Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Lista de presença da reunião do G20 omite nome e cargo de Temer

Clauber Cleber Caetano/PR: <p>Hangzhou - China, 04/09/2016. Presidente Michel Temer durante a primeira Sessão de trabalho da Cúpula do G20. Foto: Clauber Cleber Caetano</p>

Em vez de apresentar o nome de Michel Temer, a lista elencou "líder brasileiro", mesmo três dias após o evento; na foto oficial dos líderes, Temer, ao contrário de Lula e Dilma, foi escanteado e colocado na ponta, entre os presentes.


Do Brasil de Fato – O presidente não-eleito Michel Temer foi o único líder que não teve o nome citado na lista de presença do encontro do G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo todos os anos. Em vez de apresentar o nome de Michel Temer, a lista elencou "líder brasileiro", mesmo três dias após o impeachment de Dilma Rousseff. 

Neste ano, o evento aconteceu em Hangzhou, capital da província de Zhejiang, na China. Iniciada neste domingo (4), a reunião terminou nesta segunda-feira (5).

O Brasil de Fato entrou em contato com bloco por email à procura de explicações sobre a omissão do nome de Temer, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. 


 



Leia na íntegra a nota de apresentação dos líderes do G20 em inglês.

Veja em português:

O 11º Encontro do G20 será sediado em Hangzhou, Zhejiang, em 4 e 5 de setembro. Os seguintes líderes dos países-membros do G20 irão comparecer ao encontro a convite do presidente Xi Jinping:

- Presidente Mauricio Macri, da Argentina; líder brazileiro; presidente François Hollande, da França; presidente Joko Widodo, da Indonésia; presidente Park Geun-hye, da ROK; presidente Enrique Pena Nieto, do México; presidente Vladimir Putin, da Rússia; presidente Jacob Zuma, da África do Sul; presidente Recep Tayyip Erdogan, da Turquia; presidente Barack Obama, dos EUA; primeiro-ministro Malcolm Turnbull, da Austrália; primeiro-ministro Justin Trudeau, do Canadá; chanceler Angela Merkel, da Alemanha; primeiro-ministro Narendra Modi, da Índia; primeiro-ministro Matteo Renzi, da Itália; primeiro-ministro Shinzo Abe, do Japão; primeira-ministra Theresa May, do Reino Unido; presidente Donald Tusk, do Conselho Europeu; presidente Jean-Claud Juncker, da Comissão Europeia; vice-primeiro-ministro da Arábia Saudita, príncipe Muhammad bin Salman Al Saud da Arábia Saudita; presidente Idriss Deby, de Chade; presidente Abdel Fatah al-Sesi, do Egito; presidente Nursultan Nazarbayev, do Casaquistão; presidente Bounnhang Vorachith, de Laos; presidente Macky Sall, de Senegal; primeiro-ministro Lee Hsien Loong, de Cingapura; primeiro-ministro Mariano Rajoy, da Espanha; primeiro-ministro Prayut Chan-ocha, da Tailândia; secretário-geral da ONU Ban Ki-moon; presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim; diretora do FMI, Christine Lagarde; diretor-geral do WTO, Roberto Azevedo; diretor-geral Guy Ryder, da Organização Internacional do Trabalho; presidente Mark Carney, do Financial Stability Board; a secretária-geral Angel Gurria, da OECD, etc..

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Segundo golpe de Temer será contra você; ele até confessa


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temer capa

Tremei, brasileiros que leem, informam-se e pensam. Como dizia um meme que circulou pelas redes sociais, o impeachment de Dilma foi comemorado pelos poucos que lucrarão com ele e pelos muitos que não sabem o que irá gerar.

Na quarta-feira da infâmia, 31 de agosto, em seu “discurso de posse”, Temer chegou ao ponto de dar pistas sobre o que fará. Os trechos a seguir demonstram isso à perfeição.

Temer afirmou estar preocupado com a imagem externa do Brasil:

“(…) Eu conservo a absoluta convicção de que é preciso resgatar a credibilidade do Brasil no concerto interno e no concerto internacional, fator necessário para que empresários dos setores industriais, de serviços, do agronegócio, e os trabalhadores, enfim, de todas as áreas produtivas se entusiasmem e retomem, em segurança, com seus investimentos (…)”

Se essa preocupação for legítima, porém, ele começou muito mal. A imagem do país desmoronou por conta justamente da trama sórdida que esse usurpador levou a cabo em dueto com Eduardo Cunha.
Abaixo, alguns exemplos de como a imagem do país ficou após o golpe.

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Não parece ter sido esse o objetivo de Temer, mas foi o que ele e seus asseclas conseguiram com o ataque que empreenderam contra a democracia.

Mas muito pior do que a imagem do país, que os golpistas macularam de forma tão grave, é o objetivo deles. Temer ocupa a presidência da República, mas jamais poderia ser presidente se disputasse uma eleição porque é “ficha-suja”, está inelegível por oito anos por condenação da Justiça eleitoral, devido a fraudes em suas contas de campanhas eleitorais passadas.

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Justamente por não ter como continuar no cargo após 2018 mesmo se fizesse um governo espetacular (hipótese que não passa de piada de humor-negro) é que o capital e a direita quiseram colocá-lo na Presidência; a Temer caberá fazer o serviço sujo de acabar com os direitos trabalhistas dos brasileiros, antiga reivindicação dos grandes empresários.

A direita quer acabar com os direitos inscritos na CLT de Getúlio Vargas, que a elite brasileira nunca aceitou, e com o gasto de dinheiro público com aposentados e com saúde pública, para que os cofres públicos possam ficar mais gordos para ser saqueados pelo topo da pirâmide.

Nesse aspecto, Temer, em seu discurso de posse, chegou ao ponto de declarar o objetivo de seu mandato.

“(…) A força da União, nós temos que colocar isso na nossa cabeça, deriva da força dos estados e municípios. Há matérias, meus amigos, controvertidas, como a reforma trabalhista e a previdenciária. A modificação que queremos fazer, tem como objetivo, e só se este objetivo for cumprido é que elas serão levadas adiante, mas tem como objetivo o pagamento das aposentadorias e a geração de emprego. Para garantir o pagamento, portanto. Tem como garantia a busca da sustentabilidade para assegurar o futuro.

Esta agenda, difícil, complicada, não é fácil, ela será balizada, de um lado pelo diálogo e de outro pela conjugação de esforços. Ou seja, quando editarmos uma norma referente a essas matérias, será pela compreensão da sociedade brasileira. E, para isso, é que nós queremos uma base parlamentar sólida, que nos permita conversar com a classe política e também com a sociedade (…)”

Para quem quiser entender o que significa toda essa enrolação acima, aí vai, abaixo, o resumo da ópera.

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Para quem não sabe o que quer dizer “flexibilização da CLT”, em resumo quer dizer que, em tempos de desemprego, você vai ter que aceitar trabalho sem férias, décimo-terceiro salário, fundo de garantia etc., etc.

Mas não fica só por aí.

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O tucanês voltou a ser falado no país e não só pelos tucanos, mas, como outrora, também pelos peemedebês.

O que eles querem dizer por “rever o SUS” é reduzir o atendimento na saúde pública, porque, apesar de grande parte do povo não enxergar, o atendimento na saúde pública cresceu e melhorou exponencialmente durante os governos do PT e isso, claro, custa dinheiro e o golpe veio para que o Estado parasse de gastar dinheiro com pobre.

No segundo dia 31 da infâmia (após o de março de 64, o de agosto de 16), fui almoçar e o servente do bar em que devorei um “comercial”, um sujeito que deve ganhar cerca de mil reais por mês, se tanto, comemorava a queda de Dilma.

Não senti raiva, mas pena. Ele não sabe o que o espera…

O Hall da Infâmia Lá estarão, desprovidos de dedos, palmas e punhos, com os braços interligados, apodrecendo juntos por toda a eternidade, Cunha, Temer e Renan Calheiros.

Beto Barata

Flavio Aguiar

Existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!
 …
Auriverde pendão da minha terra,

Que a brisa do Brasil beija e balança!
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as divinas promessas da esperança!
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteada dos heróis à lança,
Antes de houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha! 
Castro Alves, o Navio Negreiro.
Em Brasília há um panteão dos heróis nacionais. Lá estão gravados os nomes de Zumbi, Sepé Tiaraju, Tiradentes, Anita Garibaldi, dentre outros. Não duvido de que um dia os nomes de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff lá estarão.
Mas seria bom, a partir deste 31 de agosto de 2016, quando se consumou o golpe de estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, que se erigisse ao lado um… bem, não um panteão, mas sim um Hall da Infâmia, já que todos e todas que perpetraram este golpe são americanófilos e, portanto, este nome lhes cai melhor.
O patrono deste Hall é Joaquim Silvério dos Reis, na boa companhia de Carlos Lacerda, Café Filho, Rainieri Mazzili e Auro de Moura Andrade, além de todos os signatários do Ato Institucional no. 5, Carlos Alberto Brilhante Ustra, só para começar.
Bem, vai ser impossível designar aqui todos os candidatos a terem seus nomes e fotos, em posições infames, inscritos neste Hall da Infâmia. Além disto, cuidado! Não basta ter praticado algum ato infame para adentrar este valhacouto ou covil. É necessário haver um devido processo, que prove o requinte da infâmia. A seguir, portanto, tratarei apenas de alguns dos infames declarados, e de alguns outros que são bons candidatos a terem seu nome perpetuado neste Hall.
Para começar, descartemos os infames de segunda categoria. Por exemplo: a caterva de promotores menores, policiais federais, juízes e juízas de nenhuma relevância, que ajudam o golpe, com milhares de coxinhas idiotas que foram às ruas achando que estavam lutando para acabar com a corrupção, ou mesmo de má fé, defendendo a volta da ditadura, por exemplo. Estes e estas serviriam no máximo para serem incluídos no tapete de entrada do Hall, pisados e repisados pelos pés dos visitantes que, na entrada, passariam por um portal da lama para carregá-la adentro, enlameando os nomes ali eternizados.
Também eliminemos os concorrentes à Comenda Pôncio Pilatos, como os ministros e ministras do Supremo Tribunal Federal que sistematicamente se negaram a se pronunciar - pelo menos até agora - sobre o mérito de um processo injusto, vazio e iníquo, no estilo daquele que condenou Joana d’Arc à fogueira. Seu destino seria terem seus nomes e fotos eternizados em placas de metal que ficariam gravitando em torno do Hall, nele impedidos de entrar, assim como os omissos, no Inferno de Dante, correm sem parar junto à sua porta perseguidos por enxames de vespas, moscas, mosquitos, pernilongos que se saciam na sua carne apodrecente.
Não, no Hall da Infâmia entrarão apenas os eleitos, o supra-sumo da malfeitoria. 
Para começar, lá estarão, desprovidos de dedos, palmas e punhos, com os braços interligados, apodrecendo juntos por toda a eternidade, Cunha, Temer e Renan Calheiros. No seu centro, com os olhos na nuca, pois só pode ver o passado, estará Meirelles, este exterminador do futuro, da infância e da juventude de nosso país, com seu plano nefasto e nefando de impedir investimentos em educação e saúde, e outras áreas sociais. Logo a seguir virá o chanceler José Shell (antes conhecido como Serra Chevron), com uma peculiaridade: ao invés de mãos terá cascos de cavalo e em lugar dos pés, patas de rinoceronte. Ao abrir a boca, só sairão dela bombas de fragmentação, ferindo seus companheiros de Hall, ungido pela destruição não apenas da política externa independente e altiva de seus antecessores imediatos, mas também da laboriosa tradição construída desde Alexandre de Gusmão e os dois Rio Branco, o Visconde e o Barão.
Na ala da idiotice contumaz estará reinando o senador Aécio Neves, por declarar que com o golpe perpetrado a Brasil redescobriu a democracia e recuperou o respeito internacional, quando é exatamente o contrário que se dá. Terá os olhos e os ouvidos permanentemente tapados, pois assim agiu neste e em outros momentos.
Já na ala da hipocrisia e mentira se encontrarão os diretores e arautos da mídia conservadora, Estadão, Globo, Veja, Folha de S. Paulo, Zero Hora, Isto É e outros e outras, tendo suas línguas distendidas permanentemente esfregadas  com sabão de sebo cru.
Ao lado deles, o juiz Gilmar Mendes terá as pálpebras permanentemente abertas, sem nunca poder fecha-las, condenado, como diz São Tomás de Aquino, a um choro sem lágrimas e a um soluçar silencioso. Ao tentar gritar, nenhum som sairá de sua boca, somente um hálito fétido que empestará a respiração dos demais eleitos do Hall.
Haverá muito mais neste Hall da Infâmia. Convido leitoras e leitores a soltar a imaginação.
Mas há ainda os candidatos que deverão passar pelo crivo de serem examinados em processo.
Por exemplo, cito alguns casos. Primeiro, o juiz Sérgio Moro. Sabe-se que se ele atuasse nos Estados Unidos, país que tanto ama, e fizesse o que vem fazendo, já teria perdido o cargo. É um caso a ser estudado. Trata-se de paranoia ou mistificação? Com a palavra os psicanalistas e juristas do futuro. Idem, o caso da trinca Janaína Paschoal, Reale Júnior e Helio Bicudo. Afinal, a primeira se vendeu por quarenta e cinco mil dinheiros. É muito pouco. E os demais? Ganharam mais, menos, ou apenas cederam perante a vaidade e a glória? O mesmo se pode dizer de agentes de segunda mão, como Cristovam, Marta, Romário, Anastasia… Seriam farsantes apenas? 

Outro a ser estudado é o general Etchegoyen. Estará à altura dos seus antepassados conspiradores e golpistas?


Caso sejam reprovados nos devidos exames, ficarão no tapete de entrada, com os ajudantes do golpe, enlameados como os demais.


Sic transit gloria mundi.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

“Está começando a semana da vergonha nacional”

:

No dia em que se inicia o julgamento final do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula diz que "está começando a semana da vergonha nacional"; "Os senhores senadores que vão votar para Dilma ser impeachmada, que vão falar mal dela, estão caçando o voto que vocês deram em outubro de 2014", declarou, durante ato em defesa do emprego e da democracia no Estaleiro Mauá, em Niterói, no Rio; se dizendo "envergonhado" pelo Senado, Lula afirmou que senadores começam hoje a "rasgar a constituição do País ao tentar condenar uma mulher inocente"; ele citou dados de desemprego na indústria naval e defendeu que "o trabalhador humilde" não pague o preço do que está acontecendo no Brasil 

247 – O ex-presidente Lula fez um discurso em defesa do emprego e com duras críticas ao governo interino e ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, cujo processo final começa nesta quinta-feira 25 no Senado. "Hoje a gente pode dizer que está começando a semana da vergonha nacional com a tentativa do impeachment da Dilma", declarou Lula no ato em defesa do emprego e da democracia realizado no Estaleiro Mauá, em Niterói, no Rio de Janeiro.

"Os senhores senadores que vão votar hoje para Dilma ser impeachmada, que vão falar mal dela, estão caçando o voto que vocês deram em outubro de 2014", discursou Lula. "Começa hoje o dia da vergonha nacional, dia em que os senadores começam a rasgar a Constituição do País ao tentar condenar uma mulher inocente, uma mulher honesta. Que pode ter cometido erros, mas quem não comete erros?", perguntou.

Contra o governo interino de Michel Temer, Lula voltou a dizer que se trata de um grupo que quer "chegar ao poder sem disputar as eleições". "Eu não tenho nada pessoal contra o Temer, eu só queria que ele soubesse que seria digno, ele como advogado, constitucionalista, dizer que não aceita chegar à presidência pelo golpe e que ele vai disputar as eleições em 2018 para ver se vai ser eleito pelo voto", provocou.

"Eu como brasileiro hoje estou envergonhado de perceber que o nosso Senado, que deveria estar debatendo os interesses do povo brasileiro, está discutindo a condenação de uma pessoa inocente", atacou ainda o petista, antes de começar a expor dados de desemprego no Brasil, especialmente na indústria naval, onde foram fechados 335 mil postos de trabalho entre janeiro de 2015 e abril de 2016, segundo dados da Federação Única dos Trabalhadores (FUP) citados por ele.

"Eu já chorei por causa do desemprego, já vi casais se separarem por causa do desemprego, já vi gente se matar por causa do desemprego. O Brasil não merece o que está passando", lamentou. Ele destacou feitos em sua gestão na presidência em prol da indústria naval, que "não acreditavam" que poderia ser recuperada no Brasil.

Em críticas sobre o desmonte da Petrobras, com vendas de subsidiárias da estatal, ele ressaltou: "Se vocês não brigarem para se defender, ninguém vai brigar". Lula disse que o desemprego "tem muito a ver com o que está acontecendo no Brasil", mas que "o pobre, a família mais humilde não pode pagar o preço".
Sobre o governo interinamente no poder, declarou que "está prevalecendo o complexo de vira-latas", de "ficar mendigando para países ricos". Por fim, defendeu que "quem roubou na Petrobras, tem que ir preso mesmo, agora o que a gente não pode é prejudicar inocente". Em seguida, fez uma provocação à Lava Jato: "o que não pode é gente que pegou dinheiro [no esquema], contou meia dúzia de mentiras na delação premiada e está em liberdade, fumando charuto cubano"

terça-feira, 5 de julho de 2016

Papelão: Governo Temer manda delegação inexpressiva para encontro da ONU sobre HIV/Aids e deputados fazem turismo em vez de participar


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por Conceição Lemes

Em setembro de 2015, chefes de Estado e de Governo, reunidos na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA), aprovaram por consenso a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

São 17 objetivos e 169 metas.


O objetivo 3: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
Uma de suas metas:

Até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras doenças transmissíveis.

Justamente para decidir o que fazer, aconteceu de 8 a 10 de junho de 2016, também em Nova York, a Reunião de Alto Nível da ONU sobre HIV/AIDS.

Participaram líderes mundiais, representantes de governo, técnicos, implementadores de programas de HIV e organizações da sociedade civil do mundo inteiro.

O Brasil, que sempre teve protagonismo na área, passou vexame internacional.

De lá, o coletivo Defend Democracy in Brazil (DDB) denunciou:

VERGONHA! Brasil ausente do Encontro de Alto Nível da ONU sobre HIV/AIDS (documento na íntegra, ao final, em português e inglês).

Pela primeira vez em mais de 30 anos da epidemia de HIV/AIDS o Governo do Brasil não mandou uma delegação de alto nível para um evento internacional das Nações Unidas. Foi anunciada a presença do Ministro das Relações Exteriores e ex-Ministro da Saúde do Governo Fernando Henrique Cardoso, José Serra, mas sua viagem foi cancelada.
O sucesso das políticas públicas de combate à AIDS no Brasil é internacionalmente reconhecido. Repetidamente a UNAIDS cita em seus documentos o Brasil como um país de sucesso em prevenção e atenção.
(…)
Nos 31 anos de existência formal da resposta brasileira à epidemia de AIDS esta é a primeira vez que não haverá participação dos técnicos do Departamento em um fórum desta relevância.
A ausência da vibrante participação do Brasil neste tipo de evento é uma vergonha e é uma perda irreparável para a comunidade internacional. 

REPRESENTAÇÃO DE POUCO NÍVEL PARA ENCONTRO DE ALTO NÍVEL

Inicialmente, o Ministério da Saúde não pretendia enviar ninguém.

Na penúltima semana de maio, Antônio Nardi, secretário-executivo da pasta, despachou um documento proibindo a participação no encontro de diretor, funcionário, consultor ou colaborador do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais (DDAHV) do Ministério da Saúde.

O então diretor do Departamento, o médico Fábio Mesquita, denunciou o absurdo e se demitiu.
Em carta aberta,  ele saiu atirando em Nardi e no ministro interino da Saúde, o engenheiro Ricardo Barros.
Uma delegação foi montada às pressas. Ela seria composta por três pessoas do DDAHV, o ministro Ricardo Barros e talvez o interino de Relações Exteriores, José Serra.

Ao final, nenhum ministro compareceu, e a delegação acabou tendo cinco pessoas. Chefiou-a o médico Alexandre Fonseca dos Santos, em nome da Secretaria-Executiva do ministério, dirigida por Antônio Nardi, braço direito de Ricardo Barros.

Alexandre dos Santos formou-se em Medicina pela Universidade de Taubaté (Unitau), em 1995.
Em 2000, fez pós-graduação em Medicina do Trabalho, na Faculdade de Ciências Médicas da Santa de São Paulo. Em 2015, concluiu mestrado em Saúde Coletiva na Universidade de Brasília (UnB).
De 13 de junho a 13 julho, ele foi nomeado interinamente chefe da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), onde era chefe de gabinete Antônio Nardi.

Na área de HIV/AIDS, o mais próximo que Alexandre chegou foi uma suplência na Comissão Nacional de DST/AIDS, representando o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), onde trabalhava como assessor técnico.

“A incorporação de três técnicos do DDAHV na delegação do Brasil só aconteceu devido à mobilização social frente às denúncias anteriores”, observa  Fábio Mesquita, ex-diretor do Ministério da Saúde. “Uma vitória.”

“Porém, a não ida de nenhum ministro a um encontro tão importante e a delegação ter sido chefiada por um profissional Júnior em Gestões Públicas de HIV comprometeram a participação do Brasil, que foi de baixa estatura política”, critica. “Pegou muito mal.”

Fábio Mesquita é taxativo: “Pela primeira vez na história, o nosso País perdeu a capacidade de influir na pauta de maneira significativa”, lamenta Fábio Mesquita, que atua na área de HIV/AIDS há mais de 30 anos.

Mesquita coordenou os programas municipais de DST/Aids das cidades de Santos, São Vicente (litoral paulista) e São Paulo. Na década de 1990, chefiou as unidades de Prevenção e Direitos Humanos do então Programa Nacional de Aids do Ministério da Saúde. Em 2013, antes de ele assumir a direção do Departamento de AIDS, era membro do corpo técnico da OMS. Atuava no escritório do Vietnã, com base em Hanoi.

Não por acaso sua expertise e o seu longo comprometimento com a questão são mencionados no documento-denúncia do Defend Democracy in Brazil.

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DEFEND DEMOCRACY IN BRAZIL: ESCRACHOS EM NOVA YORK PARA DENUNCIAR O GOLPE

“O nosso coletivo visa denunciar à comunidade internacional o golpe parlamentar-midiático-jurídico, as políticas de arrocho, os ataques aos direitos humanos e o desmonte dos programas sociais pelo governo ilegítimo”, explica um dos seus membros, Eduardo Vianna, professor de Psicologia na New York City University.

Uma das estratégias é promover escrachos em grandes eventos internacionais, especialmente naqueles em que o Brasil participa.

Já organizaram vários atos lá. O maior – durou três dias – foi no Congresso da Associação de Estudos Latino-Americanos (LASA). O protesto de intelectuais fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fugir da sessão de abertura.



No domingo passado, 26 de junho, o DDB saiu junto com o ACT UP (importantíssimo grupo ativista que luta contra a Aids nos EUA desde 1987) na Parada Gay de Nova York, que acontece desde 1970.

“Procuramos nos articular com setores progressistas americanos que lutam por contra as forças neoliberais, para angariar apoio e esclarecer como o golpe no Brasil se insere nesse contexto geopolítico”, justifica Vianna.

O manifesto VERGONHA! faz parte dessa estratégia.

Ele foi divulgado na manhã de 8 de junho, primeiro dia da Reunião de Alto Nível sobre HIV/AIDS a líderes governamentais e técnicos do mundo, bem como a burocratas da ONU e ONGs.

“Na passagem dos participantes, nós colocamos cartazes grandes e, ainda, fizemos um rolezinho de 8 às 10, em frente à sede da ONU, na Rua 45 com a Primeira Avenida, em Manhattan”, conta Myriam Marques, também membro do DDB e da Rede de Mulheres em Comunicação no Brasil.

Deu certo. Muitos participantes de Alemanha, Itália, África do Sul, Zimbabue e Angola, entre outros países, pararam para conversar com o grupo para entender o que está se passando no Brasil e lamentar a quase ausência do País no encontro.

DELEGAÇÃO DE PARLAMENTARES PREFERIU FAZER TURISMO EM NOVA YORK
Para completar o vexame, a “cereja do bolo” ficou com a delegação de parlamentares que foi a Nova York, em missão oficial, para participar do encontro.

Com base no Portal da Transparência da Câmara Federal, o Grupo Brasileiro da União

Interparlamentar (UIP) informou ao Viomundo:

“A delegação da UIP, conforme consta no portal da transparência da Câmara dos Deputados, foi composta por 4 Deputados. Nenhum Senador participou da Reunião”.

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Fernando Monteiro (PP-PE) é empresário.

Iracema Portella (PP-I) é empresária e esposa do senador Ciro Nogueira, presidente do PP.

Hugo Motta (PMDB-PB), formado em Medicina,  integra a tropa de choque do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A publicitária Danielle Dytz da Cunha Doctorovich, filha do presidente afastado da Câmara e investigada na Lava Jato, já foi sua assessora de marketing.

Em 2016, pelo segundo ano consecutivo, Danielle passou a semana de festejos de São João de Patos,  considerada a capital do forró do sertão da Paraíba. Ela hospedou-se na casa da mãe do deputado, dona Chica Motta, que é prefeita do município.

Irajá de Abreu (PSD-TO) é empresário, produtor rural e filho da senadora Kátia Abreu.
Iracema e Fernando são do mesmo partido do ministro interino Ricardo Barros.
Apesar de registrados para participar da Reunião da ONU, temos a informação de que só a  deputada Iracema Portella apareceu por lá fugazmente. O tempo suficiente para sentar numa das cadeiras e tirar fotos.

Diz o Portal da Transparência sobre as viagens em missão oficial:

Deputados e deputadas viajam, em missão oficial, para o cumprimento dos deveres inerentes ao mandato (…)
Assim como as viagens nacionais e internacionais podem ser essenciais para que Parlamentares exerçam na plenitude, o mandato em nome do povo brasileiro, também é a devida à sociedade a comprovação do interesse público inerente a essas missões oficiais (…)

Afinal de contas, que deveres?

Por que não participaram efetivamente do evento para o qual viajaram?

Cadê o interesse público?

Será que se essa Reunião de Alto Nível sobre HIV/AIDS fosse na Etiópia, eles teriam interesse em ir e, ainda, ficar quatro, cinco dias lá, como fizeram em Nova York?

Tudo indica que foi mais uma excursão parlamentar com dinheiro público.

Tal como fez o engenheiro Ricardo Moraes na penúltima semana de maio, em sua primeira viagem ao exterior como ministro interino da Saúde.

Ele tirou técnicos da comitiva oficial à Assembleia Mundial da Saúde, da OMS, em Genebra, na Suíça, para levar a esposa Cida Borghetti (PP), vice-governadora do Paraná.
Ambos entendem zero de saúde.

Abaixo o documento do Defense Democracy in Brazil/NYC, sobre a Reunião de Alto Nível sobre HIV/AIDS da ONU e a sua tradução em português

DDB 1 - Cópia
VERGONHA! Brasil ausente do Encontro de Alto Nível da ONU sobre HIV/AIDS
Nova York, EUA, 8 a 10 de Junho

Pela primeira vez em mais de 30 anos da epidemia de HIV/AIDS o Governo do Brasil não mandou uma delegação de alto nível para um evento internacional das Nações Unidas. Foi anunciada a presença do Ministro das Relações Exteriores e ex Ministro da Saúde do Governo Fernando Henrique Cardoso, José Serra, mas sua viagem foi cancelada.

O sucesso das políticas publicas de combate à AIDS no Brasil é internacionalmente reconhecido.

Repetidamente a UNAIDS cita em seus documentos o Brasil como um país de sucesso em prevenção e atenção.

A política pública seguida pelo Ministério da Saúde através do Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais é baseada em um intenso envolvimento de organizações governa e não governamentais.

O Brasil também é famoso por ter por ter removido as patentes dos medicamentos de AIDS nos anos 90 e pela sua produção nacional de medicamentos genéricos, contribuindo assim para o acesso das pessoas vivendo com HIV à medicamentos em todo o mundo.

A Comunidade que defende a democracia no Brasil está hoje aqui para denunciar que todos estes anos de trabalho exemplar no campo da saúde publica está ameaçado por um golpe na democracia que afastou a Presidenta Dilma Rousseff em 12 de Maio.

O novo Ministro da Saúde, Ricardo Barros, conectado com setores interessados em privatizar nosso Sistema Único de Saúde que garante acesso universal, levou uma série de profissionais de alto nível a pedir demissão, incluindo o Diretor do Departamento de HIV/AIDS de Fábio Mesquita – com expertise e comprometimento com o campo de longo tempo.

Apesar de Epidemias importantes de Zyka, Dengue, Chicungunha, H1N1 e HIV não há nenhum Secretário, nem mesmo o de Vigilância em Saúde foi nomeado até o momento , que seria o responsável para controlar estas epidemias.

A última novidade foi um documento da SVS proibindo a participação do Diretor ou de qualquer técnico ou consultor do Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais no High Level Meeting da ONU sobre HIV/AIDS de 8 a 10 de junho em NYC. Nos 31 anos de existência formal da resposta brasileira a epidemia de AIDS está é a primeira vez que não haverá participação dos técnicos do Departamento em um fórum desta relevâncias.

A ausência da vibrante participação do Brasil nestetipo de evento é uma vergonha e é uma perda irreparável para a comunidade internacional.

#Parem o golpe no Brasil! Fora Temer.
Não à privatização do setor saúde no Brasil
Não ao fim do Programa Brasileiro de AIDS
#defenda a democracia no Brasil, nós resistiremos ao golpe no Brasil em 2016

Leia também:
Altamiro Borges: Libra, que doou a Temer, fez negócio com mulher de Eduardo Cunha

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Crime de Veja é grotesca fraude jornalística

:

A revista que hoje pertence aos irmãos Giancarlo e Victor Civita Neto cometeu um atentado à democracia brasileira; a dois dias de uma eleição presidencial, fez circular uma edição sensacionalista, que acusa a presidente Dilma Rousseff, favorita à reeleição, assim como o ex-presidente Lula, de "saberem de tudo" na Petrobras, a partir da delação premiada do doleiro Alberto Youssef; eis o que diz a própria reportagem: "O doleiro não apresentou – e nem lhe foram pedidas – provas do que disse. Por enquanto, nessa fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o depoente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades"; o depoimento já foi negado pelo advogado e a revista Veja teve ainda a desafaçatez de negar interesse eleitoral na publicação da reportagem; banditismo midiático supera todos os limites e envergonha o País. 

247 - O ato cometido pela família Civita em sua mais recente edição não merece outra qualificação. Trata-se de um atentado à democracia brasileira. Um crime. Uma tentativa escancarada de golpe.
A dois dias da eleição presidencial, A Abril faz circular uma edição em que a presidente Dilma Rousseff, que lidera as pesquisas Ibope e Datafolha já fora da margem de erro, é acusada de comandar um esquema de desvios na Petrobras.

Assinada pelo repórter Robson Bonin, a reportagem já principia com uma explicação, que é quase um pedido de desculpas pelo crime:

A Carta ao Leitor desta edição termina com uma observação altamente relevante a respeito do dever jornalístico de publicar a reportagem a seguir às vésperas da votação em segundo turno das eleições presidenciais. "Basta imaginar a temeridade que seria não publicá-la para avaliar a gravidade e a necessidade do cumprimento desse dever". VEJA não publica reportagens com a intenção de diminuir ou aumentar as chances de vitória desse ou daquele candidato.

Feita a explicação, parte-se para a reportagem em si sobre o depoimento de um doleiro, que já foi negado por seu próprio advogado (leia mais aqui).

Lá pelas tantas, eis o que diz o repórter: "O doleiro não apresentou – e nem lhe foram pedidas – provas do que disse. Por enquanto, nesta fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o depoente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades".

O que mais é preciso dizer?

Nada.

Simplesmente, que a família Civita cometeu um atentado contra a democracia brasileira, com a intenção se colocar acima da vontade popular, estimulando seus colunistas raivosos a já falar em impeachment, caso a presidente Dilma Rousseff confirme sua vitória no próximo domingo.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

NY TIMES E A COPA: "E O TAL DO MUNDO NÃO SE ACABOU"

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Tirano, JB expulsa do STF advogado de Genoino

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Às vésperas de deixar a presidência do Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa cometeu a mais grave e absurda de suas arbitrariedades: expulsou o advogado Luiz Fernando Pacheco, que defende o ex-deputado José Genoino, no livre exercício de suas funções; da tribuna do STF, Pacheco argumentava que as execuções penais têm prioridade sobre outros casos; o objetivo era tentar tirar Genoino da Papuda e enviá-lo à prisão domiciliar em razão do agravamento de seu estado de saúde; "Honre esta casa, ministro", protestou o advogado, sobre a conduta de Barbosa; o presidente demissionário teve então um acesso de fúria: "Chamem os seguranças!"; o advogado foi retirado; vídeo


247 – Nunca na história do Supremo Tribunal Federal um advogado foi expulso da Corte no exercício de suas funções. Ao final da gestão do ministro Joaquim Barbosa, porém, o gesto ocorreu pela primeira vez.
Às vésperas de se aposentar do cargo de presidente do STF, Barbosa teve um acesso de fúria nesta quarta-feira 11 e expulsou do tribunal o advogado Luiz Fernando Pacheco, que defende o ex-deputado José Genoino, no livre exercício de suas funções.
Pacheco argumentava, da tribuna do STF, que as execuções penais têm prioridade sobre outros casos, criticando assim a conduta de JB, que mandou Genoino de volta para a penitenciária da Papuda, em Brasília, sem atender a pedido da defesa, que defende que o condenado na Ação Penal 470 cumpra prisão domiciliar.

De acordo com o advogado, "manter o apenado na penitenciária representa um risco excessivo à sua vida, tendo em vista o seu quadro clínico, o comprovado malefício que o ambiente carcerário impõe à sua saúde e as precárias condições de atendimento médico já existentes" (leia mais aqui).
"Honre esta casa, ministro", disparou Pacheco. Barbosa, então, no mais alto descontrole, atacou de volta, pedindo a expulsão do advogado: "Chamem os seguranças". Se o ministro queria deixar mais uma marca em seu polêmico mandato, acaba de registrar o maior gesto de falta de respeito da história do Judiciário.
O pedido da defesa de Genoino tem o respaldo da Procuradoria Geral da República. Há uma semana, Rodrigo Janot, chefe da PGR, enviou parecer ao STF pedindo para que o petista voltasse à prisão domiciliar (relembre aqui).

Assista ao vídeo e leia abaixo reportagem da Agência Brasil sobre o episódio:





Barbosa manda seguranças retirarem advogado de Genoino do plenário do STF
André Richter – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, mandou hoje (11) seguranças da Corte retirarem do plenário o advogado Luiz Fernando Pacheco, que defende o ex-deputado José Genoino.

Barbosa deu a ordem após Pacheco subir à tribuna para pedir que o presidente libere para julgamento o recurso no qual Genoino diz que tem complicações de saúde e precisa voltar a cumprir prisão domiciliar. No momento, os ministros estavam julgando a mudança no tamanho das bancadas na Câmara dos Deputados.
Ao subir à tribuna e interromper o julgamento para cobrar de Barbosa a liberação do recurso, Pacheco foi questionado pelo presidente: "Vossa Excelência vai pautar? [a Corte]". O advogado respondeu: "Eu não venho pautar. Venho rogar a Vossa Excelência que coloque em pauta, porque há parecer do procurador-geral da República favorável à prisão domiciliar deste réu, deste sentenciado. Vossa Excelência, ministro Joaquim Barbosa, deve honrar esta casa e trazer aos seus pares o exame da matéria", respondeu Pacheco.

Após dizer duas vezes: "eu agradeço a Vossa Excelência", na tentativa de cortar a palavra de Pacheco, Barbosa determinou a retirada do advogado do plenário. "Eu vou pedir à segurança para tirar este homem", disse Barbosa.

Ao ser abordado pelos seguranças, o advogado protestou: "isso é abuso de autoridade! Isso é abuso de autoridade", gritou. Joaquim Barbosa ainda retrucou: "Quem está abusando de autoridade é Vossa Excelência. A República não pertence a Vossa Excelência, nem à sua grei (grupo). Saiba disso."
No dia 4 deste mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo parecer favorável ao regime de prisão domiciliar para Genoino. Segundo Janot, o ex-deputado deve voltar a cumprir pena em casa enquanto estiver com a saúde debilitada. Ele foi condenado a quatro anos e oito meses de prisão em regime semiaberto na Ação Penal 470, o processo do mensalão.

Para o procurador, há dúvidas sobre as garantias de que Genoino terá atendimento médico adequado no Presídio da Papuda, no Distrito Federal, onde está preso. No documento, o procurador lembra que o Estado tem o dever de garantir a integridade física do preso.
Genoino voltou a cumprir pena na Papuda, no mês passado, por determinação do presidente do Supremo. A decisão foi tomada após Barbosa receber laudo do Hospital Universitário de Brasilia. No documento, uma junta médica concluiu que o estado de saúde do ex-parlamentar não era grave.
Segundo os médicos, o quadro de saúde de Genoino não justifica tratamento diferenciado. "Não se expressa no momento a presença de qualquer circunstância justificadora de excepcionalidade e diferenciada do habitual para a situação médica em questão, visando ao acompanhamento e tratamento do paciente em apreço", diz o laudo.

O advogado Luiz Fernando Pacheco defende que Genoino cumpra prisão domiciliar definitiva. De acordo com Pacheco, Genoino sofre de cardiopatia grave e não tem condições de cumprir pena em um presídio, por ser "paciente idoso, vítima de dissecção da aorta". Para o advogado, o sistema penitenciário não tem condições de oferecer tratamento médico adequado ao ex-parlamentar.
Genoino teve prisão decretada em novembro do ano passado e chegou a ser levado para a Papuda, mas, por determinação de Barbosa, ganhou o direito de cumprir prisão domiciliar temporária até abril. Durante o período em que ficou na Papuda, o ex-deputado passou mal e foi levado para um hospital particular.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Destinos cruzados: a vida de Genoíno e a saúde da democracia

Maturidade não é sinônimo de complacência. Afrontar o despotismo é um predicado intrínseco à vida democrática.

por: Saul Leblon 

Arquivo

Um déspota de toga não é menos ilegítimo que um golpista fardado.

A  justiça que burla as próprias sentenças, mercadejando ações cuidadosamente dirigidas ao  desfrute da emissão conservadora, implode o alicerce da equidistância republicana que lhe confere o consentimento  legal e a distingue  dos linchamentos falangistas.

Joaquim Barbosa age na execução com a mesma destemperança  com que se conduziu na relatoria da Ação Penal  470.

A personalidade arestosa que se avoca uma autoridade irretorquível mancha a toga com a marca da soberba,  incompatível com o equilíbrio que se espera de uma suprema corte.

Desde o início desse processo é nítido o seu propósito de atropelar o rito, as provas e os autos, em sintonia escabrosa com a sofreguidão midiática.

Seu desabusado comportamento exalava o enfado de quem já havia sentenciado os réus, sendo-lhe maçante e ostensivamente desagradável submeter-se aos procedimentos do Estado de Direito.

O artificioso recurso do domínio do fato, evocado inadequadamente como uma autorização para condenar sem provas,  sintetiza a marca nodosa de sua relatoria.

A expedição de mandatos de prisão no dia da República e no afogadilho de servir à grade da TV Globo,  consumou a natureza viciosa de todo o enredo.

A exceção do julgamento reafirma-se na contrapartida de uma execução despótica de sentenças sob o comando atrabiliário de quem não  hesita em colocar vidas em risco se o que conta é servir-se da lei e não servir à lei.

A lei faculta aos condenados ora detidos o regime semi-aberto.

A pressa univitelina de Barbosa e do sistema midiático, atropelou  providências cabíveis para a execução da sentença, transferindo aos condenados o ônus da inadequação operacional.

Joaquim Barbosa é diretamente responsável pela vida  do réu José Genoíno, recém-operado, com saúde abalada ,que requer cuidados e já sofreu dois picos de pressão em meio ao atabalhoado  trâmite de uma detenção de urgência cinematográfica.

Suponha-se que existisse no comando da frente progressista brasileira uma personalidade dotada do mesmo jacobinismo colérico exibido pela toga biliosa.

O PT e as forças democráticas brasileiras, ao contrário,  tem dado provas seguidas de maturidade  institucional  diante dos sucessivos atropelos cometidos no  julgamento da AP 470.

Maturidade não é  sinônimo de complacência.

O PT tem autoridade, portanto, para conclamar partidos aliados, organizações sociais, sindicatos, lideranças políticas e intelectuais a uma vigília cívica em defesa do Estado de Direito.

Cumpra-se imediatamente o semi-aberto,  com os atenuantes que forem  necessários para assegurar o tratamento de saúde de José Genoíno.

Justificar a violação da lei neste caso, em nome de um igualitarismo descendente que, finalmente, nivela  pobres e ricos no sistema prisional, é a renúncia à civilização em nome da convergência da barbárie.

Afrontar o despotismo é um predicado intrínseco à vida democrática.

Vista ele uma farda  ou se prevaleça de uma toga, não pode ser tolerado.

A sorte de Genoíno, hoje, fundiu-se ao destino brasileiro.

Da sua vida depende a saúde da nossa democracia.

E da saúde da nossa democracia depende a sua vida.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

VAMOS DIVULGAR ESSA VERGONHA!!!


As advogadas LETÍCIA MELLO, 37 anos, filha do ministro do STF Marco Aurélio Mello, e MARIANNA FUX, 32 anos, filha do ministro Luiz Fux, ambas sem pós graduação, foram indicadas para desembargadoras, equivalentes a juízas de segunda instânci...Ver mais
As advogadas LETÍCIA MELLO, 37 anos, filha do ministro do STF Marco Aurélio Mello, e MARIANNA FUX, 32 anos, filha do ministro Luiz Fux, ambas sem pós graduação, foram indicadas para desembargadoras, equivalentes a juízas de segunda instância. A indicação será confirmada por colegas dos pais. Marianna é indicada para o TJ do Rio, com salário de R$ 25,3 mil, carro oficial e equipe de assessores, e Letícia para o TRF (Tribunal Regional Federal), também do Rio. Segundo a reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", os pais, os outros ministros e o governador do Rio disseram que as duas são excelentes advogadas. Então, tá!.



quinta-feira, 4 de julho de 2013

A covardia europeia contra o presidente Evo Morales

Os europeus, os campeões da defesa da democracia, do Estado de Direito e da liberdade, demonstraram que suas relações com a Casa Branca estão acima de tudo e que podem pisotear os direitos de um avião presidencial caso isso seja preciso para que o grande império não se incomode com eles. Um rumor infundado sobre a presença no avião presidencial boliviano do ex-espião estadunidense Edward Snowden, conduziu a um sério incidente diplomático aeronáutico entre Bolívia, França, Portugal e Espanha. Por Eduardo Febbro.

Paris - Os europeus são incorrigíveis. Para não ficar mal com o império norteamericano são capazes de violar todos os princípios que defendem nos fóruns internacionais. O presidente boliviano Evo Morales foi o último a experimentar as consequências dessa política de palavras solidárias e gestos mesquinhos. Um rumor infundado sobre a presença no avião presidencial boliviano do ex-membro da Agência Nacional de Segurança (NSA) norteamericana, o estadunidense Edward Snowden, conduziu a um sério incidente diplomático aeronáutico entre Bolívia, França, Portugal e Espanha. 

Voltando de Moscou, onde havia participado da segunda cúpula de países exportadores de gás, realizada na capital russa, Morales se viu forçado a aterrissar no aeroporto de Viena depois que França, Portugal e Espanha negaram permissão para que seu avião fizesse uma escala técnica ou sobrevoasse seus espaços aéreos. Os “amigos” do governo norteamericano avisaram os europeus que Morales trazia no avião Edward Snowden, o homem que revelou como Washington, por meio de vários sistemas sofisticados e ilegais, espionava as conversações telefônicas e as mensagens de internet da maioria do planeta, inclusive da ONU e da União Europeia.

O certo é que Edward Snowden não estava no avião de Evo Morales. No entanto, ante a negativa dos países citados em autorizar o sobrevoo do avião presidencial, Morales fez uma escala forçada na Áustria. As capitais europeias coordenaram muito bem suas ações conjuntas para cortar a rota de Evo Morales. Surpreende a eficácia e a rapidez com que atuaram, tão diferente das demoradas medidas que tomam quando se trata de perseguir mafiosos, traficantes de ouro, financistas corruptos ou ladrões do sistema financeiro internacional.

Segundo a informação da chancelaria boliviana, o avião havia obtido a permissão da Espanha para fazer uma escala técnica nas Ilhas Canárias. Essa autorização também foi cancelada e, finalmente, o avião teve que aterrissar no aeroporto de Viena. Segundo declarou em La Paz o chanceler boliviano David Choquehuanca, “colocou-se em risco a vida do presidente que estava em pleno voo”. “Quando faltava menos de uma hora para o avião ingressar no território francês nos comunicam que tinha sido cancelada a autorização de sobrevoo”. O ministro pediu uma explicação tanto da França quanto de Portugal, país que tomou a mesma decisão que a França.

“Queriam nos amedrontar. É uma discriminação contra o presidente”, disse Choquehuanca. Em complemento a esta informação, o portal de Wikileaks também acusou a Itália de não permitir a aterrisagem do avião presidencial boliviano. Em Paris, o conselheiro permanente dos serviços do primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault disse que não tinha nenhuma informação sobre esse assunto. Por sua vez, a chancelaria francesa disse que não estava em condições de comentar ocaso. Bocas fechadas, mas atos concretos.

Ao que parece, todo esse enredo se armou em torno da presença de Snowden no aeroporto de Moscou. Alguém fez circular a informação de que Snowden estava no aeroporto da capital russa com a intenção de subir no avião de um dos países latino-americanos dispostos a lhe oferecer asilo político. Snowden é procurado por Washington depois de revelar a maneira pela qual o império filtrava as conversações no mundo. O chanceler boliviano qualificou como uma “injustiça” baseada em “suspeitas infundadas sobre o manejo de informação mal intencionada” o cancelamento das permissões de voo para o avião de Evo Morales. “Não sabemos quem inventou essa soberana mentira; querem prejudicar nosso país”, disse Choquehuanca. “Não podemos mentir à comunidade internacional e não podemos levar passageiros fantasmas”, advertiu o responsável pela diplomacia boliviana.

Em La Paz, as autoridades adiantaram que não receberam nenhum pedido de asilo por parte de Edward Snowden. Evo Morales havia evocado a possibilidade de conceder asilo a Snowden, mas só isso. O mesmo ocorreu com outra vítima da informação e da perseguição norteamericana, o fundador do Wikileaks, Julian Assange. O mundo ficou pequeno para Edward Snowden. 

Assange está refugiado na embaixada do Equador em Londres e Snowden encontra-se há dez dias na zona de trânsito do aeroporto de Sheremétievo, em Moscou. Segundo Dmitri Peskov, o secretário de imprensa do presidente Vladimir Putin, o norteamericano havia solicitado asilo a Rússia, mas depois “renunciou a suas intenções e a sua solicitação”. Peskov esclareceu, porém, que o governo russo não entregaria o fugitivo para a administração norte-americana: “o próprio Snowden por sincera convicção ou qualquer outra causa se considera um defensor dos direitos humanos, um lutador pelos ideais da democracia e da liberdade pessoal. Isso é reconhecido pelos ativistas e organizações de direitos humanos da Rússia e também por seus colegas de outros países. Por isso é impossível a entrega de Snowden por parte de quem quer que seja a um país como os EUA, onde se aplica a pena de morte.

Quando se referiu ao caso de Snowden em Moscou, Evo Morales assinalou que “o império estadunidense conspira contra nós de forma permanente e quando alguém desmascara os espiões, devemos nos organizar e nos preparar melhor para rechaçar qualquer agressão política, militar ou cultural”. Os europeus, os campeões da defesa da democracia, do Estado de Direito e da liberdade, demonstraram que suas relações com a Casa Branca estão acima de tudo e que podem pisotear os direitos de um avião presidencial caso isso seja preciso para que o grande império não se incomode com eles.

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer