Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Obama: o mercado vai bem, o povo vai mal

Solidariedade a Genoino e Delúbio se traduz em mais de R$ 1,6 milhão.

Um Brasil aos cacos? ciclo de governos do PT reduziu em 50% o desemprego no país

11,6 milhões de brasileiros tem carteira assinada: um Portugal inteiro com trabalho formal

Brasil vive o menor desemprego de sua história: 5,4% nas seis regiões metropolitanas

Lula e a questão fundamental: como fazer política hoje? (assista: https://www.youtube.com/watch?v=csK6SAqw-Jg#t=21)


Adultos em idade produtiva compõem a maioria dos lares nos EUA que depende de ajuda estatal para alimentação: de cada 7 pessoas, uma recebe vale refeição.

por: Saul Leblon 

Arquivo


















A economia dos EUA caminha a duas velocidades. A expansão em 2013 foi tímida: 1,9% de crescimento. No último trimestre avançava a bordo de uma taxa anualizada de 3%, mas ainda abaixo dos 4% preconizados pelos otimistas.

O consumo cresce, mas os pedidos de seguro desemprego também. Um dos principais patrimônios dos EUA, a classe média afluente, derrete.

Os empregos são de baixa qualidade, a precariedade impera: a curva de crescimento dos salários, comparativamente a dos lucros, mostra a relação mais baixa da história dos EUA. 

Pessoas em idade de trabalhar agora compõem a maioria dos norte-americanos que dependem do vale-refeição do governo para comer.

Trata-se de uma ruptura de padrão: a norma, depois da depressão dos anos 30, era uma clientela feita de crianças e idosos.

Um em cada sete norte-americanos recebe ajuda alimentar.

O conservadorismo no Congresso quer cortar  US$ 4 bi/ano do programa –que hoje soma US$ 80 bi/ano, o dobro do valor de cinco anos atrás. Lá como cá, o mercadismo entende que isso  gera  ‘dependência e abuso’.

Esse o mundo real.

Na  atividade papeleira a história é outra: a banca colhe bons lucros, as bolsas decolam. Bônus milionários  voltaram a tonificar os pelos dos lobos de Wall Street.

Lembremos: são quase cinco anos de injeção mensal de US$ 85 bilhões nas mãos da matilha financeira.

Nesta semana, a ração foi mitigada com um segundo corte: o Fed depositará US$ 65 bi mensais na cuia dos lobos.

Do acúmulo efervescente parte o frisson responsável, em boa medida, por acionar a viagem de volta dos capitais estacionados em vários pontos do planeta.

A matilha fareja carne fresca no habitat original;  prepara-se para ocupar posições.

O ensaio de êxodo explica a  instabilidade cambial nas economias em desenvolvimento. Atinge, sobretudo,  dependentes de fluxos especulativos, que não conseguem segurar a fuga de capitais.

Céticos dizem que  há uma, várias,  para dizer a verdade, bolhas embutidas em uma recuperação  inflada na circularidade do dinheiro descolado do sistema produtivo.

A julgar pelo que disse Obama 3ª feira, no tradicional discurso sobre o estado da arte do país, a suspeita guarda pertinência.

Após saudar a retomada nos indicadores, o democrata emendou um desabafo sobre o panorama debaixo da ponte:

"A desigualdade se aprofundou. A mobilidade ascendente se estancou, e há pessoas demais que não estão trabalhando", lamentou.

O paradoxo do renascimento sem vida foi desdenhado na abordagem  midiática.

Preferiu-se focar  o esforço de Obama para recuperar o tônus eleitoral de um prestígio esfarelado por cinco anos de hesitações sob o garrote implacável do conservadorismo.

A contabilidade política do democrata equipara-se atualmente a de Bush  em final do mandato : apenas 40% dos americanos o apoiam; somente 30% enxergam motivos para otimismo com o país

O fato de Obama não ter conseguido até hoje reajustar o salário mínimo norte-americano, congelado há 15 anos, diz muito sobre a natureza de uma recuperação sem povo a bordo. Ou pelo menos mantido longe da primeira classe.

Parodiando um general da ditadura sobre o  ‘milagre brasileiro’:  nos EUA  os mercados vão bem, o povo vai mal.

‘Deem  um aumento à América", exortou  Obama, em busca da anuência do Congresso para seu projeto de lei que eleva em 40%  o salário mínimo  -- hoje  20% menor do que o vigente no governo Reagan, lamentou.

A título de comparação: nos últimos 12 anos, o salário mínimo brasileiro teve um aumento de 70% acima da inflação.

O desemprego nos EUA –oficial— é de 6,5%. Lambe os dois dígitos entre os negros e hispânicos.

A título de comparação número dois: nos últimos 10 anos, caiu à metade o número de  desempregados no Brasil; foi  criado um Portugal  inteiro de vagas (11,6 milhões) com carteira assinada; ao final de 2013, nas seis principais regiões metropolitanas, a taxa de desemprego atingiria a sua mínima histórica: 5,4%. Não por acaso, a inadimplência recuou ao menor nível desde 2011, mesmo com o  estoque de crédito na economia tendo crescido 14,5%  no ano passado, para somar um volume equivalente a 56,5% do PIB  (girava em torno de 25% no ciclo tucano)

As chances de Obama sensibilizar uma Câmara dominada pelos republicanos desde 2010 são equivalem às de Dilma em convencer o Tea Party tupiniquim de que não se deve jogar fora a maior defesa do país nessa transição de ciclo mundial: seu imenso mercado interno.

No desencontro entre essas duas trajetórias  desenha-se a encruzilhada que divide as avaliações sobre a pretensão brasileira de se construir enquanto nação justa e  soberana , em plena era dos capitais globalizados.

O consenso que esbraveja contra a gastança aqui e contra o vale-refeição lá tem uma receita um pouco diferente de futuro: cabe  aos  ‘livres mercados’  a tarefa de aplainar o terreno,  ordenar os alicerces e modelar a distribuição da renda e da riqueza na sociedade.

‘Tirar o governo do caminho’, como  gosta de dizer o Tea Party, seita norte-americana que se avoca intimidades mediúnicas com a mão invisível do mercado.

‘Um governo mais leve’,  evoca a linguagem atucanada por aqui, quase um esperanto do jornalismo isento, abraçado agora  também pelo neto que constrangeria  o avô  se vivo fosse.

A decepção de Obama ao constatar que a tão aguardada recuperação não revitalizou a sociedade na mesma proporção que agitou os índices Down Jones,  ilustra a dificuldade de se atribuir ao mercado aquilo que ele não sabe fazer.

O conjunto sugere que a Presidenta Dilma deveria analisar detidamente as características da convalescença em curso da maior crise do capitalismo desde 1929.

Convém atentar para as armadilhas do caminho, antes de endossar aquele pedaço do seu entorno que  mal consegue disfarçar  o entusiasmo com a janela de oportunidade para ressuscitar a dobradinha feita de  ‘arrocho monetário e fiscal’.

O discurso do Obama de 3ª feira  é o reconhecimento de uma emergência social.

Algumas informações colhidas de reportagens da Associated Press e do jornal El Pais:

- o governo dos EUA gasta atualmente US$ 80 bi  por ano com ajuda alimentar - o dobro do valor registrado há cinco anos;

- desde os anos 80, a dependência de ajuda para alimentação cresce mais entre os trabalhadores com alguma formação universitária --  sinal de que sob a égide  dos mercados desregulados, a  ex- classe média afluente não consegue sobreviver sem ajuda estatal;

- cerca  de 28% por cento das famílias que recebem vale-refeição são chefiadas por uma pessoa com alguma formação universitária;

- hoje o food stamps atende  1 de cada sete norte- americanos;

- de  2000 a 2011 , salários baixos e desigualdade  foram responsáveis por 13% da expansão do programa – contra  3,5%  entre 1980 e 2000

- pesquisas relativas ao período de 1979 e 2005 (ciclo neoliberal anterior à crise) revelam que 90% dos lares norte-americanos viram sua renda cair nesse período; apenas 1% das famílias ascendeu à faixa superior a meio milhão de dólares.

- 21% dos menores norte-americanos vivem em condições de pobreza atualmente.

O alarme anti-arrocho  emitido por essas estatísticas não  invalida o fato de que o Brasil precisa construir uma nova máquina de crescer.

Mais que nunca, porém, deixa claro que essa não é uma obra a se terceirizar aos livres mercados, como percebeu um Obama engessado em tibieza pessoal, mas não só nela.

Numa economia longamente descarnada de sua base industrial,  e desfibrada por taxas de sindicalização operária as mais baixas da história, a correlação de forças reservou-lhe pouca margem de manobra.

Exceto apelar algo pateticamente à boa vontade... dos mercados.

O Brasil vive um momento histórico distinto.

Se a trepidação global ajustar a paridade do Real na faixa dos R$ 2,45 por dólar, como quer o governo,  na verdade será  bom para regenerar seu tecido industrial e vitaminar o saldo comercial.

Pressões inflacionárias que assaltem a economia pelo canal dos bens importados, porém, não podem ser descarregadas exclusivamente no ombro dos assalariados.

Ganho de produtividade extraído da prensa dos holerites  tem sido  a norma em uma receita de capitalismo indiferente ao trunfo de seu mercado de massa.

Não é mais assim.

E os dados de 2013 sobre  consumo, emprego e renda  evidenciam o ganho da mudança processada desde 2003.

A produtividade imprescindível à renovação dessa engrenagem requer a  construção de um outro percurso.

Certamente ele será mais longo que o ajuste instantâneo oferecido pelo ferramental ortodoxo.

Mas se afigura também mais consistente do ponto de vista político  --e mais sólido se bem sucedido na inserção do país em cadeias tecnológicas de abrangência global, associada à expansão da infraestrutura local.

A única forma de modular uma travessia desse tipo, sob comando democrático da sociedade e do Estado, é pela negociação política.

O engessamento de Obama  demonstra que apostar na indulgência do conservadorismo parlamentar para pavimentar esse  caminho leva ao desmanche político.

Dilma tem os instrumentos dos quais  Obama se ressente e Roosevelt dispunha nos anos 30/40.

O Brasil preserva em seu metabolismo uma estrutura de organização social e sindical que precisa e poder ser rejuvenescida.

Dispõe de um governo progressista que mudou, para melhor, a face da sociedade em uma década e pouco à frente do Estado.

As eleições de 2014 configuram excelente oportunidade para as duas pontas renovarem o seu estoque de força e consentimento na repactuação da democracia social brasileira.







Dona Zelite reclama: meteram a mão no meu IOF

Maringoni















A Zelite está inconformada. Agora, seu rolezinho no exterior ficou mais caro. Fui vítima de um atentado violento ao meu direito de livre compra, diz ela.

Paris -  Tendo chegado à capital francesa na semana passada, Dona Zelite cumpriu uma estafante agenda de entretenimento que incluiu um rolezinho básico pela célebre avenida dos Champs-Elysées, de manhã, uma tarde na Eurodisney e um colóquio com Joaquim Barbosa, à noite.

Mas nada disso foi suficiente para acalmá-la. Dona Zelite está possessa.

"Fui vítima de um atentado violento ao meu direito de livre compra" - disse a cidadã do mundo que tem sua residência oficial em Higienópolis, o bairro chiquérrimo de São Paulo.

“Ofende a Declaração Universal dos Direitos Humanos”!”.

“A da ONU”? perguntei.

“Não”, ela respondeu. “Esta é coisa de comunista. É a do FMI”.

O suposto atentado teria sido cometido pelo governo brasileiro, que elevou o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF) de 0,38% para 6,38% para as transações de débito em cartão no exterior.

As transações na opção crédito já eram debitadas nesse valor. A medida igualou o imposto do cartão pelo patamar mais alto.

Perguntei à Zelite quando ela percebeu que haviam passado a mão em seu IOF.

"Senti algo estranho assim que desci da primeira classe da aeronave. De repente, percebi que estava sendo bolinada em meus valores mais profundos. Quando olhei para trás, vi o ministro Guido Mantega passando a mão no meu IOF".

Segundo a Zelite, o aumento do IOF é quase um confisco  da propriedade privada, uma reforma agrária no mundo das finanças, além de ser uma quebra de contrato gravíssima e um pecado capital, na verdade, um pecado contra o capital.

Em sua opinião, é pior que o confisco da poupança perpetrado pelo governo Collor. 
Como bem conheço a Zelite de outros carnavais, retruquei imediatamente que, se bem me lembro, à época do confisco, a Zelite não reclamou de nada. Muito pelo contrário. Apoiou entusiasticamente.

"Muito fácil de explicar. Rico não tem dinheiro em poupança. A gente se garante pondo nosso dinheirinho nas Ilhas Virgens".

Lembrei à socialaite que as tarifas bancárias abocanham muito mais que o IOF.
Dona Zelite empinou o nariz, deu com os ombros e, simulando um sorriso irônico, explicou como se fosse a coisa mais natural do mundo: "mas banco é privado, meu querido. Privado pode. Governo é que não pode. Banco pode fazer o que bem entender. Quem quiser que troque de banco. Agora, neste nosso país difícil é trocar de governo, com esse povinho votando sempre no mesmo".

Minha tentativa de vencê-la pelo cansaço prosseguiu para mais um round. Lembrei à Zelite que ela gasta mais com o garçom e com o couvert do restaurante do que com IOF. "Exatamente. Eu agora não sei como cobrir essas despesas, vai fazer falta. O aumento do IOF prejudica o garçom, vai ter gorjeta de menos. Agora, no meu couvert ninguém mexe.".

Cá entre nós, foi algo realmente desolador. A Zelite quase me convenceu.
Apontando para o Museu do Louvre, como se tivesse da Vinci, Rodin e Rembrandt por testemunhas, mostrou-me o quanto o aumento do IOF na opção débito do cartão foi um duro golpe para a humanidade.

Seu argumento mais forte ainda estava por vir: "eu já saquei qual é a desse governo. Ele quer que eu troque Paris, Miami e Nova York pela 25 de março ou pela Feira de São Cristóvão. Jamé!".

Se não me engano, "jamé" quer dizer "jamais". Acho até que se escreve do mesmo jeito em Português, só que com um toque de classe.

Então, a quem interessar possa: de agora em diante, para dizer "jamé" na opção débito tem que pagar 6,38% de IOF. Ser chique anda cada dia mais caro. Assim não dá.

DUDU LANÇA “PROCURADOR DO SERRA” Avelar faz parte do “núcleo duro” das atividades suspeitas do Padim.


Dudu e Avelar: escondido atrás da câmera, o Padim


Reportagem da Folha (*) da última terça-feira (28) noticiou que o PSB de Dudu e Bláblá quer lançar o Procurador da República Mário Lúcio de Avelar ao governo de Tocantins.

Aguiar atua há três anos no Ministério Público Federal do Estado de Goiás. Antes, passou pelo Distrito Federal, Mato Grosso e Tocantins.

A atuação do procurador Avelar em defesa da pauta Verde – clique aqui para ler “Teles Pires e os Verdes” – , o teria qualificado entre os bláblárineiros.

Ele foi um dos responsáveis pela operação “Curupira” contra o desmatamento em Mato Grosso, em 2005, quando Bláblárina era ministra do Meio Ambiente e se tornou bagróloga.

Avelar, porém, transcende o Verdismo.

No espectro das cores, ele se inclina para o azul-amarelo da ave tucana.

Ele é um dos heróis do “caso Lunus”, na campanha a Presidente de 2002.

Roseana Sarney, naquele momento, fins de 2001 e começo de 2002, era a candidata à sucessão presidencial de FHC que tinha mais chance de derrotar Lula.

O Padim Pade Cerra estava atrás dela, embora fosse o candidato do Príncipe da Privataria, pois dela participou com armas e bagagens – clique aqui para ler sobre a Privataria Tucana.

No dia da operação “Lunus”, os policiais federais, comandados pelo delegado Paulo Tarso de Oliveira Gomes, entraram no escritório da empresa Lunus, com uma equipe do Jornal Nacional.

Encontraram lá 1,3 milhões de reais em dinheiro, que foram devidamente empilhados para uma imagem celebre, que se repetiria anos depois no flagrante dos ”Aloprados”.

A operação foi numa sexta, mas no sábado a revista Época da Globo Overseas já estampava a foto com o dinheiro na capa.

É provável que o dinheiro fosse ligado a uma Caixa Dois – como se sabe, o PSDB é o único partido do Brasil que não emprega recursos da Caixa Dois.

O delegado Oliveira Gomes mandou, do próprio escritório da Lunus, no Maranhão, um fax para o Palácio do Planalto com a informação: ”missão cumprida”.

Mais tarde, a imprensa demonstrou que toda a operação foi gestada na CEME (Central de Medicamentos), órgão do ministério da Saúde, que havia sido convertido em uma central de inteligência pelo então ministro Cerra.

O chefe da Inteligência no Ministério da Saúde (sic) era o notável delegado da Polícia Federal Marcelo Lunus Itagiba, depois ínclito presidente da CPI do Amigos de Dantas (Daniel), que tentou escorraçar o destemido Juiz Fausto De Sanctis.

Na arapongagem atuou uma empresa chamada Fence Consultoria Empresarial.

A Fence era contratada do Ministério para fazer “varreduras” nas comunicações do prédio – e reaparece, gloriosa, no livro Privataria Tucana, já que o governador Cerra a levou para São Paulo.

Fazia arapongagem com dinheiro público.

No clã do Cerra, o dono da Fence, um coronel reformado do Exército, era chamado de “Dr Escuta” !

A empresa recebia por varredura. Foi a própria Veja quem revelou que, no mês de janeiro de 2002, às vésperas da operação na Lunus, o “Dr Escuta” recebeu 210 mil reais do Ministério.

Só que para receber isso, a empresa precisaria ter feito 14 varreduras por dia naquele mês.

No Ministério Público, Cerra contava com os valiosos préstimos do subprocurador José Roberto Santoro.

Neste caso, o trabalho de Santoro foi acionar Mário Lúcio de Avelar.

Na época, a Folha publicou: ”Uma das primeiras atitudes do Procurador Mário Lúcio Avelar, do Tocantins, ao colocar as mãos na documentação apreendida foi disparar telefonemas para o procurador Santoro, considerado o mais próximo do candidato Serra:

“Gente, querem dizer que isso é do Serra? Então escreve: sou o procurador do Serra”, teria dito, republicanamente, o Procurador da República (sic) Avelar.

Segundo a Folha do dia 17 de março de 2002: ”Santoro coordenou informalmente o pedido de busca e apreensão de documentos no escritório da pré-candidata pefelista e governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Trocou ideias com o procurador Mário Lúcio Avelar, que foi o autor do pedido, e orientou a estratégia a ser adotada.”

O estrago político do caso Lunus foi imenso, mas tudo acabou arquivado no STF por falta de provas.

A candidatura Roseana foi para o brejo.

E está tudo devidamente descrito no livro “Código da Vida”, de Saulo Ramos, ministro da Justiça de Sarney.

Nem Cerra nem o Príncipe da Privataria processou Saulo, que morreu intocado pela honra deles.

Em 2004, Avelar voltou a comandar um caso de dimensão política, o do assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz. Outra vez Avelar se encontra com Santoro.

Como se sabe, o “escândalo” Waldomiro Diniz foi sustentado por um vídeo gravado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, onde Diniz, ex-presidente da Loterj, recebia uma propina do bicheiro.

A fundamentação da investigação contra o assessor de José Dirceu acabou sendo revelada “involuntariamente” pelo próprio Santoro, no Jornal Nacional.

O jornal exibiu um grampo revelador entre Santoro e Cachoeira, gravado numa madrugada de negociação, dentro da Procuradoria Geral da República. Santoro já tinha uma cópia da fita, mas queria receber do próprio Cachoeira, para poder usá-la como prova.


Santoro: “Daqui a pouco o Procurador Geral chega … ele chega às seis horas … Ele vai ver o carro. Ele vai vir aqui na minha sala. E vai me ver tomando um depoimento prá desculpe a expressão, prá ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da Republica, o homem mais poderoso do Governo […]

”Ele vai chegar aqui e vai dizer: ” o sacana do Santoro resolveu acabar com o governo do PT. Pra isso arrumou um jornalista, juntaram-se com um bicheiro, e resolveram, na calada da noite tomar um depoimento’.”

Na época, o Procurador Geral da República, Claudio Fonteles, pediu à Corregedoria do Ministério Público uma investigação sobre Santoro. “É uma atitude lamentável e deplorável,” disse Fontelles.

Outro escândalo investigado por Mário Lúcio de Avelar foi o ”Dossiê dos Aloprados”.

Na véspera da eleição de 2006, pessoas ligadas à candidatura de Aloizio Mercadante a governador de São Paulo foram presas, em flagrante, em um hotel de São Paulo, por um delegado federal, ao tentarem comprar um suposto dossiê contra José Serra.

O dossiê pertencia ao empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoim.

O suposto dossiê de Vedoim, era, na verdade, um vídeo, onde José Serra aparecia,ainda ministro da Saúde, ao lado do sucessor na pasta, Barjas Negri.

Eles entregavam ambulâncias superfaturadas pelo esquema dos Sanguessugas, uma das maiores fraudes da história política do país, e que, por coincidência, também era investigada pelo procurador Márcio Lúcio Avelar, “o procurador do Serra”.

Luiz Antônio Trevisan Vedoim, era sócio da Planam, empresa que superfaturava ambulâncias compradas pela gestão Serra no ministério da Saúde.

Um delegado Bruno, da Polícia Federal, vazou o monte de dinheiro apreendido, e com a providencial ajuda do Gilberto Freire com “ï” (**) levou a reeleição de Lula para o segundo turno.

Clique aqui para ler “O Golpe do primeiro turno já houve. Falta o segundo”.

O ansioso blogueiro, então no iG, revelou que o delegado Bruno – por onde andará ? – criou a versão de que as imagens haviam sido furtadas dentro da PF – com a cumplicidade dos repórteres do PiG.

Na ocasião, ele ressalta a importância das imagens que saíram no Jornal Nacional, ainda naquela noite.


O PiG – que blinda o trensalão e até a próstata de tucanos – conseguiu transformar as ambulâncias superfaturadas na jestão Cerra no escândalo dos aloprados do Mercadante …

Quando se fala em “aloprado” não se toca em ambulância super-faturada…

Como se percebe, Avelar faz parte de um conjunto de varões cerristas que enobrece o Ministério Público – será o MP o DOI-CODI da Democracia?

Ou, como diria o Mino Carta, é tudo a mesma sopa.

Que agora se transfere do PSDB para o pic-nic no bosque com o Dudu e a Bláblá.

Estamos, de novo, na mesma sopa …

Que se enriquecerá com a contribuição do professor Giannetti, no Meio Ambiente, aquele que se preocupa com a flatulência dos bovinos; de Andre Lara Resende, do Banco Matrix, aquele 10 vezes pior que  o Opportunity na Pasta da Fazenda; e, no Itamaraty, de José Viegas, o amigo íntimo de Montesinos e Fujimori quando embaixador do Brasil em Lima, na iluminada presidência de Fernando Henrique .


Paulo Henrique Amorim, com pesquisa de Murilo Silva


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.

BOLSA FAMÍLIA É PRODUTO DE EXPORTAÇÃO MADE IN BRAZIL

Eu, o Estadão, o G1 e os black blocs


De quarta (29/01) para quinta-feira (30/01), ocorreu um fato surpreendente envolvendo este que escreve, uma repórter do jornal O Estado de São Paulo, outra do Estadão e pessoas que falam em nome do grupo que usou tática black bloc para “coroar” o protesto contra a Copa de 2014 que ocorreu em São Paulo no último sábado (25/01).
O fato surpreende pelo ineditismo: repórteres dos veículos supracitados telefonaram para me ouvir sobre a campanha de arrecadação de doações que este Blog promoveu para que o dono do fusca incendiado naquele protesto pudesse comprar outro veículo, pois utilizava o que perdeu para trabalhar.
O que é inédito? Repórteres da Globo (G1) e do Estadão procurarem um blogueiro que, através da ONG que fundou em 2007 (o Movimento dos Sem Mídia) juntamente com seus leitores, representou várias vezes ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal contra esses dois veículos – e vários outros – devido a campanhas midiáticas deles que entendeu que violaram o interesse público.
Este blogueiro, além de ter representado contra esses veículos – e de ter ao menos uma dessas representações aceita pelo Ministério Público Federal (Caso da Febre Amarela, em 2008) – também promoveu vários atos públicos diante da Folha de São Paulo, como no caso da Ditabranda, em 7 de março de 2009, por o jornal ter afirmado, em editorial, que a ditadura militar, no Brasil, teria sido “branda”.
Detalhe: aquele ato, convocado através deste blog, juntou cerca de 300 pessoas diante da Folha, segundomatéria que o próprio jornal escreveu no dia seguinte (08/03/2009).
Outro detalhe: a representação contra alarmismo da mídia em relação à febre amarela foi aceita pelo Ministério Público Federal, que abriu investigação inclusive contra as Organizações Globo e o Estadão, que tiveram que constituir advogados para se defender de processo que acabou arquivado devido ao fim da lei de imprensa, base da acusação da ONG.
Enfim, a maioria dos leitores deste Blog já conhece a sua longa história de questionamentos da grande mídia (com destaque para Globo, Estadão e Folha) inclusive por vias legais, conforme comprovado acima.
O que me surpreendeu, portanto, foi ter recebido ligações das duas repórteres do Estadão e do G1, pois não sou lá muito bem quisto nesses veículos. Por conta disso, fiz questão de conceder entrevista às jovens repórteres que me procuraram para falar do caso do fusca incendiado por black blocs no último sábado (25/01). Queria ver no que ia dar…
E vi.
As repórteres Bárbara Ferreira dos Santos (Estadão) e Lais Cattassini (G1) foram amáveis e ouviram atentamente meu relato sobre o caso do fusca. Fizeram pouquíssimas perguntas, ao passo que falei muito ao telefone. Outra surpresa, portanto, foi as matérias que fizeram terem saído bem menos ruins do que imaginava.
Mas, claro, as matérias sugerem que suas autoras pecaram por falta de apuração, talvez por certa preguiça, mas, muito provavelmente, por ordens superiores ou para tentar agradar a esses superiores deixando margem a dúvidas que não poderiam existir.
Por que? Pois muitas das afirmações que eu e os black blocs fizemos sobre as campanhas poderiam não ter ficado somente no declaratório; as informações poderiam ter sido checadas.
Explico: os black blocs afirmaram à jornalista Lais Catassini (G1) que eu teria feito a campanha de solidariedade por conta de minha candidatura a algum cargo eletivo neste ano. Ora, ela poderia ter verificado se me filiei a algum partido, pois se eu não tiver filiação partidária – e não tenho – não posso me candidatar a nada.
Expliquei isso a Lais, mas o fato ficou de fora da matéria. Ela preferiu destacar afirmação dos black blocs de que eu teria me “apropriado” de doações que não partiram da campanha #VaiTerFusca, pois não teriam sido feitas na conta de Itamar dos Santos, dono do fusca incendiado, a partir da campanha em tela e, sim, por outros meios – que não disseram quais foram nem ofereceram qualquer prova, como faço aqui.
Bárbara (do Estadão) foi na mesma linha.
Apesar disso, informei às duas mocinhas que poderiam verificar algumas coisas no Facebook e neste blog mesmo.
Primeiro, que a campanha foi lançada na rede social no dia 26 de janeiro às 17:49 hs. O post (vide abaixo) recebeu 242 comentários, 378 “likes” e 178 compartilhamentos. Lá, fazendo as contas, pode-se perceber que se toda aquela gente doasse recursos ao dono do fusca (doações de 30, 50 e até 100 reais) já daria para resolver o problema dele.
Abaixo, o post. Vale a pena ler os comentários
(clique na imagem para ir ao meu perfil no Facebook e ver as postagens seguintes)
Se qualquer pessoa interessada nos fatos for às postagens seguintes no Facebook e no Twitter (a partir das 17:49 hs de domingo, 26 de janeiro) poderá ver que centenas de pessoas prometeram doar recursos ao dono do fusca incendiado. Ora, se 200 pessoas doam, em média, 30 reais, chega-se facilmente a uns 6 mil reais.
Essa meta foi ultrapassada porque, além dos doadores iniciais, centenas de leitores deste blog, nos dois posts anteriores a este, propuseram-se a doar e, após fazer as doações, voltaram a esta página para confirmar que tais doações foram feitas, tendo o mesmo acontecido no Twitter e no Facebook.
Aliás, nessas redes sociais, a partir das 17:49 hs. de 26 de janeiro último, além dos relatos de quem depositou há, também, imagens digitalizadas dos recibos de depósito. Recebi, também, algumas dezenas desses recibos por e-mail e via mensagens privadas nas redes sociais – só não vou reproduzir porque tais recibos têm os dados dos depositantes e é meu dever preservá-los.
Mas quem quiser, repito, pode ir às redes sociais e verificar meus perfis a partir da data e hora do início da campanha #VaiTerFusca. Basta querer os fatos em vez de versões deles. E também aos posts deste blog que trataram do assunto (aqui e aqui), onde serão encontradas CENTENAS de promessas ou de confirmações de doações ao dono do fusca incendiado.
Se não fosse suficiente, bastaria G1 e Estadão reproduzirem os vídeos dos posts supracitados.
Aliás, no primeiro desses posts poderiam verificar a data e hora da veiculação do número da conta do senhor Itamar, dono do fusca incendiado, e verificar se encontram esse número em algum outro site ou rede social com data e hora anteriores. Não encontrando, saberiam que se esse número foi reproduzido em alguma parte, foi tirado daqui.
Por fim, as repórteres poderiam ter perguntado ao senhor Itamar se ele passou a sua conta no Itaú a mais alguém – e esse senhor só recebeu dinheiro em sua conta no Itaú, ele deixa isso claro nos vídeos que gravei com ele.
Se as jovens repórteres tivessem perguntado, o senhor Itamar também diria que o rapaz representante dos black blocs que organizou a “vaquinha” (que ainda não pôs um centavo em suas mãos) ficou “muito nervoso” por ele ter se recusado a lhe passar o número de sua conta, pois não sentiu confiança.
O senhor Itamar me relatou que sua esposa, após “muita luta” do garoto black bloc, deu o número de sua conta de poupança no banco Bradesco, onde, até que que eu e ele conversamos (na quarta-feira), ainda não tinha caído nenhum centavo – e suspeito de que ainda não caiu, mas vou checar.
De qualquer forma, as matérias do G1 e do Estadão não foram tão ruins. Apesar de as repórteres de veículos que odeiam este que escreve terem dado a afirmações recheadas de provas (como as que fiz) o mesmo peso que deram a afirmações só de gogó dos black blocs, ao menos elas divulgaram suspeita que ainda mantenho contra as tais “vaquinhas”.
A razão dessa desconfiança se deve a que uma das “vaquinhas” já foi interrompida por suspeita de desvio de recursos, conforme matéria do Jornal da Cultura que você, leitor, pode conferir logo abaixo.
Só o que continuo sem entender, até o momento, é por que os black blocs – os quais, além de terem queimado o carro do senhor Itamar, ainda tentam posar de generosos – não depositaram suas contribuições direto na conta do homem. A esta hora ele já estaria com o dinheiro, tanto quanto está com o dinheiro da campanha #VaiTerFusca.
Mais um detalhe: da “vaquinha” que sobrou, segundo o Estadão o dono do fusca só verá cor do dinheiro em março. Mas para quê, se o objetivo é só ajudar? Só se os black blocs quiserem faturar politicamente em cima dessas doações… Se for, não terão êxito. Se você dá um tiro em alguém, não será levando flores para ele no hospital que elidirá o seu crime.
Confira abaixo, leitor, as matérias do Estadão e do G1 sobre o caso. E que cada um julgue como quiser. Até porque, essa novela não acabou.
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O ESTADO DE SÃO PAULO
Valor pode superar R$ 17 mil; grupos rivais divergem sobre autoria das doações
30 de janeiro de 2014 | 18h 53
O dono do fusca incendiado durante protesto contra a Copa do Mundo no último sábado, dia 25, na região central de São Paulo, já recebeu mais de R$ 7 mil de doações de voluntários em sua conta e na conta de sua mulher. O valor recebido pelo serralheiro Itamar Santos, de 55 anos, pode superar R$ 17 mil com a arrecadação de uma vaquinha online, que deve se encerrar até março.
Santos ficou surpreso com o montante das doações e afirmou que ainda não sabe o valor exato que está em sua conta bancária “Nem fui até o banco ver quanto recebi. Quem acompanha mais é a minha mulher, mas está chegando bastante doação”, disse. “Fiquei muito feliz, agradeço a todos os doadores, porque tem gente simples, que não tem muita coisa, e que depositou R$ 50 na minha conta. O brasileiro é muito bom. Acho que é muita coisa o que recebi, não mereço tudo isso não.”
Com o dinheiro, ele pretende comprar um carro novo, que usará para o trabalho de serralheiro. “Eu vou comprar um carro e está bom demais. Infelizmente não tem mais condição de reformar o fusca, que era muito velhinho. Com o calor do fogo, ele torceu muito. Eu vou pegar os documentos e levá-lo para o ferro velho”, afirmou.
Divergências. As doações ao serralheiro causaram discórdia entre dois grupos de doadores. Por um lado, há acusações de motivações políticas e de repúdio a manifestações populares. Por outro, há reclamação de falta de transparência na doação.
O grupo que organiza a campanha “Vaquinha para o dono do fusca incendiado”, no site vakinha.com.br, apoiado por movimentos como Anonymous e Black Blocs, disse já ter conseguido arrecadar mais de R$ 5 mil. O valor ainda não foi depositado na conta do serralheiro porque o grupo diz que pretende juntar R$ 10 mil até março e entregar o valor total a Santos. “Apesar da data limite, a campanha vai se encerrar assim que os valores confirmados chegarem à meta”, afirmou Mario Lopes, 33, estudante universitário, que criou a página da doação no site.
Já o blogueiro Eduardo Guimarães, de 54 anos, que divulgou em seu blog o número da conta bancária do serralheiro, afirmou que conseguiu arrecadar R$ 7,6 mil, depositados diretamente na conta de Itamar.
Lopes e outros organizadores da vaquinha online afirmam que o blogueiro teve motivações políticas para divulgar a conta do serralheiro e criticam declarações de Guimarães de que os depósitos foram fruto apenas de sua divulgação.
Segundo Lopes, pelo menos três grupos que apoiavam as manifestações se reuniram pelas redes sociais para doar dinheiro ao serralheiro e todos eles divulgaram tanto a conta de Santos quanto de sua mulher. “O Eduardo divulgou apenas a conta do sr. Itamar e um grupo, que reunia mais de 2 mil pessoas (um terceiro grupo, do qual Lopes não fazia parte), sabendo disso, destacou mais a conta da dona Cida. Mas sem promover ‘boicote’ à conta do sr. Itamar”, afirmou. Lopes disse ainda que muitas doações passaram a ser feitas por meio do site vakinha.com.br para que Guimarães não assumisse a autoria das doações.
O blogueiro, que critica as manifestações de Black Blocks, diz por sua vez que não teve motivação política para a divulgação da conta. “Foi por solidariedade ao Itamar, que teve seu fusca destruído por causa de anônimos que defendem tacar fogo em tudo”, afirma. Segundo ele, falta transparência nas doações que não depositam o dinheiro diretamente na conta de Itamar. “Podem fazer quantas campanhas quiserem, contanto que elas sejam transparentes. Por que acumular dinheiro naquele site, se tem o número da conta do Itamar? Ele vai receber mais rapidamente”, afirma. “Teve gente que pegou a conta dele, falou que ia doar e não doou até agora. No vídeo que eu publiquei, Itamar diz que mais de R$ 7 mil foram doados na conta dele e o fusca vale 4 mil no máximo e tudo isso graças à divulgação no meu site, no meu blog e no meu Facebook.”
Apesar das discussões, tanto Lopes quanto Guimarães afirmam que estão “felizes” que o objetivo de ajudar o serralheiro esteja sendo atingido com as campanhas de divulgação. Já Itamar disse que está chateado com toda a briga. “Para mim, tudo bem se quiserem me ajudar. Não sou rico para recusar. Se eu soubesse que ia dar briga, eu ia continuar batendo o pé de que não precisava doar nada. Não queria ficar no meio dessa situação. É desagradável, não precisa disso”, afirma. “Eu não estava contando com dinheiro nenhum, então o que vier será lucro.”
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PORTAL G1
Duas campanhas arrecadam dinheiro para homem cujo carro pegou fogo. Incidente ocorreu durante protesto no sábado (25) contra Copa do Mundo.
Por Lais Cattassini
Do G1 São Paulo
Duas campanhas online de arrecadação de dinheiro para que o serralheiro Itamar Santos, de 55 anos, possa comprar um novo carro começam a conquistar colaboradores na internet. O Fusca dele pegou fogo na região da Praça Roosevelt, no Centro de São Paulo , durante protestos no sábado (25) contra a Copa do Mundo.
Com visões políticas distintas, os grupos organizadores também optaram por maneiras diferentes de entregar a quantia ao serralheiro, o que tem motivado críticas de ambos os lados.
No site vakinha.com.br , um grupo de jovens – grande parte formada por integrantes de táticas de protesto como o black bloc – arrecadou cerca de R$ 4.400. O objetivo, explica Mario Lopes, um dos organizadores, é reunir R$ 10 mil e comprar o carro para Itamar, que será entregue pessoalmente. “Qualquer diferença ou ‘sobra’ de valor será também entregue em mãos”, explica Lopes.
Já o blogueiro Eduardo Guimarães, que critica fortemente movimentos e táticas como os black blocs, optou por divulgar o número da conta do serralheiro e incentivar transferências. “Comecei a campanha e, já na segunda-feira, começaram os depósitos”, conta. Itamar afirma que já recebeu cerca de R$ 7 mil dessa forma.
Guimarães critica os organizadores da “vaquinha”, questionando a verdadeira finalidade do montante arrecadado. “Por que não depositam o dinheiro direto na conta dele, que eu divulguei? Acho que esse processo é opaco”, avalia.
As críticas de Guimarães são rebatidas por Lopes, que afirma que o blogueiro tem usado a situação para se promover. “[Ele está] inclusive se apropriando de doações de pessoas que jamais ouviram falar dele ou de sua ‘campanha’ para fazer disso uma plataforma política.”
Independentemente de quem veio o dinheiro ou de quais são os interesses por trás das campanhas, Itamar agradece as contribuições que recebeu e se sente feliz com as  iniciativas de ajuda. Só não aprova, porém, as discussões feitas em seu nome. “Me colocaram no meio desse bafafá, que eu não estou achando legal. Se quiserem me ajudar, ajudem. Mas já fiquei chateado com isso”, afirma.
O valor depositado na conta do serralheiro até o momento já é o bastante para repor o Fusca perdido, mas Itamar diz que prefere esperar. “Como estou usando o carro de um amigo, vou esperar mais um pouco para comprar o meu”, explica.
Se ele receber o automóvel prometido pelos organizadores da “vaquinha”, além do dinheiro já depositado em sua conta pela outra campanha, Itamar diz que não sabe o que fazer, nem mesmo se vai comprar um novo Fusca.
“Aconselhei que ele compre um carro com mais segurança, mas que seja capaz de manter depois”, sugere Guimarães.
Incêndio em Fusca
Quando entrou no meio da confusão, Itamar voltava para casa após ter participado de um culto na igreja evangélica que frequenta. O serralheiro contou que dirigia pela região da Consolação quando viu outros dois carros passarem sobre barricadas em chamas colocadas por manifestantes.
Ele resolveu seguir o mesmo caminho, mas um colchão pegando fogo se prendeu a seu Fusca. O homem ainda tem dúvidas se o colchão foi chutado por um ativista ou se acabou se prendendo ao assoalho do carro sem ajuda de ninguém.