Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 8 de março de 2013

Em guerra com os fatos imprensa latina se desmoraliza dia após dia


Os noticiários políticos e econômicos dos grandes meios de comunicação brasileiros e os do resto da América Latina deram mais um passo no processo de desmoralização em que mergulharam há cerca de uma década e no qual vão mergulhando cada vez mais fundo.
Logo após o anúncio da morte do ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez, a grande imprensa brasileira foi tomada por um acesso inexplicável de fúria e rancor.
A virulência do noticiário brasileiro se mostrou inexplicavelmente redobrada em relação a alguém que acabara de falecer, o que deveria gerar, se não respeito, ao menos prudente comedimento.
Não foi o que ocorreu. As “análises” dos telejornais – sobretudo os da Globo – sobre a Venezuela pós Chávez retrataram um país mergulhado no caos, na pobreza e na violência.
Imprudente, a dita “imprensa” corporativa pareceu nem suspeitar de que milhões de venezuelanos colocariam suas versões em xeque indo às ruas em comoção pela partida de um líder amado pela esmagadora maioria daquele povo.
Suponho que muitos devem ter presenciado cenas que presenciei nos últimos dias envolvendo pessoas de classe média pouco politizadas e que, como exceção, ainda dão crédito ao que os grandes veículos dizem sobre política, seja sobre a nacional ou a internacional
Muitos estão surpresos com a comoção e o carinho que os venezuelanos estão dedicando a um líder político eternamente acusado pelas mídias brasileira, latina, americana e europeia de tudo de ruim que se possa imaginar.
A pergunta mais recorrente que tem sido vista, é: se Chávez era tão ruim, por que seu povo demonstra tanta dor com a sua partida?
Esse fenômeno não ocorre só no Brasil. Como já foi dito, a grande mídia internacional também sempre vendeu essa história de que Chávez “destruiu” a Venezuela “em 14 anos de governo”, premissa que se choca com o que está sendo visto no país vizinho.
Timidamente, alguns poucos “colunistas” daqui e de toda parte tentam explicar o fenômeno alegando que os povos latinos são ignorantes e, assim, não conseguem avaliar o quanto Chávez era ruim.
Esse, porém, é um discurso perigoso pelo qual só os extremistas midiáticos de direita ousam enveredar. Os mais moderados preferem insinuar.
Apesar de a Venezuela ter produzido os maiores avanços sociais da última década na América Latina, para os “colunistas”, “editorialistas” e até “repórteres” dos grandes veículos de toda parte, isso pouco importa.
Apegam-se aos problemas econômicos que aquele país enfrentou devido à crise econômica internacional, já que depende muito do comércio exterior, ou da exportação de petróleo. E sempre ignorando que os problemas não chegaram ao povo que apoiou Chávez e que hoje chora por ele por ter melhorado drasticamente de vida sob seu governo.
A incompatibilidade sobre o que dizem as grandes mídias e a realidade, porém, não se resume a esse episódio. Aqui no Brasil, a mídia acaba de sofrer nova grave desmoralização por questões econômicas.
Na última quinta-feira, caiu o último de três cavalos-de-batalha midiáticos sobre a economia brasileira lançados entre o fim do ano passado e o começo deste: a produção industrial.
No último trimestre, a indústria brasileira, contrariando todas as previsões midiáticas, cresceu 2,5%. Pouco antes, os alarmismos sobre racionamento de energia e sobre um surto de inflação iminente já tinham caído.
O risco de racionamento que foi vendido como altamente provável, sumiu do noticiário. E a inflação sofreu um tombo sobretudo devido ao barateamento da energia elétrica.
Porém, para usar uma surrada frase de efeito, o fracasso parece que subiu à cabeça da direita midiática. Quanto mais suas previsões furadas se desmoralizam, mais ela reincide nelas.
A crença da direita latina na estupidez popular chega a ser messiânica.
Não é por outra razão que os partidos de direita e os de extrema esquerda que lhes servem de linha auxiliar vão minguando tanto no Brasil quanto no resto de uma América Latina que hoje é a região que mais avança econômica e socialmente em um mundo à beira do abismo.
A direita midiática parece não entender nada. Ao menos é o que dão a entender as suas “análises” desconectadas da realidade.
Incapaz de perceber que, para os povos da região, é assustador que avanços sociais sejam tratados como fatos era fhc
Aqui mesmo no Brasil, o tal de “pibinho” foi alvo de grandes apostas da direita midiática, como se alguns pontos percentuais a menos no Produto Interno Bruto pudessem anular o pleno emprego e o crescimento da renda que se vê nos países governados pela centro-esquerda.
No Brasil, porém, o governo Dilma nada de braçada. Poucos apostam nas chances da oposição no ano que vem, ainda que alguns colunistas se entreguem a devaneios. Já na Venezuela, a oposição direitista trabalha para perder de pouco a eleição do sucessor de Chávez.
Ainda no Brasil, o PSDB e o DEM, os principais partidos, encolheram assustadoramente no Legislativo, ainda que mantenham alguns governos estaduais importantes. Todavia, no quartel-general tucano, São Paulo, as expectativas não parecem promissoras.
Note-se que o parágrafo acima encontra concordância inclusive entre os analistas da grande mídia mais partidários do PSDB e do DEM. Entre outros jornalistas umbilicalmente ligados ao PSDB, a colunista da Folha de SP Eliane Cantanhêde concorda comigo.
É fácil entender a razão desse processo de desidratação da direita midiática latino-americana. Está sem outro discurso que não seja sobre “corrupção” ou o de negar todos os avanços que a região experimentou na última década.
No Brasil, particularmente, o discurso oposicionista-midiático sobre os avanços do país é ainda mais delirante, pois se alterna entre negar os fatos e, logo em seguida, aceitar os avanços mas atribuí-los ao governo Fernando Henrique Cardoso.
Nesse aspecto, vira e mexe eclode uma campanha midiática tentando “ressuscitar” FHC.
Na eleição para prefeito de São Paulo em 2010, a campanha de José Serra ensaiou pôr o ex-presidente na telinha para “avalizar” o candidato tucano, mas logo que viu o resultado ruim dessa estratégia, abandonou-a.
Até hoje, mais de dez anos após a primeira eleição de Lula, a direita midiática ainda não percebeu que ele só chegou ao poder por conta da revolta dos brasileiros com o estelionato eleitoral praticado por FHC em 1998, estelionato que, inclusive, foi endossado pela mídia.
Apesar de os jovens com vinte anos ou menos não terem memória sobre o governo FHC, pais, avós, amigos, professores etc. lembram muito bem de como era ruim este país até 2002 e sabem muito bem quanto o Brasil avançou na década passada. E transmitem o conhecimento aos jovens.
Não existe hoje na América Latina, portanto, um projeto político viável à direita. E mesmo as aventuras golpistas acalentadas por tantos na região, como as experiências em Honduras e Paraguai, não se mostram promissoras e desestimulam novas aventuras iguais.
Vejamos o caso da Venezuela: a saída de Chávez da cena política não aumentou as chances da oposição. Assim, não adianta extirpar um Chávez ou um Lula, porque a consciência política na América Latina já ganhou dinâmica própria.
Até as apostas em criminalização de líderes de centro-esquerda parecem fadadas ao fracasso.
No Brasil, quem aposta em que a criminalização de Lula irá render dividendos políticos, engana-se. Vista como única chance pela direita midiática para vencer em 2014, será entendida como golpe dos ricos contra os pobres, o que elegerá Dilma ainda mais facilmente.
Em resumo, o que está construindo a hegemonia da centro-esquerda na América Latina é a distância abissal que separa a direita midiática do povo. Essa direita trata a volta por cima no emprego e na renda como fatos secundários.
O maior eleitor da centro-esquerda latino-americana é a direita midiática. Se fosse mais comedida, se respeitasse mas o povão, seria muito mais difícil derrotá-la. A arrogância da elite branca e midiática latino-americana é a sua maior inimiga.

DEPOIS DOS JUROS E DA LUZ, É A VEZ DOS ALIMENTOS


INDÚSTRIA SE ACELERA. PIB SERÁ DE 3 OU 4% PiG (*) escondeu a notícia, do tipo “quando melhor pior”, porque entope os planos de Eduardo.



Saiu no site do IBGE:

PRODUÇÃO INDUSTRIAL CRESCE 2,5% EM JANEIRO


Em janeiro de 2013, a produção industrial avançou 2,5% em relação ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após registrar queda de 1,3% em novembro e ligeira variação positiva de 0,2% em dezembro. 

Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria apontou expansão de 5,7% em janeiro de 2013, e interrompeu dois meses seguidos de taxas negativas nesse tipo de comparação: -0,8% em novembro e -3,5% em dezembro. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, ao recuar 1,9% em janeiro de 2013, assinalou redução na intensidade de queda frente à marca registrada em dezembro último (-2,6%). 

Clique aqui para acessar a publicação completa da pesquisa.

(…)

A previsão de que o PIB de 2013 ficará entre 3% e 4% é de Delfim Netto.
Adormecido, Delfim é melhor que todos os neolibelês (**) acordados.
A tese de que “quanto melhor pior” é de autoria de Mauricio Dias.
Já que, em público, Eduardo só pode falar mal da Dilma e do Lula se a economia for pro saco.
Reservadamente, ele pode falar mal à vontade.
Porque os interlocutores contam tudo à Dilma.




Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

Pensou que o pastor Marcos Feliciano era o fim? Conheça a vice-presidente da CDHM, ela só responde duas ações penais








Antônia Lúcia Câmara (PSC-AC)A deputa Antônia Lúcia Câmara (PSC-AC)
(Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados)


A deputada Antônia Luciléia Cruz Ramos Câmara (PSC-AC), conhecida como Antônia Lúcia, responde a duas ações penais, uma por crime eleitoral e outra por desacato.

Nos dois casos, a presidente do diretório do PSC no Acre nega ter cometido os crimes. Ela diz que o processo por crime eleitoral é resultado de denúncia anônima e de “showzinhos” da Polícia Federal. A deputada explicou que o processo por desacato foi registrado após incidente com uma funcionária no aeroporto de Guarulhos. 

Ação penal no TRE
Na ação penal registrada sob o número173726 no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Acre, Antônia Lúcia é processada por compra de votos, fraude processual, formação de quadrilha, peculato e falso testemunho. A Justiça determinou a quebra do sigilo telefônico da deputada e de pessoas ligadas à sua campanha. 


De acordo com o Ministério Público Federal do Acre, Antônia Lúcia e outras dez pessoas participaram de uma distribuição de combustíveis em 28 de agosto de 2010. Pouco tempo depois, em 6 de setembro, a Polícia Federal apreendeu uma caixa com R$ 472 mil em um carro em que estava a filha da deputada. Segundo o MP, o dinheiro seria utilizado na campanha. 

O que diz a deputada
Sobre a acusação de compra de votos, ela afirma que as acusações foram baseadas em denúncias anônimas. “Com certeza, vai ficar comprovado que não houve nenhuma compra de votos, não houve nenhuma testemunha, não houve um diálogo meu confirmando compra de votos.”


Sobre a distribuição de combustíveis, ela novamente culpa uma denúncia anônima. “Imagina eu, que tenho uma formação, que tenho conhecimento das leis, que tenho uma fé cristã, me submeteria a esse tipo de situação. (...) Imagina como é que uma pessoa vai distribuir gasolina num posto de gasolina com mais de 40 carros enfileirados? Quem patrocinou esse evento para a minha pessoa e para 12 candidatos do Partido Social Cristão foi o próprio partido. Um cheque do próprio partido foi apreendido pela Polícia Federal no posto de gasolina. Não é meu e de nenhum dos candidatos, que estavam presentes com seus cabos eleitorais contratados para um evento da carreata para a divulgação do trabalho de todos os candidatos. Isso aí é mais um showzinho da Polícia Federal.”

Sobre os R$ 472 mil apreendidos, disse que não tinha conhecimento do montante apreendido. Segundo ela, o proprietário do dinheiro é um membro de uma igreja evangélica. De acordo com a deputada, por terem um amigo em comum, a filha dela foi buscar o dono do dinheiro no aeroporto, quando ocorreu a apreensão. 

Ação na Justiça de Guarulhos
O processo 2010.03.00.027910-1, na Justiça Federal de Guarulhos, trata de desacato a autoridade. A deputada disse que o episódio aconteceu ao passar por um detector de metais no aeroporto de Guarulhos. Ela relatou que, à época, estava usando botinas por recomendação médica e que houve um problema com o calçado. A funcionária que controla o aparelho teria pedido que ela tirasse as botas.


“Eu disse: ‘olha, eu vou passar mais uma vez porque eu sempre uso essas botas e ela nunca disparou, pode ser uma moeda no meu bolso, vou verificar’. Verifiquei tudo, passei a segunda vez e não disparou. Simplesmente ela disse ‘não, mas você vai tirar as botinhas’. Falei: ‘olha, vou te dizer uma coisa, eu não posso abaixar a minha cabeça, se eu abaixar aqui, fico tonta, vou cair, vou precisar certamente de auxílio médico’. Então ela me obrigou a tirar as botinas. Quando tirei, ela saiu gritando, na frente de uma fila de cem, duzentas pessoas, saiu gritando, falando que ia me levar para o posto policial em Guarulhos, porque eu haveria contrariado a ordem dela ou ia jogar a bota nela, uma coisa dessas ela inventou”, relatou. 

Andamento processual
Veja abaixo o andamento das ações penais que investigam a deputada.
Ação penal que investiga Antonia Lucia
Processo que investiga a deputada Antônia Lúcia Câmara
No Maria da Penha Neles!

O QUE NÃO DÁ MAIS PARA NEGAR. CHÁVEZ E A FITA MÉTRICA CONSERVADORA.

* 30 chefes de Estado e mais de 50 delegações internacionais presentes na cerimonia simbólica desta 6ª feira em homenagem a Chávez**Lula e Dilma já se encontram em Caracas **Joaquim Barbosa impede Dirceu de comparecer **leia  as análises de Lula**Eric Nepomuceno ** Boaventura Santos**Gilberto Maringoni** Antonio Lassance ** Eduardo Febbro** E o depoimento do ex-chanceler  Celso Amorim a Marcel Gomes.

O povo venezuelano escreve a história com seu luto vermelho e hipnotiza os olhos do mundo há mais de 72 horas. A comoção popular em todo o país questiona a mídia  e dá a Chávez a dimensão política que o conservadorismo sempre lhe negou. Filas de até nove horas de espera para o adeus ao líder bolivariano obrigam o governo a adiar o sepultamento , antes marcado para esta 6ª feira. As fotos publicadas por Carta Maior, abaixo, falam mais que mil palavras. Sobretudo, dão voz a um sentimento e a um processo histórico que o jornalismo dominante ocultou até hoje. Agora, não dá mais para negar. (LEIA MAIS AQUI).

Homenagens a Chávez: imagens que falam por si

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