Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

terça-feira, 19 de julho de 2011

Povo versus Corrupção: O Globo entrevista MST, mas não publica, por quê?

Da Página do MST

19/07/2011
Para fazer a matéria, os repórteres Jaqueline Falcão e Marcus Vinicius Gomes entrevistaram os organizadores das manifestações de defesa dos direitos dos homossexuais e da legalização da maconha. E a Coordenação Nacional do MST.
A repórter Jaqueline Falcão enviou as perguntas por correio eletrônico, que foram respondidas pela integrante da coordenação do MST, Marina dos Santos, e enviadas na quinta-feira em torno das 18h, dentro do prazo.
A repórter até então interessada não entrou mais em contato. E a reportagem saiu só no domingo. E as respostas não foram aproveitadas.
Por que será?
Abaixo, leia as respostas da integrante da Coordenação Nacional do MST que não saíram em O Globo.
Por que o Brasil não sai às ruas contra a corrupção?
Arrisco uma tentativa de responder essa pergunta ampliando e diversificando o questionamento: por que o Brasil não sai às ruas para as questões políticas que definem os rumos do nosso país? O povo não saiu às ruas para protestar contra as privatizações – privataria – e a corrupção existente no governo FHC. Os casos foram numerosos – tanto é que substituiu-se o Procurador Geral da Republica pela figura do “Engavetador Geral da República”.
Não saiu às ruas quando o governo Lula liberou o plantio de sementes transgênicas, criou facilidades para o comércio de agrotóxicos e deu continuidade a uma política econômica que assegura lucros milionários ao sistema financeiro.
Os que querem que o povo vá as ruas para protestar contra o atual governo federal – ignorando a corrupção que viceja nos ninhos do tucanato – também querem ver o povo nas ruas, praças e campo fazendo política? Estão dispostos a chamar o povo para ir às ruas para exigir Reforma Agrária e Urbana, democratização dos meios de comunicação e a estatização do sistema financeiro?
O povo não é bobo. Não irá às ruas para atender ao chamado de alguns setores das elites porque sabe que a corrupção está entranhada na burguesia brasileira. Basta pedir a apuração e punição dos corruptores do setor privado junto ao estatal para que as vozes que se dizem combater a corrupção diminua, sensivelmente, em quantidade e intensidade.
Por que não vemos indignação contra a corrupção?
Há indignação sim. Mas essa indignação está, praticamente restrita à esfera individual, pessoal, de cada brasileiro. O poderio dos aparatos ideológicos do sistema e as políticas governamentais de cooptação, perseguição e repressão aos movimentos sociais, intensificadas nos governos neoliberais, fragilizaram os setores organizados da sociedade que tinham a capacidade de aglutinar a canalizar para as mobilizações populares as insatisfações que residem na esfera individual.
Esse cenário mudará. E povo voltará a fazer política nas ruas e, inclusive, para combater todas as práticas de corrupção, seja de que governo for. Quando isso ocorrer, alguns que querem ver o povo nas ruas agora assustados usarão seus azedos blogs para exigir que o povo seja tirado das ruas.
As multidões vão às ruas pela marcha da maconha, MST, Parada Gay…e por que não contra a corrupção?
Porque é preciso ter credibilidade junto ao povo para se fazer um chamamento popular. Ter o monopólio da mídia não é suficiente para determinar a vontade e ação do povo. Se fosse assim, os tucanos não perderiam uma eleição, o presidente Hugo Chávez não conseguiria mobilizar a multidão dos pobres em seu país e o governo Lula não terminaria seus dois mandatos com índices superiores a 80% de aprovação popular.
Os conluios de grupos partidários-políticos com a mídia, marcantes na legislação passada de estados importantes – como o de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul – mostraram-se eficazes para sufocar as denúncias de corrupção naqueles governos. Mas foram ineficazes na tentativa de que o povo não tomasse conhecimento da existência da corrupção. Logo, a credibilidade de ambos, mídia e políticos, ficou abalada.
A sensação é de impunidade?
Sim, há uma sensação de impunidade. Alguns bancos já foram condenados devolver milhões de reais porque cobraram ilegalmente taxas dos seus usuários. Isso não é uma espécie de roubo? Além da devolução do dinheiro, os responsáveis não deveriam responder criminalmente? Já pensou se a moda pegar: o assaltante é preso já na saída do banco, e tudo resolve coma devolução do dinheiro roubado…
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, em recente entrevista à Revista Piauí, disse abertamente: “em 2014, posso fazer a maldade que for. A maldade mais elástica, mais impensável, mais maquiavélica. Não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo. E sabe o que vai acontecer? Nada. Sabe por quê? Por que eu saio em 2015. E aí, acabou.(…) Só vou ficar preocupado, meu amor, quando sair no Jornal Nacional.”
Nada sintetiza melhor o sentimento de impunidade que sentem as elites brasileiras. Não temem e sentem um profundo desrespeito pelas instituições públicas. Teme apenas o poder de outro grupo privado com o qual mantêm estreitos vínculos, necessários para manter o controle sobre o futebol brasileiro.
São fatos como estes, dos bancos e do presidente da CBF – por coincidência, um dos bancos condenados a devolver o dinheiro dos usuários também financia a CBF – que acabam naturalizando a impunidade junto a população.

A covardia não vai vencer os meninos palestinos



A organização  de direitos humanos israelense B’Tselem  acusou hoje o governo de Israel de, além de prender, levar a julgamento crianças palestinas acusadas de jogar pedras em nas tropas israelenses nos territórios árabes ocupados.
Segundo a BBC, o grupo apresentou hoje um relatório que indica  que cerca de 93% dos menores palestinos presos na Cisjordânia foram julgados em tribunais militares e condenados a penas de até 20 meses.
Embora  os tribunais  de Israel proíbam a detenção de qualquer criança menor de 14 anos, os pesquisadores do B’TSelem entrevistaram 50 menores palestinos e 30 deles relataram ter sido retirados de suas casas no meio da noite e que seus pais não puderam acompanhá-los. Mais de 20 disseram que não puderam dormir, ir ao banheiro ou comer enquanto esperavam pelo interrogatório.
Segundo o correspondente da BBC na Cisjordânia Jon Donnison, o Exército israelense disse em um comunicado que atirar pedras é uma “transgressão criminal séria” e que muitas crianças estavam sendo exploradas pelo que foram chamados de “grupos terroristas”.
Jogar pedras em tropas e blindados de Israel é algo que as crianças palestinas estão fazendo desde 1987, quando começou a intifada, ou revolta das pedras. E vão continuar fazendo, enquanto não lhes devolverem sua terra e seu país.
E viva estas crianças valentes, como também os jovens que, a exemplo da moça deste vídeo que postamos aqui, ano passado, colocam suas vidas, literalmente, a serviço de seu povo e de seu país.

O poder do medo.Do Murdoch e da Globo

Como se sabe, aqui no Brasil políticos e empresários têm medo da Globo.

Com a exceção dos brizolistas Garotinho (depois deixou de ser) e do próprio Leonel Brizola.

Relembre dois vídeos inesquecíveis: o editorial que Brizola redigiu e o jornal nacional teve que ler; e quando Brizola diz na tevê que não se deve ler O Globo, porque o Globo mente.

Esse medo já foi mais agudo.

Pouco a pouco se percebe que o poder (de meter medo) da Globo não é mais o mesmo.

Uma hora dessas um ex-funcionário, um delegado de polícia, uma vítima de notícia falsa desmancham a Globo como desmanchou o homem que mais metia medo na Inglaterra e nos Estados Unidos.

Isso passa.

É o que demonstram os professores Venicio Lima e Timothy Garton Ash, neste artigo extraído do Observatório da Imprensa.

Em tempo: Ash diz que Murdoch foi mais poderoso que os últimos três primeiros ministros da Inglaterra, porque os três tinham medo do Murdoch e o Murdoch não tinha medo deles. Assim sendo, o Ali Kamel …

Em tempo 2: quem também tratou a Globo a pão e água foi o governador do Paraná Roberto Requião. A Globo e o Daniel Dantas.

News of the World, o poder do medo


Por Venício A. de Lima

De tudo que foi escrito nos últimos dias sobre a atividade criminosa do News of the World, quem parece ter levantado a questão de fundo foi Timothy Garton Ash – professor de estudos europeus da universidade de Oxford (Reino Unido) e fellow da universidade de Stanford (EUA).


Em artigo originalmente publicado no The Globe and Mail (14/7, ver aqui) e republicado na edição de domingo (17/7) do Estado de S.Paulo sob o sugestivo título de “O medo que não ousava dizer o nome”, Ash afirma:

“a debacle de Murdoch revela uma doença que vem obstruindo lentamente o coração do Estado britânico nos últimos 30 anos. (…) A causa fundamental dessa doença britânica tem sido o poder exacerbado, implacável e fora de controle da mídia; seu principal sintoma é o medo. (…) Se a medida final de poder relativo é “quem tem mais medo de quem”, então seria o caso de dizer que Murdoch foi – no sentido estrito, básico – mais poderoso que os últimos três premiês da Grã-Bretanha. Eles tinham mais medo dele do que ele deles” (íntegra aqui).


Será que o diagnóstico de Ash sobre “o poder exacerbado, implacável e fora de controle da mídia” no berço da liberdade de expressão se aplicaria a outras democracias contemporâneas?

O conglomerado da News Corporation

Reproduzo parte de matéria da Agence France Presse sobre o conglomerado midiático do qual o tablóide News of the World fazia parte:


O News Corp. é um império midiático e de entretenimento construído por seu fundador, Rupert Murdoch. Cobrindo uma enorme região geográfica, cotado em bolsa em Sydney e Nova York, o grupo se distingue também pela diversidade de suas atividades, que vai da TV aos jornais, do cinema à internet, e conta também com ícones da imprensa conservadora como The Times e Wall Street Journal, e tabloides sensacionalistas como News of the World e New York Post. À frente do conglomerado, Rupert Murdoch, 80 anos, seu presidente-executivo e “self made man” nascido na Austrália, mantém as rédeas de um império de US$ 60 bilhões em ativos e um volume de negócios anual de US$ 33 bilhões no exercício encerrado no fim de junho. (…) Na Inglaterra, adquiriu primeiramente o News of the World e depois o The Sun, o tabloide mais popular da atualidade, o tradicional The Times e o Sunday Times. Também possui, entre outros 175 títulos, o The Australian e o The New York Post. Nos Estados Unidos, país onde reside e do qual se tornou cidadão, sua cadeia de notícias a cabo Fox News, que durante a invasão ao Iraque bateu a pioneira CNN em audiência, jamais ocultou seu apoio ao governo do republicano George W. Bush. Além da cadeia Fox, o grupo News Corp. impôs-se na televisão a cabo na Europa (BSkyB na Grã-Bretanha ou Sky na Itália, nascida da fusão Stream/Telepiu) e também na Ásia, com sua filial Star TV. Murdoch também tem interesses no mundo editorial (HarperCollins) e no cinema, com os estúdios Twentieth Century Fox, que produziu êxitos mundiais como Guerra nas Estrelas e Titanic. (…) Em 2007, um dos maiores êxitos do grupo foi a compra da Dow Jones e do Wall Street Journal, por um total de US$ 5,6 bilhões” (íntegra aqui).


No Brasil, a prática política do grupo News Corporation tornou-se mais conhecida pela repercussão das declarações da diretora de Comunicações da Casa Branca, Annita Dunn, que afirmou em outubro de 2009:


“…a rede Fox News opera, praticamente, ou como o setor de pesquisas ou como o setor de comunicações do Partido Republicano. (…) A rede Fox está em guerra contra Barack Obama e a Casa Branca, [e] não precisamos fingir que o modo como essa organização trabalha seria o modo que dá legitimidade ao trabalho jornalístico. (…) Quando o presidente [Barack Obama] fala à Fox, já sabe que não falará à imprensa, propriamente dita. O presidente já sabe que estará como num debate com o partido da oposição” (ver, neste Observatório, “A mídia como partido político“).


Hoje conhecemos o News Corporation através dos filmes da 20th Century Fox e pelos canais Fox da televisão paga: Fox News, Fox Movie, FOX Sports, Nat Geo Wild, National Geographic, dentre outros.


De onde vem o poder?


Além de tratar-se de um conglomerado econômico, fonte natural de poder, o News Corporation se utiliza de outras armas.


Apesar de todas as mudanças tecnológicas e das enormes transformações provocadas pela internet, sobretudo com relação aos formadores de opinião tradicionais, o poder da velha mídia continua avassalador quando atinge a esfera da vida privada. Essa é a base dos chamados “escândalos políticos midiáticos” que atingem a reputação das pessoas, seu capital simbólico.


Alguém acusado e “condenado” publicamente por um crime que não cometeu dificilmente se recupera. Os efeitos são devastadores. Não há indenização que pague ou corrija os danos causados por um “julgamento” equivocado da mídia.


Esse é exatamente o terreno fértil onde o medo – vale dizer, o poder da mídia sobre o cidadão – é cultivado. É o terreno preferido do “jornalismo” praticado pelos tabloides britânicos: a vida privada de figuras públicas – políticos e celebridades – mas também de pessoas comuns que alcançaram algum tipo de notoriedade negativa – por exemplo, por terem sido vítimas de um crime hediondo.


E quando esse “jornalismo”, na ganância por mais e maiores lucros, se utiliza de recursos criminosos de invasão da privacidade, como a escuta telefônica? Desaparecem todos os limites éticos.


Foi isso o que aconteceu com o News of the World.


Para impedir o poder do medo

O caso do News of the World ainda não terminou. Não se sabe se a prática “jornalística” criminosa se limitava ao tabloide inglês ou se estendia a outros veículos do News Corporation na Inglaterra e/ou em outros países.


De qualquer maneira, há lições que podem e devem ser tiradas do episódio para que se elimine a existência de condições favoráveis ao “poder do medo”.


Nesses tempos em que o debate sobre um marco regulatório para a mídia brasileira, mais uma vez, não consegue avançar, duas lições me parecem claras.


** Primeiro: conglomerados empresariais midiáticos se sentem em condições de fazer o que quiserem. Eles se tornam tão poderosos que se desobrigam de cumprir as normas legais e éticas que anunciam defender. É, portanto, indispensável que se controle a propriedade cruzada e as condições de criação e manutenção das redes de radiodifusão, fonte principal da concentração da propriedade dos grupos midiáticos.

** Segundo: a Press Complaints Commission (PCC), órgão independente e autorregulatório que fiscaliza o conteúdo editorial de jornais e revistas no Reino Unido, foi colocada em questão. O premiê David Cameron a classificou de ausente e ineficiente econcordou que algo precisa mudar no que diz respeito ao controle sobre as ações da mídia, ressaltando que é preciso um novo órgão e um novo sistema regulatório (ver, neste OI, “Imprensa britânica debate sistema regulatório“).


Um dos atuais membros da PCC – que deveria ter fiscalizado o “jornalismo” do News of the World – é Ian MacGregor, ele próprio, editor do The Sunday Telegraph, um dos jornais que pertencem ao grupo News Corporation (ver aqui).


Como já é sabido, a autorregulação é bem vinda mas, por óbvio, insuficiente. A regulação através de legislação própria aprovada no parlamento é indispensável.

A ver.

***

[Venício A. de Lima é professor titular da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Regulação das Comunicações – História, poder e direitos, Editora Paulus, 2011]



É porque o Murdoch não conheceu o Brizola

Clóvis Rossi acusa ‘petistas’ de apoiar concentração da mídia?!?!?!?!?


A Folha de São Paulo passou a publicar “pornografia”. É literalmente indecente um artigo de um de seus principais pistoleiros publicado hoje (19/07) naquele antro de libidinagem intelectual. Se você não leu, tem que ler. Por penoso que seja ver um homem daquela idade se degradar tanto moralmente, o texto mostra a que ponto chegou essa gente.
Acredite quem quiser: ele escreveu um texto bradando contra a concentração da propriedade de meios de comunicação. Escreveu todos os argumentos que vimos escrevendo na blogosfera dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano. E colocou a culpa pela propriedade cruzada de meios de comunicação sabe em quem? No PT!
Leia e chore. Em seguida, um comentário final.
—–
FOLHA DE SÃO PAULO
19 de julho de 2011
Murdoch ou quando “Deus” fica nu
Clóvis Rossi
ED MILIBAND, líder do Partido Trabalhista britânico, tocou a tecla certa, em entrevista domingo ao “The Observer”: considerou “perigosa” a concentração da propriedade de meios de comunicação em poucas mãos, em alusão a Rupert Murdoch, o dono do império midiático hoje no centro de um imenso escândalo.
“Temos que ver o que fazer quando ocorrem casos em que uma pessoa controla mais de 20% do mercado de mídia”, disse Miliband durante a entrevista.
Bingo. Vale para o Reino Unido, vale para o Brasil, vale para o mundo. Aqui, tem sido “pouco saudável”, por exemplo, o domínio da família Magalhães sobre o principal jornal, a principal rádio e a retransmissora da Rede Globo na Bahia.
Diga-se o mesmo a respeito da família Sarney no Maranhão, bem como de outras famílias políticas em outros Estados, graças à farra de concessões de rádio e TV a políticos, tema de recente reportagem desta Folha.
É curioso que os petistas furibundos fizeram inúmeras tentativas de aprovar legislação sobre “controle da mídia”, mas que não tocavam no ponto chave que é a propriedade cruzada de meios de comunicação – capítulo que os Estados Unidos resolveram razoavelmente bem.
Controlar a mídia é tarefa do leitor/ouvinte/telespectador. Eu tenho horror ao sensacionalismo, mas sei muito bem que meu gosto é minoritário, no Brasil como no Reino Unido ou qualquer outro país.
Rupert Murdoch não tinha 2,7 milhões de capangas armados de metralhadoras para forçar os ingleses a esgotar a tiragem do “News of the World”.
Aliás, a propósito, vale reproduzir com uma ponta de orgulho corporativo a frase de Timothy Garton Ash, um dos intelectuais mais na moda na Europa, em seu artigo de ontem para “El País”: “O melhor jornalismo britânico pôs a nu o pior”, em alusão à incessante campanha do jornal”Guardian” para expor as indecências do “NoW”.
Pois é, deixado livre, o melhor jornalismo acaba se impondo, por muito que demore.
Se controle da mídia é função do público, o da concentração excessiva é, aí sim, tarefa da legislação.

Ainda mais se a concentração fica nas mãos de alguém sem escrúpulos, que acaba impondo o reino do medo, que paralisa o mundo político.
É o caso de Rupert Murdoch, assim retratado ontem, no “Guardian”, pelo colunista Charlie Brooker:”Poucas semanas atrás, Murdoch, ou, mais exatamente, as tendências mais selvagens da imprensa, representavam Deus. (…) Você nunca deve irritar Deus. Deus carrega imenso poder. Deus pode escutar tudo o que você diz. Você deve reverenciar Deus, e agradá-lo, ou Deus vai destrui-lo”.
Agora que “Deus” Murdoch está caindo em desgraça, o temor e as reverências deram lugar à constatações que deveriam ser óbvias há muito tempo, como a que fez Ed Miliband. E os “políticos britânicos fazem fila para denunciar Murdoch”, como completa Brooker.
O próprio “Guardian”, aliás, com o gostinho da vitória ainda fresco, pede a cabeça do primeiro-ministro David Cameron, por ter empregado Andy Coulson, ex-editor do “NoW”, como seu assessor de imprensa -típica atitude de quem queria comprar as graças de “Deus”.

crossi@uol.com.br
—–
Sim, isso foi publicado no jornal que estampou, em sua primeira página, uma ficha policial falsa da hoje presidente Dilma Rousseff e que divulgou acusação ao ex-presidente Lula de ser um maníaco sexual.
Por que será que esse velhaco não citou a Globo, da família Marinho, pela maior concentração de propriedade de meios de comunicação em todo o mundo? Ou o próprio grupo Folha, detentor de uma quantidade imoral de jornais e do maior portal de internet do país, um “grupo” que, em qualquer país civilizado, não poderia existir.
Ele acusa “petistas furibundos” de não pregarem o fim da concentração de meios de comunicação. Se tivesse saído de seu escritório com ar condicionado e ido cobrir a Conferência Nacional de Comunicação, em 2009, não teria ouvido falar de outra coisa. Inclusive, teria lido esse pleito antigo no documento final da Confecom.
Rossi mente descaradamente dizendo que “petistas furibundos” pregam controle dos meios de comunicação em vez de veto à propriedade cruzada, quando qualquer um que já tenha lido o que se pede dia sim, outro também em espaços como este sabe que é a democratização da comunicação, ou seja, o fim da propriedade cruzada.
Há quanto tempo você vê a blogosfera se esfalfar pedindo o fim da concentração de meios de comunicação? Como lidar com gente assim? Com luvas de pelica? Será que este governo não tem ninguém com um mísero traço de coragem para dar uma resposta à altura a esse velhaco? Até quando este país será esbofeteado dessa forma?

se não é pleno emprego ? o que é?



Saíram os dados do emprego de junho, segundo o IBGE:

Em junho, desocupação foi de 6,2%


A taxa de desocupação foi estimada em 6,2%, a menor para o mês de junho desde o início da série (março de 2002), e não variou significativamente em relação ao resultado obtido em maio (6,4%). Na comparação com junho de 2010 (7,0%), recuou 0,8 ponto percentual. A população desocupada (1,5 milhão de pessoas) ficou estável em relação ao mês anterior. Frente a junho do ano passado, apresentou queda de 10,4% (menos 172 mil pessoas a procura de trabalho). A população ocupada (22,4 milhões) não variou frente a maio. No confronto com junho de 2010, ocorreu elevação de 2,3% nessa estimativa, representando um adicional de 512 mil ocupados. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (10,8 milhões) não apresentou variação significativa frente a maio. Na comparação anual, houve uma elevação de 6,2%, representando um adicional de 634 mil postos de trabalho com carteira assinada.


O rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 1.578,50, o valor mais alto para o mês de junho desde 2002) apresentou alta de 0,5% na comparação mensal e de 4,0% frente a junho do ano passado. A massa de rendimento real habitual (R$ 35,6 bilhões) ficou estável frente a registrada em maio e cresceu 6,2% em relação a junho do ano passado. A massa de rendimento real efetivo dos ocupados (R$ 35,3 bilhões) estimada em maio de 2011 ficou estável no mês e subiu 6,6% no ano.

(…)

Se isso não é pleno emprego, o que é ?

Clique aqui para ir à tabelinha malvada, que compara os oito anos de Cerra/FHC com os do Nunca Dantes.

O desemprego diminui.

A renda sobe.

O número de celetistas aumenta (no tempo do Cerra/ FHC, o chic era ser “informal,” porque exaltava o espírito empreendedor do Brasil neoliberal).

Um horror !

Quando se lançou candidato de si mesmo em 2014 (que bom !), dizem que Cerra disse que a Presidenta é incompetente.

A urubóloga diz que tudo isso é bolha.

E se for “pleno emprego” ?

O que dirão os neoliberais ? – clique aqui para ler “Ainda bem que o Delfim não é da oposição”.


Paulo Henrique Amorim