Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

terça-feira, 16 de abril de 2013

Quando envolve um correligionário, a fAlha faz isso aí, ó




Dona Judith Brito não brinca em serviço. Para proteger Carlinhos Cachoeira, o melhor amigo da Veja e do Policarpo junior, e também seus correligionários do PSDB, a Folha resume em dois parágrafos envergonhados a participação escabrosa no maior escândalo de corrupção que este Brasil já teve. Como se sabe, Carlinhos Cachoeira faz parte de um grupo seleto por onde transitam Gilmar Mendes, Demóstenes Torres, Policarpo Junior. Tudo gente boa…


CASO CACHOEIRA


Conselho de Ética vai analisar pedido de cassação de deputado

DE SÃO PAULO – O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pautou para quarta-feira abertura do processo que analisará pedido de cassação do mandato do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO).
A ação tem como base relatório do deputado Jerônimo Georgen (PP-RS) sobre a relação de Leréia com o empresário Carlinhos Cachoeira.
Leréia admitiu no ano passado ser amigo do empresário e foi flagrado numa escuta telefônica feita pela Polícia Federal pedindo dinheiro a um operador de Cachoeira.
A CPI criada no ano passado para investigar os negócios de Cachoeira e suas relações com políticos e empresários foi encerrada sem indiciar suspeitos. Se o pedido de cassação de Leréia for aprovado no conselho, ele ainda terá que passar pelo plenário da Câmara.
No Ficha Corrida

60 minutos com José Dirceu



EduGuim.
Cheguei pontualmente às 17:30 hs. da última terça-feira (9.4) ao prédio na Vila Mariana – bairro de classe média de São Paulo – em que reside o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, a fim de entrevistá-lo. Todavia, tive que esperar porque ele estava reunido com assessores.
Enquanto espero no saguão do prédio, reflito que a imagem que vem sendo pintada do “poderoso chefão” através dos anos não combina com o lugar em que reside, muito distante do luxo em que acreditam que possa viver alguém que teria encabeçado “o maior escândalo de corrupção da história”.
Após uns 30 minutos de espera, quatro assessores saem do elevador e ganham o saguão enquanto o porteiro me avisa de que minha subida ao apartamento do ex-ministro está liberada.
Encontro Dirceu de jeans e camisa social azul-clara.  Ele fala ao telefone. Enquanto me aproximo, aponta o degrau entre o hall de entrada e a sala de estar do apartamento, sinalizando para que tenha cuidado – o piso claro torna o degrau quase imperceptível.
O Dirceu que me recebe não parece um homem que está prestes a ir para a cadeia. Ao telefone, discute um problema social envolvendo índios, mas não lhe faço perguntas. Seu ar descontraído é o que me desperta a curiosidade.
Nos próximos sessenta minutos, temos uma conversa informal que, sob autorização dele, transformo na entrevista abaixo.
*
BLOG DA CIDADANIA – Como está o seu estado de espírito diante das possibilidades de ser condenado a cumprir pena?
JOSÉ DIRCEU – Estou indignado e revoltado não apenas pela injustiça cometida contra meus direitos e garantias constitucionais, mas principalmente pelo gravíssimo precedente aberto pela maioria do STF ao me condenar sem provas, com base numa interpretação equivocada da teoria do domínio funcional dos fatos, mudando décadas de jurisprudência sobre a exigência de ato de oficio. Um julgamento transmitido pela TV, com uma propaganda opressiva, marcada para coincidir com as eleições municipais e com as vésperas do primeiro e do segundo turno. Há ainda o agravante do julgamento ser antecipado para que um ministro às vésperas da aposentadoria pudesse participar. Algo nunca visto na suprema corte.
BLOG DA CIDADANIA – Em caso de condenação definitiva, qual é o tempo que você efetivamente terá que cumprir em regime fechado?
JOSÉ DIRCEU – Nos termos atuais, sem o julgamento dos recursos a que tenho direito, seriam 1 ano e dez mês de regime fechado e mais 1 ano e dez meses de regime semi aberto. Fui condenado a 10 anos 10 meses de prisão. A pena por formação de quadrilha é de  2 anos e 11 meses, praticamente a pena máxima, que é 3 anos. Por corrução ativa são mais 7 anos e 10 meses, mais uma vez praticamente a pena máxima, que era de 8 anos pela legislação anterior.
BLOG DA CIDADANIA – Se tivesse que escolher entre o período que passou na clandestinidade e um período que poderá passar na prisão, o que preferiria?
JOSÉ DIRCEU – Evidentemente a clandestinidade, onde apesar de tudo fui feliz, trabalhei, estudei, conheci o Brasil, casei, constitui família, nasceu meu filho Zeca, criei as condições para voltar a atuação política, o que já aconteceu no final de 1977. Apesar do isolamento e do afastamento de minha família por 10 anos nunca perdi a esperança e nunca deixei de lutar.
A questão não é o tempo que vou passar na prisão, mas sim a condenação injusta e a ignomínia e infâmia de me condenarem por corrupção e formação de quadrilha sendo inocente e não há qualquer prova contra mim. Minha indignação é contra a operação política para me transformar num corrupto e quadrilheiro e apresentar à sociedade meu caso como um exemplo de que agora se faz justiça no Brasil com os poderosos indo para a cadeia. É uma farsa, já que sou inocente, não há crime e nem provas de que eu teria cometido qualquer ato ilícito nas minhas funções de ministro e deputado.
BLOG DA CIDADANIA – Após sua condenação, houve especulações sobre a sua segurança numa eventual prisão devido à sua extrema notoriedade. Você tem alguma preocupação nesse sentido?
JOSÉ DIRCEU - Prisão é prisão como todos sabemos, mas cada um sabe se cuidar e se defender, mas é evidente que a responsabilidade é de quem me condena sem provas, sem crime e com evidências claras de uma condenação política e um juízo de exceção.
BLOG DA CIDADANIA – Dizem que, se você fosse condenado, iria para o que chamam de “prisão de Caras”, ou seja, para o sistema prisional de Tremembé (SP). Uma prisão como essa lhe oferece maior segurança?
JOSÉ DIRCEU – Não se pode dizer hoje que estou condenado, já que ainda temos os recursos, temos o bom direito ao nosso lado e há fatos novos como as provas que os recursos da VISANET nem são públicos e nem foram desviados, o que na prática anula o julgamento numa revisão criminal depois de transitado em julgado.
BLOG DA CIDADANIA – Quais as chances que você vê em reverter sua condenação no julgamento dos recursos? Ou, ao menos, em reverter alguma das condenações de forma a que não tenha que ir ao regime fechado?
JOSÉ DIRCEU – Do ponto do vista do direito temos chance real de reverter a condenação por formação de quadrilha e reduzir as penas já que nem a jurisprudência do STF e nem os códigos foram observados nas penas absurdas que foram dadas. Depois do trânsito em julgado temos o direito à revisão criminal e a recorrer à CIDH da OEA e ao TPI de San Jose, Costa Rica.
BLOG DA CIDADANIA – Você considera adequado o prazo de cinco dias para sua defesa apresentar recursos após a publicação do acórdão do julgamento?
JOSÉ DIRCEU – Claro que não. Por isso mesmo meu advogado e os de outros réus entraram com pedidos mais do que razoáveis de um prazo maior. Não é a primeira vez nesse julgamento que nosso direito de defesa é desprezado como uma chicana e assim violado não apenas o direito de defesa mas o devido processo legal.
BLOG DA CIDADANIA – A que você atribui a pressa que se vê para concluir o processo? Só como parâmetro, o julgamento das cotas raciais pelo STF já tem um ano e até hoje não foi publicado o acórdão.
JOSÉ DIRCEU – As razoes são políticas, o que na prática deveria levar à anulação de todo juízo.
BLOG DA CIDADANIA – Qual sua visão sobre a abertura de investigação sobre o presidente Lula pela PF a pedido da Procuradoria de Brasília? Há algum elemento que, na sua visão, justifique esse processo?
JOSÉ DIRCEU – Indevida e ilegal, mais uma abuso de autoridade do MP, mais uma violência exclusivamente por razões políticas. Esse mesmo MP não abriu nenhuma investigação contra o ex-senador Demóstenes Torres mesmo tendo conhecimento dos autos de um inquérito da Policia Federal, chamada operação Las Vegas, que na prática ficou arquivado, engavetado, numa cena explícita de prevaricação até que novos fatos e atos criminosos obrigaram o MP a tomar providências legais contra o então senador, procurador e principal porta voz do MP no Congresso Nacional.
BLOG DA CIDADANIA – O presidente, em caso de abertura de uma ação penal, pode enfrentar um tipo de julgamento como o que você enfrentou, com uso da teoria do “domínio do fato”, ou a AP 470 foi uma exceção que não se repetirá?
JOSÉ DIRCEU – Espero que seja arquivada a investigação e que não tenhamos que analisar essa possibilidade, por absoluta falta de elementos para qualquer nova investigação e porque o próprio STF já recusou mais de uma vez incluir o presidente na AP 470.
BLOG DA CIDADANIA – Como você vê a distribuição de verbas públicas para publicidade do governo federal entre os grandes meios de comunicação? Há um equilíbrio entre as mídias alternativas e as tradicionais? E entre a própria grande mídia, a distribuição lhe parece justa?
JOSÉ DIRCEU – Não é justa, não há equilíbrio. Além disso é preciso respeitar a constituição e estimular a pequena e micro mídia – assim como se faz com a pequena e micro empresa -, o pluralismo e evitar o monopólio. Deve-se garantir a diversidade e a produção e defesa da cultura nacional.
BLOG DA CIDADANIA – Como você vê a acusação da grande mídia ao PT de que o partido quereria censurá-la para que não divulgue escândalos contra si?
JOSÉ DIRCEU – Na entrevista que dei a Folha-UOL [e que será publicada amanhã] respondi a essa questão. Por que o PT quereria censurar a imprensa? Mesmo que quisesse, não teria força. Outra coisa é regular mídia. O que não é possível é um veículo deter 70%, 80% de toda a publicidade do país. Como as organizações Globo, por exemplo.
 *
PS: neste sábado viajo a Curitiba para participar de uma mesa de debate em um encontro de blogueiros local. O Blog só voltará a ser atualizado no domingo.

SETE MORTOS E DEZENAS DE FERIDOS NA VENEZUELA


*Brasil, China e Rússia reconhecem vitória chavista e felicitam Maduro

**firmeza do trio enfraquece pressão contrária dos EUA e OEA

** Maduro é proclamado presidente eleito e recebe telefonema
 de Dilma: 'o Brasil está pronto para trabalhar com o novo governo', disse a Presidenta

* Itamaraty pede respeito às urnas**


EUA EM ALERTA: bombas em Boston matam, ferem e mutilam. 

Capriles convoca manifestações de rua contra resultado eleitoral. Maduro reune um comitê antigolpe para avaliar os acontecimentos recentes. "Quem venha pela via violenta encontrará o Estado", alertou após a reunião. Maduro pediu aos chavistas para não entrarem em provocações e culpou o Capriles pela tensão. "Essa é a Venezuela que vocês querem? ¿Essa é a Venezuela que você vai promover, candidato perdedor? (por Vinicius Mansur , direto de Caracas;nesta pag. Mais informações nas análises de Gilberto Maringoni, de Caracas; Eric Nepomuceno e o Blog das Frases: 'A valiosa teimosia dos venezuelanos' aqui.)


Em abril de 2002, eu estava em Valencia, no Estado Carabobo, na Venezuela. De lá, acompanhei, passo a passo, os preparativos para a tentativa de golpe que teve como saldo dezenas de mortos e centenas de feridos.
2013. O candidato oposicionista Henrique Capriles está convocando manifestações de seus partidários contra o resultado eleitoral que lhe foi adverso. Os partidários do presidente Nicolás Maduro também se preparam para ir às ruas.
Em 2002, duas manifestações antagônicas (chavistas e antichavistas) se encontraram na Ponte Llaguno, em Caracas. O saldo do encontro das duas marchas: 18 mortos e centenas de feridos.
Enquanto os manifestantes de lado a lado caminhavam para a Ponte Llaguno, as televisões RCTV, Globovisión, Venevisión e outros veículos oposicionistas instigavam os antichavistas a continuarem marchando até o Palácio presidencial de Miraflores.
Pouco antes do golpe, eu estava na Venezuela havia duas semanas, a trabalho. Um cliente antichavista filiado ao partido Acción Democrática me convidara a ir com ele a uma reunião de seu partido com o partido Copei e com sindicatos.
Durante a reunião, foi abordado do golpe até o assassinato de Hugo Chávez.
Parti da Venezuela antes das 47 horas da tentativa de golpe e da retomada do poder pelos chavistas, mas vi clima de confrontação entre governistas e oposicionsitas que precedeu a tentativa de golpe e que em tudo se assemelha ao que se está vendo hoje.
Por conta disso que no post de segunda-feira já previ o agravamento da situação política, pois estou vendo tudo ocorrer de novo como se fosse um filme.
Chefes das forças armadas venezuelanas leais a Chávez, tal como hoje, também garantiram apoio ao governo, mas as articulações oposicionistas cooptaram parte daquelas forças militares e o golpe ocorreu – Chávez foi sequestrado por militares.
Ontem (segunda-feira), o governo dos Estados Unidos recusou-se a reconhecer a vitória de Maduro, em perfeita consonância com a retórica incendiária de Capriles, tal como em 2002, quando a potência hegemônica também ajudou a inflar a guerra retórica de parte a parte que se está vendo.
Quem conhece a Venezuela como este que escreve, está experimentando um legítimo déjà vu. A escalada retórica de parte a parte (governo e oposição), as declarações do Departamento de Estado norte-americano… Tudo igual.
A Unasul foi criada justamente pensando em situações como a que se está assistindo. Só que está demorando demais a se manifestar. Confiar cem por cento no espírito legalista das forças armadas venezuelanas será um erro igual ao de 2002.
Capriles, na noite de domingo, reuniu-se com militares. As manifestações de rua oposicionistas estão sendo armadas de novo. Os EUA estão tomando partido abertamente de novo. A Espanha, idem. É preciso dizer mais?
Os países aliados da Venezuela parecem ter se esquecido da velocidade do golpismo naquele país. Após o golpe, não adiantará nada se reunirem e darem declarações. Nesse ritmo, acontecerá exatamente o mesmo que em Honduras, quando a Unasul não serviu para nada.
O tempo urge. O golpe está em processo. Maduro até já disse isso.
Informações oficiais transmitidas pela rede estatal de televisão venezuelana Telesur aludem a choques violentos, tiroteios, incêndios de carros, casas e até a mortes. A imprensa brasileira não diz um A, está deliberadamente ocultando os fatos.
Na noite de domingo, eu disse no Twitter que temia o surto de violência que acabou ocorrendo. Os choques de oposicionistas com a polícia, os incêndios dos quais as imagens já se espalham, os tiroteios…
Nada disso é aceitável. Uma vitória por pequena margem não é motivo para a oposição venezuelana agir assim. Que vá batalhar nos tribunais, não nas ruas.
A Unasul deve agir de acordo à sua carta constitutiva. Os países filiados devem sustentar o regime venezuelano POR TODOS OS MEIOS PREVISTOS. O sangue que pode voltar a ser derramado será responsabilidade dos omissos.
Depois da Venezuela, quem será? Argentina? Bolívia? Equador? Brasil?
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Assista, abaixo, à batalha de Puente Llaguno.

AQUARTELADO, MADURO CRIA "COMANDO ANTIGOLPE"


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