Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 14 de maio de 2012

SEGUNDA-FEIRA NEGRA NA EUROPA; NO BRASIL, INTELECTUAIS VÃO À LUTA



"Catástrofe liberal": crise arrasta Europa para a incerteza

O cientista político, economista e ex-deputado ecologista Alain Lipietz resume o momento pelo qual atravessa a Europa com duas palavras: “a catástrofe liberal”. As bolsas europeias voltaram a fechar com índices negativos, enquanto a Espanha, arrastada pelo redemoinho da especulação e dos cortes, acusa a Grécia de ser a responsável pela situação. A União Europeia considera cada vez mais a possibilidade de a Grécia abandonar a moeda única. O artigo é de Eduardo Febbro, direto de Paris.

Paris - A história cruza suas espadas e faz papel picado da construção europeia tal como ela foi plasmada no modelo ultraliberal. No momento em que o socialista François Hollande se prepara para assumir a presidência da República da França, a Europa está espremida em uma grave crise enquanto os mercados seguem movendo os fios para não perder um centavo de seus já abismais lucros: a Grécia continua sem formar um governo que aceite submeter o povo à sangria da austeridade imposta pelos mesmos que foram cúmplices da derrocada. As bolsas europeias - Paris, Londres, Milão, Frankfurt, Atenas – voltaram a fechar com índices negativos, enquanto a Espanha, arrastada pelo redemoinho da especulação e dos cortes, acusa a Grécia de ser a responsável pela situação.

“A instabilidade política grega é o principal elemento de incerteza e é aí que devemos agir. Temos que tomar decisões”, disse em Bruxelas o ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos. A União Europeia se divide em torno do irmão menor. Responsáveis da Comissão Europeia, ministros, analistas e meios de comunicação já contempla, sem se escandalizar, o futuro da Europa com a Grécia fora do euro. Os responsáveis europeus colocaram Atenas ante uma disjuntiva com final similar: morrer dentro do euro, ou morrer fora dele. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse que “se os acordos não são respeitados por um país, isso significa que não há condições para continuar com esse país”.

Na verdade, são os mercados que antecipam a hecatombe. Assustados pela eventualidade de um atraso ou de uma suspensão das ajudas financeiras prometidas a Atenas para que faça frente a seus vencimentos, os investidores se refugiam ali onde seus capitais estão a salvo, neste caso nos títulos alemães. A taxa de risco espanhola alcançou um máximo histórico ao mesmo tempo em que os títulos alemães, os Band, percorreram o caminho contrário: chegaram a seu piso mais baixo da história graças à corrida dos investidores para esse produto seguro. A crise grega se juntou com os desarranjos da banca espanhola oriundos de anos anteriores. O incêndio está chegando aos cofres dos bancos e se expande com as faíscas do passado.

A reforma bancária proposta pelo governo conservador de Mariano Rajoy obriga os bancos a aportar provisões de 30 bilhões de euros para sustentar as contas castigadas por empréstimos imobiliários de alto risco. Cinco dos principais bancos do país – Bankia, CaixaBank, Popular, Santander e BBVA – necessitam de 16 bilhões de euros para sanear-se. Os bancos espanhóis arrastam uma sombra de 238 bilhões de dólares de ativos imobiliários cujo valor é aleatório.

Como se isso não bastasse, o socialista François Hollande assume nesta terça-feira a presidência em pleno confronto com a Alemanha a propósito do manto de austeridade com o qual Berlim cobriu a Europa. O presidente francês se empenhou em renegociar o pacto fiscal adotado em março passado por 25 dos 27 países da União Europeia com a meta de superar a crise. Mas esse pacto implica severas políticas de austeridade e Hollande disse que a austeridade sem crescimento não faz sentido. O chefe de Estado francês quer renegociar o tratando incluindo medidas a favor do crescimento, algo que a Alemanha rejeita. No entanto, os analistas consideram que a força da crise grega obrigará Paris e Berlim a um consenso no momento em que a ideia da saída da Grécia do euro deixou de ser uma metáfora.

O tabu sobre a unidade em torno do euro foi reduzido a pedaços. A União Europeia considera cada vez mais a possibilidade de que a Grécia abandone a moeda única. O semanário britânico The Observer chegou até a publicar uma nota sobre “como a Grécia poderia deixar o Euro em cinco etapas difíceis”. Em Atenas, o chefe do partido de extrema-esquerda Syriza, negou-se a formar um governo com mandato para aplicar um programa que ele mesmo qualificou de “criminoso”. Sem governo na Grécia, a única alternativa seria realizar novas eleições daqui a um mês. Marcus Huber, membro da empresa de consultoria financeira ETX Capital, disse à imprensa que “essas eleições não só conduziriam a um novo rechaço das medidas de austeridade, como representariam um verdadeiro referendo sobre a permanência ou não do país na zona do euro”.

Antes impensável, essa eventualidade torna-se tangível e as capitais europeias já começaram a fazer contas. Na França, o governador do Banco da França, Christian Noyer, declarou que nenhum grupo financeiro, banco ou companhia de seguro atravessaria sérias dificuldades em caso de “um cenário extremo na Grécia”. O passivo da Grécia com os bancos franceses chega a 13 bilhões de euros.

Atenas deve cumprir com o plano de ajuste ou partir. O cenário de um erro sem a Grécia é menos otimista que as declarações oficiais. Se isso ocorrer, muitas empresas entrariam em situação de moratória. Segundo a agência de avaliação financeira Fitch, as repercussões da Grécia fora do Euro se fariam sentir nas notas de países como Itália e Espanha. De fato, a crise polifônica que atinge a Europa é consequência do dogma liberal: desmontar os Estados, impor a bota da austeridade e do rigor. Em termos de funcionamento, o dogma também criou desarranjos difíceis de corrigir: o Banco Central Europeu (BCE) não empresta dinheiro aos Estados, só aos bancos privados. Só o BCE tem o poder de desvalorizar o euro e unicamente o BCE e os bancos privados podem emitir moeda, não os Estados.

Por esta razão, a Grécia não pode nem desvalorizar nem criar moeda, nem obter dinheiro do Banco Central a uma taxa razoável. A universitária Sophia Mappa, pesquisadora no Laboratório de Investigações sobre a Governabilidade (Largotec) assinala que “a crise grega é o espelho dos limites do modelo liberal, não só econômico, mas também social”. O cientista político, economista e ex-deputado ecologista Alain Lipietz resume o momento pelo qual atravessa a Europa com duas palavras: “a catástrofe liberal”.

Nada retrata melhor sua análise do que as cifras do banco BBVA. No informe anual apresentado em abril passado pelo BBVA, ante a Comissão do Mercado de Valores dos Estados Unidos, o banco registrou: “A crise da dívida soberana na Europa se intensificou em agosto de 2011 e se contagiou com pressões de financiamento no setor financeiro. As tensões financeiras na Europa seguem em níveis superiores àquelas verificadas após a queda do Lehman Brothers em 2008”. Quatro anos depois da grande quebra do Lehman, a crise não fez outra coisa do que desenhar um redemoinho que arrasta povos inteiros ao desemprego, à pobreza e à incerteza.

Tradução: Katarina Peixoto


CPI: Paulo Teixeira quer
convocar mulher de Gurgel

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Teixeira: Policarpo tem que explicar uma por uma


No programa Entrevista Record Atualidade que a Record News exibe nesta segunda feira às 22h15, logo depois do programa do Heródoto Barbeiro, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), ex-lider do partido e membro da CPMI considera que a sub-Procuradora Claudia Sampaio, mulher de Roberto Gurgel, o brindeiro Procurador, deve ser convocada para depor.

Teixeira acha indispensável que a sub-Procuradora explique por que ficou um ano sem investigar as ligações de Carlinhos Cachoeira com o senador Demóstenes Torres.

Ele considera que, se o povo de Goiás soubesse do que sabe agora, provavelmente Demóstenes não teria sido eleito.

Sobre Robert(o) Civita e Policarpo Junior, Teixeira acha necessário ouvir Policarpo, que manteve uma relação de dez anos com Cachoeira e chegou a depor a favor dele.

É impossível que Policarpo não soubesse que se tratava de uma quadrilha, de crime organizado.

Policarpo terá que explicar, uma a uma, as “reportagens” que publicou na Veja.

Inclusive aquela que serviu como ponto de partida para o mensalão – clique aqui para ler “ TV Record melou o mensalão” .
Policarpo terá que demonstrar que ele era o responsável pelo que publicou.

Se houver alguém mais responsável acima dele, diz Teixeira, este também deverá ser chamado.

“Vamos perguntar sobre todas as matérias”, disse o deputado petista.

Segundo Teixeira, a CPI vai se acelerar no momento em tiver acesso a todos os áudios e se aprofundar nas conversas todas.

Aí, é possível que se caracterize a necessidade de Robert(o) Civita depor – clique aqui para ler  “Os áudios que incriminam a Veja, Robert(o) Civita e Cachoeira -  uma reportagem do Domingo Espetacular”.

Paulo Henrique Amorim

 

Collor quer dono
da Veja na CPI

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"Em nome da verdade, desafio o chefe-maior desse grupelho, Roberto Civita"


Saiu no R7:



Dono de Veja deve ser convocado para CPI do Cachoeira, diz Collor


Alvo da imprensa na década de 90, ex-presidente condena relação entre revista e bicheiro


Afastado da Presidência depois de um processo de impeachment no início dos anos 1990, o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) defendeu em Plenário, nesta segunda-feira (14), a convocação do jornalista Policarpo Júnior, chefe da sucursal da revista Veja em Brasília, e do dono da publicação, Roberto Civita, à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Caso Cachoeira, que investiga as relações do bicheiro com agentes públicos.


De acordo com Collor, Policarpo Júnior é uma testemunha-chave no processo. O senador disse que é preciso saber até que ponto sua atividade jornalística em relação a Cachoeira ficou limitada ao contato com a fonte.


— Será que não teria sido melhor para o Brasil se o jornalista e seu veículo não tivessem ajudado o contraventor? Até que ponto uma fonte criminosa tem que ser coberta pelos meios? Onde estão os limites em proteger uma fonte e preservar sua rede de contravenções? A liberdade de imprensa está se transformando em libertinagem da imprensa?


Collor afirmou ainda que, há quase uma década, Policarpo Júnior tem estreitas relações com Cachoeira. O senador lembrou que o jornalista já testemunhou a favor de Cachoeira, em uma representação que envolvia o nome do empresário no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, em janeiro de 2005.


Naquela época, Cachoeira acusava parlamentares de tentarem extorqui-lo, por causa das investigações da CPI da Loterj, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Segundo o senador, não houve reação negativa quando o jornalista prestou depoimento a favor do bicheiro na Câmara dos Deputados. Assim, ele justifica, não deveria haver “temor” com o possível depoimento de agora.


O senador também fez duras críticas à revista Veja e disse já ter usado a tribuna para denunciar “fatos vergonhosos desses que se julgam paladinos da moral”.


Além disso, Collor afirmou que um ministro do STF já foi procurado pela revista, que teria pedido a condenação do senador no Supremo em troca de destaques na revista.


— Em nome da verdade, desafio o chefe-maior desse grupelho, Roberto Civita, para comparecer à CPI e falar das relações que sua revista e alguns de seus jornalistas mantêm com o crime organizado.


Europa  vive o dia mais grave da crise desde 2008. Derrota eleitoral de Merkel na importante região fabril da Renania, impasse grego e o esfarelamento financeiro da Espanha aterrorizam investidores.A 2ª feira foi marcado por quedas nas bolsas em todo o mundo, fuga de títulos do euro e de papéis de bancos da UE. Na Espanha o governo conservador impõe ao país um arrocho mais duro e intenso  que o implantado por Tatcher na Inglaterra, nos anos 80. Inutilmente: para financiar o Tesouro espanhol os fundos especulativos exigiam nesta 2ª feira  juros cinco pontos acima dos papéis alemães.Paul Krugman, um moderado, avisa em sua coluna no NYT: saída da Grécia da zona do euro é iminente e desencadeará uma fuga de capitais, obrigando Espanha e Itália a adotarem um 'corralito'  para conter  a corrida bancária. A instabilidade se estende à França, onde Hollande assume nesta 3ª feira em meio a uma onda de demissões que desafia e constrange a plataforma centrista. No Brasil, a crise da ordem neoliberal  derruba interditos e impulsiona intelectuais a assumirem a reconstrução
 da agenda do desenvolvimento à frente dos partidos.  (LEIA MAIS AQUI)

O Brasil e a escravidão mercantil: nossa dívida com a África


Após a promulgação da lei de 1831, que proibia o tráfico de africanos para o Brasil e a escravização de africanos após esta data, o Brasil permitiu a continuidade do tráfico por navios negreiros portando bandeira brasileira e o desembarque e escravização de 760 mil africanos, e assegurou a impunidade de traficantes e senhores de escravos durante décadas, que continuaram a subjugar ilegalmente gerações de escravos até 1888. Esta impunidade fundadora das elites imperiais tem reflexos na estrutura social e em formas de dominação política que prevalecem até hoje. O artigo é de Luiz Carlos Fabbri e Matilde Ribeiro.

1. O escravismo na formação do Brasil
O presente artigo tem por objetivo chamar a atenção sobre a atualidade política do regime escravista no Brasil e sobre a responsabilidade histórica do Estado brasileiro no tráfico transatlântico de escravos e na escravização de africanos ao arrepio da lei durante o Império. Com efeito, após a promulgação da lei de 1831, que proibia o tráfico de africanos para o Brasil e a escravização de africanos após esta data, o Brasil independente permitiu a continuidade do tráfico por navios negreiros portando bandeira brasileira e o desembarque e escravização de 760 mil africanos, segundo a estimativa de Alencastro (2010), e assegurou a impunidade de traficantes e senhores de escravos durante décadas, que continuaram a subjugar ilegalmente gerações de escravos até 1888.

Esta impunidade fundadora das elites imperiais tem reflexos na estrutura social e em formas de dominação política que prevalecem até os dias atuais. Assim como a ―invisibilidade‖ dos negros e das comunidades quilombolas constituiu um traço histórico marcante da realidade racial no Brasil, a invisibilidade do crime de lesa-humanidade praticado por traficantes brasileiros permanece grandemente ignorada até o presente. Nesses tempos em que se reconhece e se discute o direito à memória e à verdade acerca das violações de direitos humanos nos períodos ditatoriais recentes, a nação brasileira precisa tornar-se ciente de que o tráfico abjeto e o regime escravista foram em larga medida obra de nossos conterrâneos.

Hoje, esse salto evolutivo em nossa memória histórica é não somente necessário, mas emergente, graças à amplitude e lucidez da nova política africana desencadeada pelo Governo Lula, o ―mais africano dos presidentes, no dizer do ex-Ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim. No ano de 2011, comemoram-se dez anos da Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Conexas de Intolerância, que teve lugar em Durban, na nova África do Sul, em agosto/setembro de 2001.

Em sua memorável resolução final, a Conferência reconheceu ―que a escravidão e o tráfico de escravos, incluindo o tráfico transatlântico de escravos, foram tragédias terríveis na história da humanidade, não apenas por sua barbárie abominável, mas também em termos de sua magnitude, natureza de organização e, especialmente, pela negação da essência das vítimas‖; reconheceu ainda que ―a escravidão e o tráfico de escravos são crimes contra a humanidade e assim devem sempre ser considerados, especialmente o tráfico transatlântico de escravos, estando entre as maiores manifestações e fontes de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata...

Durban foi um marco que galvanizou em todo mundo novos entendimentos e posturas, bem como movimentos sociais e políticas públicas sobre a problemática racial, particularmente com respeito aos afrodescendentes, como bem o ilustra, a declaração de 2011 como o Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, em 2011 pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

Tudo isso é imensamente relevante em nosso país. Com efeito, segundo projeções do IPEA, devido à diferença nas taxas de fecundidade entre população branca e não branca, projeta-se para 2050 que ¾ da população brasileira estará constituída por negros e pardos. O Brasil, este povo majoritariamente afrodescendente, tem o direito de conhecer toda a verdade sobre sua história. Ao fazê-lo, deverá reconhecer sua dívida com respeito à África, independentemente do colonialismo europeu, do qual os dois continentes foram vítimas, mas devido à participação direta do Estado brasileiro, pós-Independência, na pilhagem da África.

2. A longa abolição da escravatura
Como é sabido, o Brasil foi o último país das Américas a libertar efetivamente seus escravos. No entanto, após a firma do tratado anglo-brasileiro de 1826, em troca do reconhecimento pelo Reino Unido da independência do Brasil, havia sido aprovada pela Câmara de Deputados do Império e promulgada em 1831, durante a Regência, uma lei que abolia o tráfico de escravos e criminalizava a escravização de africanos desembarcados no Brasil.

Apesar desta lei, que está na origem de expressão popular ―para inglês ver, os chamados negreiros brasileiros prosseguiram com o tráfico, servindo-se de uma rede de agentes instalados ao longo de toda a costa ocidental da África. Na verdade, com a abolição do trabalho escravo nos Estados Unidos, após a guerra da independência, o tráfico negreiro brasileiro ganhou inclusive um novo impulso, sem a concorrência de seus congêneres do norte.

Além do tráfico, a lei de 1831 proibia a própria escravização, não somente assegurando plena liberdade aos africanos introduzidos no país após esta data como considerando seqüestradores seus eventuais proprietários, sujeitos a sanções penais. Por reduzir à escravidão a pessoa livre que se achar em posse de sua liberdade, o Código em vigor à época impunha aos infratores uma pena pecuniária e o reembolso das despesas com o reenvio do africano seqüestrado para qualquer porto da África.

Pouco depois, em 1845, o governo britânico decretou o Bill Aberdeen, que proibia o tráfico de escravos entre a Europa e as Américas e autorizava a Marinha a aprisionar navios negreiros, mesmo, no caso, quando navegassem em águas territoriais brasileiras, provocando pânico, segundo se diz, em traficantes e proprietários de escravos e de terras no Brasil. Para a Grã Bretanha, potência hegemônica no período, o tráfico tinha deixado de ser rentável, tornando-se um obstáculo às suas necessidades de expansão imperialista e de conquista de novos mercados, embora suas reais motivações se ocultassem sob o véu de razões filosóficas e humanitárias.

Apesar do forte sentimento anti-britânico gerado na alta sociedade imperial, o governo brasileiro viu-se obrigado a aprovar uma nova lei em 1850, dita lei Euzébio de Queiroz, que extinguia o tráfico transatlântico para o Brasil e autorizava a apreensão dos negros ― boçais, que assim chamavam aos escravos recém-chegados que não dominavam o português. Mas, em contrapartida, a lei ignorava os escravos que haviam chegado ao país desde o tratado de 1826 e a lei de 1831, concedendo, de certa forma, um indulto aos seus infratores.

Com este gesto inaugural de impunidade, que viria a se incrustar a posteriori na sociedade brasileira, o governo brasileiro ―anistiava, a partir de 1850, os culpados pelo crime de seqüestro de africanos, fazendo vistas grossas ao crime correlato de escravização de pessoas livres. Com isso, os quase 800 mil africanos desembarcados até 1856 — e a totalidade de seus descendentes — continuaram sendo mantidos ilegalmente na escravidão até 1888, ao mesmo tempo em que aumentava o tráfico interno em direção ao Sudeste e ao Sul, que ganhavam novo dinamismo econômico em detrimento do Nordeste. Assim, boa parte das últimas gerações de seres humanos escravizados no Brasil não era escrava de jure.

Ou seja, o tráfico de escravos e a escravização de africanos durante o Império não eram somente condenáveis no plano ético: eram atos ilegais cometidos pelas elites brasileiras, que permaneceram ocultos e impunes nas dobras da história dos vencedores. Paralelamente, a elevada concentração fundiária ganhava por esta via uma sobrevida e se consolidava, ao mesmo tempo em que se reforçavam os fundamentos da desigualdade racial no Brasil.

3. O Brasil e o tráfico negreiro
O tráfico negreiro com destino ao Brasil sempre teve uma dinâmica própria. Já desde o século XVII, era gerido a partir de portos brasileiros, isto é, os grandes traficantes que garantiam a reprodução do sistema escravista no país estavam sediados em Recife, Salvador e Rio de Janeiro, e não em Lisboa. A partir de 1831, o tráfico passou integralmente ao controle de traficantes brasileiros e seus agentes em portos da África Ocidental. Os escravos eram trazidos da África, acorrentados em navios negreiros, com a bandeira brasileira hasteada em seus mastros, causando profunda dor em patriotas como Castro Alves, que em seu poema Navio Negreiro, de 1868, dezoito anos após a lei Euzébio de Queiroz, bradava enfurecido:

“Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!... Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia? Silêncio. Musa... chora, e chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança... Tu que, da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!...”

No Império, os traficantes brasileiros eram considerados empresários de sucesso e possuíam um status social elevado, armando embarcações com destino à África, servindo-se de uma rede de fornecedores e agentes comerciais em vários países e empregando muitas pessoas. Até 1831 estiveram entre os homens mais ricos do Império, com ligações estreitas com a Corte e representantes na Câmara de Deputados, além de contar com a conivência da polícia e das autoridades locais.

Somente após 1850, com a Lei Euzébio de Queiroz, eles começaram a ser qualificados como ―piratas, tendo muitas vezes que fugir para o exterior. No entanto, sob a proteção dos latifundiários, que como compradores de escravos jamais foram punidos, foram autorizados a voltar a viver no país já nos anos 1860 e incentivados a aplicar suas fortunas em outros negócios, como a agricultura. De certa forma, portanto, a participação de brasileiros no tráfico negreiro e as benesses que receberam fazem parte de um processo que ajudou a plasmar as elites brasileiras nas entranhas da sociedade escravocrata brasileira.

Segundo Alencastro, ―do total de cerca de 11 milhões de africanos deportados e chegados vivos nas Américas, 44% (perto de cinco milhões) vieram para o território brasileiro num período de três séculos (1550-1856). Somente após 1808, com a chegada da família real ao Brasil, teriam desembarcado mais de 1,4 milhões de escravos, aproximadamente ⅓ do total de africanos escravizados que aportaram em terras brasileiras.

Grande parte da decantada prosperidade econômica do Brasil imperial se baseou nesses enormes contingentes de escravos desembarcados durante o século XIX. Para citar um único exemplo, à persistência da escravatura se deveu o arranque da cafeicultura no Vale do Ribeira em São Paulo, que converteu o Brasil no maior produtor mundial do produto e viabilizou ulteriormente a industrialização do país.

O tráfico negreiro e o trabalho escravo no Brasil contribuíram poderosamente para a acumulação mundial de capital e a expansão econômica européia, tornando rentável a colonização da África. Em contrapartida, a África ficou estagnada, com grande parte de sua população dizimada ou deportada e com suas sociedades desestruturadas, ao mesmo em que se acentuavam os conflitos internos e as migrações massivas.

O caso de Luanda, bem documentado, ilustra as mudanças provocadas pelo tráfico nas sociedades africanas. De 1770 a 1840, seu porto permaneceu como o mais importante exportador de escravos da África Ocidental, mantendo-se nesta posição com respeito ao Brasil, mesmo após a primeira lei de abolição em 1831. Ao longo deste período, a população não só declinou fortemente como sofreu perdas significativas em sua mão de obra produtiva, para atender à demanda brasileira. Este processo, no entanto, jamais ocorreu sem resistências, sendo freqüentes as fugas e revoltas de grupos de população vulnerável para o interior e a criação em meados do século XIX de ―quilombos ou ―motolos, que costumavam se armar e atacar a cidade de Luanda.

Esta rapina abjeta de seres humanos reduziu o potencial de desenvolvimento e maculou o ethos civilizatório do qual a África era portadora. Visto da perspectiva do continente africano, o tráfico de escravos não foi, portanto, uma empresa exclusiva de colonizadores europeus, mas também, e diretamente, de traficantes brasileiros atuando com o beneplácito do Estado brasileiro, quando o país já havia se tornado independente.

4. A dimensão política de nossa dívida com a África
Quando falamos da dívida brasileira com respeito à África, não devemos restringi-la ao incomensurável aporte dos africanos à construção da nação brasileira ou, muito menos, igualar o Brasil à potência colonizadora. A colonização africana resultou do expansionismo europeu e, desta perspectiva, tanto Brasil como África padecemos solidariamente dos seus males. Mais precisamente: o Brasil não colonizou a África e nós não temos porque assumir uma responsabilidade histórica que não nos cabe diretamente.

A verdadeira dívida brasileira está espelhada no tráfico negreiro realizado por traficantes brasileiros, principalmente ao longo do Império, atuando ilegal e impunemente, sob a égide do Estado brasileiro, ou seja, refere-se a um período histórico de pouco mais de meio século, num contexto em que o Brasil e outros países do continente americano já haviam deixado de ser colônias, tornando-se independentes.

Com efeito, foram traficantes brasileiros, em associação com grandes latifundiários, ou seja, as elites econômicas imperiais, que tomaram as rédeas do tráfico para o Brasil. Embora o país tenha evoluído desde então, os herdeiros dessas elites, e em alguns casos inclusive seus descendentes diretos, continuam tendo um enorme peso na vida política e na economia do país. A atualidade do tráfico negreiro reside, contudo, mais além das chagas sociais que nos legou, no desafio que nos coloca sobre o imperativo de ampliar continuamente nossos horizontes democráticos e construir uma sociedade que respeite a dignidade humana.

A discriminação e o racismo contra o negro no Brasil têm na escravatura sua matriz principal e fundadora. O tráfico necessitava uma justificativa no plano ideológico, que reduzisse o "homem de cor" a um ser inferior, degradado, próprio a ser tratado como uma coisa, uma mercadoria. O racismo cresceu à medida que se expandiu o tráfico negreiro e se incrustou nas instituições brasileiras principalmente a partir do Império. Mesmo depois de abolida a escravidão, o racismo prosseguiu e prosperou, como parte de uma cultura dominante abraçada pelo Brasil independente, a mesma que tornou possível e aceitável o saque colonial, o imperialismo e, nos dias atuais, o neocolonialismo. No caso do Brasil, esta cultura ainda dominante se traduz na submissão, com freqüência servil, aos interesses das classes dominantes do mundo dito civilizado.

O governo Lula inaugurou uma reviravolta nesta triste herança histórica, ao assumir a dívida histórica do Brasil com respeito à África, e ao reafirmar, a um só tempo, o peso da África e dos afrodescendentes na formação social brasileira. Contrariando as pretensões primeiro-mundistas das elites tradicionais, pediu publicamente perdão aos africanos e fez da África uma prioridade para a nova inserção internacional do Brasil, mediante uma visão de largo prazo dos interesses nacionais. Conferiu assim uma nova legitimidade e um cunho popular à política externa brasileira, valorizando o componente africano de nossa sociedade e a sua contribuição decisiva para a afirmação da nossa cultura. Para a África, o Brasil de governo Lula tornou-se um poderoso aliado na conquista de maior autonomia e integração, ajudando-a a superar a situação de dependência e marginalização em que se encontra.

No plano interno, contudo, nesses tempos em que se discute o direito à verdade e à memória na perspectiva dos oprimidos, cabe ainda desvendar o quanto a forma que assumiu o escravismo no Brasil determinou seu desenvolvimento ulterior e, em particular, porque o Brasil permanece até hoje como a única grande economia agro-exportadora que não realizou uma extensa reforma agrária.

O ocultamento da verdade com respeito ao papel de brasileiros no tráfico negreiro contribui também, certamente, à perpetuação do trabalho escravo no Brasil até o presente, esse crime de lesa-humanidade, considerado imprescritível pela Constituição de 1988.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, de 1995 até agosto de 2010, foram resgatados quase 38 mil escravos. Por sua vez, a Comissão Pastoral da Terra estima que cerca de 25 mil brasileiros se tornam escravos a cada ano, passando a viver em barracões de chão batido, separados de suas famílias e subjugados por dívidas impagáveis e crescentes. Segundo Monteiro Filho da ONG Repórter Brasil, que se especializou no trabalho escravo contemporâneo, ―os empregadores que utilizam mão de obra escrava são, na maioria das vezes, grandes latifundiários [...] quando não são congressistas, membros dos Legislativos estaduais ou do Poder Judiciário‖. Segundo este autor, ―a maioria dos casos de utilização de mão de obra escrava é registrada... nas fazendas de gado‖. O Brasil, como maior produtor e exportador de carne bovina do mundo, e grande produtor agrícola, tem no poderoso agronegócio a marca do trabalho escravo contemporâneo.

Assumir a responsabilidade histórica pela enorme dívida que temos com a África não é, portanto, uma atitude passadista, porém tem um claro rebatimento em componentes estruturais de nossa realidade como nação e em alguns de nossos principais desafios atuais. Esclarecer e discutir este tema representa um direito da sociedade brasileira e de sua maioria afrodescendente em especial. A política externa e a de cooperação com a África precisam incorporar continuamente esta dimensão como fundamento incontornável de enfoques inovadores e emancipatórios, baseados no respeito à dignidade e à liberdade humana.

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Marquese, R., A Dinâmica da Escravidão no Brasil. Resistência, tráfico negreiro e alforrias, séculos XVII a XIX; NOVOS ESTUDOS CEBRAP 74, março 2006

Mbaye, S. El Ethos esclavista y la economía africana. 2010, www.project-syndicate.org

Nkrumah, K., A África deve unir-se. Ulmeiro, Lisboa, 1977.

Pétré-Grenouilleau,O. A história da escravidão. Boitempo Editorial, São Paulo, 2009.

Raminelli, R. A história sob o monotrilho, 2001, Teoria e Debate nº 46, Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2001.

Repórter Brasil. http://www.reporterbrasil.org.br
Vários autores, Dossiê Escravidão, Revista História Viva, ano VIII, nº 88, 2011, pp. 26-49, Ediouro Duetto Editorial Ltda.

Vários autores, Especial “A abolição em revista”, Revista de História da Biblioteca Nacional, Ano 3, nº 32, 2008, pp. 14-27, Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional.


(*) Luiz Carlos Fabbri é integrante da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo. Matilde Ribeiro foi ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no Governo Lula.

Bomba: Cachoeira ligado à fabulosa doadora de R$ 8,25 milhões ao PSDB Nacional

#VejaTemMedo

                                Em primeira-mão no Blog Os Amigos do Presidente Lula em 04/02/2012 às 20:08                                 

Isso não sai no Jornal Nacional, nem na revista Veja:

Do Relatório da PF da Operação Monte Carlo

Um diálogo entre dois altos membros da organização de Carlinhos Cachoeira mostra que ele teve negócios em parceria com o grupo empresarial de JC Gontijo.

A empresa é de José Celso Valadares Gontijo, que apareceu gravado no mensalão do DEM entregando pacotes de dinheiro (vídeo abaixo).

Ele é marido de Ana Maria Baeta Valadares Gontijo, ...

a pessoa física que fez a maior doação de campanha do Brasil nas eleições de 2010: 

R$ 8,25 milhões. 


Tudo exclusivamente para a Direção Nacional do PSDB.

(necessário informar o nome da milionária no formulário)

O que o tucano José Serra (que foi candidato a presidente), e o deputado Sérgio Guerra, presidente do partido, tem a dizer?

A CPI do Cachoeira precisa verificar qual foi esse negócio com a JC Gontijo e seguir o rastro do dinheiro.





Leia também:
- A fabulosa doação PESSOAL de R$ 8,25 milhões da socialite para o PSDB! Mensalão do DEM na parada.

Mentira de Veja sobre “robôs” do Twitter pode gerar ação judicial

A edição da Veja desta semana traz matéria que constitui uma das mais grosseiras tentativas de manipulação do público entre tantas outras que a revista vem praticando ao longo dos anos. Sob chamada de capa que cita “Táticas de guerrilha para manipular as redes sociais”, a matéria acusa o PT de fraudar a rede social Twitter através do uso de “robôs” que enviariam mensagens contra Veja.
A matéria, ao ser publicada na capa, mostra que Veja acusou o golpe do fim de semana retrasado, quando internautas promoveram no Twitter o que se convencionou chamar de “tuitaço”, ou seja, milhares de internautas enviando mensagens contendo uma expressão qualquer precedida do símbolo cerquilha (#), expressões que, naquela rede social, são chamadas de hashtags. Naquele caso, a hashtag foi #VejaVaiPraCPI.
O Twitter é uma rede social em que políticos e demais celebridades travam campeonatos de número de “seguidores”. Há pessoas públicas que chegam a ter milhões de seguidores. Por conta disso, foi criado um ranking dos assuntos mais comentados naquela rede social sob alguma hashtag, o Trending Topics, sendo comum ver na mídia comentários sobre que assunto ganhou destaque.
O Twitter é uma rede social de grande influência e, por isso, celebridades e políticos se dispõem até a responder a cidadãos comuns quando abordados. Recentemente, durante o episódio envolvendo o filho do empresário Eike Batista, que atropelou e matou um ciclista, o magnata e o rapaz passaram a responder a qualquer um que os questionasse.
Desde que surgiram as suspeitas contra a Veja devido ao envolvimento do editor da revista Policarpo Júnior com a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira, a publicação foi parar no primeiro lugar dos Trending Topics várias vezes por meio de hashtags como #VejaBandida, #VejaVaiPraCPI e, no último sábado, #VejaTemMedo.
Nesta semana, a revista publica matéria sobre o assunto, com chamada de capa, por conta do que lhe representa de pernicioso aparecer nessa situação em uma rede social acessada por centenas de milhões de pessoas no mundo inteiro. E, como de costume, não hesitou em inventar uma história para tentar negar que muita gente a esteja questionando.
Abaixo, trecho da matéria “As táticas de guerrilha para manipular as redes sociais”
—–
A internet aceita tudo. Chantagistas contrariados fazem circular fotos de atrizes nuas (vide o caso Carolina Dieckmann), revelam características físicas definidoras (”minimocartaalturareal1m59cm”), apelidam sites com artigos do Código Penal (”171″, estelionato) e referenciam-se em doenças venéreas – por exemplo, na sífilis (grave doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum) – para formar sufixos de nomes.
É lamentável sob todos os aspectos que uma inovação tecnológica produzida pelo engenho, pela liberdade criativa e pela arte, combinação virtuosa só possível sob o sistema democrático capitalista, baseado na inovação, na economia de mercado e na livre-iniciativa, tenha nichos dominados por vadios, verdadeiros limbos digitais onde vale tudo – da ofensa pura e simples a tentativas de fraudar a boa-fé dos usuários.
(…)
A rede mundial é descentralizada, não possui um comando único nem um mecanismo de regulação. Falta-lhe uma cabeça como, talvez, a do atual presidente do PT, Rui Falcão, alguém com estatura moral, motivações nobres, enfim, mão forte para fazer baixar, em nível planetário, um pouco de ordem e respeito sobre esse reino virtual tão vulnerável.
(…)
Assim como a engenharia genética pode modificar aquilo que surgiu espontaneamente na natureza, a computação pode alterar o destino de uma ideia lançada na rede. Nesse caso, o produto é invariavelmente um monstro, porque esse processo não apenas viola regras explícitas de uso das comunidades virtuais, mas também corrompe os princípios da livre troca de informações e opiniões na internet. É virtualmente impossível saber quem programou um robô malicioso – e isso envenena ainda mais as águas e mina as bases da comunicação de boa-fé na rede. Mas é possível flagrar o seu uso.
A situação se torna preocupante quando os robôs que fraudam um serviço como o Twitter são postos a serviço da propaganda ideológica. E piora ainda mais, ganhando os contornos da manipulação política, quando eles trabalham para divulgar teses caras ao partido que ocupa o poder. Isso, infelizmente, começa a acontecer no Brasil. Nas últimas semanas, o vazamento de informações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, e a subsequente instauração de uma CPI para investigar o contraventor Carlinhos Cachoeira puseram sangue nos olhos de certa militância petista.
(…)
A artilharia de esquerda se voltou contra outro alvo de longa data: a imprensa independente, e VEJA em particular. Uma das estratégias adotadas foi a organização dos chamados tuitaços. (…) Em pelo menos quatro desses episódios ocorridos em abril, ou militantes e simpatizantes petistas marcaram data e horário de cada evento ou registraram em inglês o significado das hashtags utilizadas ou mandaram as mensagens iniciais dos tuitaços. (…)
Mas a análise aprofundada desses episódios – e em especial daquele identificado pelo marcador #vejabandida – mostra que dois artifícios fraudulentos foram usados para fingir que houve adesão enorme ao movimento. Um robô, que opera sob o perfil “@Lucy_in_sky_”, foi programado para identificar mensagens de outros usuários que contivessem os termos-chave dos tuitaços, replicando-as em seguida.
Além disso, entraram em ação “perfis-peões”, ou seja, perfis anônimos, com pouquíssimos seguidores e muitas vezes criados de véspera, que replicam sem parar mensagens de um único tema (ou melhor, replicam-nas até atingir o limiar de retuítes que os tornaria visíveis aos mecanismos de vigilância de fraudes do Twitter.
Essas manobras para ampliar artificialmente a visibilidade de uma manifestação na internet já ganharam nome no marketing e na ciência política: astroturfing, palavra derivada de Astro-Turf, marca americana de grama sintética que tenta se vender como natural. O objetivo é sempre o mesmo: passar a impressão de que existe uma multidão a animar uma causa, quando na verdade é bem menor o número de pessoas na ativa.
Uma amostragem de 5.200 tuítes recolhidos durante um dos tuitaços recentes revelou que 50% das mensagens partiram de apenas 100 perfis – entre eles robôs e peões, que ajudam a fazer número, mas não têm convicções. Da China vem o exemplo mais alarmante desse tipo de fraude. O Partido Comunista Chinês arregimenta pessoas encarregadas de manipular a opinião pública, inundando a internet com comentários favoráveis ao governo. Elas formam o chamado 50 Cent Party (Partido dos 50 Centavos), cujo nome remete aos 50 centavos de iuane – ou 15 centavos de real – que cada ativista supostamente recebe por post publicado.
Dos mesmos teclados alugados saem ataques à democracia de Taiwan, território reclamado por Pequim.
(…)
O presidente do PT tem um perfil ativo no Twitter, e com frequência ajuda a animar tuitaços. Pouco depois da ascensão de Falcão ao comando do partido, em 2011, o PT lançou o Núcleo de Militância em Ambientes Virtuais – as chamadas MAVs. Um dos auxiliares parlamentares de Falcão na Assembleia Legislativa de São Paulo, um funcionário público de 47 anos formado em geografia, recebeu no começo do ano a missão de selecionar um estrategista de mídias digitais para “refinar e profissionalizar” as ações do PT na internet – o que significa trazê-las para o âmbito de controle da direção do partido.
A utilização massiva da internet, das redes sociais e de blogueiros amestrados faz parte das táticas de engodo e manipulação da verdade no Brasil. Internautas, fiquem de olho neles.
—–
Conheço as pessoas que compõem o MAV, do PT. É um pequeno grupo que se dedica à comunicação do próprio partido entre si na internet. Reitero que esse grupo não tem relação alguma com os tuitaços contra a Veja. Posso afirmar isso porque estive envolvido nos dois últimos tuitaços e praticamente fomentei o penúltimo valendo-me de anúncio que fiz no Twitter sobre reportagem que a TV Record veicularia sobre a relação entre Veja e Cachoeira.
Mas não é isso o que importa neste texto. Alguns blogs já deram a informação de que, no fim da tarde de domingo, um tuiteiro que usa o pseudônimo @pagina2 teve uma idéia singela, mas brilhante: por que não tentar fazer contato com o perfil no Twitter que a matéria da Veja acusa de ser um robô?
O @pagina2 obteve êxito. Entrou em contato com o perfil que Veja cita na matéria, o @Lucy_in_Sky_, e descobriu que se trata de uma carioca de 59 anos. Veja, abaixo, a reprodução do perfil dela no Twitter.

O mesmo tuiteiro, @pagina2, então, pediu uma entrevista ao “robô” @Lucy_in_Sky_. A entrevista está sendo largamente reproduzida na internet por seu teor explosivo, porque comprova cabalmente que Veja mentiu na matéria “As táticas de guerrilha para manipular as redes sociais”. Para quem não leu, reproduzo o texto e, em seguida, sigo comentando.
—–
Tuiteira de 59 anos é acusada de ser robô programado pelo governo para atingir Veja
Para justificar campanha contra Veja no Twitter, Reinaldo Azevedo acusa tuiteira de ser um robô programado pelo governo para atingir alvos políticos. Blogueiro também censurou comentário da acusada rebatendo denúncia.
Em “Como Fraudar a Internet”, Reinaldo Azevedo afirma que o perfil @lucy_in_sky_ “foi programado para identificar mensagens de outros usuários que contivessem os termos-chave dos tuitaços, replicando-as”. Seria perfeito para explicar mais um protesto contra a revista, se a dona do perfil não fosse uma pacata carioca de 59 anos, estudiosa do comportamento humano, amante dos animais e profissional da saúde. “Foi como tomar um tapa na cara”, conta ela.
Lucy (sua identidade será preservada), soube por amigos, no sábado que seu perfil era acusado de operar um esquema fraudulento para atacar a revista Veja com hashtags como #VejaTemMedo e #VejaBandida. “Trabalho e estudo. Não tenho muito para dar minha opinião, mas acho importante fazê-la. Por isso tantos retuítes”.
O perfil de Lucy tem exatos 3 anos. “Entrei no twitter, a princípio, por curiosidade, mas depois percebi todo o alcance social e político. Procuro participar de vários tuitaços que mostrem minha opinião política. Participei do #ForçaLula e sempre que posso faço campanha contra crueldade com animais”.
A conta de Reinaldo Azevedo é simples, mas não fecha. Ele usa o exemplo da China, que recruta jovens com tempo disponível para lançar mensagens de apoio ao governo na internet. Na cabeça da Veja, o regime chinês é muito parecido com o brasileiro. Nada faria mais sentido se o governo também pagasse militantes para detonar inimigos políticos.
Afinal, quem fica na frente de um computador, num final de semana, sem ser pago? Só para fazer política? “Quando eu vejo algum tweet que expresse minhas opiniões e posições, eu retuíto”. Diante de tantos RTs contra Veja, Reinaldo Azevedo criou uma fantasia: Lucy era um programa criado por petistas com a única intenção de detonar Veja “O que me impressionou na reportagem da Veja foi a história detalhada que eles inventaram, dizendo como é que eu “funcionava” como robô. Teve até infográfico”
Na noite de ontem, Lucy acessou o blog de Reinaldo Azevedo e deixou uma mensagem, afirmando ser dona do perfil acusado de ser robô. Seu comentário foi censurado e Azevedo continua afirmando que Lucy não passa de uma ficção virtual.
@pagina2: Você já deu RT na Mariana Godoy e na Real Morte elogiando a Regina Casé. Não é propriamente um RT anti-Veja, não é?
@Lucy_in_Sky_: Claro que não!!!! rs Não sei por que cismaram com isso!
@pagina2: Como reagiu quando viu seu perfil na Veja?
@Lucy_in_Sky_: Foi muito ruim ver na Veja meu perfil exposto daquela maneira, e ainda mais, “provando” que sou um robô. Foi um tapa na cara.
@pagina2: Quem é você, o que gosta de fazer?
 @lucy_in_sky_: Sou profissional da saúde e que tenho 59 anos. Adoro ler, ir ao cinema (recentemente vi “Medianeras”, um filme argentino sobre a nossa contemporaneidade virtual). Não tenho filhos, não gosto de futebol. Faço caminhadas no calçadão, sempre que tenho tempo.
@pagina2: Como usa o twitter?
@Lucy_in_Sky_: Me interesso muito por tudo o que diga respeito ao nosso mal-estar contemporâneo, que faz, muitas vezes, que só possamos fazer política pela internet. Sou partidária dos direitos humanos e também dos animais, não suporto injustiça contra os mais fracos.
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Após consultas jurídicas, este blog apurou que o mais novo golpe da Veja para iludir seus leitores e desqualificar a intensa indignação com os métodos da revista que tomou a internet pode render várias ações judiciais à revista.
O PT, enquanto instituição, bem como seu presidente, Rui Falcão, foram falsamente acusados de terem fraudado as regras de uma rede social para difamarem Veja. E a carioca que responde pelo perfil @Lucy_in_Sky_ foi acusada de ser um “robô”, de não existir, de ser uma fraude. Se tivesse sido acusada de ser paga para criticar a Veja, já seria grave. Mas foi acusada de simplesmente não existir (!).
Tudo, absolutamente tudo o que diz a matéria da Veja sobre “táticas para fraudar redes sociais” é que é uma imensa fraude. Grosseira, aliás, porque antes de acusar o perfil @Lucy_in_Sky_ de ser “um robô” a Veja nem se deu ao trabalho de tentar manter um contato, o que mostra que tudo mais que diz sua matéria é produto de invenção, uma mentira.
Dezenas de milhares de pessoas participaram do tuitaço de sábado passado. É fácil comprovar que as alegações da reportagem da Veja são produto de invenção mal-construída, grosseira, irresponsável e criminosa. As vítimas dessas calúnias têm todos os instrumentos para processar a Veja. Certamente conseguirão polpudas indenizações, além de desmascararem mais essa farsa da revista.

Humberto Costa: “Nós não vamos proteger ninguém”

por Conceição Lemes

A mídia e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, têm batido na mesma tecla: chamá-lo para depor na CPI do Cachoeira seria uma estratégia do PT para  desviar a atenção do chamado mensalão, que está em vias de ser discutido e julgado no Supremo Tribunal Federal (STF).
“É tergiversação, é cortina de fumaça, cujo objetivo isto, sim, é tentar desviar as atenções da questão Cachoeira e suas relações promíscuas”, rebate o senador Humberto Costa (PT-PE). “Primeiro, porque não foi o atual procurador-geral quem apresentou a denúncia em relação ao ‘mensalão’. Foi o que o antecedeu. Segundo, porque o papel dele agora é o de meramente fazer a sustentação da denúncia ‘mensalão’. Ele não pode produzir mais nada no documento.”
Para Humberto Costa, o procurador-geral tem adotado uma postura equivocada, inclusive desrespeitou o Poder Legislativo na sua última fala.
“Foi quando disse que qualquer tentativa de levá-lo à CPI seria coisa do interesse de quem estava defendendo ‘mensaleiros’ ou que tinha relação com os ‘mensaleiros’”, aponta o senador. “Significa, então, que todas as pessoas que vierem a defender esclarecimentos da parte dele estariam vinculadas a pessoas do ‘mensalão’, estavam defendendo interesses espúrios. Isso foi, sem dúvida, uma agressão ao Poder Legislativo.”
– Senador, não seria uma maneira de o procurador-geral evitar a sua convocação, também uma forma velada de ameaça?
“Acredito que sim. Seria uma maneira também de ele procurar se defender”, pondera Humberto Costa. “O problema é que, a cada momento que passa, surgem novos fatos, e a gente observa ter havido algum tipo de desídia, de falta de empenho do procurador-geral, no sentido de dar seguimento às denúncias que foram feitas pela operação Vegas.”
– O senhor acha que o Gurgel deveria depor?
“Muito embora o depoimento do delegado da Polícia Federal Matheus Rodrigues [comandou a Operação Monte Carlo] tenha sido muito contundente em relação a procurador-geral, bem como o depoimento do delegado Raul Alexandre Marques [comandou a operação Vegas], nós não temos ainda todos os elementos para fazer essa convocação. No momento adequado, vamos fazer essa avaliação e decidir. Essa CPI impede qualquer tipo de blindagem que se queira fazer.”
“O NOSSO FOCO NÃO É A MÍDIA, MAS DESBARATAR ESSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA”
Em 10 de maio, deu Painel, da Folha de S. Paulo, que houve uma reunião secreta na liderança do PT no Senado, onde petistas e aliados  decididiram que o foco seria a mídia.
O senador Humberto Costa repete o que o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) já havia dito: essa reunião secreta não aconteceu.
“Às segundas-feiras, nós, petistas, deputados e senadores membros da CPI, nos reunimos na liderança do PT para discutir os rumos da CPI. Em nenhum momento nós tomamos a decisão de que o nosso foco na CPI seria a mídia “, esclarece o senador. “Pelo contrário. Nós entendemos que precisamos apurar a atuação de um ou dois jornalistas e não a mídia como um todo. E mesmo assim o nosso foco é desbaratar essa organização criminosa extremamente perigosa, que se espalha pelos três poderes, junto ao empresariado, junto à mídia.”
Para Humberto Costa, “há um órgão de imprensa [revista Veja] que pode  ter tido relações promíscuas com o criminoso [Carlinhos Cachoeira] e ter feito, inclusive, troca de interesses com esse criminoso.  Esse órgão de imprensa, naturalmente, para tentar se proteger está buscando inclusive a solidariedade dos demais. Tentando transformar um problema que é das suas relações políticas como se fosse um problema da  mídia, ou um problema do Brasil, o que que não é verdade”.
Humberto Costa completa: ” A partir do momento em que essas evidências se confirmarem, com toda a certeza, eles podem ser chamados a depor.  Nós não vamos, sob nenhuma hipótese proteger, ninguém nessa CPI”.
Leia também:

 

*CONTESTAÇÃO AO ARROCHO NEOLIBERAL CHEGA A ALEMANHA DE MERKEL: em mais uma eleição plebiscitária na UE, a exemplo das que eocorreram na França, Grécia e  Inglaterra,  o arrocho ortodoxo foi rechaçado pelas urnas da Renania, neste fim de semana (LEIA  análise de Flávio Aguiar, de Berlim)**TORNIQUETE SALARIAL: de 2010 a 2012, salários perdem 20% do poder de compra na Grécia; 10% em Portugal e 6% na Espanha: INCONCILIÁVEL: 66% dos eleitores gregos rejeitaram arrocho  exigido pelos credores** como formar governo de maioria que concilie a vontade das urnas com as imposições dos mercados?

PÓS-NEOLIBERALISMO: INTELECTUAIS VÃO À LUTA

A disposição de discutir os desafios do país, não de um ponto de vista diletante ou apenas acadêmico, mas engajado, organizado e direcionado à busca de soluções para os gargalos do desenvolvimento brasileiro, reuniu  meia centena de economistas  das mais diversas especialidades na Unicamp, na semana passada. A iniciativa, desdobrada em três dias de debates, divididos em cerca de uma dezena de mesas, foi o segundo passo na implantação da Rede Desenvolvimentista. Nascida na universidade, a Rede pretende  consolidar-se como uma caixa de ressonância da reconstrução da agenda do desenvolvimento no mundo pós-neoliberal. O desafio  é sedimentar  propostas que recoloquem as finanças, o investimento e os mercados a serviço do crescimento com distribuição de renda. O Estado brasileiro e a integração sul-americana são atores decisivos no enredo desse novo desenvolvimentismo, com motor social. (LEIA MAIS AQUI)

 

Tem algo errado na Alemanha...

Segundo as pesquisas cerca de 60% dos eleitores alemães se mostram satisfeitos com a liderança “austera” de Angela Merkel na Europa. Ela é apontada como a política mais popular da Alemanha nos últimos tempos. Entretanto, no domingo passado seu partido, a União Democrata Cristã, amargou mais uma pesada derrota em eleição regional no estado de Schlewig-Holstein. Neste domingo, nova derrota em Nordrhein-Westfalen, o mais populoso e urbanizado da Alemanha. Enquanto isso, a Der Spiegel destaca na manchete: "Por que a Grécia deve abandonar o euro". O artigo é de Flávio Aguiar, direto de Berlim.

Que me desculpem os puristas, mas a expressão popular do título descreve melhor a situação do que o castiço “há algo...”.

Porque tem algo muito errado por aqui. Algo fora do lugar. Algo que não está batendo.

Vejam só: segundo as pesquisas (e até agora não há motivos para desconfiar delas), uma grande maioria (60% pelo menos) dos eleitores alemães se mostram satisfeitos com a liderança “austera” de Angela Merkel na Europa. Ela é apontada como a política mais popular da Alemanha nos últimos tempos.

Entretanto, no domingo passado seu partido, a União Democrata Cristã amargou mais uma pesada derrota em eleição regional, a segunda em uma semana. No dia 6, enquanto François Hollande era eleito na França e a eleição grega desenhava o impasse no país e de novo na zona do euro, o partido de Merkel perdeu o estado de Schlewig-Holstein, o situado mais ao norte, na fronteira com a Dinamarca. Este é um estado predominantemente rural, e há muito tempo era governado pela CDU de Merkel.

Agora, no dia 13, foi a vez do diametralmente oposto Nordrhein-Westfalen, o mais populoso e urbanizado da Alemanha. São 18 milhões de habitantes. É uma região tradicionalmente industrializada, sede-matriz das indústrias Krupp. Ela abriga a 4ª. maior conurbação da Europa, a do chamado “Ruhrgebiet”, depois das de Londres, Paris e Moscou. Com mais de sete milhões de habitantes, ela abriga cidades como Bochum, Duisburg, Mülheim, Dortmund, Hagen, Essen, entre outras. É a única grande conurbação européia que não tem uma capital como centro. Aliás, não tem centro, propriamente. Fazem parte do estado cidades como Düsseldorf e Wuppertal (terra natal de Engels). Foi uma das únicas regiões onde, durante anos, os trabalhadores enfrentaram, armados, os Freikorps, berço das organizações nazistas SA e SS, e até o exército alemão.

Pois agora aparece no noticiário: essa região está em processo de grave desindustrialização, com desemprego em alta. Faltam investimentos públicos em várias áreas, inclusive na área cultural, considerada estratégica: Bochum, recentemente, foi uma das capitais culturais da Europa. Claro que isso se refletiu na votação de domingo. A CDU afundou, com 26,3% dos votos, seu pior resultado desde 1949. O SPD, com 39,1% e o Partido Verde, com 11,3%, devem formar o novo governo. Pergunta-se: onde está o “milagre alemão”? No estado, aparece apenas, parece, a face feia desse “milagre”, distribuído no país de maneira dramaticamente desigual.

Mas há mais: o FDP, partido do liberalismo econômico, que parecia condenado a desaparecer nas próprias cinzas, renasce delas: obteve inesperados 8,6% dos votos, aparentemente, segundo vários comentaristas, subtraídos em boa parte da própria aliada CDU. O que está havendo? Ainda não se sabe, esta é a verdade.

Do outro lado do espectro ideológico, também há mudanças importantes. A Linke, também pela segunda vez, foi expelida de um parlamento por não atingir a cláusula de barreira. Ficou com apenas 2,5% dos votos (a cláusula exige 5%). Em compensação, pela quarta vez o surpreendente Partido Pirata conseguiu eleger parlamentares para uma câmara onde tinha zero: ficou com 7,8% dos votos e 20 cadeiras. Aparentemente (de novo essa palavra é necessária) os piratas, que já roubaram votos dos verdes, estão agora roubando votos da Linke.

O que isso significa? Ninguém sabe ainda. Porque, na verdade, ninguém sabe o que fazer com os piratas. Às vezes nem eles mesmos. Há algumas semanas um dos candidatos a líder do PP deu uma declaração escapachante: disse que o crescimento rápido do seu partido só tinha paralelo no do Partido Nazista nas décadas de 20 e 30. O Partido quase explodiu, e o candidato a líder teve de recolher as velas e ir remar em outra maresia.

Por seu turno, diante de movimentos grevistas dos metalúrgicos (IG Metall), que exigem 6,5% de reajuste salarial contra 3% , subdividos em 14 meses, que os patrões oferecem, pela primeira vez o Ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, admitiu publicamente que talvez se deva rever a política de congelamento salarial (na prática) que foi um dos pilares desse propalado “milagre alemão”. O índice reivindicado pelos metalúrgicos equivaleria a aumento real de 3% nos atuais salários, diante de uma inflação avaliada entre 2 e 2,7%, por diferentes fontes. Schäuble reconheceu que um reajuste de salários poderia incentivar o consumo (que reportagem do Financial Times chamou de “anêmico”) no país, favorecendo uma recuperação econômica da Europa como um todo.

É com essa Alemanha algo confusa e de números e cifras discrepantes, mas solidamente ancorada no seu sistema bancário e financeiro, a tal ponto que não se sabe quem é dono de quem, que Angela Merkel vai se reunir com François Hollande na 4ª. Feira, depois da posse deste, no Champs Elysées, na 3ª.

Hollande vem duplamente embalado: pela vitória do dia 6 e por pesquisas que dão 46% dos votos para a esquerda (Socialistas e a Frente de Esquerda que apoiou Mélénchon).

Merkel não vai embalada, mas embrulhada por essa sala da de números colidentes.

Enquanto isso, a partir de Atenas e do impasse político grego, a zona do Euro entra de novo em frenesi. A manchete da revista Der Spiegel dessa semana diz: “Akropolis, adieu! Warum Griechenland jetzt den Euro verlassen muss” (Por que a Grécia agora deve abandonar o euro)”.

Sinal dos tempos. E da confusão.

“Robôs” põem #VejaTemMedo em 1º lugar no Twitter – de novo


Desde que eclodiu o escândalo do Cachoeira e vieram à tona as relações escabrosas entre os mafiosos de Goiânia e a máfia midiática paulista, a revista Veja tem freqüentado os Trending Topics do Twitter de forma pouco honrosa.
No sábado retrasado, a hashtag #VejaVaiPraCPI subiu por pelo menos duas horas ao primeiro lugar entre os dez assuntos mais comentados naquela rede social no Brasil. No sábado passado não foi diferente, ou melhor, foi diferente, mas porque os tuiteiros foram com muito mais sede ao pote.
Como muitos já devem saber, a edição desta semana da revista Veja publicou uma matéria maluca e com chamada na capa dizendo que a hashtag que a criticou e acusou no sábado retrasado se tornou a mais tuitada graças a uma farsa praticada, é claro, por “petralhas”.
O exotismo da teoria foi ainda mais longe. A revista afirma, agora, que não há uma massa imensa de cidadãos exigindo explicações para as relações dela com o crime organizado, ou seja, entre o “Poli” e o “Cachu”. Os que Tuitaram #VejaVaiPraCPI seriam… ROBÔS!!
De resto, tratou de insultar aqueles que diz “poucos” e que estariam por trás da tal “farsa” que teria sido criada por um grupo de petistas que se intitula Movimento de Ambientes Virtuais (MAV), que, posso garantir, nada teve que ver com os tuitaços recentes contra a revista, apesar de alguns membros desse movimento terem participado.
Posso dizer isso com certeza porque fui o principal fomentador do tuitaço no sábado retrasado, pois obtive informações antecipadas sobre a reportagem sobre a Veja que a Record veicularia no domingo passado e desde sexta-feira retrasada comecei a lançar insinuações, no Twitter, de que a reportagem seria apresentada no programa Domingo Espetacular, sob a batuta de Paulo Henrique Amorim.
Através de frases sugestivas como esta, abaixo, ocorreu o primeiro tuitaço vitorioso:
Para que o meu Domingo seja Espetacular, um verdadeiro Record, assistirei TV por volta das 21 horas #VejaVaiPraCPI
As insinuações surtiram efeito e em pouco tempo, no domingo retrasado, a hashtag subiu ao topo dos assuntos mais comentados do Twitter brasileiro. É MENTIRA da Veja, portanto, que o tuitaço retrasado contra ela tenha sido organizado por qualquer grupo do PT.
Sábado passado à tarde, os blogueiros Altamiro Borges e Luiz Carlos Azenha publicaram posts sugerindo outro tuitaço em resposta à matéria mentirosa da Veja sobre “robôs petralhas” que teriam colocado #VejaVaiPraCPI nos TTs no fim de semana anterior. Vi os posts e comprei a idéia de novo e comecei a fazer o mesmo que já fizera.
Miro e Azenha sugeriram #VejaComMedo para ser “bombada” no Twitter às 18 horas, mas este blogueiro, tão ou mais ansioso do que Paulo Henrique Amorim, não agüentou esperar e começou a agitar e a tag foi de novo ao topo dos Trending Topics às 14 horas, onde permaneceu por cerca de uma hora.
Um fato interessante: centenas de tuiteiros trocaram suas fotos no perfil do Twitter por fotos de robôs como o de Perdidos No Espaço ou Transformers e outros do cinema, dos quadrinhos etc. Este blogueiro optou por um auto-retrato que fez junto com a frase I AM A ROBOT (Eu Sou Um Robô).
Todavia, houve um problema neste segundo sábado de tuitaço. Como após uma tag subir um grupo de tuiteiros simpatizantes da Veja começa a publicar spams com ela para que o Twitter a bloqueie, para o tuitaço de fato, que ocorreria às 18 horas, criaram-se duas tags substitutas: #VejaComMuitoMedo e #VejaTemMedo.
Vários tuiteiros sugeriram outras, mas essas duas começaram a bombar e #VejaTemMedo venceu, sendo adotada por todos. A indignação dos cidadãos que fizeram o protesto anterior, então, atraiu outros que não participaram do tuitaço de sábado retrasado e o de sábado passado acabou sendo muito mais forte.
#VejaTemMedo permaneceu em primeiro nos Trending Topics por mais de CINCO HORAS. Programas que medem volume de perfis do Twitter que citam hashtags apontaram que quase DEZ MIL tuiteiros participaram.
Abaixo, as frases mais criativas que este blogueiro selecionou, retuitou e agora reproduz para que os que não estão no Twitter talvez se animem, pois é hoje a rede social mais importante da internet em termos de política, acima até do Facebook, sobretudo pela presença em peso da classe política.
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Eduardo Guimarães ‏ @eduguim BIP_BIP_ROBÔ_REPROGRAMADO_NOVA_TAG_É_ #VejaTemMedo _BIP_BIP_EM SEGUNDO_NOS_TTs_BRASIL
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim EXTRA! PT reprograma robôs petralhas e #VejaTemMedo sobe ao segundo lugar dos TTs Brasil
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim Pediram pro Civita divulgar grampos que citam Policarpo e Veja já que “não comprometem”. Sabem o que ele respondeu? #VejaTemMedo
Stanley Burburinho ‏ @stanleyburburin Policarpo Jr. da Veja e o Sr. Pres. da Abril, Civita, serão convocados na 3ª feira pela #CPIdoCachoeira- http://is.gd/n2yDDw #VejaTemMedo
Reinaldo Azeverde ‏ @reinaldoazeverd #GreenNews Hoje: Sabadão às 18hs. Traga a Cerva e Sorria, TUITAÇO ——–> #VejaTemMEDO
ANA13 ‏ @anabellbar @Veja tem razão, Policarpo só foi citado 2 vezes em gravações as outras 198, eram citações com o seu codinome Poli ou PJ #VejaTemMedo
Fernando Santos ‏ @caio3026 #VejaTemMedo da opinião e da liberdade cada cidadão brasileiro #VejaTemMedo #VejaTemMedo #VejaTemMedo
Ademir Quintino ‏ @EuSigo_Voce Depois do #VejacomMedo agora #VejaTemMedo no topo dos TT’s. Os “robôs e insetos” estão trabalhando sem parar hoje, hein, Revista @Veja
Paulo Tarso Freire ‏ @ptfreire Veja diz que mais de um milhão de filiados ao PT, são robôs. #VejaTemMEDO
Jéssica Calixto ॐ ‏ @kinhaacv #VejaTemMedo , a vida como ela não é
ENOQUE DANTAS ‏ @EnoqueDantas #VejaTemMedo Na mesma medida que julgares serás julgado.
João Carlos ‏ @JoaoCarlos2010 #VejaTemMedo pq sou um robô lulista de última geração, parte do plano secreto de Lula para dominar o mundo
Miguel Leite ‏ @miguelrleite Quem tem medo de leitor com mais de 2 neurônios? #VejaTemMEDO
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo do povo #VejaTemMedo de Democracia #VejaTemMedo do contraditório #VejaTemMedo de investigação #VejaTemMedo da Verdade
Marinho (neoCrumb) ‏ @LCMarinho #VejaTemMedo em 1º no TT’s BR
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim E não só #VejaTemMedo … #FolhaTemMedo #GloboTemMedo #EstadaoTemMedo #SerraTemMedo #AlvaroPudimDeBotoxDiasTemMedo #FHCTemMedo e por aí vai
Heriberto Pozzuto ‏ @HPozzuto Sou um robô mas tenho um coração vermelho que bate forte no peito #VejaTemMedo
Joao Sinapse ‏ @JoaoSinapse #VejaTemMedo bip bip sou um robô c inteligência artificial programado pelo PT p revelar q a #VejaTemMedo . Câmbio.
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo de levar um tuitaço no traseiro após publicar matéria idiota dizendo que nós somos robôs controlados pelo PT
Rita ‏ @Rituska_ O panfleto da Marginal não precisa ficar com medo. Somos robôs do bem! #VejaTemMedo
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim Só idiota sem menor conhecimento de internet acredita que “robôs” podem criar hashtags e levá-las aos TTs com tanta facilidade #VejaTemMedo
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim Veja, pare de falar mentiras sobre os outros que eles param de falar verdade sobre você #VejaTemMedo
Cláudio Angelim ‏ @claudioangelim1 Como robô, não fui programado para ser idiota. #VejaTemMedo
Marinilda Carvalho ‏ @marinildac Viva a imprensa livre. Livre de bandidos. Livre de golpistas. Livre de manipuladores. #VejaTemMedo
Vera MC Pereira ‏ @veramcp2 Robô que já está com filha e neto em casa desde hoje de manhã, saiu pra andar em Ipanema e tá morta de cansaço.Mas #VejaTemMedo
Washington Denuzzo ‏ @TonBQueiroz Seria Policarpo um robô programado por Cachoeira? #VejaTemMedo
Paulo Cesar ‏ @paulocmsilva Hoje dia, #VejaTemMedo até da própria sombra!
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim Mulher de robô petralha vai pra casa da filha por estar zangada com marido-robô que não sai do computador e fica digitando que #VejaTemMedo
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo do Cachoeira
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo do DEMóstenes
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo do Policarpo – que não tem medo da Veja
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo mas não tem vergonha
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo is a brazilian right-wing magazine involved with organized crime and currently being investigated by the brazilian parliament
Emerson Luis ‏ @emerluis #VejatemMedo pq sabia que o DEMóstenes era comparsa do Cachoeira e não denunciou
Samuel Verona Moreti ‏ @samuelmoreti Furo da @Veja na era Sem-Cachoeira: “Remédios podem ser encontrados em farmácias de todo o Brasil”. #VejaTemMedo
Ricardo Carlini ‏ @rcarlini #VejaTemMEDO de perder a receita oriunda de governos corruptos como o do estado e prefeitura de SP
Leonardo ‏ @Leonardo_Lemes0 #VejaTemMedo , o povo não
LEN ‏ @LEN_Brasil Consumidor consciente não financia o crime organizado, não compra produtos ou consome serviços de anunciantes da @VEJA #VejatemMedo
Heriberto Pozzuto ‏ @HPozzuto Anunciou na #VejaTemMedo não compro, não uso, não consumo, não recomendo
Laurindo Lalo Leal ‏ @Lalolealfilho Vou ao cinema mas deixo o meu robo em casa tuitando #VejaTemMedo
Eduardo Pinotti ‏ @pituca_amiglo #VejaTemMedo de leitores inteligentes
David Muniz ‏ @David_CEPROM Maledetto Partito dei Lavoratori, maledetta sinistra brasiliana! #VejaTemMedo. Ou melhor, PAURA!
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo es una revista brasileña que se ha juntado al crimén organizado para estafar a Brasil y va a ser investigada por el Congreso
Esdras Oliveira ‏ @esdrascarlos Se você compra a Veja está financiando o crime organizado! (rs) #VejaTemMedo
DiaSemGlobo ‏ @diasemglobo #VejaTemMEDO do poder que o Twitter dá a pessoas como eu e você, cansados da manipulação do #PIG
LEN ‏ @LEN_Brasil I Am What I Am, but #VejatemMedo discover why the brazilian magazine @VEJA is afraid of social network manifestations
Emilio Filho ‏ @emilio_gf #VejaComMedo agora é #VejaTemMedo Civita não é Murdoch. Murdoch faz escuta com policiais, Civita com bandidos
Luiz Tseaboth ‏ @tseaboth #VejaTemMedo que o Brindeiro Gurgel abra o bico.
Mauricio Caleiro ‏ @M_Caleiro Antes robô do que roubando, né não #VejaTemMedo
Bethmass ‏ @bethmass  Uma revista que cria o caçador de marajás não pode ser séria! #VejaTemMedo
Ricardo Pereira ‏ @ricardope A #VejaTemMedo chama seus adversários de ‘robôs’, ‘insetos’, ‘petistas domesticados’. Amigo ela chama de ‘empresário do ramo de jogos’.
Celestina Barros ‏ @Ceurj #VejaTemMedo dos blogs progressistas
Marins da Silva ‏ @cmarinsdasilva  #VejaTemMedo De quem pensa.
Celestino Lucas Neto ‏ @celes_pfc #VejaTemMedo Quem tem cu tem medo.
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim Quase dez mil “robôs petralhas” estão tuitando #VejaTemMedo segundo programa de análise de hashtags
Insect Robot ‏ @Jean_Val Robôs unidos jamais serão vencidos. #VejaTemMedo
Fernando C de Mello ‏ @fmcmello1 #VejaTemMedo deve mudar o nome para Revista Braile, só cego compra
João Carlos ‏ @JoaoCarlos2010 #VejaTemMedo que os seus robôs comecem a adquirir inteligência própria
Dailon Vinicius ‏ @TheDailon A revista já começa perdendo a credibilidade a partir do momento que colocaram o nome de “Veja” e não de “Leia”. #VejaTemMedo
Farofino ‏ @blogfarofino Viva a liberdade de expressão das redes sociais! #VejaTemMedo
Dimas Stecca ‏ @Dimas_Stecca Chegamos à era de Blade Runner: twitter infestado de robôs pertralhas revelando q #VEJAtemMedo … eu sou um deles.
Éder Rotondano ‏ @erotondano Sou robô, sou inseto, mas não compactuo com bandido #VejaTemMedo
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim Posso ser “robô”, mas não vivo do dinheiro dos impostos do povo de São Paulo que tucanos torram pra comprar toneladas de #VejaTemMedo
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo de CPI, mas não tem medo de empregar um demente como Reinaldo Azevedo
Damarco Robson ‏ @DamarcoRobson #VejaTemMedo de ver pobre em aeroporto
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim Se eu sou um robô, o Reinaldo Azevedo é uma múmia #VejaTemMedo
Sol ggf ‏ @Sol_ggf #VejaTemMedo agora, mas, na hora que fez a farra com Cachuchu e Demóstenes gostou, né?
Arthur Araujo ‏ @aarthur_araujo I, robot ! Civita is gangster #Vejatemmedo
Vicente ‏ @c_vicente1965 @VEJA não compre, se comprar não leia, se ler não acredite, se acreditar, relinche! #VejaTemMedo
Alexei Santana ‏ @alexeisantana Não falaram que os robôs ainda iriam dominar tudo? Chegou o dia! #VejaTemMedo
Cesar Ogata ‏ @cesar_ogata A unica coisa verdadeira na Folha de SP e na Veja é a Data… Hahahaha #VejaTemMedo
Merissa Barbosa ‏ @Melgeografa “Eu sou a mosca que pousou em sua sopa Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar Eu sou a mosca que perturba o seu sono…” #VejaTemMEDO
Miguel Leite ‏ @miguelrleite #VejaTemMEDO da verdeira opinião pública que, sem intermediários, se manifesta nas redes sociais. Tremei jornalismo corrupto e partidário
Direto_do_Front ‏ @direto_do_front BOMBA!!!BOMBA!!! Prefeito Paulo Maluf avisa que não assinará mais a VEJA!! Segundo ele, o nível ficou muito baixo!! #VejaTemMedo
Alexei Santana ‏ @alexeisantana #VejaTemMedo Uma capa mentirosa e um tuitaço verdadeiro!
@Victor, ‏ @_victorsk #VejaTemMedo , que bom.
Bero ‏ @berocorreia #VejaTemMedo de continuar encalhando nas bancas.
Professor Hariovaldo A. Prado ‏ @Hariovaldo O robot @eduguim lidera desde Pyongyang, Coreia do Norte, o ataque a Veja há mais de três horas. #VejaTemMedo
José de Abreu ‏ @Jose_de_Abreu Que papo é esse? Quem robô foi o Cachoeira! #VejatemMedo
Euclides Bitelo ‏ @ebitelo Veja é a revista “mais vendida do Brasil”, se vende pra qualquer um, pra babacas, pra bandidos… #VejaTemMedo
Angélica ‏ @Angelica_gsf Fabricante de produtos de limpeza Veja estuda mudar a marca por causa da homônima bandida #VejaTemMedo
José Leite ‏ @JoseLeiteSNeto A concentração do poder midiático em poucos veículos é diagnostico de um pais que passou por ditadura. #VejaTemMedo
Guilherme Burza ‏ @SguirBurza #VejaTemMedo de insetos pq não tem nenhum deles no jogo do bicho
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim Lembram-se de quando Collor pediu ao povo que saísse à rua vestido de verde e amarelo e todo mundo foi de preto? É disso que #VejaTemMedo
Arrhennius Felipe ‏ @ArrhenniusFelip “Editora Abril vai juntar as revistas EXAME e VEJA. Novo nome será VEXAME #VejaTemMedo”
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim Em solidariedade a Veja, Rupert Murdoch manda Fox do Brasil exibir hoje “Eu Robô”, com Will Smith. Só porque #VejaTemMedo
Rafael Martelo ‏ @rafaelmartelo @eduguim esse tuitaço ta sendo o com + participação que ja vi contra a @Veja quem madou nós chamar de robos #VejaTemMedo e muito Medo
Antonio Donato Filho ‏ @Donato_ADF #VEJAtemMedo 1091 twitters por hora.
José de Abreu ‏ @Jose_de_Abreu Somos centenas de milhares de moscas caindo na sopa da #VejatemMedo
Alexsandro da Silva ‏ @alexsandroabc Você leitor da Veja conhece o jornalista Carlinhos Cachoeira? #VejaTemMedo
Emilio Filho ‏ @emilio_gf #VejaTemMedo chama Cachoeira de”empresário de jogos”, Demóstenes de “paladino da ética” e twitteiros de “insetos”.
Rodrigo Sanches ‏ @rvsanches Roberto Freire acusa governo PT de importar tuiteiros robôs da China, com inscrição “Lula seja Louvado” #VejaTemMedo
Caê Caraccio ‏ @CaeCaraccio Quer dizer então, que a Veja enrolou, mas não fumou? #VejaTemMedo
Leonardo Attuch / Brasil 247 @leoattuch_247 2 – Hashtag #VejaTemMEDO desde 17h10m como 1ª lugar nos TTs Brasil (eram 21:20 hs, quando Leonardo postou)
Ericalus ‏ @Ericalus Eu, robô. @VEJA, picareta #VejatemMedo
Жаймэ Янтас ‏ @jjaimebr Segundo a Veja: Se voto no PT sou petralha. Se voto no Demóstenes sou mosqueteiro da ética? Ou a #VejatemMedo ?
Ronaldo Teixeira ‏ @ronaldooricotx Saudades do tempo que Gurgel era só um carro de produção Nacional. Hoje Gurgel arquiva e a #VejatemMedo
Lanz ‏ @thiago_lanz #VEJATemMedo Não sou robô programado pra espalhar tweets não, Veja. Sou sim um cidadão q acha q Veja é uma revista de merda.
João Carlos Caribé ‏ @caribe I am automatic lover… automatic lover…. automatica lover…. You #VejaTemMedo are press ass hole… press ass hole…
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo da democracia, da verdade, da justiça, do contraditório, do povo, da igualdade social e racial e da distribuição de renda
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo de simples blogueiros e tuiteiros em seus computadores comprados à prestação, e que têm 100 vezes mais leitores que ela
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo de um país que se descobre, de um povo que tem esperança, de ter perdido seu poder de eleger quem quisesse, quando quisesse
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo de apresentar aos seus leitores as tais conversas gravadas pela PF que diz que “não comprometem” seu diretor, mas que esconde
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo dos Trending Topics do Twitter porque chamam a atenção das pessoas, que passam a se perguntar: “Do que é que Veja tem medo?”
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo de ter que passar a se consultar com médicos negros em seus hospitais de luxo
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo de pobres fazendo compras no mesmo shopping que ricos
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo de os bancos não poderem mais extorquir a sociedade
Eduardo Guimarães ‏ @eduguim #VejaTemMedo de o Brasil se tornar um país de todos. Por isso Veja tem medo. Mas nós, “robôs”, não temos. Bom fim de noite para todos.