247 – O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos principais conselheiros informais da presidente Dilma Rousseff para a política econômica, sugeriu hoje que o Conselho Monetário Nacional altere, para cima, a atual meta de inflação de 4,5 %.
- Talvez seja mais apropriado rediscutir a meta de inflação para cima. Isso aconteceu na administração de Armínio Fraga, e essa decisão não foi vista como um pecado mortal, lembrou o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (1985-1987), referindo ao presidente do Banco Central no segundo governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Belluzzo apoiou as ações do Banco Central. Nesta quarta-feira 27, em Durban, na África do Sul, o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, concedeu entrevistas a pedido da presidente Dilma Rousseff. "Ela pede para que o mal entendido seja desfeito: não há tolerância com a inflação. E quando o BC precisar fazer esclarecimentos, assim o fará". Tombini saiu a campo na tentativa de barrar as especulações contra uma alta dos juros, pelo Copom, em sua próxima reunião, iniciadas a partir de pronunciamento de Dilma, na manhã de hoje, no qual afirmou que o crescimento econômico não é motivo de alta inflacionária.
Ao Blog do Planalto, a presidente Dilma afirmou que seus palavras foram manipuladas de maneira "inadmissível".
Para Belluzzo, o BC "está agindo com cautela e clarividência". "Está muito tranquilo, sem aumentar o grau de ruído nessa discussão". Ele considerou, como Dilma havia feito, que a conjuntura internacional é instável neste momento.
"É preciso ter a inflação sob controle, mas sem tentar colocar dentro da meta diante de uma conjuntura tão instável", disse Belluzzo. "Poucas vezes no Brasil a inflação ficou dentro da meta. Armínio Fraga mudou a meta num momento de crise", lembrou.
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