por Conceição Lemes
A mídia e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, têm batido na mesma tecla: chamá-lo para depor na CPI do Cachoeira seria uma estratégia do PT para desviar a atenção do chamado mensalão, que está em vias de ser discutido e julgado no Supremo Tribunal Federal (STF).
“É tergiversação, é cortina de fumaça, cujo objetivo isto, sim, é tentar desviar as atenções da questão Cachoeira e suas relações promíscuas”, rebate o senador Humberto Costa (PT-PE). “Primeiro, porque não foi o atual procurador-geral quem apresentou a denúncia em relação ao ‘mensalão’. Foi o que o antecedeu. Segundo, porque o papel dele agora é o de meramente fazer a sustentação da denúncia ‘mensalão’. Ele não pode produzir mais nada no documento.”
Para Humberto Costa, o procurador-geral tem adotado uma postura equivocada, inclusive desrespeitou o Poder Legislativo na sua última fala.
“Foi quando disse que qualquer tentativa de levá-lo à CPI seria coisa do interesse de quem estava defendendo ‘mensaleiros’ ou que tinha relação com os ‘mensaleiros’”, aponta o senador. “Significa, então, que todas as pessoas que vierem a defender esclarecimentos da parte dele estariam vinculadas a pessoas do ‘mensalão’, estavam defendendo interesses espúrios. Isso foi, sem dúvida, uma agressão ao Poder Legislativo.”
– Senador, não seria uma maneira de o procurador-geral evitar a sua convocação, também uma forma velada de ameaça?
“Acredito que sim. Seria uma maneira também de ele procurar se defender”, pondera Humberto Costa. “O problema é que, a cada momento que passa, surgem novos fatos, e a gente observa ter havido algum tipo de desídia, de falta de empenho do procurador-geral, no sentido de dar seguimento às denúncias que foram feitas pela operação Vegas.”
– O senhor acha que o Gurgel deveria depor?
“Muito embora o depoimento do delegado da Polícia Federal Matheus Rodrigues [comandou a Operação Monte Carlo] tenha sido muito contundente em relação a procurador-geral, bem como o depoimento do delegado Raul Alexandre Marques [comandou a operação Vegas], nós não temos ainda todos os elementos para fazer essa convocação. No momento adequado, vamos fazer essa avaliação e decidir. Essa CPI impede qualquer tipo de blindagem que se queira fazer.”
“O NOSSO FOCO NÃO É A MÍDIA, MAS DESBARATAR ESSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA”
Em 10 de maio, deu Painel, da Folha de S. Paulo, que houve uma reunião secreta na liderança do PT no Senado, onde petistas e aliados decididiram que o foco seria a mídia.
O senador Humberto Costa repete o que o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) já havia dito: essa reunião secreta não aconteceu.
“Às segundas-feiras, nós, petistas, deputados e senadores membros da CPI, nos reunimos na liderança do PT para discutir os rumos da CPI. Em nenhum momento nós tomamos a decisão de que o nosso foco na CPI seria a mídia “, esclarece o senador. “Pelo contrário. Nós entendemos que precisamos apurar a atuação de um ou dois jornalistas e não a mídia como um todo. E mesmo assim o nosso foco é desbaratar essa organização criminosa extremamente perigosa, que se espalha pelos três poderes, junto ao empresariado, junto à mídia.”
Para Humberto Costa, “há um órgão de imprensa [revista Veja] que pode ter tido relações promíscuas com o criminoso [Carlinhos Cachoeira] e ter feito, inclusive, troca de interesses com esse criminoso. Esse órgão de imprensa, naturalmente, para tentar se proteger está buscando inclusive a solidariedade dos demais. Tentando transformar um problema que é das suas relações políticas como se fosse um problema da mídia, ou um problema do Brasil, o que que não é verdade”.
Humberto Costa completa: ” A partir do momento em que essas evidências se confirmarem, com toda a certeza, eles podem ser chamados a depor. Nós não vamos, sob nenhuma hipótese proteger, ninguém nessa CPI”.
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“É tergiversação, é cortina de fumaça, cujo objetivo isto, sim, é tentar desviar as atenções da questão Cachoeira e suas relações promíscuas”, rebate o senador Humberto Costa (PT-PE). “Primeiro, porque não foi o atual procurador-geral quem apresentou a denúncia em relação ao ‘mensalão’. Foi o que o antecedeu. Segundo, porque o papel dele agora é o de meramente fazer a sustentação da denúncia ‘mensalão’. Ele não pode produzir mais nada no documento.”
Para Humberto Costa, o procurador-geral tem adotado uma postura equivocada, inclusive desrespeitou o Poder Legislativo na sua última fala.
“Foi quando disse que qualquer tentativa de levá-lo à CPI seria coisa do interesse de quem estava defendendo ‘mensaleiros’ ou que tinha relação com os ‘mensaleiros’”, aponta o senador. “Significa, então, que todas as pessoas que vierem a defender esclarecimentos da parte dele estariam vinculadas a pessoas do ‘mensalão’, estavam defendendo interesses espúrios. Isso foi, sem dúvida, uma agressão ao Poder Legislativo.”
– Senador, não seria uma maneira de o procurador-geral evitar a sua convocação, também uma forma velada de ameaça?
“Acredito que sim. Seria uma maneira também de ele procurar se defender”, pondera Humberto Costa. “O problema é que, a cada momento que passa, surgem novos fatos, e a gente observa ter havido algum tipo de desídia, de falta de empenho do procurador-geral, no sentido de dar seguimento às denúncias que foram feitas pela operação Vegas.”
– O senhor acha que o Gurgel deveria depor?
“Muito embora o depoimento do delegado da Polícia Federal Matheus Rodrigues [comandou a Operação Monte Carlo] tenha sido muito contundente em relação a procurador-geral, bem como o depoimento do delegado Raul Alexandre Marques [comandou a operação Vegas], nós não temos ainda todos os elementos para fazer essa convocação. No momento adequado, vamos fazer essa avaliação e decidir. Essa CPI impede qualquer tipo de blindagem que se queira fazer.”
“O NOSSO FOCO NÃO É A MÍDIA, MAS DESBARATAR ESSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA”
Em 10 de maio, deu Painel, da Folha de S. Paulo, que houve uma reunião secreta na liderança do PT no Senado, onde petistas e aliados decididiram que o foco seria a mídia.
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“Às segundas-feiras, nós, petistas, deputados e senadores membros da CPI, nos reunimos na liderança do PT para discutir os rumos da CPI. Em nenhum momento nós tomamos a decisão de que o nosso foco na CPI seria a mídia “, esclarece o senador. “Pelo contrário. Nós entendemos que precisamos apurar a atuação de um ou dois jornalistas e não a mídia como um todo. E mesmo assim o nosso foco é desbaratar essa organização criminosa extremamente perigosa, que se espalha pelos três poderes, junto ao empresariado, junto à mídia.”
Para Humberto Costa, “há um órgão de imprensa [revista Veja] que pode ter tido relações promíscuas com o criminoso [Carlinhos Cachoeira] e ter feito, inclusive, troca de interesses com esse criminoso. Esse órgão de imprensa, naturalmente, para tentar se proteger está buscando inclusive a solidariedade dos demais. Tentando transformar um problema que é das suas relações políticas como se fosse um problema da mídia, ou um problema do Brasil, o que que não é verdade”.
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