Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
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quinta-feira, 1 de junho de 2017

Carta aberta ao juiz Sergio Moro

moro e eu
EDUGUIM
Ao senhor doutor Sergio Moro,
Dirijo-me a V. Exa. imediatamente após sua decisão de se afastar do julgamento das acusações que me são feitas pelo Ministério Público e/ou pela Polícia Federal por conta de supostamente eu ter “embaraçado” investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como nunca nos vimos ou tivemos qualquer razão mais íntima para nos desgostarmos, a afirmativa de V. Exa. na decisão em que se afastou do meu caso – a saber, de que não é meu “inimigo capital” – deveria fazer todo sentido. Contudo, tenho dificuldade de acreditar nela.
Confesso, de pronto, que sou o “culpado” por nossa manifesta inimizade por ter  representado contra V. Exa, em maio de 2015, ao Conselho Nacional de Justiça. Contudo, o que me moveu a denunciá-lo à corregedoria da magistratura nunca foi uma questão pessoal, mas de Estado.
Doutor Moro, não pude me conter ao ver a irmã da esposa do senhor João Vaccari Neto ser esmagada “por engano” pela Justiça brasileira. Não sei se hoje a Lava Jato já dispõe de evidência e/ou prova que a comprometam, mas, naquele momento (5/2015), não dispunha.
Aquela senhora teve que voltar às pressas ao Brasil de um evento profissional do qual participava no exterior. Apareceu na grande mídia – em todos os telejornais, jornais, revistas semanais e sites na internet – algemada e conduzida por policiais.
Foram várias aparições. Se, àquela época (2015), o engano que V. Exa. cometeu já me assustava a ponto de eu representar contra si para preservar o direito de todos contra arbítrio estatal, hoje, por experimentar o peso do longo braço da lei, assusto-me muito mais.
À época, V. Exa. afirmou peremptoriamente à imprensa que tinha certeza de que a senhora em questão era Marice Corrêa Lima, cunhada de Vaccari, pessoa que aparecia em gravação da câmera de segurança de um caixa-eletrônico depositando valores para o ex-tesoureiro do PT.
Poucos dias depois, o jornal Folha de São Paulo divulgou perícia nas imagens que comprovou que não era ela.
Tendo sido comprovado que sua “certeza” era infundada, o senhor recuou da mesma forma como faria tantas vezes no futuro, mas só após deixar mais uma vítima pelo caminho.
Um mês após esse erro que tanto custou a uma pessoa inocente – por exposição muito menor e menos vexatória na mídia, perdi meus negócios e atravesso situação financeira dramática, sem falar nos narizes torcidos e nos olhares tortos –, representei ao Conselho Nacional de Justiça pedindo que o parasse ou o fizesse ser mais comedido, pois é preferível mil culpados livres do que um inocente encarcerado.
V. Exa. disse, na decisão em que se afastou do meu caso relativo à Lava jato, que sequer se lembra de que eu o representei ao CNJ. Contudo, dois meses após eu representá-lo, uma frase que escrevi no Twitter meramente criticando-o – ainda que carregando nas tintas – foi considerada crime de opinião por V. Exa, quem, candidamente, assinou representação CRIMINAL contra mim.
Dois meses depois, doutor Moro. E o senhor diz que não se lembra disso também (!!?).
Enfim, em sua decisão recente V. Exa. faz pouco de minha capacidade, de minha honra e, até, do meu trabalho, mas não posso me queixar de críticas suas, já que eu o critico com seriedade equivalente ou até maior.
Com a diferença de que nunca o processei por nada que tenha dito sobre mim e de que não me valho de cargo público para aumentar meu poder de crítica.
Agora, eu gostaria muito de olhar nos seus olhos, doutor Moro, logo após lhe perguntar se V. Exa. acredita mesmo que eu – EU – o ameaçaria de algum tipo de violência – pois é disso que se trata a acusação pessoal que o senhor me fez logo após eu representá-lo por abuso de poder.
Sim, V. Exa. diz que foi docemente levado a representar criminalmente contra mim por “ameaça”, mas o fato é um só: dois meses após eu representá-lo, V. Exa. me representou de volta. Ponto.
Mais uma vez V. Exa. também me acusou de ter “revelado” minhas fontes. Como assim, doutor Moro? Não foi isso que aconteceu. Eu lhe garanto que me foi dito, ainda enquanto era conduzido, que a Lava Jato já sabia quem era a pessoa que me passou as informações.
Mas, enfim, não quero mais discutir isso com V. Exa. porque não vai mais me julgar. Só gostaria de dizer que me senti esbofeteado por essas afirmações sobre “não se lembrar” de ter sido representado por mim ou de ter me representado.
Vou me entender com a Justiça. Vou demonstrar o absurdo que é me acusarem de ter feito alguma coisa sobre a qual vossas senhorias da Lava Jato só ficaram sabendo porque EU, Eduardo Guimarães, divulguei em meu site.
Creio firmemente que, diante de um juizado que nada tenha pessoalmente contra mim, será fácil provar o absurdo da tese criminal falsa de que sou vítima.
Tenho quase seis décadas de vida, doutor Moro. Nunca, nesse tempo todo, cometi qualquer ato ilegal que desse causa a qualquer tipo de sanção legal. Sou um homem íntegro. Jamais acharão um centavo de dinheiro sujo em minha mão.
E tenho certeza de que já procuraram incansavelmente.
Era só o que eu precisa lhe dizer, doutor Moro. Respeitosamente, pois, desejo que passe muito bem.
Eduardo Guimarães
JORNALISTA
*
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Assista, abaixo, matéria do Jornal Nacional sobre a saída do juiz Moro do meu caso

domingo, 30 de abril de 2017

Declarações de Temer e Serraglio sobre a greve sugerem senilidade

todo mundo
Na última sexta-feira, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, criticou as manifestações realizadas pelas centrais sindicais contra as reformas trabalhistas e da previdência. Serraglio afirmou que as paralisações da greve geral “foram pífias” e que “não teve (sic) a expressão que se imaginava ter”.
E concluiu: “O povo brasileiro demonstrou que está conosco”.
Instado a se manifestar sobre a mobilização, o presidente Michel Temer fez uma declaração pública na qual reduziu a greve geral a “pequenos grupos que bloquearam rodovias e avenidas”.
A manhã de sexta-feira, porém, despontou no coração de São Paulo sem transeuntes. O que se via eram basicamente os moradores de rua que ali passam seus dias.
Lojas fechadas, pouquíssimo trânsito e entradas de metrô completamente desertas. A imagem se repetiu durante horas nas principais cidades brasileiras. Foi uma demonstração de força do movimento sindical que convocou uma greve geral contra as reformas trabalhista e previdenciária do Governo Michel Temer e conseguiu paralisar a rotina nas capitais graças
Foi a primeira paralisação realmente nacional em 21 anos. Os sindicalistas contaram com apoios pouco frequentes contra o Planalto, como a participação da Força Sindical, organização que apoiou o impeachment de Dilma Rousseff.
A mobilização congregou a cúpula da Igreja católica e gerou até interrupção das aulas em caros colégios particulares em várias capitais. “É preciso reivindicar nossos direitos que estão sendo retirados por um presidente impopular e ilegítimo”, dizia, na zona oeste de São Paulo, o estudante de escola privada André Neto, de 17 anos, num dos poucos protestos da jornada que acabaria em repressão policial diante da casa de Michel Temer na cidade.
O país literalmente parou.
O Blog da Cidadania esteve lá. Convidado a subir ao carro de som da CUT, este Blogueiro entrevistou Wagner Freitas, presidente da entidade, Guilherme Boulos, líder do MTST, Carina Vitral, presidente da UNE, e Eduardo Suplicy.
Também gravei o discurso do Senador Lindbergh Farias.
O Felipe Masini, nosso editor de imagens, áudio e vídeo registrou algumas belas cenas.
largo da batata 1
largo da batata 2
Mas interessante mesmo é o vídeo que evidencia o alheamento da realidade que tomou o governo Temer, em sua marcha da insensatez na eliminação de direitos do povo brasileiro, invertendo a decisão popular tomada por esse povo em 2014 e aprovando leis trabalhistas que a maioria esmagadora rejeita. Assista, reflita, divulgue. Ano que vem daremos a resposta.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Mainardi fugiu, sim, para poder atacar impunemente

mainardi capa


Em 28 de agosto de 2008, Diogo Briso Mainardi, 54 anos, natural de São Paulo, foi condenado pela 13ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo por injúria e difamação contra o jornalista Paulo Henrique Amorim.
Em seu voto, o desembargador relator Miguel Marques e Silva destacou:
“(…) o querelado fez veicular em sua habitual coluna, texto alusivo ao blog que, com dinheiro público, estaria sendo utilizado por ex-ministros de Estado filiados ao Partido dos Trabalhadores. No referido texto, segundo a inicial, foi o querelante ofendido acintosamente pelo querelado, com evidente dolus manus, com sucessivas e vilipendiosas acusações de formação de autêntica camarilha que, em troca de um punhado de dinheiro, tornar-se-ia refém da propaganda oficial, depois de ‘financiamento ilegal de campanha, espionagem, chantagem, achaque e propina…’, importando consignar que, ao inverso, tem o querelante imagem e profissionalismo públicos atestados por predicados de moralidade e idoneidade ímpares. Agindo dessa maneira, é manifesto que o querelado cometeu incontroversas difamação e injúria, imputando ao querelante fatos sumamente desairosos para qualquer cidadão, com manifesta repercussão na sua honra subjetiva e objetiva, como ao taxa-lo de jornalista decadente, censor afinado com o ‘DIP’ de Luiz Gushiken, de que pessoalmente tenha-se engajado na batalha comercial do lulismo contra Daniel Dantas, recebendo 80.000 reais do portal ‘iG’, além de outras manifestações injuriosas”.
Os fatos narrados pelo relator, desembargador Miguel Marques e Silva, guardam efetiva semelhança com a presente conduta de Mainardi em seu site “O Antagonista”. Entretanto, à época, inconformado, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal para tentar a reforma da decisão que lhe foi desfavorável.
Os recursos nos tribunais de Brasília, entretanto, foram infrutíferos.
Em 2010, Mainardi deixou o Brasil. À época, litigava em diversas contendas judiciais, muitas de natureza criminal, o que motivou outra das vítimas de seus métodos difamatórios a publicar um texto em que, de forma otimista, decretou que a saída de Mainardi do Brasil representaria “O Fim de uma era de infâmia”.
Confira o texto do jornalista Luis Nassif publicado em julho de 2010.
O fim de uma era de infâmia
Por Luis Nassif
DOM, 25/07/2010 – 11:59
ATUALIZADO EM 03/08/2010 – 17:29
Diogo Mainardi está saindo do país. Na sua crônica, brinca com o medo de ser preso. É medo real. Condenado a três meses de prisão pelas calúnias contra Paulo Henrique Amorim, perdeu a condição de réu primário. Há uma lista de ações contra ele. As cíveis, a Abril paga – como parte do trato. As criminais são intransferíveis. E há muitas pelo caminho.
Há meses e meses meus advogados tentam citá-lo, em vão. Foge para todo lado. A intimação foi entregue na portaria do seu prédio, mas os advogados da Abril querem impugnar, alegando que não foi entregue em mãos. Tudo isso na era da Internet, quando todo mundo sabe que ele está sendo procurado para ser intimado.
A outra ação, contra Reinaldo Azevedo, esbarra em manobras protelatórias dos advogados da Abril. A ação prosperou porque colocada no Fórum da Freguesia do Ó – região da sede da Abril. Os advogados da Abril insistem em transferi-la para a Vara de Pinheiros.
Minha ação de Direito de Resposta contra a Veja vaga há quase dois anos, devido à ação da juíza de Pinheiros. Primeiro, considerou a inicial inepta. Atrasou por mais de ano a ação. Em Segunda Instância, por unanimidade o Tribunal considerou a ação válida e devolveu para a juíza julgar. Ela se recusou, alegando que a revogação da Lei de Imprensa a impedia – o direito de resposta está inscrito na Constituição Federal.
No caso da ação Mainardi-Paulo Henrique Amorim, ela absolveu Mainardi, alegando que as ofensas não passavam de mero estilo de linguagem que não deveriam ser levadas a sério. O disparate da sentença foi revelado pelo próprio TJ-SP ao considerar que o autor merecia uma condenação de três meses de prisão.
O problema não é Mainardi. É apenas uma figura menor que, em uma ação orquestrada, ganhou visibilidade nacional para poder efetuar os ataques encomendados por Roberto Civita e José Serra.
Quando passar o fragor da batalha, ainda será contado o que foram esses anos de infâmia no jornalismo brasileiro.
Leia o que interessa da decisão em tela
mainardi 3
Contudo, Mainardi, por ter tido muita sorte, acabou recuperando a primariedade, ou seja, se sofrer nova condenação criminal ainda se beneficiará da condição de réu primário por conta da queda da Lei da Imprensa um ano antes da condenação, que estendia os prazos prescricionais, maiores do que os da lei penal comum.
O que ocorreu foi o seguinte: em 2011, o Supremo Tribunal Federal extinguiu a pena de Mainardi e lhe devolveu a condição de réu primário. Contudo, não pelo mérito da questão, ou seja, o STF não considerou Mainardi inocente. Extinguiu a punibilidade (a condição para punir Mainardi, por a própria Justiça ter demorado para julgá-lo).
Apesar disso, Reinaldo Azevedo, parceiro de Mainardi, tentou apresentar a questão como se o STF tivesse inocentado Mainardi das calúnias contra Paulo Henrique Amorim.
mainardi 2
Balela. A mera leitura da decisão do STF mostra que Mainardi se safou porque o prazo para puni-lo acabou devido à queda da Lei de Imprensa, em 2009.
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Contudo, ainda assim Mainardi se mandou do Brasil e continua fora daqui porque, caluniando, difamando e injuriando de fora do país é mais difícil e custoso citá-lo. Eia a razão da “valentia” com que ele ameaça e injuria os que elege como alvos.
Em post recente, o Blog mostrou a agressão criminosa de Mainardi ao jornalista Renato Rovai por simplesmente ter registrado que ele foi citado nas delações da Odebrecht, sem, sequer, ter feito qualquer juízo de valor
Mainardi se vale de estar vivendo fora do país para fazer ataques criminosos como esse que você acaba de ver.
Ele acha que não conseguirão citá-lo judicialmente por viver em Veneza e se vale do fato de viver lá para promover agressões criminosas como as que moveu contra o editor desta página, difamado e citado injuriosa e caluniosamente por Mainardi em incríveis VINTE E NOVE POSTS do site Antagonista.
Bem, Mainardi está enganado. Recentemente – talvez ele ainda nem saiba disso – um dos muitos demandantes contra Mainardi conseguiu citá-lo apesar de ele viver na Europa. Afinal, há dezenas e dezenas de cidadãos brasileiros que buscam Justiça contra esse indivíduo. E, ainda que ele pense que está fora do alcance da lei, engana-se.
Ele e bandidos que vêm a esta página para caluniar, injuriar e difamar seu autor julgando-se protegidos pelo anonimato. Vão descobrir que o braço da lei é mais longo do que imaginam.

terça-feira, 4 de abril de 2017

Blogueiro Eduardo Guimarães também é alvo de lawfare

Posted by  
edu hideo

No contexto político brasileiro recente, o termo lawfare tem sido empregado principalmente no sentido de uso de instrumentos jurídicos para fins de perseguição política, destruição da imagem pública e inabilitação de um adversário político.
Nesse sentido, uma característica fundamental dessa estratégia seria o uso de acusações sem materialidade. Confira as principais táticas do Lawfare tupiniquim:
1 – Manipulação do sistema legal, com aparência de legalidade, para fins políticos;
2 – Instauração de processos judiciais sem qualquer mérito;
3 – Abuso de direito, com o intuito de prejudicar a reputação de um adversário;
4 – Promoção de ações judiciais para desacreditar o oponente;
5 – Tentativa de influenciar opinião pública com utilização da lei para obter publicidade negativa;
6 – Judicialização da política: a lei como instrumento para conectar meios e fins políticos;
7 – Promoção de desmoralização popular;
8 – Crítica àqueles que usam o direito internacional e os processos judiciais para fazer reivindicações contra o Estado;
9 – Utilização do direito como forma de constranger o adversário;
10 – Bloqueio e retaliação das tentativas dos adversários de fazer uso de procedimentos e normas legais disponíveis para defender seus direitos;
11 – Acusação das ações dos inimigos como imorais e ilegais, com o fim de frustrar objetivos contrários.
O ex-presidente Lula tem sido a principal vítima desse tipo de estratégia, segundo seus advogados.
Na última segunda-feira, este blogueiro e seu advogado, doutor Fernando Hideo, tivemos certeza de que já há duas vítimas dessa estratégia no país.
Dirão que quero me comparar ao personagem histórico Luiz Inácio Lula da Silva. Isso é tão falso quanto dizer que estarei me comparando a ele se também vier a ter um câncer na garganta.
É evidente que, enquanto Lula é um personagem histórico dos mais importantes no mundo, Eduardo Guimarães é apenas um cidadão comum que, por uma sequência de casualidades, foi alçado a um patamar de exposição incrivelmente desproporcional à sua estatura como pessoa pública.
Houvesse a fonte que me informou sobre a quebra de sigilo do ex-presidente escolhido outro blogueiro, nada disso estaria acontecendo comigo. Porém, quis o destino que a pessoa que me passou as informações me escolhesse.
Para começar a ilustrar esse fato, reproduzo, abaixo, matéria da Revista Fórum publicada na última segunda-feira, logo após meu depoimento na Polícia Federal no âmbito do processo que o juiz Sergio Moro move contra mim por “ameaça”.

forum 1Como se vê, as leis estão sendo atropeladas pelas autoridades de modo a me condenar a qualquer preço, pelo menos nas instâncias inferiores da Justiça.
Mas não é só. Ao mesmo tempo em que as leis e o Estado são usados para me perseguir, com sucessivos processos, uma rede de difamação “jornalística” é criada para desmoralização.
Na semana passada, o juiz Sergio Moro suspendeu os efeitos da quebra de meu sigilo telefônico em um despacho no qual faz alusões desairosas à minha competência como jornalista.
É espantoso. À luz do dia, ele envereda pela esfera pessoal e mantém a prerrogativa de me julgar.
Na revista Veja, o colunista Augusto Nunes me insulta pesadamente, chamando-me de criminoso etc., etc. Ao mesmo tempo, o site Antagonista simplesmente parte para a divulgação de mentiras sobre o que eu disse ou deixei de dizer. E publica distorções de meus depoimentos sigilosos, mas que deixam ver que teve acesso a alguma coisa e a esculpiu como lhe pareceu melhor para me difamar.
Estou sendo perseguido sem trégua. Acabo de receber informação de que entrevista que dei à EBC na porta da Sede da Polícia Federal em São Paulo foi censurada. Por exemplo, foi suprimida a analogia que fiz sobre “matar de rir”. Coisa que nem a Globo censurou.
Aliás, diga-se de passagem, parte da grande imprensa, acredite quem quiser, tem sido justa comigo.
Após a Folha de São Paulo me oferecer grande espaço em sua seção opinativa mais nobre, a Seção Tendências / Debates, a Globo News fez uma matéria absolutamente correta comigo. Assista, a baixo.


Contudo, é certo que virei inimigo do Estado brasileiro. Um poder esmagador está sendo empregado para destruir minha imagem, meu ganha-pão e minha liberdade. Para esmagar um simples cidadão por conta de suas opiniões e palavras.
Para completar esta exposição de motivos para me declarar a segunda vítima de lawfare no país, reproduzo, a baixo, a íntegra da entrevista coletiva que dei na segunda-feira ao sair de meu depoimento à Polícia Federal, da qual a Globo News publicou um trecho.
PS 1: durante a oitiva na PF, interrogador me perguntou por que criei o Blog da Cidadania. Respondi: porque é meu direito
PS 2: Justiça negou busca e apreensão e condução coercitiva também por “ameaça” a Moro

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Moro persegue críticos para que todos se autocensurem

censura capa
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Matéria da Agência Petroleira de Notícias (APN) publicada na última sexta-feira mostra que o Brasil está entrando em uma nova fase do golpe. Medidas judiciais-penais para calar críticos estão sendo disparadas para todo lado pelo juiz federal Sergio Moro. O efeito dessas medidas será de, no médio prazo, instalar a autocensura no país.
Segue a matéria
APN – Agência Petroleira de Notícias
31 de março de 2017
Por criticar Lava Jato e juiz Sergio Moro, dirigente sindical da CUT Rio é intimado. Pelo jeito, quem critica os trabalhos e procedimentos da Operação Lava Jato sofre as consequências através da justiça por crime de opinião.
censura 1Assim como aconteceu anteriormente com o petroleiro Emanuel Cancella, coordenador da Secretaria Geral do Sindipetro-RJ, o blogueiro Eduardo Guimarães do Blog da Cidadania, respectivamente convocados  e processados por crime de opinião, o diretor adjunto da  Secretaria de Saúde do Trabalhador da CUT – Rio, Roberto Ponciano, serventuário da Justiça Federal no Rio , recebeu nesta quinta-feira  (30), um  Mandado de Intimação expedido pela Polícia Federal  para comparecer no próximo dia 11 dia abril na sede da Superintendência, centro do  Rio de Janeiro.
Segundo a notificação, Ponciano está sendo investigado por  possível ocorrência de delito previsto  nos artigos 140 (injúria), 147 (ameaça), 286 (incitação ao crime) e do Código Penal  bem como  no Artigo 2º , inciso 1º da Lei nº 12.850/2013 , tendo em vista que pessoas  ainda não identificadas estariam usando perfis em rede sociais par atentar contra a vida do juiz federal Sergio Moro.
“Escrevo textos em meu perfil numa mídia social e em sites de opinião criticando sim procedimentos da Lava Jato e a seletividade do juiz Moro. Faço somente análises do contexto da investigação, ao criticar como ela acabou por se tornar uma orquestração política usada por veículos de comunicação e a direita interessados apenas em demonizar  a imagem do Partido dos Trabalhadores e de suas lideranças. Em momento algum quis injuriar e ameaçar a integridade física do juiz  Sergio Moro e de qualquer outra pessoa ou autoridade envolvidas na investigação. ” –  afirma Roberto Ponciano que também é filósofo e pesquisador marxista, integrante do PT (RJ).
Confira um dos textos de Ponciano publicado recentemente no Blog ‘O Cafezinho
Moro, Eichman e a banalidade do mal
por Roberto Ponciano, no Blog do Bolchê
O mais assustador no que está acontecendo no Brasil não é uma questão apenas política, e ver que em poucos meses, uma democracia que demorou 20 anos para ser reconstruída pode se esfumar. Alain Badiou deixou claro em sua obra, que a negligência, a omissão de quem tem o dever de atuar, dos intelectuais e militantes políticos diante de um Evento é imperdoável. Não é simples omissão, é cumplicidade, é criminoso.
O assustador desta história é que o juiz Sérgio Moro não é um grande ator político, ao fim e ao cabo Moro é um Zé Ninguém (na acepção inclusive reicheana da miséria psíquica), um juiz de visão política turva, nenhuma envergadura intelectual, com inteligência limitada e visão zero de sociedade. Um mero Eichman, executor das ordens superiores.
No momento não sabemos claramente de quem, mas efetivamente desconfiamos da cumplicidade. De certo, do próprio Janot, o Procurador Geral da República, que deveria ter como dever ser o defensor da lei, mas tendo conhecimento dos pérfidos grampos de Moro, se não os autorizou, ratificou sua “legalidade”.
O tragicismo tragicômico deste enredo e que nem um dos dois, nem Moro, nem Janot tem qualquer dúvida que estão perpetrando uma ilegalidade. Os grampos nos telefones de Lula, Dilma, Jacques Wagner, Rui Falcão não tem nada que ver com a Lava Jato. Fariam corar de vergonha ou inveja os tribunais de exceção de nazista e o senador Joseph McCarthy. Ambos sabem que as escutas são ilegais e imorais e são claramente persecutórias de um partido.
Hannah Arendt, ao acompanhar o julgamento de Eichman cunhou a famosa frase que é toda uma teoria “o mal é estrutural”. O mal se torna banal quando um simples burocrata medíocre como Eichman é capaz de, sem sentir culpa ou remorso, fazer parte da engrenagem do mal.
Moro é Eichman, um burocrata medíocre, de passado obscuro e de futuro tenebroso. Não entra na história como herói, mas pela porta dos fundos, como um obscuro juiz camisa negra cujo único objetivo e despachar os vagões cheios de prisioneiros vermelhos. Para que o mal seja banalizado, como nos ensinou Levinas, é fundamental que o inimigo seja desumanizado.
Em todos os julgamentos de tribunal de exceção, antes de tudo é necessário retirar a humanidade do outro. E para que não tenham dúvida, não estou falando só dos tribunais nazistas e fascistas, o mesmo simulacro de tribunal foi usado nos julgamentos de Moscou e em outros tribunais “revolucionários” que não julgaram os indivíduos e seus crimes, mas suas ideias.
Moro não está investigando nenhum crime, seus atos deixaram de ter qualquer resquício de legalidade há muito tempo, e ele não se importa em autorizar gravações ignóbeis e as ceder (sabe-se lá em que condições) a maior rede de conspiração do Brasil (a TV Goebbels), que precisa repetir uma mentira mil vezes para que ela se transforme em verdade.
Assim, assassinam-se as garantias legais. Nenhum de nós é santo, se grampeassem meu telefone, não sei se iria primeiro para a cadeia ou primeiro para o inferno. Numa sociedade falso pudica (uma das características mor do fascismo), até os palavrões ditos em confidência são liberados para um “objetivo maior”.
Desumanizar o adversário. Para que o terror fascista prevaleça é necessário que o adversário seja um cão, uma besta leprosa indesejável, que deve ser chutada e cuspida na rua. Os vermelhos, socialistas, comunistas. E não precisa ser socialista ou comunista, na sanha fascista do mal, quem estiver contra o fascismo já ganha sua adesão incondicional às ideias deste inimigo imaginário.
E tenho bastante moral para gritar contra isto. Quando se começou o linchamento moral de FHC, pelo suposto filho “ilegítimo”, escrevi pequenos textos dizendo que assim nos igualávamos às idiotices do “sítio do Lula”. Como democrata, como socialista, não me interessam as aventuras amorosas de FHC e o que aconteceu com a vida dele. Nem mesmo se ele tem um apartamento em Paris.
Este é o cretinismo do pensamento. não se constrói debate democrático e ideais firmes para um embate político sério assim. Posso sim falar de FHC que ele agora é cúmplice, quando tinha o dever de falar, vítima de 1964 que foi, quando o partido fundado por ele embarca na aventura de um golpe de Estado.
No meio desta tragédia os “inocentes”. Membros da classe média que se pretendem imparciais, mas que com usa imparcialidade fazem coro às indecentes violações dos direitos humanos, da privacidade, do vale-tudo. Que correm para futricar as conversas privadas dos PeTistas (estas bestas-feras inimigas da humanidade), sequer se partindo da prévia que estas gravações são criminosas. Tudo tirado do seu contexto e repetido ad nauseam para causar o efeito que está causando.
Uma parte da classe média imaginada e pedindo “justiça’ a quem rasgou seu papel de defender a justiça, e outra aderindo à barbárie fascista e agredindo pessoas que julgam adversárias na rua. O povo do “vai para Cuba”. São duas faces da mesma moeda. Assim como a classe média alemã que foi cúmplice e beneficiária do nazismo e só abandonou o sonho do “Reich de mil anos”, quando os aliados começaram a bombardear as cidades alemãs. Não há perdão para esta cumplicidade e covardia.
Cumplicidade e covardia ainda maior de parcela de “esquerdistas” que num momento de transe histórico e de risco de regressão sonham que estão às portas de uma Revolução e que Brasília é o Palácio de Inverno. Quixotescos traidores da democracia, serão os primeiros a serem vitimados.
Vivemos um momento de terror e transe, os próximos dias serão de confrontação de dois campos em disputa pelo futuro do país. Um dos campos tem o juiz medíocre Moro, o conspirador geral da República, Rodrigo Jannot, tem Bolsonaro, Malafaia, Feliciano. A junção do que há de mais perverso é uma ameaça de morte à inteligência. Um momento tão grave, que a maior oferta de cursos universitários não gerou uma juventude com ideias mais avançadas capaz de defender a democracia e a liberdade.
No local em que eu trabalho, servidores concursados usando trágicas camisas pretas entoarem gritos de guerra pró Moro, com juízes que só pensam no próprio umbigo. Os três estagiários jovens do local em que eu trabalho admiram Bolsonaro e duas disseram que preferem votar em Bolsonaro a votar em Lula. A mentira dita mil vezes cria um Zeitgest de espírito do tempo às avessas. Jovens de classe média ou baixa, que passam a acreditar no fascismo como redentor do nada, como redentor do caos que ele mesmo cria.
Não, não está ameaçado somente o Governo como um reles funcionário de quinta categoria, nosso Eichman dos tempos hodiernos, Sérgio Moro, é capaz de liberar os trens para os campos de concentração e tornar uma nação inteira refém dele. Quando um juiz de uma vara de primeira instância consegue poderes absolutos através da cumplicidade da PGR e da chantagem ilimitada e se coloca acima da Presidente eleita legitimamente.
A possibilidade de uma ditadura tecnocrata de burocratas torpes, míopes e obtusos, sem pauta social, sem projeto e no meio do caos de um país dividido é uma ameaça à todos os democratas.
Só há um remédio. Temos que ir para as ruas e vigiar.
Os fascistas não passarão!
Devemos defender a democracia pela qual nossos pais sofreram prisão, exílio, tortura e morte e derrotar o fascismo.
Não consigo imaginar viver num país onde qualquer Eichman de Curitiba possa golpear uma nação inteira!
Roberto Ponciano é Mestre em Filosofia/Ética, em Letras Neolatinas e Especialista em Economia do Trabalho
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É estarrecedor que um texto como esse possa gerar risco, por menor que seja, de alguém ser preso. O mais estarrecedor é que pessoas de tendências ideológicas opostas, conservadoras, em nome de suas idiossincrasias possam apoiar uma barbaridade como essa.
Se esse tipo de conduta se resumisse ao juiz Sergio Moro, seria muito grave mas não seria o mais trágico. Bastaria que cada brasileiro tivesse em mente que, no Brasil, existe uma autoridade acima de críticas. Assim, o magistrado em questão seria o intocável da República e pronto.
O problema, porém, é mais embaixo. Esse tipo de ação vai gerar uma “jurisprudência” entre as autoridades, entre aqueles que podem usar o poder de Estado em suas vendetas, em suas disputas pessoais.
A principal característica das ditaduras é a lei valer positivamente ou negativamente para alguns e não para todos. As ditaduras criminalizam a divergência, por isso toda ditadura é fascista, seja de esquerda ou de direita.
Se você for de direita ou de esquerda, progressista ou conservador, rico ou pobre, jovem ou maduro, não pode compactuar com esse comportamento, com esse uso abusivo do poder do Estado para oprimir quem dele diverge.
Uma pessoa perder a liberdade pelo que diz ou pensa é um crime de lesa-humanidade. E, seja você de que ideologia ou partido ou classe social for, saiba que a chance de ser atingido por barbaridades como essa irá aumentar dia a dia, se as pessoas se acovardarem. Não pense que se acovardar ou se acumpliciar com o arbítrio irá mantê-lo a salvo

terça-feira, 7 de março de 2017

PF intima Blogueiro por “ameaçar” Sergio Moro

polícia federal eduardo

No fim de fevereiro, cerca de uma semana antes do Carnaval, o blogueiro paulistano Eduardo Guimarães recebeu uma intimação da Polícia Federal em sua residência para que compareça perante um delegado para “prestar esclarecimentos no interesse da Justiça”.
Advogado do intimado buscou informações na Polícia Federal e descobriu que ele está sendo acusado de “ameaçar” o juiz Sergio Moro.
O blogueiro Eduardo Guimarães nega ter feito qualquer tipo de ameaça ao juiz federal em questão. E cita dois episódios ocorridos em 2015 em que fez críticas ao juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, mas nenhum deles continha ameaça.
Em 4 de maio de 2015 – exato 1 ano e 10 meses atrás –, Eduardo Guimarães representou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o juiz Sergio Moro por ter prendido uma cidadã por engano. A representação foi arquivada.
Para ler a representação, clique aqui
representação moro
Em 22 de junho de 2015, cerca de um mês e meio depois, um blogueiro da revista Veja chamado Felipe Moura Brasil acusou o blogueiro Eduardo Guimarães de ter “especulado sobre a vida do juiz Sergio Moro em tom de ameaça”.
blogueiro veja
O blogueiro Felipe Moura Brasil se refere a uma série de mensagens colocadas pelo blogueiro Eduardo Guimarães no Twitter para promover o artigo Direita prefere destruir o país a aceitar justiça social, publicado em 21 de junho no Blog da Cidadania, um dia antes da “denúncia” do blogueiro da revista Veja.
O blogueiro Eduardo Guimarães postou uma série de tuítes promovendo seu artigo. Em todos esses tuítes colocou o link para esse artigo supracitado. Um desses tuítes foi destacado pelo blogueiro da Veja e divulgado como sendo “ameaça” ao juiz federal.
Confira, abaixo, a sequência de tuítes
blogueiro tuítes
O blogueiro Eduardo Guimarães afirma que nenhuma dessas mensagens contém qualquer tipo de ameaça ao juiz Sergio Moro e que tem certeza de que conseguirá demonstrar isso às autoridades com grande facilidade, por razões que entende óbvias.
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PS: o depoimento do blogueiro Eduardo Guimarães à PF está marcado para daqui a várias semanas. O intimado avisa que só irá dar novas informações sobre após o depoimento. O blogueiro também informa que tem 57 anos e durante essas quase seis décadas de vida nunca, jamais foi acusado de qualquer tipo de ilegalidade nem na Justiça e muito menos na polícia.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Para ajudar Temer, PM e Datafolha não apuram tamanho do protesto em SP

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A principal diferença do mega protesto contra Temer que aconteceu ontem em São Paulo para os protestos de esquerda ou de direita que vêm ocorrendo na avenida Paulista nos últimos anos é a ausência de divulgação do público que lá esteve.

Desde 15 de março do ano passado a Polícia Militar e o instituto Datafolha promoveram uma guerra de público entre os protestos pró e anti Dilma. No último domingo, porém, tudo mudou. Não só a PM não divulgou estimativa de público como o Datafolha nem deu as caras no protesto.

Mas as omissões na estimativa de público – adotadas pela PM e pela Folha com o óbvio intuito de não complicar a vida de Temer após ele ter qualificado como “mínimos” e “feitos por 40 pessoas” os protestos contra si –, infelizmente, não se resumiram ao tamanho da manifestação de domingo.

Em 4 de setembro de 2016 o golpe tomou outro rumo. Além da censura nas tevês, jornais e portais de internet ligados aos impérios de mídia, que fizeram malabarismos incontáveis para esconder o tamanho incrível da manifestação – que tomou parte da avenida Paulista, parte da avenida Rebouças e parte da avenida Faria Lima –, o ataque gratuito da PM aos manifestantes coloca a situação política do país em outro patamar.

Antes de prosseguir, assista a vídeos que mostram a situação explosiva que a ditadura Temer está construindo no país. Os ataques sem razão aos manifestantes escancaram o caráter ditatorial do grupo político que usurpou o poder no Brasil.

Eu e meu grupo já deixávamos a manifestação quando as bombas começaram a cair. Felizmente, já estávamos longe.




Senador Lindbergh Farias, o professor Roberto Amaral (77 anos) e o deputado Paulo Teixeira foram atacados pela PM


A grande diferença dessa manifestação para as anteriores, portanto, não é só o tamanho – jamais a esquerda tinha conseguido manifestação tão grande e absolutamente espontânea desde o início da crise política –, mas clara tentativa da PM de anular direitos garantidos pelo artigo 5º da Constituição Federal, o direito de reunião e manifestação.

O primeiro passo, pois, está sendo tomado pelo Senador Lindbergh. Hoje, será divulgado à imprensa denúncia que será feita à Organização dos Estados Americanos contra o regime temerário. Confira convocação de coletiva convocada para esta segunda-feira.

DEPUTADO PAULO TEIXEIRA E SENADOR LINDBERGH FARIAS CONVOCAM PARA COLETIVA SOBRE REPRESSÃO À MANIFESTAÇÃO DESTE DOMINGO
Alvejados com bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo disparadas pela Polícia Militar no Largo da Batata, os parlamentares do PT falarão à imprensa no auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo nesta segunda-feira às 12h.
O Sindicato fica na Rua Rego Freitas, 530, República.
Os manifestantes já haviam encerrado seu percurso quando policiais militares passaram a lançar bombas sobre a multidão. “É uma vergonha essa Polícia Militar. Nós vamos denunciar o governador Geraldo Alckmin à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA”, disse o senador Lindbergh.
“O ato foi extremamente pacífico, mas eles querem acabar com essa cena como que para dar um recado para as pessoas não virem; e elas virão cada vez mais para esses atos. A polícia está despreparada para sua função e para sua missão”, afirmou o deputado Paulo Teixeira. Aos 76 anos, o professor Roberto Amaral, ex-presidente nacional do PSB, foi atingido por estilhaços. “É uma provocação estúpida, desumana, covarde, fascista”, disse Amaral.
A denúncia a organismos internacionais é vital, já que as instituições estão controladas pelos golpistas. Ainda assim, não se pode deixar de considerar medidas junto ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria Geral da República, já que há suspeita contra o Judiciário Paulista, aparelhado pelo PSDB.

Outro passo importantíssimo é a melhor organização das manifestações, com a formação de grupos para identificar e expulsar infiltrados que possam quebrar alguma janela, dando desculpas à PM para atacar, mutilar e eventualmente matar manifestantes, como já começa a acontecer.

Não nos enganemos: golpes geram ditaduras, e o golpe parlamentar recém-desfechado já gerou a sua. Precisamos nos organizar de acordo. É preciso montar equipes para registrar os abusos das forças de repressão de forma a embasar a denunciação do regime aos organismos internacionais.

Após o que aconteceu no último domingo em São Paulo, não há mais dúvidas. Resta agora combatermos em todas as frentes. Além das atuações nas instâncias supracitadas, é preciso, também, disputar eleitoralmente com os golpistas. Nesse aspecto, a eleição municipal na capital paulista reveste-se de grande importância.

Eis por que sou candidato a vereador de São Paulo. Apesar de saber que é muito difícil alguém se eleger pela primeira vez, sem praticamente dinheiro nenhum e sem nem ser suficientemente conhecido, candidatar-me é outro serviço que presto à sociedade, pois estou ajudando a barrar a ascensão do fascismo na maior metrópole brasileira, onde a luta pela democracia é mais renhida.

Diante disso, concluo a matéria aludindo a essa questão. No domingo, durante os protestos, o presidente da CUT, Wagner Freitas, e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) também manifestaram apoio à minha candidatura. Confira os vídeos.

sábado, 27 de setembro de 2014

Repórteres da Globo provocam blogueiros na porta do Alvorada


Na sexta-feira (26), a presidente Dilma Rousseff deu a primeira entrevista de seu mandato a blogueiros independentes. Por conta da legislação eleitoral, porém, à diferença da entrevista que o ex-presidente Lula deu a blogueiros em 2010 logo após as eleições daquele ano, ela não pôde recebê-los no Palácio do Planalto.
A legislação eleitoral não impede que um presidente da República que disputa a reeleição dê entrevistas em sua residência, que, no caso daquela que é hoje a primeira mandatária da nação, fica no Palácio da Alvorada, residência oficial de presidentes da República, ainda que um presidente não seja obrigado a residir nesse palácio – o ex-presidente Fernando Collor, por exemplo, continuou em sua residência particular após assumir o cargo, na famosa “Casa da Dinda”.
Dilma recebeu os blogueiros Altamiro Borges (Blog do Miro), Conceição Oliveira (Blog da Maria Frô), Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania), Conceição Lemes (Viomundo), Miguel do Rosário (Cafezinho), Paulo Moreira Leite (247), Kiko Nogueira (Diário do Centro do Mundo) e Renato Rovai (Revista Forum).
A entrevista que Dilma deu a esses blogueiros teve forte repercussão, foi noticiada por vários grandes jornais e telejornais e por todos os grandes portais de internet. Uma das exceções foi o Jornal Nacional, que ignorou o assunto apesar de equipe de reportagem da Globo ter estado no Palácio da Alvorada na mesma hora que os blogueiros.
Durante a campanha eleitoral, Dilma vem recebendo repórteres da grande imprensa diariamente no Palácio em que reside, para falar da campanha. Essa reunião costuma ocorrer na parte externa do Alvorada. Os repórteres ficam na portaria do Palácio à espera de ser convocados para ir até a presidente.
Nenhum veículo não-oficial atravessa os portões do Alvorada. Da portaria até o Palácio, os visitantes são levados por vans.
Após deixarem o Alvorada, os blogueiros supracitados foram levados pelas vans até a portaria, onde quase todos tomariam táxis até o aeroporto – à exceção de Paulo Moreira Leite, que reside em Brasília. Quando lá chegaram, encontraram-se com a equipe da TV Globo, capitaneada pelo repórter Julio Mosquéra, que reportaria no JN apenas a entrevista de Dilma aos repórteres da grande mídia, omitindo a entrevista com blogueiros que ocorrera pouco antes.
Enquanto os blogueiros esperavam táxis na portaria do Palácio, Mosquéra e a equipe de apoio da Globo (cinegrafistas, assistentes etc.) embarcavam em uma das vans do Palácio para irem à coletiva de Dilma, desta vez no mesmo salão que os blogueiros tinham acabado de deixar.
Durante o embarque da equipe global, uma integrante dessa equipe da emissora começou a gritar com intenção evidente de ser ouvida pelos blogueiros: “Vamos lá, mídia golpista! Vamos embarcar, mídia golpista!”. Nesse momento, outros membros daquela equipe acompanharam o “cântico” provocador.
Os outros blogueiros ignoraram a provocação, mas este blogueiro respondeu, no mesmo tom de voz da provocação, que os repórteres não são golpistas, que golpista é o patrão deles. A repórter da Globo que começou o coro provocador retorquiu dizendo que também era “golpista” tanto quanto seu patrão, ou seja, tanto quanto a família Marinho, dona da Globo, que recentemente reconheceu que “errou” ao participar do golpe militar de 1964, que jogou o Brasil em uma ditadura de vinte anos.

Promessas de Dilma aos blogueiros



Na entrevista, minha questão à presidente foi sobre política. Relatei que a grande mídia tem vendido – ou tem tentado vender – ao país que estaria à beira do desemprego, que a Petrobrás estaria quebrada e que, por conta dessas mentiras, pesquisas de opinião vêm mostrando que boa parte dos brasileiros acredita nelas.
Ponderei com a presidente que ela só começou a reagir neste ano eleitoral e que, por conta de ter “apanhado calada” nos últimos anos, parte considerável – ainda que minoritária – dos brasileiros acredita, por exemplo, que o desemprego vai aumentar apesar de o IBGE ter divulgado que em agosto o desemprego foi o mais baixo para esse mês em 12 anos, e que a Petrobrás estaria quebrada, apesar de a empresa valer hoje 8, 10 vezes mais do que quando o PT chegou ao poder e de ter, recentemente, atingido a marca de extração de 500 mil barris de petróleo dos campos do pré-sal.
Diante disso tudo, perguntei à presidente se ela não acha que em um eventual segundo mandato deveria dar mais atenção à política, sendo mais “proativa” no que diz respeito a embate com uma imprensa que faz oposição cerrada ao seu governo.
Dilma prometeu que em um seu eventual segundo mandato não irá mais apanhar calada, que fará o enfrentamento político quando necessário. Além disso, respondendo a pergunta do blogueiro Altamiro Borges, Dilma disse que o país já está “maduro” para passar por uma regulação econômica da grande mídia, nos moldes das legislações de países como Estados Unidos, França, Alemanha, Inglaterra e tantos outros nos quais a imprensa se submete a regras.
ÍNTEGRA DA ENTREVISTA DE DILMA A BLOGUEIROS
Ao fim da entrevista, a presidente conversou em particular com este blogueiro e prometeu que irá apurar denúnciafeita nesta página na sexta-feira, sobre planos de setores da Polícia Federal autoproclamados “antipetistas” de fazerem uma denúncia contra o PT no segundo turno da eleição presidencial a fim de “tirar o PT do poder”.

ASSISTA À ÍNTEGRA DA ENTREVISTA DE DILMA A BLOGUEIROS