Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Segundo golpe de Temer será contra você; ele até confessa


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Tremei, brasileiros que leem, informam-se e pensam. Como dizia um meme que circulou pelas redes sociais, o impeachment de Dilma foi comemorado pelos poucos que lucrarão com ele e pelos muitos que não sabem o que irá gerar.

Na quarta-feira da infâmia, 31 de agosto, em seu “discurso de posse”, Temer chegou ao ponto de dar pistas sobre o que fará. Os trechos a seguir demonstram isso à perfeição.

Temer afirmou estar preocupado com a imagem externa do Brasil:

“(…) Eu conservo a absoluta convicção de que é preciso resgatar a credibilidade do Brasil no concerto interno e no concerto internacional, fator necessário para que empresários dos setores industriais, de serviços, do agronegócio, e os trabalhadores, enfim, de todas as áreas produtivas se entusiasmem e retomem, em segurança, com seus investimentos (…)”

Se essa preocupação for legítima, porém, ele começou muito mal. A imagem do país desmoronou por conta justamente da trama sórdida que esse usurpador levou a cabo em dueto com Eduardo Cunha.
Abaixo, alguns exemplos de como a imagem do país ficou após o golpe.

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Não parece ter sido esse o objetivo de Temer, mas foi o que ele e seus asseclas conseguiram com o ataque que empreenderam contra a democracia.

Mas muito pior do que a imagem do país, que os golpistas macularam de forma tão grave, é o objetivo deles. Temer ocupa a presidência da República, mas jamais poderia ser presidente se disputasse uma eleição porque é “ficha-suja”, está inelegível por oito anos por condenação da Justiça eleitoral, devido a fraudes em suas contas de campanhas eleitorais passadas.

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Justamente por não ter como continuar no cargo após 2018 mesmo se fizesse um governo espetacular (hipótese que não passa de piada de humor-negro) é que o capital e a direita quiseram colocá-lo na Presidência; a Temer caberá fazer o serviço sujo de acabar com os direitos trabalhistas dos brasileiros, antiga reivindicação dos grandes empresários.

A direita quer acabar com os direitos inscritos na CLT de Getúlio Vargas, que a elite brasileira nunca aceitou, e com o gasto de dinheiro público com aposentados e com saúde pública, para que os cofres públicos possam ficar mais gordos para ser saqueados pelo topo da pirâmide.

Nesse aspecto, Temer, em seu discurso de posse, chegou ao ponto de declarar o objetivo de seu mandato.

“(…) A força da União, nós temos que colocar isso na nossa cabeça, deriva da força dos estados e municípios. Há matérias, meus amigos, controvertidas, como a reforma trabalhista e a previdenciária. A modificação que queremos fazer, tem como objetivo, e só se este objetivo for cumprido é que elas serão levadas adiante, mas tem como objetivo o pagamento das aposentadorias e a geração de emprego. Para garantir o pagamento, portanto. Tem como garantia a busca da sustentabilidade para assegurar o futuro.

Esta agenda, difícil, complicada, não é fácil, ela será balizada, de um lado pelo diálogo e de outro pela conjugação de esforços. Ou seja, quando editarmos uma norma referente a essas matérias, será pela compreensão da sociedade brasileira. E, para isso, é que nós queremos uma base parlamentar sólida, que nos permita conversar com a classe política e também com a sociedade (…)”

Para quem quiser entender o que significa toda essa enrolação acima, aí vai, abaixo, o resumo da ópera.

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Para quem não sabe o que quer dizer “flexibilização da CLT”, em resumo quer dizer que, em tempos de desemprego, você vai ter que aceitar trabalho sem férias, décimo-terceiro salário, fundo de garantia etc., etc.

Mas não fica só por aí.

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O tucanês voltou a ser falado no país e não só pelos tucanos, mas, como outrora, também pelos peemedebês.

O que eles querem dizer por “rever o SUS” é reduzir o atendimento na saúde pública, porque, apesar de grande parte do povo não enxergar, o atendimento na saúde pública cresceu e melhorou exponencialmente durante os governos do PT e isso, claro, custa dinheiro e o golpe veio para que o Estado parasse de gastar dinheiro com pobre.

No segundo dia 31 da infâmia (após o de março de 64, o de agosto de 16), fui almoçar e o servente do bar em que devorei um “comercial”, um sujeito que deve ganhar cerca de mil reais por mês, se tanto, comemorava a queda de Dilma.

Não senti raiva, mas pena. Ele não sabe o que o espera…

NYT: Brasil pode se tornar vergonha mundial

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Editorial desta quinta-feira 1º do The New York Times, um dos jornais mais influentes do mundo, é dedicado ao processo de impeachment de Dilma Rousseff; "Será uma vergonha se a História mostrar que ela estava certa", diz o texto, que lembra que muitos senadores que votaram 'sim' pelo afastamento são alvos de investigação; o NYT também relembra os avanços no País com o PT no poder , mas recorda destaca erros de Dilma, como a nomeação de Lula para a Casa Civil; sobre Michel Temer, diz que ele não deve se colocar entre as investigações da Lava Jato, rejeitando "iniciativas do legislativo com o objetivo de minar o trabalho dos promotores"; e o aconselha a respeitar a plataforma aprovada pelos brasileiros no pleito de 2014, tomando cuidado com cortes em programas sociais 

247 - O The New York Times, um dos jornais mais influentes do mundo, dedicou um de seus editoriais desta quinta-feira 1º para o cenário político brasileiro. "Será uma vergonha se a História mostrar que ela estava certa", diz o texto, em referência a Dilma Rousseff, afastada por 61 votos a 20 pelo Senado nesta quarta-feira.

O jornal lembra que muitos senadores que votaram 'sim' pelo afastamento da petista são alvos de investigação por corrupção. O NYT também relembra a trajetória do PT e "um transformando período de 13 anos" do partido no governo, mas também recorda o que considera erros de Dilma, como a nomeação do ex-presidente Lula para o ministério da Casa Civil.

Sobre Michel Temer, o jornal recomenda que ele não deve se colocar entre as investigações da Lava Jato, rejeitando "iniciativas do legislativo com o objetivo de minar o trabalho dos promotores". E aconselha o peemedebista a respeitar a plataforma aprovada pelos brasileiros no pleito de 2014, tomando cuidado com cortes do ajuste fiscal e redução em programas sociais.

Leia abaixo a íntegra do editorial, em português:

A presidente brasileira deposta

O Brasil teve quatro presidentes eleitos desde que a democracia foi restaurada, em 1985. Dois deles cumpriram seus mandatos. Na quarta-feira (31), Dilma Rousseff foi a segunda a ser deposta enquanto no cargo, em meio a um turbilhão político e denúncias de malfeitos.

Os senadores votaram por larga maioria no impeachment de Rousseff pelo uso de fundos de bancos estatais para sustentar o orçamento do governo antes de sua reeleição em 2014, o que eles consideraram um crime; alguns de seus antecessores usaram truques orçamentários semelhantes. A saída de Rousseff marca o fim de um regime transformador de 13 anos do Partido dos Trabalhadores, de esquerda, que usou as receitas do Estado geradas por um apogeu das matérias-primas para tirar milhões de pessoas da pobreza, mas perdeu o apoio quando a economia entrou em recessão nos últimos anos.

Rousseff denunciou o processo como um golpe de adversários políticos que a consideravam uma ameaça porque não impediu um inquérito sobre corrupção que envolvia dezenas de membros da classe governante do país. Rousseff comparou o caso contra ela com o período do regime militar, quando foi uma das centenas de pessoas detidas e torturadas.

"Hoje o Senado tomou uma decisão que entrará para a história como uma grande injustiça", disse ela em um discurso desafiador, depois que os legisladores votaram por 61 a 20 por seu impeachment. "Sessenta e um senadores reverteram a vontade expressa por 54,5 milhões de votos."

Rousseff prometeu combater o que ela descreveu como a tentativa de uma coalizão de políticos homens de direita, eles mesmos manchados por denúncias de corrupção, para sequestrar o processo político. "O projeto nacional progressista, inclusivo e democrático que represento está sendo interrompido por uma poderosa força conservadora e reacionária", disse ela.

Será uma vergonha se a história provar que ela tem razão. Mas o legado de Rousseff, e os fatos que levaram a sua queda, são mais complexos do que ela admite. Rousseff tornou-se profundamente impopular quando a recessão se instalou e ela não conseguiu criar a coalizão necessária para governar com eficácia. Quando investigadores da corrupção se concentraram em seu antecessor na Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, ela abusou de sua autoridade ao lhe dar um cargo de ministro, para protegê-lo de um processo.
Há passos concretos que o governo pode dar para começar a restaurar a fé dos brasileiros em sua elite política assolada por escândalos. Michel Temer, que se tornou presidente interino em maio quando Rousseff foi afastada, deve permitir que continuem as investigações de corrupção e rejeitar as iniciativas legislativas destinadas a enfraquecer os promotores.

Desde que ele assumiu o cargo, a economia do Brasil melhorou modestamente, conforme os mercados reagiram positivamente a seus planos econômicos, que incluem a privatização de companhias estatais e a reforma do inchado sistema de aposentadorias do país. Equilibrar o orçamento exigirá cortes dolorosos, mas Temer deve ser judicioso ao reescalonar os programas sociais que deram popularidade ao Partido dos Trabalhadores. Até que os brasileiros possam eleger um novo presidente, em 2018, ele poderia honrar o processo democrático do país ao permanecer razoavelmente fiel à plataforma que eles aprovaram na última vez.

Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves, via UOL

O Hall da Infâmia Lá estarão, desprovidos de dedos, palmas e punhos, com os braços interligados, apodrecendo juntos por toda a eternidade, Cunha, Temer e Renan Calheiros.

Beto Barata

Flavio Aguiar

Existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!
 …
Auriverde pendão da minha terra,

Que a brisa do Brasil beija e balança!
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as divinas promessas da esperança!
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteada dos heróis à lança,
Antes de houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha! 
Castro Alves, o Navio Negreiro.
Em Brasília há um panteão dos heróis nacionais. Lá estão gravados os nomes de Zumbi, Sepé Tiaraju, Tiradentes, Anita Garibaldi, dentre outros. Não duvido de que um dia os nomes de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff lá estarão.
Mas seria bom, a partir deste 31 de agosto de 2016, quando se consumou o golpe de estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, que se erigisse ao lado um… bem, não um panteão, mas sim um Hall da Infâmia, já que todos e todas que perpetraram este golpe são americanófilos e, portanto, este nome lhes cai melhor.
O patrono deste Hall é Joaquim Silvério dos Reis, na boa companhia de Carlos Lacerda, Café Filho, Rainieri Mazzili e Auro de Moura Andrade, além de todos os signatários do Ato Institucional no. 5, Carlos Alberto Brilhante Ustra, só para começar.
Bem, vai ser impossível designar aqui todos os candidatos a terem seus nomes e fotos, em posições infames, inscritos neste Hall da Infâmia. Além disto, cuidado! Não basta ter praticado algum ato infame para adentrar este valhacouto ou covil. É necessário haver um devido processo, que prove o requinte da infâmia. A seguir, portanto, tratarei apenas de alguns dos infames declarados, e de alguns outros que são bons candidatos a terem seu nome perpetuado neste Hall.
Para começar, descartemos os infames de segunda categoria. Por exemplo: a caterva de promotores menores, policiais federais, juízes e juízas de nenhuma relevância, que ajudam o golpe, com milhares de coxinhas idiotas que foram às ruas achando que estavam lutando para acabar com a corrupção, ou mesmo de má fé, defendendo a volta da ditadura, por exemplo. Estes e estas serviriam no máximo para serem incluídos no tapete de entrada do Hall, pisados e repisados pelos pés dos visitantes que, na entrada, passariam por um portal da lama para carregá-la adentro, enlameando os nomes ali eternizados.
Também eliminemos os concorrentes à Comenda Pôncio Pilatos, como os ministros e ministras do Supremo Tribunal Federal que sistematicamente se negaram a se pronunciar - pelo menos até agora - sobre o mérito de um processo injusto, vazio e iníquo, no estilo daquele que condenou Joana d’Arc à fogueira. Seu destino seria terem seus nomes e fotos eternizados em placas de metal que ficariam gravitando em torno do Hall, nele impedidos de entrar, assim como os omissos, no Inferno de Dante, correm sem parar junto à sua porta perseguidos por enxames de vespas, moscas, mosquitos, pernilongos que se saciam na sua carne apodrecente.
Não, no Hall da Infâmia entrarão apenas os eleitos, o supra-sumo da malfeitoria. 
Para começar, lá estarão, desprovidos de dedos, palmas e punhos, com os braços interligados, apodrecendo juntos por toda a eternidade, Cunha, Temer e Renan Calheiros. No seu centro, com os olhos na nuca, pois só pode ver o passado, estará Meirelles, este exterminador do futuro, da infância e da juventude de nosso país, com seu plano nefasto e nefando de impedir investimentos em educação e saúde, e outras áreas sociais. Logo a seguir virá o chanceler José Shell (antes conhecido como Serra Chevron), com uma peculiaridade: ao invés de mãos terá cascos de cavalo e em lugar dos pés, patas de rinoceronte. Ao abrir a boca, só sairão dela bombas de fragmentação, ferindo seus companheiros de Hall, ungido pela destruição não apenas da política externa independente e altiva de seus antecessores imediatos, mas também da laboriosa tradição construída desde Alexandre de Gusmão e os dois Rio Branco, o Visconde e o Barão.
Na ala da idiotice contumaz estará reinando o senador Aécio Neves, por declarar que com o golpe perpetrado a Brasil redescobriu a democracia e recuperou o respeito internacional, quando é exatamente o contrário que se dá. Terá os olhos e os ouvidos permanentemente tapados, pois assim agiu neste e em outros momentos.
Já na ala da hipocrisia e mentira se encontrarão os diretores e arautos da mídia conservadora, Estadão, Globo, Veja, Folha de S. Paulo, Zero Hora, Isto É e outros e outras, tendo suas línguas distendidas permanentemente esfregadas  com sabão de sebo cru.
Ao lado deles, o juiz Gilmar Mendes terá as pálpebras permanentemente abertas, sem nunca poder fecha-las, condenado, como diz São Tomás de Aquino, a um choro sem lágrimas e a um soluçar silencioso. Ao tentar gritar, nenhum som sairá de sua boca, somente um hálito fétido que empestará a respiração dos demais eleitos do Hall.
Haverá muito mais neste Hall da Infâmia. Convido leitoras e leitores a soltar a imaginação.
Mas há ainda os candidatos que deverão passar pelo crivo de serem examinados em processo.
Por exemplo, cito alguns casos. Primeiro, o juiz Sérgio Moro. Sabe-se que se ele atuasse nos Estados Unidos, país que tanto ama, e fizesse o que vem fazendo, já teria perdido o cargo. É um caso a ser estudado. Trata-se de paranoia ou mistificação? Com a palavra os psicanalistas e juristas do futuro. Idem, o caso da trinca Janaína Paschoal, Reale Júnior e Helio Bicudo. Afinal, a primeira se vendeu por quarenta e cinco mil dinheiros. É muito pouco. E os demais? Ganharam mais, menos, ou apenas cederam perante a vaidade e a glória? O mesmo se pode dizer de agentes de segunda mão, como Cristovam, Marta, Romário, Anastasia… Seriam farsantes apenas? 

Outro a ser estudado é o general Etchegoyen. Estará à altura dos seus antepassados conspiradores e golpistas?


Caso sejam reprovados nos devidos exames, ficarão no tapete de entrada, com os ajudantes do golpe, enlameados como os demais.


Sic transit gloria mundi.