Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

terça-feira, 23 de abril de 2013

DILMA ENFRENTA O “QUANTO MELHOR PIOR” Foi o Mauricio Dias quem disse: quanto melhor para ela pior para o tucanuardo.

* Jacques Gruman leu o programa do novo partido de Roberto Freire. E descreve  a trajetória de um ex-comunista (leia nesta pág) 

*Rafael Correa: uma aula de como conduzir uma entrevista com um porta-voz do dispositivo midiático conservador (nesta pág)


*
 França aprova matrimônio gay: homofobia, ódio e crise social  


*"Embargos do mensalão:Fux vai matar no peito?". 
(leia aqui)   


* "Matemáticos revelam rede capitalista que domina o mundo":mais 30.000 acessos em Carta Maior 

 * Vitória do 'Berlusconi paraguaio' completa o golpe contra Lugo: é a 'escalada democrática' na América Latina (
leia aqui) 



A RESSACA DE QUEM ACREDITOU NO PRÓPRIO ECO

A campanha midiática pela alta dos juros nas semanas que
antecederam a reunião do Copom, do dia 17, foi tão intensa e manipuladora que acabou prejudicando quem pretendia beneficiar. Vivendo a ressaca, agora, o mesmo jornalismo  informa discretamente, longe das manchetes arrebatadoras de dias atrás, que apenas um dos muitos iludidos pelo seu jogral, uma financeira conceituada no mercado,  embolsou um prejuízo de quase R$ 100 milhões no carnaval do tomate rentista. É apenas um exemplo, de muitos. A instituição fixou  posições especulativas,  com base na aposta  de que o BC elevaria em 0,5% a Selic num primeiro estirão de três, até completar 1,5% de alta este ano. Era o que a mídia  vendia como inevitável. Ao mesmo tempo em que cobra do ‘Banco Central independente' que  ‘ancore as expectativas' para evitar estouros da manada, esse jornalismo age como carrasco da autonomia que idolatra. O prejuízo colhido por  rentistas iludidos com o próprio eco estampado nas manchetes evidencia o grau de manipulação e a  precariedade da arena na qual são decididas variáveis de forte incidência no futuro da Nação.(LEIA MAIS AQUI)

Saiu no G1:

DILMA NEGA QUE ESTEJA EM CAMPANHA ELEITORAL E CRITICA ‘PESSIMISTAS’


Ela disse ser a única pessoa que não tem interesse em discutir as eleições. Para a presidente, tem muita gente ‘torcendo para o Brasil dar errado’.

Priscilla Mendes 
Do G1, em Brasília

A presidente Dilma Rousseff negou nesta terça-feira (23) que esteja fazendo campanha eleitoral e disse que “tem gente que torce para o Brasil dar errado”. Ela disse ser a única pessoa que não tem interesse em discutir as eleições presidenciais de 2014 neste momento.

Já lançada à reeleição no início do ano pelo seu sucessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma negou nesta terça-feira que esteja em campanha. “Eu não estou em campanha. Sabe por que eu não estou em campanha? Porque eu tenho a obrigação, durante 24 horas por dia, de dirigir o Brasil”, afirmou em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto.

“É impossível, impossível, qualquer desvio dessa rota. Talvez a única pessoa que não tem interesse nenhum em discutir o processo eleitoral na metade do seu governo seja eu”, afirmou a presidente.

Questionada se o desempenho da economia pode atrapalhar sua reeleição, Dilma disse que “tem gente que torce” para isso. “Tem muita gente torcendo para o Brasil dar errado. É só você olhar”, declarou.

Um jornalista perguntou à presidente se o provável candidato tucano à presidência em 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), é um pessimista. Dilma respondeu: ”Não sei, não perguntei para ele, meu querido, aí é sua função”.

Esta semana, o tucanuardo – não confundir com o Eduardo Campriles,que expediu antológica Carta aos brasileiros – vai à tevê dizer que dá para fazer mais.
Só quem não pode dizer isso é Deus, não é isso, amigo navegante ?
É o único que não pode dizer que dá pra ficar melhor.
Mas, sabe como é.
O guru/marqueteiro do Eduardo, o Lagareira, é do “lado de lá”.
Quem também já disse que pode fazer mais foi o Cerra, em 2010.
Ele fez mais, de fato: um cano que ia de Sergipe ao Ceará.
Por falar em “fazer mais”, o Nunca Dantes entrou para o serviço do New York Times, a mesma agência de produção de artigos e conteúdo que mandou o FHC embora.
O Ataulfo Merval de Paiva (*) deve estar inconsolável.
Ele não pode mais confiar nem no New York Times …



Em tempo: o amigo  navegante há de se lembrar que um correspondente piguento do New York Times no Brasil acusou o Lula de ser um tomador de cachaça e, por isso, não poder governar direito. O mundo gira e a Lusitana roda.


Paulo Henrique Amorim


(*) Até agora, Ataulfo de Paiva era o mais medíocre dos imortais da história da Academia Brasileira de Letras. Tão mediocre, que, ao assumir, o sucessor, José Lins do Rego, rompeu a tradição e, em lugar de exaltar as virtudes do morto, espinafrou sua notoria mediocridade.

Como o previsto, reviravolta no mensalão vai ganhando forma



No fim da tarde da última sexta-feira, na Globo News, no programa Conta Corrente, a apresentadora Leilane Neubarth teve como que um ataque de pânico ao ser instruída por um professor de Direito Penal sobre o que vai se tornando cada vez mais provável que ocorra na fase dos embargos do Julgamento da Ação Penal 470, vulgo mensalão.
Ao ser informada pelo jurista de que os réus do dito “núcleo político” daquele processo – sobretudo o ex-ministro José Dirceu – não só podem escapar do regime fechado como, até, virem a ser absolvidos, a mulher chegou à beira do descontrole.
Gesticulando muito, com o cenho sobressaltado e aos berros, dizia que “a sociedade não iria entender” e que “iria se indignar” se tal fato se materializasse. O professor em questão, porém, ponderou com ela que alguns resultados “apertados” como o de Dirceu no tópico “formação de quadrilha” tornam absolutamente justa uma eventual absolvição.
Dirceu foi condenado por 6 votos a 4. Dois dos ministros que o condenaram – Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto – não estão mais no STF. A rigor, o sucessor de Peluso, Teori Zavascki, bastaria para absolver Dirceu nesse tópico. A votação estaria empatada e o empate favorece o réu.
Aliás, vale dizer que, caso a presidente Dilma Rousseff nomeie a tempo o sucessor de Britto, Dirceu pode ser absolvido por 6 votos a 4, invertendo o resultado que o condenou por “formação de quadrilha”. E mais: 12 dos 25 condenados poderão ser beneficiados, muitos dos quais seriam totalmente absolvidos.
Tal cenário foi descrito neste Blog por várias vezes. Abaixo, os posts em que foi previsto o cenário que a mídia agora admite que pode se concretizar.
27 de dezembro de 2012 - 2013, o ano do golpe
Como se vê, não foi por falta de aviso que Globos, Folhas, Vejas e Estadões agora estão em pânico com a possibilidade de reversões no julgamento do mensalão que aumentarão ainda mais a possibilidade de as condenações que não forem revertidas aqui no Brasil terminem sendo revertidas em Cortes Internacionais às quais os linchados pelo STF fatalmente recorrerão.
Seja como for, a ficha da mídia tucana está caindo.
Na Folha, por exemplo, um daqueles seus “especialistas” de plantão que sempre dizem o que ela quer já admite a reviravolta no julgamento, apesar de pôr em dúvida que os embargos infringentes dos réus possam ser apreciados, o que, segundo fontes fidedignas consultadas pelo Blog, não passa de “torcida”, pois os recursos dos réus poderão ser opostos, sim.
Abaixo, um dos vários textos que estão saindo nos jornalões reconhecendo a possível reviravolta.
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FOLHA DE SÃO PAULO
23 de abril de 2013
JOAQUIM FALCÃO ESPECIAL PARA A FOLHA
Embargo quer dizer obstáculo. Infringente é o que infringe, contraria uma norma. Entrar com embargos infringentes é colocar um obstáculo à execução da condenação dos réus. Alegar que ao condenar, o Supremo Tribunal Federal teria contrariado uma norma. Dado passo em falso.
Se deu passo em falso, o julgamento ou parte dele pode ser revisto. Que passo foi esse? Não sabemos. É cedo. Primeiro o Supremo tem que decidir se podem colocar obstáculos. Se sim, julga então se deu ou não passo em falso.
Depois de tanto cuidado, dos ministros, defesa e acusação, é pouco provável que os ministros com votos vencedores no Supremo digam que a corte deu passo em falso. Mesmo assim, o esforço da defesa é assegurar a possibilidade desta pouca probabilidade. Vai conseguir? Não sabemos.
Um dos fatores que pode influenciar esta batalha é que a composição do tribunal está mudando. É menos provável que os mesmos ministros digam que eles próprios deram um passo em falso do que novos ministros digam que os anteriores deram passo em falso.
No sistema de votos individuais, composições diferentes do Supremo seriam mais prováveis de gerar decisões diferentes. Isto é, rever condenações.
Sabemos como César Peluso votou e sua linha de argumentação. Mas não sabemos como Teori Zavascki votará. Sabemos como Ayres Britto votou e sua linha de argumentação. Não sabemos nem quem é o futuro ministro nem como votará. Sabemos como Roberto Gurgel acusou. Não sabemos como o futuro procurador-geral da República agirá diante dos obstáculos infringentes, se aceitos.
A presidente Dilma Rousseff até agora se manteve equidistante do mensalão. Mas agora, complicou.
Se não indicar um novo ministro a tempo de julgar os embargos, torna o empate mais provável. Em alguns casos, como na condenação de José Dirceu por quadrilha, basta o voto de Teori Zavascki a favor do réu e a manutenção dos votos dos demais. O que favorece os réus.
Se a presidente da República indica um novo ministro, interfere do mesmo modo. Como ele votará?
De qualquer modo, o simples fato de estarmos discutindo embargos já é vitória da defesa. A outra hipótese era que os réus estariam em breve cumprindo pena.
JOAQUIM FALCÃO é professor de direito constitucional da FGV Direito Rio
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Para quem acha que se trata de uma análise isolada, até Merval Pereira reconheceu a mesma coisa em sua coluna em O Globo.
Há ainda, porém, duas possibilidades (pequenas) de até mesmo José Dirceu ser absolvido das duas acusações pelas quais foi condenado.
O ministro Celso de Mello se comprometeu com a direita midiática a adiar sua aposentadoria, que havia anunciado, para que Dilma não possa nomear um terceiro substituto para o grupo que fez as condenações absurdas que se viu no ano passado. Mas ele ainda pode pedir para sair. Além disso, algum ministro que votou errado no ano passado pode decidir salvar sua biografia e mudar de voto.
No caso de Dirceu, se um só ministro entre os que o condenaram no ano passado mudar seu voto e se os dois novos ministros votarem a seu favor, estará livre de qualquer condenação. Como se vê, a única vitória política que a direita midiática obteve nos últimos dez anos pode virar pó. Assim como foi previsto aqui.
Mas a cereja do bolo da reviravolta no julgamento foi deixada para o fim. A publicação do acórdão do mensalão sofreu uma imensa mutilação de trechos do processo que só fazem reforçar a defesa.
Ao todo, foram 1336 supressões de diálogos entre os ministros, muitos deles verdadeiros bate-bocas. Os jornais O Estado de Minas e Correio Brasiliense foram os que deram manchetes mais precisas sobre o significado desse fato.
Abaixo, trechos das matérias
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O Estado de Minas
23 de abril de 2013
Brasília – Quatro meses após a conclusão do julgamento do mensalão, o Supremo Tribunal Federal (STF) publicou nessa segunda-feira o acórdão do processo. A aguardada divulgação dos votos dos ministros da Corte manteve a série de polêmicas que envolveu o caso: alguns magistrados suprimiram trechos dos debates travados em plenário durante o julgamento, o que gerou críticas de réus e até de magistrados do próprio STF.
O ministro Luiz Fux retirou do acórdão todos os 520 comentários e colocações feitos ao longo dos quase cinco meses do processo. Com isso, o acórdão traz trechos sem sentido, em que ministros respondem questionamentos feitos por Fux, por exemplo, sem que a fala dele com a pergunta apareça no documento. O ministro Celso de Mello excluiu boa parte de suas participações em debates. Advogados de condenados reclamam da supressão e garantem que vão recorrer contra o cancelamento de trechos dos votos de ministros.
O acórdão do mensalão, que tem 8.405 páginas, foi divulgado pelo Supremo na manhã dessa segunda-feira. O relator do processo, presidente Joaquim Barbosa, e o revisor, ministro Ricardo Lewandowski, mantiveram a íntegra de suas polêmicas e acaloradas discussões no plenário. Os constantes bate-bocas entre esses ministros foram transcritos e incluídos no acórdão.
O regimento interno do STF determina que as notas taquigráficas ou transcrições de áudio do julgamento devem fazer parte do acórdão. Por isso, para o ministro Marco Aurélio Mello, a supressão de trechos de discussões e votos do acórdão contraria a legislação. “Se um ministro não quer que um determinado comentário não entre no acórdão, então que se policie para não falar”, critica Marco Aurélio. Ele acredita que essa supressão poderá dar brecha para que condenados recorram da decisão. “A defesa se vale de qualquer aspecto que entenda válido para socorrer os interesses do defendido”, justificou.
(…)
Na tarde dessa segunda-feira, os advogados dos réus já se debruçavam sobre o documento. Alguns esperavam a publicação do acórdão para definir a estratégia para rebater o resultado e outros apenas pretendiam reforçar apontamentos já feitos. “Eu transcrevi as sessões transmitidas pela tevê e comecei a redigir o embargo sobre os pontos relevantes de omissões que identifiquei, agora falta checar os possíveis pontos de contradição”, comentou Marcelo Leal, advogado do ex-deputado Pedro Corrêa.
Um item que chamou a atenção da maioria dos defensores foi a ausência de frases ditas por alguns ministros em plenário. “O fato de o ministro Fux ter tirado do acórdão o que disse me parece ser uma omissão e nós podemos pedir que ele declare o que foi retirado. Isso pode vir a ser considerado contraditório”, adiantou Luiz Fernando Pacheco, advogado do deputado José Genoino (PT-SP). “Se esses cancelamentos sugerirem alguma supressão de pontos relevantes, pode-se ensejar em embargo de declaração por omissão”, concorda Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que defende Roberto Jefferson. O prazo para a apresentação de recursos vai de hoje até 2 de maio. (Colaborou Edson Luiz)
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Correio Brasiliense
23 de abril de 2013
Ministros excluem partes dos votos no acórdão e advogados garantem que vão recorrer contra a supressão de trechos do julgamento
HELENA MADER
DIEGO ABREU
ADRIANA CAITANO
Quatro meses após a conclusão do julgamento do mensalão, o Supremo Tribunal Federal publicou ontem o acórdão do processo. A aguardada divulgação dos votos dos ministros da Corte manteve a série de polêmicas que envolveu o caso: alguns magistrados suprimiram trechos dos debates travados em plenário durante o julgamento, o que gerou críticas de réus e até de magistrados do próprio STF. O ministro Luiz Fux retirou do acórdão todos os 520 comentários e colocações feitos ao longo dos quase cinco meses do processo.
Com isso, o acórdão traz trechos sem sentido, em que ministros respondem a questionamentos feitos por Fux, por exemplo, sem que a fala dele com a pergunta apareça no documento. O ministro Celso de Mello também excluiu do acórdão boa parte de suas participações em debates. Advogados de condenados reclamam da supressão e garantem que vão recorrer contra o cancelamento de trechos dos votos de ministros.

(…)
O regimento interno do STF determina que as notas taquigráficas ou transcrições de áudio do julgamento devem fazer parte do acórdão. “Em cada julgamento, as notas taquigráficas registrarão o relatório, a discussão, os votos fundamentados, bem como as perguntas feitas aos advogados e suas respostas, e serão juntas aos autos, com o acórdão, depois de revistas e rubricadas”, diz o regimento do Supremo.
Para o ministro Marco Aurélio Mello, a supressão de trechos de discussões e de votos do acórdão contraria a legislação. “Sempre fui radicalmente contra esse cancelamento. O regimento é claro e diz em bom português que as discussões travadas serão degravadas e comporão o acórdão. Se um ministro não quer que um determinado comentário não entre no acórdão, então que se policie para não falar”, critica Marco Aurélio. O ministro acredita que essa supressão de votos poderá dar brecha para que condenados recorram da decisão. “A defesa se vale de qualquer aspecto que entenda válido para socorrer os interesses do defendido”, justificou. “O que nós falamos ali no plenário não mais nos pertence. Depois que abrimos a boca e verbalizamos, isso pertence às partes interessadas”, concluiu Marco Aurélio.
(…)
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, também tentou minimizar os efeitos da supressão de trechos dos debates travados durante o julgamento. “O que é importante é que os argumentos essenciais e as discussões principais constem no acórdão. E pelo que tenho notícia, algumas supressões feitas não eram substanciais, não tinham importância fundamental. E isso possibilitou a publicação do acórdão em um menor tempo”, justificou Gurgel.
Na tarde de ontem, os advogados dos réus já se debruçavam sobre as mais de 8 mil páginas do documento. Alguns esperavam a publicação do acórdão para definir a estratégia para rebater o resultado e outros apenas pretendiam reforçar apontamentos já feitos. “Eu transcrevi as sessões transmitidas pela tevê e comecei a redigir o embargo sobre os pontos relevantes de omissões que identifiquei, agora falta checar os possíveis pontos de contradição”, comentou Marcelo Leal, advogado do ex-deputado Pedro Corrêa.
Um item que chamou a atenção da maioria dos defensores foi a ausência de frases ditas por alguns ministros em plenário. “O fato de o ministro Fux ter tirado do acórdão o que disse me parece ser uma omissão, e nós podemos pedir que ele declare o que foi retirado. Isso pode vir a ser considerado contraditório”, adiantou Luiz Fernando Pacheco, advogado do deputado José Genoino (PT-SP). “Se esses cancelamentos sugerirem alguma supressão de pontos relevantes, pode-se ensejar em embargo de declaração por omissão”, concorda Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que defende Roberto Jefferson.
Colaborou Edson Luiz
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Qual o significado de tudo isso? Basicamente, a Justiça brasileira tenta escapar da desmoralização. O julgamento do mensalão foi tão atentatório ao Estado de Direito que os próprios juízes que o conduziram retiraram do processo os maiores excessos que cometeram. Mas não todos. Falta retirar as condenações nazistas que perpetraram.

NOS BRAÇOS DO POVO, DILMA ULTRAPASSA ENCILHAMENTO


Rafael Correa: Banqueiro é aquele que dá o guarda-chuva em dia de sol, e tira no de chuva





Entrevistado pela rede espanhola de tevelvisão TVE, presidente do Equador, Rafael Correa, fez um debate tenso com a jornalista Ana Ibáñez, discutindo temas como a lei de mídia em seu país e a crise europeia.



O programa 24horas, da televisão estatal espanhola TVE, entrevistou o presidente do Equador, Rafael Correa, que tocou em todos os assuntos, apesar da oposição militante da jornalista Ana Ibáñez, que em muitos momentos da entrevista se alinhou com os argumentos do capital financeiro e em defesa do governo de Rajoy.

Clique aqui para assistir à entrevista

O presidente Correa iniciou sua intervenção com uma interessante e esplêndida exposição sobre os motivos econômicos da atual crise. Colocou o dedo na ferida ao apontar a dívida como a dificuldade principal para a mudança de sistema. Também não se calou em sua crítica aos bancos e seu papel nos tempos de "bonança".

Foi genial ao proferir esta frase: "O banqueiro é esse sujeito que te empresta o guarda-chuva quando faz sol e te tira quando chove". Explicou muito bem o que aconteceu na América Latina quando os bancos retiraram os créditos ao desenvolvimento e disse que isso é o mesmo que está acontecendo agora na Europa. 

"Não se queria superar a crise, se queria garantir o pagamento aos bancos privados. E conseguiram, aprofundando a crise, crescimento sem emprego. A crise durou mais de dez anos". Sem rodeios, o presidente equatoriano, que deu abundantes demonstrações de seu domínio em matéria econômica, recomendou: "Aprendamos da história, vejam o que aconteceu na América Latina".

E agregou: "Não cometam os erros que nós cometemos. Nós, os latino-americanos, somos especialistas em crise". "Estas receitas não pensam no ser humano. Não critico os governos. Critico o sistema. Não pensam no ser humano, mas no capital financeiro". Mais claro que a água.

Diante dos denodados esforços da apresentadora/entrevistadora para evitá-lo, o presidente do Equador explicou, de maneira muito didática, os perversos mecanismos da dívida e seu tratamento.

A entrevista não perdeu nunca o interesse. Levando em conta que há milhares de famílias equatorianas afetadas pelas hipotecas, os despejos também estiveram presentes. Ana Ibáñez fez todo o possível para neutralizar toda mensagem que tivesse relação com a situação da Espanha. Mesmo assim, a jornalista utilizou argumentos para defender a postura do Governo. 

Ainda assim Correa disse: "Na Espanha, a lei de despejos tem mais de um século". Diante a expressão de que "as leis são abusivas, criminais", a apresentadora insistiu em perguntar pelas soluções, em uma clara tentativa de evitar toda caracterização da lei hipotecária, diferente do tratamento dado à lei de imprensa equatoriana que mais adiante abordaremos.

Frente à declaração de Correa "além de a lei ser tremendamente imoral, há contratos abusivos. Existem cláusulas, por exemplo, que depois de assinar este contrato podemos mudar tudo sem avisar" a jornalista disse, sem ruborizar-se, que "isso estamos contando nos serviços informativos, senhor Correa". Em nenhum telejornal, e pode-se consultar na web da TVE, se informa de que os contratos são abusivos. O que, sim, encontramos nos telejornais é a criminalização de todas as pessoas que protestam contra esta lei, os quais impunemente são acusados até de nazistas. Mas para Ibáñez, isto não existe.

O principal problema dos espanhóis não é o de Ana Ibáñez. Para a jornalista, o desemprego não é um problema, é apenas uma notícia. "O desemprego. É outro assunto aqui que é notícia na Espanha". E agregou: "Neste sentido, que oportunidades o Equador oferece?". Reduzindo o problema do desemprego a um assunto de "oportunidades", ao que Correa respondeu: "Destruindo emprego sem crescimento não se sai da crise".

Ana Ibáñez não esteve muito sutil na noite de 19 de abril. No tema da Constituição e reeleição, a jornalista faz uma pequena confusão, trocando datas e versões. Uma palpável prova de como está o nível profissional na TVE depois das numerosas demissões de gente profissional com mais de 25 anos de experiência.

Outro assunto abordado foi a situação da imprensa. Ibáñez, que trabalhou em uma emissora de rádio católica, abordou o tema desta maneira. "Sua relação com a imprensa equatoriana é complicada". Ao que Correa destacou o viés da pergunta, coisa que incomodou a apresentadora. O mandatário equatoriano disse que também tem relações complicadas com os sindicatos e, entretanto isso não é notícia, isso não se aborda, mas sim e desta maneira o dos meios de comunicação.

A jornalista aludia à lei de imprensa que o Equador quer impulsionar e Correa responde "Na Europa não existe lei de imprensa?". Ana Ibáñez gagueja como quem não sabe. Correa explicou os interesses econômicos – vinculações dos grandes bancos com os principais meios de comunicação – que estão por trás das chamadas empresas jornalísticas. 

Destacou que na Espanha há 60 anos de televisão pública e no Equador só quatro. Correa insistiu em mostrar exemplos como o da Alemanha, onde se fechou uma emissora por propaganda nazista, prenderam 23 pessoas e ninguém disse que isso fosse um atentado à liberdade de expressão. Mas a jornalista não queria que continuasse dando exemplos e alegou a falta de tempo...

E é nestes momentos onde a jornalista desliza até o infinito. Acusa Correa de fechar meios de comunicação e Correa, rapidamente, lhe pede o nome de algum que tenha sido fechado. Ana começa a gaguejar e se protege com o "me corrija se me equivoco", mas já lançou seu dardo envenenado de afirmar que no Equador se fecham meios de comunicação.

E finalmente, diante da insistência da jornalista em colocar Correa como "sucessor" de Chávez, o presidente equatoriano foi brilhante: "Respeito muito o rei Juan Carlos, o príncipe, a rainha, mas você sabe que na América Latina não temos monarquia, não temos herdeiros. O que temos são líderes que representam nossos povos". Uma verdadeira lição.

Tradução: Liborio Júnior