Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Lista de presença da reunião do G20 omite nome e cargo de Temer

Clauber Cleber Caetano/PR: <p>Hangzhou - China, 04/09/2016. Presidente Michel Temer durante a primeira Sessão de trabalho da Cúpula do G20. Foto: Clauber Cleber Caetano</p>

Em vez de apresentar o nome de Michel Temer, a lista elencou "líder brasileiro", mesmo três dias após o evento; na foto oficial dos líderes, Temer, ao contrário de Lula e Dilma, foi escanteado e colocado na ponta, entre os presentes.


Do Brasil de Fato – O presidente não-eleito Michel Temer foi o único líder que não teve o nome citado na lista de presença do encontro do G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo todos os anos. Em vez de apresentar o nome de Michel Temer, a lista elencou "líder brasileiro", mesmo três dias após o impeachment de Dilma Rousseff. 

Neste ano, o evento aconteceu em Hangzhou, capital da província de Zhejiang, na China. Iniciada neste domingo (4), a reunião terminou nesta segunda-feira (5).

O Brasil de Fato entrou em contato com bloco por email à procura de explicações sobre a omissão do nome de Temer, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. 


 



Leia na íntegra a nota de apresentação dos líderes do G20 em inglês.

Veja em português:

O 11º Encontro do G20 será sediado em Hangzhou, Zhejiang, em 4 e 5 de setembro. Os seguintes líderes dos países-membros do G20 irão comparecer ao encontro a convite do presidente Xi Jinping:

- Presidente Mauricio Macri, da Argentina; líder brazileiro; presidente François Hollande, da França; presidente Joko Widodo, da Indonésia; presidente Park Geun-hye, da ROK; presidente Enrique Pena Nieto, do México; presidente Vladimir Putin, da Rússia; presidente Jacob Zuma, da África do Sul; presidente Recep Tayyip Erdogan, da Turquia; presidente Barack Obama, dos EUA; primeiro-ministro Malcolm Turnbull, da Austrália; primeiro-ministro Justin Trudeau, do Canadá; chanceler Angela Merkel, da Alemanha; primeiro-ministro Narendra Modi, da Índia; primeiro-ministro Matteo Renzi, da Itália; primeiro-ministro Shinzo Abe, do Japão; primeira-ministra Theresa May, do Reino Unido; presidente Donald Tusk, do Conselho Europeu; presidente Jean-Claud Juncker, da Comissão Europeia; vice-primeiro-ministro da Arábia Saudita, príncipe Muhammad bin Salman Al Saud da Arábia Saudita; presidente Idriss Deby, de Chade; presidente Abdel Fatah al-Sesi, do Egito; presidente Nursultan Nazarbayev, do Casaquistão; presidente Bounnhang Vorachith, de Laos; presidente Macky Sall, de Senegal; primeiro-ministro Lee Hsien Loong, de Cingapura; primeiro-ministro Mariano Rajoy, da Espanha; primeiro-ministro Prayut Chan-ocha, da Tailândia; secretário-geral da ONU Ban Ki-moon; presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim; diretora do FMI, Christine Lagarde; diretor-geral do WTO, Roberto Azevedo; diretor-geral Guy Ryder, da Organização Internacional do Trabalho; presidente Mark Carney, do Financial Stability Board; a secretária-geral Angel Gurria, da OECD, etc..

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Brasileiros reagem a Temer e enchem página do G20 com #ForaTemer





temer china
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Nos últimos dias, Michel Temer vem atacando os manifestantes que protestam com seu governo, contrastando com a forma respeitosa com que Dilma Rousseff tratava os que discordavam dela quando ainda estava na Presidência.
 
Forma de Temer encarar protestos contra si

temer china 1
Forma de Dilma encarar protestos contra si
temer china 2


A atitude de Temer não apenas choca pela falta de respeito com as manifestações populares – o que mostra a diferença de espírito democrático entre a presidente derrubada e o usurpador que tomou seu lugar –, mas por seu alheamento da realidade, haja vista que as manifestações contra si estão longe de ser pequenas e, além disso, estão crescendo em público a cada dia.

temer china 3

Porém, essas manifestações de desrespeito podem lhe custar caro. Na página do Facebook do encontro do G20 na China, por exemplo, milhares e milhares de brasileiros estão colocando comentários em cada post com palavras de ordem e memes contra Temer.

temer china 4

Mas o pior (para o golpista-mor) não é isso. Ele deu essas declarações (inaceitáveis para um democrata e um homem público) sobre os protestos contra si na véspera de um ato dominical na avenida Paulista que, inclusive, o governo do Estado de São Paulo tentou impedir.


Pode até ser que muitos dos que estão revoltados com Temer deixem passar a provocação, mas nenhum político inteligente insultaria parcela da população que talvez possa a ser minoritária, mas que está longe de ser pequena. Neste domingo veremos.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Temer fará alguma falta na reunião do G20?

:

Oficialmente, o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu ferir o direito de defesa da presidente Dilma Rousseff e antecipar em quatro dias a votação final do impeachment, atendendo a um pedido do interino Michel Temer, que gostaria de viajar à China, para a reunião do G20, como presidente efetivo, nos dias 4 e 5 de setembro; ocorre que dos 19 países que, além do Brasil, fazem parte do grupo, nenhum saudou Temer como presidente, após sua chegada ao poder no dia 13 de maio; além disso, o único líder do G20 que virá para a Rio 2016 no Brasil, que, em razão da crise política, apresenta a maior recessão do mundo, é François Hollande; ele vem por obrigação, porque Paris pretende sediar os Jogos de 2024; nos bastidores, o que se comenta é que a pressa está mais relacionada com o temor de uma delação de Eduardo Cunha do que com a viagem de Temer à China 

247 – Na reta final do processo de impeachment, pouca gente entendeu por que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) decidiu manchar sua biografia, encurtando os ritos processuais do processo de impeachment e ferindo o direito de defesa da presidente Dilma Rousseff

Oficialmente, Renan decidiu antecipar em quatro dias a votação final do impeachment, atendendo a um pedido do interino Michel Temer, que gostaria de viajar à China, para a reunião do G20, como presidente efetivo, nos dias 4 e 5 de setembro.

Ocorre que Temer não faria a menor diferença no encontro das vinte nações mais desenvolvidas do mundo. Dos 19 países que, além do Brasil, fazem parte do grupo, nenhum saudou Temer como presidente, após sua chegada ao poder no dia 13 de maio.

Além disso, o único líder do G20 que virá ao Brasil, que, em razão da crise política, apresenta a maior recessão do mundo, é François Hollande, que vem por obrigação, porque Paris pretende sediar os Jogos de 2024.

Nos bastidores, o que se comenta é que a pressa está mais relacionada com o temor de uma delação de Eduardo Cunha do que com a viagem de Temer à China.


Dilma: Temer não é apenas um traidor. É um usurpador


 :

Em entrevista ao correspondente Germán Aranda, do El Mundo, um dois mais importantes jornais da Espanha, a presidente eleita Dilma Rousseff afirma que o interino Michel Temer é um intruso na cerimônia de abertura da Rio 2016; "Imagine que você vai dar uma festa, trabalha durante anos, monta as condições, convida a imprensa e no dia dessa festa alguém chega, toma seu lugar e se apropria dessa festa", diz ela; Dilma afirma que Temer não apenas a traiu como também conspirou com seu aliado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que o golpe vingasse; ela afirma que muitos brasileiros foram ludibriados pelos meios de comunicação, que apoiaram o golpe, e agora se sentem enganados ao perceber que seus direitos serão suprimidos; Dilma também afirmou que Lula não será preso porque, se isso ocorresse, haveria grande comoção no Brasil

247 – A presidente eleita Dilma Rousseff avalia que o interino Michel Temer a traiu e não só usurpou a presidência da República como também roubou seu lugar na cerimônia de abertura da Rio 2016.
"Imagine que você vai dar uma festa, trabalha durante anos, monta as condições, convida a imprensa e no dia dessa festa alguém chega, toma seu lugar e se apropria dessa festa", disse ela, em entrevista ao jornal El Mundo.

Dilma afirma que Temer não apenas a traiu como também conspirou com seu fiel aliado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que o golpe vingasse e fosse conduzido de forma absolutamente antiética.
Ela afirma que muitos brasileiros foram ludibriados pelos meios de comunicação, que apoiaram o golpe, e agora se sentem enganados ao perceber que seus direitos serão suprimidos.
Dilma também afirmou que Lula não será preso porque, se isso ocorresse, haveria grande comoção no Brasil.

Leia, abaixo, as perguntas e respostas da entrevista, em espanhol:
 ¿Usted confía en la Justicia o cree que participó de lo que usted llama golpe?

Yo confío en la institución de la Justicia, no creo que ninguna institución participara en el golpe. Ni el judicial, ni el legislativo ni las fuerzas armadas. Lo que hubo son miembros de todas las instituciones que participaron de alguna forma.

En la primera sesión del plenario que precipitó su alejamiento temporal del cargo, 55 senadores votaron a favor del cese y 22 en contra. Hay que convencer a unos cinco senadores para que cambien el voto. Entonces, ¿por qué se respira pesimismo en su propio Partido de los Trabajadores (PT)?

El Senado ha estado parado en las últimas semanas y ahora retoma su actividad, va a haber una movilización mayor. No voy a hablar de nombres concretos, pero la sensación de que no es un gobierno popular se traslada de la sociedad al Senado. Las personas, como se vio en las marchas del pasado viernes, comienzan a percibir que hubo una manipulación de los medios en la construcción del ambiente para que se dieran condiciones para el 'impeachment'. Los medios intentan decir que el impeachment ya ha tenido lugar. Como los grupos y personas que defienden el golpe están mejor representados por los medios, tienen más condiciones de exteriorizar ese sentimiento. Muchos de los que votaron a favor del impeachment lo que querían era que se frenaran las investigaciones contra el caso Lava Jato. Y el Gobierno interino está tomando medidas contra derechos sociales como la jubilación o el despido. Mucha gente se siente engañada.

La oposición al Gobierno de Temer ha sido mucho menor que la oposición a su propio Gobierno. ¿Se siente decepcionada con la movilización de la izquierda?

No, yo creo que la izquierda se movilizó bastante después de la votación en la Cámara, hubo marchas en 26 ciudades. A partir de ahora creo que volverán a hacerlo. Estamos a punto de empezar los Juegos Olímpicos y eso puede dar una visibilidad mayor a los movimientos. Además, yo creo que el impeachment tampoco consigue ya movilizar igual a la población, como se vio en las marchas del viernes, porque las personas empiezan a sentir que fueron engañadas cuando ven muchos ministros corruptos asumir cargos en el gobierno de Temer.

Las manifestaciones, como las redes sociales, muestran una polarización nunca vista en el país.

Han crecido los mensajes de intolerancia y prejuicio contra la libertad de las mujeres y también la homofobia, estimulada por sectores de la oposición y parte de los medios. Pero también ha crecido la reacción a ese odio. Estamos en un momento de pérdida de derechos sociales que afecta a varias camadas de la sociedad. Ciertas cosas son absurdas. En un país con una Constitución que prevé un Estado laico, no es aceptable que se asuman posiciones religiosas en las leyes como pretendía el ex presidente de la Cámara, Cunha.  
El Estado se asienta en la diversidad, que está en la esencia de nuestra unión como pueblo.
¿Usted cree que el Congreso refleja esa diversidad?

No, no lo hace, pero aún menos un Ejecutivo interino formado por hombres blancos, ricos y muy masculinos. Hombres, en fin.


¿Es esa falta de diversidad lo que le dificultaba negociar con el Congreso o, como dijo recientemente, una voluntad de chantajearla por parte los diputados?

Yo tenía relación con el Congreso. Pero era difícil negociar.

 La agenda del ex presidente de la Cámara, que fue alejado por tener cuentas en Suiza y haber lavado dinero, no coincidía en absoluto con la del Gobierno. A pesar de que su partido hasta entonces era centrodemocrático, él es extremamente conservador.

Con ese conservadurismo, él consiguió convencer al Congreso para aprobar las leyes y el 'impeachment' y usted no.

Tal vez él tuviese más recursos para persuadir a los congresistas que el Ejecutivo. Financiaba sus campañas, en primer lugar, y en segundo están las acusaciones del Fiscal General contra él. [Fue acusado de corrupción y cobro ilegal, pero también de mentir en las Comisiones parlamentarias e intentar desviar las investigaciones contra el caso Petrobras]. Como esto no es un régimen parlamentarista, no es suficiente con no aprobar la gestión de un presidente para someterle a una cuestión de confianza. 

No es legítimo que el Congreso saque a un presidente sin causa jurídica. No hay delito en las maniobras fiscales.

Y si es ilegal, ¿por qué el 'impeachment' no ha sido vetado por el Supremo?

Aún no hemos pedido al Supremo que vete el mérito del impeachment, es algo que haremos cuando creamos oportuno si es necesario, porque el juicio aún no se ha llevado a cabo.

Usted rechazó recientemente asistir a la ceremonia inaugural de los Juegos del próximo viernes.
Imagina que vas a dar una fiesta, trabajas durante varios años para la fiesta, montas las condiciones, colocas la iluminación, llamas a la prensa... Y el día de la fiesta alguien llega, toma tu lugar y se apropia de la fiesta. En esta historia de los Juegos, yo soy la Cenicienta, la invitan a la fiesta pero se tiene que ir antes, vive en las cenizas.

La pasada semana, 'Lula' fue imputado por obstrucción a la Justicia, ¿sigue defendiéndole?

Lula es un hombre íntegro y correcto que ha sido blanco de una persecución. Y por las encuestas que hemos visto, es un candidato fuerte para las elecciones de 2018. No creo que Lula vaya a ir preso. Si es detenido, habrá una gran conmoción en el país. El presidente Lula va a saber responder a las acusaciones correctamente y así va a mostrar su compromiso con la justicia del país.

¿No cree que es normal que mucha gente sospeche que usted conocía la trama corrupta, después de que al menos dos procesados lo hayan expresado en sus declaraciones a la policía y también por los cargos que usted ocupaba, siempre próximos Petrobras?

No se puede sospechar a partir de declaraciones, sino de pruebas y evidencias. Ya le dieron la vuelta a mi vida de lado a lado y del revés y no hay nada que me relacione con actos de corrupción. No recibí dinero de ninguna trama, no participé de ninguna manera y no tengo cuentas en Suiza.
¿Y no sabía que esa corrupción tenía lugar?

Creo que es extraña esa pregunta. Porque son muchas instituciones las que estaban relacionadas con Petrobras. La Comisión de Valores Mobiliaria, el Tribunal de Cuentas o las empresas auditoras. ¿Ellas sabían que esa corrupción tenía lugar? No. Lo que vale para ellos, vale para mí. La corrupción es un proceso insidioso que se da escondido. Es muy difícil, sin tener instituciones fuertes y legislaciones adecuadas. ¿Y cuándo fueron fortalecidas? En el Gobierno de Lula y en mi Gobierno. Se empezó a luchar contra la corrupción mediante nuevas leyes y medidas.

¿Se siente más cómoda, como parece por su actitud, luchando contra el 'impeachment' que como presidenta?

Ejercer en el Gobierno es una tarea de todos los minutos del día. No estás haciendo una oposición, estás construyendo, y eso es mucho más difícil que luchar contra la injusticia. Tienes que tomar muchas decisiones, muy difíciles algunas. Gobernar exige que tomes sistemáticamente decisiones todos los segundos y minutos de tu vida.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Dilma pode escolher: ser Francisco ou Bergóglio?

Um país aos cacos? Lojas Americanas vão abrir mais 800 lojas no Brasil, quase dobrar de tamanho até 2019, com investimentos de R$ 4 bilhões; fosse um país, classe C brasileira formaria hoje a 18º economia do mundo e estaria na Austrália, na reunião do G20.

Brasil aos cacos? Sozinha, a classe C brasileira consome mais que a Holanda ou a Suíça inteiras.
Saldo da restauração neoliberal na mesa do G-20: mais 30 milhões de desempregados desde 2008.

A frente de esquerda está nascendo nas ruas: debaixo de chuva, cerca de 15 mil pessoas fizeram passeata pela ruas de SP nesta 5ª feira para exigir reformas populares,entre elas, a urbana, a política e a regulação da mídia; uniram-se no ato, a CUT, MTST, Levante da Juventude, PT e PSOL, entre outros.

A CUT analisa a hora do Brasil e adianta que os trabalhadores querem participar das decisões que vão ordenar o governo Dilma .

Unctad dá a receita para o mundo crescer: estímulos fiscais e crédito à produção, crescimento real do salário, imposto progressivo e regulação forte do sistema financeiro. É impressão ou é o oposto do que o conservadorismo quer enfiar goela abaixo de Dilma?

Dilma pode escolher: ser Francisco ou Bergóglio? 

A história não é fatalidade. Um exemplo de quem mudou suas circunstâncias? O Papa, que deixou de ser Bergóglio para se tornar Francisco.

por: Saul Leblon

Arquivo

A incerteza que  antecede as definições do segundo governo Dilma mantém o Brasil em suspenso à direita e à esquerda.

Mercados financeiros giram feito barata tonta ao sabor dos mais desencontrados boatos.

Vendidos suplicam por um boato baixista; comprados dão a vida por uma puxada nas cotações. Ganha-se na diferença diária entre um zunzum e outro.

Especulações sobre o comando da economia oscilam entre o tudo e o nada, muito pelo contrário.

Há lastro.

É evidente a dúvida e a divergência nos círculos da própria Presidenta e do PT: como negociar sem regredir e, sobretudo, com preservar margem para avançar?

A hipótese de se reeditar o modelo  ‘Lula 1.0’, ortodoxo na condução da economia, heterodoxo no fortalecimento ancorado em expansão de salários, emprego e  políticas sociais tromba na história.

O quadro de bonança externa que permitiu a relação acomodatícia entre interesses conflitantes não existe mais.

O ciclo acabou na crise de 2008, que levou ao ‘Lula 2.0’ e ao primeiro Dilma, de recortes mais heterodoxos (Leia a análise de Tarso Genro; nesta pág).

Não apenas isso.

O estreitamento da margem de manobra na economia não encontra qualquer compensação no ambiente político.

Dilma sai inequivocamente vitoriosa de uma disputa histórica, marcada pelo confronto feroz entre projetos distintos de país, em meio a uma transição de ciclo econômico global.

A derrota da restauração neoliberal nas urnas brasileiras não encerra o confronto que permanece em aberto em todo o mundo.

Por isso é ilusório imaginar que o terceiro turno desta vez cederá tão cedo ou em troca de pouco.

Não cederá.

A percepção dessa rigidez adiciona tensões imagináveis na atormentada busca de uma ordenação do próximo governo.

Como  honrar a vitória nas urnas e exercer a iniciativa na esfera econômica e social, sem ser emparedado pela roleta do mercado financeiro aqui e lá fora?

O ‘salvacionismo da rendição’ ganha força à medida em que as escolhas giram em falso no relógio do tempo político.

Aqui e ali ouvem-se apelos extremados para Dilma ‘resolver logo’.

O que?

Tudo.

‘Tudo o que o mercado quer’.

Em vão imagina-se que assim haverá a trégua que o comunicado oficial da vitória na noite de 26 de outubro não ensejou.

Setores do PT antigamente identificados com aquilo que se convencionou chamar de ‘paloccismo, que vem a ser o neoliberalismo de estrela na lapela, vendem a ilusão de um apaziguamento.

Em 2006 venderam a Lula a fraude de que se dissesse ‘fui traído’, as capas de ‘Veja’ sobre o dito ‘mensalão’ refluiriam.

O que se deu é sabido.

Dilma sabe que não dá para atender ao apetite pantagruélico e  ao mesmo tempo cumprir as obrigações da urna.

Que fazer?

É aconselhável, em primeiro lugar, olhar em volta.

Quem  recomenda é o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, em entrevista desta semana a Carta Maior (assista nesta pág.).

A desordem no capitalismo internacional é tão grave que o seu principal bunker financeiro, o FMI, converge rapidamente para se transformar em defensor de incentivos fiscais e do investimento público, aqui demonizados pelos bravos rapazes e moças do jornalismo isento.

Até autoridades da zona do euro, arrasada pelo fracasso desse oximoro, a ‘contração expansiva’, ensaiam mudança de tom.

A busca do impossível –crescer e arrochar—  faz água por todas as latitudes.

Ou não será essa impossibilidade metafísica que ordena o  ziguezagueante discurso do G-20, reunido na distante Austrália?

Oxímoros -- contradições em seus próprios termos--  refletem o esgotamento de uma agenda.

Aquela  que levou  o mundo a transitar da longa convalescença de 2008 direto para uma era de estagnação.

O ‘novo normal’, a perder de vista, sob os timoneiros do arrocho, compõe um cotidiano em que nada se move.

Exceto as curvas da desigualdade, o empoçamento  do capital fictício, o fastígio dos paraísos fiscais e a fuga da juventude desempregada para lugar nenhum.

Os dados estão carimbados no rosto de pedra dos participantes do G 20: 75 milhões de jovens nunca encontrarão trabalho em sua vida; o estoque do desemprego mundial requer a criação de 200 milhões de vagas. Mas a Europa continua a despejar gente na rua, enquanto nos EUA cresce o emprego precário e o rendimento da classe média hiberna há 15 anos.

Que arranjo ministerial é o mais indicado para enfrentar o terceiro turno do conservadorismo no Brasil, enquanto se espera um alvorecer da longa noite neoliberal?

Trazer o conflito para dentro do governo é uma forma de rachar a frente derrotada em 26 de outubro.

A que custo, porém,  sob o chicote do juro alto e do emprego declinante?

Outra hipótese é reformar a bicicleta da correlação de forças pedalando o mais depressa possível para longe da macroeconomia da recessão: baixar juro, usar o dinheiro economizado para obras, coordenar o câmbio, exportar, investir e contratar.

O jogral conservador diz que é o caminho para a morte súbita do governo Dilma.
É melhor morrer em fogo lento? Degrau por degrau na ladeira do desemprego, da erosão salarial e do desacorçoo, até o enterro solene em 2018?

Não há escolha fácil num mundo difícil, assoalhado de chão mole por todos os lados.

Mas a história não é uma ciência exata; por mais que o mercado lhe sonegue esse predicado ela muda sob a ação dos homens e de suas circunstâncias.

Mudanças no exercício do poder podem alterar as circunstancias e tornar possível o impossível.

Um exemplo meramente ilustrativo?

O Papa.

Nos últimos dias, o Papa Francisco foi elogiado por duas estrelas incontestáveis da constelação progressista latino-americana: sua conterrânea argentina, Estela Carloto,  líder do movimento das Abuelas de Mayo, que ele recebeu no Vaticano e a seu neto recém localizado;  e o brasileiro Pedro Stedile, o indobrável dirigente do MST, um dos convidados do Encontro  Mundial de Movimentos Populares, patrocinado pelo Papa, no final do outubro.

A receptividade do anfitrião impressionou o marxista Stédile.

 ‘O Papa deu uma grande contribuição (ao encontro), com um documento irrepreensível, mais à esquerda do que muitos de nós; em 2.000 anos, nenhum Papa jamais organizou uma reunião desse tipo com movimentos sociais’, atestou Stédile.

Antes de afrontar  dois mil anos de história, o sucessor de Bento XVI --o doutrinário conservador Ratzinger, que renunciou em fevereiro de 2013--, já havia impressionado uns e surpreendido outros ao deflagrar uma devassa nos círculos de poder santo.

Sem cerimonia, Francisco afastou chefões acusados de abusos sexuais; criou comissões investigativas para devassar as sacristias do poder; abateu  corruptos abrigados em batinas purpuras; degredou veneráveis incrustrados na burocracia do Banco do Vaticano, de laços conhecidos com o crime organizado italiano.

Nesta 4ª feira, outras vozes da esquerda regional rasgaram elogios ao Papa por uma nova decisão corajosa.

 Francisco determinou que o Vaticano abra seus arquivos secretos quando isso for do interesse das investigações sobre desaparecidos políticos durante a ditadura militar argentina.

Uma reforma jurídica do Estado do Vaticano foi determinada pelo Papa para legalizar essa ruptura.

Sua orientação atinge a ultraconservadora hierarquia do catolicismo argentino.
Ela já começou a colaborar com as Abuelas de Mayo, na localização de filhos de desaparecidos políticos, vítimas da ditadura que entre  1976 a 1983 matou cerca de 30 mil  argentinos.

A decisão de abrir os arquivos da Igreja tem um significado político especial para o Papa Francisco.

Quando o nome do Cardeal Arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, 76 anos, foi consagrado em março de 2013 pelo Concílio romano, a reação predominante na esquerda latino-americana –  inclua-se nisso Carta Maior—foi de desalento e apreensão.

O  265° Papa de Roma, o primeiro latino-americano a ocupar o trono de Pedro,  não oferecia motivos para comemorações.

A própria Estela Carloto desabafou na época que o sucessor do Papa Bento XVI fazia parte da “Igreja que escureceu o país” durante a ditadura.

‘É verdade, não sentimos muita alegria com a sua eleição; nunca tínhamos ouvido Bergoglio fazer menção aos desaparecidos, nem dar qualquer apoio à busca pelas nossas crianças’, admitiu ela após o encontro efusivo no Vaticano, onde fez uma autocrítica cercada de elogio ao renascido conterrâneo.

Não apenas omissão. A principal acusação contra o bispo Bergoglio era de cumplicidade.

Ele poderia, mas nunca facilitou, por exemplo, a reunião das abuelas desesperadas com o Papa.

O primeiro encontro delas com o Sumo Pontífice, em 1980, deu-se no Brasil e só aconteceu por interferência de religiosos brasileiros.

No livro “El Silencio”, o premiado jornalista argentino, Horacio Verbitsky, recolheu depoimentos e reconstituições que lançam sombras ainda mais densas sobre o passado do cardeal Bergoglio.

Sabe-se, por exemplo, que no dia em que a ‘fumata bianca’ do Vaticano anunciou o ‘habemus papam’ e em seguida emergiu a figura do cardeal argentino no balcão , Graciela Yorio esmurrou as paredes de seu apartamento, a 11.200 quilômetros de distância, em Buenos Aires.

O relato foi estampado nos jornais argentinos e também na Folha de S. Paulo.

A revolta deve-se a uma certeza guardada há 36 anos na memória dessa sexagenária.
Em maio de 1976, seu irmão, padre Orlando Yorio, foi delatado à ditadura sedenta e recém-instalada, juntamente com o sacerdote Francisco Jalics, que hoje mora na Alemanha.

Os dois religiosos ficaram cinco meses nas mãos dos militares. Incomunicáveis, na temível Escola Mecânica da Marinha, adaptada para ser a máquina de moer ossos do regime.

Por omissão ou conivência ativa, atribui-se ao então cardeal Bergoglio — então com cerca de 40 anos, líder conservador dos jesuítas argentinos—um pedaço da responsabilidade por essas prisões.

Essa é a convicção de Graciela, baseada no que ouviu do irmão, falecido em 2000, militante da Teologia da Libertação como Jalics, que se diz  reconciliado com Francisco.

Não faltaram vozes  progressistas a rejeitar esse enredo macabro, dando testemunho da retidão discreta do conservador Bergóglio  sob o terror militar.

A corajosa abertura dos arquivos do Vaticano agora poderá dar-lhe o salvo conduto definitivo afastando  sua biografia da sombra desse período.

Mas o fato é que Bergóglio já se reinventou sob o manto de Francisco. Hoje, figura como uma referência sintomática do vento novo que sopra na contracorrente da decadência neoliberal no mundo.

O que teria sido do Papa se mantivesse em Roma a ambiguidade discreta do seu cardinalato  na Argentina?

Seria maculado pela reprovação silenciosa de muitos; seria uma figura irrelevante  na desordem mundial; seria um pequeno conservador na cena extremada de um mundo em busca de nova identidade e de um ciclo renovador para o desenvolvimento, a vida e a espiritualidade.

Seriam, enfim, tudo o que Francisco decidiu não ser e não é.

O que sobra disso para a pasmaceira de um Brasil que oscila entre um Meirelles ou um Tombini na Fazenda?

Sobra a lição da inexcedível capacidade humana para se reinventar nas amarras das circunstâncias, alterando-as no processo, mesmo sem ignorá-las.

Sobra a hipótese de Dilma vestir o manto da Presidência e poder escolher entre ser Bergóglio ou Francisco.

Sobra o espaço das escolhas na história.

Não fosse assim ela não seria  história, mas fatalidade.

Leia, abaixo, trechos do ilustrativo discurso do Papa Francisco, em 27 de outubro, na recepção aos participantes do Encontro Mundial de Movimentos Populares, no Vaticano:

‘Obrigado por terem aceitado este convite para debater tantos graves problemas sociais que afligem o mundo hoje (...). Os pobres não só padecem a injustiça, mas também lutam contra ela! Não se contentam com promessas ilusórias, desculpas ou pretextos. Também não estão esperando de braços cruzados a ajuda de ONGs, planos assistenciais ou soluções que nunca chegam ou, se chegam, chegam de maneira que vão em uma direção ou de anestesiar ou de domesticar’

‘( solidariedade) é pensar e agir em termos de comunidade, de prioridade de vida de todos sobre a apropriação dos bens por parte de alguns. É enfrentar os destrutivos efeitos do Império do dinheiro: os deslocamentos forçados, as migrações dolorosas, o tráfico de pessoas, a droga, a guerra, a violência e todas essas realidades que muitos de vocês sofrem e que todos somos chamados a transformar. A solidariedade, entendida em seu sentido mais profundo, é um modo de fazer história, e é isso que os movimentos populares fazem’.

‘Queremos que se ouça a sua voz, que, em geral, se escuta pouco. Talvez porque incomoda, talvez porque o seu grito incomoda, talvez porque se tem medo da mudança que vocês reivindicam, mas, sem a sua presença, sem ir realmente às periferias, as boas propostas e projetos que frequentemente ouvimos nas conferências internacionais ficam no reino da ideia’

‘Não é possível abordar o escândalo da pobreza promovendo estratégias de contenção que unicamente tranquilizem e convertam os pobres em seres domesticados e inofensivos.

‘Este encontro nosso responde a um anseio muito concreto, algo que qualquer pai, qualquer mãe quer para os seus filhos; um anseio que deveria estar ao alcance de todos, mas que hoje vemos com tristeza cada vez mais longe da maioria: terra, teto e trabalho. É estranho, mas, se eu falo disso para alguns, significa que o papa é comunista’.

‘Terra, teto e trabalho – isso pelo qual vocês lutam – são direitos sagrados. Reivindicar isso não é nada raro, é a doutrina social da Igreja. Vou me deter um pouco sobre cada um deles, porque vocês os escolheram como tema para este encontro.

‘‘Quando a especulação financeira condiciona o preço dos alimentos, tratando-os como qualquer mercadoria, milhões de pessoas sofrem e morrem de fome. Por outro lado, descartam-se toneladas de alimentos. Isso é um verdadeiro escândalo (...) deixem-me dizer-lhes que, em certos países, e aqui cito o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, "a reforma agrária é, além de uma necessidade política, uma obrigação moral’

‘Eu disse e repito: uma casa para cada família. Mas, além disso, um teto, para que seja um lar, tem uma dimensão comunitária: e é o bairro... e é precisamente no bairro onde se começa a construir essa grande família da humanidade, a partir do mais imediato, a partir da convivência com os vizinhos (...) ali, o espaço público não é um mero lugar de trânsito, mas uma extensão do próprio lar, um lugar para gerar vínculos com os vizinhos’.

‘O desemprego juvenil, a informalidade e a falta de direitos trabalhistas não são inevitáveis, são o resultado de uma prévia opção social, de um sistema econômico que coloca os lucros acima do homem, que considera o ser humano em si mesmo como um bem de consumo, que pode ser usado e depois jogado fora. Isso acontece quando, no centro de um sistema econômico, está o deus dinheiro e não o homem, a pessoa humana’

‘Descartam-se os idosos, porque, bom, não servem, não produzem. Nem crianças nem idosos produzem. Estamos assistindo a um terceiro descarte muito doloroso, o descarte dos jovens. Milhões de jovens (...) aqui na Itália, passou um pouquinho dos 40% de jovens desempregados. Sabem o que significa 40% de jovens? Toda uma geração, anular toda uma geração para manter o equilíbrio. Em outro país da Europa, está passando os 50% ...São dados claros do descarte. Descarte, descarte (...) para poder manter e reequilibrar um sistema em cujo centro está o deus dinheiro, e não a pessoa humana’

‘Um sistema econômico centrado no deus dinheiro também precisa saquear a natureza, saquear a natureza, para sustentar o ritmo frenético de consumo que lhe é inerente’.

‘Alguns de vocês expressaram: esse sistema não se aguenta mais. Temos que mudá-lo, temos que voltar a levar a dignidade humana para o centro, e que, sobre esse pilar, se construam as estruturas sociais alternativas de que precisamos. É preciso fazer isso com coragem, mas também com inteligência. Com tenacidade, mas sem fanatismo (...) Os cristãos têm algo muito lindo, um guia de ação, um programa, poderíamos dizer, revolucionário. Recomendo-lhes vivamente que o leiam, que leiam as Bem-aventuranças que estão no capítulo 5 de São Mateus e 6 de São Lucas (cfr. Mt 5, 3; e Lc 6, 20) e que leiam a passagem de Mateus 25’

‘A perspectiva de um mundo da paz e da justiça duradouras nos exige superar o assistencialismo paternalista, nos exige criar novas formas de participação que inclua os movimentos populares e anime as estruturas de governo locais, nacionais e internacionais com essa torrente de energia moral que surge da incorporação dos excluídos na construção do destino comum. Digamos juntos com o coração: nenhuma família sem moradia, nenhum agricultor sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que o trabalho dá’.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Viagem aos EUA: a boa lição de Pinheiro Machado a Dilma Rousseff

obama



Desde o início, este Tijolaço defende que a resposta ao ato de agressão praticado pelos EUA contra o Brasil seja lucidamente política.
Não termos nenhuma razão para não sermos firmes nem nenhum motivo para agirmos aos arroubos.
Sabemos bem o que somos e o que queremos.
Ficou famosa a frase de Pinheiro Machado a seu cocheiro, quando seus adversários o ameaçavam, para que este tocasse o coche: “”Nem tão devagar que pareça afronta, nem tão depressa que pareça medo!”
A nota confirmando o cancelamento – que ganhou o nome de adiamento  - segue essa linha. Reafirma o inconformismo brasileiro com o que ocorreu, mas deixa Obama elegantemente contemplado como se fosse parte da decisão.
E prepara, convenientemente, o discurso de queixas que Dilma fará na abertura da Assembleia Geral da ONU, semana que vem.
O roteiro é este e o epílogo será o controle hegemônico do campo de Libra, no leilão do dia 21 de outubro.
Isso é o que doerá nos americanos, não rugidos pueris.
A nota da presidência
“A presidenta Dilma Rousseff recebeu ontem, 16 de setembro, telefonema do presidente Barack Obama, dando continuidade ao encontro mantido em São Petersburgo, à margem do G-20, e aos contatos entre o ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado e a assessora de Segurança Nacional Susan Rice.
O governo brasileiro tem presente a importância e a diversidade do relacionamento bilateral, fundado no respeito e na confiança mútua. Temos trabalhado conjuntamente para promover o crescimento econômico e fomentar a geração de emprego e renda. Nossas relações compreendem a cooperação em áreas tão diversas como ciência e tecnologia, educação, energia, comércio e finanças, envolvendo governos, empresas e cidadãos dos dois países.
As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos.
Tendo em conta a proximidade da programada visita de Estado a Washington – e na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação – não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriormente acordada.
Dessa forma, os dois presidentes decidiram adiar a visita de Estado, pois os resultados desta visita não devem ficar condicionados a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada.
O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica a patamares ainda mais altos.”
Por: Fernando Brito

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

BRICS, O ‘SNOWDEN' DA GUERRA ECONÔMICA?

Na reunião desta 5ª feira, em São Petersburgo, os BRICS podem tomar uma decisão histórica. O grupo formado por Brasil,Rússia, Índia, China e África do Sul  deve anunciar oficialmente a criação de um fundo comum de reservas  de divisas. Trata-se de um instrumento de coordenação e  autodefesa cambial para fazer frente à turbulência crescente, fruto dos sinais emitidos pelo Fed , de que reduzirá as injeções de liquidez destinadas a reaquecer a economia americana. Mutatis mutandis, a decisão dos BRICS equivaleria à criação de uma frente internacional para afrontar a  sistemática violação de soberanias pelo aparato de espionagem dos EUA. Reiterada pelas revelações da dupla Snowden/Greenwald, a ação da CIA revolta, mas não configura propriamente uma singularidade. Atropelar a soberania das nações é a essência do poder imperial, que na esfera econômica o faz  com frequência e intensidade até superiores à exibida na guerra da informação. Mais que isso: indiferente à necessidade de coordenar seu interesse com o da comunidade mundial. Para que as economias em desenvolvimento deixem de ser o quintal pró-cíclico  dos impulsos americanos é preciso construir instrumentos de defesa financeira e de coordenação econômica. É sobre essa retaguarda que, se tudo der certo, o mundo começa a falar a partir desta 5ª feira, quando os BRICS iniciam o resgate do elo perdido entre Bretton Woods e a luta pelo desenvolvimento. (LEIA MAIS AQUI)

G-20 ADERE AO DISCURSO DO BRASIL SOBRE DÓLAR

quarta-feira, 27 de março de 2013

'BRASIL IMPEDIU QUE CRISE GLOBAL AFETASSE O PAÍS', DIZ DILMA