Pastor homofóbico Marco Feliciano (centro) que preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara já enfrentou dezenas de protestos, que incluíram até um beijo na boca lésbico protagonizado pela atriz Fernanda Montenegro; entre os nomes que pedem sua saída, estão artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso e Wagner Moura, sem falar na Anistia Internacional; o lance mais recente da debandada é a demissão em massa de servidores da comissão; mas, ao lado dele, consta um único defensor: ele mesmo, o blogueiro neocon Reinaldo Azevedo (esq.); uma ilha deserta faria bem aos dois?
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
quinta-feira, 28 de março de 2013
POR QUE TANTA MÁ VONTADE?
Projeção de crescimento aponta para PIB de 3,1% este ano, o maior do último triênio; desemprego de 5,6% é o menor em 14 anos, assim como a taxa de juros de 7,25% é a mais baixa dos últimos 20 anos; previsão do Banco Central é de queda de 15% na tarifa de energia e de 2% na de telefonia; empréstimos para empresas crescem 75% em janeiro na Caixa, apontando para investimentos produtivos; inadimplência se mantém estável; preços administrados devem subir 2,7%, dentro da meta traçada; por que esses números não são destacados pela mídia tradicional?
28 DE MARÇO DE 2013 ÀS 13:34
247 - Entre 1999 e 2002, na gestão do fundador do Gávea Investimentos, Armínio Fraga, na presidência do Banco Central, a inflação saltou de 8,44% para 12,53%, variando entre 5,97% e 7,67% nos dois anos intermediários. As metas de inflação daquele quadriênio estouraram por três vezes, sendo respeitadas, com a entrada na variação permitida pela banda pré-estabelecida, em apenas um exercício. Era o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, com Pedro Malan no Ministério da Fazenda. A alegação para a quebra de todos os limites impostos pelo próprio BC, invariável: culpa da crise internacional.
A mídia tradicional, naquela quadra histórica, não apenas compreendia o momento, como aquiescia diante das decisões e elevou Fraga ao patamar de intocável, no qual ele está até hoje.
Nos últimos dois anos, o cenário de crise permaneceu tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. O euro, moeda única do Velho Continente, quase virou pó, com os países membros da União Européia tendo conseguido um consenso em torno da manutenção de sua moeda apenas depois de meses de longas reuniões. Países industrializados como a Itália, ascendentes como Portugal e modelares como a Espanha chegaram perto de quebrar. Aconteceu com a Grécia. Para todos, foram necessários bilhões de euros em ajuda para impedir o pior. No entanto, os efeitos da crise que, para ser contida nos Estados Unidos, leva o Federal Reserv a manter as taxas de juros no patamar zero até 2015 – decisão anunciada formalmente –, não levaram o Banco Central do Brasil, como no passado da virada dos anos 1990 para 2000, a estourar suas metas. Ao contrário.
Com base nos indicadores econômicos dos três primeiros meses deste ano, o Banco Central apresentou nesta quinta-feira 28 projeção de crescimento do PIB para 2013 de 3,1%. O resultado, uma vez confirmado, será o melhor do último triênio. A taxa de desemprego, medida pelo IBGE, também hoje foi anunciada em de 5,6%, a menor da série histórica iniciada em 1999. Ou seja, a mais baixa em 14 anos.
Sobre investimentos produtivos, a Caixa Econômica Federal divulgou um dado relevante. A carteira de crédito para pessoas jurídicas (empresas) chegou a R$ 67 bilhões em fereiro, num salto de 75% sobre o mesmo mês do ano passado. A inadimplência de pagamentos, ao mesmo tempo, se mostrou estável em 2%. Os indicadores mostram que os empresários voltaram a tomar recursos para investimentos produtivos, e têm conseguido pagar suas contas junto ao credor CEF.
No campo dos preços, as previsões convergem para estimar uma baixa generalizada de 15% nas tarifas de energia elétrica, beneficiando consumidores residenciais e a indústria, e de 2% nas contas de telefonia. É uma redução próxima à espetacular para um País que já tem mais telefones celulares do que habitantes. Os preços administrados, que na projeção de dezembro divulgada pelo BC poderiam ter alta de 2,4%, têm elevação prevista agora até dezembro de 2,7%. A taxa de inflação, antes projetada para 4,8%, foi ajustada para 5,7%.
Todos os números acima foram divulgados nesta manhã, em relatórios públicos do Banco Central e do IBGE. O destaque da mídia tradicional, porém, como se notava pelos títulos principais dos portais UOL, Estadão e G1, por volta do meio-dia, era apenas um: a taxa de inflação de 5,7%.
O que não foi dito ali com igual destaque, em prejuízo dos leitores, é que a nova projeção era integralmente esperada pelo mercado. E continua, a previsão de 5,7%, dentro da banda de variação de dois pontos acima ou abaixo do centro da meta, que é de 4,5%. Não houve um salto para além de 12%, como ocorreu no último ano da gestão de Fraga no BC. Os demais porcentuais que apontam para uma economia saudável, que vai quebrando, uma a uma, as ondas contrárias chegadas de fora para dentro do País, ficaram relegados a um plano inferior. De menor ou quase nenhuma visibilidade.
Trata-se, sem retoques, de uma estratégia comum de olhar o desempenho da economia brasileira pelo pior ângulo, embotando visualizações de um futuro diferente do que, por exemplo, o abismo do descontrole. Nesse rumo, até mesmo conclamações como as feitas pelos economistas Ilan Goldfajn e Alexandre Schwartasman, arautos do desemprego como forma de conter a inflação, ganham grandes espaços como se fizessem parte do debate sério da economia. "Gênios", como ironizou Delfim Netto.
Ainda bem que Malan está no Itaú Unibanco. E Fraga jogando golfe, aos domingos, no Itanhangá, e atuando no Gávea, e não no BC, nos dias úteis. (Marco Damiani)
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DILMA ENFRENTA A PÁTRIA RENTISTA: MÍDIA UIVA
*Bombardeio aéreo: helicóptero da Polícia Militar do governo do Estado de SP jogou bombas de gás lacrimogênio e gás pimenta contra moradores do Iguatemy, na tentativa de desocupação da área, na zona leste de SP, na última 3ª feira**decreto de Fernando Haddad tornou o terreno de 'interesse social', evitando um Pinheirinho 2 ;talvez até mais sangrento que o original
Moral de Serra vale R$ 1.000,00: a decisão é do juiz André Scavone, que julgou a indenização moral requerida pelo tucano, contra Amaury Jr, autor de 'Privataria Tucana'. A editora vai recorrer. Achou muito.
Uma 4ª feira de estupefação e revolta no circuito dos professores banqueiros, dos consultores e da mídia que os vocaliza. Na reunião dos BRICs, na África do Sul, a Presidenta Dilma disse que não elevará a ração dos juros reivindicada pelos batalhões rentistas, a pretexto de conter a inflação. A reação instantânea das sirenes evidencia a cepa de origem a unir o conjunto à afinada ciranda de interesses que arrasta US$ 600 trilhões em derivativos pelo planeta. Gente que prefere blindar seus automóveis a investir no desenvolvimento. O Brasil tem a maior frota de carros blindados do mundo. E uns R$ 500 bi estocados em fundos de curto prazo... Carros blindados, dinheiro parado, paraísos fiscais e urgências de investimento formam a determinação mais geral da luta política em nosso tempo.Os anéis soturnos desse garrote reúnem --e exercem, através da mídia, por exemplo-- um poder de extorsão capaz de paralisar governos e asfixiar nações. A falência cipriota assusta as trincheiras desse cortejo não por suas dimensões. Mas porque ressoa o uivo cavernoso de uma bancarrota, só anestesiada a um custo insustentável na UTI mundial das finanças desreguladas. No Brasil o mesmo uivo assume o idioma eleitoral ao gosto do dinheiro graúdo: ‘dá para fazer mais'. O governo Dilma acha que sim. Mas com a expansão do investimento produtivo; não com mais juro e arrocho. São lógicas dissociadas. Aqui e alhures, a obsessão mórbida pela liquidez descolou-se da esfera patrimonial para o éter dos rendimentos financeiros. Não importa a que custo. Dilma classificou essa receita de uma fraude datada e vencida. De um mundo que trincou e aderna, desde 2008. A pátria rentista uiva e ruge diante de tamanha indiscrição. (LEIA MAIS AQUI)
O trauma da ilha do tesouro
É incrível que os refúgios fiscais como Chipre e ilhas Caimã continuem funcionando mais ou menos como antes da crise financeira mundial. Todo o mundo viu o dano que os banqueiros fora de controle podem infligir. O artigo é de Paul Krugman
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É incrível que os refúgios fiscais como Chipre e ilhas Caimã continuem funcionando mais ou menos como antes da crise financeira mundial. Todo o mundo viu o dano que os banqueiros fora de controle podem infligir. O artigo é de Paul Krugman
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ONG denuncia CQC ao Ministério Público por exploração de menor
Em sua edição de 25 de março, o programa da TV Bandeirantes CQC levou ao ar o que alega ter sido “reportagem” feita por um “repórter-mirim”. Um menino de aparentes 10 ou 11 anos de idade foi levado ao Congresso Nacional por seu pai e pela equipe do programa a fim de enganar o deputado federal José Genoino (PT-SP), que não queria dar entrevista.
Abaixo, a chamada para essa “reportagem” que consta do site do programa:
“Após ficar na cola de José Genoino, o repórter Mauricio Meirelles finalmente conseguiu falar com o deputado petista. Com ajuda do repórter mirim João Pedro, Genoino falou abertamente sobre sua condenação no processo do mensalão e deu a sua opinião sobre o ‘mensalão mineiro’”.
Segundo o apresentador do programa Marcelo Tas, a criança é filha de um “militante petista”. O programa mostra o suposto pai de “João Pedro” apresentando-se ao deputado em questão à porta de seu gabinete na Câmara dos Deputados. Genoino, então, recebe o “militante” e seu “filho”. Esse “militante” grava um vídeo em que a criança “entrevista” o deputado.
No vídeo, após o garoto fazer perguntas sobre a condenação de Genoino e sobre corrupção, convida o entrevistado a ir “lá fora dar um beijo” em seu “tio”, o repórter do CQC. Quando o deputado sai à porta de seu gabinete, descobre que o menino fora usado para gravar consigo a entrevista que não quis dar ao programa.
Ainda que alguns possam julgar que, como condenado pelo Supremo Tribunal Federal, Genoino é passível de qualquer agressão ou trapaça que se queira fazer contra ele, como se coubesse à sociedade aplicar-lhe penas adicionais à condenação, a criança em questão foi usada em uma trapaça, induzida a mentir e teve sua imagem exposta nessa situação para todo o país.
A justificativa de que “João Pedro” atuou como “repórter-mirim”, na visão da Organização Governamental Movimento dos Sem Mídia, não procede. Não existe regulamentação para tal atividade ou para trabalho de alguém tão jovem e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é muito claro quanto à exposição da imagem de menores.
Abaixo, os textos do LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 (ECA) que versam sobre o tema.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Art. 100, item V – privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Com base na legislação pertinente, o Movimento dos Sem Mídia, através de seu presidente, autor deste Blog, nos próximos dias consultará e eventualmente representará ao Ministério Público (de São Paulo ou Federal, a decidir) por conta da exploração de imagem e pela evidente corrupção psicológica e moral da criança em questão.
BC AMERICANO TRADUZ A VISÃO DE DILMA
Uma fala da presidente Dilma Rousseff, sobre crescimento e inflação, desencadeou mais uma onda de críticas à política econômica, como se o Brasil sacrificasse a estabilidade de preços em nome de níveis de emprego maiores; do novo ataque especulativo, fazem parte economistas, como Alexandre Schwartsman e Ilan Goldfajn, e jornalistas, como Merval Pereira e Eliane Cantanhêde; ocorre que a missão do Federal Reserve, banco central americano, traduz exatamente o que a presidente Dilma falou: antes mesmo da estabilidade, vem o emprego, como meta central
28 DE MARÇO DE 2013 ÀS 07:46
247 - Dias atrás, dois economistas ligados ao sistema financeiro, Ilan Goldfajn, do Itaú Unibanco, e Alexandre Schwartsman, ex-Santander, renovaram suas críticas à política econômica do governo Dilma Rousseff e foram explícitos em seu receituário. Para conter a alta de preços, pregaram como remédio de política econômica que o governo incentivasse demissões na economia. Por mais que pareça incompreensível, é a pura verdade (leia maisaqui).
Foi a esse tipo de crítica e, provavelmente, a esses dois economistas que a presidente Dilma Rousseff falou ontem, na África do Sul, ao comentar a dicotomia entre emprego e inflação. "Não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento econômico", afirmou. "Esse receituário quer matar o doente em vez de curar a doença".
Instantaneamente, grandes bancos dispararam ordens para apostar na queda dos juros futuros, num movimento que pareceu ser coordenado. E foi isso que levou a presidente Dilma, no Blog do Planalto, a enfatizar seu compromisso com o combate à inflação.
O movimento presidencial deflagrou uma nova rodada de críticas à política econômica. Colunistas políticos, agora especialistas em economia, como Merval Pereira, do Globo, e Eliane Cantanhêde, da Folha, criticam o suposto descaso da presidente Dilma com a inflação.
Ocorre, no entanto, que a presidente não falou absolutamente nada que seja exótico ou mesmo surpreendente. Sua fala traduz uma mensagem que está expressa na missão do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. Lá, o emprego vem antes da estabilidade e a missão principal do Fed é "conduzir a política monetária, influenciando as condições monetárias e de crédito na economia, em busca do maior nível de emprego, de preços estáveis e de taxas de juros moderadas no longo prazo". Ou seja, nos Estados Unidos, economistas com uma visão de mundo semelhante às de Schwartsman ou Goldfajn, não teriam sucesso, nem pautariam editoriais na chamada grande imprensa. Emprego baixo e juros na lua não têm Ibope no mundo civilizado.
Abaixo, em inglês, a missão do Fed:
The Federal Reserve System is the central bank of the United States. It was founded by Congress in 1913 to provide the nation with a safer, more flexible, and more stable monetary and financial system. Over the years, its role in banking and the economy has expanded.
Today, the Federal Reserve's duties fall into four general areas:
- conducting the nation's monetary policy by influencing the monetary and credit conditions in the economy in pursuit of maximum employment, stable prices, and moderate long-term interest rates
- supervising and regulating banking institutions to ensure the safety and soundness of the nation's banking and financial system and to protect the credit rights of consumers
- maintaining the stability of the financial system and containing systemic risk that may arise in financial markets
- providing financial services to depository institutions, the U.S. government, and foreign official institutions, including playing a major role in operating the nation's payments system
PRESSÃO SOBRE COPOM PAUTOU ESPECULAÇÃO
Especuladores apostaram na alta dos juros, mas perderam com manipulação de fala presidencial: taxas futuras caíram; antes da reunião dos Brics, André Esteves, do BTG Pactual, atacou política econômica; "medidas macroprudenciais não fazem sentido hoje", disse ele; "ocorreu uma mudança estrutural nos juros brasileiros, mas isso não quer dizer que as taxa não vão mais subir ou cair. Só que vão subir para 8,5% ou 9%, e não para 14%, 15% ou 16%"; carga sobre o Copom presidido por Alexandre Tombini ficou evidente
28 DE MARÇO DE 2013 ÀS 10:51
247 _Hoje, os jornais destacaram nas manchetes que o mercado foi afetado por declarações da presidente Dilma Rousseff, ontem, em Durban, na África. A manchete deveria ser outra: especuladores que apostam na subida dos juros perderam dinheiro, mas jogo está só começando, pois objetivo final é Copom.
A presidente Dilma não disse nada de novo. Ela apenas repetiu que o governo está atento à inflação e trata o tema como prioridade, refletiu que não considera o melhor caminho a velha receita da promoção de uma recessão na economia. Uma obviedade, já repetida em várias ocasiões.
Mas os especuladores, predadores na sua essência, se aproveitaram para operar em cima da fala da presidente Dilma.
Os especuladores estão em plena safra de apostas em relação ao próximo Copom. Será que vai subir, ou manter o juro? Com a inflação no teto da meta estabelecida pelo governo, os economistas que defendem o pensamento neoliberal de que o melhor remédio é a recessão, passaram a defender a alta dos juros já.
Uma parte do mercado comprou a tese e aposta que o Copom vai ter de subir o juro, mais cedo ou mais tarde.
Nesse ambiente, a especulação corre solta. E o vale tudo prevalece. Antigamente, antes do surgimento da internet, as notícias em tempo real, eram recorrentes os boatos e rumores.
Agora, o que importa são as análises e interpretações dos economistas em torno de fatos ligeiramente plausíveis.
Ontem, foi isso o que aconteceu. Os analistas lançaram a tese de que a presidente Dilma Rousseff teria dado um recado ao Banco Central, no sentido de induzir moderação na próxima reunião do Copom. Coisa que fere a cartilha dos monetaristas. Juro é assunto dos iluminados do Copom, e acabou.
Os especuladores conseguiram o que queriam: fazer o mercado chacoalhar e ganhar dinheiro na gangorra do sobe e desce rápido das cotações no bilionário mercado futuro de juros da BM&F. Isso foi possível, pois os sites de notícias, influenciados pelos especuladores, imediatamente dispararam manchetes de que a presidente Dilma teria dito que não iria sacrificar o crescimento em função da inflação.
O que ela disse, de novo, foi que a inflação não seria negligenciada. No final do dia, os juros futuros da BM&F encerraram em queda, gerando perdas para os que apostam na alta dos juros pelo Copom. Mas isso é o de menor importância. O objetivo central dos especuladores foi aumentar a pressão sobre o Copom, que tem reunião marcada para 16 a 17 de abril.
O jogo de ontem foi feito para constranger o Banco Central, torná-lo psicologicamente vulnerável à interpretação de que seria um mero cumpridor de ordens dos desejos do governo central. Um órgão sem personalidade, um tarefeiro.
Esse tipo de pressão, às vezes, funciona, pois o Copom precisa exibir independência e assim ganhar credibilidade. Será que o BC vai conseguir se manter impermeável a esse jogo baixo dos especuladores? As posições dos especuladores são montadas para apostar no dia a dia e também com prazo determinado, que, no caso, é a decisão final do Copom. E essa é a parte que concentra o maior volume de dinheiro envolvido.
Mas quem são esses especuladores que apostam na alta dos juros?
Estão escondidos no anonimato do termo genérico de mercado. Mas, aqui e ali, aparecem e se revelam. Por exemplo, no último final de semana, o banqueiro bilionário André Esteves, BTG Pactual, deu entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. O tema central foi a questão da parceria com Ike Batista. Lá pelas tantas, porém, ele disse, com todas as letras:
"O que vejo é a inflação desconfortavelmente acima do centro da meta e isso pode ser combatido com a alta da taxa de juros. Medidas macroprudenciais não fazem sentido hoje, o crédito está subindo de maneira moderada. Ocorreu uma mudança estrutural nos juros brasileiros, mas isso não quer dizer que as taxa não vão mais subir ou cair. Só que vão subir para 8,5% ou 9%, e não para 14%, 15% ou 16%. E na frente vão cair de novo."
Pode ser.
Mas cabe a pergunta: será que o preço do corte de cabelo, da manicure ou do estacionamento vai cair com subida dos juros? Ou ganharam um novo valor com o crescimento da renda dos trabalhadores, que agora podem cortar o cabelo todo mês?
BELLUZZO LEMBRA QUE FRAGA ELEVOU META DE INFLAÇÃO
"E isso não foi visto como um pecado mortal", disse ex-secretário de Política Econômica; "Talvez seja mais apropriado rediscutir a meta de inflação para cima", sugeriu Luiz Gonzaga Belluzzo, apontando o Conselho Monetário Nacional como o órgão mais indicado para fazer essa revisão; "O BC está agindo com cautela e clarividência", defendeu, lembrando que meta de inflação foi alterada em governo tucano em razão da conjuntura internacional instável
27 DE MARÇO DE 2013 ÀS 18:32
247 – O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos principais conselheiros informais da presidente Dilma Rousseff para a política econômica, sugeriu hoje que o Conselho Monetário Nacional altere, para cima, a atual meta de inflação de 4,5 %.
- Talvez seja mais apropriado rediscutir a meta de inflação para cima. Isso aconteceu na administração de Armínio Fraga, e essa decisão não foi vista como um pecado mortal, lembrou o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (1985-1987), referindo ao presidente do Banco Central no segundo governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Belluzzo apoiou as ações do Banco Central. Nesta quarta-feira 27, em Durban, na África do Sul, o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, concedeu entrevistas a pedido da presidente Dilma Rousseff. "Ela pede para que o mal entendido seja desfeito: não há tolerância com a inflação. E quando o BC precisar fazer esclarecimentos, assim o fará". Tombini saiu a campo na tentativa de barrar as especulações contra uma alta dos juros, pelo Copom, em sua próxima reunião, iniciadas a partir de pronunciamento de Dilma, na manhã de hoje, no qual afirmou que o crescimento econômico não é motivo de alta inflacionária.
Ao Blog do Planalto, a presidente Dilma afirmou que seus palavras foram manipuladas de maneira "inadmissível".
Para Belluzzo, o BC "está agindo com cautela e clarividência". "Está muito tranquilo, sem aumentar o grau de ruído nessa discussão". Ele considerou, como Dilma havia feito, que a conjuntura internacional é instável neste momento.
"É preciso ter a inflação sob controle, mas sem tentar colocar dentro da meta diante de uma conjuntura tão instável", disse Belluzzo. "Poucas vezes no Brasil a inflação ficou dentro da meta. Armínio Fraga mudou a meta num momento de crise", lembrou.
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