exemplares rodar ate o dia 23, quando a editora entra de férias.

Ele precisa ter livros impressos até 3 de janeiro, quando volta das férias.

Que problema, hein ?, amigo navegante ?

Pergunto ao Emediato se alguma editora se recusou a vender o livro, mesmo de coloração tucana mais nítida.

– Nenhuma ! Nenhuma ! Não houve um único boicote !

– E o Cerra tentou te pressionar ?

- Não, respondeu o Emediato. É como saiu na Carta Capital. Ele mandou um emissário muito gentil, cordial .

- Mas, o que ele queria ?

- Conversar. Uma palavrinha. Agora, eu te pergunto: eu com o livro rodando ia conversar o que com o Cerra ?

- Sobre o Palmeiras, ponderei.

- Ele pensa que é Deus, que eu tenho que ir lá ouvir ele ?

(Só que pensa, pensou o ansioso blogueiro com seus botões.)

- Se ele quiser vir ao meu escritório, eu recebo ele com toda a cordialidade, como faço com todo mundo, disse o Emediato.

- Você já tinha visto um fenômeno igual ?

- Não, com essa rapidez, não. E olha que eu editei o “Honoráveis Bandidos”, do Palmério Doria, que vendeu até agora 120 mil exemplares e continua vendendo.

- Mas, não teve assim, uma explosão de vendas, como o Amaury ?

- Teve uma coisa parecida, conta o Emediato. O livro é sobre o Sarney e numa noite de autógrafos em São Luis saiu um quebra- quebra, a coisa foi parar na internet e o livro explodiu.

- Acho que você vai ter um problema muito sério, Emediato, disse eu.

- Mais um ?

- Eu acho que o Elio Gaspari vai reivindicar na Justiça a paternidade da palavra “privataria”.

- Não, não tem esse perigo, não, disse o Emediato.

E caiu na gargalhada !

Pano rapido.

Paulo Henrique Amorim

Mino: ai de quem mexe na “reserva moral” do País

O imperdível artigo de Mino Carta, na edição desta semana de Carta Capital:
Pergunto aos meus intrigados botões por que a mídia nativa praticamente ignorou as denúncias do livro de Amaury Ribeiro Jr., A Privataria Tucana, divulgadas na reportagem de capa da edição passada de CartaCapital em primeira mão. Pergunto também se o mesmo se daria em países democráticos e civilizados em circunstâncias análogas. Como se fosse possível, digamos, que episódios da recente história dos Estados Unidos, como os casos Watergate ou Pentagon Papers, uma vez trazidos à tona por um órgão de imprensa, não fossem repercutidos pelos demais. Lacônicos os botões respondem: aqui, no Brazil-zil-zil, a aposta se dá na ignorância, na parvoíce, na credulidade da plateia.
Ou, por outra: a mídia nativa empenha-se até o ridículo pela felicidade da minoria, e com isso não hesita em lançar uma sombra de primarismo troglodita, de primeva indigência mental, sobre a nação em peso. Não sei até que ponto os barões midiáticos e seus sabujos percebem as mudanças pelas quais o País passa, ou se fingem não perceber, na esperança até ontem certeza de que nada acontece se não for noticiado por seus jornalões, revistonas, canais de tevê, ondas radiofônicas.
Mudanças, contudo, se dão, e estão longe de serem superficiais. Para ficar neste específico episódio gerado pelo Escândalo Serra, o novo rumo, e nem tão novo, se exprime nas reações dos blogueiros mais respeitáveis e de milhões de navegantes da internet, na venda extraordinária de um livro que já é best seller e na demanda de milhares de leitores a pressionarem as livrarias onde a obra esgotou. A editora cuida febrilmente da reimpressão. Este é um fato, e se houver um Vale de Josaphat para o jornalismo (?) brasileiro barões e sabujos terão de explicar também por que não o registraram, até para contestá-lo.
Quero ir um pouco além da resposta dos botões, e de pronto tropeço em -duas razões para o costumeiro silêncio ensurdecedor da mídia nativa. A primeira é tradição desse pseudojornalismo arcaico: não se repercutem informações publicadas pela concorrência mesmo que se trate do assassínio do arquiduque, príncipe herdeiro. Tanto mais quando saem nas páginas impressas por quem não fala a língua dos vetustos donos do poder e até ousa remar contracorrente. A segunda razão é o próprio José Serra e o tucanato em peso. Ali, ai de quem mexe, é a reserva moral do País.
Estranho percurso o do ex-governador e candidato derrotado duas vezes em eleições presidenciais, assim como é o de outra ave misteriosa, Fernando Henrique Cardoso, representativos um e outro de um típico esquerdismo à moda. Impávidos, descambaram para a pior direita, esta também à moda, ou seja, talhada sob medida -para um país- que não passou pela Revolução Francesa. Donde, de alguns pontos de -vista, atado à Idade Média. O movimento de leste para oeste é oportunista, cevado na falta de crença.
Não cabe mais o pasmo, Serra e FHC tornaram-se heróis do reacionarismo verde-amarelo, São Paulo na vanguarda. Estive recentemente em Salvador para participar de um evento ao qual compareceram Jaques Wagner, Eduardo Campos e Cid Gomes, governadores em um Nordeste hoje em nítido progresso. Enxergo-o como o ex-fundão redimido por uma leva crescente de cidadãos cada vez mais conscientes das -suas possibilidades e do acerto de suas escolhas eleitorais. Disse eu por lá que São Paulo é o estado mais reacionário da Federação, choveram sobre mim os insultos de inúmeros navegantes paulistas.
Haverá motivos para definir mais claramente o conservadorismo retrógado de marca paulista? E de onde saem Folha e Estadão, e Veja e IstoÉ, fontes do besteirol burguesote, sempre inclinados à omissão da verdade factual, embora tão dedicados à defesa do que chamam de liberdade de imprensa? Quanto às Organizações Globo e seus órgãos de comunicação, apresso-me a lhes conferir a cidadania honorária de São Paulo, totalmente merecida.