Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 29 de dezembro de 2013

GLOBO FARÁ SÉRIE SOBRE A MÃE DE JOAQUIM BARBOSA

domingo, 27 de outubro de 2013

SE A COPA MELAR, A CULPA É DO ZÉ A Copa será um prato cheio para a Globo e seus “vândalos” e o zé assistirá de papagaio de pirata.


Saiu na Folha (*), que a Cynara não lê mais:

SUSPEITO DE AGREDIR CORONEL DA PM É PRESO EM SP; 77 MANIFESTANTES SÃO LIBERADOS


Um suspeito de agredir o coronel da PM Reynaldo Simões Rossi está preso no 1º Distrito Policial (Sé), região central de São Paulo. Ele foi detido junto com (sic)  outras 77 pessoas que participaram da manifestação no terminal Terminal Dom Pedro 2º, na noite de ontem.

A confusão começou por volta das 20h20, quando os manifestantes invadiram o terminal e depredaram 18 caixas eletrônicos, dois ônibus e cinco cabines de venda de bilhete. A polícia respondeu com bombas. Telefones públicos ficaram destruídos e extintores de incêndio foram usados para quebrar vidros e cabines de venda de bilhete.
Se a segurança da Copa Mundo fracassar e a Copa se tornar um desastre ferroviário – com repercussões eleitorais profundas -, a culpa será do ministro zé da Justiça.
As arruaças no Rio e em São Paulo são questões federais.
Violentas, disseminadas e frequentes deixaram a esfera municipal ou estadual.
É um problema de Segurança do Estado.
Do Estado federal !
E o zé some, como sumiu no dia do leilão de Libra, com a GloboNews a deitar e rolar do lado de fora.
Porque, como se sabe, a Globo Overseas cobre o desgoverno para provocá-lo, como fez com a captura do movimento da doença infantil do transportismo.
E, na Copa das Confederações, quando tentou melar jogos no Rio, em Fortaleza e Belo Horizonte.
A Globo Overseas e os “vândalos” vão querer melar a Copa, com a leniência do zé.
Por que ?
Porque o zé sentou em cima da proposta de criar uma Guarda Nacional como a americana.
Uma Guarda Nacional permanente, sob comando civil – do Ministério da Justiça, quando operante – treinada, equipada, que possa ser mobilizada rapidamente para qualquer ponto do território nacional.
Que, se existisse, estaria, desde já, preparada para TODOS os eventos da Copa.
Desde o desembarque das delegações estrangeiras ao final, no Maracanã.
É de uma obviedade solar que a Globo e os “vândalos” se preparam para transformar a Copa num obstáculo à reeleição da Dilma.
Mas, o zé arquivou a proposta da Guarda Nacional.
Por que será, amigo navegante ?
Primeiro, porque o zé não vai em bola dividida.
Ele é um eterno candidato a Ministro cativo do Supremo e não quer se queimar com quem serve o cafezinho do Gilmar.
Segundo, porque a criação da Guarda exigiria um trabalho competente de articulação política que o vereador zé Cardozo não seria capaz de engendrar, porque jamais demonstrou ter um fiapo de talento para construir espaços políticos.
Exigiria reunir recursos financeiros, orçamentários.
E ele não ia querer enfrentar o Mantega, a Belchior.
Teria que enfrentar a burocracia da Polícia Federal, que ele nunca dirigiu, a ponto de a Presidenta da República ser surpreendida com uma razzia num escritório da Presidência em São Paulo.
Se o zé não controla a PF, como ousaria montar uma Guarda Nacional que colocaria a PF no devido lugar ?
Se a Polícia Federal dá trela às denúncias do Marcos Valeriodantas para pegar o Lula na esquina, imagine se o zé chamaria o delegado-geral para enfiar a Guarda Nacional pela goela abaixo ?
Uma Guarda Nacional à americana exigiria também articular com as Forças Armadas, que ainda não perderam o gostinho de se intrometer para garantir “a lei e a ordem”.
O papel das Formas Armadas é criar uma Defesa capaz de defender o pré-sal.
Não é instalar-se no Morro do Alemão ou patrulhar “vândalos” da Globo na porta do Maracanã …
(Sim, porque a Globo convoca, articula, dirige os protestos e depois critica os “vândalos”…)
A Copa do Mundo será um prato cheio para a Globo.
E o zé estará confortavelmente sentado na tribuna de honra, de papagaio de pirata, função pública que ele exerce com a máxima dignidade.




Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

segunda-feira, 4 de março de 2013

A GLOBO NÃO ENGANA NINGUÉM. NEM EM LOS ANGELES


É inconcebível que não exista um conglomerado jornalístico para apoiar um Governo com 78% de apoio popular.
A escravidão sustentou o Brasil por 300 anos. E são os mesmos que mandam até hoje

Sugestão do editor do Conversa Afiada Murilo Silva:

Quando o presidente esquerdista João Goulart foi deposto pelos militares brasileiros, em 1964, a maioria da mídia nacional, controlada por poucas famílias, comemorou. [...]

Mas, durante a ditadura de 21 anos que se seguiram, o governo censurou os jornais e estações de televisão das famílias operadoras [...]

As coisas são diferentes agora. Desde 2003, o Brasil tem sido gerido pelo partido à esquerda da Centro dos Trabalhadores Popular, conhecido como PT, que deixou a mídia só [...]

Mas as publicações e emissoras de TV, ainda controladas pelas mesmas famílias, têm sido críticos do partido, apesar de uma taxa de aprovação pública para a presidente Dilma Rousseff tão alta quanto 78% [...] (sic).


Saiu no Los Angeles Times:

BRAZIL’S DILMA ROUSSEFF IS POPULAR, BUT NOT AMONG NEWS MEDIA


Rich and powerful newspapers and TV networks have been critical of the left-leaning president despite her hands-off approach toward them.

By Vincent Bevins, Los Angeles Times 

March 3, 2013, 6:36 p.m.

SAO PAULO, Brazil — When left-leaning President Joao Goulart was deposed by the Brazilian military in 1964, the nation’s major news media, controlled by a few wealthy families, celebrated.

But during the 21-year dictatorship that followed, the government censored the newspapers and television stations the families operated.

Things are different now. Since 2003, Brazil has been run by the popular left-of-center Workers’ Party, known as PT, which has left the news media alone.

But the publications and TV stations, still controlled by the same families, have been critical of the party, despite a public approval rating for President Dilma Rousseff as high as 78%. Not a single major news outlet supports her, with some newspapers and magazines particularly harsh in their criticism.

“It’s an extremely unique situation now in Brazil to have such a popular government and no major media outlet that supports it or presents a left-of-center viewpoint,” says Laurindo Leal Filho, a media specialist at the University of Sao Paulo.

The opposition to the Workers’ Party has been present since former left-wing metalworker Luiz Inacio Lula da Silva, once imprisoned by the dictatorship, was elected president in 2002. Lula quickly moved to the center and accommodated business elites, and the following decade saw an economic boom in which 40 million people rose out of poverty.

“Brazilian society was based on slavery for over 300 years, and has almost always been run by the same social strata,” Leal Filho says. “Some parts of the upper class have learned to live with other parts of society that were previously excluded … but the media still reflect the values of the old-school elite, with very, very few exceptions.”

The critical news media have been widely praised for hard-hitting investigations of corruption that have led eight members of Rousseff’s Cabinet to be replaced, and 25 high-level officials to be sentenced for a vote-buying scandal dating to Lula’s administration. But government supporters often say the news media pay much less attention to evidence of corruption involving other political parties.

Reporters Without Borders recently issued a report criticizing media concentration in Brazil and recommending an overhaul of laws pertaining to the media. But unlike elsewhere in Latin America where governments openly battle with private media critics, the Brazilian government has taken a relaxed attitude.

Even if there were a concerted effort to take action, it would be politically impossible, analysts say. The Reporters Without Borders report details close ties between parts of the media and members of Congress, some of whom even vote to grant licenses to outlets they own, especially outside the bigger cities. To run the country, Rousseff must navigate the complicated waters of the Brazilian congressional system and work with more than 20 other parties.

“It’s unfortunate, but to govern this country you have to establish alliances,” says Mino Carta, editor of Carta Capital, the only publication of any size that supports the government. It sells 60,000 copies a week in a country of almost 200 million.

Meanwhile, Rousseff, who was tortured by the dictatorship for her left-wing activities in the 1970s, has taken criticism from the news media in stride, periodically reaffirming her belief in freedom of speech.

Attempting to build a large-scale news outlet that presents a different point of view would be extremely difficult, Carta says, because of the need for advertising revenue.
“That would be a very slow and long-term goal indeed,” says the Italian-born septuagenarian.

Most Brazilian media chiefs say their journalism is neutral and objective.

Sergio Davila, managing editor of Folha de Sao Paulo, Brazil’s highest-circulation newspaper, says, “When Fernando Henrique Cardoso was in office, [his party] the PSDB said we were against them and pro-PT.”

Davila points to a report published in the paper at the time detailing votes purchased to ensure Cardoso’s reelection. “Now we’re just seeing the other side of the coin.”

But many PT supporters see the major newspapers, including Folha and O Estado de Sao Paulo, as anti-Rousseff, as they do the television network and newspaper run by the dominant Globo group.

“The big media have always defended powerful interests,” says Jose Everaldo da Silva, a retired port worker and PT voter in the country’s traditionally poor northeast, which has benefited especially from PT rule. “Everyone remembers what Globo did in Lula’s first election.”

When Lula first ran for president in 1989, the Globo TV station heavily edited his final debate with Fernando Collor de Mello, giving Lula less time and showing all of Collor’s best moments. The polls turned in favor of Collor, who was elected and later impeached for corruption.

The episode became the subject of a British documentary titled “Beyond Citizen Kane.”

Globo TV later acknowledged having made a mistake but denies there is now any bias. “Globo is absolutely nonpartisan. It doesn’t offer opinions on governments and seeks neutrality in its news programs,” a spokesman said.

TV stations are relatively moderate and a more important source of news than print for Brazilians, most of whom don’t regularly read newspapers or magazines, says David Fleischer, a political scientist at the University of Brasilia.

“TV stations don’t blast [Rousseff] like the press does,” Fleischer says.

In stark contrast to much of the world, the printed word is growing in Brazil, as literacy and news consumption rise. Folha’s circulation increased 2% in print and 300% online last year.

“More diversity in the media would be good for the country,” Davila says. “I just really don’t know why it’s not happening.”

For now, neither Rousseff nor retired port worker Da Silva seems worried.

“Everyone who travels around here can see clearly that Brazil has changed. Globo distorts the truth, yes. But it’s not so bad. Who cares? They can say whatever they want,” Da Silva says in a phone interview, and then breaks into laughter. “Actually, I’m watching Globo right now.”

Bevins is a special correspondent.


Comments (2)

FabioORibeiro at 7:10 AM March 04, 2013 
In Brazil the media always commanded the State. It was the Brazilian media that, under the influence and money of the CIA and  English Secret Service, produced the coup of 1964. It was the media that, in in 1985, helped destroy the Dictatorship that it created in the past. It is the media that runs the Judiciary now, preventing the conviction of criminals of the Dictatorship (unlike what happened in Chile and Argentina). It is also the media who invented the scandal known as “Mensalão” and demanded that some members of the PT were condemned by the Judiciary. But the media does no commands the Brazilian people now and the Brazilians choose to elect candidates who do not have to compromise with the media. 

Murilo Jamiel at 6:26 AM March 04, 2013 
In Brazil, there’s no democracy in the media. Television Networks, Radio Stations and newspapers belongs to the same owners and just one point of view is presented to the audience. Besides, they present themselves as impartial. The media oligopolies are the biggest threat to democracy in Brazil.

terça-feira, 19 de julho de 2011

O poder do medo.Do Murdoch e da Globo

Como se sabe, aqui no Brasil políticos e empresários têm medo da Globo.

Com a exceção dos brizolistas Garotinho (depois deixou de ser) e do próprio Leonel Brizola.

Relembre dois vídeos inesquecíveis: o editorial que Brizola redigiu e o jornal nacional teve que ler; e quando Brizola diz na tevê que não se deve ler O Globo, porque o Globo mente.

Esse medo já foi mais agudo.

Pouco a pouco se percebe que o poder (de meter medo) da Globo não é mais o mesmo.

Uma hora dessas um ex-funcionário, um delegado de polícia, uma vítima de notícia falsa desmancham a Globo como desmanchou o homem que mais metia medo na Inglaterra e nos Estados Unidos.

Isso passa.

É o que demonstram os professores Venicio Lima e Timothy Garton Ash, neste artigo extraído do Observatório da Imprensa.

Em tempo: Ash diz que Murdoch foi mais poderoso que os últimos três primeiros ministros da Inglaterra, porque os três tinham medo do Murdoch e o Murdoch não tinha medo deles. Assim sendo, o Ali Kamel …

Em tempo 2: quem também tratou a Globo a pão e água foi o governador do Paraná Roberto Requião. A Globo e o Daniel Dantas.

News of the World, o poder do medo


Por Venício A. de Lima

De tudo que foi escrito nos últimos dias sobre a atividade criminosa do News of the World, quem parece ter levantado a questão de fundo foi Timothy Garton Ash – professor de estudos europeus da universidade de Oxford (Reino Unido) e fellow da universidade de Stanford (EUA).


Em artigo originalmente publicado no The Globe and Mail (14/7, ver aqui) e republicado na edição de domingo (17/7) do Estado de S.Paulo sob o sugestivo título de “O medo que não ousava dizer o nome”, Ash afirma:

“a debacle de Murdoch revela uma doença que vem obstruindo lentamente o coração do Estado britânico nos últimos 30 anos. (…) A causa fundamental dessa doença britânica tem sido o poder exacerbado, implacável e fora de controle da mídia; seu principal sintoma é o medo. (…) Se a medida final de poder relativo é “quem tem mais medo de quem”, então seria o caso de dizer que Murdoch foi – no sentido estrito, básico – mais poderoso que os últimos três premiês da Grã-Bretanha. Eles tinham mais medo dele do que ele deles” (íntegra aqui).


Será que o diagnóstico de Ash sobre “o poder exacerbado, implacável e fora de controle da mídia” no berço da liberdade de expressão se aplicaria a outras democracias contemporâneas?

O conglomerado da News Corporation

Reproduzo parte de matéria da Agence France Presse sobre o conglomerado midiático do qual o tablóide News of the World fazia parte:


O News Corp. é um império midiático e de entretenimento construído por seu fundador, Rupert Murdoch. Cobrindo uma enorme região geográfica, cotado em bolsa em Sydney e Nova York, o grupo se distingue também pela diversidade de suas atividades, que vai da TV aos jornais, do cinema à internet, e conta também com ícones da imprensa conservadora como The Times e Wall Street Journal, e tabloides sensacionalistas como News of the World e New York Post. À frente do conglomerado, Rupert Murdoch, 80 anos, seu presidente-executivo e “self made man” nascido na Austrália, mantém as rédeas de um império de US$ 60 bilhões em ativos e um volume de negócios anual de US$ 33 bilhões no exercício encerrado no fim de junho. (…) Na Inglaterra, adquiriu primeiramente o News of the World e depois o The Sun, o tabloide mais popular da atualidade, o tradicional The Times e o Sunday Times. Também possui, entre outros 175 títulos, o The Australian e o The New York Post. Nos Estados Unidos, país onde reside e do qual se tornou cidadão, sua cadeia de notícias a cabo Fox News, que durante a invasão ao Iraque bateu a pioneira CNN em audiência, jamais ocultou seu apoio ao governo do republicano George W. Bush. Além da cadeia Fox, o grupo News Corp. impôs-se na televisão a cabo na Europa (BSkyB na Grã-Bretanha ou Sky na Itália, nascida da fusão Stream/Telepiu) e também na Ásia, com sua filial Star TV. Murdoch também tem interesses no mundo editorial (HarperCollins) e no cinema, com os estúdios Twentieth Century Fox, que produziu êxitos mundiais como Guerra nas Estrelas e Titanic. (…) Em 2007, um dos maiores êxitos do grupo foi a compra da Dow Jones e do Wall Street Journal, por um total de US$ 5,6 bilhões” (íntegra aqui).


No Brasil, a prática política do grupo News Corporation tornou-se mais conhecida pela repercussão das declarações da diretora de Comunicações da Casa Branca, Annita Dunn, que afirmou em outubro de 2009:


“…a rede Fox News opera, praticamente, ou como o setor de pesquisas ou como o setor de comunicações do Partido Republicano. (…) A rede Fox está em guerra contra Barack Obama e a Casa Branca, [e] não precisamos fingir que o modo como essa organização trabalha seria o modo que dá legitimidade ao trabalho jornalístico. (…) Quando o presidente [Barack Obama] fala à Fox, já sabe que não falará à imprensa, propriamente dita. O presidente já sabe que estará como num debate com o partido da oposição” (ver, neste Observatório, “A mídia como partido político“).


Hoje conhecemos o News Corporation através dos filmes da 20th Century Fox e pelos canais Fox da televisão paga: Fox News, Fox Movie, FOX Sports, Nat Geo Wild, National Geographic, dentre outros.


De onde vem o poder?


Além de tratar-se de um conglomerado econômico, fonte natural de poder, o News Corporation se utiliza de outras armas.


Apesar de todas as mudanças tecnológicas e das enormes transformações provocadas pela internet, sobretudo com relação aos formadores de opinião tradicionais, o poder da velha mídia continua avassalador quando atinge a esfera da vida privada. Essa é a base dos chamados “escândalos políticos midiáticos” que atingem a reputação das pessoas, seu capital simbólico.


Alguém acusado e “condenado” publicamente por um crime que não cometeu dificilmente se recupera. Os efeitos são devastadores. Não há indenização que pague ou corrija os danos causados por um “julgamento” equivocado da mídia.


Esse é exatamente o terreno fértil onde o medo – vale dizer, o poder da mídia sobre o cidadão – é cultivado. É o terreno preferido do “jornalismo” praticado pelos tabloides britânicos: a vida privada de figuras públicas – políticos e celebridades – mas também de pessoas comuns que alcançaram algum tipo de notoriedade negativa – por exemplo, por terem sido vítimas de um crime hediondo.


E quando esse “jornalismo”, na ganância por mais e maiores lucros, se utiliza de recursos criminosos de invasão da privacidade, como a escuta telefônica? Desaparecem todos os limites éticos.


Foi isso o que aconteceu com o News of the World.


Para impedir o poder do medo

O caso do News of the World ainda não terminou. Não se sabe se a prática “jornalística” criminosa se limitava ao tabloide inglês ou se estendia a outros veículos do News Corporation na Inglaterra e/ou em outros países.


De qualquer maneira, há lições que podem e devem ser tiradas do episódio para que se elimine a existência de condições favoráveis ao “poder do medo”.


Nesses tempos em que o debate sobre um marco regulatório para a mídia brasileira, mais uma vez, não consegue avançar, duas lições me parecem claras.


** Primeiro: conglomerados empresariais midiáticos se sentem em condições de fazer o que quiserem. Eles se tornam tão poderosos que se desobrigam de cumprir as normas legais e éticas que anunciam defender. É, portanto, indispensável que se controle a propriedade cruzada e as condições de criação e manutenção das redes de radiodifusão, fonte principal da concentração da propriedade dos grupos midiáticos.

** Segundo: a Press Complaints Commission (PCC), órgão independente e autorregulatório que fiscaliza o conteúdo editorial de jornais e revistas no Reino Unido, foi colocada em questão. O premiê David Cameron a classificou de ausente e ineficiente econcordou que algo precisa mudar no que diz respeito ao controle sobre as ações da mídia, ressaltando que é preciso um novo órgão e um novo sistema regulatório (ver, neste OI, “Imprensa britânica debate sistema regulatório“).


Um dos atuais membros da PCC – que deveria ter fiscalizado o “jornalismo” do News of the World – é Ian MacGregor, ele próprio, editor do The Sunday Telegraph, um dos jornais que pertencem ao grupo News Corporation (ver aqui).


Como já é sabido, a autorregulação é bem vinda mas, por óbvio, insuficiente. A regulação através de legislação própria aprovada no parlamento é indispensável.

A ver.

***

[Venício A. de Lima é professor titular da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Regulação das Comunicações – História, poder e direitos, Editora Paulus, 2011]



É porque o Murdoch não conheceu o Brizola

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A mentira de 31 de março de 1964


No dia 1º de abril de 1964, a conspiração que uniu as altas esferas do empresariado brasileiro, os latifundiários, os chefes militares, a hierarquia católica conservadora e agentes do imperialismo dos EUA depuseram o presidente constitucional João Goulart e deram início à ditadura militar que marcou as duas décadas seguintes pelo sangue dos patriotas e democratas, pela destruição da democracia e do Estado de Direito no Brasil.

Desde aquele dia inaugural da ditadura, a data que tem sido lembrada é a da véspera, 31 de março, pela folclórica razão de que, sendo o 1º de abril o dia da mentira, o golpe militar se tornaria alvo de chacota entre o povo.

O 1º de abril teria sido o dia mais indicado para lembrar aquele episódio nefasto. Era mentira que os golpistas defendiam a democracia, como alegavam; não era verdade que defendessem a soberania brasileira nem o desenvolvimento do país.

Contra a democracia, rasgaram a Constituição, instituíram a legislação de exceção que permitiu a cassação de direitos políticos e democráticos e de mandatos eletivos, no esforço de eliminar do cenário político parlamentares, sindicalistas, democratas, patriotas, lideranças de trabalhadores e do povo, que não aceitavam o arbítrio da ditadura. O rosário de assassinatos, tortura, prisões ilegais, exílio e outras formas de opressão contra os que resistiam à ditadura é conhecido e o preço pago em sangue pelos brasileiros é irresgatável e inegociável.

Diziam que defendiam a nação contra a ameaça representada pela URSS e pelos comunistas no Brasil. Mas quem humilhou o país e desrespeitou a soberania nacional foram os generais e as classes dominantes que, com completo apoio da embaixada dos EUA, deram o golpe militar. Basta lembrar o discurso pronunciado pelo general Castello Branco, na sede do Itamaraty, em 31 de julho de 1964, onde o principal líder da conspiração golpista e então primeiro ocupante militar da Presidência da República defendeu a tese antinacional do alinhamento automático com os EUA, com a consequente limitação da soberania brasileira.

Em relação ao desenvolvimento, naquelas duas décadas a economia realmente cresceu. Mas não foi um desenvolvimento nacional: a internacionalização foi aprofundada como nunca, a dependência tecnológica foi agravada pela opção do crescimento com base em empresas estrangeiras, a distorção na distribuição de rendas e no agravamento dos já agudos problemas sociais foi gigantesca. A modernização conservadora do campo expulsou multidões para as periferias das cidades, onde o desemprego, a baixa renda e as precárias condições de moradia, educação e saúde formaram o caldo de cultura onde viceja a violência e a insegurança.

Do ponto de vista institucional, uma herança perversa e insepulta da ditadura militar é a impunidade da violência policial, que torna a polícia brasileira uma das mais violentas do mundo, com sua atuação marcada pela tortura como forma rotineira de investigação e a morte de suspeitos como uma prática cotidiana.

O que há a comemorar? Bem fizeram os atuais comandantes militares que, pela primeira vez em 47 anos, retiraram a lembrança do golpe de 1964 de sua agenda de comemorações, gesto simbólico do sentimento democrático que anima a nova geração de chefes militares.

A velha geração continua saudosa do poder irrestrito e irresponsável que exerceu naqueles anos de atentados contra a democracia e os democratas, como mostra o manifesto comemorativo divulgado pelos clubes Militar, Naval e da Aeronáutica, saudando o rompimento da democracia e a manutenção e agravamento de uma ordem injusta rejeitada pelos brasileiros e apoiada apenas pelas elites proprietárias e por seus aliados imperialistas.

Foi o regime da tortura e do assassinato político e seus remanescentes usam o prestígio que ainda lhes resta para acobertar aquelas práticas ilícitas e desumanas, rejeitando qualquer investigação daqueles crimes e opondo-se à formação da Comissão da Verdade para revelar à nação o rio de sangue que correu no país nos anos em que estavam no poder.

O golpe militar de 1964 é um fato da história que os brasileiros lamentam e não aceitam mais. A democracia brasileira se fortalece, apesar dos resmungos das viúvas da ditadura. E, hoje, a melhor maneira de lembrar aquele passado é homenagear os heróis da resistência, os patriotas, democratas, socialistas e comunistas que nunca aceitaram a mentira da ”Redentora” e verteram seu sangue pelos direitos do povo e dos trabalhadores e pela soberania da Pátria. Estes não podem ser esquecidos jamais.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

ALERTA NA GLOBO: GÂNGSTER MIDIÁTICO VAI EM CANA




A notícia divulgada pela Tunis Afrique Presse (TAP) caiu como um molotov na Rua Lopes Quintas, 303, zona sul carioca: o dono da emissora tunisiana Hannibal TV foi tomar café de canequinha, ao lado de outros delinquentes, por usar a concessão de sua rede para “divulgar informações falsas, com o objetivo de sabotara estabilidade do país e levá-lo ao caos”. 
.
Aconteceu na Tunísia (assim, com acento), país do norte da África.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dilma vence debate da Globo e aumenta chances de vitória no dia 3

Aconteceu tudo ao contrário do que a oposição esperava. O último debate, o da Globo, o de maior audiência, aquele que poderia comprometer Dilma e alavancar Serra e Marina e provocar o segundo turno saiu pela culatra para os oposicionistas. Nem o "fator" Plínio funcionou. A candidata do PT teve, sem sombra de dúvida, o melhor desempenho. Para quem lidera as pesquisas, não sair chamuscada já é uma vitória. Vencer o debate então é praticamente selar o destino das eleições no primeiro turno.

As regras engessadas do debate impediram um confronto direto entre Serra e Dilma, restando ao tucano fazer ataques indiretos ao governo federal, numa postura antipática.

Segundo informações iniciais, o debate teve média de audiência de 24 pontos na medição do Ibope, tendo liderado a audiência entre as TVs de canal aberto durante os três primeiros blocos.

Marina repete discurso idealista

Para quem passou a semana saltitando "ondas verdes", Marina Silva estava muito apagada na maior parte do debate. Acordou só a partir do terceiro bloco e foi justamente para brigar com Serra. O tucano caiu na armadilha e foi ríspido com a candidata do PV, lembrando que ela não deixou o governo Lula na época do "mensalão". Os marqueteiros já tinham avisado aos candidatos que deveriam fugir de embate ríspido com Marina.

Marina insistiu no debate de estratégias, sem propostas concretas. Repetiu o discurso idealista que atinge uma faixa muito reduzida da população. Seu pronunciamento final foi fraco e a candidata apareceu diante das câmeras da Globo com aparência séria demais, quase triste. Definitivamente, não ajudou a suposta "onda verde" a ganhar musculatura.

Plínio não estava afiado

Plínio teve sua pior performance, a menos engraçada, a menos espirituosa, e justamente no debate de maior audiência. O candidato do PSOL conseguiu retomar a forma só nas considerações finais, quando fez um discurso cativante e ideológico. Mas já era tarde, o debate estava no fim.

Quando tentou provocar os adversários, Plínio usou argumentos equivocados. Ao ser questionado por Dilma sobre funcionalismo público, ele acusou o governo Lula de "privatizar" e "terceirizar" os serviços. Deu a deixa para Dilma rebater, dizendo que quem privatizou e terceirizou foi o governo FHC.

Serra evitou confronto

Serra não conseguiu ir além das críticas técnicas e econômicas ao atual governo. Não teve oportunidade de apresentar propostas interessantes com argumentação palatável ao eleitor indeciso. O tucano precisava desesperadamente de um desempenho acima da média para conquistar novos eleitores. Ou torcer para um desempenho desastroso de Dilma para arrancar eleitores dela. Não conseguiu nem uma coisa nem outra. Em sua fala final, sequer foi aplaudido pela platéia de tucanos presentes no estúdio da Globo.

Dilma manteve a serenidade

Dilma, por sua vez, respondeu a todas as perguntas com serenidade e no episódio que poderia resultar em seu pior momento --quando riram de sua fala sobre doações de campanha--, ela teve presença de espírito suficiente para inverter a situação e acabar a fala recebendo aplausos ao dizer que "lamenta o riso daqueles que têm outra prática".

A candidata petista estava preparada para responder perguntas potencialmente embaraçosas sobre as denúncias envolvendo a Casa Civil, sobre liberdade de imprensa e sobre aborto. Temas com os quais a oposição e a mídia têm atacado a candidata. Mas nem precisou. Preocupados em não adotar posturas agressivas, os adversários de Dilma sequer tocaram nestes assuntos.

Decisão no primeiro turno ficou mais factível

O debate acabou sendo um passeio para a candidata favorita. Dilma fez a natural defesa do governo Lula, mas citou o nome do presidente pouquíssimas vezes, mostrando que a campanha ajudou-a a ganhar personalidade própria.

Muitos analistas políticos passaram a semana dizendo que o debate desta quinta-feira seria decisivo. Se for mesmo, aponta para uma decisão no primeiro turno, a favor de Dilma.

Cláudio Gonzalez