Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Mídia tenta estancar a sangria
Por Altamiro Borges
Um fantasma ronda e desespera a mídia demotucana. Ela teme que uma forte “onda vermelha”, impulsionada pelo crescimento de Dilma Rousseff, afunde vários outros candidatos neoliberais aos governos estaduais, ao Senado e à Câmara Federal. Somada à vitória para a presidência, este resultado alteraria a correlação de forças na política brasileira, o que pavimentaria propostas mais ousadas de mudanças no país. Daí o seu esforço recente para estancar a sangria!
Objetivos da baixaria midiática
Toda a gritaria sobre a quebra do sigilo fiscal dos tucanos ou outros factóides teria dois objetivos básicos. O primeiro é tentar levar José Serra para o segundo turno, mesmo que seja com a ajuda da candidata verde Marina da Silva. O segundo, como subproduto, é evitar que o definhamento da candidatura demotucana contamine as disputas estaduais. Os sinais, neste sentido, são nítidos e indicam que a baixaria vai crescer nestas três últimas semanas de campanha eleitoral.
As pesquisas apontam que vários expoentes da direita nativa estão no cadafalso. Marco Maciel, César Maia, Arthur Virgílio Neto, Agripino Maia, entre outros demotucanos, caminham para a derrota na briga pelo Senado. Em São Paulo, os dois candidatos do bloco governista estão na dianteira; o mesmo ocorre no Paraná, Distrito Federal e em outros importantes estados. Já na disputa para a Câmara Federal, pesquisas indicam forte retração da bancada dos demos. Os tucanos também estão na berlinda. Direitistas convictos estão desesperados!
“Fim do DEM é um dado da realidade”
Diante desta tendência, os porta-vozes da mídia já soaram o sinal de alerta. Renata Lo Prete, da FSP (Folha Serra Presidente), escreveu neste final de semana: “Em privado, o fim do DEM é tratado como um dado de realidade pelos principais líderes do partido. A diferença se dá entre os que apostam em algum tipo de fusão agregadora de oposicionistas e aqueles que planejam pular do barco sozinhos, de preferência rumo a siglas lulistas. A segunda opção é majoritária”.
Ilimar Franco, do jornal O Globo, também já captou a possível reviravolta no quadro político. “Baseado nas pesquisas que faz em todos os estados do país, o Ibope concluiu sua projeção para o novo Senado. O PMDB, que preside a Casa, terá a maior bancada, com 17 a 19 senadores. O PT passará a ser a segunda bancada, com 13 a 16 senadores. Os partidos de oposição ficarão menores. O PSDB terá de nove a 12 cadeiras, e o DEM ficará com sete ou oito”.
O medo da "onda vermelha"
Preocupada, Cristiana Lôbo, uma das colunistas prediletas da família Marinho, já advertiu para o risco. No artigo “Subindo o tom”, ela informa que “o PSDB pretende subir o tom nas críticas à candidata petista Dilma Rousseff nesta reta final da campanha para marcar diferenças entre sua proposta e a da adversária e, assim, tentar recuperar o eleitorado que José Serra vem perdendo desde que começou a propaganda na televisão. Ainda que não haja tempo para reverter o quadro sucessório bastante favorável à Dilma, os tucanos consideram importante marcar diferenças”.
Conforme argumenta, “O maior temor do PSDB a esta altura da campanha é que o favoritismo de Dilma Rousseff provoque a chamada ‘onda vermelha’ que afete até os candidatos tucanos favoritos nas disputas aos governos estaduais – como Geraldo Alckmin, em São Paulo; Beto Richa, no Paraná e Antonio Anastasia, em Minas Gerais”. Estes e outros alertas indicam que toda a gritaria da mídia sobre os “novos escândalos” visa estancar a sangria da direita nativa. A bola da vez parece ser a da batalha para os governos estaduais, Senado e Câmara Federal.
DEBATE ABERTO Os escândalos políticos midiáticos
Não seria exatamente a tentativa de controlar a esfera propriamente política o último recurso que a grande mídia – declaradamente oposicionista pela voz da presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) – estaria a exercer na construção de escândalos políticos midiáticos a poucas semanas das eleições?
Venício Lima
Artigo publicado originalmente no Observatório da Imprensa
Tão logo as pesquisas revelaram que uma das candidatas à presidência da República havia atingido índices de intenção de voto difíceis de serem revertidos, e que os resultados indicavam a possibilidade de decisão ainda no primeiro turno, a grande mídia e seus "formadores de opinião" reagiram prontamente. Insistiram eles que fatos novos poderiam ocorrer e que ainda era muito cedo para cantar vitória.
Um exemplo: sob o título "Festa na véspera", a principal colunista de economia do jornal O Globo escreveu em sua coluna "Panorama Econômico" do dia 31 de agosto:
"Então é isso? Uma eleição cuja campanha começou antes da hora acabou antes que os votos sejam depositados na urna? (...) Fala-se do futuro como inexorável. O quadro está amplamente favorável a Dilma Rousseff, mas é preciso ter respeito pelo processo eleitoral. Se pesquisa fosse voto, era bem mais simples e barato escolher o governante."
Simultaneamente, a poucas semanas do primeiro turno das eleições, os jornalões, a principal revista semanal e a principal rede de televisão abriram fartos espaços para a divulgação de "escândalos" com a óbvia intenção de atingir a reputação pública da candidata favorita.
O primeiro, diz respeito a vazamento de informações sigilosas da Receita Federal ocorridos em setembro de 2009 [antes, portanto, da escolha oficial dos candidatos e do início da campanha eleitoral]. O "escândalo" foi imediatamente comparado com o caso Watergate, que levou à renúncia o presidente dos EUA Richard Nixon, em 1974, e também à prisão de integrantes do PT em hotel de São Paulo, em 2006. A narrativa midiática logo passou a referir-se a ele como "Aloprados II" e/ou "Receitagate".
O segundo, que surge tão logo o primeiro parece não ter atingido os objetivos esperados, faz um incrível malabarismo ao tentar incriminar a candidata favorita através de ações de lobby e tráfico de influência atribuídos ao filho de sua ex-auxiliar. Um exemplo: a manchete de primeira página da Folha de S.Paulo de domingo (12/9): "Filho do braço direito de Dilma atua como lobista".
O que estaria acontecendo na grande mídia brasileira?
Controle e dinâmica
Em abril de 2006, no correr da "crise do mensalão", escrevi neste Observatório [ver "Escândalos midiáticos no tempo e no espaço"] sobre o conceito de "escândalo político midiático" (EPM) desenvolvido pelo professor da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, John B. Thompson, em seu aclamado O escândalo político – Poder e visibilidade na era da mídia (Vozes, 1ª edição, 2002).
O momento é oportuno para retomar os ensinamentos de Thompson.
Os EPM surgem historicamente no contexto do chamado jornalismo investigativo, combinado com o crescimento da mídia de massa e a disseminação das tecnologias de informação e comunicação. E, sobretudo, no quadro das profundas transformações que ocorreram na natureza do processo político, ainda dependente, em grande parte, da mídia tradicional. Envolve indivíduos ou ações situados dentro de um campo ligado à aquisição e ao exercício do poder político através do uso, dentre outros, do poder simbólico. Fundamentalmente, o exercício do poder político depende do uso do poder simbólico para cultivar e sustentar a crença na legitimidade.
O poder simbólico, por sua vez, refere-se à capacidade de intervir no curso dos acontecimentos, de influenciar as ações e crenças de outros e também de criar acontecimentos, através da produção e transmissão de formas simbólicas. Para exercer esse poder, é necessário a utilização de vários tipos de recursos, mas, basicamente, usar a grande mídia, que produz e transmite capital simbólico – vale dizer, controla a visibilidade pública. A reputação, por exemplo, é um aspecto do capital simbólico, atributo de um indivíduo ou de uma instituição. O que está em jogo, portanto, num EPM é o capital simbólico do político, sobretudo sua reputação.
Como a grande mídia se tornou a principal arena em que as relações do campo político são criadas, sustentadas e, ocasionalmente, destruídas, a apresentação e repercussão dos EPM não são características secundárias ou acidentais. Ao contrário, são partes constitutivas dos próprios EPM.
Escândalo político midiático, portanto, é o evento que implica a revelação, através da mídia, de atividades previamente ocultadas e moralmente desonrosas, desencadeando uma seqüência de ocorrências posteriores. O controle e a dinâmica de todo o processo deslocam-se dos atores inicialmente envolvidos para os jornalistas e para a mídia.
Jogo de poder
Na verdade, a grande mídia ainda detém um enorme poder de legitimar a esfera propriamente política através do tipo de visibilidade pública que a ela oferece. Os atores da esfera política dependem de visibilidade na esfera midiática para se elegerem e/ou se manterem no poder. Através desse poder, próprio da esfera midiática, a grande mídia tenta submeter e controlar o processo político, em particular os processos eleitorais. É aí que surgem os EPM.
Não seria exatamente a tentativa de controlar a esfera propriamente política o último recurso que a grande mídia – declaradamente oposicionista pela voz da presidente da ANJ – estaria a exercer na construção de EPM a poucas semanas das eleições?
Será que o Brasil de 2010 é o mesmo de 2006, quando tentativa semelhante levou as eleições presidenciais para o segundo turno?
O que está realmente em jogo é o poder da mídia tradicional – e, por óbvio, dos grupos dominantes do setor – em tempos de profundas transformações nas comunicações. Em tempos de internet.
Quem viver verá.
Venício A. de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Liberdade de Expressão vs. Liberdade de Imprensa – Direito à Comunicação e Democracia, Publisher, 2010.
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Erenice contra ataca e chama Serra de aético e derrotado
O Conversa Afiada publica textos da reação da Ministra Erenice Guerra à tentativa do Zé Baixaria de manipular o PiG (*) para dar o Golpe.
NOTA Á IMPRENSA
1.Encaminhei aos Ministros Jorge Hage, da Controladoria-Geral da União, e Luis Paulo Teles, da Justiça, ofícios em que solicito que se procedam todas as investigações necessárias no sentido de apurar rigorosamente os fatos relatados em matéria publicada pela revista Veja, em sua edição mais recente, e que envolvem tanto minha conduta administrativa quanto a de familiares meus.
2.Espero celeridade e creio na exação e competência das autoridades às quais solicitei tais apurações.
3.Reafirmo ser fundamental defender-me de forma aberta e transparente das mentiras assacadas pela revista Veja. E assim o faço diante daquela que já é a mais desmentida e desmoralizada das matérias publicadas ao longo da história da imprensa brasileira.
4.Lamento, sinceramente, que por conta da exploração político-eleitoral, mais que distorcer ou inventar fatos, se invista contra a honra alheia sem o menor pudor, sem qualquer respeito humano ou, no mínimo, com a total ausência de qualquer critério profissional ou ética jornalística.
5.Chamo a atenção do Brasil para a impressionante e indisfarçável campanha de difamação que se inicia contra minha pessoa, minha vida e minha família, sem nada poupar, apenas em favor de um candidato aético e já derrotado, em tentativa desesperada da criação de um “fato novo” que anime aqueles a quem o povo brasileiro tem rejeitado.
6.Pois o fato novo está criado e diante dos olhos da Nação: é minha disposição inabalável de enfrentar a mentira com a força da verdade e resoluta fé na Justiça de meu país, sem medo e sem ódio.
Erenice Guerra
Ministra-Chefe da Casa Civil da Presidência da República
14 de Setembro de 2010
O PiG tem saudade do Geraldo Brindeiro, o engavetador-geral da República
Brindeiro é que trabalhava como o PiG gosta
O Presidente Lula decidiu que os ministros da Fazenda e da Justiça ofereçaam à opinião pública todas as informações sobre os dois escândalos que o Zé Baixaria e o PiG (*) elegeram para derrubar o Lula e a Dilma, num só Golpe.
Bons eram os tempos do Geraldo Brindeiro, o Engavetador Geral da Republica.
Uma das maiores obras de Brindeiro, no Governo FHC/Serra, foi engavetar a Pasta Rosa, onde se encontrava uma parte da República que, hoje, repousa no HDs, CDs e pendrives que o inclito delegado Protógenes Queiroz encontrou atrás da parede falsa do Daniel Dantas, o passador de bola apanhado no ato de passar bola.
Outra engavetação providencial foi livrar o ex-senador Arthur Virgilio Cardoso da cadeia.
Clique aqui para ler!
Quanto custou a reeleição ?
Com que argumento$ o Daniel Dantas tomou conta dos fundos de pensão para a privatizar os telefones ?
O que o Ricardo Sergio fazia na campanha do Serra e do FHC ?
Por que o André Lara Resende não processa o Nassif ?
Nassif disse – no livro “Cabeças de Planilha”- que o Real foi fixado num valor que beneficiou o André, um dos autores do Real.
Por que o Eduardo Jorge telefonava tanto para o Juiz Lalau ?
Com que dinheiro o FHC comprou uma fazenda em sociedade com o Serjão ?
O salário de Presidente cabe numa fazenda de gado, tão boa que, depois, o Jovelino Mineiro comprou ?
Tudo isso sem esquecer que a ministra Erenice Guerra foi quem tomou a iniciativa de recorrer ao Conselho de Ética para invetsigar seu caso.
(E, não, o Conselho de Ética quem tomou a iniciativa, como o jornal nacional deu a entender.)
Erenice abriu seu sigilo e o do filho.
E vai processar a Veja.
O PiG (*) tem saudade mesmo é do Brindeiro.
Com o Brindeiro não tinha dúvida: ia tudo para debaixo do tapete.
E o PiG ?
O PiG não dizia uma palavra.
No Estadão, uma obscura colonista (**) diz que esse Conselho de Ética não presta para nada.
Será que seu presidente, o Ministro Sepúlveda Pertence, é assim uma nulidade ?
Um pau mandado do Presidente Lula ?
Este ordinário blogueiro faz algumas restrições ao Ministro Pertence, inclusive ao fato de advogar depois que saiu do DTF e se tornar advogado de Gilmar Dantas (***) numa causa que moveu – e perdeu – contra mim.
Clique aqui para ir á aba “Nao me calarao”.
Mas, este ordinário blogueiro não considera que o Ministro Pertence mereca este tratamento desrespeitoso.
A fúria Golpista do PiG e seus colonistas poderia, ao menos, ter bons modos.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(***) Clique aqui para ver como um eminente colonista (**) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista (**) da GloboNews e da CBN se refere a Ele.
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Dilma massacra no Ceará. Serra e Marina empatam
No domingo comentei aqui a lavada de Dilma que se anuncia em Minas, governada pelos tucanos, e hoje apareceu outra surra monumental em pesquisa no Ceará, terra de outro tucano ilustre, Tasso Jereissati, que faz campanha para o Senado, sem mencionar o nome de Serra.
Também pudera. Na terceira pesquisa feita pelo jornal O Povo, em parceria com o Datafolha, Dilma subiu de 63% para 65% dos votos válidos, e Serra caiu de 16% para 13%. Considerando a margem de erro de 3 pontos percentuais, o tucano está agora tecnicamente empatado com Marina Silva, que chegou a 8% (tinha 5% na pesquisa anterior, em agosto).
Todas as pesquisas apontam que a maior vantagem de Dilma sobre Serra está no Nordeste, e a pesquisa no Ceará revela que na região o tucano sofrerá uma derrota inesquecível.
Dilma iniciou a série de pesquisas O Povo/Datafolha, com 41%, em meados de agosto; subiu para 63% no fim de agosto, com o impacto do horário eleitoral, quando ficou mais claro que ela é a candidata de Lula, e bateu 65% agora, na sondagem feita nos dias 9 e 10 de setembro.
Serra fez o percurso inverso. Já saiu perdendo na primeira pesquisa, quando tinha 28%, e foi caindo vertiginosamente. Chegou a 16% no fim de agosto e agora está com 13%. A diferença de Dilma para serra no Ceará é de 52 pontos.
O quesito rejeição mostra como Serra é “querido” no Ceará. Deve ser por conta daquela água toda que ele conta ter levado para o Nordeste. Nada menos que 44% dos cearenses dizem que não votam no tucano de jeito nenhum. Dilma tem o menor índice de rejeição no estado, com 11%.
Sônia Montenegro: a história se repete
Confiram abaixo o email que recebi da amiga internauta Sônia Montenegro:
Algumas manchetes do jornal O Globo (RJ), no governo JK. Qualquer semelhança
às atuais não é mera coincidência...
18/Fev/1956 - Envolvido já o novo governo por uma onda de intranquilidade e
descrédito. (no 18º dia do governo JK, cuja posse foi em 31/Jan/1956)
8/Mar/1956 - Anistia sim, para Prestes, não. (dispensa comentários)
19/Mar/1956 Juscelino não sabe o que vai fazer, como fazer e quando fazer,
diz Baleeiro. (a velha aposta na memória curta, que permite qualquer
declaração, por mais irresponsável que seja)
21/Mar/1956 - Juscelino age de um modo, enquanto na mensagem afirma agir de
outro. (deve ter sido aí que o PIG aprendeu, quando a íntegra da notícia
contradiz a manchete, estampada em letras garrafais)
4/Mai/1956 - Não basta criticar. Temos também de agir. (claro! não podemos
fugir do nosso empenho golpista)
15/Mai/1956 - Juscelino propõe aumento de impostos. (o artifício de
criar o medo, também muito usado nos dias atuais)
17/Mai/1956 - Agente comunista internacional vem agitar a classe estudantil. (estudantes beócios e pau mandado dos comunistas)
6/Jun/1956 - Crise nas hostes do governo.
7/Jun/1956 - Providências inoportunas do governo têm agravado a tremenda
crise econômico-financeira vivida pelo país.
20/Jun/1956 - Nova crise no governo.
29/Jun/1956 - Ameaçada de crise a indústria carioca. (crise é a palavra
favorita)
2/Jul/1956 - Nunca o Brasil precisou tanto de oposição. (continua
precisando, mas não de uma oposição "cheirosa", mas responsável)
5/Jul/1956 - Providências urgentes para evitar demissões em massa e
encarecimento do custo de vida. (mais do medo)
9/Jul/1956 - Aberta a luta do PSD em torno da prorrogação dos mandatos. (a
síndrome da prorrogação dos mandatos)
16/Jul/1956 - Intranquilas as classes produtoras em face dos novos níveis
salariais. (pagar salários dignos nunca foi do agrado do PIG)
31/Jul/1956 - Erros e contradições do PSD na política interna e externa. (eu
vi esse filme recentemente [rs])
21/ Nov/1956 - Cresce a repulsa do mundo aos crimes da União Soviética. (mas
não cresce aos crimes do imperialismo norte-americano)
26/Nov/1956 - Acusado o sr. João Goulart de ter fornecido dinheiro aos
comunistas. (factóides & factóides ltda)
4/Dez/1956 - Em debate a redução do número de partidos. (eu também vi esse
filme recentemente [rs])
2/Mai/1957 - O analfabetismo deve ser extinto e não premiado com direito a
voto (de preferência, afogando os analfabetos)
15/Jan/1958 - Emissário do sr. João Goulart foi acompanhar a preparação da
greve. (teoria da conspiração)
29/Jan/1958 - Vieira mobiliza forças contra a prorrogação. (o terrorismo
contra a prorrogação ou reeleição de JK, que recentemente, não aconteceu com
a reeleição de FHC)
21/Fev/1958 - Possuo documentos irrefutáveis de que a União Soviética
prepara a nova guerra mundial. (e cadê a guerra?)
6/Mar/1958 - Os poderes excessivos da União asfixiam a economia dos estados.
(eu vi esse filme recentemente [rs])
2/Abr/1958 - Prêmio às melhores composições sobre os ideais americanistas. (afinal, o que é bom para os EUA é bom para o Brasil!)
10/Abr/1958 - Alarmados os meios econômicos com a alta vertiginosa do dólar.
(agora o medo é pela queda vertiginosa do dólar)
24/Abr/1958 - A liberdade de Prestes pode ser de graves consequências.
(afinal de contas, o perigoso Prestes comia criancinhas)
26/Abr/1958 - Crise econômica estimula a germinação do extremismo. (mais
teoria do medo)
26/Abr/1958 - Vencer a crise econômica, mas sem soluções miraculosas.
(leia-se por miraculosas, nada de distribuir renda)
6/Jun/1958 - Posta em xeque a autoridade do presidente da república por
elementos do próprio governo. (esse também é um filme muito atual)
26/Jun/1958 - Moscou já deu início à sua conquista da América do Sul. (isso,
todos nós vimos. Os filmes, as músicas, as marcas, tudo com espantoso
predomínio do idioma russo)
27/Jun/1958 - Conveniência recíproca e não filantropia, a ajuda dos EUA à
América Latina.
6/Ago/1958 Os Estados Unidos estão vitalmente empenhados no progresso do
Brasil! (claro! Os EUA são tão bonzinhos... me engana que eu gosto!!!)
5/Set/1958 - A UDN denunciará interferência do governo na liberdade do
rádio. (mais do mesmo)
18/Set/1958 - Um bilhão de cruzeiros para debelar a crise dos
bancos. (isso eu vi com o FHC)
30/Set/1958 - De mãos dadas a corrupção e o comunismo. (eu pensei
que corrupção e comunismo tivessem o mesmo significado, porque, afinal de
contas, nunca vi um capitalista ladrão)
27/Set/1959 - A dissimulação, a mentira, a felonia, constituem as
suas armas (dos comunistas), chegando, não raro, à audácia e ao cinismo de
se proclamarem nacionalistas e de receberem, ao mesmo tempo, o dinheiro da
traição para entregar a pátria ao domínio estrangeiro. (isso é bom
demais!!!)
Sonia Montenegro em 14 de setembro de 2010.
Missão da ONU tenta resgatar Serra
NOVA YORK - Frente à nova queda de José Serra, o Conselho de Segurança das Nações Unidas anunciou uma ajuda humanitária de emergência para resgatar o candidato tucano. "Vamos enviar frascos com álcool gel para serem trocados por votos, tropas de paz para intimidar os petistas de Mauá, favelas cenográficas e genéricos tarja-preta para dopar os marqueteiros de Dilma Rousseff", informou Ban Ki-moon, o secretário-geral da ONU.
A pedido de Bono Vox, Renato Aragão coordenará uma campanha denominada "Lambança Esperança", que monitorará todos os passos de Dilma, seus assessores, familiares, animais domésticos e amigos do Orkut em busca de deslizes que possam ser usados por Serra. A cada erro encontrado, Renato irá à televisão alarmar a população aos gritos de "É caflito! É caflito!".
Seguindo uma ideia de Bob Geldof, Roberto Medina organizará um mega-evento pró Serra às margens do Tietê. A assessoria do empresário informou que o show será apresentado por Regina Duarte e já tem nomes de peso confirmados, como Oswaldo Montenegro, Orlando Morais e Jorge Vercilo.
José Serra, que se encontra sob toneladas de trololós na Fossa das Marianas, a 11 mil quilômetros abaixo do Oceano Pacífico, emocionou-se ao saber da iniciativa das Nações Unidas. E prometeu privatizar a ONU caso a campanha traga resultados positivos.
Serra, sempre ele, prega censura a blogs.
TERÇA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2010
Do blog do Zé Dirceu.
Por ter perdido todas as batalhas em que se envolveu...
Por ter perdido mais uma batalha - na verdade, perdeu todas em que se envolveu nos últimos meses - o candidato da oposição a presidente da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS) prega, agora, insistente e abertamente, censura à internet. Ainda ontem, em sabatina na Ordem dos Advgoados do Brasil (OAB), voltou a atacar o que chama de "blogs sujos" - para ele todos os que são "ligados" à sua adversária na disputa presidencial, Dilma Rousseff (governo-PT-partidos aliados).
O pretexto para esta nova campanha que Serra inicia é que, segundo ele, "estes blogs mantidos pelo governo ou pelo PT já apresentavam dados de Imposto de Renda de algumas das pessoas que depois se descobriu que tinham tido seus sigilos violados", dentre as quais o vice-presidente nacional do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, o EJ.
A verdade é que Serra perdeu a batalha também na internet, apesar dos milhões que gastou. Ele montou toda uma equipe nesta área para nada. Passaram a perna nele, não apresentaram eficiência e os resultados são os que vê: ele continua a caminho da derrota na eleição de outubro. Dai esse seu arroubo de autoritarismo e saudades da ditadura - infelizmente, de novo com apoio da mídia - querendo censurar blogs.
Serra sabe quem divulgou violações e sigilos
Além de querer censurar os blogs, Serra quer se fazer de vítima. Se ele se julga caluniado, tem que recorrer à justiça. Esta é o foro adequado para quem o caluniou, ou aos demais tucanos, responder. Mas, nessa questão, Serra tem que cobrar mesmo é do Correio Braziliense, que divulgou a existência da investigação legal e de rotina que a Receita Federal fazia sobre EJ antes da quebra de seu sigilo, e da Folha de S.Paulo que denunciou a violação de seus dados.
Tem que cobrar estas histórias todas, também, do jornal Estado de Minas e de seu jornalista que teria sido encarregado de fazer dossiê contra o candidato a presidente tucano. O jornal mineiro, a exemplo do Correio Braziliense, é que tem estreitas ligações com o ex-governador tucano Aécio Neves, seu correligionário-rival de Serra.
O candidato tucano ao Planalto fica batendo nessa tecla de incriminar adversários para que? Ele sabe que não foram nem o PT, nem a campanha de Dilma que divulgaram a violação nem os dados do sigilo de EJ. E sabe que foram a Folha de S.Paulo e o Correio Braziliense.
DEM, partido aliado do PSDB, entra com ação contra o Prouni
Em outubro de 2004, os Democratas e a Confenem, entidade patronal que representa os estabelcimentos de ensino, entraram com ação direta de inconstitucionalidade da lei que criou o Prouni, a bem sucedida política pública de inclusão educacional do governo federal. Para o DEM e para a Confederação, o artigo viola os princípios da igualdade e do devido processo legal substantivo contidos no artigo "5º, "caput", I e LIV, da Constituição. Alegam que o programa viola o princípio da isonomia e diz que não é legítimo, de acordo com nosso ordenamento, que se reservem vagas no ensino superior para preenchimento com base na condição sócio-econômica do aluno ou em critério racial. Pronto, aí está. Querem que o Supremo diga que é inconstitucional a política de ações afirmativas presente no programa. Para os autores da ação, não é possível dar bolsas para negros e egressos de escolas públicas, ou para pessoas carentes, porque isso agride o princípio do acesso ao ensino superior segundo os méritos de cada um (art. 208, V, CF). O DEM é parceiro de Serra, é seu aliado; se o Arruda não tivesse sido pego com a mão na massa e preso, seria seu vice: como disse publicamente o próprio Serra, "vote em um careca e leve dois".
Furo de reportagem: arqueteiroO diálogo entre Serra e seu marqueteiro
Blog do Rovai -13 de setembro de 2010 às 12:50 6 Comentários
Renato Rovai
Este blogue acaba de receber uma transcrição do diálogo entre o ex-candidato à presidência José Serra (que agora ataca blogues porque decidiu abrir o seu – leia mais abaixo) e o seu marqueteiro.
O informante deste blogueiro disse que a conversa aconteceu na ante-sala do debate de ontem à noite, por isso o ex-candidato estava tão transtornado.
Leia com atenção:
Serra: Você espalhou que a Dona Marisa não fala e não faz nada?
Marqueteiro: – Sim governador, mas o povo já percebeu que a Dona Mônica também não fala e não faz nada também.
Serra: – Então temos que levá-la ao palanque para ela se mostrar…
Marqueteiro: – Já fizemos isso, mas ela meteu a boca no Bolsa-Família, disse que o povo não quer mais trabalhar por causa disso.
Serra: – Mas eu estou dizendo nos meus programas que vou dobrar o valor do Bolsa-Família!
Marqueteiro: – Não se preocupe, já tiramos ela do esquema. Só vamos mostrar a foto dela.
Serra: – Espalhem também que o Lula só vivia do sindicato e não trabalhava.
Marqueteiro: – Fizemos isso, mas notaram que o senhor também nunca trabalhou, e que acorda sempre tarde.
Serra: – Diga que ele é analfabeto, porra!
Marqueteiro: – Mas é preciso ter cuidado com isso, porque o seu curso de economia no Chile tá meio estranho. Muitos blogs estão pesquisando o caso.
Serra: – O pior é que já sabem que eu não sou engenheiro, como andei dizendo por aí.
Marqueteiro: – Ah… mas isso o povo esquece.
Serra: – Já falou que eu é que criei o seguro desemprego para os trabalhadores?
Marqueteiro: – Mas isso não é verdade, governador. Como o senhor vive meio desligado, não notou que já havia sido aprovado pela câmara, sancionado pelo então presidente Sarney.
Serra: – Não importa, manda bala assim mesmo. As pessoas vão acreditar em mim. E insista nos genéricos, no Plano Real…
Marqueteiro: Excelência! Os genéricos foram idéia do Adib Jatene, o Real foi da equipe do Itamar, lembra que o FHC era o ministro?
Serra: – Não fale nesse cara de jeito nenhum. Ele espanta votos. Chamou os brasileiros de vagabundos, neo-bobos e caipiras.
Marqueteiro:- Essa do FHC foi terrível, me deixa fora dessa!
Serra: – Faz o seguinte, fale de minha larga experiência.
Marqueteiro: – Se eu for falar nisso, vão lembrar que o senhor nunca completou qualquer mandato para os quais foi eleito.
Serra: – Como assim?
Marqueteiro: – O de deputado constituinte o senhor largou no final. Como senador, com mandato de oito anos, O SENHOR FICOU SÓ SEIS MESES. Como prefeito e governador só cumpriu a metade…
Serra: – E sobre as estradas?
Marqueteiro: – F I C O U L O U C O???!!!
Serra: – Pô… tá difícil, se eu falar das estradas vão pensar nos PEDÁGIOS, do metrô vão saber que só fizemos 4Km e tem aquele francês da Alstom que soltou propina pra meio mundo em SP… e nós só fizemos 1/3 (um terço) do rodoanel… em 16 anos…
Marqueteiro: – Vamos combinar o seguinte, VAMOS FALAR SÓ DA TERRORISTA, DO MEDO DE COMUNISTA E MOSTRAR VOCÊ SEMPRE SORRINDO. Falado?
Serra:- … E do papai que era um humilde comerciante da Mooca. Mas não vá dizer que ele tinha banca no Mercadão, tá?…
RBS TINHA DEZ SENHAS DO GOVERNO YEDA PARA ESPIONAR DESAFETOS
Essa é demais direto do CLOACA NEWS
Depois de admitir, por meio de nota publicada no tabloide venal Zero Hora, que o araponga lotado na Casa Militar do Palácio Piratini era informante do Grupo RBS (afiliado da Globo no RS e em SC), o império mafiomidiático gaúcho está às voltas com mais uma sarna: pelo menos dez senhas de acesso ao Sistema de Consultas Integradas da Secretaria de Segurança foram distribuídas pelo governo Yeda Crusius (PSDB) aos repórteres do conglomerado da Famiglia Sirotsky. A informação foi veiculada pelo Twitter do jornalista Vitor Vieira, profissional que passa longe de ser considerado um “petista”.
Com a revelação, a sociedade passa a conhecer melhor as outras fontes “jornalísticas” da corporação. Como se sabe, os veículos da RBS também costumam basear seus “furos de reportagem” em materiais apócrifos e anônimos encontrados nos latões de lixo dos estacionamentos de Porto Alegre.
Até o momento, a laboriosa colunista-abelha de ZH e o operoso comentarista-vendedor-de-salames da RBS não se manifestaram sobre a violação, pela empresa, de seu próprio Código de Ética.
Aguardam-se, para breve, as posições da ARI (Associação Rio-grandense de Impresa), da ANJ (Associação Nacional de Jornais), da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e do Sindicato dos Jornalistas.
Nova classe B deve consumir R$ 1 tri
Após o boom de consumo da classe C, o Brasil vive uma forte expansão das compras da classe B -é o que mostra estudo da consultoria IPC Marketing.Segundo o levantamento, feito a partir de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o potencial de consumo das classes B2 e B1 (renda média familiar de R$ 2.950 a R$ 5.350, respectivamente) soma, neste ano, R$ 970 bilhões, 30% mais do que em 2009.
Em relação à população total, o potencial de compras também cresceu, mas em ritmo menor. De 2009 para 2010 passou de R$ 1,8 trilhão para R$ 2,2 trilhões -expansão de 22%.
"Está ocorrendo uma segunda migração. Após o crescimento da classe C (renda média familiar de R$ 1.100 a R$ 1.650), agora pessoas desse grupo estão entrando na classe B2 (renda média de R$ 2.950)", afirma Marcos Pazzini, diretor da IPC.
"NÃO BÁSICOS"
O estudo mostra que, com o aumento da renda, gastos com itens "não básicos" ganham peso no orçamento doméstico neste ano.Entre esses itens estão veículos, alimentação fora de casa, viagens e mesmo saúde (inclui planos e consultas médicas particulares)."Com mais mulheres no mercado de trabalho e expansão dos gastos com lazer, cresce o número de refeições em restaurantes", observa Pazzini."Em relação à saúde, o envelhecimento da população também contribui para o consumo maior", completa.
Já os itens de consumo que são considerados básicos devem agregar uma parte menor da renda das famílias, aponta a consultoria IPC.O percentual de despesas com transporte urbano, vestuário, refeições em casa e manutenção do lar deve cair neste ano.Ainda segundo a consultoria, os gastos com higiene devem permanecer estáveis.
NORDESTE
A IPC destaca também que, justamente por causa da migração dos consumidores da classe C para a B, a participação do Nordeste no potencial de consumo total do país diminuiu de 18,8% (em 2009) para 17,7% neste ano.Mesmo assim, a região continua sendo o segundo maior mercado consumidor do Brasil, atrás apenas do Sudeste.Por outro lado, houve aumento do potencial nas regiões Sudeste (de 51,4% para 52,7%) e Sul (16,3% para 16,5%)."Como a renda no Sul e no Sudeste é maior, essa mudança de classe dos consumidores ocorre primeiro nessas regiões. Em dois anos, devemos perceber esse movimento no Nordeste", analisa..Da folha tucana
Documento com foto, além do título, será exigido para votar
Este ano, eleitores terão de apresentar o título, e também um documento com foto para conseguir votar
Quem está sem o título de eleitor, com o documento em mau estado ou dados eleitorais desatualizados tem até as 19h do dia 23 de setembro para regularizar sua situação em qualquer um dos 149 cartórios eleitorais do Estado do Rio. Caso contrário, não poderá votar nas eleições.
Este ano, a legislação eleitoral passou a exigir, além do título, a apresentação de um documento de identificação com foto do eleitor na hora da votação.
Segundo o corregedor regional eleitoral do Rio, juiz Luiz de Mello Serra, para facilitar a emissão do documento, o eleitor poderá pedir a reimpressão de seu título em qualquer cartório eleitoral, bastando apresentar a carteira de identidade: — Os cartórios funcionam até nos fins de semana para garantir ao eleitor o direito de participar da eleição. Para solicitar um novo título, basta entregar um documento oficial com foto, como a cédula de identidade, e em cinco minutos terá a reimpressão de seu título. Os eleitores devem desde já verificar se o documento está em ordem para evitar problemas. No dia da eleição, quem não estiver munido de título e documento oficial com foto não poderá votar.
Para tirar a 2ª via, o eleitor deve comparecer ao cartório de sua zona eleitoral. Para a reimpressão do documento, basta levar a identidade a qualquer cartório eleitoral. Mas quem nunca teve título de eleitor não poderá votar, pois o prazo para isso já acabou no primeiro semestre.
É preciso que o eleitor não deixe para a última hora — diz o juiz.
No dia da votação, em 3 de outubro, é importante o eleitor levar a cola eleitoral com os nomes e números de seus candidatos para facilitar a votação. A ordem de votação é: deputado estadual, deputado federal, duas vezes senador, governador e presidente.
Quem está sem o título de eleitor, com o documento em mau estado ou dados eleitorais desatualizados tem até as 19h do dia 23 de setembro para regularizar sua situação em qualquer um dos 149 cartórios eleitorais do Estado do Rio. Caso contrário, não poderá votar nas eleições.
Este ano, a legislação eleitoral passou a exigir, além do título, a apresentação de um documento de identificação com foto do eleitor na hora da votação.
Segundo o corregedor regional eleitoral do Rio, juiz Luiz de Mello Serra, para facilitar a emissão do documento, o eleitor poderá pedir a reimpressão de seu título em qualquer cartório eleitoral, bastando apresentar a carteira de identidade: — Os cartórios funcionam até nos fins de semana para garantir ao eleitor o direito de participar da eleição. Para solicitar um novo título, basta entregar um documento oficial com foto, como a cédula de identidade, e em cinco minutos terá a reimpressão de seu título. Os eleitores devem desde já verificar se o documento está em ordem para evitar problemas. No dia da eleição, quem não estiver munido de título e documento oficial com foto não poderá votar.
Para tirar a 2ª via, o eleitor deve comparecer ao cartório de sua zona eleitoral. Para a reimpressão do documento, basta levar a identidade a qualquer cartório eleitoral. Mas quem nunca teve título de eleitor não poderá votar, pois o prazo para isso já acabou no primeiro semestre.
É preciso que o eleitor não deixe para a última hora — diz o juiz.
No dia da votação, em 3 de outubro, é importante o eleitor levar a cola eleitoral com os nomes e números de seus candidatos para facilitar a votação. A ordem de votação é: deputado estadual, deputado federal, duas vezes senador, governador e presidente.
Matéria da Veja desmorona: seis notas oficiais resgatam a verdade
Mais uma nota desmentindo cabalmente a matéria caluniosa da revista Veja sobre o suposto tráfico de influência na Casa Civil foi emitida na tarde de hoje, segunda-feira (13), desta vez pelos Correios. Com essa, já somam seis as notas oficiais que resgatam a verdade dos fatos e desmonta, uma a uma, as ilações levantadas pela revista da editora Abril.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) afirmou em nota oficial que suas ações estão de acordo com a legislação vigente e que os contratos em vigor com a empresa de transporte aéreo de carga MTA (Master Top Airlines Ltda). “resultam de processos licitatórios regulares e transparentes que estão disponíveis para consulta na página dos Correios na internet”.
A empresa afirma ainda que os Correios têm contratos com mais seis empresas para o transporte aéreo de carga e que “todos passaram pelos mesmos crivos das leis 8.666/93 e 10.520/02”.
“A ECT reafirma sua determinação de manter a excelência dos serviços prestados, a transparência da sua gestão, o profissionalismo de sua diretoria e dos seus mais de 109 mil empregados, e que, a despeito de tentativas de desqualificá-la, continua merecendo o reconhecimento da população como uma das instituições mais confiáveis do Brasil”, diz a nota.
As informações foram dadas em resposta à reportagem da revista Veja que apontava Israel Guerra, filho da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, como mediador em contratos com a estatal. Para intermediar a operação, teria sido cobrada uma propina de 6% do empresário Fábio Baracat, ex-sócio da MTA.
ANAC também repudia informações falsas da Veja
Outra instituição pública que emitiu nota desmentindo a revista foi a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Ela disponibilizou cópias do processo que renovou a concessão da empresa MTA. De acordo com a assessoria de imprensa da agência, os documentos presentes no processo comprovam que não houve irregularidade na renovação da permissão da empresa.
Em nota divulgada no domingo (12), a Anac afirmou que a decisão favorável à MTA em 18 de dezembro aconteceu porque a empresa apresentou a certidão que faltava para comprovar que sua situação previdenciária estava regular. A revista havia insinuado que a decisão deu-se por pressão de lobistas.
Principal fonte da reportagem desmentiu a revista
Ainda no sábado (11), logo que a revista chegou às bancas, o empresário Fábio Baracat, principal “fonte” da reportagem, divulgou uma nota desmentindo a Veja. Segundo ele, a revista mentiu aos leitores.
Na versão fantasiosa da Veja, Baracat, suposto dono da empresa Via Net e sócio da MTA, queria ampliar a participação de suas companhias nos Correios e, para isso, ele teria pago a suposta propina de aproximadamente 6% sobre um contrato de R$ 84 milhões.
O empresário diz na nota que foi surpreendido com a matéria: “Primeiramente, gostaria de esclarecer que não sou e não fui funcionário, representante da empresa Via Net, ou a representei em qualquer assunto comercial, como foi noticiado na reportagem. Apenas conheço a empresa e pessoas ligadas a ela, assim como diversos outros empresários do setor”.
Ele também negou “qualquer relacionamento pessoal ou comercial com a Ministra Erenice Guerra, embora tivesse tido de fato a conhecido, jamais tratei de qualquer negócio privado ou assuntos políticos com ela”.
Disse ainda que ao procurá-lo, a revista só perguntou sobre a relação da MTA com o Coronel Artur, atual Diretor de Operações dos Correios. E concluiu dizendo que se sentia como “mais uma personagem de um joguete político-eleitoral irresponsável do qual não participo, porém que afetam famílias e negócios que geram empregos”.
Em resposta, a revista divulgou outra nota em que tenta se defender, dizendo que a reportagem “não foi construída com base em declarações, mas em intensa apuração jornalística e sobre documentação, parte da qual ainda não foi publicada”. Mas parece que a "documentação" carece de credibilidade.
Empresa citada desconfia que Veja falsificou documentos
A empresa Via Net, citada na reportagem da Veja como pagadora da suposta propina para viabilizar contrato com o Correio, também divulgou nota, com a qual nega a existência do contrato reproduzido pela revista.
Segundo a Via Net, são completamente falsas as informações da revista sobre a relação de Fabio Baracat com a empresa. “Fabio Baracat nunca foi sócio, procurador ou gestor, e tampouco pertenceu algum dia ao quadro de funcionários da empresa, fatos esses que podem facilmente ser comprovados”.
A Via Net Express diz na nota que não reconhece o contrato apresentado na reportagem, “não assinou esse suposto contrato, não conhece a Capital Assessoria, não conhece seus sócios, nunca manteve qualquer contato e qualquer tipo de relação comercial com a mesma”. Afirma também que não possui nenhum tipo de contrato de prestação de serviços com o Correio, nem compra serviços de transpostre aéreo nas aeronaves do Correio. Ou seja, não sobra quase nada de verdade na falsa reportagem da revista.
Dinate do festival de calúnias levantadas pela revista, a Via Net Express diz na nota que “buscará os esclarecimentos necessários, para em seguida adotar as medidas judiciais cabíveis”.
Erenice processa revista e quer direito de resposta
Quem também já formalizou a disposição de levar a Veja às barras dos tribunais é a ministra Erenice Guerra, principal vítima das falsas denúncias levantadas pela revista.
Em nota, Erenice afirmou nesta segunda-feira que contratou um escritório de advocacia para processar a revista Veja por causa das calúnias levantadas pela publicação - todas já contestadas por meio de uma outra nota à imprensa, no sábado.
Assinada pela Casa Civil, a primeira nota afirma que a reportagem é caluniosa e visa apenas “atingir a honra, bem como envolver familiares” da ministra.
Segundo Erenice, quando foi procurada pelo repórter autor das aleivosias, ela e seus familiares forneceram todas as respostas cabíveis a cada uma das interrogações feitas pela revista. “De nada adiantou nosso procedimento transparente e ético, já que tais esclarecimentos foram, levianamente, desconhecidos”, denuncia Erenice.
“Sinto-me atacada em minha honra pessoal e ultrajada pelas mentiras publicadas sem a menor base em provas ou em sustentação na verdade dos fatos, cabendo-me tomar medidas judiciais para a reparação necessária. E assim o farei. Não permitirei que a revista Veja, contumaz no enxovalho da honra alheia, o faça comigo sem que seja acionada tanto por DANOS MORAIS quanto para que me garanta o DIREITO DE RESPOSTA”, diz a nota.
No texto, ela lamenta “que o processo eleitoral, no qual a citada revista está envolvida da forma mais virulenta e menos ética possível, propicie esse tipo de comportamento e a utilização de expediente como esse, em que se publica ataque à honra alheia travestido de material jornalístico sem que se veicule a resposta dos ofendidos”.
Lula: Erenice continua no cargo
A nota de Erenice Guerra e os esclarecimentos que a ministra já prestou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva renovaram a confiança de Lula na ministra e o presidente já avisou que, se depender da vontade dele, Erenice fica no cargo. Os dois se encontraram domingo à noite no Palácio da Alvorada – residência do presidente.
A própria ministra tomou a iniciativa de solicitar a abertura de procedimento na Comissão de Ética Pública da Presidência para que o episódio seja apurado. Ela reafirmou que abre mão de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.
No início da tarde, a comissão, que fiscaliza a conduta de servidores na administração pública federal, confirmou a abertura de um procedimento preliminar a pedido da ministra. O relator é o advogado Fábio Coutinho. Ele tem um prazo de 10 dias para analisar o caso e, se necessário, solicitar documentos e ouvir pessoas envolvidas, incluindo Erenice. O prazo pode ser prorrogado, mas Coutinho disse pretender finalizar o relatório antes das eleições, em 3 de outubro.
Nassif revela como jornalista da Veja montou a falsa reportagem
O jornalista Luis Nassif, que conhece a Veja por dentro e é autor de vários textos denunciando o “jornalismo de esgoto” que a revista pratica, publicou em seu blog um “roteiro” com o caminho percorrido pelo jornalista Diego Escosteguy --autor da matéria da Veja-- que mostra como foi possível dar "ares de verdade" a uma falsa reportagem.
Segundo Nassif, Veja publicou a própria prova do crime de calúnia. “O jogo da manipulação consiste em pegar um conjunto de informações soltas, depois compor um roteiro à vontade do freguês, uma peça de ficção mas que contenha alguns ingredientes reais”, conta Nassif, e detalha:
Como fez o Diego?
1. Levantou um contrato da Via Net Express com a Capital (do filho da Erenice) em que se fala em taxa de sucesso de 6%.
2. Diz que, pela Via Net, quem assina é o seu dono Fábio Baracat. Na verdade, Baracat nada tem a ver com a empresa, a não ser oferecer serviços eventuais.
3. Levanta matérias recentes da imprensa, sobre as ligações da MTA com a ANAC e os Correios.
4. Ponto: tem os contratos da MTA junto aos Correios e a comissão de 6%. Cruza uma com outra e tem-se o valor da propina.
5. Para fechar o elo, diz que Erenice “indicou” o tal coronel Quá-Quá para a ANAC. A prova: a assinatura dela na indicação. Não informa que todas as indicações para cargos públicos passam pela Casa Civil.
6. A partir dessa soma admirável, a revista faz toda sorte de elucubrações. Fala em financiamento do esquema, em reuniões fechadas, sem celular nem caneta e o escambau.
Nassif mostra ainda que a Veja aponta como “suspeito” um trecho do contrato que é texto padrão de qualquer contrato de consultoria. “Deveria fazer parte da formação dos chamados repórteres invesgativos conhecimento básico sobre contratos”, ironiza Nassif.
“A revista precisava mostrar a “prova” do pagamento de 6% de propina. Mas esse percentual não vinha separado: estava em um parágrafo inteiro que não podia ser suprimido. Precisou, então, publicar o parágrafo inteiro para expor o número mágico dos 6%. Publicando, matou ela própria sua matéria.
E aí fica-se sabendo que a taxa de sucesso nada tinha a ver com a ANAC, com contratos com os Correios, com renovação de concessão. Mas apenas no caso de obter financiamentos – que, pelas declarações do Baracat, nunca foram obtidos.
Clique aqui para ler a íntegra do texto de Nassif
Cláudio Gonzalez,
com agências
BASTIDORES DO DESESPERO:
CNT/SENSUS:DILMA 50,5% x SERRA 26,4% >
FOLHA: "...os eleitores brasileiros até podem mudar de opinião ... Mas é necessário um escândalo de octanagem altíssima (com fotos e vídeos de dinheiro) ..." [Fernando Rodrigues, on line; 14-09]
ESTADÃO:"..."JUIZ AFASTA POLÍCIA DE SERRA DO 'CASO DO SIGILO'
"...A Justiça interrompeu ontem à noite a investigação da Polícia Civil de São Paulo sobre a fraude que levou à violação do sigilo fiscal de Verônica Allende Serra e Alexandre Bourgeois, filha e genro do candidato à Presidência da República José Serra (PSDB).Em decisão de 45 linhas o juiz José Carlos Camargo, da 1.ª Vara Criminal de Santo André, barrou investida da Delegacia Seccional de Santo André e ordenou remessa do inquérito à Justiça Federal(...) o governo paulista planejava mergulhar no caso (...) O magistrado alegou "incompetência absoluta" da Justiça estadual" [online, 14-09]
(Carta Maior recorda: no Globo online, Serra afirma, aspas, muita coisa ainda vai aparecer, pelo que a imprensa diz; fecha aspas. Diz a quem?; 14-09)
Dilma cresce, vai a 50,5% e seria eleita no 1º turno, diz Sensus
A candidata à Presidência Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, ampliou para 24,1 pontos percentuais sua vantagem sobre o presidenciável demo-tucano, José Serra (PSDB) e consolidou a possibilidade de ser eleita no primeiro turno. É o que revela pesquisa do instituto Sensus divulgada nesta terça-feira (14).
Segundo o levantamento, encomendado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), Dilma tem 50,5% das intenções de voto, enquanto Serra aparece com 26,4%, e Marina Silva (PV), com 8,9%. Os demais candidatos não chegaram a 1%. Votos nulos ou não souberam responder representa 12,6 %.
Neste levantamento foram considerados todos os candidatos que disputam a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se as eleições fossem hoje, Dilma venceria no primeiro turno. O Sensus realizou 2 mil entrevistas, de 10 a 12 de setembro, em 136 municípios de 24 estados. Na pesquisa Sensus anterior, de 24 de agosto, Dilma tinha 46% das intenções de voto, enquanto Serra aparecia com 28,1% e Marina Silva (PV), com 8,1%.
Já na nova pesquisa espontânea (em que não é apresentado o nome do candidato), Dilma tem 44,3 %, Serra 23%, Marina 7,1 %. Na última pesquisa o quadro apontava Dilma com 37,2%; José Serra 21,2% e Marina Silva 6%.
Em um cenário de segundo turno, a pesquisa da CNT/Sensus aponta Dilma com 55,5 %, Serra com 32,9%. Marina apresenta o maior índice de rejeição, com 45% — seguida de Serra com 41,3% e Dilma 29,4%. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
De acordo com o levantamento, o governo Lula apresenta uma avaliação positiva de 78,4% e negativa de 3,9%. A aprovação pessoal de Lula é de 81,4%. Os eleitores que desaprovam Lula representam 12,2%.
Da Redação, com agências
Pede pra sair, DEMos e Bornhausen
No comício em Joinville, em apoio à Dilma (PT), Ideli Salvatti (PT) para governadora, e Cláudio Vignatti (PT) e Ghizoni (PCdoB) para o senado, o presidente Lula, devolveu os desaforos à oligarquia Bornhausen (DEMos) que, em 2005, disseram acabariam com a raça de Lula e do PT:
"Os Bornhausen não podem vir disfarçados de carneiro, porque nós já conhecemos os Bornhausen. Nós sabemos as histórias deles...
... Quando Luiz Henrique foi eleito governador de Santa Catarina, eu achei que fosse pra mudar, mas ele trouxe de volta o DEM, que nós extirpamos da política brasileira...
... Quando a direita raivosa, quando a direita com ódio, a mesma direita que articulou e levou Getúlio Vargas a dar um tiro no coração, que levou o João Goulart a renunciar, a mesma que disse que Juscelino não podia ganhar e se ganhasse não podia tomar posse... Essa mesma direita tentou fazer o mesmo comigo em 2005 e não fez. Eu tinha um ingrediente a mais. Eu tinha vocês. Eles nunca tinham lidado com um presidente da República que tinha nascido no berço da classe operária... Quando eles queriam que eu ficasse em Brasília, ouvindo os discursos deles, eu disse a Dilma e outros: 'Vocês fiquem e eu vou pra rua enfrentá-los e derrotá-los'. Como nós fizemos nesse momento", declarou Lula.
O presidente lembrou aos catarinenses que eles não podiam permitir que o estado seja governado por um representante do DEMos que é da turma do contra e entrou na justiça para acabar com o ProUni.
Hoje, os Bornhausen tentam eleger Raimundo Colombo (DEMos) governador, fingindo que não são a oposição raivosa que sempre foram. A Onda Vermelha deve virar a favor de Ideli nas próximas 3 semanas até as eleições.
O presidente rebateu também as críticas de demo-tucanos locais, sobre recursos públicos destinados à reparação dos estragos provocados pelas enchentes:
"Só não sei se o dinheiro que nós mandamos foi aplicado naquilo que nós mandamos. Mandamos muito dinheiro pra cá... Tem gente agora dizendo que o dinheiro não veio. Vou pedir pra Controladoria Geral da República fazer uma investigação do dinheiro federal, pra saber onde esse dinheiro foi parar", anunciou.
Luiz Caetano detona o PIG
Febeapig- Festival de Besteiras que Assola o PIG
O jornalista e cronista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, criou inúmeros personagens, mas foi com o livro Febeapá, o Festival de Besteira que Assola o País, lançado durante a ditadura militar que alcançou o seu maior sucesso.
O livro, que herdei do meu avô, ironiza uma série de bobagens e abusos cometidos no Brasil em nome do anticomunismo e a paranóia do regime dos militares. O sucesso foi tamanho que Sérgio Porto fez uma trilogia, que vendeu horrores.
Se fosse vivo, Stanislaw Ponte Preta teria nos jornais brasileiros em tempo de eleição material de sobra para criar o Febeoapá, o Festival de Besteira que Assola o Partido da Imprensa Golpista.
A Folha de S.Paulo seria um prato feito para as notas do jornalista. Já comentei aqui a obviedade da matéria da Folha dizendo que Dilma ligou para Erenice Guerra depois que a Veja publicou denúncias contra a sua sucessora. Notícia seria se ela não ligasse e ignorasse o fato que tem por objetivo atingi-la.
Não satisfeita, a Folha voltou à tona hoje com nova manchete óbvia: “Lula decide manter ministra da Casa Civil”. Ora, em primeiro lugar, Lula jamais cogitou afastar a ministra. Assim, apenas o fato oposto seria notícia.
Um presidente da República não demite ministro porque uma revista publicou uma denúncia não comprovada e que a cada dia que passa se revela mais frágil. As instituições públicas não são como os órgãos da nossa grande imprensa e a oposição que pedem rito sumário a cada denúncia que lançam.
No Estado Democrático de Direito, existe a acusação e a defesa. E o ônus da prova compete a quem acusa. A ministra Erenice Guerra não precisa provar sua inocência. Cabe a quem a acusa provar sua culpa.
Diante do oportunismo da denúncia e de supostos prejuízos que pode causar à candidatura de Dilma, a própria Erenice Guerra tomou a iniciativa de abrir seus sigilos fiscais e de sua família e solicitou à Comissão de Ética Pública da Presidência da República procedimento preliminar para apurar a sua conduta.
A atitude da ministra, correta politicamente, mas que seria até desnecessária legalmente, revela seu destemor e transparência. Bem diferente da covardia dos órgãos de imprensa, que não tendo mais como sustentar suas acusações publicam manchetes de uma obviedade ofensiva a qualquer pessoa com o mínimo de capacidade de raciocínio.
Estamos vivendo uma conjuntura de comunicação surreal. Os gigantes da mídia estão fazendo uma campanha muito mais desabrida do que a que fizeram com Collor. Só que estão perdendo. Acho que todos, aqui na internet, temos um pouquinho de participação nisso.
É um processo irreversível. Para mim, ainda é uma coisa difícil. Emprego no blog muito do esforço que poderia usar numa “política convencional”. Mas não me arrependo. Acredito na participação, acredito nas pessoas lúcidas e esclarecidas. E, acho que posso dizer isso sem que seja entendido como apelação eleitoreira, conto com elas. Conto com vocês.
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O castigo de Bornhausen
Há cinco anos, o então presidente do DEM, então PFL, Jorge Bornhausen, dissera: “A gente vai se ver livre desta raça por, pelo menos, 30 anos”, se referindo a Lula, ao PT e, provavelmente, à toda a esquerda.
O ex-senador continuou a fazer suas caminhadas na linda Praia Brava, na linda Ilha de Florianópolis, e ainda deve andar todo lampeiro com a lideranças que seu candidato, Raimundo Colombo, ostenta nas pesquisas para o governo.
Mas a maré vai virar e ele vai ter de enfrentar a onda pró-Dilma. Haverá segundo turno e, aí, contra Ideli Salvati ou Ângela Amin, não haverá possibilidade de que o DEM ganhe o Governo do Estado.
Hoje, ele teve de ouvir Lula comer bem frio o prato da vingança. O presidente exortou o povo catarinense a “extirpar o DEM da vida política do país”. Pelo voto, antes que os engraçadinhos venham dizer que isso é autoritário. “Nós já aprendemos demais, já sabemos quem são os Bornhausen. Eles não podem vir disfarçados carneiros” , disse Lula.
Aliás, o discurso de Lula mostrou – estou tentando conseguir o vídeo – nossa confluência histórica:
“É a mesma direita que articulou e levou o Getulio Vargas a dar um tiro no coração, a mesma direita que levou o João Goulart a renunciar. É a mesma direita que disse que Juscelino Kubitschek não podia ganhar, se ganhasse não tomava posse e se tomasse posse não ia governar. Essa mesma direita tentou fazer o mesmo comigo em 2005. E não fez porque eu tinha ingrediente a mais, eu tinha vocês. Eles nunca tinham lidado com um presidente que tinha nascido no berço da classe operária desse país”.
O “Reich de mil anos do pensamento único” se acabou faz tempo.
Censura no jornal dos outros é refresco! Cadê o Instituto Millenium?? JORNAL JÁ
Como calar e intimidar a imprensa
Luiz Cláudio Cunha no Observatório da Imprensa
“Quando o mal é mais audacioso, o bem precisa ser mais corajoso.” (Pierre Chesnelong, 1820-1894, político francês
Agosto, mês de cachorro louco, marcou o décimo ano da mais longa e infame ação na Justiça brasileira contra a liberdade de expressão.
É movida pela família do ex-governador Germano Rigotto, 60 anos, agora candidato ao Senado pelo PMDB do Rio Grande do Sul e supostamente alheio ao processo aberto em 2001 por sua mãe, dona Julieta, hoje com 89 anos. A família atacou em duas frentes, indignada com uma reportagem de quatro páginas, publicada em maio daquele ano em um pequeno mensário (tiragem de 5 mil exemplares) de Porto Alegre, o JÁ, que jogava luzes sobre a maior fraude da história gaúcha e repercutia o envolvimento de Lindomar Rigotto, filho de Julieta e irmão de Germano.
Uma ação, cível, cobrava indenização da editora por dano moral. A outra, por injúria, calúnia e difamação, punia o editor do JÁ e autor da reportagem, Elmar Bones da Costa, hoje com 66 anos. O jornalista foi absolvido em todas as instâncias, apesar dos recursos da família Rigotto, e o processo pelo Código Penal foi arquivado. Mas, em 2003, Bones acabou sendo condenado na área cível ao pagamento de uma indenização de R$ 17 mil. Em agosto de 2005 a Justiça determinou a penhora dos bens da empresa. O JÁ ofereceu o seu acervo de livros, cerca de 15 mil exemplares, mas o juiz não aceitou. Em agosto de 2009, sempre agosto, quando a pena ascendera a quase R$ 55 mil, a Justiça nomeou um perito para bloquear 20% da receita bruta de um jornal comunitário quase moribundo, sem anúncios e reduzido a uma redação virtual que um dia teve 22 jornalistas e hoje se resume a dois Bones e Patrícia Marini, sua companheira. Cinco meses depois, o perito foi embora com os bolsos va zios, penalizado diante da flagrante indigência financeira da editora.
Até que, na semana passada, no maldito agosto de 2010, a família de Germano Rigotto saboreou mais um giro no inacreditável garrote judicial que asfixia o jornal e seu editor desde o início do Século 21: o juiz Roberto Carvalho Fraga, da 15ª Vara Cível de Porto Alegre, autorizou o bloqueio online das contas bancárias pessoais de Elmar Bones e seu sócio minoritário, o também jornalista Kenny Braga. Assim, depois do cerco judicial que está matando a editora, a família Rigotto assume o risco deliberado de submeter dois dos jornalistas mais conhecidos do Rio Grande ao vexame da inanição, privados dos recursos essenciais à subsistência de qualquer ser humano.
O personagem de Scorsese
Afinal, qual o odioso crime praticado pelo JÁ e por Elmar Bones que possa justificar tanta ira, tanta vindita, ao longo de tanto tempo, pelo bilioso clã Rigotto? O pecado do jornal e seu editor só pode ter sido o jornalismo de primeira qualidade, ousado e corajoso, que lhe conferiu em 2001 os prêmios Esso Regional e ARI (Associação Riograndense de Imprensa), os principais da categoria no sul do país, pela reportagem “Caso Rigotto Um golpe de US$ 65 milhões e duas mortes não esclarecidas”.
A primeira morte era a de uma garota de programa, Andréa Viviane Catarina, 24 anos, que despencou nua do 14º andar de um prédio na Rua Duque de Caxias, no centro da capital gaúcha, no fim da tarde de 29 de setembro de 1998. O dono do apartamento, Lindomar Rigotto, estava lá na hora da queda. Ele contou à polícia que a garota tinha bebido uísque e ingerido cocaína. Nenhum vestígio de álcool ou droga foi confirmado nos exames de sangue coletados pela criminalística. O laudo da necropsia diz que a vítima mostrava três lesões duas nas costas, uma no rosto que não tinham relação com a queda. Ela estava ferida antes de cair, o que indicava que houve luta no apartamento. Um teste do Instituto de Criminalística indicou que o corpo de Andréa recebeu um impulso no início da queda.
No relatório que fez após ouvir Rigotto, o delegado Cláudio Barbedo, um dos mais experientes da polícia gaúcha, achou relevante anotar: “[Lindomar] depôs sorrindo, senhor de si, falando como se estivesse proferindo uma conferência”. Os repórteres que o viram chegar para depor, no dia 12 de novembro, disseram que ele parecia “um personagem de Martin Scorsese”, famoso pelos filmes sobre a Máfia: Lindomar usava óculos escuros, terno azul marinho, calça com bainha italiana, camisa azul, gravata colorida e gel nos cabelos compridos. O figurino não impressionou o delegado, que incluiu na denúncia o depoimento de uma testemunha informando que Lindomar era conhecido como “usuário e traficante de cocaína” na noite que ele frequentava por prazer e ofício como dono do Ibiza Club, uma rede de quatro casas noturnas que agitavam as madrugadas no litoral do Rio Grande e Santa Catarina. Em dezembro, o delegado Barbedo concluiu o inquérito, denunciando Lindomar Rigotto por homicídio cu lposo e omissão de socorro.
Lindomar só não sentou no banco dos réus porque teve também uma morte violenta, 142 dias após a de Andréa. Na manhã de 17 de fevereiro, ele fechava o balanço da última noite do Carnaval de 1999, que levou sete mil foliões ao salão do Ibiza da praia de Atlântida, a casa mais badalada do litoral gaúcho. Cinco homens armados irromperam no local e roubaram a féria da noitada. Lindomar saiu em perseguição ao carro dos assaltantes. Emparelhou com eles na praia vizinha, Xangrilá, a três quilômetros do Ibiza. Um assaltante botou a arma para fora e disparou uma única vez. Lindomar morreu a caminho do hospital, com um tiro acima do olho direito. Tinha 47 anos.
O choque de Dilma
A trepidante carreira de Lindomar Rigotto sofrera um forte solavanco dez anos antes, com seu envolvimento na maior fraude da história gaúcha: a licitação manipulada de 11 subestações da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), uma tungada em valores corrigidos de aproximadamente R$ 840 milhões 21 vezes maiores do que o escândalo do Detran que submeteu a governadora Yeda Crusius a um pedido de impeachment, quase três vezes mais do que os desvios atribuídos ao clã Maluf em São Paulo, quinze vezes maior do que o total contabilizado pelo Supremo Tribunal Federal para denunciar a “quadrilha dos 40″ do mensalão do governo Lula.
Afundada em dívidas, a estatal gaúcha de energia tinha dificuldades para captar os US$ 141 milhões necessários para as subestações que gerariam 500 mil quilowatts para 51 pequenas e médias cidades do Rio Grande. Preocupado com a situação pré-falimentar da empresa, o então governador Pedro Simon (PMDB) tinha exigido austeridade total.
Até que, em março de 1987, inventou-se o cargo de “assistente da diretoria financeira” para acomodar Lindomar, irmão do líder do Governo Simon na Assembléia, o deputado caxiense Germano Rigotto. “Era um pleito político da base do PMDB em Caxias do Sul”, confessaria depois o secretário de Minas e Energia, Alcides Saldanha. Mais explícito, um assessor de Saldanha reforçou a paternidade ao JÁ: “Houve resistência ao seu nome [Lindomar], mas o irmão [Germano] exigiu”.
Com a chegada de Lindomar, as negociações com os dois consórcios das obras, que se arrastavam há meses, foram agilizadas em apenas oito dias. Logo após a assinatura dos contratos, os pagamentos foram antecipados, contrariando as normas estritas baixadas por Simon para evitar curtos-circuitos contábeis na CEEE. Três meses depois, a empresa foi obrigada a um empréstimo de US$ 50 milhões do Banco do Brasil, captado pela agência de Nassau, no paraíso fiscal das Bahamas. Uma apuração da área técnica da CEEE detectou graves problemas: documentos adulterados, folhas numeradas a lápis, licitação sem laudo comprovando a necessidade da obra. A sindicância da estatal propôs a revisão dos contratos, mas nada foi feito. A recomendação chegou ao governo seguinte, o de Alceu Collares (PDT), e à sucessora de Saldanha na pasta das Minas e Energia, uma economista chamada Dilma Rousseff. “Eu nunca tinha visto nada igual”, diria ela, chocada com o que leu.
Dilma só não botou o dedo na tomada porque o PDT de Collares precisava dos votos do PMDB de Rigotto para ter maioria na Assembléia. Para evitar o risco de queimaduras, Dilma, às vésperas de deixar a secretaria, em dezembro de 1994, teve o cuidado de mandar aquela papelada de alta voltagem para a Contadoria e Auditoria Geral do Estado (CAGE), que começou a rastrear a CEEE com auditores do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Ministério Público. Dependendo do câmbio, o tamanho da fraude constatada era sempre eletrizante: US$ 65 milhões, segundo o CAGE, ou R$ 78,9 milhões, de acordo com o Ministério Público.
A denúncia energizou a criação de uma CPI na Assembléia, proposta pelo deputado Vieira da Cunha, líder da bancada do PDT em 2008 na Câmara Federal. Vinte e cinco auditores quebraram sigilos bancários e fiscais. Lindomar Rigotto foi apontado em 13 depoimentos como figura central do esquema, acusação reforçada pelo chefe dele na CEEE, o diretor-financeiro Silvino Marcon. A CPI constatou que os vencedores da licitação, gerenciados por Rigotto, apresentavam propostas “em combinação e, talvez, até ao mesmo tempo e pelas mesmas pessoas”. O relatório final lembrava: “É forçoso concluir pela existência de conluio entre as empresas interessadas que, se organizando através de consórcios, acertaram a divisão das obras entre si, fraudando dessa forma a licitação”. O JÁ foi mais didático: “Apurados os vencedores, constatou-se que o consórcio Sulino venceu todas as subestações do grupo B2 e nenhuma do B1. Em compensação, o Conesul venceu todas as obras do B1 e nenhuma do B1. A di ferença entre as propostas dos dois consórcios é de apenas 1,4%”.
O aval de Dulce
A quebra do sigilo bancário de Lindomar revelou um crédito em sua conta de R$ 1,17 milhão, de fonte não esclarecida. O relatório final da CPI caiu na mão de um parlamentar do PT, o também caxiense Pepe Vargas, primo de Lindomar e Germano Vargas Rigotto. Apesar do parentesco, o primo Pepe, hoje deputado federal, foi inclemente na sua acusação final: “De tudo o que se apurou, tem-se como comprovada a prática de corrupção passiva e enriquecimento ilícito de Lindomar Vargas Rigotto”. Além dele, a CPI indiciou outras 12 pessoas e 11 empresas, botando no mesmo balaio nomes vistosos como Camargo Corrêa, Alstom, Brown Boveri, Coemsa, Sultepa e Lorenzetti. No final de 1996, a Assembléia remeteu as 260 caixas de papelão da CPI ao Ministério Público, de onde nasceu o processo n° 011960058232 da 2ª Vara Cível da Fazenda Pública em Porto Alegre. Os autos somam 30 volumes e 80 anexos e mofam ainda na primeira instância do Judiciário, protegidos por um inacreditável “segredo de justiça”. Em fevereiro próximo, o Rio Grande do Sul poderá comemorar os 15 anos de completo sigilo sobre a maior fraude de sua história.
Esta incrível saga de resistência e agonia do JÁ e de Bones provocada pela família Rigotto foi contada, em primeira mão, neste Observatório, em 24 de novembro de 2009 (“O jornal que ousou contar a verdade“). No dia seguinte, uma quarta-feira, Rigotto telefonou de Porto Alegre para reclamar ao autor que assina aquele e este texto.
- Isso ficou muito ruim pra mim, Luiz Cláudio, pois o Observatório é um formador de opinião, muito lido e respeitado. Ficou parecendo que eu estou querendo fechar um jornal. Eu não tenho nada a ver com isso. O processo é coisa da minha mãe. Foi a minha irmã, Dulce, que me disse que a reportagem era muito pesada, irresponsável. Eu nem conheço este jornal, este jornalista…
- Rigotto, a dona Julieta não é candidata a nada. O candidato és tu. A reportagem do JÁ tem implicações políticas que batem em ti, não na tua mãe. E acho muito estranho que, passados oito anos, tu ainda não tiveste a curiosidade de ler a reportagem que tanta aflição provoca na dona Julieta. Se tu estás te baseando na avaliação da Dulce, devo te alertar que ela não entende xongas de jornalismo, Rigotto! Esta matéria do Bones é precisa, calcada em fatos, relatórios, documentos e conclusões da CPI e do Ministério Público que incriminam o teu irmão. Não tem opinião, só informação. O teu processo…
- Não é meu, não é meu… É da minha mãe…
- Isso é o que diz também o Sarney, Rigotto, quando perguntam a ele sobre a censura que cala O Estado de S.Paulo. “Isso é coisa do meu filho, o Fernando”…
- Eu fico muito ofendido com esta comparação! Eu não sou o Sarney, não sou!…
- Lamento, mas estás usando a mesma desculpa do Sarney, Rigotto.
- Luiz Cláudio, como resolver isso tudo com o Bones? A gente pode parcelar a dívida e aí…
- Rigotto, tu não estás entendendo nada. O Bones não quer parcelar, não quer pagar um único centavo. Isso seria uma confissão de culpa, e ele não fez nada errado. Pelo contrário. Produziu uma reportagem impecável, que ganhou os maiores prêmios. Eu assinaria essa matéria, com o maior orgulho. Sai dessa, Rigotto!
Coincidência ou não, um dia depois do telefonema, na quinta-feira, 26, Rigotto convocou uma inesperada coletiva de imprensa em Porto Alegre para anunciar sua retirada como possível candidato ao Palácio Piratini, deixando o espaço livre para o prefeito José Fogaça.
O modelo de Roosevelt
Naquela mesma quarta-feira, 25 de novembro, a emenda ficou pior que o soneto. O advogado dos Rigotto, Elói José Thomas Filho, botou no papel aquela mesma proposta indecente que ouvi do próprio Germano Rigotto, confirmando por escrito ao editor a idéia de parcelar a indenização devida de R$ 55 mil em 100 (cem) módicas prestações. Diante da altiva recusa de Bones, o advogado pareceu incorporar a doutrina do big stick de Theodore Ted Roosevelt (1901-1909), popularmente conhecida como “lei do tacape” e inspirada pela frase favorita do belicoso presidente estadunidense: “Fale com suavidade e tenha na mão um grande porrete”. O suave advogado Thomas Filho escreveu então para Bones: “… em nova demonstração de boa-fé, formalizamos nossa intenção em compor amigavelmente o litígio acima, bem como a possibilidade [sic] de nos abstermos de ajuizar novas demandas judiciais…”.
Certamente para tranquilizar o filho candidato, o advogado reafirmava na carta a Bones que a ação contra o jornal era movida “unicamente” por dona Julieta, que buscava na justiça o ressarcimento pelo “abalo moral” provocado pela reportagem do JÁ, que misturava “irresponsavelmente três fatos diversos que envolveram a figura do falecido”. Ou seja, dona Julieta Rigotto, que entende de jornalismo tanto quanto os filhos Dulce e Germano, não consegue perceber a obviedade linear de uma pauta irresistível para qualquer repórter inteligente: o objetivo relato jornalístico sobre um homem público – Lindomar – morto num assalto pouco antes de ser julgado pelo homicídio culposo de uma prostituta e pouco depois de ser denunciado no relatório de uma CPI, redigido pelo primo deputado, pela prática comprovada de “corrupção passiva e enriquecimento ilícito” na maior fraude já cometida contra os cofres públicos do Rio Grande do Sul. Mas, na lógica simplória da mãe dos Rigotto, uma coi sa não tem nada a ver com a outra…
Para garantir o tom “amigável” entre as partes, o advogado de dona Julieta propôs a Bones os termos de uma retratação pública, suave como um porrete, enfatizando três pontos:
1 – “Dona Julieta nunca teve a intenção de fechar o jornal”;
2 – “a ação não é promovida pela família Rigotto, mas apenas por dona Julieta”;
3 – “retirar o jornal de circulação, para estancar a propagação do dano”.
Tudo isso, incluindo o ameno confisco de um jornal das bancas em pleno regime democrático, segundo o tortuoso raciocínio do advogado, serviria para “tutelar a honra e a imagem de seu falecido filho”. Neste longo, patético episódio, que intercala demonstrações de coragem e altivez com cenas de pura violência, fina hipocrisia ou corrupção explícita, ficou pelo caminho o contraste de atitudes que elevam ou rebaixam. Diante da primeira ação criminal de dona Julieta na Justiça, o promotor Ubaldo Alexandre Licks Flores ensinou, em novembro de 2002:
“[não houve] qualquer intenção de ofensa à honra do falecido Lindomar Rigotto. Por outro lado, é indiscutível que os três temas [a CEEE e as duas mortes] estavam e ainda estão impregnados de interesse público”.
O orgulho de Enedina
Apesar da lucidez do promotor, o caso tonitruante da CEEE não ecoa nos ouvidos surdos da imprensa gaúcha, conhecida no país pela acuidade de profissionais talentosos, criativos, corajosos. Nenhum grande jornal do sul – Zero Hora, Correio do Povo, Jornal do Comércio, O Sul -, nenhum colunista de peso, nenhum editorialista, nenhum blog de prestígio perdeu tempo ou tinta com esse tema, que nem de longe parece um assunto velho, batido ou nostálgico. O que lhe dá notória atualidade não é o ancestral confronto entre a liberdade de expressão e a prepotência envergonhada dos eventuais poderosos de plantão, mas a reaparição de seus principais personagens no turbilhão da corrida eleitoral de 2010.
Germano Rigotto, o líder governista que emplacou o filho de dona Julieta na máquina estatal, é hoje o candidato do maior partido gaúcho ao Senado Federal. A ex-secretária Dilma Rousseff, que ficou estarrecida com o que leu sobre as fraudes de Lindomar Rigotto na CEEE, é apontada pelas pesquisas como a futura presidente do Brasil, numa vitória classificada pelo renomado jornal inglês Financial Times como “retumbante”. Tarso Genro, o ex-comandante supremo da Polícia Federal, que executou as maiores operações contra corruptos da máquina pública, lidera a corrida ao governo gaúcho e, certamente, tem os instrumentos para saber hoje o que Dilma sabe desde 1990. O primo Pepe Vargas, que mostrou isenção e coragem no relatório da CPI sobre a maior fraude da história do Rio Grande, é candidato à reeleição, assim como o deputado federal que inventou a CPI, Vieira da Cunha.
É a lógica perversa do interesse eleitoral que explica o desinteresse até dos principais adversários de Rigotto na disputa pelo Senado. O candidato do PMDB está emparedado entre a líder na pesquisa da Datafolha, a jornalista Ana Amélia Lemos (PP) que subiu de 33% em julho para 44% na semana passada e o candidato à reeleição pelo PT, senador Paulo Paim que cresceu de 35% no início do mês para 38% agora. Rigotto caiu de 43% para 42% no espaço de três semanas. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, Ana Amélia bate Rigotto por 47% a 39%. Seus oponentes desprezam o potencial explosivo do “Caso CEEE” porque todos sonham em ganhar o segundo voto dos outros candidatos, o que justifica a calculada misericórdia e o piedoso silêncio que modera a estratégia de adversários historicamente tão diferentes e hostis como são, no Rio Grande do Sul, o PT, o PMDB e o PP.
O que é recato na política se transforma em omissão nas entidades que, ao longo do tempo, marcaram suas vidas na luta pela democracia e pela liberdade de expressão e no repúdio veemente à ditadura e à censura. Siglas notáveis como OAB, ABI, SIP, Fenaj e Abraji brilham pelo silêncio, pela omissão, pelo desinteresse ou pelo trato burocrático do caso JÁ vs. Rigotto, que resume uma questão crucial na vida de todas elas e de todos nós: a livre opinião e o combate à prepotência dos grandes sobre os pequenos, apanágio de toda democracia que se respeita.
A OAB e seus advogados, no Rio Grande ou no Brasil, que impulsionaram a queda de um presidente envolvido em denúncias de corrupção, não se sensibilizam pela sorte de um pequeno jornal e seu bravo editor, punidos por seu desassombrado jornalismo e mortalmente asfixiados pelo cerco econômico surpreendentemente avalizado pela Justiça, que deveria proteger os fracos contra os fortes e não o contrário.
A inerte Associação Brasileira de Imprensa jamais se pronunciou sobre as agruras de Bones e seu jornal. Só em setembro de 2009, um mês após a denúncia sobre o bloqueio judicial das receitas do JÁ, é que a Fenaj e o Sindicato dos Jornalistas do RS trataram de fazer alguma coisa: uma nota gelada, descartável, manifestando solidariedade à vítima e lamentando a decisão “equivocada” da Justiça. A Associação Riograndense de Imprensa, que em 2001 conferiu à reportagem contestada do JÁ o seu maior prêmio jornalístico, só quebrou o seu constrangedor silêncio ao ser cobrada publicamente por este Observatório, em novembro passado. Todos os membros da brava Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo têm a obrigação de conhecer a biografia de Elmar Bones, que nos anos de chumbo pilotou o CooJornal, um mensário da extinta Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre (1976-1983) que virou referência da imprensa nanica que resistia à ditadura.
Bones chegou a ser preso, em 1980, pela publicação de um relatório secreto em que o Exército fazia uma autocrítica sobre as bobagens cometidas na repressão à guerrilha do Araguaia. Algo mais perigoso, na época, do que falar na roubalheira operada pelo filho de dona Julieta na CEEE… No site da Abraji, a entidade emite sua opinião em quatro notas, nos últimos dois anos. Critica o sigilo eterno de documentos públicos, defende o seguro de vida para repórteres em zona de risco, repudia um tapa na cara que uma repórter de TV do Centro-Oeste levou de um vereador e, enfim, faz uma vigorosa, firme, veemente manifestação a favor da liberdade de expressão… no México. Ao pobre JÁ e seu editor, lá no sul do Brasil, nenhuma linha, nada.
A poderosa Sociedade Interamericana de Imprensa, que reúne os maiores veículos das três Américas, patrocina uma influente Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação, hoje sob a presidência de um jornal do Texas, o San Antonio Express News. Entre os 26 vice-presidentes regionais, existem dois brasileiros: Sidnei Basile, do Grupo Abril, e Maria Judith de Brito, da Folha de S.Paulo. Envolvidos com os graves problemas da Paulicéia, eles provavelmente não podem atentar para o drama vivido por um pequeno jornal de Porto Alegre. Mas, existem outros 17 membros na Comissão de Liberdade da SIP, e dois deles bem próximos do drama de Bones: os gaúchos Mário Gusmão e Gustavo Ick, do jornal NH, de Novo Hamburgo, cidade a 40 km da capital gaúcha. Nem essa proximidade livra as aflições do JÁ e seu editor do completo desdém da SIP.
Este monumental cone de silêncio e omissão, que atravessa fronteiras e biografias, continua desafiando a sensibilidade e a competência de jornais e jornalistas, que deveriam se perguntar o que existe por trás do amaldiçoado caso da CEEE, que afugenta em vez de atrair a imprensa. A maior fraude da história do Rio Grande, mais do que uma bomba, é uma pauta em aberto, origem talvez da irritação dos Rigotto contra o editor e o jornal que ousaram jogar luz nessa história mal contada. Os volumes empoeirados deste megaescândalo continuam intocados nas estantes da Justiça em Porto Alegre, protegido por um sigilo inexplicável que só pode ser útil a quem mente e a quem rouba, não a quem luta pela verdade e a quem é ético na política, como fazem os bons repórteres e como devem ser os bons políticos.
O bom jornalismo não é aquele que produz boas respostas, mas aquele que faz as boas perguntas e as perguntas são ainda melhores quando incomodam, quando importunam, quando constrangem, quando afligem os consolados e quando consolam os aflitos.
A emoção é a última fronteira de quem perde os limites da razão. Elmar Bones tinha ganhado todas as instâncias do processo criminal, quando um juiz do Tribunal de Justiça, na falta de melhores argumentos, preferiu se assentar nos autos impalpáveis do sentimento para decidir em favor da mãe de Germano Rigotto:
“Não há como afastar a responsabilidade da ré pelas matérias veiculadas, que atingiram negativamente a memória do falecido, o que certamente causou tristeza, angústia e sofrimento à mãe do mesmo (…)”.
Dona Julieta Rigotto, viva e forte aos 89 anos, ainda sofre com a honra e a imagem maculadas de seu falecido filho, Lindomar.
Dona Enedina Bones da Costa tinha 79 anos quando morreu, em 2001, poupada assim da tristeza, angústia e sofrimento que sentiria ao ver o drama vivido agora por seu filho, Elmar. Mas ela teria, com certeza, um enorme, um insuperável orgulho pelo filho honrado e corajoso que trouxe ao mundo e ao jornalismo.
Eles não rasgam dinheiro
Posted by eduguim on 14/09/10 • Categorized as Opinião do blog
É provável que eu não esteja sozinho em minha perplexidade diante da insistência de José Serra e dos meios de comunicação que o apóiam nessa propagação incessante de denúncias contra Dilma Rousseff e o PT – e, por tabela, contra Lula.
Os editorialistas, articulistas, editores, blogueiros, enfim, todos esses homens e mulheres que movem a máquina de propaganda tucano-pefelê parecem estar sempre animadíssimos com os efeitos que causarão as suas opiniões previsíveis, invariavelmente a favor de um lado e contra o outro. E que, em boa parte das vezes, nem se apresentam como opiniões, mas como fatos.
Quanto mais batem, porém, mais despertam rejeição a Serra. O bombardeio já incomoda a maioria das pessoas, pois não se consegue mais ir a um meio de comunicação de massas sem encontrar alguma denúncia já vista incontáveis vezes. A despeito disso, a imprensa e seu candidato parecem cada vez mais decididos a fustigar a adversária de forma repetitiva e ininterrupta.
As pesquisas refletem o desagrado da maioria esmagadora da sociedade com esse assédio tucano-midiático. Quanto mais são bombardeadas, mais as pessoas se predispõem a não ceder. E as que não tinham opinião vão tendo que reconhecer que esse denuncismo incessante já passou da conta. Novamente, é o que as pesquisas sugerem.
Os movimentos de intenção de voto favoráveis a Serra que ocorreram na classe média por ação desse bombardeio midiático, foram tímidos. A parcela desse estrato social que se mostrou suscetível à velha tática pré-eleitoral do denuncismo, tática que a maioria está careca de conhecer, revela-se uma anomalia.
Ora, como não dizer anômala uma parcela da sociedade à qual não falta instrução e meios de se informar e que, ainda assim, consegue a façanha de não fazer a conexão escandalosamente óbvia que há entre a força eleitoral de Dilma e a transformação dela em alvo por adversários em desvantagem?
É possível que impérios econômicos como uma Globo, com todas as suas consultorias e tudo o mais que o dinheiro pode comprar, estejam mergulhados em uma forma de loucura que os estaria levando a aumentarem dessa forma aparentemente suicida a dose de uma tática que vem se revelando mortal para eles e para os políticos a que servem?
Ou será que essa criminalização de Dilma, do partido dela e até do presidente da República por Globos, Folhas, Vejas, Estadões e pelo próprio Serra obedece a uma necessidade futura de justificar alguma ação mais heterodoxa, digamos, contra os seus adversários políticos?
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