Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Flávio Aguiar: O papelão e o papel da direita

Uma direita mais “moderna” – se isso é possível – começaria por se tornar mais independente em relação à mídia corporativa que é autoritária em relação aos mais fracos – o sofrido povinho e o temido povão, que são dois lados da mesma moeda dos seus pesadelos – enquanto corteja e tenta acaudilhar pela representação os mais fortes. Adotaria uma posição mais aberta ao diálogo na América Latina e no mundo, ao invés de ficar brincando de Guerra Fria à antiga.

Por Flávio Aguiar, para a Carta Maior

Não sabemos ainda o que exatamente vai acontecer nas eleições de outubro. Os prognósticos, para nós das esquerdas – os nós que não nos entravamos nos nossos nós – são muito bons: vitória de Dilma, seja no primeiro ou no segundo turno, estabilização de Marina da Silva, que poderá se livrar da incômoda e completamente auto-centrada política de Gabeira, Plínio mantendo sua dignidade exemplar e, quem sabe, neutralizando o poder de biruta de aeroporto da atuação de Heloisa Helena junto às extremas. Mas tudo isso são prognósticos, a serem passados a limpo pelo crivo de outubro.

Pois é, mas e as direitas? É preocupante o estado das direitas. Estão fazendo um papelão. Essa é a moldura do excelente artigo do Nassif transcrito aqui . Concordo no todo e discordo em parte do artigo. Não se trata de saber se Nassif é neo-tucano ou sei lá que bobagem dessa ordem. Trata-se de pensar no rigoroso problema que ele levanta.

Esse problema é, no fundo, o de observar o jogo político um pouco além do tabuleiro eleitoral. Este, sem dúvida, é importante. Mas o que está acontecendo por debaixo desse tabuleiro, como as engrenagens estão se movendo e como vão atuar sobre as peças do xadrez partidário?

É óbvio que está havendo um descolamento progressivo dessas direitas que hoje atuam ostensivamente, de suas bases tradicionais. Estas estão se movendo sim – não necessariamente para a esquerda, mas para cima. A política do governo Lula, combinando estabilidade financeira, monetária e fiscal com transferência de renda e de foco dos investimentos, está provocando uma ascensão social de monta no país. Isso não significará necessariamente no futuro uma sociedade “mais progressista”. Pode prevalecer, e prevalecerá em parte desse grupo ascensional, que envolve diferentes níveis de renda, o complexo da Arca de Noé: “eu e os meus nos salvamos; agora fechemos as portas, porque aqui não cabe todo mundo”.

As direitas brasileiras – ofuscadas por seus sentimentos oligárquicos no caso da mídia corporativa, ou fascinadas, no caso dos políticos, pela ameaçadora perda do poder governamental por mais alguns anos – não conseguem perceber esse movimento, nem suas possibilidades, nem o que isso representa. Por isso, provavelmente, serão duramente castigadas nas próximas eleições. A frente partidária de direita será pulverizada, se nada de novo acontecer.

Aqui tenho uma discordância com a visão de Nassif, de que isso poderia ser necessariamente ruim. É a chance de surgir, não das cinzas, mas com base naquele novo quadro social emergente, um novo pensamento conservador, renovado e um pouco mais arejado do que o dessas direitas atuais, que deixaram de ser conservadoras para se tornarem amplamente reacionárias, vivendo num mundo virtual em que só elas e seus apaniguados mais empedernidos acreditam. A expressão acabada dessa cegueira é a tentativa de transformar José Serra em “Zé”, mais a favela virtual criada por sua campanha.

Uma direita mais “moderna” – se isso é possível – começaria por se tornar mais independente em relação à mídia corporativa que é autoritária em relação aos mais fracos – o sofrido povinho e o temido povão, que são dois lados da mesma moeda dos seus pesadelos – enquanto corteja e tenta acaudilhar pela representação os mais fortes. Adotaria uma posição mais aberta ao diálogo na América Latina e no mundo inteiro, ao invés de ficar brincando de Guerra Fria à antiga, vendo mocinhos e bandidos em tudo e se pondo no papelão de novo de assumir a defesa da cavalaria americana contra os índios hostis do resto do mundo. Uma direita mais moderna prestaria mais atenção no Santos de hoje do que no Uribe de ontem, e digo isso por mais que não tenha qualquer simpatianem empatia pelo primeiro e apenas completa e total antipatia pelo segundo. Trata-se isso sim de Não sabemos ainda o que exatamente vai acontecer nas eleições de outubro. Os prognósticos, para nós das esquerdas – os nós que não nos entravamos nos nossos nós – são muito bons: vitória de Dilma, seja no primeiro ou no segundo turno, estabilização de Marina da Silva, que poderá se livrar da incômoda e completamente auto-centrada política de Gabeira, Plínio mantendo sua dignidade exemplar e, quem sabe, neutralizando o poder de biruta de aeroporto da atuação de Heloisa Helena junto às extremas. Mas tudo isso são prognósticos, a serem passados a limpo pelo crivo de outubro.ver o que eles representam hoje, qual o seu papel.

Não sei como seria o pensamento dessa “nova direita”, pois certamente não pensaria com nem como ela. Mas seria mais interessante do que isso que aí está.

Sem essa renovação “do lado de lá” as esquerdas tenderão a aprofundar suas divisões, porque a pressão social advinda do novo e mais complexo quadro social emergente assim as pressionará. A velha direita, massacrada, terá a tentação de renovar o cortejo às soluções autoritárias ou ditatoriais. Uma parte das “novas classes” emergentes poderá sair em busca de líderes popularescos, no estilo Berlusconi.

De todo modo, momentos interessantes estarão pintando no horizonte, se Dilma ganhar do jeito que parece que pode ganhar.

Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.

Tucanos tentam censurar anúncio dos delegados na mídia





O Conversa Afiada reproduz post do Portal Vermelho:

Tucanos tentam barrar anúncio de delegados de SP na mídia

A Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo (Adpesp) recebeu, na última sexta-feira, notificação judicial para suspender a veiculação no Estado de uma campanha publicitária de protesto às condições de trabalho e salariais da categoria.

Segundo informações da Adpesp, o mandado de suspensão teria sido impetrado pelo PSDB estadual, sob a alegação de que a campanha é uma propaganda eleitoral negativa. Procurado pelo Estado, o PSDB-SP não se pronunciou sobre o assunto. Ontem (19), em evento da Associação Nacional de Jornais (ANJ), o candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, deitou falação para defender a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão. Mas parece que seu partido não gosta muito que os servidores públicos usufruam desta liberdade.

A assessoria de imprensa do candidato do PSDB ao governo, Geraldo Alckmin, informou que se tratava de uma ação partidária e não da campanha.

Clique aqui para ler a matéria na íntegra.

classificação da imprensa dominante

Leia e vote consciente



" Ctrl C + Ctrl V " do site : http://www.amalgama.blog.br

Eu até acredito que ss três principais candidatos nessa eleição presidencial são muito bons. A terceira colocada deve ser Marina Silva, e Marina Silva seria melhor presidente que 90% dos presidentes do mundo.

Mas é preciso escolher, e, no que se segue, argumentarei que a melhor opção para o Brasil no momento é uma ex-guerrilheira nerd :
1.
Um bom governo, na minha opinião, deve (a) ser democrático, (b) não avacalhar a estabilidade econômica, e (c) combater a pobreza e a desigualdade. Por esses critérios, o governo Lula foi indiscutivelmente bom.
O governo Lula, tanto quanto o governo FHC, foi um governo democrático. Quem lê jornal no Brasil não apenas percebe que é permitido falar mal do governo, mas pode mesmo ser desculpado por suspeitar que falar mal do governo é obrigatório por lei. Os partidos de oposição atuam com plena liberdade, os movimentos sociais, idem, e, aliás, eu também. O Olavo de Carvalho se mandou para os Estados Unidos, dizem que com medo de ser perseguido politicamente, mas, se tiver sido por isso, foi só frescura. De qualquer modo, nunca antes nesse país exportamos tantos Olavos de Carvalho.
A economia foi muito bem gerida durante a Era Lula, a despeito do que falam muitos petistas (talvez preocupados com a falta de oposição competente). Companheiros, deixemos de falar besteira: a política econômica foi um sucesso. Mantivemos o bom sistema de metas de inflação implantado por Armínio Fraga no (bom) segundo governo FHC, e acrescentamos a isso: uma preocupação quase obsessiva por acumular reservas internacionais, a excelente ideia de comprar de volta nossa dívida em dólar, e medidas de incentivo fiscal quando foi necessário. A dívida como proporção do PIB caiu consideravelmente, e só voltou a subir quando foi necessário combater a crise. Certamente voltará a cair já agora.
Por essas e outras, fomos os últimos a entrar e os primeiros a sair da maior crise econômica desde 1929. Os tucanos se consideravam uma espécie de Keynes coletivo por terem sobrevivido à crise do México. Com muito menos custo, sobrevivemos à crise dos EUA. E isso se deu porque a economia durante a Era Lula foi muito mais bem administrada do que durante o primeiro governo FHC. No segundo governo FHC, aí sim, a economia foi bem gerida, e Lula fez muito bem em copiar seus métodos de gestão.
E, na área social, o Lula realmente se destaca na história brasileira, e na conjuntura econômica mundial. FHC não merece nada além de parabéns por ter copiado o Bolsa-Escola do governo petista do Distrito Federal (cujo governador havia idealizado o programa ainda na década de 80), e o PT merece críticas por ter atrasado sua adoção insistindo no confuso “Fome Zero” por tempo demais; mas, uma vez re-estabelecida a sanidade, o programa foi implementado com imenso sucesso, e, associado à política de recuperação do salário mínimo, e à boa gestão da economia, geraram resultados que não estavam nas projeções do mais otimista dos petistas em 2002. Para ser honesto, eu sempre votei no Lula, mas nunca achei que fosse dar tão certo.
A pobreza caiu algo como 43%. Vou dizer com palavras, para não dizerem que sou cabeça-de-planilha: a pobreza no Brasil caiu quase pela metade. Rodrigo Maia, escreva essa frase no quadro cem vezes. Mais de 30 milhões de pessoas (meia França, não muito menos que uma Argentina inteira) subiram às classes ABC. Cortamos a pobreza extrema pela metade (mas ainda é, claro, vergonhoso que tenhamos pobreza extrema). A desigualdade de renda caiu consideravelmente: a renda dos 10% mais ricos cresceu à taxa de 3 e poucos % na Era Lula, enquanto a renda dos mais pobres cresceu mais ou menos 10% ao ano, as famosas taxas chinesas. E tem uns manés que acham que os pobres votam no Lula porque são ignorantes ou mais tolerantes com a corrupção. Dê essas taxas à nossa elite e o Leblon inteiro tatua a cara do Zé Dirceu.
Não é à toa que o economista Marcelo Neri, um dos mais respeitados estudiosos da pobreza no Brasil, fala no período de 2003-2010 como “A Pequena Grande Década”. Tanto quanto sei, Neri não é petista.
Por outro lado, há algumas semanas, o sociólogo Demétrio Magnoli escreveu um balanço crítico do governo Lula, que considera um desastre. O artigo praticamente não tem nenhum número. I rest my case.
2.
Seria idiota dizer que isso não é, em nenhum grau, motivo para votar na Dilma. Dilma participou ativamente disso tudo, e, no mínimo, apoiou isso tudo. Marina Silva, é verdade, apoiou quase tudo isso. José Serra não o fez, e muitos de seus simpatizantes continuam convictos de que os últimos oito anos, em que a renda dos brasileiros mais pobres cresceu no ritmo da economia chinesa, foi uma era das trevas da qual a nossa elite bem pensante (hehehe) acordará em breve, chorando de felicidade porque era só um pesadelo.
Mas, até aí, eu considero que a Era FHC também foi boa para o país, por outros motivos, e mesmo assim foi bom que Lula fosse eleito em 2002 (como irrefutavelmente provado acima). Por que não seria esse o caso, agora?
Em primeiro lugar, porque não acho que será bom para o Brasil se o governo Lula tiver sido só um intervalo. Se Serra ganhar a eleição, eis o que se tornará a versão oficial sobre esse período: uns caras com diploma governavam muito bem o Brasil por muitas décadas, aí surgiu um paraíba muito carismático que acabou % ganhando a eleição, mas não fez nada demais, por isso eventualmente a turma do diploma retomou o controle da coisa toda. Coloquei um sinal de porcentagem no meio da frase para que ela tivesse pelo menos um erro que não fosse também papo furado.
É importante compreender que os novos atores que compõem o PT vieram para ficar, pois são sócios-fundadores de nossa democracia, e que, de agora em diante, o Brasil é um país com uma esquerda que sabe ser governo. Isso quer dizer que agora a direita, para vencer eleições, precisa apresentar boas candidaturas (de preferência sem roubar nossos sociólogos, ou economistas heterodoxos) e, o mais crucial de tudo, apresentar propostas para os mais pobres, que acabam de descobrir que podem melhorar imensamente suas vidas com o voto. A direita brasileira ainda não fez esse trabalho: continua pensando como se fosse um direito natural seu governar o país, e esperando que algum movimento legitimista re-estabeleça a ordem nesta budega.
Enquanto a justiça eleitoral não fizer o voto do Reinaldo Azevedo ter peso 50 milhões, a estratégia de fingir que o governo Lula não desmoralizou os anteriores, diminuindo a pobreza sem desestabilizar a economia, não vai ganhar eleição. Enquanto não tiver um projeto para o país (o que, diga-se, o Plano Real foi), a oposição não merece voltar ao governo. Como o PT dos anos 90, por exemplo, não merecia ganhar a presidência, pois seu programa era o que, no jargão sociológico, era conhecido como “nhenhenhém”. O PT venceu quando reconheceu que o papo agora era outro, e era preciso partir das conquistas já alcançadas. Não há sinal que consciência semelhante exista na oposição como bloco político, embora, sem dúvida, o candidato Serra o tenha compreendido.
3.
Mas esse tampouco é o melhor motivo para se votar na Dilma. O melhor motivo para se votar na Dilma é a Dilma.
Dilma tem uma trajetória política muito singular, como, aliás, tinham FHC e Lula. Quem tiver lido seu perfil recente na revista Piauí pode notar que há tantos fatos interessantes na sua vida que o jornalista mal teve espaço para falar dela, como pessoa. Dilma foi guerrilheira, foi torturada, e, durante a democratização, entrou para o PDT. Quando visitou, recentemente, o túmulo de Tancredo, a turma de sempre reclamou que o PT não o havia apoiado no Colégio Eleitoral. Bem, Dilma, como o PDT, apoiou Tancredo. Eventualmente, foi parar no PT, onde cresceu fulminantemente, e foi beneficiada pela decisão da oposição de queimar um por um dos quadros petistas mais famosos, algo pelo que, suspeito, já começam agora a se arrepender. Estariam pior agora se o candidato do Lula fosse, digamos, o Dirceu?
Tem gente que, com temor ou esperança, acha que Dilma mudará o rumo da economia. Eu posso estar errado, mas, baseado no que vi até agora, acho o seguinte: Dilma está singularmente posicionada para fazer com que, sob essa mesma política econômica, e com o mesmo compromisso com a justiça social, o país comece a crescer bem mais rápido do que cresceu nos últimos dezesseis anos.
Eu gosto de dizer o seguinte sobre política econômica: é verdade, o Banco Central desacelera o crescimento quando mantém os juros altos (e segura a inflação). Mas, a essa altura, o crescimento econômico já levou uma surra; antes de chegar no Banco Central, o carro do crescimento já tomou batidas da nossa falta de política de inovação, da baixíssima capacidade de investimento do Estado, da pobreza (que diminuiu, mas, para nossa vergonha, ainda está aí), do nosso abissal nível de qualificação educacional, dos entraves inacreditáveis para se abrir ou fechar um negócio, dos problemas gravíssimos da nossa urbanização. Essa desacelerada que o Banco Central dá é porque, depois de tomar tanta batida, ou nosso carro desacelera ou ele desmonta na pista.
Nossa visão deve ser a seguinte: queremos ter produção tecnológica como a Índia, mas com muito mais preocupação com a justiça social, e queremos ter o crescimento da China, mas com a mais absoluta democracia e com as garantias ambientais necessárias. Se esses limites nos atrasarem um pouco, paciência, somos, em nossos melhores momentos, um país que leva essas coisas a sério. O que não é admissível é que qualquer coisa que não nossos princípios atrase nosso progresso.
Muita gente diz que Lula entregou a candidatura à Dilma de mão-beijada, mas, aproveito para advertir, muita calma nessa hora, meu povo. Lula também lhe entregou uma roubada incrível, que foi também um teste. Quando Dilma foi colocada na direção do PAC, experimentou em primeira mão o quão ineficiente é nosso Estado como indutor do investimento: uma legião de entraves burocráticos, pressões políticas e uma história de más prioridades tornaram nosso Estado incapaz de investir e de oferecer infra-estrutura (tanto física quanto legal quanto humana) para o investimento privado.
A beleza da coisa é que Dilma é uma c.d.f. obcecada por políticas públicas. Quem leu sua entrevista no livro organizado pelo Marco Aurélio Garcia e pelo Emir Sader não pode ter deixado de se divertir com a diferença entre as coisas que os entrevistadores querem perguntar e as coisas que ela quer responder: os caras lá falando do liberalismo, de não sei o que mais, e ela animadona com um jeito de furar poço de petróleo, com um jeito qualquer de administrar hospital. Respeito muito o Marco Aurélio, que foi meu professor, mas a Dilma sai da entrevista muito melhor que ele e o Sader.
Me anima especialmente que, em vários momentos, tenha visto Dilma puxando o assunto das políticas de inovação. O Brasil não vai dar um salto qualitativo em termos de desenvolvimento enquanto não produzir tecnologia. Tecnologia é o tipo de coisa que depende de bons arranjos entre governo e setor privado, e, a crer nos relatos até agora a respeito de sua passagem pelo ministério de Minas e Energia, Dilma tem uma postura pragmática saudável nessas questões.
Lula deu ao capitalismo brasileiro milhões de novos consumidores, e essa descendência política exigirá de Dilma compromisso forte com a inclusão social. Mas agora é hora de dar ao capitalismo brasileiro a competitividade necessária para que ele gere os empregos de que precisam os novos ex-miseráveis, os formandos do ProUni, ou das novas Universidades Federais, inclusive; é hora de montar um Estado que entregue aos cidadãos as cidades necessárias à boa fruição da vida moderna, e montar um sistema de inovação tecnológica que tire da direita o monopólio do discurso moderno.
Por conhecer melhor do que ninguém o tamanho desse déficit, e pelo que se depreende de sua postura até agora diante desses problemas, Dilma Rousseff é a melhor opção para a presidência do Brasil nos próximos oito anos.
Até porque, contará com um recurso que só o PT tem: uma imprensa tão hostil que o sujeito realmente, realmente tem que prestar atenção para não fazer besteira. Superego é uma coisa útil, senão você trava.
4.
Certo, mas deve ter gente pensando, ah, mas ela é só uma tecnocrata, vai ser engolida pelos políticos (o bom é que essa mesma turma dizia que o Lula, por não ser um tecnocrata, ia ser engolido pelos políticos). Deve ter gente, à direita e à esquerda, com esperança de manipular a Dilma. A Dilma, no caso, é aquela menina que, aos vinte e poucos anos, inspirava respeito até nos caras do Doi-Codi, como se depreende dos documentos da época. Se quiser ir tentar manipular essa dona aí, rapaz, boa sorte, vai lá. Depois você conta pra gente como é que foi.

* Celso Barros, Rio de Janeiro-RJ, é mestre em Sociologia pela Unicamp e doutor em Sociologia por Oxford. Blog: napraticaateoriaeoutra.org

Eurico Schwinden: haja pau!




Faltou ao Nassif mencionar os e-mails do degenerado: Brasilianas hajapau@gmail.com - Poty Guara cumacanga@yahoo.es e outros não comprovados.
Os trolls barras-pesadas: Brasilianas
Um dos trolls mais desqualificados a frequentar a Internet atende pelo nome de Brasilianas – tanto nos incontáveis spams que divulga quanto pelo Twitter.
Esconde-se no anonimato para ataques pesados contra figuras públicas ou contra quem pense de forma diferente. São muitas suas vítimas.
Faz parte da rede de assassinos de reputação recrutada para fins políticos. Atua em consonância com um tal de Coturno Noturno, ou Coronel, e com trolls ligados à ex-vereadora Soninha e à campanha de José Serra.
Seus spams são desse nível:
LULA SE ENCAGAÇOU DIANTE DO SUPREMO E CONFESSA QUE SABIA DO MENSALÃO
Em outro spam:
Afinal, quem pode corrigir a cagada de Lula, forçando a barra pra cima da Dilma, esse poste - e um poste gordinho. Esticado mas gordinho. De repente, não mais do que de repente, o espanto!!! Pô gente, esse cara só pode ser terrorista!!!

(...) Falando a linguagem lulística: Meirelles é o cara que controla o Ponto G do Brasil. Já Lula deita e rola com CNT/Sensus, Vox Populi, bebe, relaxa e aproveita. E quando goza não é de per si, mas da cara dos brasileiros.
No Twitter, o escatológico chega ao nível dos piores ambientes, mostrando uma pessoa desqualificada.
Em maio de 2009 Planalto prepara em SP show p/lançamento do linfoma da Dilma,que alavancaria sua campanha.
@mercadantetv Esse jeitão boçal e pusilânime ao mesmo tempo do Mercadante não pode ser responsabilidade do pai Gal. Oliva. Vem do caráter.

Será q algum partido tem coragem de por na TV o Menino do MEP,hoje c/mais de 60 anos,q Lula tentou estuprar em 1980 numa cela do DOPS/SP?

@Dedo_Duro Dilma foi curada do câncer p/bispa Hernandez. Ela pertence ao Terço Bizantino e seu pastor é Gim Argelo,suplemente de Roriz.

@guimaraes_1322 E apareceu o @guimarães, o mano p/quem Genoíno estava mandando os dólares na cueca. Bunda sujas, mas "fichas limpas".

Marco Aurélio Garcia deixou claro q no Planalto se discutiu o uso do câncer da Dilma para faturar a piedade da massa.

@blogdocadu Dilma então agora passa a ser "a mulher do Lula".Bem q lembramos aqui q o Garanhão de Garanhuns ñ leva na garupa. Ele monta!

@marcbras Lembra do "Dinheiro Vivo".Era espaço de chantagem.Hoje Nassif é diretor de consciência do fascio-lulopetismo, o mais caro de todos

Dá p/ amestrar Dilma a andar p/palco e imitar o Garanhão de Garanhuns.O problema é o seu neurônio solitário.Louquíssimo
Seu nome real é Eurico Schwinden. É de Curitiba, Paraná. Foi assessor parlamentar. da Câmara Federal Aposentou-se em 16 de junho de 1999, conforme ato publicado no Diário Oficial da União de 22 de junho de 1999. Sua identidade foi levantada por outras vítimas de seus ataques e trazida para cá pelo infatigável Stanley Burburinho.

A boca do jacaré x a gangorra contorcionista




O blog “Se Discute“, de Lucas Santos, fez um interessante exercício com as pesquisas de intenção de votos desde o início do ano para mostrar os malabarismos que Datafolha e Ibope fizeram para contornar a tendência que Vox Populi e Sensus apontaram com muito mais coerência: a ascensão permanente de Dilma e a queda de Serra.

Chega a ser engraçado comparar os gráficos. Enquanto Vox e Sensus mostram a boca do jacaré se abrindo progressivamente a partir de abril/maio, Datafolha e Ibope promovem uma gangorra para chegarem em agosto praticamente iguais aos outros dois institutos. É bom lembrar que Vox e Sensus tiveram seus números confrontados pelos tucanos e pela mídia. O TSE obrigou o Sensus a abrir sua planilha da pesquisa de abril, que pela primeira vez apontava empate entre Dilma e Serra, a pedido do PSDB, e nada de irregular foi encontrado. O Vox era apontado como suspeito pelo simples fato de fazer pesquisas para o PT. No final das contas, eram os dois institutos que estavam certos.

O “Se Discute” divide a atuação do Datafolha e do Ibope em três fase: a primeira, de fevereiro a abil/maio, na qual procuraram ampliar ao máximo a vantagem de Serra. Os dois institutos chegaram a dar 38 pontos percentuais para Serra, enquanto Sensus e Vox jamais passaram dos 34%.

Entre abril e maio, houve um importante divisor de águas que foi a solicitação do Movimento dos Sem-Mídia no Ministério Público para investigar os quatro maiores institutos de pesquisa. Esse ato coincide com o momento em que Sensus e Vox começam a mostrar a boca do jacaré se abrindo a favor de Dilma, enquanto Datafolha e Ibope se empenham em manter uma situação de empate técnico, que os deixava cada vez mais distantes dos dois outros institutos e da realidade.

A terceira fase, a partir do fim de julho, registra o momento em que Datafolha e Ibope começam a convergir para o que Sensus e Vox já mostravam. Datafolha e Ibope corriam o risco de ficarem expostos ao ridículo, já que Sensus e Vox revelavam diferenças de até 10 pontos para Dilma, o que não tem metodologia que explique.

Agora é esperar a próxima rodada, que já vai revelar o impacto dos programas eleitorais, com a indicação clara de Lula de quem é a sua candidata. Sensus e Vox já estão na casa dos 16 pontos de diferença. Essa vantagem de Dilma deve aumentar. Datafolha e Ibope estão em 11 pontos. Se mantiverem a mesma postura, devem chegar aos 16 pontos dos outros instututos nas suas próximas rodadas de pesquisa. Ficarão marcados como os que vieram sempre atrás.

Miriam Leitão e Bob Jefferson estão órfãos



A colunista de O Globo, Miriam Leitão, produziu uma peça de jornalismo curiosa para tentar condenar Lula por apontar Dilma Rousseff como candidata a sua sucessão. Miriam compara o discurso de Lula ao coronelismo da República Velha e diz que age como se estivesse entregando uma capitania hereditária.

Seria importante lembrar à colunista que o Brasil é uma democracia e quem vai decidir o futuro presidente é o povo. Ou seja, Lula pode dizer que prefere Dilma, mas o povo pode pensar diferente. Fernando Henrique Cardoso, que governou o país por oito anos, assim como Lula, preferia que José Serra o sucedesse, em 2002, mas o povo escolheu Lula.

A colunista completa seu ataque a Lula afirmando que o discurso de “pai e mãe do povo” infantiliza o povo brasileiro. É uma teoria interessante, mas sugeriria à colunista global que encaminhasse o debate a José Serra, o candidato de sua predileção. Afinal, o tucano tenta descaradamente pegar uma carona em Lula, talvez imaginando que o processo sucessório seja exatamente como o vê Miriam Leitão, a entrega de uma capitania hereditária.

Nessa falsa aproximação a Lula, Serra reforça o paternalismo visto por Miriam. Aliás, um aliado do tucano, o petebista Roberto Jefferson descreveu muito bem isso em matéria da Reuters reproduzida pelo próprio O Globo. Diz o Jefferson sobre a perda de identidade da campanha do Serra: “Não tem oposição mais, todos são filhos do Lula. E o Lula quer fazer do patriarcado dele um matriarcado para que todos passem a ser filhos da Dilma Rousseff.”

Bob Jefferson e Miriam Leitão pensam da mesma forma, mas o político é menos tendencioso ao apontar que a oposição quer desfrutar do que seria o patriarcado de Lula. O que Jefferson e Leitão evitam enxergar é que a popularidade de Lula, que jamais se disse pai do povo, se deve à maneira como governou o país, com atenção preferencial aos pobres. A população que lhe atribui aprovação recorde, deseja a continuidade de seu governo, e ela está personificada em Dilma, a sua candidata. E não na oposição, que nem se nomeia assim para tentar tirar uma casquimha de Lula.

Mas Miriam Leitão não para por aí. Afinal, diante da dianteira de Dilma é preciso usar todas as armas para ajudar Serra. A colunista traça um paralelo entre Brasil e Estados Unidos, naquela velha cantilena do que é bom para os EUA, é bom para o Brasil, tão ao gosto do seu candidato.

Certamente pensando no excelente momento da economia do país, diz a colunista que a economia “é decisiva, mas nem sempre”. E lembra da derrota de Al Gore, que perdeu as eleições presidenciais mesmo com o apoio de Bill Clinton, quando os EUA viviam um de seus melhores momentos econômicos na história. Esse argumento é mole de derrubar. Em primeiro lugar, como escreve a própria Miriam, Gore queria distância de Clinton por conta do caso Monica Levinsky. Só com isso, a comparação já não seria apropriada porque Dilma foi próxima de Lula durante o seu governo e deseja manter essa proximidade, não apenas na campanha, mas durante o seu governo. A segunda questão é que Gore perdeu a eleição de forma controversa, para dizer o mínimo, com uma manipulação dos votos da Flórida, governada pelo irmão do candidato oposicionista.

Miriam argumenta que se Clinton tivesse feito uma campanha paternalista seria ainda mais rejeitado. “Lá, eles não acham que eleitores passam de mão em mão como uma massa sem vontade própria”, escreveu. O que Miriam Leitão quis dizer com isso? Que os EUA são melhores que o Brasil? Que o povo americano sabe escolher melhor que o brasileiro? A velha mentalidade colonizada sempre se manifesta nessas horas.

Seria importante lembrar à colunista que a massa “esclarecida” de eleitores norte-americanos que não aceita ser controlada, elegeu George Bush, o responsável por duas guerras das quais os EUA não se desvencilharam até hoje, que causaram mais de 20 mil vítimas no Afeganistão e mais de 375 mil vítimas no Iraque, incluindo 138 mil soldados americanos feridos em combate e pelo menos 45 mil mortes de iraquianos, entre rebeldes, soldados do governo de Saddam Hussein e civis.

Enquanto a Folha/UOL se justifica, mais dois 'internautas' tucanos foram escolhidos a dedo no debate





sexta-feira, 20 de agosto de 2010


Devido à grande repercussão da denúncia do nosso blog, que detectou partidarismo pró-Serra nas perguntas de internautas no debate Folha/UOL, eles publicaram outra notícia se justificando ...



Porém, enquanto a Folha/UOL se justifica, detectamos mais duas perguntas escolhidas a dedo pela Folha/UOL, também feitas por tucanos.

Além do assessor da liderança do PSDB na Câmara dos Deputados, agraciado com a escolha de sua pergunta do jeito que Serra gosta, também teve o caso do internauta Romeu di Sessa, escolhido com uma pergunta tentando constranger Dilma (perguntou se ela não era uma candidata "improvisada"). Ele é servidor da Secretaria de Cultura do governo tucano de São Paulo (segundo o Diário Oficial, na figura abaixo), e documentarista de projetos junto à TV Cultura.





Outra internauta escolhida a dedo, também é tucana: Juliana Fragetti. Fez uma pergunta agressiva e tendenciosa sobre aborto dirigida à Dilma. Ela faz parte do Movimento Franco Montoro, dentro do PSDB.



Ao contrário do que diz a Folha/UOL, houve clara percepção de desequilíbrio na escolha das perguntas, com viés partidário.

A quantidade de "internautas" tucanos selecionados só vem a comprovar o viés partidarizado na editoração das perguntas.

Qualquer editor minimamente experiente, percebe viés partidário e dirigismo em perguntas tendenciosas, que fogem à objetividade, com acusações embutidas na pergunta. Quando selecionam de forma desequilibrada, é porque escolhem tomar partido.

Dilma Rousseff participa de carreata em Vitória





A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, participou nesta sexta-feira (20) de carreata e ato público em Vitória (ES) com o prefeito da cidade, João Coser (PT), e com o candidato ao governo do estado Renato Casagrande (PSB).
Dilma foi recepcionada no aeroporto por uma comitiva de 250 mulheres integrantes de movimentos sociais. Ela recebeu um arranjo de flores.
O trânsito na Avenida Jerônimo Monteiro, uma das principais do centro de Vitória, foi completamente interditado por conta do ato público. Também participaram da carreata os candidatos ao Senado Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PMDB).
Dilma também almoça com lideranças e convidados no Centro de Convenções de Vitória e depois se encontra com o governador Paulo Hartung (PMDB).

Todo mundo em pânico O neo-febeapá demotucano pós-pesquisa do Ibopenico


sexta-feira, 20 de agosto de 2010


Márcia Denser

- Em 16/8, segunda-feira: IBOPE: DILMA 41% x SERRA 32%. Com apenas dez dias de intervalo entre os dois levantamentos do Ibope, Dilma dobra a vantagem sobre Serra, ampliando a diferença de 5 para 11 pontos. A pesquisa, que entrevistou 2.506 pessoas entre 12 e 16/8, apurando somente os votos válidos, deu Dilma 51% x Serra 38%. Ou seja, se as eleições fossem hoje Dilma ganharia no 1º. Turno.

- Nesse mesmo dia, em Porto Alegre, sob o efeito atordoante do Ibope, Serra elogia (pela ordem) Yeda Crusius (grande governadora!), Leonel Brizola e João Goulart! Perguntinha no editorial da Carta Maior: o tucano ainda é candidato a presidente ou aspirante a compositor de samba enredo? Porque parece que vai adotar, como jingle de campanha, uma espécie de Samba do Crioulo Doido Volume 2

- Fala 2 de Zé Pedágio em Porto Alegre: ”Não sou daqueles que dizem que o Congresso Nacional tem 300 vigaristas ou picaretas. Teve alguém que disse isso. Hoje, estão todos com a outra candidata”. Serra referia-se “sem se referir” a uma declaração de Lula em 1993, porque mal do Lula ele não pode falar, aliás, segundo um analista do Estadão, cada vez que Serra fala perde mais votos, logo ...

- Ele prefere botar o Lula logo na primeira estrofe do seu jingle de campanha, o que aponta para uma séria crise de identidade, segundo Jorge Furtado em seu blog, um jingle que é: 1) uma tentativa de fraude, pois investe na ignorância ou desatenção do eleitor, numa aposta que se tornou padrão; 2)uma confissão de derrota porque nunca na história deste país (ou de qualquer outro) se soube dum candidato que incluísse no jingle, logo no primeiro verso, o nome do opositor.

Como se o hino do Corinthians desse vivas ao São Paulo FC;

- Então, voltamos ao Samba do Crioulo Doido. Zé Pedágio já testou todos os discursos e combinações possíveis: de continuador de Lula, passando por pós-Lula, até sucessor de Álvaro Uribe (minha nossa!) na liderança da direita no Cone Sul;

- E absolutamente não ajuda nada Maitê Proença, na coluna da Sonia Racy, apelar “aos machos ferozes” para que exerçam seu “direito” de discriminar ferozmente o sexo oposto evitando assim a vitória de Dilma;

- O inevitável efeito “vai perder” nos blogs sinistros, sobressaindo o Noblat. Aliás, o site AmigosdoSerra está fora do ar há semanas.

- Apesar de pesquisas de opinião informarem que Bolívia, Venezuela, Cuba, FARCs, ergo comunismo-guerrilha-anos 60, são bobagens que, ou não chegam, ou não mobilizam a população, não obstante, lá está a Dilma Terrorista como matéria-piloto da revista Época desta semana.

Em tempo: Pós-divulgação da pesquisa do Ibope e devido ao bombardeio de internautas lembrando os laços espúrios das Organizações Marinho com a ditadura, com a qual lucrou durante 20 anos, o site de Época retirou a opção de enviar e ler comentários. E pano rápido.

- Mas sempre sobrarão muitíssimos demo-tucanóides com idéias “jeniais”:

1) Senadora tucana do Mato Grosso do Sul, Marisa Serrano propõe seguro-desemprego para artistas, músicos e técnicos de espetáculos devido à “instabilidade do mercado” (Ué! Mas o mercado não é uma maravilha? Não foi o neoliberalismo que impôs o darwinismo trabalhista acima de tudo? Sem absolutamente nenhuma contrapartida?);

2) Não esqueçamos nosso precioso Paulo Renato que felizmente retirou a proposta - descaradamente eleitoreira, senão fosse totalmente imbecil - de dar R$ 50,00 para cada aluno que fizesse recuperação (e para o professor,queridinho, não vai nada?);

3) Deu na coluna da Eliane Cantanhêde: última esperança do Serra é a Dilma perder votos entre as classes desfavorecidas, sobretudo no Nordeste, por causa da exigência de dois documentos pelo TSE, a colunista cinicamente achando “super-válido e super-positivo se o lance der vitória ao Serra” (se depender aqui do Congresso em Foco, sem chance:como já fazemos há tipo 6 anos, vamos divulgar o máximo possível todos os procedimentos necessários no sentido de orientar o eleitor).

- Em que pese já estar sendo inexorável desde algum tempo a ascensão de Dilma nas expectativas de voto, simultânea à queda vertical da candidatura Serra, a campanha tucano-pefelista prosseguiu acumulando erros, furos n’água, estratégias entre anacrônicas, estúpidas e equivocadas a tal ponto de se perceber o quanto ela desconhece os corações e mentes da população que pretende manipular via PIG, representado pela rede Globo, Folha, Estadão, revistas Veja, Época, Isto É & blogueiros nefandos;

- Segundo Emir Sader, a própria revista conservadora britânica The Economist considera que o povo brasileiro gosta do Estado porque lhe garante direitos. Como esta problemática – a dos direitos – não está incluída na ótica neoliberal, a direita brasileira é vitima dos seus próprios preconceitos e fica na contramão da opinião dos brasileiros;

-Comprovadamente, outro tema que já não mobiliza a opinião pública é o “mensalão” do PT (mensalão who????). Que o diga William Bonner nas “entrevistas” com os candidatos no Jornal Nacional, cujo favoritismo explícito pró-Serra e questões tolamente capciosas anti-PT, resultaram numa verdadeira aula magna de jornalismo canalha e estúpido, uma vez que subestimou o tempo todo o espectador. Ao fim e ao cabo, disse muito, disse tudo e falou alto mas por tudo o que não foi dito, por tudo o que foi calado, truncado. Interdito.

Donde as perguntas que não querem calar (das quais Zé Pedágio se esquivou tão lindamente, como se nem fosse com ele): será que, como presidente, ele
a) vai estender o pedagiômetro por todas as estradas federais?
b) privatizar a Petrobrax, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal?
E – medida sem precedentes: c) pagar a todos os alunos para irem à escola?
d) e, nesse caso,quanto pagaria ao professor?
e) hem?

- E no retorno às aulas, botar um cartaz na entrada de todas as escolas: Welcome to School! Como eu vi ontem, terça, 17/8, à entrada do Colégio Madre Cabrini, no bairro paulistano de Vila Mariana. Pois é. E eu me queixando da falta de leitores. Lembrando aqui que ISSO é um fenômeno que ainda acontece em Sampa onde, a despeito da sucessiva e incessante hecatombe tucana que assola os governos estaduais – a propósito, parece que o estado de São Paulo nem existe mais, se mudou para Miami! – Alckmin (PSDB), o picolé de xuxu diet, novamente dispara à frente de Fernando Mercadante (PT);

- Alguns leitores e internautas definem os governos tucanos em Sampa pela sigla PPPP: Privatização, Pedágios, Presídios & Porradas (a serem distribuídas aos “subversivos da vez”, tais como policiais & professores grevistas).

O fato é que a direita não tem projeto, apenas recicla a barbárie. Só lhe resta o terrorismo ideológico alimentado pela onipresente e difusa mentira hipócrita e puritana, ora dirigida ao narcotráfico, ora aos fumantes, ora pela satanização dos movimentos sociais. Desconsiderar o que vai nos corações e mentes da população faz parte do perfil da direita cujo projeto implica fundamentalmente em promover a despolitização, privatizar absolutamente tudo o que é público, esvaziar os direitos do trabalhador e cidadão, deixar todas as questões sociais sob a tutela dum estado repressor e policialesco.

E o arremate final é do Zé Simão, no UOL, consolando Serra: “Sempre haverá um pedágio no fim do túnel”.

ET: Fechando a coluna, saiu o Vox Populi: Dilma 45% x Serra 29%, assinalando 16 pontos de diferença. Pulando mais 5 em relação ao Ibope, que marcava 11 pontos.

Nesse pé, Serra também vai se mudar para Miami.

UM CASO DE PROCON OU PIOR QUE ISSO?

Serra faz propaganda enganosa vendendo uma intimidade política e pessoal com o Presidente Lula que ele não tem. Guinadas sucessivas durante a campanha,às vezes num mesmo dia, não raro em intervalo de horas, já suscitam, até em aliados, a dúvida pertinente: afinal, o que é verdadeiro em José Serra? De dia, o arestoso tucano acusa o governo Lula de cercear a liberdade de expressão; à noite, o personagem esquivo adula o Presidente da República e esconde FHC, o mandatário a quem serviu durante oito anos."Ingrata", diz em relação a adversária, em raciocínio tortuoso, acusando-a de menosprezar a obra do governante eclipsado em sua própria campanha, cujo carro-chefe é não olhar pelo retrovisor. Seu jingle eleitoral falsifica a voz de cantora famosa; no rádio, falsifica a voz de Lula;a favela onde falsifica popularidade é uma simulação reveladora da visão higienista adotada quando esteve à frente do poder municipal e estadual. O candidato que incorpora Carlos Lacerda num dia, afirma ter sido elogiado por Brizola no outro; defende a liberdade de imprensa em discurso mas pede cabeças de jornalistas aos patrões pelo telefone. 'Democrático' em auto-elogio, implodiu a própria coligação na obsessiva rotina de centralização das decisões mais comezinhas. O presidenciável que se propunha a unir o Brasil, agora desqualifica conferencias nacionais da cidadania com a participação ecumênica de milhares de delegados de todo o país. Serra será apenas um caso de Procon, um oportunista desesperado? Ou um distúrbio de personalidade perigosamente aferrado à idéia de ser o onipotente governante do país?
(Carta Maior; 20-08)

A vida é um moinho Como a velha mídia enganou Stephanie



publicada quinta-feira, 19/08/2010 às 12:06 e atualizada sexta-feira, 20/08/2010 às 00:06


A vida é um moinho
A Stephanie é a estagiária da redação. Trabalha muito, carrega fitas pra lá e pra cá, ajuda a apurar informações, está sempre ligada na notícia do dia. Em poucas palavras: ainda nem terminou a Faculdade, mas está doida pra aprender como se faz o tal “jornalismo diário”.

Pois bem: numa noite dessas, ela estava na mesa de trabalho, ao lado desse escrevinhador e de Marco Aurélio Mello – que é editor do “Jornal da Record” e também comandante-em-chefe do blog “Doladodelá”. A Stephanie tinha um olho no computador (o chefe dela não para de passar novas tarefas) e outro na TV, pra acompanhar o telejornal. De repente, entra a notícia no ar: ”Vox Populi – Dilma 45%, Serra 29%. Dilma pode ganhar no primeiro turno”.

O Aurélio e eu nem nos mexemos, mas a Stephanie arregala os olhos: “gente, eu jurava que o Serra ia ganhar”.

O Aurélio sorri.

“Eu leio a Veja, leio todos os jornais, e pelas notícias eu tinha certeza que o Serra ia ganhar disparado”.

O Aurélio sorri. E eu sorrio também.

“Por que vocês estão rindo? Eu nao tenho a experiência de vocês, mas acompanho as notícias, e tudo indicava que a Dilma não ia conseguir nada nessa eleição”.

Só aí o Aurélio resolve falar: “acho que você andou lendo os jornalistas errados”.

A Stephanie é mais uma vítima da velha imprensa que briga com os fatos. A velha imprensa, que deu espaço pro Montenegro prever que Dilma não passaria dos 15%. Deu espaço pra ficha falsa na primeira página. Deu espaço pra colunistas e comentaristas dizerem os maiores absurdos sobre Lula, Dilma e o Brasil.

Essa turma enganou o seu público. Enganou a Stephanie.

Essa turma tem todo direito de escolher um lado. Nos blogs por aí, muita gente também escolhe um lado. Mas a velha imprensa não faz só isso. Ela esconde os fatos, briga com a realidade, na tentativa de controlar essa realidade.

A Stephanie – que não é tão ligada em política, não é militante, e quer só se informar – já percebeu que algo estranho ocorreu. Quantos leitores, ouvintes e telespectadores também estão percebendo?

Como diria o Cartola, naquela letra belíssima: “quando notares, estás à beira do abismo, abismo que cavaste com teus pés”.

No abismo não vão cair a Stephanie e o restante do público. Vai cair essa turma que briga com os fatos.

A vida é um moinho, e vai reduzir as ilusões a pó!


Sobre isso, vale ler o belíssmo texto de Nassif, na CartaMaior, que traz a análise do diretor do Vox Populi, João Francisco Meira.

“Ao comprar a ideia de que Serra era competitivo, contra toda a evidência de um ano atrás, a oposição acabou indo para o caminho que Lula queria. Meira equipara esse episódio às grandes tragédias shakespeareanas, de desdobramentos terríveis quando se toma a decisão errada na política, na guerra e no amor. Os fatos acabam voltando no meio da sua testa, com fúria redobrada.“

Carta Maior: Serra, um caso de Procon ou pior que isso?

Em seu editorial desta sexta-feira (20), o portal Carta Maior apresenta as contradições do candidato Serra, uma candidato de oposição que bem gostaria de ter o apoio (e a popularidade) do presidente Lula.

Confira o editorial publicado nesta sexta-feira (20):

"Serra faz propaganda enganosa vendendo uma intimidade política e pessoal com o presidente Lula que ele não tem.

Guinadas sucessivas durante a campanha, às vezes num mesmo dia, não raro em intervalo de horas, já suscitam, até em aliados, a dúvida pertinente: afinal, o que é verdadeiro em José Serra?

De dia, o arestoso tucano acusa o governo Lula de cercear a liberdade de expressão; à noite, o personagem esquivo adula o Presidente da República e esconde FHC, o mandatário a quem serviu durante oito anos.

"Ingrata", diz em relação a adversária que, em raciocínio tortuoso, acusa de menosprezar a obra do governante eclipsado em sua própria campanha, cujo carro-chefe é não olhar o retrovisor.

Seu jingle eleitoral falsifica a voz de cantora famosa; no rádio, falsifica a voz de Lula; a favela onde falsifica popularidade é uma simulação reveladora da visão higienista adotada quando esteve à frente do poder municipal e estadual.

O candidato que incorpora Carlos Lacerda num dia, afirma ter sido elogiado por Brizola no outro; defende a liberdade de imprensa em discurso mas pede cabeças de jornalistas aos patrões pelo telefone.

'Democrático' em auto-elogio, implodiu a própria coligação na obsessiva rotina de centralização das decisões mais comezinhas.

O presidenciável que se propunha a unir o Brasil, agora desqualifica conferencias nacionais da cidadania com a participação ecumênica de milhares de delegados de todo o país.

Serra será apenas um caso de Procon, um oportunista desesperado? Ou um distúrbio de personalidade perigosamente aferrado à idéia de ser o onipotente governante do país?"

Fonte: Carta Maior

Ciganos e judeus: o racismo de volta



19/08/2010 - 23:27 | Enviado por: Mauro Santayana

Por Mauro Santayana

Duas notícias de ontem convocam nossa vigilância. Na França se reiniciou, por ordem de Sarkozy, a deportação de ciganos para a Romênia e a Bulgária, países pertencentes à União Europeia. No Rio Grande do Sul, 14 jovens racistas e agressores de judeus somente agora, cinco anos depois do crime, serão levados ao tribunal do júri.

Embora europeus – com direito de ir e vir na União Europeia – os ciganos são indesejáveis no país que aprovou, há 221 anos, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este é um dos paradoxos da globalização: retorna-se ao livre trânsito para os capitais e as mercadorias, mas se fecha o passo às pessoas. Os ciganos são um povo nômade, sem pátria, com forte cultura própria – e sem dinheiro. Os judeus conseguiram sua pátria na Palestina, mas os ciganos são escorraçados de todos os lugares. Somente em parte da Europa do Leste são tolerados, embora nem mesmo ali sejam amados.

Abre-se pequena exceção para a Andaluzia, onde a tradicional solidariedade islâmica, durante os 700 anos de presença no sul da Espanha, lhes deu acolhida. São, ainda hoje, e ali, los gitanos, grandes intérpretes do balé flamenco e do cante jondo, exaltados por Federico Garcia Lorca e outros grandes poetas espanhóis. Os expulsos da França são cidadãos europeus de pleno direito, mas como se sabe, todos têm os mesmos direitos, menos alguns.

O racismo continua maculando a civilização que se identifica como cristã. E nesse capítulo, a França tem tenebrosa tradição. Entre outros casos, houve o clamoroso caso Dreyfus, no fim do século 19, quando ato de espionagem em favor dos alemães foi atribuído ao oficial francês Alfred Dreyfus, pelo fato de ser judeu. E não se fale do que ocorreu com os colaboracionistas da França ocupada e o governo de Vichy, responsáveis pela deportação e a morte de centenas de milhares de judeus e ciganos nos campos de concentração nazistas – além, naturalmente, da entrega dos resistentes franceses à Gestapo.

O racismo é a mais estúpida deformação do homem. Nós podemos condenar o sionismo – e, com ele, o estado militar de Israel – mas não podemos admitir o anti-semitismo, da mesma maneira que é intolerável a discriminação contra os negros, os índios, os mestiços e os ciganos. E por sermos mestiços, somos, os brasileiros, indesejáveis até mesmo em países economicamente menos importantes do que o nosso, como a Espanha.

Em São Paulo, e no Rio Grande do Sul, jovens se organizam, defendendo a “supremacia da raça branca”. Foi sob essa arrogante e presumida superioridade que o nazismo cresceu e contaminou a Europa. Se não fosse a brava resistência de uma minoria de patriotas nos países ocupados, e a ação decisiva dos aliados, entre os quais nós, brasileiros, estaríamos todos submetidos ao império germânico mundial.

Jovens paulistas pregam, abertamente, a expulsão dos nordestinos, que constituem a maioria da classe trabalhadora da capital do estado. No sul, grupos fascistas ameaçam também negros e nordestinos, ao mesmo tempo em que defendem a separação dos estados meridionais, e a constituição de um país independente do resto do Brasil, sob o argumento de que seus cidadãos são europeus puros.

As autoridades brasileiras têm sido tolerantes com esses grupos, que parecem inexpressivos. Mas é preciso que a Polícia Federal e o Ministério Público investiguem suas atividades, e os levem aos tribunais, antes que seja tarde. Os nazistas eram meia centena de baderneiros em 1923. Dez anos depois estavam no poder.

PSDB de Serra e o cheiro do povo

Guinada à direita custou votos a Serra

O efeito colateral do discurso neo-udenista
Maria Inês Nassif, no Valor Econômico
Via Vi o Mundo
Na campanha, o PT consegue reunir de volta sua antiga militância e o PSDB tem perdido a sua
A excessiva fixação do PSDB e do DEM no eleitorado de centro e de direita, com correspondente radicalização do discurso, tem estreitado as margens de manobra dos dois maiores partidos de oposição. A agressividade de um discurso tomado da direita ideológica produziu, em 2006, um fenômeno que deve se repetir em 2010. É esse discurso que, em ano eleitoral, têm trazido os movimentos sociais que atuam à esquerda do PT – e que beberam da mesma fonte no passado – de volta à sua órbita.
No primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), houve um gradativo afastamento de setores sociais que, na origem petista, eram a militância mais aguerrida do partido. Era ininteligível para os movimentos um acordo de governo tão amplo que abrigava interesses do mercado financeiro e do agronegócio, ao mesmo tempo em que investia em programas sociais de transferência de renda, no microcrédito e no apoio à agricultura familiar. Quando o Bolsa Família começou a produzir, de fato, efeitos de distribuição de riqueza, os movimentos sociais viram-se com um grande abacaxi nas mãos. Não era possível se contrapor a um programa de complementação de renda, que atacava cidadãos expostos à miséria absoluta, mas, se o Bolsa Família produzia o efeito de tirar os miseráveis da órbita de influência da política tradicional, tinha também um efeito desmobilizador na base desses movimentos. A luta reivindicatória, que se iniciava pela educação para a cidadania, também foi neutralizada.



O episódio do chamado mensalão, em 2005, levou o PT e os movimentos sociais ao quase rompimento. Do lado institucional, houve o racha do PSOL. Quando os dissidentes saíram, em meio a um Fórum Social Mundial, a impressão que se tinha era a de que levariam consigo boa parte da esquerda do PT, além da militância ligada à igreja progressista e que foi responsável pela capilarização do partido, na sua origem. A ação da oposição legislativa, amplificada e em processo de retroalimentação com a mídia, acabou revertendo esse processo. O PSOL ficou pequeno. Os movimentos sociais tomaram rumo próprio, sem a ligação umbilical que tinha com o PT na origem do partido, mas evitaram um confronto direto com o governo. A maior parte da esquerda petista permaneceu. O clima pré-64 preservou os quadros de esquerda do PT e impediu uma ofensiva dos movimentos sociais mais à esquerda contra o governo Lula.
Nas vésperas das eleições de 2010, os movimentos sociais se alinharam a Lula, por duas razões. Primeiro, porque não tinham condições de se contrapor às suas bases, seduzidas pelos programas de transferência de renda e com alto grau de satisfação com o governo. Mais do que isso: é uma população atraída pelo carisma do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e é muito difícil andar na contramão de um líder carismático cujo governo, ao fim e ao cabo, produz satisfatórios resultados sociais. Por fim, por medo de uma radicalização à direita que comprometesse os avanços que tinham ocorrido no governo Lula. O maior temor do Movimento Sem Terra em 2006, por exemplo, era a hipótese de vitória de um governo tucano, que no período FHC havia assumido uma política radical de criminalização do movimento.
Para as esquerdas e os movimentos sociais, o retorno à órbita de influência do PT, em 2006, foi algo como “ruim com Lula, pior sem ele”. De lá para cá, o processo de direitização do PSDB e do DEM se acelerou e os resultados do governo na promoção da distribuição de renda tornaram-se mais claros. Às vésperas das eleições, a reincorporação das esquerdas e dos movimentos sociais à órbita petista ocorre novamente. Se o discurso neo-udenista da oposição teve o efeito, nos setores conservadores, de acirrar o antipetismo, em setores progressistas teve o efeito colateral de tornar mais acirrado o antitucanismo e o antidemismo.
A estabilidade do segundo governo de um presidente que foi ameaçado de impeachment no primeiro mandato não é, portanto, um produto exclusivo de seu carisma. Ao mesmo tempo em que o governo incorporava ao mercado de consumo enormes levas de excluídos – e alienados – brasileiros, Lula e o PT reincorporavam movimentos sociais que haviam se descolado ao longo dos primeiros anos do primeiro mandato.
A aritmética desse processo político se expressa nos resultados das últimas pesquisas de opinião, amplamente favoráveis à candidata do PT à sucessão de Lula, a ex-ministra Dilma Rousseff. O discurso udenista estreitou o espectro político da oposição, ao mesmo tempo em que provocou uma reunificação numa esquerda divida por um governo excessivamente amplo, que contemplou interesses muito diversos aos defendidos originalmente pelo PT. O partido de Lula, que desde a derrota de 1998 ampliou o seu discurso em direção também ao centro ideológico, acabou sendo avalizado pelos próprios setores conservadores por cumprir as promessas de campanha feitas com a espada do mercado financeiro no pescoço. Não houve quebra de contrato.
Não é uma situação fácil para um candidato oposicionista. Em especial porque o primeiro governo de Lula, marcado por políticas econômicas ortodoxas, rachou também uma base de apoio que era originalmente tucana. O candidato do PSDB, José Serra, não pode acenar com mudanças nem à direita, nem à esquerda – à direita, afugenta a base tradicional tucana; à esquerda, provoca efeito de aproximação maior da base tradicional da esquerda com o PT.
Enquanto, pelo menos em período eleitoral, o PT consegue reunir sua antiga militância, o PSDB, ao se aproximar do discurso do DEM, tem perdido a sua. Alguns setores intelectuais de perfil social-democrata que estiveram na origem do partido até embarcam no discurso antipetista, principalmente em São Paulo, onde há uma polarização que está se tornando histórica, mas dificilmente se incorporam novamente à militância, ou voltam a ser quadros partidários.

É inacreditável o cinismo de Serra, querendo se passar como candidato do Lula


"A pior coisa é querer ser o que você não é. Tenho que ser como sou. Prefiro ter uma cara só." A frase foi dita pelo então pré-candidato à Presidência, José Serra, em entrevista à Folha em abril".

Quando todos pensavam que o desespero de José Serra tinha limite... Passou o limite de sua própria dignidade como ser humano, Serra!Está se humilhando publicamente,tentando subir na garupa do Lula

O candidato José Serra tem muito mais do que duas caras.No programa televisivo da noite ontem (quinta-feira 19), o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, apareceu ao lado do Presidente Lula

Não foi a primeira menção da campanha do PSDB ao presidente Lula. Em programa anterior, jingle tucano vendia a seguinte ideia: "Quando o Lula da Silva sair, é o Zé que eu quero lá".

Já no programa de rádio, José Serra mostra outra cara.Atacou o governo , afirmou que o governo Lula não apoia clínicas de combate a drogas criadas pelo governo tucano em São Paulo.De dia ,Serra diz que o PT é ligado as farcs, a noite, Serra usa Lula do PT em seu programa eleitoral. Mas, Lula não é do PT a noite?. Então Serra está também ligado as farcs?

Os leitores desse blog estão revoltados com o candidato da oposição José Serra, que passou 8 anos atacando o governo Lula ,o Presidente mais popular da história do Brasil, e agora, na campanha eleitoral, usa imagem do adversário para tentar se salvar da derrota nas urnas

O Serra perdeu a vergonha de vez.

O Lula está colocando José Serra e PSDB de joelhos

O PT anunciou que irá entrar com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra o PSDB pela utilização de imagens do Presidente no programa do José Serra (PSDB).

O artigo 54 da Lei Eleitoral (9.504) proíbe a aparição, nos programas de rádio e TV, de pessoas filiadas "a outra agremiação partidária ou a partido integrante de outra coligação".

José Serra está cometendo estelionato eleitoral, ao tentar induzir a boa fé das pessoas de que ele é amigo do Lula

Lula ao Foro São Paulo: O Brasil mudou e vai continuar mudando




Em mensagem enviada ao Foro de São Paulo, que está sendo realizado em Buenos Aires, o presidente Lula recordou que quando a organização foi fundada, 20 anos atrás, o cenário político era outro. “Vivíamos tempos difíceis”, salientou, “pairava sobre nosso Continente a hegemonia do ideário do Consenso de Washington” e as ideias conservadores eram reforçadas pela crise das esquerdas.

Leia abaixo a íntegra do pronunciamento:

Queridas Companheiras e Companheiros

Há 20 anos, 42 partidos e movimentos progressistas da América Latina e do Caribe reuniram-se em São Paulo - convidados pelo Partido dos Trabalhadores - para um Encontro sem precedentes na recente história política de nosso Continente. Nascia o que um ano depois, no México, seria chamado de Foro de São Paulo.

Vivíamos tempos difíceis no início dos anos noventa.

Em muitos países ainda persistiam fortes marcas das ditaduras que se haviam abatido nas décadas anteriores sobre nossos povos. Esses resquícios autoritários impediam a constituição de democracias vigorosas e dificultavam a luta dos trabalhadores.

Pairava sobre nosso Continente a hegemonia do ideário do Consenso de Washington.

Primazia do mercado, enfraquecimento do Estado, desregulamentação das relações de trabalho, sacrifício da noção de desenvolvimento e de políticas sociais em nome de uma suposta estabilidade, buscada a qualquer preço, com enormes sacrifícios para os trabalhadores do campo e das cidades.

A predominância dessas idéias conservadoras era reforçada pela profunda crise das referências tradicionais das esquerdas - as comunistas e os socialdemocratas. Suas políticas não permitiam explicar a realidade mundial mas, sobretudo, mobilizar as grandes massas.

A reunião de São Paulo e tantas outras que se seguiram nestes 20 anos tiveram como mérito fundamental criar um espaço democrático de conhecimento e de discussão das esquerdas. Esse espaço não existia, muitas vezes, nem mesmo em nossos países.

Não criamos uma nova Internacional.

Conhecíamos a história das internacionais e sabíamos que era mais importante termos um Foro no qual pudéssemos intercambiar experiências, discutir acordos, mas também desacordos.

As transformações pelas quais passaram a América Latina e o Caribe nestas duas décadas têm muito a ver com os debates que realizamos.

Hoje, nossa região vive uma situação radicalmente diferente daquela de vinte anos atrás. Muitos dos que nos encontramos no passado nas reuniões do Foro de São Paulo como forças de oposição, hoje somos governo e estamos desenvolvendo importantes mudanças em nossos países e na região como um todo.

Experiências como a Unasul e a Comunidade da América Latina e do Caribe são herdeiras dos debates que levamos no Foro. Elas abrem o caminho para uma verdadeira integração de nossos países fundadas, sobretudo, nos valores da democracia, do progresso econômico e social e da solidariedade.

Uns poucos tentam caracterizar o Foro de São Paulo como uma organização autoritária. É o velho discurso de uma direita que foi apeada do poder pela vontade popular. Não se conformam com a democracia de que se dizem falsamente partidários.

A contribuição de meu partido e outros partidos progressistas do Brasil para esta nova realidade do Continente é de todos conhecida.

Nosso Governo retomou o crescimento, depois de décadas de estagnação.
Crescemos distribuindo renda. Incluímos 30 milhões de brasileiros que viviam abaixo da linha da pobreza. Criamos 14 milhões e meio de empregos formais e aumentamos substancialmente o salário real dos trabalhadores e a renda dos trabalhadores do campo. Mantivemos a inflação sob controle. Reduzimos nossa vulnerabilidade internacional. Não mais dependemos do Fundo Monetário Internacional. E pudemos fazer esta grande transformação com expansão da democracia, aumento da participação popular e fortalecimento de nossa soberania nacional.

O Brasil mudou e vai continuar mudando nos próximos anos.

Mudou junto com seus países irmãos do Continente.

Mudou como está mudando a Argentina que agora acolhe mais este encontro do Foro de São Paulo.

Recebam, queridos amigos, o abraço do seu irmão e companheiro

Luiz Inácio da Silva, presidente da República Federativa do Brasil

Petrobras critica especulações da mídia sobre cessão onerosa


A Petrobras enviou comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com esclarecimentos sobre reportagens publicadas quarta (18) e quinta-feira (19) na chamada grande imprensa a respeito do preço do barril de petróleo que será usado como referência na cessão onerosa das reservas da União no pré-sal para a estatal.


"Até o momento, qualquer discussão sobre o valor dos barris da cessão onerosa é mera especulação, isso porque os laudos das certificadoras ainda não estão prontos", esclarece o comunicado. A empresa reiterou que a cessão onerosa continua em negociação e que vem trabalhando para cumprir o cronograma de lançar uma oferta pública de ações em setembro.

Interesses contraditórios

O tema é polêmico porque envolve interesses divergentes entre o Estado e a iniciativa privada. Conforme explicou o presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), quando maior o valor do óleo do pré-sal que será usado na capitalização da Petrobras melhor para o setor público, que passa a controlar um número maior de ações da empresa.

A ampliação do controle da petrolífera pelo Estado é combatida com muita energia pelos defensores da iniciativa privada, que em passado não muito distante queriam a privatização pura e simples da companhia, o que não se concretizou em função da vitória de Lula e derrota de Serra em 2002.

Estado versus iniciativa privada

O preço maior, na mesma medida em que favorece o setor público tende a reduzir a influência relativa dos investidores capitalistas, inclusive estrangeiros. Por esta razão, os privatistas estão em campanha para que seja estabelecido um preço irrisório dos barris que o Estado cederá à empresa para capitalização, aumentando em troca o seu estoque de ações.

Com farto apoio da mídia hegemônica, eles chegaram a defender que o preço da cessão onerosa devia ficar entre 5 a 6 dólares por barril, quando se sabe que no mercado internacional o barril de petróleo está sendo negociado acima de 70 dólares. O presidente da ANP, Haroldo Lima, criticou o valor sugerido e virou alvo de uma furiosa campanha midiática. Mas sua opinião foi respaldada pelo presidente Lula.

Estadão

Matéria publicada hoje (19) pelo jornal Estado de S. Paulo informa que a auditoria contratada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para avaliar as reservas da União no pré-sal indicou preço do barril entre US$ 10 e US$ 12.

No entanto, a ANP também divulgou nota há pouco afirmando que receberá hoje o relatório preliminar da empresa Gaffney Cline sobre a certificação dos reservatórios do poço Franco, que será utilizado no processo de capitalização da Petrobras. O relatório final será entregue à Agência no final do mês. A ANP repassará todo o material ao governo federal.

Folha

O comunicado da Petrobras também faz referência a uma matéria publicada ontem pela Folha de S.Paulo, em que o ministro de Minas e Energia e membro do Conselho de Administração da estatal, Márcio Zimmermann, teria afirmado que o preço do barril da cessão onerosa ficaria mais próximo dos US$ 10.

Questionado pela Petrobras sobre as declarações, Zimmermann afirmou que "a declaração se referia a áreas com características semelhantes à do pré-sal já concedidas, e que em nenhum momento deu declaração assertiva a respeito da valoração dos barris da cessão onerosa", diz o comunicado.

Transação comercial

A Petrobras observa ainda que a cessão onerosa "será uma transação comercial entre duas partes, Petrobras e União, seguindo regras de mercado e respeitando as políticas de transação com partes relacionadas da companhia e transparência".

"Desta maneira, é natural que ambas as partes busquem, através de negociações, maximizar seus resultados. Não se trata, portanto, de sinalização de que "o preço ficará mais próximo de US$ 10 do que de US$ 5", que é mais uma inferência da reportagem (da Folha)", afirma a Petrobras.

Da redação, com Valor

Responda rápido, Zé!


Mídia: 7 indagações quentes para José Chirico Serra
Mauro Carrara
redecastorphoto

Responda rápido, moço da pobre Mooca.

1) Hoje, você, que se diz defensor da liberdade de expressão, condenou toda a blogosfera que lhe faz oposição. Canais "limpos", pelo que entendemos, são os que fazem seu jogo e dos grupos privatistas predadores que o apoiam. Seja mais específico, portanto: o que são "blogues sujos"?

2) Será que é "limpo" o trabalho que Alberto Carlos Almeida e Eduardo Graeff coordenam na Internet, todos os dias, durante 24 horas? E será que distribuir hoaxes para agredir a Sra. Dilma Rousseff é um procedimento adequado?

3) É bonito divulgar diariamente mensagens que colocam sua oponente como "terrorista", "assaltante", "vagabunda" e "prostituta"? Isso é coisa de gente de bem ou de um moleque?

4) É "limpa" a sua intervenção diária nos meios de comunicação, causando intrigas, exigindo (e obtendo rapidamente) a cabeça de repórteres que lhe fazem perguntas realmente jornalísticas? Quanto se paga a um jagunço como Demétrio Magnoli para que, traiçoeiramente, ataque os poucos profissionais de boa índole que ainda atuam na Folha de S. Paulo?

5) Será que é correto, honesto e "limpo" intervir na TV Cultura, ameaçar, aterrorizar e demitir gente que simplesmente faz jornalismo de verdade?

6) Será que é "limpo" associar-se a uma instituição como o Instituto Millenium e mover um semestre de manipulação informativa para desestabilizar o Governo Federal e inviabilizar a candidatura Rousseff?

7) Como você pode ser tão incompetente? Tem a seu lado a Globo, a Folha, o Estadão, a Veja e toda a máquina de destruição de reputações graeffista. Explica aí: como pode, mesmo assim, continuar merecendo o desprezo da maioria dos brasileiros?

Responda. Responda, rápido

QuantoTempoDura?:

Blog sujo publicou ficha falsa e denunciou contas falsas no Exterior




por Luiz Carlos Azenha

Não entendi, ainda, como é que o candidato José Serra deixou passar essa. Poderia muito bem ter usado a ocasião — o discurso no oitavo congresso da Associação Nacional de Jornais (ANJ) — para protestar contra aquele blog que publicou, na home, a ficha falsa de um candidato a presidente da República:



Na época, o blog sujo se desculpou assim:

O primeiro erro foi afirmar na Primeira Página que a origem da ficha era o “arquivo [do] Dops”. Na verdade, o jornal recebeu a imagem por e-mail. O segundo erro foi tratar como autêntica uma ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada – bem como não pode ser descartada.

Ou seja, conforme notou o Cloaca (?), foi o primeiro jornal a admitir que publicou spam na primeira página.

O candidato Serra também se esqueceu de protestar contra aquele blog sujo que publicou documentos falsos sobre contas inexistentes no Exterior, como este:

A LISTA COM AS SUPOSTAS CONTAS SECRETAS
Na lista produzida por Holder e Manzano, para uso de Daniel Dantas, o presidente e outras autoridades aparecem como detentores de dinheiro em paraísos fiscais. VEJA usou de todos os seus meios para comprovar a veracidade dos dados. Não foi possível chegar a nenhuma conclusão – positiva ou negativa.





Esses blogueiros sujos são de morte!

Franklin chama Serra às falas. Cadê as provas ?



Jenio, onde está a manipulação no jornal nacional ?

Depois do jenio acusar o Governo de usar o dinheiro público para manipular a imprensa, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República respondeu.

Confira a íntegra da nota, publicada no Blog do Planalto:


O candidato do PSDB a presidente da República, José Serra, acusou hoje (19/8) o governo federal de cercear, constranger e censurar a imprensa. Trata-se de uma acusação grave e descabida, sem qualquer apoio nos fatos.

A imprensa no Brasil é livre. Ela apura – e deixa de apurar – o que quer. Publica – e deixa de publicar – o que deseja. Opina – e deixa de opinar – sobre o que bem entende. Todos os brasileiros sabem disso. Diariamente lêem jornais, ouvem noticiários de rádio e assistem a telejornais que divulgam críticas, procedentes ou não, ao governo. Jornalistas e veículos de imprensa jamais foram incomodados por qualquer tipo de pressão ou represália.

Para nós, a liberdade de imprensa é sagrada. O Estado Democrático só existe, consolida-se e se fortalece com uma imprensa livre. E, ao garantir a liberdade de imprensa no país, o governo federal sabe que está
em perfeita sintonia com toda a sociedade. Ela é uma conquista do povo brasileiro.

Compreendemos que as paixões da campanha eleitoral podem, em determinadas circunstâncias, toldar julgamentos serenos, mesmo naqueles que dizem ter nervos de aço. Mas seria prudente que certos excessos
fossem evitados. Ao dizer que o governo federal censura e persegue a imprensa, o candidato Serra não apenas falta com a verdade. Contribui também para arranhar a imagem internacional do Brasil, dando a entender que nossas instituições são frágeis e os valores democráticos, pouco consolidados.

Franklin Martins
Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República


Em tempo: no jornal nacional de hoje, Serra afirmou: “Vou respeitar até o fundo da alma a liberdade de expressão”. O Heródoto que o diga !

A UDN no shopping e nas eleições



De Carta Maior.
A UDN se encastelou na política, se apoderou do Estado e dos meios de comunicação como se fossem propriedades suas. Rotulou o governo de Getúlio Vargas de “mar de lama”, levou-o ao suicídio. Tentou impedir a posse de Juscelino Kubitschek, organizou a famosa “Marcha da família com Deus pela liberdade”, em 1964, na capital paulista, para derrubar João Goulart e apoiou o golpe militar que levou o Brasil a um dos mais obscuros períodos de nossa história. No campo ou nas cidades, hoje a “velha UDN” ainda dispõe de uma cultura política e ideológica poderosíssima. O artigo é de Laurez Cerqueira.
Laurez Cerqueira (*)
Há muito tempo a “velha UDN” trocou os oratórios de madeira, que faziam parte do mobiliário das salas das residências, por aparelhos de televisão. As orações da boca da noite deram lugar às telenovelas e aos telejornais. As telenovelas passaram a ser referências tão fortes que são visíveis as mudanças de comportamento provocadas nas famílias. Como diz o compositor Jorge Mautner, em uma de suas músicas: “a telenovela é a educação sentimental da classe média nacional”.

A “velha UDN”, em tempos idos, era uma matriarca católica, dessas de penugem nos cantos da boca, se vestia de preto, andava de bordão de jacarandá com brasão da família, cravejado em latão. Ainda hoje, fotos amareladas, emolduradas, de famílias aristocráticas, cobrem paredes de casas e apartamentos ou ocupam lugar de destaque sobre os móveis das salas, nas modernas cidades brasileiras.

Uma parte da “velha UDN” e seus descendentes migraram do campo para as cidades muito antes de se tornar uma sigla, uma agremiação partidária, muito antes do PSD se enraizar no coração e na mente dos fazendeiros. Construiu fortuna e se tornou a matrona do sistema financeiro. Quis desfrutar dos produtos do ciclo de industrialização do Brasil, andar de automóvel, beber coca-cola, ir ao cinema, entregar seu coração a Hollywood, ler Seleções Reader's Digest, revista O Cruzeiro, Veja, Caras, O Globo, Folha, Estadão, dar revistas em quadrinhos da Disney aos filhos e incentivá-los a cultivar valores aristocráticos.

A UDN se encastelou na política, se apoderou do Estado e dos meios de comunicação como se fossem propriedades suas. Rotulou o governo de Getúlio Vargas de “mar de lama”, levou-o ao suicídio. Tentou impedir a posse de Juscelino Kubitschek, organizou a famosa “Marcha da família com Deus pela liberdade”, em 1964, na capital paulista, para derrubar João Goulart e apoiou o golpe militar que levou o Brasil a um dos mais obscuros períodos de nossa história. Impediu a reforma agrária, ajudou a organizar o latifúndio, mecanizou a produção agrícola com crédito subsidiado pelo Banco do Brasil e com as tecnologias desenvolvidas pela Embrapa. Conseguiu banir das fazendas para as periferias das grandes cidades, onde vivem em condições sub-humanas, um contingente populacional gigantesco de remanescentes da escravidão.

A cara da "nova UDN"
No campo ou nas cidades, hoje a “velha UDN” ainda dispõe de uma cultura política e ideológica poderosíssima. A UDN urbanizada, que poderia ser chamada de “nova UDN” tem casas e apartamentos com todos os eletrodomésticos disponíveis. Carros de luxo nas garagens, viaja de férias todo ano, tem celular, computador plugado na Internet e tv a cabo. Busca a paz em templos de consumo (shopping-centers) e em igrejas. Uma parte se “modernizou” em relação à fé. Trocou a igreja católica por igrejas evangélicas. A “nova UDN”, quando não está diante da tv ou na internet, alimentando a alma com programação de entretenimento, também vaga pelos shoppings ou por feiras de produtos de contrabando, comprando um pirata qualquer. A “velha UDN” está por aí, travestida, clandestina.

Nas praças de alimentação dos shoppings se empanturra nos fast-foods com sanduiches, pizzas e refrigerantes. A balança, a academia, as revistas de boa forma e o colesterol são seu inferno. Um “sofrimento doce” - coisa do “status quo” - assuntos para longas conversas nas tardes tediosas e nos finais de semana, nos encontros de família. A “nova UDN” é “chique”. “Chique” é diferente de elegante. A “nova UDN” é rastaquera.

Nas casas e apartamentos “modernos”, a arquitetura mantêm a senzala, a “dependência de empregados”. Um cubículo onde enfiam os novos escravos que cozinham, lavam, passam e cuidam dos filhos. A “ama-seca” virou “babá”, baby-sitter.

Livro, revista e jornal, em casa? Às vezes. Ler dá sono. Prefere uma espiada no Jornal Nacional depois da novela. É o melhor horário para ver os anúncios de carros novos, telefones celulares e bancos. Aqueles filmes publicitários que embalam os sonhos de tornar-se uma daquelas personagens chiques e bem sucedidas na vida. A maior aspiração da “nova UDN” é ser rica, manter o “status”, entranhado nas profundezas de sua alma, ter o controle moral da sociedade e recuperar o poder político perdido com a democratização do país. Para a “nova UDN” a democracia a leva à ruína política. Na democracia ela perde sempre.

O mesmo ódio de classe persiste
Mantém latente o mesmo ódio de classe que levou o ex-governador do antigo Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, seu ídolo maior, ao escândalo da “operação mata-mendigo”, realizada pelo Serviço de Recuperação de Mendigos. Os agentes desse serviço foram flagrados jogando mendigos no rio da Guarda, na Baixada Fluminense, depois de denúncias de desaparecimento de grande número deles. Esse serviço foi o embrião da ideologia do “Esquadrão da Morte”. Outro escândalo foi a queima de favelas como a do Pasmado, no Rio, para expulsar os moradores, coordenada pela Secretária de Assuntos Sociais, Sandra Cavalcanti, ex-deputada constituinte, em 1987, pelo PFL.

Uma parte da “nova UDN” passou pela universidade, ficou “ilustrada”. Participou, tempos atrás da campanha Diretas Já, com novo verniz, mas preferiu juntar-se aos de cima na defesa do projeto neoliberal, do sucesso profissional, da escalada do enriquecimento e na redução dos sonhos da juventude ao fetiche de um automóvel. Luta para manter privilégios de classe e nada mais, fecha o vidro do carro quando mendigos se aproximam.

Para ela os de baixo são invisíveis. Não vê lixeiros, garçons, frentistas, taxistas, mantém disdância das pessoas que andam de transporte coletivo. Sabe que essas pessoas existem quando necessitam de seus serviços. Vê o noticiário policial nos telejornais, viaja de avião e olha lá de cima o amontoado de barracos das periferias das grandes cidades como se as favelas fizessem, naturalmente, parte da paisagem. No parlamento ou na imprensa, como jornalista e comentarista preferidos dos impérios de comunicação, ladram como cães amestrados com o mesmo ódio que movia Carlos Lacerda.

Os candidatos da nova UDN
Nas eleições, a “nova UDN” costuma optar por candidatos que representam o ideário aristocrático, meritocrático, condizente com sua escala de valores, de matriz religiosa. Muitos, em 2002, fizeram uma concessão, votaram em Lula para presidente, depois dele penar sob a violência da discriminação de classe. Um dos mais fortes fatores que o levou à derrota em três eleições. O preconceito foi rompido momentaneamente. Certamente pelo fato de votar num “vencedor”, num homem de mérito, que saiu de Garanhuns, em Pernambuco, enfrentou a pobreza em São Paulo e se tornou um líder respeitado não só no Brasil, mas reconhecido nos fóruns internacionais como um líder mundial. Logo depois que ele tomou posse foi chacoteado.

Diziam que ele não tinha qualificação para governar. Não falava inglês. Diziam que ele era nordestino, cachaceiro e analfabeto. Quem não se lembra da zombaria da imprensa do “aeroLula”? Como se ele não tivesse o direito de usar o avião presidencial. FHC licitou o avião, mas Lula foi quem sofreu as críticas.

Outro fator que deve ser considerado, quando analisamos a eleição de Lula, é que em 2002 a “nova UDN” estava inconformada com o governo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso. O governo que, na época da paridade do Real com o Dólar, levou-a ao paraíso do consumo de produtos importados, a viagens internacionais - estava acabando em grave crise econômica e financeira - sob denúncias graves de corrupção, sem permitir investigações, principalmente denúncias sobre o processo de privatização das empresas estatais. Aquele paraíso de ilusões ruiu. Em resumo, em 2002, era “chique” votar em Lula. Afinal, o vencedor tem seu lugar na escala de valores da “nova UDN” como competidor.

A descoberta de um novo partido
Logo depois da democratização política do país, na década de 80, após a promulgação da Constituição de 1988, a “nova UDN” ganhou um presente da elite intelectual paulistana. Um partido político pensado para ela. O PSDB. Um partido para a chamada “classe dos formadores de opinião”. O PFL, neto da velha Arena, que deu sustentação à ditadura militar, andava em dificuldades para se tornar um partido que atendesse às aspirações da “nova UDN”. O PMDB avançava no controle institucional do país e os partidos de esquerda, liderados pelo recém-criado PT, avançavam na organização da população operária urbana e no movimento dos trabalhares rurais sem terra. Foi nesse contexto que surgiu o PSDB, vendido à opinião pública como um partido moderno.

O PSDB vestiu como uma luva o ideário da “nova UDN”. Em 1989, liderado por Mário Covas, que parecia um pássaro fora do ninho, por ter posições à esquerda do partido, o PSDB foi às urnas e no segundo turno até subiu no palanque de Lula, candidato do PT, quando este disputou com Collor. No segundo turno, a grande maioria dos votos do PSDB foi para Collor.

Collor teve o apoio majoritário da “nova UDN”, que se referenciava no PFL, no PL e no PSDB, em verdadeiro revival da era lacerdista. Era o voto anti-Lula. Aquela parte que se engajou na eleição do “caçador de marajás” queria ver “Frei Damião andando de jet-ski”, como disse Mercadante, quem sabe, exportar Padre Cícero robotizado. Ou seja, a “velha UDN”, que veio do interior para os grandes centros urbanos, em tempos idos, deixou aflorar seu desejo de ser norteamericana, enfim, pertencer ao primeiro mundo e, quem sabe até dar a mão a um astronauta e sair por aí, a passeio, pelo espaço sideral. Queria se desgarrar definitivamente do outro Brasil, aquele da herança colonial, das pessoas invisíveis. Esse parece um desejo latente da “nova UDN”.

Nos anos 90, quem defendia interesses nacionais era chamado de dinossauro, xenófobo e outros adjetivos não menos pejorativos. A ordem era globalizar, seguindo orientações das agências internacionais que pregavam o chamado “Consenso de Washington”. Collor foi afastado sob acusação de corrupção, sobretudo, por falta de confiança das grandes corporações financeiras internacionais, que tinham projetos prontos para compra das estatais brasileiras e realização de outros negócios no país. O PSDB tratou de articular a herança do legado político do governo Collor. Começou um namoro firme com o PFL. Noivou, casou-se em 1994, e do casamento nasceram dois mandatos para Fernando Henrique Cardoso. Casamento perfeito. A “nova UDN” urbana, representante do capitalismo financeiro, foi ao altar, sob as bênçãos do império.

O PFL reúne desde o setor financeiro, passando pelas corporações dos meios de comunicação até o agronegócio. O PSDB entrou com a tecnocracia formada em famosas escolas internacionais como a escola de Chicago e de Harvard, com apoio do sistema financeiro nacional e internacional, que tinham seus interesses, evidentemente, na moeda e no livre mercado comercial (ALCA), desde que a meca fosse os EUA.

Um modelito estadunidense
Esse casamento é a cara da “nova UDN”, cuja estética pode ser percebida nas grandes cidades litorâneas do país, que se transformaram em caricaturas de Miami. Já as cidades do interior, andam com a cara do Texas. Os rodeios dão o tom da música, da vestimenta e do comportamento. Essa estética pode ser vista também em coisas simples como num maço de cigarros de palha fabricado em Minas Gerais. O maço é ilustrado, na parte frontal, com desenho de um cowboy de chapéu texano, óculos Ray Ban, calça e jaqueta jeans. Um modelito estadunidense. Por que não um mineiro pescando num rio, fumando seu cigarrinho de palha? Outro exemplo é a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, uma caricatura de Miami. Lá tem até estátua da liberdade.

Esse pequeno exemplo parece suficiente para imaginar o ideário da “nova UDN” em ebulição no Brasil. No parlamento e na grande imprensa é fácil ver Carlos Lacerdas inconformados com o novo Brasil, espalhando preconceitos, principalmente o preconceito de classe, numa rede de comunicação conservadora, autista, fora do contexto, presa num discurso dos anos 90, atrasado, superado pelos fatos que culminaram na crise financeira internacional atual.

A imprensa conservadora, num verdadeiro ciclo de retroalimentação com a “nova UDN” constrói um outro Brasil só para eles. Tanto que atacaram o presidente Lula e o seu governo durante os dois mandatos e ele está com 80% de aprovação. Entretanto, nunca se debateu tanto os problemas do país como hoje. Foram realizadas mais de 90 conferências setoriais, na maioria das vezes ignoradas ou atacadas pela imprensa. Educação, saúde, meio ambiente, cultura, comunicação, defesa civil, enfim, as conferências mobilizaram milhões de brasileiros desde os municípios, passando pelos estados até as conferências nacionais de cada setor. Existem outras redes de comunicação construídas pelos movimentos que debatem as políticas públicas do governo e dinamizam a informação. Existe outro Brasil emergindo e rompendo com as cercas que o isolaram por tantos séculos. É esse Brasil que causa tanto incômodo à “nova UDN” e a faz tão raivosa.

Na eleição de 2006, causou perplexidade a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de que o Brasil estaria precisando de um novo Carlos Lacerda. Essa declaração escapou num ímpeto de intolerância, quando se confirmava a força da liderança de Lula ao resistir os ataques da “nova UDN” e revelar seu favoritismo nas urnas. O Brasil não é mais o mesmo. Esse caminho não tem mais volta. Resta saber se a “nova UDN” sobreviverá.

(*) Laurez Cerqueira é autor, entre outros trabalhos, de Florestan Fernandes Vida e Obra; Florestan Fernandes – um mestre radical; O Outro Lado do Real, em parceria com Henrique Fontana.