Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 2 de junho de 2013

Dilma caiu e o PIG não viu?!

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Quem quiser ter uma pálida ideia da quantidade de trapaças políticas que serão empreendidas pela direita midiática no ano que vem para tentar recolocar o PSDB no poder tem que prestar atenção a uma das mais claras que já se viu e que foi lançada neste domingo.
A suposta “notícia” é bombástica. Sendo verdadeira, encerraria o fato político mais importante dos últimos dez anos: segundo a Folha de São Paulo, após uma década em que os dois presidentes da República que o país teve no período desfrutaram de popularidade nas alturas, a atual detentora do cargo teria sofrido uma IMENSA queda de popularidade.
Não é pouca coisa. Só no período mais difícil do governo Lula (2005) algumas pesquisas chegaram a registrar, por dois ou três meses, recuo em sua popularidade. E isso no âmbito de uma crise política só comparável à que provocou o impeachment de Fernando Collor.
De janeiro de 2006 para cá, tanto Lula quanto Dilma vieram ganhando popularidade mês a mês. O primeiro terminou seu mandato (2010) com cerca de 80% de aprovação e a segunda, até as últimas sondagens oficiais divulgadas chegara ao mesmo patamar do antecessor.
Eis que, neste domingo, o país recebe uma informação que encerra um terremoto político: segundo a Folha de São Paulo, que também é dona do instituto de pesquisas Datafolha, Dilma perdeu nada mais, nada menos do que DEZ PONTOS PERCENTUAIS de aprovação.
Por muitas vezes este Blog duvidou de pesquisas de opinião sobre política. Contudo, sempre durante campanhas eleitorais. Nesses momentos, o instituto Datafolha, entre outros, divulgou números que depois não vingaram e o candidato que seria prejudicado por eles acabou vencendo a eleição.
Neste momento de bombardeio midiático contra Dilma, até daria para crer em uma sua queda de popularidade. A campanha contra ela está avassaladora. Não passa um só dia sem que os grandes meios de comunicação digam ao país que está à beira do abismo.
Se a “notícia” sobre a enorme queda de popularidade de Dilma tivesse vindo de uma pesquisa Datafolha ou Ibope, apesar da suspeição de esses institutos serem vinculados a interesses políticos até daria para acreditar neles devido ao ímpeto da campanha de desmoralização do governo que se vê em curso.
O grande problema é que a informação não foi apurada por nenhum instituto de pesquisa conhecido. O jornal oposicionista não diz quem fez a pesquisa e não dá detalhe algum sobre ela além do tamanho do tombo da popularidade de Dilma.
Ainda assim, vá lá, tenhamos boa vontade. Uma fonte palaciana poderia, sim, ter feito essa inconfidência a um dos maiores inimigos do ocupante do Palácio do Planalto – traição é quase uma norma na política.
Mas mesmo com toda boa vontade do mundo, reflitamos um pouco mais.
Segundo a Folha, a estrondosa queda de popularidade de Dilma teria ocorrido em abril após a presidente, em março, ter dado declarações que, na visão do veículo, contemporizaram com mais inflação em troca de mais crescimento econômico.
Até aí, tudo bem. Se formos analisar a razão para essa perda de popularidade, porém, vamos concluir que uma legião de brasileiros, que em uma década jamais deixou de apoiar o governo federal, de repente mudou de ideia por uma simples frase da presidente.
Eita povo politizado e atento, o brasileiro! Sendo verdade, estamos melhorando muito…
Mas não é só isso. Como é que a mídia, os institutos de pesquisa, os partidos de oposição, enfim, todos aqueles que anseiam há UMA DÉCADA por uma notícia dessas perderam a chance de apurar que, após tanto tempo, finalmente a artilharia deles surtiu efeito?
A última pesquisa de um grande instituto sobre a aprovação de Dilma foi a CNI-Ibope, divulgada em 19 de março. Nela, 79% dos entrevistados disseram aprovar a forma com que ela governa o país.
Em abril – quando, segundo a Folha, Dilma despencou – não foi divulgada nenhuma pesquisa, mas isso não significa que tanto o governo quanto seus adversários pararam de apurar a popularidade da presidente.
Como acreditar que uma queda tão expressiva de popularidade – dez pontos, em estatística, é uma enormidade – tenha ocorrido e a mídia e os partidos de oposição, com seus mega institutos de pesquisa, não perceberam nada e que só o governo percebeu?
O mais impressionante, no entanto, talvez não seja o “cochilo” da oposição midiática, mas a recuperação da popularidade da presidente por ela ter permitido a alta dos juros em abril e, de novo, agora em maio.
A tese sugere que juros mais altos eram um clamor nacional. Como Dilma aceitou encher um pouco mais os bolsos dos banqueiros, sua popularidade se recuperou e voltou para onde estava, ou quase para onde estava, pois hoje teria recuperado 8 dos 10 pontos perdidos.
Sob um fenômeno tão incrível (literalmente), claro que não dá para apurar se isso de fato ocorreu. Como nenhum grande instituto de pesquisa e os partidos de oposição não apuraram nada e a popularidade da presidente teria se recuperado após cair, só o que se tem é a palavra da Folha.
Fontes do governo que certamente não falaram à Folha, no entanto, disseram a este Blog exatamente o contrário, que a popularidade de Dilma não cedeu um mísero ponto e, mais ainda, que não deve ceder.
Não se descarta a possibilidade de o governo não querer admitir uma queda de popularidade que apurou. Mais uma vez, diante da imensa campanha que tomou toda a grande mídia e que vende que o país estaria em ruínas – enquanto o governo se cala –, não seria de espantar.
Contudo, é de se perguntar o que o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, veio fazer em um país arruinado, à beira do abismo. E, ainda por cima, louco para fazer negócios com ele, praticamente implorando aos empresários brasileiros que façam negócio com seu país.
Mas vejam só o Partido da Imprensa Golpista, hein… Quanta incompetência, meu Deus! Finalmente a popularidade de Dilma caiu, só que o PIG não viu.
A volta do voto censitário
Está rolando no Facebook uma petição de militantes do PSDB que, na prática, reinstitui no país o voto censitário.
Para quem não sabe, voto censitário é a concessão do direito apenas àqueles cidadãos que atendem certos critérios que provem condição econômica.
No Brasil, o voto censitário foi estabelecido pela constituição de 1824 e abolido pela de 1891.
O voto censitário esteve em vigor durante todo o período monárquico brasileiro. Para os padrões da primeira metade do século XIX, o critério exigia renda de 100 mil-réis para votar.
Abaixo, a imagem da campanha fascista que está recebendo adesões de montes de eleitores de oposição.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dilma mantém vantagem de 8 pontos sobre candidato do atraso

Dilma mantém vantagem de 8 pontos sobre candidato do atraso

Datafolha: Dilma mantém diferença de oito pontos à frente de Serra

RIO - O instituto de pesquisa Datafolha divulgou nesta sexta-feira uma nova pesquisa das intenções de voto no segundo turno da eleição presidencial. De acordo com o levantamento, o cenário é de estabilidade. Dilma Rousseff (PT) tem 54% dos votos válidos, contra 46% de seu oponente, José Serra (PSDB).

Os números divulgados nesta sexta-feira são iguais aos registrados na pesquisa realizado na semana passada.

A pesquisa foi realizada nos dias 14 e 15 de outubro com 3.281 eleitores de 202 municípios brasileiros e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi encomendado pela Folha e a Rede Globo, e foi registrada no TSE sob o número 35.746.
Candidato da TFP e do Ternuma
 Esquerdopata


Leia mais em: ¹³ O ESQUERDOPATA ¹³ 
Under Creative Commons License: Attribution

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Emir Sader: “No mínimo, está havendo manipulação na margem de erro”

por Conceição Lemes

O Datafolha divulgou pesquisa nesta terça-feira pesquisa dizendo que Dilma Rousseff (PT) caiu três pontos percentuais em relação ao último levantamento, realizado em 21/22 de setembro. Neste, ela tinha 49%. No de hoje, 46%. O candidato José Serra (PSDB) manteve os 28% da semana passada. Já Marina Silva (PV) teria subido de 13% para 14%. Portanto, um ponto percentual.
Desde cedo, essa pesquisa, claro, está sob bombardeio intenso na internet. Conversamos sobre o assunto com o sociólogo político Emir Sader, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Viomundo – Como o senhor avalia as pesquisas divulgadas ao longo desta campanha?
Emir Sader – A evolução foi muito convergente. Começou com um recall forte da parte do Serra. Mas com preferências de votar na candidata do Lula. Então, era previsível que no decorrer da campanha houvesse transferência de intenção de voto do Serra para a Dilma. Foi o que aconteceu.
A Dilma está hoje na casa dos 50% e o Serra na, dos 25%  para baixo. Aparentemente a  grande intenção de votos que o Serra tinha no começo  era recall mesmo. Até porque, todos nós vimos, ele desmoronou. Tudo o que se propalava sobre o governo Serra foi por água abaixo. Ele está perdendo na capital e no estado no Estado de São Paulo.
Viomundo – O que achou da pesquisa do Datafolha de hoje?
Emir Sader – Anômala. Ela botou 3% a menos para a Dilma e 1% a mais para a Marina. Enquanto as pesquisas em geral dão 10% de vantagem para Dilma em relação à soma dos outros candidatos, o Datafolha deu 4%. Enquanto o Datafolha cogita o segundo turno, Sensus, Vox Populi e Ibope continuam jurando que vai dar Dilma no primeiro turno.
Viomundo – O Datafolha vai manter isso até o final?
Emir Sader – Não dá para saber. Afinal, não nos esqueçamos que a dona Judith Brito, executiva da Folha e presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), disse que eles são um partido político. Mas é possível que o Datafolha tenha feito esta operação, veiculada hoje, depois faça o ajuste final, para não perder o pouco de credibilidade que ainda tem. Se chegar  à eleição com a diferença de 2% e resultado for 8%, 10% , vai pesar muito para o lado do Datafolha.
Viomundo – Qual o objetivo da operação de hoje?
Emir Sader — Tentar oxigenar o Serra. Só que não tem que bote vida  no Serra. Esse mesmo jogo aconteceu na véspera das prévias do PSDB.  O Datafolha aumentou 9 pontos percentuais  para o Serra na pesquisa divulgada naquela ocasião.
Viomundo – O Datafolha sai arranhado dessa campanha eleitoral?
Emir Sader – Acho que já saiu. Aconteceram duas coisas. Primeira, a Dilma subiu e o Datafolha resistiu ao máximo a reconhecer esse dado. Segunda, na véspera da convenção do PSDB, o Datafolha cravou uma subida de 9 pontos em favor de José Serra, sem que nada tivesse acontecido. Considerando os vínculos políticos, ideológicos e orgânicos que a Folha tem com o Serra, dá para desconfiar.
O mínimo que se pode dizer é que, na margem de erro, está havendo manipulação. Afora os critérios de pesquisa, como se é na rua, se é por telefone. O fato é que tem uns ajustes aí muito estranhos.
Aliás, o Datafolha questionava a veracidade das outras pesquisas e foi o Datafolha que tive de se ajustar aos outros. Tem muito mais coerência a evolução do Vox Populi e do Sensus. E o Ibope teve a grandeza de fazer autocrítica. De modo que eu acho que o Datafolha está muito mal na parada.
Viomundo — O que teremos na reta final?
Emir Sader – Lexotan (risos). Falando sério. Recomendaria calma. Quem está empenhado num candidato, intensificar o trabalho. Mas, sobretudo, tentar desmentir os boatos, as falsidades que andam espalhando por aí.
Nota do Viomundo: Amanhã publicaremos a segunda parte desta entrevista. O professor Emir Sader falará sobre Marina Silva (PV).

terça-feira, 28 de setembro de 2010

VOX/BAND: DILMA TEM 55% DOS VOTOS VÁLIDOS. EM AÇÃO, A ENDOGAMIA VERDE-LACERDISTA




o arrastão do conservadorismo jogará todas as cartas nas próximas horas na tentativa de reverter a vantagem de Dilma, na prática ou no imaginário popular.Outros Datafolhas e Ibopes virão até domingo. Objetivamente, o conservadorismo nativo não tem nenhuma proposta, nenhum projeto capaz de mobilizar essa virada estatísticamente colossal. Resta-lhe, porém, uma endogamia publicitária apoiada em duas frentes, cuja desfrute mútuo produz efeitos não subestimáveis; a saber: I) afogar os avanços sociais e econômicos dos últimos oito anos num 'mar de lama' cenográfico, anabolizado pelo dispositivo midiático até o dia da votação; II) usar --o termo é tristemente esse-- 'usar' Marina Silva como glacê verde do udenismo lacerdista, emprestando-lhe um frescor de photoshop que a direita nunca teve neste país e Serra, naturalmente, foi incapaz de suprir. Sim, a aliança de forças pró-Dilma também inclui remanescentes da direita e centro direita abrigados em partidos aliados. A diferença na história é sempre quem detém a hegemonia do processo. Do lado de Dilma, em última instancia, são os sindicatos operários e os movimentos sociais que concentram uma capacidade de mobilização capaz de fazer a diferença no prato da balança política. E no caso de Marina Silva, para qual margem do rio estão sendo arrastados os votos dirigidos a uma suposta candidatura de terceira via?Objetivamente, acima de ressentimentos e divergencias superáveis, esse é o quadro sobre o qual o ambientalismo progressista deve refletir.  
(Carta Maior e a hora da decisão, 29-09)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Memórias traumáticas das universidades durante o governo FHC


A professora Cynthia Semiramis fez o importante trabalho de resgatar suas memórias do traumático período do PSDB no governo federal, no qual tudo, incluindo as universidades, era um caos. Reproduzo gordos trechos abaixo.

Fui aluno da UFRGS durante o governo FH, e posso dizer que a situação era a mesma. As instalações eram precárias, imundas e perigosas. Os professores se aposentavam em massa, e não eram repostos de maneira adequada. Aliás, os comentários à postagem original da Cynthia deixam claro que o quadro era generalizado.

Lembranças: vida universitária no governo FHC
por Cynthia Semíramis

Outro dia me vi contando para colegas de faculdade bem mais jovens como era a educação universitária no governo Fernando Henrique Cardoso e porque eu tenho tanto desgosto por essa época. Achei que seria interessante deixar o registro no blog também, para refrescar as lembranças e lutarmos para que algo assim não volte a acontecer.
Passei a década de 1990 praticamente inteira dentro da UFMG. Primeiro na Escola de Música, cursando formação musical enquanto fazia o segundo grau. Fiz um intervalo de um ano, em 1996 (aqui já era governo FHC), estudando pro vestibular. Depois, cursei a faculdade de Direito. A formatura seria em dezembro de 2001, mas foi em fevereiro de 2002 por causa da greve de servidores.
Lembro-me da aposentadoria em massa dos professores da Escola de Música, pois estavam sendo implantadas novas regras para trabalho e previdência que seriam ruins para os docentes. Mais tarde, vi o impacto dessas aposentadorias na Faculdade de Direito: as vagas deixadas em aberto pelas aposentadorias foi preenchida em sua maioria por concursos de professores temporários (os famosos professores substitutos).
Alunos de pós-graduação ou bacharéis em Direito sem pós-graduação (não havia cursos de especialização, havia pouquíssimas vagas de mestrado e doutorado na UFMG, e o mestrado da PUC-MG só foi implantado em 1997) eram contratados como professores substitutos, recebendo um salário de R$300,00 (baixo, mesmo para a época) para ministrar aulas. Como professores temporários ficavam somente em sala de aula, não desenvolviam pesquisa. As poucas vagas abertas para professores efetivos exigiam dedicação exclusiva, com salários baixíssimos e sem recursos de nenhum tipo para desenvolver pesquisa.
Alunos de graduação que quisessem seguir carreira acadêmica tinham de se dispor a fazer pesquisa e monitoria de forma voluntária, pois as raríssimas bolsas não eram suficientes para todos os candidatos aprovados. A ausência de bolsas afastou alunos que queriam fazer pesquisa, mas que não tinham família para bancar seus estudos: ou trabalhavam (e aí eram recusados na monitoria/pesquisa voluntária, pois muitos orientadores exigiam dedicação em tempo integral), ou se sujeitavam a pesquisar sem bolsa e aguardar pacientemente na fila até obtê-la.
Os prédios onde estudávamos eram ruins, pois não havia um mínimo de preocupação com planejamento ou manutenção. Os elevadores nunca funcionaram a contento, e sempre alguém ficava preso neles. A faculdade de Direito conseguiu fazer algumas reformas em meados da década de 90, alterando um dos prédios (o menos velho) para receber todos os alunos de graduação, e ampliando a biblioteca (que funcionava num porão e passou a ter um prédio acima do porão, com mais mesas para estudo, novas instalações elétricas e até elevador). Porém, o problema da manutenção era sério: quando um professor e meus colegas ficaram presos no elevador da biblioteca e foi necessário destruir sua porta para que eles saíssem, mais de seis meses se passaram até consertarem o elevador e reorganizarem a biblioteca.
[...]
Não tenho saudade das dificuldades dessa época, e ainda não entendo como um presidente que era professor universitário conseguiu destruir a universidade desse jeito.
Estando hoje novamente na UFMG, vejo o quanto algumas coisas mudaram (mais verbas pra pesquisa, bolsas de monitoria, novos livros – inclusive estrangeiros – na biblioteca). Tem muita coisa que pode ser melhorada (como a manutenção dos prédios e elevadores), mas não tem nem comparação com o pesadelo que foi estudar durante o período Fernando Henrique Cardoso. Às vezes é necessário ver ou viver situações bastante ruins para dar valor quando elas melhoram…
Blog osamigosdopresidentelula

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A boca do jacaré x a gangorra contorcionista




O blog “Se Discute“, de Lucas Santos, fez um interessante exercício com as pesquisas de intenção de votos desde o início do ano para mostrar os malabarismos que Datafolha e Ibope fizeram para contornar a tendência que Vox Populi e Sensus apontaram com muito mais coerência: a ascensão permanente de Dilma e a queda de Serra.

Chega a ser engraçado comparar os gráficos. Enquanto Vox e Sensus mostram a boca do jacaré se abrindo progressivamente a partir de abril/maio, Datafolha e Ibope promovem uma gangorra para chegarem em agosto praticamente iguais aos outros dois institutos. É bom lembrar que Vox e Sensus tiveram seus números confrontados pelos tucanos e pela mídia. O TSE obrigou o Sensus a abrir sua planilha da pesquisa de abril, que pela primeira vez apontava empate entre Dilma e Serra, a pedido do PSDB, e nada de irregular foi encontrado. O Vox era apontado como suspeito pelo simples fato de fazer pesquisas para o PT. No final das contas, eram os dois institutos que estavam certos.

O “Se Discute” divide a atuação do Datafolha e do Ibope em três fase: a primeira, de fevereiro a abil/maio, na qual procuraram ampliar ao máximo a vantagem de Serra. Os dois institutos chegaram a dar 38 pontos percentuais para Serra, enquanto Sensus e Vox jamais passaram dos 34%.

Entre abril e maio, houve um importante divisor de águas que foi a solicitação do Movimento dos Sem-Mídia no Ministério Público para investigar os quatro maiores institutos de pesquisa. Esse ato coincide com o momento em que Sensus e Vox começam a mostrar a boca do jacaré se abrindo a favor de Dilma, enquanto Datafolha e Ibope se empenham em manter uma situação de empate técnico, que os deixava cada vez mais distantes dos dois outros institutos e da realidade.

A terceira fase, a partir do fim de julho, registra o momento em que Datafolha e Ibope começam a convergir para o que Sensus e Vox já mostravam. Datafolha e Ibope corriam o risco de ficarem expostos ao ridículo, já que Sensus e Vox revelavam diferenças de até 10 pontos para Dilma, o que não tem metodologia que explique.

Agora é esperar a próxima rodada, que já vai revelar o impacto dos programas eleitorais, com a indicação clara de Lula de quem é a sua candidata. Sensus e Vox já estão na casa dos 16 pontos de diferença. Essa vantagem de Dilma deve aumentar. Datafolha e Ibope estão em 11 pontos. Se mantiverem a mesma postura, devem chegar aos 16 pontos dos outros instututos nas suas próximas rodadas de pesquisa. Ficarão marcados como os que vieram sempre atrás.